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22 DIALOGANDO COM ADVERSARIOS _Oravamos por alguém, para que os adversérios espiri- tuais nao continuassem a assedié-lo, e 0 espirito nos inter- rompeu: — Adversdrios, somos nés, nado é? — Por.enquanto. Um dia seremos todos companhei- ros de vida. Mas estamos prontos a ouvi-lo. Assim, sem contraria-lo de todo, fugimos a um debate improdutivo, pois ele se apresentava “em pé de guerra”, € o chamamos para 0 didlogo fraterno. Qty De outro adversario espiritual de alguém por quem oravamos, ouvimos a queixa: — Vocés oram s6 por ele € nao por nés. E como quiséssemos chamé-lo de irmao, protestou: — Vocés nio séo meus irmaos, vocés s6 sao irmaos dele! Explicamos-lhe: porque nos foi pedido. Eu — Sim, oramos por ele, be? Mas, agora, € vocé 0 nem o conheco pessoalmente, sa! Scanned with CamScanner 200 Conversando Pherezinha Oliveira nosso pr6éximo mais prdoximo, e temos todo o interesse em ajudar vocé, O que se passa? Conseguimos, com isso, que nos desse atengao e falas- se do motivo que tinha para assediar aquela pessoa. E aprendemos, num didlogo assim, que devemos orar nao apenas pelas pessoas que vém buscar auxilio na casa espirita, mas pelos espiritos que as possam estar assedian- do, pois também sao nossos irmaos e necessitam de escla- recimento e amparo. Sey Dizia o espirito desafiador, quanto aquele espirita a quem assediava: — Vamos querer ver como é que vai ser agora. Tao facil apontar o caminho para os outros, se colocar como o salvador da humanidade. Agora é que vamos ver a fé, 0 conhecimento espirita... Concordamos, em principio, para que nos sentisse compreensivos: —E mesmo, acredito que para todos nés tem sido assim. Para despertarmos, verdadeiramente, s6 quando a dor chega, nao é? Nés todos! Esse irmao, certamente, vai precisar de amparo divino e buscar dentro de si o melhor que puder ter amealhado. E, entao, puxamos 0 assunto para ele: — Mas, nés também, nao é, caro irmao? O que esta- mos fazendo da vida? — Ev? S6 assistindo, respondeu, ironicamente. Scanned with CamScanner Dialogando com adversarios — Mas nés nao podemos Passar pela vida assisti i indo. Quem vive, pensa, sente, age e, portanto, semeia E, se se- meamos, também estamos sujeitos 4 ’ cada um segundo suas obras, Trouxemos, assim, o assun to para ele e sua i- lidade diante da lei divina ep et Tosseguimos no didlogo. they Um adversério, querendo evi : tar nosso propésito de evangeliza-lo, acusava sua vitima: — Ela nao se modifica, continua a mesma pessoa ma e cruel. — Deixe ela com os defeitos dela. Pense em vocé. Te- mos que amar ao préximo como a nés mesmos. Ame-se! O que, realmente, vai ser bom para vocé, diante de Deus? E esse caminho, onde pode leva-lo? Nao é para o seu bem, certamente nao é, porque “a cada um sera dado segundo as suas obras” e vocé esta agindo de maneira que vai gerar algo desagradavel. E temos que viver naquilo que produzimos... O espirito vingativo argumentou: — Acho que Deus me usa como seu vingador. Aproveitamos para esclarecer: — Nao, Deus nao se vinga! Ele é amor e sabedoria, e a sua divina justica é sempre benéfica, leva quem errou a fazer o bem no lugar do mal que fez, a tudo recompondo. Ele tem recursos para corrigir seus filhos, para ensinar a eles, nao precisamos nds nos tornarmos um “justiceiro”. Scanned with CamScanner 202 Conversando com os Espiritos - Therezinha Oliveira Nem sabemos fazer justica, 0 que fazemos € jasc “olho por olho”, queremos pagar o mal com omar 6 CO; mecamos com isso uma corrente sem fim de coisas mas. Dolley O espirito assediava um médico, acusando-o de atos maus em vida anterior, quando fora por ele prejudicado, Como argumentacao, fizemo-lo pensar: —Vocé ja pensou nas pessoas que podem receber ajuda através daquilo em que ele é itil? Talvez vocé esteja levando ao prejufzo, 4 caréncia, os que poderiam ser aju- dados por ele como médico, apesar dos defeitos dele. Nao temos o direito de prejudicé-las, de tirar delas uma opor- tunidade de socorro, de amparo. Nao é s6 vocé e ele. Ele ensejou tratamentos, ajudou e favoreceu a muitos. Nés nao podemos ver nas pessoas s6 os defeitos. Para sermos impar- ciais, justos, temos que olhar também o lado positivo. E, ent4o, procuramos desperté-lo: — Agora, vocé, caro irmao, ha quanto tempo 0 acompa- nha? Nao acha que a sua vida ficou limitada, desde que vocé se dispés a acompanhé-lo? O seu futuro, suas possibilidades de crescimento espiritual, suas realizacées para o bem... Acre- dito que houve af uma limitacao, uma reducdo, uma perda para vocé. E sera que vale a pena isso, meu irmao, quando seus amigos € os bons espiritos aguardam vocé com propos- tas melhores de trabalho, de progresso, de fraternidade? — Nao me vou converter. — Nao estamos dizendo isso, estamos convidando vocé a meditar sobre a sua vida, seus rumos. Vocé é quem decidira. Scanned with CamScanner Dialogando com adversarios 203 Nao podemos nem devemos forgar o espirito a uma decisao, apenas aconselhar fraternamente, ajudar a pen- sar para o bem, deixando-o com seu livre-arbitrio e peran- te a lei divina, sempre justa ¢ misericordiosa. Scanned with CamScanner

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