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1 Deflexão de Vigas 8

Vemos que |M max | > |MB | . Logo, utilizaremos M max no cálculo da tensão
máxima. Temos:

|M max | y
σmax �
I
(8/81)w 0 (50002 )(130)
9.5 �
140 × 2603 /12
�⇒ w 0 � 6.07 N/mm

1.4 Deflexão de Vigas

Lembrando as relações dos esforços internos em vigas, temos que:

dM
M �(x) � � V(x) (�.�)
dx
dV
V �(x) � � q(x) (�.�)
dx

onde:
V(x): força cortante;
M(x): momento fletor;
q(x): força distribuída.
Das expressões anteriores, pode ser deduzido também que:

M ”(x) � q(x) (�.�)

Lembrando a Equação (�.�):

EI
M z (x) � (�.�)
ρ

Sabemos que o raio de curvatura é inversamente proporcional à se-


gunda derivada da deflexão. Para pequenos deslocamentos podemos
considerar:

1 d2 v
≈ (�.�)
ρ dx 2

Substituindo a Equação (�.�) na Equação (�.�) e derivando duas vezes


para usar a Equação (�.�):

� �
d2 d2 v
EI � q(x) (�.��)
dx 2 dx 2

A última equação é conhecida como Equação Diferencial da Viga ou Equação


Diferencial da Viga de 4o Ordem.
1 Deflexão de Vigas 9

Uma variante de segunda ordem também pode ser utilizada. A expressão


pode ser obtida usando a Equação (�.�) e a Equação (�.�),

d2 v
EI � M(x) (�.��)
dx 2

Essa última equação é conhecida como Equação Diferencial da Viga de 2o


Ordem ou Equação do Momento-Curvatura da Viga.

1.5 Condições de Contorno e de Continuidade

Para resolvermos as equações diferenciais anteriormente encontradas,


precisamos integrar a equação diversas vezes. A cada integração aparece
uma constante de integração, a qual deverá ser encontrada mediante a
aplicação das condições de contorno. As principais condições de contorno
são mostradas na Figura �.�� (Tabela �.� segundo a referência utilizada).

Figura 1.15: Condições de contorno utili-


zadas para resolver a equação diferencial
da viga. Fonte: Craig (����).

No caso de vigas com intervalos múltiplos a equação diferencial não


pode ser aplicada de forma direta e precisam ser introduzidas condições
de continuidade. Essas condições devem ser aplicadas nos dois intervalos
onde elas se encontram para garantir a continuidade da resposta. As
condições de continuidade são mostradas na Figura �.�� (Tabela �.�
segundo a referência utilizada).
1 Deflexão de Vigas 10

Figura 1.16: Condições de continuidade


utilizadas para resolver a equação dife-
rencial da viga com intervalos múltiplos.
Fonte: Craig (����).

1.6 Procedimento de Análise

A continuação é proposto um procedimento de análise para encontrar os


diversos parâmetros de vigas.

�. Esboçar a linha elástica, condições de contorno e continuidade;


�. Encontrar uma função para a força distribuída q(x);
�. Integrar � vezes, com isto teremos � constantes de integração, como
pode ser observado na Figura �.��;

Figura 1.17: Item � do procedimento de


análise. Cada integração resulta na criação
de uma constante de integração.

�. Resolver utilizando as condições de contorno;


�. Aplicar as condições de continuidade se for necessário.
�. As reações podem ser encontradas avaliando as funções na posição
dos apoios, em x � 0, por exemplo.
1 Deflexão de Vigas 11

Exemplo 3: Utilização da Equação Diferencial da Viga

Encontrar a equação da linha elástica para a viga engastada-livre, mos-


trada na Figura �.��.
Solução

q(x) � −w0
V(x) � −w0 x + c 1
−w0 x 2 Figura 1.18: Viga do Exemplo �.
M(x) � + c1 x + c2
2
−w0 x 3 c 1 x 2
EIθ(x) � + + c2 x + c3
6 2
−w0 x 4 c 1 x 3 c2 x 2
EIv(x) � + + + c3 x + c4
24 6 2

Após a integração sucessiva das funções foram geradas quatro constan-


tes de integração. As constantes de integração são nossas incógnitas.
Precisamos aplicar as condições de contorno.
Condições de Contorno
As condições de contorno do problema são:
No engaste:

a) v(x � 0) � 0;
b) θ(x � 0) � 0.

No extremo livre:

c) V(x � L) � 0;
d) M(x � L) � 0.

Com as quatro condições podemos proceder a encontrar as constantes


de integração.

a) v(x � 0) � 0 �⇒ c 4 � 0

b) θ(x � 0) � 0 �⇒ c 3 � 0

c) V(x � L) � 0

−w 0 L + c 1 � 0 �⇒ c 1 � w0 L

d) M(x � L) � 0
w0 L2
− + c1 L + c2 � 0
2
w0 L2 w0 L2
− + w 0 L 2 + c 2 � 0 �⇒ c 2 � −
2 2
1 Deflexão de Vigas 1�

Substituindo as constantes de integração nas equações principais, te-


mos:

q(x) � −w0
V(x) � −w0 x + w 0 L
w0 2 w0 L2
M(x) � − x + w 0 Lx −
2� 2 �
1 w0 3 w0 L 2 w0 L2
θ(x) � − x + x − x
EI 6 2 2
� �
1 w0 w0 L 3 w0 L2 2
v(x) � − x4 + x − x
EI 24 6 4

Conferir as seguintes expressões:

� V(x � 0) � w 0 L

w0 L2
� M(x � 0) � −
2
w0 L4
� v(x � L) � −
8EI
Qual é o significado das expressões mostradas acima?!

Exemplo 4: Viga com mais de uma região

PL 2
Para a viga mostrada na Figura �.��, demonstrar que θmax � − e
8EI
5PL 3
v max � − .
48EI
Solução
a) Região �: [�, L/�]

q 1 (x) � 0
V1 (x) � c1
M1 (x) � c1 x + c 2 Figura 1.19: Viga do Exemplo �.
c1 x 2
EIθ1 (x) � + c2 x + c3
2
c1 x 3 c2 x 2
EIv 1 (x) � + + c3 x + c4
6 2

Condições de contorno
As condições de contorno do problema são:
No engaste:

a) v 1 (x � 0) � 0;
b) θ1 (x � 0) � 0.

Valores conhecidos de esforços:

c) V1 (x � 0) � P ;
d) V1 (x � L/2− ) � P ;
1 Deflexão de Vigas 13

e) M1 (x � 0) � − PL
2 ;

Podemos proceder a encontrar as constantes de integração.

a) v 1 (x � 0) � 0 �⇒ c 4 � 0

b) θ1 (x � 0) � 0 �⇒ c 3 � 0

c) V1 (x � 0) � P �⇒ c 1 � P

PL PL
d) M1 (x � 0) � − � c2 �⇒ c 2 � −
2 2

b) Região �: [L/�, L]

q 2 (x) � 0
V2 (x) � c5
M2 (x) � c5 x + c 6
c5 x 2
EIθ2 (x) � + c6 x + c7
2
c5 x 3 c6 x 2
EIv 2 (x) � + + c7 x + c8
6 2

Condições de contorno
As condições de contorno do problema são:
No lado esquerdo:

a) V2 (x � L/2+ ) � 0;
b) M2 (x � L/2+ ) � 0.

No lado direito (extremo livre):

c) V2 (x � L) � 0;
d) M2 (x � L) � 0;

Podemos proceder a encontrar as constantes de integração.

a) V2 (x � L/2+ ) � 0 �⇒ c 5 � 0

b) M2 (x � L/2+ ) � 0 �⇒ c 6 � 0

c) V2 (x � L) � 0 �⇒ Não acrescenta mais informação

d) M2 (x � L) � 0 �⇒ Não acrescenta mais informação

c) Continuidade

�) θ1 (x � L/2− ) � θ2 (x � L/2+ )
� �
1 P PL 1 PL 2
(L/2)2 − (L/2) � [c7 ] �⇒ c 7 � −
EI 2 2 EI 8
1 Deflexão de Vigas 1�

�) v 1 (x � L/2− ) � v 2 (x � L/2+ )
� � � �
1 P PL 1 PL2
(L/2)3 − (1/2)(L/2)2 � − (L/2) + c 8
EI 2 2 EI 8
PL 3 PL3 PL 3 PL3
− �− + c 8 �⇒ c 8 �
48 16 16 48

d) Avaliando os valores requerido

PL 2
θmax � θ2 (x � L) �⇒ θmax � −
8EI
v max � v2 (x � L)
� �
1 PL 2 PL 3 5PL 3
� − (L) + �⇒ v max � −
EI 8 48 48EI

Se a viga for hiperestática ou com mais regiões?

� Procedimento muito trabalhoso.


� E agora?

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