AÇÃO SOCIAL E

MISSÃO INTEGRAL
POSSIBILIDADES DE ENGAJAMENTO DA IGREJA
COMUNIDADE E MISSÃO INTEGRAL

unidade 6

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POSSIBILIDADES DE ENGAJAMENTO DA IGREJA – COMUNIDADE E MISSÃO INTE-GRAL

SUMÁRIO

6. POSSIBILIDADES DE ENGAJAMENTO DA IGREJA – COMUNIDADE E MISSÃO INTEGRAL .............. 03

6.1 Introdução ........................................................................................................................................... 03

6.2 A igreja e sua missão ........................................................................................................................... 03

6.3 A igreja relevante conhece e interage com a sua comunidade ..................................................... 05

6.4 A igreja relevante exerce a “Fé Cidadã” ............................................................................................ 06

6.5 Conclusão ............................................................................................................................................ 07

REFERÊNCIAS ............................................................................................................................................. 07

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6. POSSIBILIDADES DE ENGAJAMENTO DA
IGREJA – COMUNIDADE E MISSÃO INTEGRAL
6.1 Introdução
Prezados alunos,
Dando continuidade ao nosso estudo, estamos
diante de outro desafio em nossa caminhada
acadêmica pelos campos da Ação Social e Missão
Integral. Quais seriam as possibilidades de
engajamento da igreja como uma comunidade
que recebeu do seu Fundador e Senhor uma
Missão Integral – o evangelho todo para todo
o homem? Como ser uma igreja relevante na
comunidade de modo a viver uma fé engajada,
sem materializar essa fé?
Buscando dar respostas a estas e a outras
perguntas que surgiram e nosso percurso,
iniciamos nosso percurso na expectativa de que
seu crescimento e aprendizado.
Engajamento é vivência. É ser relevante no meio
em que se encontra. Embora sejamos cidadãos
dos céus, nosso campo de ação, como servos de
Jesus, é neste mundo. Paulo se expressa desta
forma em Filipenses 3.20: “Mas a nossa pátria
está no céu, de onde também aguardamos um
Salvador, o Senhor Jesus Cristo”. Jesus, na oração
sacerdotal, no capítulo 17 do evangelho de João,
pede proteção para os seus, pois o campo de
ação de sua igreja é neste mundo. A igreja de
Jesus Cristo é estrangeira nesta Terra, estando
aqui de passagem, mas seu destino é o céu.
Robinson Cavalcanti, em seu livro “A igreja, o
país e o mundo” (2000), explica que a igreja
é de origem divina e humana e que isso é um
mistério, ela é um povo e um pacto. Ela não é o
reino de Deus, mas expressão dele. Tendo em
sua composição pessoas com suas histórias e
diferenças, está situada no tempo e no espaço
(mundo real), para realizar a missão recebida
de seu criador. Para tanto, afirma o autor, ela é
essencialmente missionária (tem uma missão),
enviada com conteúdo e propósito que se
expressa várias dimensões:
a) Koinônica: a comunhão dos santos que se
apoiam, se respeitam e se identificam;
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b) Didática: a aprendizagem cognitiva existen-
cial do conteúdo da revelação;
c) Diaconal: o amor concreto, a solidariedade,
o serviço, as obras de misericórdia;
d) Kerigmática: o anúncio, a proclamação do
evangelho do reino;
e) Profética: a defesa da vida e a denúncia dos
sistemas de opressão. (CAVALCANTI, 2000,
p.17-18).
Estas dimensões existenciais da igreja mostram
e comprovam o caráter integral de sua ação/
missão, colocando-a diante de desafio a uma
fé engajada. O risco que corremos, como igreja
do Senhor, é o de enfatizar somente o aspecto
kerigmático, tão essencial e a fé, pois ela vem ao
ouvir a Palavra da verdade, esquecendo-se da
dimensão diaconal que é a expressão prática do
amor divino, revelado por meio e através de seu
povo; além da dimensão profética, que denúncia
as injustiças e combate às desigualdades.
6.2 A igreja e sua missão
Como povo de Deus, nação santa, a igreja é
chamada para ser sal e luz na terra. No exemplo
de Jesus, encontramos a dinâmica de sua missão,
e, portanto, da nossa. Jesus estava sempre em
trânsito. Ele se movia em todas as direções,
divulgando e proclamando o evangelho do reino,
relacionando com as pessoas, ensinando seus
valores, preparando os primeiros seguidores para
dar continuidade à Sua obra. Sua vida impactava,
de forma tão extraordinária, as pessoas que
afirmavam a seu respeito: “Ao concluir Jesus esse
discurso, as multidões estavam maravilhadas com
seu ensino; pois ele as ensinava como quem tem
autoridade, e não como os escribas” (Mt.7.28-29).
Por sua vida, o nosso Mestre nos ensina que foi
a valorização das pessoas em detrimento dos
ritos e normas, vivendo o amor que pregava, de
maneira que pessoas eram curadas no sábado.
Jesus estava perfeitamente engajado no seu
tempo, interagindo com as pessoas, mesmo
aquelas relegadas e alienadas na sociedade,
vivendo o real sentido da inclusão. Crianças,
mulheres, pecadores, prostitutas, cobradores de
impostos, enfim, todos eram acolhidos em seus
braços amorosos.
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A igreja surge em um momento histórico
de desigualdades, incompreensões e integral. Desta forma, ela estaria atuando nos
desentendimentos. Deus se faz carne, no
mistério da encarnação, toma a forma humana,
e entre nós, revela sua glória, poder e graça (Fp.
21-11). A igreja nasce a partir do reconhecimento
dos discípulos de que Jesus é o Filho de Deus (Mt.
16.13-20). Ela nasce com esse chamado e essa
missão de ir, a todos os povos, nações e línguas,
anunciando, batizando e ensinando (Mt. 28.19-
20). A igreja nasce a partir dessa compreensão
real da Pessoa do Cristo, estando destinada a ser
corpo de Cristo, portanto, continuadora de Sua
missão, incorporando e transmitindo o que Jesus
ensinou e representa no mundo – O campo é o
mundo, diz a Palavra de Deus.
Ao viver sua fé de forma engajada, comprometida
com os valores do reino e de forma exemplar,
a igreja testemunha e expressa quem é Jesus,
cumprindo assim, sua missão de atalaia da
verdade, promovendo o mistério da salvação.
Portanto, a relevância da igreja está intimamente
ligada a sua capacidade de ser semelhante a
Jesus, exaltando-o no mundo, conforme Paulo
ensina em Efésios 2.8-10:
Porque pela graça sois salvos, por meio
da fé, e isto não vem de vós, é dom de
Deus; não vem das obras, para que
ninguém se orgulhe. Pois fomos feitos
por ele, criados em Cristo Jesus para as
boas obras, previamente preparadas por
Deus para que andássemos nelas.
Paulo, à igreja em Roma, no capítulo 12 de sua
carta, versos 1 e 2 declara:
Portanto, irmãos, exorto-vos pelas
compaixões de Deus que apresenteis o
vosso corpo como sacrifício vivo, santo
e agradável a Deus, que é o vosso culto
racional. E não vos amoldeis ao esquema
deste mundo, mas sede transformados
pela renovação da vossa mente, para que
experimenteis qual seja a boa, agradável
e perfeita vontade de Deus.
A ação da igreja no mundo precisa ser
transformadora, relevante, necessária a sua
comunidade. A única forma de sê-lo seria
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através da vivência da fé engajada e da missão
vários segmentos da sociedade, desenvolvendo
todas as dimensões apontadas anteriormente.
Se a igreja permanecer fechada entre as quatro
paredes, ela perde sua essência (convocada a
sair). Ela precisa servir à comunidade em suas
demandas e necessidades, como um canal de
graça e misericórdia divina.
A vida humana é uma realidade social. Não existe
vida humana sem o contato com o outro. Ele
nasce na comunhão de duas pessoas, subsiste
mediante o cuidado, sendo, portanto, inserido na
dimensão do contato. O ser humano não é uma
realidade meramente individual que, por uma
ou por outra razão, acaba se relacionando com
os outros; não é primeiro individual e só depois
social. O vínculo ou nexo social do ser humano foi
inscrito em seu “DNA” pelo seu Criador, estando
fadado a uma existencial comunitária.
A igreja, neste contexto, que também nasceu com
essa marca, deve ser relevante em seu tempo,
para que sua fé seja, de fato, engajada. Nesse
sentido, Salovi Bernardo1, no livro Ação Social da
Igreja de Cristo, aponta algumas características
de uma igreja relevante, que enumeramos a
seguir, com o devido crédito. Para este autor,
a igreja relevante reflete em sua realidade as
seguintes características:
I. Percepção da essencialidade de Jesus Cristo
e da Sua Palavra. Os discípulos, quando in-
dagados por Jesus se queriam também aban-
doná-lo, Pedro, falando pelo grupo declara
peremptoriamente: “Para quem iremos nós?
Tu tens as palavras de vida eterna” (Jo. 6:68).
A relevância da igreja é viver plenamente a
Palavra de Deus, por meio de ações, atitudes
e palavras, de maneira que a luz de Cristo
alcance os corações que se encontram nas
trevas.
II. Disposição para ouvir e praticar a Palavra de
Deus, como Cornélio, ao receber a visita de
Pedro, que para lá fora enviado com a missão
de ser o porta-voz de Deus. A relevância da
igreja hoje está no quanto ela testemunha,
divulga e propaga a Palavra, especialmente,
pelo instrumento da vida.
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III. Capacidade de impactar o mundo com a sua
presença. A igreja de Tessalônica recebe a de-
claração de que “estes que têm transtornado
o mundo chegaram também aqui” (At. 17:6).
Uma igreja relevante atua sobre o mundo
com a influência de seu testemunho, de ma-
neira que a notícia de seus feitos antecede
sua presença física.
IV. Sente compaixão pelos necessitados e por
aqueles que sofrem, como nos ensina Jesus,
ao acolher o clamor da mulher cananita: “Se-
nhor, Filho de Davi, tem compaixão de mim,
que minha filha está horrivelmente endemo-
ninhada” (Mt. 15:22). A dor do outro precisa
ser a dor da igreja.
V. Desperta na vida dos crentes novo e rico in-
teresse e dedicação às pessoas, tornando-se
importantes em suas vidas, à semelhança
de Dorcas, que, ao morrer, deixou grande
lacuna na vida das viúvas às quais ajudava,
provocando a seguinte manifestação: “[...] e
todas as viúvas o cercaram, chorando e mos-
trando-lhe as túnicas e vestidos que ela fizera
enquanto estava com elas” (At. 9:39). O senti-
do da vida de Dorcas era o serviço prestado
como manifestação de sua fé.
VI. Ser fonte de boas novas e alegrias para todo
o povo, como aconteceu na cidade de Samá-
ria, quando Filipe ali pregava: “pelo que hou-
ve grande alegria naquela cidade” (At. 8:6-8).
Somos portadores de boas novas, anuncia-
dores da graça divina, que deseja que todos
os homens venham ao arrependimento. A
igreja relevante é uma igreja anunciadora.
VII. Faz de sua presença na cidade um fator de
transformação, como aconteceu com a atua-
ção da igreja em Jerusalém, por consequên-
cia da proclamação da Palavra (At. 4:32-25).
Este fato só foi possível, porque eles caiam
na graça do povo. A igreja relevante precisa
ser cativante.
VIII. Por fim, a igreja se torna verdadeiramen-
te relevante porque tem o Cristo e suas Pa-
lavras de vida eterna vindas de Deus para
transformar corações. Sem essa consciência
e vivência, a igreja não será relevante. A rele-
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vância da igreja, diz Salovi (1998, p. 35) “está
ligada ao que ela representa para a sua co-
munidade, sua capacidade de atrair pessoas
e ser significativa para suas vidas e esperan-
ças”.
Segundo Cavalcanti (2000, p.18),
Não podemos reduzir a Igreja a um clube
religioso de iguais, que se refugia do
mundo, põe a fé em um compartimento
e espera a morte e o além, enquanto
promove entretenimento e espetáculos
alienantes, sem profundidade e sem
visão.
Conquanto a igreja se reúna para adoração e
estudo em seus lugares de culto, é lá fora que
se dá a verdadeira batalha da relevância e da fé
engajada. Como Jesus disse, diante da proposta
de Pedro, no Monte da Transfiguração, quando
desejou construir tendas para Jesus, Elias e
Moisés, ouviu de Jesus a ordem para descer ao
vale, pois lá é que seria o campo da batalha (Mt.
17:1-9).
O compromisso da igreja é com o reino. Como
afirma Cavalcanti (2000), a igreja não é igreja sem
este comprometimento e o reino não é reino sem
a cruz, que é símbolo do comprometimento que
leva a renúncia e a entrega. Jesus se entregou
integralmente, doou sua vida, derramando seu
sangue, para que o projeto de Deus se realizasse
na vida dos que creem.
Este estado de inconformismo com o presente
século, recusando-se a tomar a forma desde
mundo, implementando um estilo de vida
movido pelo amor e a obediência a Deus e a seus
ensinos, são a marca de uma fé engajada. Não
haverá engajamento de nossa fé, relevância em
nossa ação, como igreja, se formos conformados
a este padrão mundano. Os valores do reino não
serão apreendidos pelos incrédulos se os valores
do anti-reino, como afirma Cavalcanti, não forem
rejeitados pelos servos de Deus.2
6.3 A igreja relevante conhece e interage com
a sua comunidade
As igrejas do Novo Testamento eram comunidades
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locais, composta de pessoas regeneradas,
convertidas e biblicamente batizadas e se
reuniam para adorar, servir e honrar a Deus. As
cartas eram dirigidas à igreja que se encontrava
em determinada localidade. Ao participar de
sua comunidade, a igreja precisa interagir com
ela, sendo relevante, atuante e cativante. Para
tanto, ela precisa conhecer a realidade onde
está inserida. Um bom instrumento de medida
é a Pesquisa Religiosa e o levantamento das
necessidades. Escutar as pessoas, caminhar
entre elas, conhecer sua realidade e ver como
a igreja pode agir e contribuir para a solução
dessas demandas.
Salovi (1998) diz que conhecer a comunidade é
abrir caminho para ser aceito por ela, para criar
condições e desenvolver simpatia e empatia,
de maneira que a igreja se torne parte da
comunidade, não sendo um corpo estranho em
seu meio. Desta forma, os crentes, membros da
igreja, tornam-se simpáticos e participativos na
vida da comunidade, tais como associações de
bairro, integrados em suas necessidades.
Em João 17, Jesus nos ensina que há uma
diferença entre SER e ESTAR no mundo. Não
somos do mundo, mas estamos no mundo com
um propósito: glorificar a Deus através da vida
harmoniosa, operosa e testemunhal. Como
declara o artigo 4 do Pacto de Lausanne,
“a nossa presença no mundo é indispensável
à evangelização, e o mesmo se dá com aquele
tipo de diálogo cujo propósito é ouvir com
sensibilidade, a fim de compreender”3. O
conhecimento das necessidades, a interação
comunitária e o caminhar entre ela, permitirá
essa sensibilidade de escuta que deve ser
analisada, projetada e transformada em ações
concretas, tendo como objetivo revelar o amor
divino, e nunca com intenção meramente
proselitista.
Nenhuma ação na comunidade pode ser iniciada
sem antes ouvi-la, conhecer suas necessidades
e saber o que eles querem e como devemos
trabalhar com ela. Um exemplo, pode ser que
a comunidade deseja ter um projeto de esporte
com as crianças, adolescente e jovens, com o
objetivo de afastá-los da oferta das drogas. Se
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a igreja lhe oferecer um projeto de creche ou
educação infantil, embora seja uma necessidade,
não será uma atenção a prioridade do momento.
6.4 A igreja relevante exerce a “Fé Cidadã”
O conceito de cidadania aponta para consciência
e responsabilidade, direitos e deveres. Ser
cidadão implica estar consciente de seus
deveres e direitos e usar a liberdade com
responsabilidade. Assim, os estudiosos apontam
que a cidadania acontece em três níveis:
• Civil – direitos inerentes à liberdade indivi-
dual;
• Política – direito à participação na vida públi-
ca;
• Social – conjunto de direitos ao bem estar
econômico e social.
No sentido mais amplo, ser cidadão é exercer
seus direitos e deveres de modo a contribuir para
o bem social. Implica a inserção na vida social e
política e modo responsável, cumprindo suas
obrigações e tendo seus direitos garantidos.
Desta forma, existe uma cidadania cristã, visto
que os evangélicos são um seguimento presente
na sociedade que não pode ser ignorado,
considerando possuir valores e princípios,
herdados dos ensinamentos do evangelho, que
os coloca em uma posição de testemunhas neste
mundo. Falar em fé cidadã é apontar para o
envolvimento, consciente e responsável, do servo
de Deus, para com sua vida, sua comunidade e
seus valores. O termo foi cunhado por Clovis
Pinto de Castro (2000), no sentido de uma fé
ativa, que se move na direção do outro com
suas necessidades, que busca conciliar a crença
(o que creio) e a prática (como creio) ao drama
social, de modo a marcar a presença da fé cristã
nestas questões.
Entende este autor, que a práxis da fé cristã
exige uma formação cidadã do povo de Deus, de
modo a estar integrado à realidade de seu tempo
(cidadania) e não marginalizado em sua época.
Desta forma, a igreja de Cristo, como fonte de
um saber que tem sua origem no céu, mas que se
realiza na Terra, deve promover essa consciência
cidadã, de envolvimento responsável, não só no
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sentido da propagação dos valores do reino, São Leopoldo: Sinodal, 2002.

mas, especialmente, na vivência desses valores
de modo a fazer diferença na status quo da
sociedade (Responsabilidade Social). A igreja de
Cristo, conquanto tenha como seu destino no
céu, vive a realidade do hoje, no aqui e agora,
e deve marcar este tempo de forma precisa,
coerente com seus valores, de modo a fazer
diferença em um mundo marcado pela presença
do mal.
Desta forma, ela pode atuar promovendo
a consciência de participação, evitando a
dicotomia cristão cidadão, demarcando as áreas
de atuação do servo de Deus, como membro
responsável em sua sociedade, não apenas no
cumprimento de suas leis, mas também, na
implementação da cosmovisão cristã, na defesa
da justiça, e ações concretas de participação
social. O desenvolvimento da fé cidadã implica a
formação dessa consciência, tornando-se ativa,
participativa, engajada, não só pelo testemunho,
mas também, presente nos espaços públicos, de
modo a marcar, de maneira indelével, a presença
do cristianismo nestes “espaços seculares”.
6.5 Conclusão
Ser igreja é um chamado para o movimento,
para sair de sua comodidade e se colocar em
movimento na direção da vontade divina. Implica
engajamento, responsabilidade e participação
na solução dos problemas, quer sociais, quer
espirituais. Se, por um lado, somos cidadãos dos
céus, vivemos essa cidadania de forma dupla,
pois somos, também, cidadãos da terra, e como
tal, temos participação e responsabilidade com
o aqui e o agora. O desafio da fé engajada,
participativa e transformadora com os valores
do reino, deve ser vivido e encarado como
uma oportunidade de testemunho do poder
transformador de Deus, que se manifesta por
meio de seu corpo místico aqui na terra – a igreja.
CASTRO, Clovis Pinto de. Por uma fé cidadã: a
dimensão pública da igreja. São Bernardo do
Campo: UMESP; São Paulo: Loyola, 2000.
CAVALCANTI, Robinson. Igreja, um lugar de
transformação e liberdade. Rio de Janeiro: GW,
2005.
______. A igreja, o país e o mundo: desafios de
uma fé engajada. Viçosa: Ultimato.
LONGUINE Neto, Luiz. O novo rosto da missão:
os movimentos ecumênico e Evangelical no
protestantismo latino-americano. Viçosa:
Ultimato, 2002.
PADILLA, C. Renê. Missão Integral: o reino de
Deus e a igreja. Viçosa: Ultimato, 2014.
______, O que é Missão Integral? Viçosa:
Ultimato, 2009.
PIRAGINE JUNIOR, Paschoal. Crescimento
integral da igreja: uma visão prática de
crescimento em múltiplas dimensões. São Paulo:
Editora Vida, 2006.
_______________________________________________________
1
BERNARDO, Salovi, A Igreja relevante para a sua comu-
nidade, In: Ação Social da Igreja de Cristo, Rio de Janeiro:
JUERP, 1998.
2
CAVALCANTI, Robinson. Igreja, um lugar de transforma-
ção e liberdade. Rio de Janeiro: GW, 2005, p.19
3
PACTO DE LAUSANNE, Art. 4º

REFERÊNCIAS

BERNARDO, Salovi. Ação Social da Igreja de

Cristo. Rio de Janeiro: JUERP, 1098.

BOSCH, David J. Missão transformadora:

mudança de paradigma na Teologia da Missão.

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