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Análises Socioambientais para o Planejamento Energético

Atualmente, a temática Meio Ambiente permeia todas as discussões que


envolvem o setor energético, desde a discussão das políticas energéticas,
passando pelo planejamento setorial, até detalhes específicos da operação de
empreendimentos. Isso se reflete na forma como a EPE conduz suas
discussões e estudos de planejamento energético.

Para garantir análises sempre coerentes com o arcabouço legal e técnico-


científico, a EPE dialoga com diversas instituições e setores, buscando
alinhamento com novos conceitos e ferramentas para o desenvolvimento
sustentável do setor energético brasileiro.

Interações relacionadas aos aspectos socioambientais abordados nos


estudos de planejamento energético e exemplos de atividades associadas

O conceito de sustentabilidade é incorporado nos estudos da EPE por meio da


inserção da variável ambiental no planejamento energético, buscando
minimizar impactos socioambientais negativos ou evitar esses impactos,
sempre que possível, em áreas socioambientais sensíveis.

Análises socioambientais são elaboradas para os estudos de planejamento


energético de longo e médio prazo, contribuindo para a indicação dos recursos
energéticos disponíveis e para a definição da expansão, com o intuito de
construir uma matriz energética sustentável. Também são calculadas as
emissões de gases de efeito estufa.

Além disso, no planejamento energético de médio prazo, com base na


expansão prevista, são analisados os aspectos socioambientais de cada fonte
energética (hídrica, eólica, solar, fontes termelétricas fósseis e renováveis;
biocombustíveis, petróleo e gás natural) e das linhas de transmissão. É
realizada ainda uma análise socioambiental integrada, cujo resultado apresenta
os temas prioritários para a gestão ambiental do setor.

Critérios de sustentabilidade ambiental são considerados no levantamento dos


recursos energéticos. No que se refere ao potencial hidrelétrico, nos Estudos
de Inventário Hidrelétrico de uma bacia hidrográfica são considerados critérios
socioambientais para a escolha da melhor alternativa de divisão de quedas.
Nesses estudos também são avaliados os efeitos cumulativos e sinérgicos da
alternativa selecionada, por meio de uma Avaliação Ambiental Integrada (AAI).
Para o petróleo e gás natural, estão sendo desenvolvidas as Avaliações
Ambientais de Áreas Sedimentares (AAAS), com o intuito de conciliar as
futuras atividades de petróleo e gás natural com aspectos socioambientais
regionais. Essas avaliações, conduzidas por grupo interministerial do qual a
EPE participa, serão importantes para subsidiar ações governamentais e
aumentar a segurança jurídica no licenciamento ambiental. A AAAS prevê,
como elemento central, a elaboração do Estudo Ambiental de Área Sedimentar
(EAAS), cujo resultado principal é a delimitação da área sedimentar em áreas
aptas, não aptas e em moratória às atividades de exploração e produção de
petróleo e gás natural (E&P), orientando futuras Rodadas de Licitação de
blocos exploratórios e fazendo recomendações para o Licenciamento das
áreas aptas. Os dois primeiros EAAS já foram finalizados: EAAS
Solimões e EAAS Sergipe-Alagoas e Jacuípe.

Para os gasodutos, os estudos contêm análises técnicas, econômicas e


socioambientais para determinar a melhor alternativa de expansão de
gasodutos de transporte. As análises socioambientais têm por objetivo
determinar o melhor traçado dos gasodutos planejados.

Já no caso de linhas de transmissão, nos estudos iniciais (relatórios R1), são


definidos e caracterizados corredores referenciais para passagem das linhas
de transmissão planejadas e áreas potenciais para implantação de novas
subestações. Esse planejamento inicial objetiva evitar interferência em áreas
protegidas e demais áreas nas quais se identifique sensibilidade
socioambiental relevante. A análise socioambiental nessa etapa de
planejamento também permite visualizar possíveis complicadores para a
implantação dos empreendimentos, o que se refletirá no custo e no prazo de
sua implantação.

No curto prazo, na escala de projeto, a EPE é responsável por contratar e


acompanhar o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) para obtenção da Licença
Prévia (LP) de usinas hidrelétricas. No EIA são avaliados os impactos
ambientais da usina, a partir um diagnóstico ambiental e socioeconômico da
região, e sugeridas medidas e programas que minimizem os impactos
negativos e maximizem os positivos. A elaboração do EIA inclui diversas
atividades como: levantamentos de campo, análises laboratoriais, comunicação
e relacionamento com partes interessadas, entre outras. Nos casos em que o
empreendimento hidrelétrico pode vir a causar impactos nos modos de vida e
culturas dos povos e terras indígenas (TI), a Funai (Fundação Nacional do
Índio) solicita a elaboração de estudos específicos do componente indígena
(ECI). Dessa forma, são elaborados diagnósticos da terra indígena e de seus
habitantes, identificados impactos e propostos programas socioambientais para
mitigar ou compensar os impactos.

Após a conclusão desses estudos e obtenção da LP, o projeto pode ser


cadastrado para participação nos leilões de energia.

Outras atividades no âmbito socioambiental realizadas pela EPE envolvem o


processo de análise de empreendimentos para participação nos leilões de
energia elétrica. Para tanto, é realizada uma verificação de licenças ambientais,
bem como da declaração de reserva de disponibilidade hídrica (DRDH) dos
empreendimentos hidrelétricos ou documentos de outorga de uso da água para
empreendimentos termelétricos. No caso de empreendimentos hidrelétricos
também é realizada a análise dos custos socioambientais dos projetos que
compõem o orçamento de investimento para definição do seu preço teto no
leilão para o ambiente regulado.

Fonte: Site EPE

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