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POLO: ITAPIPOCA

CURSO: ESPECIALIZAÇÃO EM DOCÊNCIA PARA EPT


DISCIPLINA: EDUCAÇÃO INCLUSIVA EM EPT
PROF: ROINUJ TAMBORINDEGUY

ALUNOS: ADRIANA CASTELO BRANCO PONTE DE ARAÚJO


FRANCISCO FAGNER PIRES DE SOUSA

Atividade Inclusiva no Curso Técnico de Edificações

ITAPIPOCA
Maio 2023
1. INTRODUÇÃO
Conforme consta na Constituição Federal de 1988 em seu inciso I do Artigo 206,
deve existir “igualdade de condições para o acesso e permanência na escola” para
todos os indivíduos. Nesse sentido, faz-se necessário que todos os alunos, independente
das suas limitações físicas ou cognitivas, tenham acesso à educação de forma igualitária,
visto que a educação é um direto fundamental assegurado por lei. Porém, foi somente
durante a década de 1990, que aconteceram no Brasil, as discussões mais aprofundadas
sobre o processo de inclusão escolar para alunos com alguma necessidade educacional
especial. Posteriormente, em 2008 foi instituída a Política Nacional de Educação
Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva – PNEE que regulamentou definições e
diretrizes relacionadas ao aluno da Educação Especial e seu direito à escolarização. O
desenvolvimento da Educação Especial demanda uma articulação com o ensino comum,
visando uma integração destes indivíduos na sociedade, sendo fundamental propor
ações transformadoras na estrutura do sistema educacional. Constituem iniciativas de
atendimento especializado: “programas de enriquecimento curricular, o ensino de
linguagens e códigos específicos de comunicação e sinalização e tecnologia assistiva.”
(BRASIL, 2008, p.10).

Apesar da existência de documentos legais que garantem o atendimento


educacional especializado aos discentes da Educação Especial, ainda permanecem
diversos entraves no cotidiano dessas pessoas, tais como barreiras atitudinais ou de
acessibilidade física no âmbito escolar, fazendo-os reféns de sua própria limitação. O
Estado necessita ter mais compromisso político garantindo maior quantidade de
recursos humanos, físicos, materiais, entre outros, viabilizando melhorias nas
instalações das escolas e adaptando as respectivas estruturas arquitetônicas para assim
atender amplamente as necessidades de seus alunados.

Figura 1: A inclusão do PCD 1na sociedade.

Fonte:https://pixabay.com/pt/

1
PCD: Pessoa com deficiência
Considerando a importância da Educação inclusiva, a presente atividade tem
o propósito de abordar esta temática relacionada aos métodos pedagógicos adotados
por um docente da Educação Profissional Tecnológica, no curso de Técnico de
Edificações, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia, campus
Itapipoca.

2. DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE DESENVOLVIDA E A ATUAÇÃO


DOCENTE.

Dentre as disciplinas existentes na matriz curricular do curso de Técnico


de Edificações foi escolhida a de “Desenho Assistido por computador” para detalhar
a metodologia educacional inclusiva. Nesta disciplina o aluno aprende a desenhar
digitalmente utilizando o software AutoCAD. Pretende-se aplicar a atividade prática
de desenho de uma planta baixa de um ambiente residencial a ser elaborada com
todos os seus elementos construtivos adotando as representações gráficas
recomendadas pela norma técnica NBR 6492/2021 e utilizando as ferramentas
digitais disponibilizadas pelo respectivo software (Figura 2). Para subsidiar a
atividade, os alunos recebem uma folha A4 com a imagem da referida planta baixa
para ser digitalizada com todos os detalhes técnicos necessários. A proposta inclusiva
deverá contemplar um discente usuário de cadeira de rodas que também possui uma
dificuldade motora em uma das mãos. Assim, deve-se priorizar ações
complementares e/ou suplementares que possam facilitar sua acessibilidade física e
minimizar a limitação deste aluno no processo do desenvolvimento da atividade
(KASSAR, 2011).
Figura 2: Atividade da planta baixa a ser desenhada digitalmente

Fonte: Acervo pessoal


Neste contexto educacional, o professor deverá propor alguma diretriz que
permita que este aluno demonstre o domínio das ferramentas do software e execute
a atividade, mesmo que não tenha a devida habilidade para manusear o “mouse” do
equipamento.

3. AMBIENTE/ESPAÇO (DA ESCOLA OU DO MUNDO DO TRABALHO)


EM QUE ESSA ATIVIDADE ACONTECERÁ.

Essa atividade acontecerá no laboratório de informática, cujo espaço está


localizado no segundo pavimento da edificação, sendo essencial que existam
soluções de acessibilidade que permitam a livre circulação de alunos com
problemas de locomoção. O edifício dispõe de uma rampa na entrada principal e
outra de acesso a biblioteca (Figura 3). Também existem outras rampas de acesso a
pisos inferiores e ao nível superior onde está localizado o laboratório de CAD.
Figura 3: Rampas de acesso existentes no IFCE-Campus Itapipoca

Fonte: Acervo pessoal

O laboratório de informática dispõe de 22 computadores onde estão


instalados o software AutoCAD, contendo estações de trabalho sequenciadas em
4 fileiras de 6 lugares. A porta de acesso da sala tem largura de 1.00m atendendo
as exigências da norma técnica NBR 9050/2020 para o acesso de cadeirantes. A
distância existente entre as mesas mede aproximadamente 1.00m não sendo
suficiente para manter as cadeiras e permitir a circulação de uma cadeira de
rodas entre elas.

4. ADEQUAÇÕES PARA O DESENVOLVIMENTO DA ATIVIDADE SOB


UMA ÓTICA ACESSÍVEL.
Considerando a execução da atividade sob a perspectiva do design
universal e da inclusão, primeiramente é necessário promover a adequada
acomodação do aluno PCD em sala de aula. Dessa forma, a proposta é
disponibilizar a primeira mesa de computador da fila, que fica mais próxima do
acesso da porta. Nesta situação o discente fica melhor posicionado para vera
lousa e também consegue interagir melhor com o professor para esclarecimento
de dúvidas (Figura 4). Caso a tela do computador necessite ser mais elevada para
melhor visualização, o monitor possui um dispositivo de ajuste da altura. A aula
teórica que é ministrada antes do trabalho prático é apresentada diretamente do
computador na lousa do professor, sendo de fácil visão para todos os alunos. A
iluminação da sala possui três circuitos separados também sendo possível
escurecer somente as zonas próximas da lousa para melhorar o contraste da
projeção.
Figura 4: Laboratório de AUTOCAD do IFCE-Campus Itapipoca

Fonte: Acervo pessoal

Com relação ao suporte operacional que pode ser oferecido ao aluno,


considerando a sua dificuldade motora em uma das mãos, para que ele
desenvolva a atividade dentro de um ritmo mais semelhante ao da turma,
propõe-se que o aluno-monitor auxilie o aluno PCD no manuseio do mouse em
comandos mais complexos ou mais repetitivos. Espera-se que com esses
recursos pedagógicos, o desenvolvimento da atividade possa fluir com eficiência
para todos.

5. EXISTE NECESSIDADE DE TECNOLOGIA ASSISTIVA? QUAL(IS)?


Tecnologia Assistiva (TA) é definida como a utilização de recursos e
serviços voltados às pessoas com deficiência com o objetivo de propiciar a este
grupo maior autonomia, qualidade de vida e integração social. Na atividade
descrita acima, uma forma de facilitar uma maior habilidade e desenvoltura do
aluno diante da sua limitação motora na mão, pode ser a utilização do
equipamento “mesa digitalizadora”. Esta ferramenta facilita a precisão dos
movimentos ao manipular o software AutoCAD e fornecer mais independência
na elaboração dos desenhos pelo discente com o uso de uma tela e caneta que
funcionam como um “mouse”.
Figura 5: Mesa Digitalizadora

Fonte: https://www.kalunga.com.br/prod/mesa-digitalizadora-wacom-intuos-pro-pequena-pth460k0a-
wacom-cx-1-un/004395

6. CRITÉRIOS PARA AVALIAR A ATIVIDADE.

Para aferir o desenvolvimento da competência nesta atividade de


aprendizagem o aluno será avaliado levando-se em consideração o atendimento
às normas técnicas aplicadas ao desenho arquitetônico, além de aspectos
relacionados as funções do software. Assim serão considerados os seguintes
itens e pontuações:
 Representações gráficas referente a NBR 6492/2021 (4 ptos)
 Uso adequado dos comandos e ferramentas do AutoCAD (4 ptos)
 Processo sequencial do desenho utilizando a metodologia
recomendada pelo professor. (2 ptos)
A atividade vale nota 10 fazendo parte da primeira etapa do conteúdo previsto da
disciplina.
7. CONCLUSÃO

Sob uma ótica inclusiva, faz-se necessário que sejam implantados


métodos inovadores e tecnológicos na busca da qualidade da aprendizagem
minimizando as barreiras atitudinais e físicas para toda a população discente.
Algumas iniciativas voltadas para o treinamento dos servidores e docentes das
escolas para lidar com alunos PCDs, assim como a realização de investimentos
da adaptação da infraestrutura são preocupações pertinentes no contexto
educacional atual.
Vale ressaltar a importância de agir sob uma perspectiva que vai além da
integração, tentando promover uma educação verdadeiramente inclusiva que
permite um aprendizado amplo a todos, visto que, desse modo, alunos sem
deficiência também aprendem valores importantes, como a empatia e o respeito.

8. REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9050:


Acessibilidade a edificações, mobiliáiio, espaços e equipamentos
urbanos..Rio de Janeiro, p.69 . 2020.

BRASIL. Constituição (1988). Constituição [da] República Federativa do


Brasil. Brasília: Senado Federal, 1988.

BRASIL. SEESP/MEC. Política nacional de educação especial na


perspectiva da educação inclusiva. Brasília: MEC, 2008. Disponível em:
http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/politica.pdf. Acesso em: 28 de Maio
de 2023.

MEC/SETEC. Catálogo Nacional dos Cursos Técnicos. CNCT; 4ª edição,


Atualizado em: 06/10/2022

KASSAR, M; RABELO, A. S.. O “especial” na educação, o atendimento


especializado e a educação especial. Anais do VI Seminário Nacional de
Pesquisa em Educação Especial: Prática Pedagógica na Educação Especial:
Multiplicidade do Atendimento Educacional Especializado. Nova Almeida, abril
de 201.

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