Você está na página 1de 51
GUARAPIRANGA 2005 Como e por que Sao Paulo esta perdendo este manancial Resultados do Diagnostico Socioambiental Participativo da Bacia Hidrografica da Guarapiranga Suse) eee (Instituto Socloamblental (SA) 6ums associago sem Ms ucratwos,quaiieada como Organizaeao da Sociedade Ci de Interesse Publica (Ose), undada.em 22 de abi de 1984, por ‘pessoas com formacao @experéncia marcantenaluta por dretos soci ambit. Tem como objetivo defender bens dieitos soci, coletivose isos, relatives a0 meio ambiente, 20 patiménio| cutural, 208 reitos humanos e dos povos. 0 ISA produz etutos & Pesquisas, implant projtose programas que premovam a susteniabiidade socioambietal, valrizande a divesidade culurale biolégca do pats. Porasabermais sobre. lSAconsute wna. socioambientalorg CConsetho Diretor Nei Ester (presente), Sérgio Mauro Santos Fh (vce presidente), Adiana Ramos, Beto Ricard, Carlos Frederico Marés ‘Secretirio executive: Beto Ricardo Secrotirio executive adjunto:Eriaue Svirsky -Apoto institucional lcco(Organizago Interecesidsica para Cooperagio’e Desenvevimer) NCA (Ajuda da greja da Nocuoga) ‘0 Paulo Av. Hsiendpolis, 901, 01288001, S30 Paulo (SP) tot (11) 3860-7049, fox: (11) 3860-7041, ka@socccambontal org Brasilia SCLN 210, tooo G ena 12, 70862.620, rasa (DF) tot (61) 3035-5114, fax (61) 3085-5121, eact@socicambiortal org Eldorado Jarcim Figuara, 55, Canto, Eldorado (SP) tot (13)3871-1697,eanberra@socioambional or Manaus Rua 06,73, Conjunto Vile Municipal, iandpolls, 69057 740, Manaus ~AM elf: (92) 3648-8114, samac@soccambiental ore ‘Sao Gabriel da Cachoeira Rua Projtada, 70, Cento, Caixa Postal 21, 69750-000, S.G da Cachosia AM, eax: (7) 2471-1156, 'sarionegrouol com br Dados Internacionais de Catalogacéo na Publicacao (CIP) (Ciara Brasisrado Livro, SP Bri} Guarapranga 2008 : como @ por ue So Paulo est ‘ardanda ase manancil:rasuitados do dagnésticn ‘ocioambienal partcipativda baciahidrograica da ‘Guarepirangaautoras Marussia Whately © Pilar Machado da Cunha). Sao Paulo: Instituto ‘Socloambienta, 2005, Bibegraa 1. Guarapiranga (Baca hisrogrsfica)-Aspectos ambientais 2. Guarapiranga (Baciahidrogrfica) -Aspectos, Socials 3. Mananciais-roteqa0 |.Cunha, Ptar Machado da, 96-1589 000-333 7316088161 1. Guarapiranga Baca idrogrifica: Proteco ‘erecuperardo SdoPaulo- Estado 338:731609816% Publicado emmarco de 2008 Ficha técnica Guarapiranga 2005 - Como ¢ por aue Sto Paulo ‘est perdendo este manancial ‘Autores: Marussia Whately e Pilar Machado da Cura Colabora¢ae: Fete de Lucia Lobo Revis8o: Aminda Jardim Projetogréfico: Ana Grstne Seirae Vere Fetosa Editoragio-Ana Cina Sivoira Mapas: Rosimsite Ruica Sacé Fotos: Bruno Schulze, Felipe deLucia Lobo e até Canabrava ‘Apolo publicarao: Fundo Estadual de Recursos Hidricos—Fehiro Ficha tinica do projsto Diagndstico Socioambiental Participative da Baciada Guarapiranga Coordanacio: Marssia Whately [Assessoria a0 projeto: Par Cunha, Telma Stephan Dias, Felipe de Lieia Labo e Moelo Cardoso Equipe do SA: Laborato ds Geoprocessamens: Cire Augusto Cardoso, RosieireRurico Sand Adminsranio' Caos Souza, Dano ‘Soros Freie, Fabio Massam Endo, Frencsca Cleoniton de Sours, CGuthermeTadaci Ake, Josy Andrade dos Santos, Maia isabel Pecot, Mauro de Oliva, Moises Pango, SmoneAlves Pevsra Saris: Desenvolvmento nstiuciona: Margareth Near: nordic Akin ‘rao ds Santos, Anenor Moraes, Cristiane ikem, Femando Gola ‘Comunicaata: Ana Cristina Sve, Brae Dia Wes, Edsaedo M. tia, ata ine Zancheta, Vora Fetes; Dosumeniacée Cleo Apareciso| “Tavaves, Lela Maia Monto da Siva, Liz Adiano doe Sans Servigos de geoprocessamento: Rezende & Guimarsea Tecnologia e Gooinformagdes LTDA; Geocart- Geoprocessamento Cartografia SiC Lida Instulgdes colaboradoras do Diagnéstio: Associa dos Engenhet toda Sabosp-AESabesp, Associa; dos Moradores da Ganj Juleta te lmexiacies; Camara Municipal de 850 Paulo: CETESB; ONG Granda, ‘Compania de Desenvolvimento HattaconaleUfbano (CHU) Conti ‘80 Social da Jwentude Gerarso ida Espago -Formagao Assessor Docimeniagio; Gaia Movimento Ecole Social: = Nosta ca saa Ter ttulo de Betnica de So Pao nett Foret: Labora toro de Habitagow Assentamentos Humans -FAUUSP, Laberatiode Andis do Politics Ambientais USP: Pefetura Municipal do Cots Preftura Municipal de Embu des tos; Fetetura Wuriipal de Emu (Guscu; Pefetura Murcipl ce tapocericada Sora Prfetura Municipal a Jui; PRIME Engenharia Sabesp; Scatter, Secretaria de Estado do Mee Amtinte de S80 Paul’ Secretaria da Habagdodo Municipio de ‘So Paulo: Secretaria do Verde Miso Ambient BEPAVE: Senac SP ‘Seciedade de Amigos da Rivera Paula; SOS Guaraprangs; SOS Mata |Atantea Sub cemité de baiahidrogrca CotaGuarairanga: ‘Sutprefetura da Capelado Soca (municipio de S30 Pau); ‘Subprefeitura do Boi Mim (municipio de So Paulo} Suborefeura de Pareto (municio de Sao Patio); UNIFIEO; ONG Vida Lie Agradecimentos:Anelsa FA, Mapas; Bruno Schulze, Caoina Rosa Cass6eNoguoia, César Pegorar;Cliucio Buckup, omancarte, arco Amara Constante Bombonati Deu Yamazaki Eduardo Luts Maris Cathars: Elona Kaha: GiLopes; Gaga Mara P Ferrata CCanabrava ines tenia Lauer, Wan Mevan Whately, Joao Ramos; José DonzeleCazolao, mara Moraes Boctto;LaciBalusco; Luiz Felipe de Moraes Neto: Maroso Rodrigues Nécia Nascent, Mos Kamal Vasconcelos ara Lucie Rames Bollenzant Nea Gulraes Ferreira: Raul, T do Valle: Renato Tani: Ricardo rap: Read J. F.Gaci;Rosign ze} Leak Siva MocDowel Vitta Kubnisy, Sumario 5 Apresentacéo 6 Introdugao Caracterizacao Geral da Bacia Hidrografi da Guarapiranga 9 Sub-bacias 10 ARepresa da Guarapiranga Breve histérico da Represa Guarapiranga 12 Populagdo residente na Bacia em 2000 Densidade demogratica 13 Saneamento na Bacia Consideragées sobre esgotamento sanitério na Bacia da Guarapiranga 15 Uso e ocupagao do solo em 2003 na Bacia da Guarapiranga 17 __Aptidao Fisica ao Assentamento Urbano na Bacia 18 —_Unidades de Conservacao e outras areas sob protegao especial 19 _Biodiversidade na Bacia Hidrografica da Guarapiranga a Mineragao na Bacia Hidrografica da Guarapiranga 22 Qualidade da agua As fontes de poluigao Reversao das aguas do Brago Taquacetuba/Billings 24 —_Legislagao ambiental incidente na Bacia Hidrografica da Guarapiranga Alteragées Socioambientais no Periodo de 1989 a 2003 na Bacia Hidrografica da Guarapiranga 28 —_Evolugao do uso do solo na Bacia da Guarapiranga no periodo de 1989 a 2003 Expanséo urbana no periodo de 1989 2003, Evolugao do desmatamento na Bacia da Guarapiranga no periodo de 1989 a 2003 33, Crescimento populacional no periodo de 1991 a 2000 ‘Ameacas Perspectivas para a Sustentabilidade Socioambiental da Bacia Hidrogréfica da Guarapiranga 36 Analise integrada entre areas urbanas e aptido fisica ao assentamento urbano 36 _ indice de comprometimento da producao hidrica (ICPH) entre 1989 © 2003 39 _Anailise integrada entre evolugao do uso do solo, qualidade da agua e Programa Guarapiranga at Lei Especifica da APRM Guarapiranga 43 Ocupagao de dreas de preservacao permanente ¢ Lei Especifica da Guarapiranga 44 Trecho Sul do Rodoanel Mario Covas 46 Conclusées e recomendacdes 48 Notas Metodolégicas 50 _-Referéncias Bibliograficas [Lint da Regio Metropole de So Palo Li.ttnite ca baci itera a Gusraping [tanto do bec egratca aa tings i esorattis Apresentagao ‘A Guarapiranga & um dos principais mananciais da Regido Metropolitana de So Paulo (RMSP). Abastece quatro milhdes de pessoas residentes na zona sudoeste da capital paulista, incluindo as re- gides de Santo Amaro, Morumbi, Pinheiros e Butanta. E também o mais ameagado entre todos os que abas- tecem a RMSP. O quadro é preocupante. A popula- ‘go que vive ao redor da represa aumentou em qua- se 40% entre 1991 € 2000 e é estimada em aproxi- madamente 800 mil pessoas. A qualidade das 4guas dos rios e da represa piora ano a ano. O custo de tratamento desta agua é altissimo. Apesar disso, apenas a metade dos habitantes da regido tinha al- gum sistema de coleta de esgotos em 2000 e a mai ofia do esgoto coletado continua sendo despejada nna represa, uma vez que nao existem redes de ex- portacéo e transporte para fora da bacia. Em 2003, mais da metade da érea da Bacia Hidro- gréfica da Guarepiranga encontrava-se alterada por atividades humanas. Parte desta alteragéo (16%) diz respeito aos usos urbanos, e 0 restante a usos diver- 08 como agricultura, mineragao e solo exposto. As ‘reas com vegetagao remanescente de Mata Atlantica ~ essenciais para a manutengao da capacidade de pro- dugao hidrica e para 0 equilibrio ambiental da regido - ‘ocupavam, em 2003, apenas 37% da area da bacia. Entre 1989 ¢ 2003, as éreas urbanas aumentaram em 19%, e mais da metade deste crescimento se deu so- bre areas com severas restrigdes & ocupagao. Asitua- (9806 tdo grave e descontrolada que nem as Areas de Preservago Permanente (APs) - protegidas por leis federal ¢ estadual por serem éreas ambientalmente mais frageis, como 0 entomno de rios e nascentes - fo- ram poupadas. Parcela significativa destas areas (37,6%) encontra-se ocupada por usos humanos, com sérias conseqiiéncias para a produgao de Agua No periodo entre 1989 e 2005 a érea ocupada pelo espelho d'égua do reservatério diminuiu considere- velmente. Pode ser um reflexo do period de estia- gem pelo qual a RMSP vem passando desde 1999, mas também pode estar associada ao assoreamento 2 intensa exploracao do reservatrio. Entre meados de 2000 final de 2004, a quantidade de agua na represa manteve-se em niveis préximos & metade da ‘sua capacidade de armazenamento. Em 2005, a quan- tidade de chuvas foi maior, mas mesmo assim insufi- ciente para que a represa atinja niveis muito superio- res a 70% de sua capacidade. A diminuigao da quan- tidade de agua na represa traz uma série de conseqi- éncias, que envolvem desde problemas de qualidade traduzidos na menor diluigéo da poluigo e aumento da quantidade de algas na represa - com reflexos no custo de tratamento e diffculdades crescentes para cconter 0 gosto ¢ odor da agua tratada - até prejuizos ‘enormes para os clubes e marinas do seu entorno, que sofrem com a falta de freqiientadores. Nos tiltimos anos, os investimentos em recupera- ‘go ambiental e saneamento foram escassos. Ajusti- ficativa € que para realizé-los 0 governo nao dispée de recursos proprios e precisara de um novo financi- ‘amento intemacional — a exemplo do Programa de Recuperacao da Guarapiranga realizado durante a década de 1990 - que esta em negociacao, mas ain- da sem previsio de inicio. Enquanto isso, 08 proces- sos de degradagao continuam ocorrendo, seja atra- vés de novos nticleos urbanos, seja através do desmatamento de areas de Mata Atlantica para a pro- dugdio de carvéo e degradagao das APPs. ‘Amelhoria das condigées ambientais da Guarap- ranga é urgente, uma vez que a Regido Metropolita- na de Sao Paulo dispSe de poucas fontes de agua ‘com qualidade e quantidade adequadas para 0 abas- tecimento piiblica. No inicio de 2008, ano do cente- nario da Guarapiranga, foi aprovada uma nova lei que tem como objetivo proteger e recuperar a regido, e se ‘constitui no marco inicial para reverter 0 processo de degradagao e garantiro uso desta importante represa para abastecimento piblico. Alei, assim como as de- mais leis a serem criadas para outros mananciais, depende de um pacto entre os atores envolvidos e de uma politica efetiva de protegao destas areas, Esperamos que ampla divulgacao de informa- ‘ges sobre a situagdo desta importante drea de ma- nanciais contidas nesta publicagao estimule a socie- dade a exigirnovos padrées para as areas produtoras: de agua, assim como fornega subsidios para a elabo- ragao e implementagao de politicas publicas para a recuperagao e protegao dos mananciais, Introdugao Guarapiranga 2005 — como e por que So Paulo es- 6 perdendo este manancial apresenta os principais re- sultados do Diagndstico Socioambiental Participativo da Bacia Hidrografica da Guarapiranga, desenvolvido elo Instituto Socioambiental com a colaboracao de uum conjunto expressivo de organizagdes governamen- tais © no governamentais atvantes na regio. ‘Appublicacao esté organizada em trés partes. A pri- meira — Caracterizagao Geral da Bacia Hidrogréiica da Guarapiranga — permite visualizar 0 contexto atual da regido. Para tanto, aborda seus aspectos ambientais mais signficativos, a diviséio politica-administrativa, a populagao residente, a situagaio de saneamento, as for- mas de uso € ocupacao do solo, informagées sobre aptidao natural 20 assentamento urbano, legislagéo ambiental, as unidades de conservagao e a biodiversi- dade existentes na regio, além de informagbes sobre atividades de mineragaio e dados sobre a qualidade da ‘gua da represa e seus afluentes. ‘A segunda parte — Alteragdes Socioambientais no Periodo de 1989.@ 2003 na Bacia Hidrogréfica da Gua- rapiranga—traz informagées sobre a evolugao das ages antrépicas ooorridas nos titimos anos na regio, incluin- do andlises para o periodo de 1989 a 2003 sobre evolu- {¢80 do uso do solo, expanséo urbana e desmatamento, @ sobre 0 crescimento populacional entre 1981 e 2000. Estas informagdes permitem visualizer as dindmicas so- cioambientais atuais da regio. No iter Ameagas e Perspectivas para @ Sustentabi- lidade Socicambiental na Bacia Hidrogréfice da Guare- piranga so apresentadas avaliagdes de como as alte- rages antrépicas comprometem a estabilidade ambien- tal e a capacidade de produgao de agua. Aqui estéo ‘rego de Pareles, one predominam usos ras 6 uma das mais proservadas da Baca eo Municip do Seo Paulo 6 também relacionadas as principais conclusdes e reco- mendagées feitas pela equipe responsdvel pelo estudo © Diagnéstico Socioambiental Participativo da Ba- cia da Guarapiranga foi elaborado pelo ISA, no perio- do entre janeiro de 2004 e fevereiro de 2008, com 0 objetivo de criar subs{dios para o planejamento e ges- to deste importante manancial de agua. A elabora- ‘go do Diagnéstico seguiu as seguintes etapas: 1, Reunio com representantes da Camara Técnica de Planejamento e Gestéo do Sub-Comité de Bacia Hi see Stotoue ‘A Baca Hidrogrtea da Guarapeanga apesonta pata Sipifeava do sou terri ocupada por uses ansiens © reas ubanas poxinas a repress acai © Fonte Sistoma do nformagdos Goofs ISA SIGISA) Sea teat a munein © Sobre rea tot a Boia (63911 hectares), Forte: SIGISA Areas dos municipios dentro e fora da Bacia da Guarapiranga (em %) Participagao dos municipios na area da Bacia da Guarapiranga (em %) rios. Esta diviséo resultou num total de 23 sub-bacias, sendo 15 sub-bacias do Lado Esquerdo do Rio Embu- Guagu e Reservatorio (cujos eédigos témo inicio GLE) @ 8 sub-bacias do Lado Direito do Rio Embu-Guacu e Reservatirio (cédigos com inicio GLO). Represa da Guarapiranga ‘A represa da Guarapiranga tem como principals contribuintes os rios Embu-Mirim, Embu-Guacu © Parelheiros, além de diversos cérregos © pequenos CContribuicao dos formadores do Sistema Guarapiranga para a producao de agua Brago TaquacetubarBilings 29% ‘fuentes da (Gusrapranga 64% T% 10 cursos d'égua. Para abastecer a populagao da regidio sudoeste de Sao Paulo sao retirados cerca de 1,2 bi- IhGes de litros de dgua por dia (vazéo média de 14 m3Js) do sistema produtor de aqua Guarapiranga. Este sistema inclui a represa e duas transposides de agua de outras bacias hidrogréficas. A primeira e mais an- tiga & a reversao do Rio Capivari para o Rio Embu- Guacu (cerca de mil litros por segundo). A segunda, em funcionamento desde 2000, é a reversao das guas do Braco Taquacetuba, da represa Billings, para © rio Parelheiros (entre dois e quatro millitros por se- ‘Vista de rpresa ro munkiio do Sco Pal, primo ao sto Jacoguama undo). A represa tem uma vazo natural estimada ‘em 9 mil litros de agua por segundo, Breve histérico da Represa Guarapiranga’ A represa da Guarapiranga foi construida atra- vés do represamento do Rio Guarapiranga pela ‘Companhia Light & Power com finalidade energé- tica. A construgao da barragem foi iniciada em 1906 terminou em 1909. 0 lago ficou com um perimetro de 85 km, inundando uma area de 34 km? (3.400 hectares). Na sua parte mais funda, perto da barra- gem, a profundidade era de 13 me no restante a média era de 6 m. A partir de 1928, a represa da Guarapiranga tor- nou-se a principal fonte de dgua para abastecimento publico de S80 Paulo, mediante o fornecimento de 86,4 milhdes de litros de agua por dia (vazao média de 1 m/s) para a Estacao de Tratamento de Agua de Teodoro Ramos. Em 1958, com a construgéo da estagao de trata- mento de dgua do Alto da Boa Vista, a represa pas- s0u a fornecer 9,5 m?/s, tomando obrigatéria a eleva- ‘:40 do nivel da lamina d’agua. Na época das cheias, © reservatério era mantido em niveis bem abaixo do maximo, possibilitando a regularizagéo das enchen- tes. Quando havia excesso de chuva, eram utilizados 08 descarregadores de fundo, que so os tineis que ligam a represa ao canal do Pinheiros. Em 1976 houve uma cheia excepcional. O nivel da represa subiu tanto que foi preciso reforcar a bar- ragem com sacos de areia, bem como reformular 0 sistema de extravasamento de Agua para que néo hou- vesse transbordamento e inundagao da regido de Socorro ou, pior ainda, ruisse a barragem. Se isso acontecesse, a érea alagada se estenderia até a re- gio da Avenida Brasil Eventos histéricos também tiveram palco nas ‘4guas da Guarapiranga. Digno de nota & 0 pouso do aviador italiano De Penedo na primeira travessia do Allantico Sul em 1926. A pratica de iatismo na repre- ‘sa também merece destaque e vérios campedes olim- picos brasileiros fizeram escola nas suas aguas. Ja a tendéncia de ocupagao do entomo da represa {oi marcada, na década de 1920, por edificagées resi- ‘Contibugso da SOS -Roprasa Guarapranga antiga aiartescrgarizacs amoral da ‘ring na inicio da decada do 90 60 dedica io. Desde 3 sua echo 8 reouperacto rks rsidociis na Av, Robert Kerwty vito da ropes, ‘Subproteiura da Capola do Soca, muneipe de S80 Paulo denciais e clubes, atraidos por ofertas de lazer e pela qualidade da paisagem. Os loteamentos da década de 1930 e 1940 formaram-se com a mesma finalida- de, mas com maior oferta de lotes. Nos anos 1950 1960, aumentam as ofertas de loteamentos resi- denciais. Também eram comuns na regido as chéca- ras, marinas e até instalagées religiosas.” Os primeiros alertas para a degradagao da quali- dade da agua e da regido da bacia foram feitos na década de cinglienta, quando a Sociedade Amigos de Iinterlagos jé pedia a construgao de um coletor (ou interceptor) de esgotos na margem direita ‘Apattir da década de 1970, nlicleos urbanos precd rios comegam a se instalar no terrtério, caracterizados porlotes menores, inexisténcia de infra-estrutura e den- sidades populacionais maiores. No final dos anos 1980, ‘a ocupagao do entomo jé causava impactos na repre- sa. As floragées de algas — resultantes da grande quan- tidade de matéria organica proveniente do despejo de esgotos na Agua — causaram entupimentos dos filtros na captagdo de dgua e ameagaram o abastecimento de gue de trés milhdes de pessoas. Uma grande mor- Enis as dase de 1000 9 1040 fl eanaruo um temp xinoita Implariage ra margom esaverda do lag, no bara do era Pasa “Ta uma para qvadraga,com enormes pares que sustrtavam um ‘ana de qua porta vrodas para cma. Um sxempio tic de oro ‘rial Todbe os fnsie semana barens oboe jpaneeesvinham do bro de Vloees, da marge aot da ropresa (onde at hoje mama ‘ands colnia pice) para med @ oer unto so temple, © tempo nso Exist mais, ombea o adie pamanoraaié he, mas fl ransfomrado ama esr Na 20, a rea tessanca const um rina So Sagrado, na rego de Paoloios ae ‘margens da reprasa, Eat cal é vista por mihares de ite " tandade de peixes, noticiada em todos os veiculos de comunicagao, deu 0 alerta sobre a saiide da represa. Naquele momento, o governo estadual iniciou a ela- boragao de um programa de recuperacao ambiental da regio. Este programa, conhecido como Programa Gua- rapiranga, foi implantado durante a década de 1990 ccontou com recursos do Banco Mundial, Foram investi dos mais de US$ 300 milhdes na regido, principalmente ‘em redes de esgoto e reurbanizagao de favelas. Os investimentos, no entanto, mostraram-se insu- ficientes, uma vez que a qualidade da &gua plorou ao longo dos anos e a quantidade de gua disponivel encontra-se cada vez mais comprometida em fungao dos diversos processos de degradago existentes, entre eles erosdo, assoreamento, poluigao, desmata- mento e retitada de grandes volumes de agua da re- presa para abastecimento. Com 0 objetivo de regularizar a vazao da Represa Guarapiranga, que jé vinha sendo explorada acima de sua capacidade ao longo dos anos, foi construida a interligagao do brago Taquacetuba da represa Billings com o rio Parelheiros, afluente da margem direita da Guarapiranga. O projeto previa a adugao de dois mil litros por segundo, em uma primeira etapa, quantidade que, apds a realizagao de testes para a comprovagao de que a transposicao traria impactos positives para a Guarapiranga, poderia dobrar. Em fungao dos peri dos de estiagem dos iimos anos, o Taquacetuba vem sendo usado no limite maximo de sua capacidade. ‘Amethoria das condigées ambientais da Guarapi- ranga € urgente, uma vez que a Regio Metro- politana de So Paulo dispde de poucas fontes de agua. No inicio de 2006, ano do centensrio da Guarapiranga, foi aprovada uma nova lei para a Guerapiranga que tem como objetivo proteger e recuperar a regio, constitui o mar- ara EM Densidade demografica ‘Apopulagao residente na Bacia encontra-se distr- buida de forma bastante heterogénea, com grandes ‘concentragdes em algumas porgdes do seu territoro. ‘© municipio de Sao Paulo & 0 que apresenta maior densidade demografica, em especial nas Subprefei- turas da Capela do Socorro e na Subprefeitura do M’Boi Mirim, com respectivamente 79,5 ¢ 62 habi- tantes por hectare. (tabela 3) ened Subprefeitura Cotia 1.915 02 Embu 58,595 76 Embu-Guagu 56.916 7A ltapecerica da Serra 129.685, 169) Juquitiba 1.439 02 ‘Sao Lourengo da Serra 472, ot ‘Sao Paulo 517.788 e158 Capela do Socorro 232.945 30.4 M’Boi Mirim 208.650 | 27.2 Parelheiros 76.193 9.9 Total na Bacia 766.810 | 100,0 \* Estimabiva de popula calelada a pai de © Sobre oto de popula esdere ne Bela iy COCO a a) 0 inicial para reverter 0 processo de degrada- —_Cotia 2.262 1.915 09 .¢80 e garantir 0 uso desta importante represa ~Embu 4.057 | 68.505 | 144 para abastecimento piblico Embu-Guagu 75.380 | 56.916 37 lapecerica da Sera” | 14.627 | 129.685 89 Populago residente em 2000 nae soot tae te do Lourengo da Serra | 3.310 472 oa ‘A populagao residente na Bacia da Guarapi- ~ 550 paulo 20004 | 517.768 | 2a ranga, em 2000, era de aproximadamente ~Capeia ao Socono” | 2.929 | 292.045 7 766 810 mil pessoas. municipio de S20 Paulo ~yy-aoi piri” | 3.362 | 208650 | abriga 67,5% desta populacdo, distibuida nes ~peratheics © aa7ae [78 16a suas trés subprefeituras, seguido de Itapecerica da Serra, com 16,9%. (tabela 2) 2 "Exclude aoa do oservatre (2.622 hectares) Batata do populapd cacuads a pre de dos do Conso ISGE 2000, Os dados do Censo 2000, apresentados na tabela 4, demonstram que 54% dos domicilios existentes na regio contam com rede de coleta de esgotos, 16% com fossas sépticas 30%, ou 59 mil domicilios, des- pejam seus esgotos em valas e cursos d’ agua. Mais de 22 mil domicilios (11% do total) no contam com servigo de abastecimento de gua. A coleta de lixo atinge 97% dos domicilios, mas esse indice deve ser utlizado com cautela, uma vez que diz respeito & exis- téncia ou ndo do servigo ¢ nao avalia a destinagao nem a freqiéncia com que o mesmo ocorre. ‘A anélise dos servigos por municipio permite ve- rificar situagdes de cobertura bem diferenciadas da- quela identificada para a érea total da Bacia. O mu- nicipio de Htapecerica da Serra & o que apresenta o maior nimero de domicilios sem coleta adequada de esgotos. S40 18 mil domicilios (54% do total do municipio) sem coleta adequada, que equivalem a 31% do déficit da Bacia. No municipio de Sao Pau- lo, 0s domicilios sem coleta adequada de esgotos nas subprefeituras do M’Boi Mirim (14 mil domicili- 08) € de Parelheiros {mais de 9 mil domicilios) cor- respondem a 41% do total de domicilios nessa si- tuagao em toda a Bacia, Em relagéo ao abastecimento de agua, a Subpre- feitura de Parelheiros & a que apresenta a maior defi- s servigos de saneam: na Bacia da Guarapiranga, em 2000 Rede de esgoto | 108.068 | 53.9 Fossa séptica 32.500 _| 16.2 Esgoto 7 Sem coleta “ 59.043 | 29.4 ‘Sem banheiro ou 1018 | 08 sanitario Agua | Rede geral 178.551__| 89.0 Sem rede de agua| 22.078 | 11.0 Te | Coleta de xo 195.008 | 97.2 Som coleta de ixo | 5.624 | 2.8 " Estmota de domcios partalores pemanents inserides ne Gadi, caleuldo a pari de dados do Cenao IBGE 2000, ‘Sobel de donc na res da Baia Ine domes coneciasoe slg pa de stems de clea do eels roe de eng ou pla) independente ce er Gesieado Ou N80 ielios onde 8 destnaeo os djetos sod avawts de fossas iéncia, com mais de 6 mil domicilios sem acesso a rede de dgua (que equivale a 32% de seus domicilios © 28% do déficit na Bacia). Os municipios de ltapece- rica e Embu-Guagu possuem, respectivamente, 5 mil 5,3 mil domicilios sem rede de agua, Os residuos sélidos gerados nos municipios tm destinos distintos na bacia. Embu-Guagu e Juquitiba ‘ero de ners nas proximidades da varzoa do Ro Embu rn, muricpo de specerca da Sar, prximo ao Baro da Lage, ainda dispdem os seus residuos em lixo. O aterro sanitario de Embu recebe exclusivamente os resi- duos gerados no municipio. O aterro de Itapecerica da Serra, que esta saturado, recebe o lixo de So Lourengo da Serra além do gerado no préprio muni- cipio. Cotia, por sua vez, manda o seu lixo para um aterro particular em ltapevi, j@ que o aterro munici- pal esté desativado a aproximadamente dois anos, De todos os municipios da bacia, apenas Embu con- ta com coleta seletiva implementada e operada pela Prefeitura Municipal. Consideracées sobre esgotamento sanitario na Bacia da Guarapiranga Oesgoto @ a poluicao difusa constituem as prin- cipais fontes de poluigéo da Represa, com sérias conseqiiéncias para o abastecimento publico de boa parte da populacao da RMSP, e tem intima ligago com a deficiéncia dos servigos de saneamento, em especial de rede de coleta, afastamento ¢ tratamen- to do esgoto produzido pela populagao da Bacia. ‘Apesar de sua importancia para o abastecimen- to pablice de 3,7 milhdes de pessoas, parte signfi-.Despde deaznos dno dom Cia am, mde cativa dos esgotos gerados pelos mais de 200 mil ro.munipode S80 Paulo domicilios existentes na Ba- cia tem como destinagao fi- [EBB situacao de coleta e disposicao de esgotos nos municipios nal os rios, cérregos @ de- inseridos na Bacia da Guarapiranga, em 2000 mais afluentes da represa ers cr Mesmo apés as interven- eee Destino do or) CEES Municipio | rede de esgotos cab esgoto ranga apenas parte do esgo- (na Bacia da ert) to € coletado e, com exce- Guarapiranga) 0 de parte dos domicilios Embu 4.493 (30,1%) | Rio Embu-Mirim | 4.940 | 5.345 do municipio de Sao Paulo ‘eafluontes © do municipio de Embu- ~Embu-Guagu| 1.986 (138%) Estagao de 3537 | 6666 Guagu, os demais municipios tratamento da Bacia nao contam com _fapgoniza | 8308 (5%) [Rio Embuirin | 6782 [78.442 qualquer tipo de tratamento gas Pra de efluentes. Os esgotos co- ~Capela do] 66508 (07.0%) | Parle para Walamento | 1793 | 3679 lelados so depositades nos Socorro parte para cérregos cursos d’agua, entre eles os Supe gee foseEmbu-GuagueEmbu Mi. yraor Mim | 22049 (681%) | — Rio Emu, | 8229 | 14682 rim, que so importantes aflu- oregos Guavinutuba entes da represa Guarapi- | fe ltupu ranga. A cobotua por seni. Pahetos | 4632 (40%) | RoPardhetos | 497@ | 0576 gos de coleta de esgoto e a destinagdo dos mesmos 6 °)0* Sos dor muncpine de Coa, Jugs «Sto Lourengo ni foram consideadoe pra aia labele porque c numero de domicilos stereos por redes de coleta de esgotns na Baca nexpressivo apresentada na tabela 5. (aslo aotodo) 1“ ja da Guarapirai em 2003° ‘A Bacia Hidrogréfica da Guarapiranga apresentava, Cle 7 em 2008, 69% de seu temitirio alterado por atividades humanas. Esta expressiva parcela de alterago do teri-_ Ocupagao urbana de 4.909 77 t6rio esta dividida entre usos antrépicos e usos urbanos. —ala densidade 0s vss antrpicos ocupam 42% da reatcialdaacia, Coup uber de ans | 58 @ incluem atividades agricolas, campo antrépico, mine- Do = Soneeace a oe ‘agéo,rffrestamento, slo expos, indistias © reas SOS aaa ot de lazer. Os uss urbanos ocupam 17%, @compreen- —SEati a as dem Areas com ocupagao urbana de alta densidade, $ : _ Campo antrépico ve07s | 29,5 ccupagao urbana de média densidade, ocupagao dis-_ —E=ree 5 a persa e condominios.(tabela 6) ae “ae a Lazer 340) 0s Mineragio 382 06 Reflorestamento 4.198 56. Solo exposto ant Os Campo de altitude 142, 02 Varzoa Taiz 22 Mata Ailntica secundaria | 9.110 | 14, fem estagio inicial e médio de regeneragio Mata Atlantica priméria ou | 12.892 202 secundaria em estagio avangado de regeneragao ‘Agua 235 oa Reservatério 2.222, 35 Usos Urbanos: 10.805, 16.9 Usos Antropicos: 27.094 424 Aen de seta em vided (frestoment) xin tess ©” Yenetacto Remanescente | 23.557 3 ‘egatagao natural, munlipe de tapecerca da Sera do Mata Atlantica + Datos obtdos a pat de intorpretaco de imagem de satiite Landsat ETM, feverera do 2008, " Emelagso dre otal da ac (2.011 hectares) Distribuigdo das catogo crane Basia sot sos anton 42% ee ae 17% 4% < a. caros oe 37% ‘von de cevpaio urbana de médladenstade, no Baio Via Cals nas proxnidedee da Estrada do M8 Mim no murielpo de Sto Paulo \Vagetagdoremanescente de Mata Alaniica % area HO Cotia 4.060 39 | _ 245 23| 953 40 4| o2 Embu 2.242 33 | 959 ao] 829 38 27 | 44 Embu-Guagu e365 | 235] 2003 | ia] 6.956 | 205 tor | aa Itapecerica ee? | 25,3 | 2202 | 212| 5.363 | 22.8 eo | 3s ‘Juquitiba 308 44 25 oz] 422 18 4] 02 ‘S80 Lourengo 986 3.6 80 or] 2224 94 21 | os $30 Paulo g206 | 343] 5.110 | 47.3| ee10 | 289 | 2207 | 29.9 Capela do Socorro 882 33 | 1862 | 172] 26a 14 638 | 260 MEB0i Miri 4.240 46| 1669 | 155| 538 23 | 1.186 | 48,3 Parelheiros ziv4 | 26,5 | 1.879 | 146| 6.003 | 255 | 383 | 156 ‘Total Bacia 27.094 | 10,0 | 10.806 | 100.0| 23.557 | 100.0 | 2.456 | 10,0 " Sobre a total ocypada por vos antépios na Bac em 2003, que nt aries, campo atone. estedae, ndustra, eas de er, minor: fo. roferestamonto #00 x00 "Sabre a rea tot ocupads por uacs urbancs na Bela om 2003, que ei ccupagto ubana de ata e mada derskada, counsel cepersa © condom ‘ios residence "Sobre rea total ooupada por Rermanescentes de Mata ABrtca ra Baca er 200, inclu Maa Arca Secund em esti ictal, médio@ avancado de reganoracdo, Mata Ata prmna. vrzea © campo d aitude "Sobre asta oa acinada po orp aque ra aia om 2003, quent espeho equa do resto Guarapanga, acudeselagos ‘As areas de vegetagao remanescente de Mata ‘Atlantica ocupavam, em 2003, 37% da area da bacia. Estas fistonomias so essenciais para a manutengao da capacidade de produgao hidrica e para o equil brio ambiental da bacia. Em 2003 a érea ocupada pelo espelho d'égua do reservatério era de 2.222 hec- tares, que é bem menor do que a sua érea média, conforme definida no PDPA Guarapiranga’ (2.622 hectares). Esta diminuigéo é um reflexo do periodo de estiagem pelo qual a RMSP vem passando des- de 1999 e pode estar associada ao assoreamento € retirada de agua acima da capacidade de produgao do reservatorio. ‘As categorias de uso do solo ndo esto dispostas de forma homogénea pelo territério da Bacia da Gua- rapiranga. Grande parte da ocupacdo urbana existen- te na Bacia, que inclui éreas adensadas e em proces- 50 de adensamento, localiza-se no municipio de Sao Paulo (47%), seguido dos municipios de ltapecerica da Serra e Embu-Guagu, com respectivamente 21,2% © 19,4% dos usos urbanos. (tabela 7) fue coma. per, Baro Toke miroindeEnu-Guy | PenodeDsbeaineioe Pio Areal FOPAGusapar roxio 8 Esvada da Mina do Ow 0 16 Aptidao fisica ao assentamento nicos, em especial os relacionados com erosao, assorea- urbano na Bacia mento, enchentes e escoregamento de terra, ‘Acaracterizacéo da bacia, resultante deste estudo, Oestudo “Aptiddo Fisica ao Assentamento Urbano’, _¢ um “retrato” da sua capacidade natural de absorver produzido pelo Instituto de Pesquisas Tecnolégicas do qualquer tipo de ocupagao. As cartas de Aptidio Fisica Estado de Sto Paulo (IPT), permite avaliara fragiidade podem servir como subsidios para legislagées, pols de uma regiao como a Bacia Hidrogréfica da Guarapi-_ apontam problemas geotécnicos caracteristicos das di- ranga quanto a sua capacidade de receber ocupagdo ferentes porgdes do territérioe assinalam oritérios para urbana, Baseado em informagées sobre variagdes de 0 planejamento da ocupagao na Bacia, relevo, caracteristicas fisicas do solo, tipologia da co- Segundo este estudo, cerca de 58,4% da Bacia da bertura vegetal, entre outras, 0 estudo tem como objeti- Guarapiranga apresenta sérias e severas restrigbes vo apresentar orientagdes para expansao urbana; sub- _ao.assentamento urbano. Enquanto apenas 5, 1% apre- sidiar, com critérios técnicos, a elaboracao de projetos sentam condigées favordveis e 26,6% tm restrigdes de parcelamento do solo; e minimizar problemas geotéc- _localizadas. (tabela 8) Ey es Creer) revicee ‘reas Favoraveis| Colinas; predominam “Topograta suavizada, no exigindo prtcas aa | 54 amplitudes de 40m @ ‘especiais om projets de parcelamanto ocvidadas de até 20% ‘reas comRestigaes | Moriotesipregominam Goncictes topoaraicas predominantemente avorivels, | 17.028 | 258 Localizadas| ampitudesde 60me | comaiguns setores problematics (deci dades maioras decividadesde20% | que 30% e cabeceiras de drenagem) que exigem cudados, _especiis de projeto eimplontacao. ‘Treas Pasivels da | Morras bakos;predominam Concigbes topograficas desfavoravoisommuitos | 22100 | 346 oupsgao.com ‘amplitudes de 100m setores de encosia,queimpBem diretizes riidas Sérigs Restigies, ‘ededlvidades de 30% de projetoe implantacio ‘reas com Severas | Planicesaluvaspredominam | Balxa dealvidade do tereno, pouca protunidage dowengal| 585 | 150 Restigdes 1 ecividadesinferores 25% | freaticoe ocoréncia de sos com baixa capacdade ce ‘suporte. Sérios problemas de enchentes e difculdades para implantago das obras de saneamento,edfcages ‘sistema vario “Breas comSeveras | Moriolesbaixs sclados, am _| Topograiaproblematica (morotesisolados que sedesta. | 362 | 06 Restigbes-2 ‘meioapianicissakwviais | camdo uma rea relaivamente plana mal drenada). 8 ‘redominam ampitudes de 40m | problemas prevstos para as planicesaluvais so aqueles ‘edeclvidades maiores que 30% | descrtosna classe anterior. Nos morrotes os problemas {eso essociades a implantagdo das vas de 002880 €lotes ‘reas com Severas | Moroles altos: predominam — | Decividades aoentuadas nas encostas, quese apresentam| 2065 | 32 Restigdes 3 ampitudes de €0™me bastante recortadas po linhas de drenagem natural, Se- \declvidades entre 30% @40% | toes favorévals ita aos topos, que se apresentam {soladse consttuem pequena parcota da unidad. Tal fato implica em parcelamento descontinuo, sendo difci ‘© onerosa aimplantap3o de obras deinf-estuiura Treas comSaveras | Morosatos;predomnam | Ampltudes edeciidade elevadescicutandoas | 8222 | 50 Restigtes-4 amples de 150 me condlgdes de acesso as eas pooncialments decivdades (op0s de mors) ocupavessmaiores que 30% Treasimprépias | Seas escarpas:predominam | Ampitidesedeoivdedes clevadaseprecdraestabiidade ‘amplitudes de 300" (seras) | dasencostasimpdem dretrzesrigidas qv, naquase de 1000 escapes) 8 ‘otadede dos casos, inviablizamoparcelamento decividades maiores que 30% “rea Urbana Eacada “reas urbanes edicadesenierores ao estuio, quedo | 2732 | 43 foram dassiicadas Foie agoas eeutos cursos agua Zin _| az Treas da Parcus mm | 12 ouResenvas "Font: Cartas e Apdo Fiske ao Assertamento Urbano, EmplasaaPT | 7 Unidades de Conservacao e outras Areas sob protecio especial Os dados sobre a situagao ambiental da Bacia Hi- drogréfica da Guarapiranga mostram que apenas a legisiagao de controle nao tem se mostrado suficien- te para garantir a devida conservagao deste manan- cial e apontam para a necessidade de uma série de outros instrumentos, ages e incentivos para atingir tais objetivos. A implantagao de Unidades de Conser- vagéio® (UCs), através da criagao de parques e reser- vas ambientais, 6 um dos mais importantes instru- ‘mentos dentre os mecanismos atualmente disponi veis para garantir que areas estratégicas para a pro- dugao de agua sejam efetivamente preservadas. ‘A despeito de sua importancia para o abas- tecimento publico, apenas 1.2% (71 hectares) da Bacia da Guarapiranga esta legalmente protegida sob a forma de unidade de conservagao de protegao inte- gral de uso indireto que corresponde & porgao inserida dentro dos limites do PES da Serra do Mar’ ‘A regio conta ainda com dois Parques Ecolégi- 08, que ocupam 0,6% da area da Bacia e possuem areas voltadas & pro- tegdo e ao lazer ere: creagao. Existem trés parques municipais (que totalizam 46,2 hectares). Estes par- ques constituem im- rena ragao Ambiental da Guarapiranga desenvolvido pelo Governo do Estado durante a década de noventa. ‘Area total ocupada por parques é 457,7 hectares, de acordo com informagdes constantes no Atlas de Unidades de Conservagao Ambiental do Estado de ‘S40 Paulo (SMA, 2000) e prefeituras municipais. ‘A Bacia Hidrografica da Guarapiranga tem parte de seu territério inserido na APA Municipal do Capivari Monos (8%) ¢ a totalidade na érea de abrangéncia da Reserva da Biosfera do Cinturdo Verde da cidade de ‘S80 Paulo (RBCV), parte integrante da Reserva da Biosfera da Mata Atlantica, Areas protegidas da Guarapiranga Restate ca Bacia 98,1% Parques 07% 1,2% PES Srado Mar Parques e areas protegidas na Bacia da Guarapiranga rear CoCrr Uy) ines portantes dreas de lazer para os mais de 760 mil habitantes da Bacia da Guarapiran- ga. (tabela 9) Todos os parques apresentados na tabe- la anterior (tabela 9), com excegéio do Par- que Municipal Gua- rapiranga, foram im- plantados no mbito do Programa de Recupe- Parque Ecolégico da 264 0.41 | So Paulo | Parque ecologico Guarapiranga estadual Parque Ecolégico da 128 0.20 | Embu-Guagu | Parque ecolbgico \Varzea do Embu-Guagu estadual Iiha dos Eucaliptos ® 35 0,05 | S40 Paulo | UC estadual de protego integral Parque da Represinha © 9 0.07 | Itapecerica | Parque Municipal da Serra Parque Francisco Rizzo“ 22 0.03 | Embu Parque Municipal Parque Municipal 15 (0.02 | So Paulo | Parque Municipal Guarapiranga © ‘Total de areas de parqu: 473 © Sobre oa al da Baca da Guarapranga (63.011 hectare). Fons: ISA ‘Forte: las dos Unidas de Consevagae Amibenta do siod0 de S30 Paulo, SMA, 2000 © Comesponde area mapaada com ha. Fonts ISA “Cortera loeapsos fonecis por tocar das respectnaspelotuas |= Fort: las Ambiortaldo Muncpo do Sao Pauo, PUSP’SVMA, 2008 ha Unsndes de Consermgio so ens destndos 3 preseniagio da neler, clades pore ou alos sriisratios dos goveros fora esis € ‘unjpas.As Us abo dias em clegonas que Wadurem alerenea pcs de uso penis, compreendendo Sead Bras de poles neal ale ress do uso suerte! * ndea do PES Sera do Marinsorida na Bacia equal 0024% da ros toa desta UC, que 6 de 316300 hectares. Fonte: Alas das Unidad de Cons vaeao Ambler do Estado de Sao Pau, SUA, 2000 18 ne coleta aoe a) Rise Oooo) EWI Sintose do levantamento de espécies de flora e fauna presentes na Bacia da Guarapiranga CTT Ty S2espicias (49espécies. | Mata secundéia, consitulda princialmente de espécies pioneras, Fauna | deaves,2esnéciesde | Bana cversidade de plantas secundaria e clmavicas,ticas de mamiteros et répt)__| porestaspriméras ¢ em bom estado de preservacso. Nao foram Fora 0 idaniticados anfibios e mamiferes de médio grande porte, Prosenca de cepécios mas tolerantes i altoracéos de habitat ‘A maiora das especies denticadas so tlerantes a ambientes| ana | *3@tespédesdeaves | urbane. Presenca de espéciestiptas dos corpus sau da ‘e2demamniferos) regio. Presenga de algumas especies winerdvels (bugio, ‘caxinguel6) em periga de extingo (favo do mato) Diversas especies com ampladistibulgao e tolerantes &alteracdo —_ a ntiépla dohbitate& proximidade aos contos utbanos. Presenca de apenas uma espéce de mamitero(veodo catngueir). Uma espécie om perigo do extn (pavo do mato) ‘Preserca de varias eepécies de anfbios 0 espscles de aves Fauna | Stespécies(t0anfibios, | enigmicas.Presenca de espécies vuneréves (gavido-car, ‘Srnaritetoe 79 aves) cotyjnha-do-mato,tesoutdo, bela lr preto-ebranco 20) cachorro-dosmato) que 830 insicatvos de ambiente preservado. Dis habia bastante dstintos foram caracterizads: Foe sat ‘mata em estigio avangado e campos de alitude, "Fonte: Depave, Secretaria do Verde Nelo Anes da PNEP Biodiversidade na Baci Hidrografica da Guarapiranga ‘Apesar da degradagao de extensas éreas, @ Bacia Hidrografica da Guarapiranga ainda conta com uma grande diversidade de espécies de fauna e flora. A Tabela 10 apresenta a sintese da compilacdo de le- vantamentos qualitativos de fauna silvestre ¢ flora local realizados pelo Departamento de Parques e Are- as Verdes do Municipio de So Paulo (DEPAVE) na regido da Guarapiranga entre 1993 e 2001, em qua- tro pontos da bacia: Parque Municipal da Guarapiran- ‘Arlo da Guarapanga cota com grande cveredade deceptive {92% Sitio Margarida; Clube da Varig; e Parque Estadu- al Sorra do Mar - Nucleo Curvoutu, Os resultados dos levantamentos indicam que as reas mais preservadas e protegidas da pressao ur- bana apresentam maior diversidade de espécies econ tam com a presenga de especies mais vulneraveis raras. Ao mesmo tempo, mostram que as reas frag- mentadas e expostas aos usos antrépicos também conservam uma importante diversidade biolégica. © Nucleo Curucutu do PE da Serra do Mar apre- senta no s6 maior nlimero de espécies de fauna & flora identificadas, como também maior nimero de ‘espécies endémicas, maior diversidade de grupos de animais & maior nimero de animais de grande porte. Tal constatagéio pode estar ligada & sua localizacao, mais distante da maiha urbana, e a grande extensdo florestal ainda presente no Parque, capaz de suportar uma biodiversidade mais vasta. ‘Apesar de apresentarem menor biodiversidade, os fragmentos pequenos, tais como o Parque Guarapi- ranga, Sitio Margarida e Clube da Varig podem funci- ‘onar como corredores de espécies e constituir elos de ligagdes com os demais fragmentos da regiao, sendo fundamental, portanto, a manutengao € pre- servagao dos mesmos. 19 an a Ea eee Mineragao na Bacia iranga Os empreendimentos minerarios podem ‘causar impactos ambientais durante seu fun- cionamento e quando desativados. Em pe- dreiras, os principais impactos so: escorrega- mento de blocos, estabilidade das frentes de lavra e dimensao dos lagos que se criam em fungao de extracao mineral local. Tais impac- tos esto correlacionados & extragdo do mi- neral e a etapa posterior & paralisagao das atividades. Os principais recursos minerais explorados nna Bacia da Guarapiranga sao Agua Mineral, Caulim, Argila, Areia @ Granito. De acordo com 08 processos cadastrados junto ao Departa- mento Nacional de Produgao Mineral DNPM, existem 139 requerimentos dentro da drea da Bacia Hidrogréfica da Guarapiranga, dos quais apenas 31 (28 com concessao de lavra e 3 ‘em regime de licenciamento) esto autoriza- dos pelo érgao federal a explorar 0 recurso, Para desenvolver as atividades, no entanto, & necessério que os empreendedores obtenham a li- ‘cenga ambiental junto & Secretaria de Estado do Meio ‘Ambiente de Séo Paulo - SMA Os processos habilitados junto ao DNPM para ex- ploraros recursos minerais na regido representam ape- nas 1,3% da area total da Bacia da Guarapiranga. Ao mesmo tempo, hé 41 processos na bacia com reque- EER situios minorarios obtidos requeridos junto ao DNPM na Bacia (até marco de 2005) “hectares: % Neteee | a] eee: | a8 oe oon "Sobre area ictal da baie (63.011 Peciaes) ineragao do Cau muniipc de Embu-Gusru, prime 20 ro Embu-Guequ rimento de pesquisa (17% da area da Bacia), 60 pro- ‘985505 com autorizagao de pesquisa (13,9%) @ 7 pro- cessos de requerimento de lavra (0,3%). Isto signifi- ‘ca que, caso todos estes processos cheguem a fase de concessao de lavra ou regime de licenciamento, a Bacia Hidrogréfica da Guarapiranga tera 32,6% de seu terfilério sob algum tipo de explorago mineral. Este no & um cenétio favorével & manutencao das caracteristicas de um manancial e da garantia de pro- dugdo de dgua em quantidade © qualidade desejs- veis, (tabeta 11) ‘A anélise dos dados do DNPM em conjunto com as informagdes de uso do solo, obtidas através da interpretacao de imagens de satélite, mostra que as reas de exploragdo mineral (em atividade ou aban- donadas) freqiientemente no coincidem com as are- 1s cadastradas junto a0 DNPM. Ocorrem situagées diversas, como processo em fase de concessao e/ou licenciamento cujos perimetros identificados no uso do solo sao diferentes dos aprovados pelo DNPM; reas de mineragao identificadas no uso do solo e que no possuem processo junto ao DNPM: areas ‘em atividade porém em estagio preliminar junto a0 DNPM (requerimento de pesquisa) a BACIA DA GUARAPIRANGA 22 7 Diagnéstico Poets leva apart de esgotos domestics pel io Parelhros cotouem para. tas concenracies de stot FozdoRioPareheros | colfemes ecaise texas concentagdes de OD veriicedes, Por serum ambient lénico(ouintermesiro)impede (GUAOT00)~ ‘ura mebordrsogie das Aquos, dimiuindo anda ma aconceriacio de OD, Por odtrolado, consogue hie reservaéxio ‘mais os nities aporiados€ assim confer qualidade BOA IQA. Em 11 da536 amostrasanaisadas OIA‘ REGULAR em, OTIMA, Nao howe tendéncia srficatva de aumento ou diminutso do IAA period 5 ‘Apresonla alta concentiagaode fsfoo total (far iitante a crescimento de algas), que est velacionado Caplets Nat com as freqdentes floracées de algas na represa. 0 indice de qualidade varia entre BOA/OTIMA e tem rela Sabeso (GUAD9I0|— | 59 cireta coma duo dos rots aportadosnarepresa, Aolongo do period anasado aprosertou OA ‘eservatonio ‘entre BOAIOTIMA, apenas 1 amostra teve indice de 12(PESSIMA). ‘Apresentou ats concetragoes de sf totale colformes fais, que indcam poluae pr esgotes domést. cos. Os alssimasniveis a fare pam estar elacnados &cantaninagto par atuentes industria @08200- oe iaeguen mento superficial de ase avanidas, Niveis médios de OD 9 DBO sugerem oxigona;Sosatstalrado tuto, feucUIo ‘oque pode explicarasbaixas concentrapies de niroori amoniacal, composto esse que pode ser oxidadoem butério presenca de oxgénio e ranstrmar-se emnitato. Ao longo do period analsato, apresertou 89% das arrostras com qualidade BOA IO), Os melhores indices sa referem 20s meses deunto ejuho, quando precipita luvomtica émener,conferindo methra IQA. Por outro lao, nos meses mais chuvess(novembxo.@max- (0) 08s fram mais bos porhaver max contreuigo de cargas usasaocerpod aqua Foramideniiicades aos nivesdefsforo totale cafrmesfecals, que esto relacionados oom poco po es- Fo Emburien ols domestics. As alsa concenrarbes de feoindicam possve conrbigSo pr afventesindustias ee COsniheisbiainos de oxiganaro, devo 90 seu consumo pela decomposicso de maria orginica esto), per tribute :mumairconcentracao de nitegEnioameniacapinipalmente a parte 198, concomitant com aciinu- ‘Bodo IGA. As 1994 este ribo apresentava qualidade BCA. Noperodo compreendido ene 1994 a 1986, houve queda do IA, conferndo qualidade REGULAR, que se manteve, com osiacoes, nos anos sequins, Qualidade da agua conter essas floragdes, bem como na quantidade de A situagao alual do reservatério ¢ seus afluentes caracteriza-se pela detetioragao progressiva da qua- lidade das Aguas, em fungéo do crescente aumento do despajo de esgotos e da poluigao difusa, que re- ‘sulta em grandes aportes de nutrientes (principaimente nitrogénio e fésforo) e de coliformes totais. A qualida- de das aguas que afiuem ao reservatério Guarapiran- ga esté diretamente relacionada as caracteristicas de Uso e ocupagio do solo dos diferentes compartimen- tos da bacia, assim como a disponibilidade de infra- estrutura sanitéria e seu respectivo nivel de eficién- cia operacionel. A deterioragao da qualidade da agua ver ocor- rendo desde a década 1980, quando foram registrados relatos do incremento de floragdes de algas @ cres- cente processo de eutrofizacao do reservatério. Essa tendéncia continua até os dias atuais, e pode ser me- dida através da quantidade de algicidas aplicados para produtos quimicos utilizados na Estago de Tratamen- to da Agua (ETA) do Allo da Boa Vista, onde o trata- mento da agua utiliza tecnologias avangadas e com custos crescentes, diferentemente do previsto para corpos d'agua de Classe 1.7 Recentemente, 0 excesso de poluigao na represa ver provocando 0 surgimento de “ilhas de plantas’ Essas “ilhas” so formadas por enormes quantidades de plantas aquaticas (macrofitas aquéticas) principal- mente alface d’agua (Pistia stratiotes), salvinia (Selvinia auriculata) e Polygonum sp, conhecida como erva-de-bicho. Em quantidades normais, essas plan- tas aquaticas desempenham fungdes ecolégicas im- "De acordo como Deere Esta! 8.468 061676, as Aguas do reser {Glo Gusrairanga orem enguadradas como sendo de Classe 1, eatego- fade agus destracse, errs autos uros, ao abostecmarto domesteo ‘pos ratamento simpiicadoe a preservagao das comunidades agua fas, onde nso soo aumiidoslancamertos ce euentes, mesmo valados ‘Alem do reseratéo, foram enquadradas core Classe {, 05 los Em {Guacu sParehoires. O rio Embu- Mim tove suas Sguas lassticades ‘amo condo Chee 2 23 portantes, servindo de fonte de alimento ¢ abrigo aos € auxiliam na retengao de material em sus- pensio e absorgéo de nutrientes. A presenga exces- siva das mesmas deve ser avaliada com cautela pe- los seus impactos sobre a qualidade da agua (fonte adicional de matéria organica), bem como para 0 asso- reamento na represa ‘A qualidade da agua dos rios ¢ tributarios é moni- torada através das redes operadas pela SABESP e pela CETESB. Esta Ultima monitora a bacia em 4 pontos, ssendo 2 nos rios Embu-Guagu (EMGUO 0800) e Embu- Mirim (EMMI02900) ¢ 2 no reservatério, na captagao de agua da Sabesp (GUA0900) € na foz do rio Pa- relheiros (GUAD100) (tabela 12). A SABESP, por sua vez, monitora a qualidade da égua da Bacia da Guara- piranga em um total de 30 pontos de amostragem, sen- do 20 em rios ¢ tributarios e 10 no reservatério. animais As fontes de poluigéo O esgoto e a poluigdo difusa constituem as princi- pais fontes de poluigdo da Represa, com sérias con- seqéncias para 0 abastecimento piblico de boa par- te da populagao da RMSP, ¢ t&m intima ligagdo com ‘a deficiéncia dos servigos de saneamento, em espe- cial de rede de coleta, afastamento e tratamento do ‘esgolo produzido pela populagao da Bacia. ‘A poluicao difusa, por sua vez, compreende toda a sorte de residuos @ dejetos produzidos no territério da Bacia, que nao sao destinados as redes de sanea- mento, e que, em especial nos momentos de chuva, afluem aos corpos d’agua que formam a represa. A carga difusa urbana inclui o escoamento superficial que contém residuos de casas e ruas, dejetos domés- ticos e efluentes comerciais e industriais de pequeno porte. Entre as cargas difusas rurais estéo os resi- duos de atividades agricolas, criago de animais, mo- vimentagao de terra € areas de mineragao carrega- dos pela dua da chuva. ‘Segundo os dados de uso do solo constantes nes- te estudo, em 2003, mais da metade da area da Bacia da Guarapiranga (59%) encontra-se ocupa- da por usos humanos, sendo 17% usos urbanos 42% usos para atividades econdmicas, como mi- neragao, reflorestamento, agricultura @ areas de pastagem. Os impactos desta intensa ocupagao sobre a qualidade da agua séo agravados em fun- (do da precariedade dos servigos de saneamento basico na Bacia, caracterizada pela auséncia de 24 uma cobertura ampla deste servigo ¢ pela falta de transporte do esgoto gerado para fora da bacia que 6 despejado na represa e nos rios sem receber qual- quer tipo de tratamento. Reversao das aguas do Braco Taquacetuba/Billings E importante considerar que @ vazéo média re- guiarizada do brago Taquacetuba € de 1,7 mi#s, ou seja, inferior & quantidade de agua captada, ficando claro, portanto, que a agua que chega no reservaté- rio Guarapiranga possui uma parcela proveniente do corpo central da Billings (com possivel influéncia da reverséo do rio Pinheiros), e no s6 do brago Ta- quacetuba. E necessario avaliar os impactos da reversao da ‘gua da Billings para a Guarapiranga, visto que na primeira existe grande diversidade de géneros de al- {928 (algumas com potencial de liberagéo de hepa- totoxinas) e espécies de zooplancton que nao exis- tem na Guarapiranga, podende alterar a comunida- de existente e gerando possiveis floragdes de algas, podendo comprometer a qualidade da dgua para abastecimento piblico ou até mesmo a bal- neabilidade. Legislagao ambiental incidente na Bacia Hidrografica da Guarapiranga ‘As reas de mananciais da Regiao Metropolitana de Sao Paulo possuem legislagao estadual especifi- ca de protegdo desde a década de setenta. Posterior mente, em 1997, foi editada a Lei Estadual n° 9.866 que estabelece diretrizes, normas, protegao @ recu- peragéo das bacias hidrogréficas dos mananciais, Com a nova legislagao, todas as areas de mananci- ais ~ € no s6 aquelas localizadas na RMSP - pas- sam a ser protegidas e devem ter suas legislagoes: especificas. No inicio de 2006, foi aprovada @ Lei Especifica da Area de Protec&o e Recuperacgao da Guarapiranga - APRM Guarapiranga (Lei estadual n? 12.233) Na regidéo da Bacia da Guarapiranga incidem nor- mas federais e estaduais relativas protegao am- biental em geral, & protegao dos recursos hidricos florestais, ao licenciamento de atividades potencial- mente prejudiciais ao meio ambiente, ao uso e ocu- pagao do solo © aos crimes ambientais (tabela 12). cr Pree Lein? 4.771 do 1965, Leis 6.706 de 1979 Codigo Forest Parcelamento do solo urban Lei 6902 de 198% ria as igure jurcicas de Estagio Ecoligica Area de Protege Ambiental “APA Loin? 6.938 do 1981 Dispbe sobre a Poltica Nacional de Meio Ambient Resolugéo Conama n°01 de 1986 | Dispde sobre as aivdades miner. Constiigo Federal de 1988 Capitulode Melo Ambiente ~Artigo 22,28, 24.2225, ‘Decroto Federal” 750 de 1993 ‘Regula o cote, a exploragao e a supressdo de vegetaqao primdria ounos estagios avangado e médho de regeneragao da Mata Adéntica, FResoluglo Conama 1°01 de 1998 Loin 9.438 de 1907 Regula o cote, a exploragao ® a supressao de vegetacao priméria ou nos estagios avangado.e médiode regeneracdo da Mata Antica no Estado de, Paul. Insta Polica Nacional de Recursos Hidricos e rio Sistoma Nacional de Gerenciamento de Recursos Hits Lela 8608 de 1008 ‘ispbe sobre as sancbes penaise administratvas derivadas de condulas@atvidades sivas 20 melo ambiente ‘Lei de Crimes Ambiente". FResolugao GNRHn? 12 de 2000 fin rtéres para enquadraments de corps gua er lasses segundo sou uso preponderante Resolucao CNRH n® 16 de 2000 Define gras e clérios para outorga de uso de recursos hiticos Lein 9985 de 2000 Inst o Sistema Nacional de Unidades de Conservacdo (SNUC), que regulamenta a criaga0e ‘a gosto das unidades de conservagSo om teritro nacional, Decreton* 4340 de 2002 Rogulamenta a Leia? 9985/00 Decrato 424040 2002 ogulamenta a Lei 9.58500, que institu 6 Sistema Nacional de Unidades de Conservagao. Resolugao Conaman"357 de2005 | Dispbe sobre aclassicacao dos corpos de agua ecretizes ambientas para seu enguadremerto, Loin 698.66 1975 Leln 997 46 1976 Protegao aos Manancia's da Regiao Metropolitana de Sao Paulo Dispie sobre o Controle de Peluigao do Melo Ambiente Leint 1.172 de 1976 Protegio os Manancia's da Regiao Metopoltana de S20 Paulo Decraton’ 8.468 de 1976 Estabelece, dentrecutras disposes, as classes de uso da dguano Estado e define 0s seus respectivos parametos de qualidade Consiga do Estado de S80Paulo | Atigosdo Melo Ambiente, dos Recursos Naturais edo Saneamento-ar, 191213, do 1989 Lein’ 7.663 ¢e 1991 [nattula Poliioa eo Sistema Estadual de Gerenciamento dos Recursos Hidnoos Len? 9.034 de 1904 Estabelece 0 Primeio Plano Estadual de Gerenciamento de Recursos Hidrcos Decraton’ 43.505 de 1998 (ela? 8500 de1997 Lela 9.866 de 1907 Lein? 10.0200 1998 “Autorza a Secretaria de Melo Ambiente do Estado de Sao Paulo a rmar convEnios com os Mu- rcinios visando @ fscalizagaoe olicanciaento ambiental Dispie sobre aPltca Estadual de Meio Ambierte Estabelece novalel de Protegao aos Manancials do Estado de Sdo Paulo ‘Autoriza © Poder Execuive a panicinar da constitu das Fundacoes Agendas de Badias| Hrograticas Loin’ 12:188:de 2005 12.288 do 2006 Dispoe sobre a cobranga pela ulza;0 dos recursos hidricos do domino do Estado de Sao Paulo, os procedimenins arafixagdo dos sts iris, condcionants 6 valros ed otras providéncas. Estaboloos a droa de protogao erecuperacao ambiental Guarapranga Loin’ 1238.46 2001 Lein® 72de 2003 Lela 13.885 de 2008 Dispbe sre 0 Pano Deter Estratégico do Municipio de epscericada Sra ise sobre o Pano ietr do Municiio de Embu Estabelace norma complomsntres a Plano Dior Esalgico, stl os Pianos Regionals tations das Subprefeuras, dispde sobre o prcelament,dsciplinaeordenao Uso © Oou 120380 do Solo do Municipio de S20 Paulo 25 Alteragoes socioambientais no periodo de 1989 a 2003 na Bacia da Guarapiranga do uso do solo na Bacia da ja no periodo de 1989 a 2003 0 processo de ocupagao por atividades humanas 1a regido no é recente, Mas chama atengao que con- tinue ocorrendo, a despeito de toda a legislagdo de protegao e conhecimento produzido ac longo dos anos sobre os impactos negativos sobre a produgao de agua para 0 abastecimento piblico, Entre 1989 € 2003, a parcela da Bacia ocupada por atividades humanas aumentou de 7.8% para 59,3%, em detrimento daquelas cobertas por vegela- ‘90 remanescente de Mata Atlantica e pelo reserva- t6rio, As dreas ocupadas pelas diferentes categorias de uso do solo na Bacia Hidrografica da Guarapiran- ga em cada um dos anos analisados sao apresenta- das em niimeros absolutos e relativos na tabela 14. ‘As principais tendéncias identificadas no periodo dizem respeito & substituigdo de reas cobertas por vegetagao nativa por usos antrépicos (campo antrépico, agricultura, minerac&o, entre outros); au- mento das éreas ocupadas por usos urbanos; e dimi- nuigao significativa da area do reservatério. As infor- mages sobre o comportamento de cada uma das ca~ Coeupagio urine de alta dersitage nas proxies da vores rmuntipio de Sao Pavlo 28 EP) Uso do solo na Bacia da Guarapiranga nos anos de 1989 e 2003" cupagao urbana 4.492] 7,0] 4.909] 7,7 de alta densidade (cupagao urbana 2807) 45| 3705] 58 de mécia densidade Gondominio 246| 0.4 261| 0.4 Ccupagao dispersa 1.585] 2.5] 1.930] 3 ‘Agricultura 2731| 43] 2762| 43 Campo antrépico 19.433) 30,4] 18.874] 20,5 Estrada a2{_ oa] 42] oa Industria 79] 0.3) 185] 0.3 Lazer 305] 0,5) 340] 0.5 Mineragao s22| 05/382] 0.6 “Reflorestamento 4387| 6,9] 4.198] 6.6 Solo exposto 338 06/311] 0.5 Gampo de altitude 142] 0.2) 142|_02 vVarzoa a2|_47| 1412) 22 Mata allantica primaria | 13.028| 20,4) 12.692] 20,2 secundaria em estagio avangado de regeneraco Mata Antica secundaria | 9.679| 16.1| 9.110| 143 em estgioincial e medio de regenoracao ‘Agua 225| 04| 296| 0.4 Reservatério 276 4,3) 2222) 3.5 ‘Areas ooupadas por | 9210/1441] 10.805 |16,91 usos urbanos Areas ocupadas por usos antrépicos Vegetacao remanescente de Mata Atlantica * Dados odes a pani de ierpretagio de imagem de sldite Landsat ' EmelagSo dro otal dn Gain (62981 Pecos) 27.739| 43,4) 27.094)42,39 23.961 |37,49 | 23.557 (36,86 tegorias de uso do solo no periodo entre 1989 e 2003 ‘so apresentadas na tabela 15. Aexpressiva diminuiggo da area ocupada pelo es- pelho d’égua do reservatorio, apresentada na tabela 4, chama atengao e deve ser avaliada com cuidado, Esta brusca diminuigao pode estar relacionada com um intenso e prolongado periodo de estiagem pelo qual ver passando a RMSP. Entre 1989 © 2003, a rea ocupada pela represa diminuiu 588 hectares (21,2%), dos quais 401 hectares dizem respeito per- da no periodo mais recente (entre 1999 e 2003). Alteragdes nas categorias de uso do ‘solo na Bacia (conversao e incremento), entre 1989 e 2003" Conor a eis ore e meee) Ocupagao urbana 419/93 de alta densidade (cupagao urbana 74) 26 | e89| 308 de media densidade Ocupacao dispersa | 96] 6.1 | 441 | 27.9 Condominio 15 | 59 ‘Agricultura 665] 24,3 | 696 | 25.5 Campo antrépico | 2.475| 127 [1.916 | 9.9 Industria 5 3 Lazer 36] 1.5 Mineracao 62| 192 | 121 | 377 Reflorestamento 532] 12.1 | saa] 7.8 Solo exposto 363| 107.2 | 335 | 99.1 Varzea 36| 32 | 335 |" 30.1 Mata allantica 136) primaria © secundéria em estagio avangado de regeneragao Mata atlintica sai] 61 | 23] 02 secundéria em estagio inicial @ medio de regeneragaio ua 39] 172 | 4a] 21.5 Reservatorio ses] 212 | 33] 12 "Em lag read catogora em 1080 Expansao urbana no perfodo entre 1989 e 2003 No periodo entre 1989 e 2003, a Bacia Hidrogréfica da Guarapiranga apresentou um crescimento expres- sivo de dreas com ocupagdo urbana (19,2%). Este pro- cesso ocorreu através do surgimento de novas ocupa- 962s, consolidagao da ocupagaio existente e transfor- magao de areas rurais em urbanas. As éreas urbanas de alta densidade tiveram acréscimo de 419 hectares (0.3%), dos quais a maior parte (78%) deu-se sobre reas ocupadas por campo antrépico e solo exposto, Outros 17,7% ocorreram sobre areas de ocupacao de média densidade que consiste no adensamento da ocu- Expansio urbana na Bacia da Guara- piranga no periodo de 1989 a 2003" eee} Ocupagao urbana de 419 93 alta densidade (Ocupagao urbana de 889 208 media densidade (Ocupagao dispersa 456 249 condominios Total 1.764,0 192 Em igo brea ob dacalagaria om 1089 * Datos odes apart de inorprotagio de magom de stite Landsat Incremento de éreas de ocupagio urbana de alta densidade na Bacia da Guarapiran- ‘ga no periodo entre 1989 e 2003° Cot On) eroscrry (Ocupagao urbana de 74 17 media densidade (Ocupagao dispersa 4 10 ‘Campo antropico 209 499 Reflorestamento é 14 Solo exposto 118 282 Mata allantica secundaria é 18 fem estagio inical e medio de regeneragao Total de incremento a9 100.0 * Dads cbides a parr de rirpretagto da mage de sale Landsat " Sobre ea total de norements da ecvpa;ao urbana de aa dndade no peroco ge 198082003, ‘Ocupaoprvena&vrzea nave do. Alsat, munllso de S30 Paul 29 {(perfodo de 1989-2003) 30 pagao jé existente (tabeta 17). Grande parte deste cres- cimento se deu no municipio de So Paulo, em espe- cial na Subprefeitura do M’Boi Mirim (62%), sequido dos municipios de Itapecerica e Embu. (tabela 19) een O crescimento de areas de ocupagao urbana com Peete etn média densidade foi de 889 hectares (30,8%) no pe- Perot oe ns riodo, dos quais 82,3% se deu sobre éreas ocupadas por campo antrépico e 10% sobre areas de ocupacéo dispersa, que significa a transformagao de pequenos _Ocupasio dspersa ncleos em areas mais adensadas (tabela 18). mu- Campo antropico nioipio de S80 Paulo foi o que apresentou 0 maior _Reflorestemento 2 zs crescimento de ocupagao urbana de média densida- _S%l0 exposto 27 3.0 de (424 hectares), principalmente nas Subprefeituras ‘Mata allantica secundaria 3 39 de Parelheiros e M'Boi Mirim, seguido do municipio _° stale inical © médio do regonoraga0 cde Embu-Guagu (205 hectares). ——— a oo “Dao ets pr de nee ce er sais Lara Evolugao do desmatamento na ‘Reeaherrtte emictooinan natin Bacia da Guarapiranga no periodo —siuose aidexo0 de 1989 a 2003 OO Crescimento das areas de ocupacdo urbana nos municipios ABacia Hidrografica da Gua- da Bacia da Guarapiranga no periodo de 1989 a 2003 (em %) rapiranga possui menos de 40% Ares de copuorbm de ata eine on de seu territério coberto por ve- ‘reas de ceupa dsperea «condoms {Wl Arcos de ocupeco utna demas desided getacdo nativa. Entre 1989 e 2003, a regio perdeu 727 hec- a ma aus tares de areas cobertas por Mata Atlantica, totalizando uma perda de 3,2% de sua vegeta- ‘so natural (tabela 20). No mes mo periodo, fol possivel identi- ficar a regeneragao de 19,1 hec- tares. Chama atencéo que este Cola Embu Embu Ttapecerica uqutlba Sao Capola—M'Eoi Pareheiros Guagu daSerra Lowrenco Municipios! ered eos Corny Serta Cotia 1a | i7a_ | as | it 97 | 24 Embu oo | 164 | 165 | 106 | 572 | 119 | 52 | 309 | 14 Embu-guacu | 4a 26 | 205 | 224 | 230 | 161 | 27.4 | 353 IRapecerica eo | 96 | 19.1 ss7_| ta7_| 154 | 73 16 | 16.0 ‘Juquitiba - 5 6 | 38 | 13 ‘So Lourengo - ze | 533 | 61 Capela 5 we [42 [241 [7 | ee | 15 M Boi Mirim 259 | 238 | en? | 112 se | 125 | 19 | 549 | 42 Parelheitos _ = 20a | 417 | 331 | 99 | 254 | a7 Total 419 | 93 [1000 | se | 30.8 | 1000 | 456 | 24,9 | 10,0 ‘Em elardoa area i da categoria no munciilsubpretotura or 1089 1 Em raga ee tl de reverent no paris 31 'BACIA DA GUARAPIRANGA Evolugdo da cobertura florestal nativa (Mata Aiiantica) no periodo 1989 a 2003, 32 TE Eur) Primaria © secundaria 136 1,04 fm estagio avangado de regeneragéo Secundaria em estagio nicial | 591 6.1 le médio de regenoracso Desmatamento total 727 | _3,20 Dados abtdos a prt de tepeiagto de imager decade Landsat © Sobre ea total a etegora em 1989 crescimento se deu em areas que antes eram ocu- padas pela represa, Na tabela 21 € possivel verificar que as areas ocupadas por atividades antrépicas foram respon- saveis por grande parte (89%) do desmatamento ocorrido no periodo entre 1989 ¢ 2003, enquanto que as dreas urbanas respondem por apenas 11% deste desmatamento. Em termos de desmatamento bruto, © municipio de Embu-Guagu lidera as estatisticas, com 287 hec- tares de Mata AtKantica suprimida no periodo entre 1989 e 2003, sendo responsavel por 35,3% do total desmatado na Bacia. O municipio de Sao Paulo foi o ‘segundo com maior desmatamento bruto (173.4 hec- teres). Entretanto, quando observamos as taxas de desmatamento, é possivel verificar que a Subpre- feitura da Capela do Socorro, que apresentou des- matamento inferior a todos os demais municipios subprefeituras, foi mais impactada, pois perdeu qua- se 10% de sua cobertura vegetal no periodo. Situa- ‘90 semelhante ocorreu com a Subprefeitura do M’Boi Mirim, (tabela 22) Crescimento populacional no periodo entre 1991 e 2000 crescimento populacional & um importante in- dicador para se avaliar as alteragdes socioambien- tais em uma bacia hidrografica utilizada para abas- tecimento piblico, como é 0 caso da Guarapiranga. Isto porque, aliado & ocupagao desordenada do ter- ritério, 0 aumento da populagao gera maiores pro- babilidades de impactos ambientais, como a imper- Pee entre 1989 e 2003, Ocupagéo urbana de 8 14 alta densidade Ocupagao urbana de 35 48 média densidade Ocupagao dispersal 38 5, “Agricultura 76 10.5 ‘Campo antrépico 421 57.9 Reflorestamento 77 10.6 Solo exposto 50 69 Mineracao 19 26 ‘Outros * Dados obtos a part de nerprelagde do mage de satite Landsat "Sobre ea total desmatnda eve 1969 e 2003 (727 hetaes) T% 3% uqutba 20% Napecerca meabilizaco do solo e remogdo de vegetagao para construgao de moradias. Soma-se aos impactos da ocupagao a dificuldade do poder piblico de colocar infra-estrutura adequada ‘em escala e velocidade compativeis com o aumento de populagao. Entre 1991 e 2000, a regido recebeu pouco mais de 210 mil novos habitantes, que corresponde a um acrés- cimo de 37,8% em relagdo a 1991. A maior parte do ‘crescimento populacional na Bacia ocorreu no munici- pio de Sao Paulo, que teve um aumento de 136,5 mil novos habitantes. O municipio de Embu-Guagu, que est totalmente inserido na Bacia, apresentou um cres- cimento de 57% de sua populagao. (Labela 23) 33 Evolucao do desmatamento na Bacia Hidrografica da Guarapiranga no periodo de 1989 a 2003 eee once eee ramet cry acre} cr ee eat eee etd Cotia 33.2 6A 32. oz 364 | 37 Embu 33.4 74 67, 20 398 | 81 Embu-Guagu 203.5 72 532 14 256.7 | 38 hhapecerica 1255 4a 19.2 08 1447 | 27 Juquitiba 199) 14,3 38 412 237 | 53 ‘S80 Lourengo 75 65 452 24 627 | 23 ‘S80 Paulo 168,80 6A 46 On 1734 | 28 Capela (MSP) 1 120 = = 95 M Boi Mirim (MSP) 38.0 124 = = 99 Parelheitos (MSP) | 112.3 49 46 on 416.6 | 2.1 Totais 591.4 64 135.8 40 waz | 32 Dados oboe parr deinexpeiagto de magen de site Landsat ZEW) Crescimento da populagao residente na Bacia, por municipio, no periodo de 1991 a 2000 err Cotia 1.420 03 4.915 34.9 Embu 43.904 79 58.595 33.2 Embu-Guagu 36.277 65, 56.916 56,9 Itapecerica 93.146 16.7 | 129.685 39.2 Juquitiba 406 on 4.439 254.4 '$a0 Lourengo ® o oO 472 S80 Paulo 3e1195 | 685 | 517.788 35.8 ‘Capela do Socorro 493.870 50,9 348 | “39.075 | 20,2 M’Boi Mirim sat7ea_| 37.2 255 | e681 | 472 Parelheiros 45.556 120 82 z 30.637 | 67.3 Total na Bacia 556.438 | 10,0 | 766.810 2ios72_| 37.8 * conse Donoyfeo IBGE tor ¢ 200 "Coes BE 0 Fr: FPA Crescimento populacional nos municipios dentro e fora da sapiens SRHSOI2000 Guaronanga SRSO2000, Bacia da Guarapiranga (em %) de sloes coats CEWCetp em rear 8 ppulario tol resides na Bala no a comrespondents "em elo 8 ponulagso resdeie em 1994 na pore do ‘runic insria na Boe 0 muni oe Sto Laurer Sera fried ro ano e 199, 8 parr do muni de apecenica aoa Cotia Emu Embu Tapecerica Jyqutna S30 Canela M Bol Parelhaios | Guagy daSera Lourengo [BB crescimontopopulacional dni a Sea da Bacia {i Crexcimonto poptacional no stant da ea da Bacia 34 Ameagas e perspectivas para a sustentabilidade socioambiental da Bacia Hidrografica da Guarapiranga Analise integrada entre areas urbanas e aptidado fisica ao assentamento urbano ‘Accupagao na Bacia Hidrografica da Guarapiran- ga vem ocorrendo sem base em agSes de planeja- mento e controle e esté concentrada em areas am- bientalmente frageis, como o entorno da represa reas com restrigdes fisicas para receber ocupago urbana, o que intensifica seus impactos. O cruzamento entre expans’o urbana ocorrida no periodo de 1989 a 2003 e a aptido fisica ao assentamento urbano® con- firma essa tendéncia, No periodo analisado foi possivel verificar que apenas 12,4% da expansao urbana ocorrida na Bacia se deu sobre areas favoréveis ao assentamento ur- bano, enquanto 84,5% das novas ocupagies ocorre- ram sobre areas com algum tipo de restrigo, sendo 55,4% delas em dreas com sérias ou severas restri- ges 20 assentamento urbano. (tabela 24) Em 2003, apenas 7,6% das éreas urbanas exis- tentes na Bacia da Guarapiranga encontravam-se em reas favordveis, que sao aquelas onde a urbaniza- ‘¢0 causa menor impacto devido 4s suas caracteris- ticas ambientais menos frageis. A grande maioria das reas urbanas encontravam-se em regides com res- erent Peery ome ‘Areas Favoravels ‘Aroas of Restrigdes Localizadas ‘Areas com Sérias Restrigoes ‘Areas com Severas Restrigdes ‘Aroas improprias - : ‘Areas no 55 aa classificadas 310,41 17.6 | 267 22 "Em rlag 2 tal da expansao urbana no period (1.74 hectares) 1 Em lag dea bara eusorte on cad eatogora em 1909 20 pol IPT em 1080, 36 triges ambientais (68,6%), sendo 28,7% em areas com sérias restrigées a0 assentamento urbano, as- ssim classificadas por possuirem condigdes topografi- cas desfavoraveis, exigirem cuidados especiais para implantagao de qualquer tipo de ocupagao urbana e rigido acompanhamento desde o projeto até a cons- trugao da ocupacao, (tabela 25) Indice de Comprometimento da Produgao Hidrica (ICPH) entre 1989 e 2003 As alteragdes no uso do solo identificadas na Ba- cia da Guarapiranga no periodo de 1989 a 2003 re- sultam em impactos significativos sobre a qualidade de aptidao 816.5 2.870, Areas Favoraveis ‘Areas com restrigoes localizadas ‘Areas com sérias 3.1029 | 28,7 restrigoes ‘Areas com severas 1438,7 | 133 | 948 restrigbes ‘Areas impréprias os | 00 | o7e Areas néo classificadas | _2.674,9 Em rola rea tet de uss ubanos 2003, 10.805 hectares) |= Emelagao 8 ea ubaraexsare em casa clagori em 1989 Faveraves Nao classificadas Restigdes: a 7.6% tocalizadas. 23.8% 26,6% 13,3% vita ng mone 28,7% enaneaine ambiental da regido. No sentido de analisar a forma como estes impactos estéo sendo absorvidos pela Bacia da Guarapiranga e identificar as dreas mais propensas @ degradagao ambiental nos préximos anos, caso se mantenham as atuais tendéncias de uso e ocupago do solo, foi desenvolvide o Indice de ‘Comprometimento da Produgao Hidrica — ICPH.” Este indicador ¢ obtido através da andlise integra- da entre as alteragées decorrentes de atividades hu- manas ocomridas em um determinado periodo de tem- po e as caracteristicas naturals das sub-bacias que ‘compdem a Bacia Hidrogréfica da Guarapiranga —tais ‘como relevo, formato, quantidade de nascentes e a quantidade de cobertura vegetal e de ocupacao por atividades humanas (urbanas ou nao). Para 0 célculo do ICPH sao utlizados dados provenientes de ima- gens orbitais e de cartas topograficas digits. O indi- cador baseia-se em modelo algébrico que integra gru- pos de variavels geogréficas das sub-bacias, traduzi dos nos seguintes coeficientes: indice de escoamen- to fluvial, coeficiente de vegetagao € coeficiente de antropizagao, 0 indice de escoamento fluvial compreende ca- racteristicas naturais, tais como densidade de nas- centes, grau de permeabilidade natural, declividade @ energia potencial ~ responsaveis pela velocidade de escoamento da agua em direcdo as represas -e ‘a forma de cada sub-bacia — que influenciard a con- centragao e dispersdo das aguas e sedimentos 20 longo da érea drenada pelos cursos d’agua. Este in- dice identifica 0 grau de predisposigao natural de cada sub-bacia a instabilidade no equilibrio entre chuva-vazéio fluvial, que poder ser agravado em fungao do padréo e da intensidade da ocupagao antrépica, ‘As sub-bacias com altos indices de escoamento fluvial so as mais problematicas quanto & sustenta- ‘:0 do uso intenso em sua superficie. Entre elas, es- to as sub-bacias: GLE4, GLES, GLE6, GLE7, GLE11 @ GLE15. Todas estas sub-bacias encontram-se na porgo esquerda da Bacia. As quatro primeiras com- preendem afluentes do Rio Embu-Mirim (entre eles 0 Itaquaxiara) € as duas ultimas fazem parte da érea de drenagem do Ribeirao Santa Rita, que é afluente do Rio Embu-Guacu. ‘Amotdclaga alco api para a Guar piranga a paride modelo dacenvehi po SA parma Badia Hiroprsion fa Btngs SA, 2002), [Aimpermaabiizagto do slo ea fala de vegetagdo comprometem a inf trae da aqua no 5000 etensicam oescoamento superical © segundo fator considerado para cailculo 6 0 Co- eficiente de Cobertura Vegetal, que considera a den- sidade de vegetagao existente em uma deterrinada regio. Quanto maior o indice de vegetagao, maior a capacidade de retengdo de agua das chuvas, de infil. tragao no solo e diminuigéo da carga de sedimentos transportada pelos cursos d’agua. Para o calculo do coeficiente de vegetagao s8o consideradas todas as formas de vegetacdo existentes, incluindo dreas de agrioultura @ pastagens, O terceiro fator utilizado para o célculo do ICPH & 0 coeficiente de antropizacao, que esta diretamente I- gado com as atividades humanas existentes na Bacia. Este coeficiente considera as densidades de areas ur- banas € de usos antrépicos. Um alto valor de coefici- ente de antropizacdo significa que grandes quantida- des de areas esto impermeabilizadas e, conseqlien- temente, maiores sero as possibilidades de ocorrén- cia de enchentes e concentrago de poluigéo, em es- pecial a poluigao difusa que é resultante de poluentes domésticas, agricolas e industriais nas sub-bacias. Das 23 sub-bacias analisadas no presente estudo, apenas: uma no apresentou variagao positiva do coeficiente de antropizagao entre os anos de 1989 ¢ 2003, Finalmente, de posse deste conjunto de indica- dores anteriormente apresentados, é possivel cal- cular o ICPH das sub-bacias que compdem a Bacia Hidrografica da Guarapiranga, e com isso, identiicar aquelas mais frageis do ponto de vista ambiental, bem ‘como as que sofreram os impactos resultantes das alteragées de uso do solo no periodo entre 1989 2003 @ nos periodos intermediarios. © ICPH é obtido ‘ partir da seguinte equagao: ICPH = (3 x (Coef. Ant — Goof. Veg) | (Coef. Ant + Coef. Veg)) + 0,3 x indice Esc. Fluvial. 37 Conforme mostra a tabela 26, as sub-bacias que apresentam os maiores valores de indice de compro- metimento da produgo hidrica em 2003, constituin- do-se, portanto, nas mais problematicas do ponto de vista ambiental e de produgao de égua em quantida- de e qualidade adequadas, sao as seguintes: GLE 1: no municipio de Sa0 Paulo, compreende as areas de drenagem dos cérregos Itupu e Guaviru- tuba, margem esquerda da represa; GLE 2: nos municipios de Sao Paulo e ltapecerica da Serra, compreende area de drenagem correspon- dente ao baixo Embu Mirim até seu desemboque nna represa, margem esquerda; GLE 8: no municipios de Sao Paulo e Itapecerica da Serra, compreende pequenos cérregos, margem esquerda: GLD 4: no municipio de Sao Paulo, compreende as areas de drenagem dos cérregos Sao José e Tan- quinho, margem direita da represa; Entre 1989 a 2003, as sub-bacias que apresenta- ram altas variagées (superiores a 20%), sé: GLE 2: acréscimo de 25% GLE 3: municipios de Embu e Itapecerica da Serra, compreende area de drenagem correspondente a0 médio Embu Mirim, até a Rodovia Regis Bitten- ‘court, margem esquerda. Variagao de 380%. GLE 4: municipios de Embu e ltapecerica da Serra, compreende area de drenagem correspondente ao médio Embu Mirim, ao longo da Rodovie Regis Bittencourt, margem esquerda. Variagao superior a6t%. GLE 5: médio Embu-Mirim. Variagdo de 27.48%. GLE 8: variagéio de 24,7% GLD 5: municipio de S40 Paulo, compreende as ére- as de drenagem do Ribeiréo Parelheiros, margem direita. Variagaio de 91%. Cr menor er ko Ese 1cPH eC ea Fluvial Guot | 2782 | 2.12) 214 | 1.01 | 009 | oto | 112) 071 | 296 0,88 Guz | 1733 | ore | o21 | 113 | 147 | 122 | 104) 163 | 1.70 3,75 Gus | 1209 | 007 | 010 | 152 | 126 | 425 | 090] 178 | 216 7.04 eup4 | 4428 | 017 | oto | 108 [1.33 [436 | 1.02 [44a | 187 1.96 Gios | 3572 | 031) 044 | 143 | 070 | 069 | 100) 208 | -0.53 91,92 ios | 2204 | 009) om | 122 | 118 | 114 | 096) 1,96 | -1.97 5.46 Guo7 | 4507 | 0.22) 027 | 122 | 082 | 079 | 096) 146 | -1.30 19,34 ios [5722 | 004] 004 | 118 | 154 | 154 | 100) 230 | -217 4,19 Guet| 1161 | 152) 164 | 1,08 | 021 | 023 | 11) 151| 273 0,63 Gue2 | 2257 | 086) 1.19 | 138 | 032 | 0.30 | 093) 092] 1.66 25.44 ues | 4637 | 045 | 053 | 117 | 065 | 059 | 090) 210] 0.10 380,76 ues [3315 | 061 | 067 | 110 | 027 | 080 | og] an| 04 61.91 Gues | 4543 | 023 | 027 | 120 | 096 | 091 | 095 | 337 | 0.83 27.48 cues | 3843 | 012 | 042 | 106 | 145 | 4t6 | 401) 423 | 4.47 4.94 ier | 28e8 | on) 013 | 118 | 118 | 114 | 096) 410] 1.28 7.99) ues | 1.021 | 093 | ate [128 | 030 | 023 | o7e | 123] 490 24,78 ies | 1349 | 029 | 032 | 110 | 081 | ost | 101) 162 | -0.92 11,94 GLet0| 1.674 | 0.24 | 026 | 107 | 086 | 087 | 101, 263| 0.89 573. Guen| 2196 | 0.16 | 020 | 122 | 132 | 126 | 095) 470 | 0.94 16,88 GLE) 2364 | 028) 093 | 119 | 109 | 140 | 101) 243] 1.05 15,98 eue13| 1641 | 031 | 035 | 112 | ost | o7a | 096 | 145] -0.90 20.52 Guet4| 2658 | 004 | 0.07 | 167 | 161 | 156 | o97 | 251 | 210 474 iets] 2802 | 001] 001 | 116 | 235 | 237 [101] 3.31 | 198 0.20) 38 Anilise integrada entre evolucao do uso. do solo, qualidade da agua e Programa Guarapiranga Com o intuito de verificar alteragdes significativas nna qualidade da agua nos diferentes pontos de tributé- rios e do reservatério monitorados pela SABESP e pela CETESB, foram obtidas as tendéncias de evolugao dos parémetros através da andlise das concentragdes dos mesmos em fungaio do tempo para o periodo entre 1988 © 2004. As tendéncias de aumento ou diminuigéio das ‘concentragdes foram analisadas em conjunto com 0 ICPH, e permitem verificar intima relagdo entre a vari- ago deste indice e a qualidade da agua. ‘As sub-bacias foram agrupadas de acordo com as reas de drenagem dos pontos de monitoramento exis- tentes, que ndo estdo dispostos de forma homogénea na Bacia. As anélises de evolugao dos parametros de qualidade da agua dizem respeito a cada ponto de monitoramento, que podem apresentar tendéncias pré- prias mesmo estando em uma mesma sub-bacia. Des- ta forma, uma mesma sub-bacia pode ter varios pon- tos de monitoramento, enquanto que varias sub-baci- ‘as podem ter um Unico ponto de monitoramento. Al ‘gumas sub-bacias no foram consideradas devido & falta de dados referentes a elas. As informagées resultantes deste cruzamento fo- ram analisadas em conjunto com as intervencdes do Programa de Saneamento Ambiental da Bacia da Gua- rapiranga, realizadas nas sub-bacias durante a déca- da de 90, permitem verificar que a qualidade da gua, na maioria dos pontos, apresentou tendéncia de piora, (tabela 28). {As thas de lant” podem ser encontradas em oda a represa & como ‘moto cou use pare abastacmerta azar @rasreaeso 39 Pontos de monitoram Perris eee 39-2003) ir co ‘GUA-0900 | iminuigao. Poors (rover. (captagio) | dolOA, vatoro) aumento de DBOe aménia GuROIOD : Semtendinda cnr | 204] -088 | cu209 : Semtendénca | SEEEs(Estario GOZO | dence Mihara Etevattria de Esgoto) eProal aan = Samtendenda Guz = ‘Semtendncia eps | 200) 708 | GU222 | diminuigio Mehore : oPltal cus | 004] 9192 | cv213)| aumeniove Poors DEEEs,2Lotesde Notale a0 amplagao darede de lesg0t0(Lotes 468) cis 346 | GU216| dimnugao | ENGU- ~ Semtendénda | 6EEEs, Lote7,Pa, cuo7 1934 dePicta, | 0800 \Varzea do Rio Embu- cups 119 ‘aumento do ‘Guague ETE Cips GLENS 20152 Nota Lent 1688 | GU215 | aumento 7 - Por EES, Lote 6, Pa, Ler 15.98 deNtotal : \Varzea do Rio Embu-Gua- lets 474 e000 ‘QUO ETE Embu-Guagu GLENS 020 Get “063 | GU219 | ameniods Poa Uibanizaglo de favalas, Proal 5 EEEs, Lole 1 ¢ Obras rE) : Temtendinda’] de desvie de corgas fuentes arepres GE 2a | GU2Ie E EMMI. | _dminaigao Poa TEES, Lotes Les 380,76, 02800 | dolaAeoo, (2.350055), Ges 613 ‘aumento Fg. Ecoldgico Les 2748 e Plo, a Guarapiranga Les 491 Nota GLE? 739 eambia ‘Fonte: ato Fie do Progra de Sareamonto Ambiental ga Baca da Guorpanga EEE ~Estarao eleva de esate; ETE ~ Esta de ttament de esp; IA indie de qualia da gua: OD ~ Ogi disc; DOO ~ Demands |uinia do oxgino; DBO ~ Cemanda boquimea do ong; Pltal - Fst oa Nota - Niven a ‘Os dados apresentados na tabela 28 permitem veri- ficar que houve significativa diminuigao na concentra: ‘¢&o de Fésforo Total (Ptotal) no ponto localizado no Rio Bonito (GU-210), margem direita da represa, associada ‘Alimplementagao de uma Estacdo Elevatéria de Esgoto (EEE) com exportagao do esgoto para fora da Bacia. Oponto que monitora as Aguas do Rio Parelheiros (GU-213), por sua vez, apresentou aumento signifi- cativo nas concentragées de Nitrogénio total (Ntotal) @ de DQO, apesar da implantagdo de 5 EEEs e da ampliagao da rede de esgoto pelo Programa Guara- piranga. Asub-bacia de drenagam deste ponto (GLD5) apresentou aumento do ICPH no periodo(91,9%), que pode estar associado ao crescente processo de utba- nizagao na regio. 40 ‘Apesar da implementagao de 5 estagées elevats- rias de esgotos, 1 lote de ampliagao da rede de esgo- to e de 1 Estago de Tratamento de Esgoto (ETE — Embu-Guagu), o ribeirdo Santa Rita (GU-215) apre- sentou tendéncia de piora, com significativos aumnen- tos nas concentragées de Ntotal e de DQO, o que pode estar relacionado ao aumento do ICPH em trés das quatro sub-bacias que so monitoradas através deste ponto. Na area de drenagem do rio Embu-Guagu houve ‘a implementagao de uma estagao de tratamento de ‘esgoto (ETE — Cip6) © 6 EEEs resultantes do Progra- ma, Por outro lado, 0 ICPH de duas sub-bacias relaci- onadas a este ponto aumentou consideravelmente. ‘O ponto de monitoramento da Sabesp localizado neste rio (GU-216) indicou tendéncia de aumento nas con- centragées de Ntotal tendéncia de diminuigao nas ‘concentragées de Ptotal Todas as sub-bacias de drenagem do rio Embu- Mirim (GLDE 2 a 5) apresentaram variagées signifi cativas de ICPH, ao mesmo tempo em que a qual dade da agua apresentou tendéncia de piora, inclu- indo diminui¢ao do IQA € OD, aumento de Ptotal e Ntotal (ponto EMMI-02900), que demonstram que a implementagao de 10 EEEs e ampliagao da coleta de esgoto pelo Programa Guarapiranga no foram suficientes para minimizar o aporte adicional de nu- trientes provenientes de novos domicilios. © ribeirdo Itupu (GU-219), margem esquerda da represa, apresentou tendéncia de aumento nas con- ccentragdes de Ptotal no period, apesar da construgo de 4 EEEs, obra de desvio de cargas, urbanizagao de favelas © ampliagao da rede de coleta de esgoto. Lei especifica da APRM Guarapiranga A legislagao especifica da Area de Protegao Recuperago de Mananciais da Guarapiranga — APRM Guarapiranga (lei estadual n° 12.233/06) se- gue as diretrizes da lei estadual de protegao e recu- peragao aos mananciais (lei n° 9.86/97) e foi ela- borade com base nas particularidades desta bacia hidrogrética A principal diferenga entre a nova legislagao € lel vigente desde a década de setenta é a definicéo de areas, instrumentos e ages para a recuperagao ambiental - que ndo estavam devidamente contem- pladas na legislago de mananciais, uma vez que do se esperava que 0 processo de degradagao acon- tecesse. Outro grande diferencial da lei é a descentra- lizagéo dos procedimentos para licenciamento, fis- calizagao e monitoramento, que passarao, apés re- gulamentacao e adequago das instituigdes partici pantes, a ser fellos pelas prefeituras ou por estas ‘em conjunto com 0 Estado. A integragao destas ages, por sua vez, se dara no ambito do Sub-Comi- t8 da Bacia Cotia-Guarapiranga, assessorado pela Agéncia da Bacia do Alto Tieté, através de seu es- critério regional O principal objetivo da nova lei da Guarapiranga estabelecer condigées ¢ instrumentos para o desen- volvimento das agbes de recuperagao e protegao ne- cessérias para garantiro uso da represa para abaste- cimento piblico. A gestdo da APRM Guarapiranga sera descentralizada e participativa, e se dara através de um colegiado gestor, que ¢ 0 Sub-Comité de Bacia Hidrogratfica Cotia Guarapiranga — SCBH-CG. Este colegiado existe desde 1997 e conta com a participa- a0 de érgéos do estado, municipios inseridos na Bacia € sociedade civil. © Sub-Comité sera respon- sdvel pela regulamentagao da lei e, através da as- sessoria da Agéncia, pelo monitoramento dos resul- tados dos planos, agdes ¢ cumprimento das metas de qualidade ambiental para @ recuperagdo e protecdo, pelo gerenciamento de todos os processos de licen- ciamento e fiscalizagao na Baca. Para integrar os programas e politicas regionais @ sotoriais na Bacia, a lei prevé a elaboragdo, imple- mentagao e atualizacao permanente de um Plano de Desenvolvimento ¢ Protegéio Ambiental ~ PDPA (atualizado a cada quatro anos). Esta integragao também se dara através da definicéo de normas para implantagao de infra-estrutura de saneamento ¢ da adequacdo dos planos diretores municipais & nova lei ‘As metas de qualidade ambiental, em especial as cargas poluidoras afiuentes & represa, bem como as condigdes necessarias para que sejam atendidas, de- verdo constar do PDPA, @ tém como objetivo limitar a quantidade de poluigéo e obter a melhoria da quali dade da agua da represa e seus tributarios, ao mes- mo tempo em que fornecem subsidios para discipli- nar 0 uso € ocupagao do solo na Bacia e adequé-los 05 limites das cargas poluidoras permitidas. Para adequar os usos existentes e aqueles a se- rem implantados futuramente na regido, a lei prevé trés categorias de dreas de intervengao: areas de restrigao a ocupagao; areas de ocupagdo dirigida; reas de recuperagéo ambiental .As areas de restti- Gao & ocupagao (ARO) equivalem as areas defini- das como de preservacao permanente (APs), que ‘so protegidas por legislagao federal em fungao do importante servico ambiental prestado por estas Sre- ‘as no processo de regularizagao de vazéo das re- presas, através da contengao de encostas, da ga- rantia de permeabilidade da rea de drenagem e de funcionarem como filtro a poluigao afluente aos cur- sos d’ agua. ‘As areas de ocupacao dirigida (AOD) so aquelas onde a ocupago pode ocorrer desde que néo com- prometa @ produgao de gua. Elas foram divididas a

Você também pode gostar