🔬 Resenha pós-jogo:

Teve jogo hoje? Se teve esqueceram de avisar. Havia só um time em

campo jogando. Um time de azul e grená, nada brilhante, porém,
organizado, marcando forte, errando pouco e com muita concentração.
Do outro lado tinha dez vultos de branco. Ainda há controvérsias se
eram pessoas ou eram apenas espectros criados pela luz. A única
certeza que podemos ter é que um tal de Atlético Mineiro deveria ter
entrado em campo hoje e não entrou e por algum motivo o juiz não
marcou w.o, como mandaria a regra.

Como é possível chamar de apresentação um remendo de time se

esforçando para ficar de pé no gramado? A cabeça voou, às pressas,
para Assunção o corpo também quis sair para ir junto, né. Mas faltou
lembra-los que hoje é sábado, não terça. Hoje é Fortaleza, não
Assunção. E a lei, das mais desinteligentes, de poupar a energia
vital para se precaver ao futuro te leva a comprometer o hoje. E
advinha, quando perceberam que a água bateu na cintura começaram a
correr (alguns). Tarde demais. Quando foram se preocupar com o hoje,
o hoje já tinha ido.

Dá para equilibrar a balança da derrota sempre com justificativas

programadas. Desculpas que o campeonato não tá nem aí, mas são velhos
analgésicos que o clube, jogadores e parte da imprensa sempre põe na
goela abaixo do torcedor. Transição de trabalho não é desculpa para o
desempenho horrendo de hoje, nem o gramado (hoje em boas condições) e
calor muito menos (não há atletas siberianos ou islandeses no
elenco).

Trabalho de bola pífio, concentração lá embaixo, reclamações

desnecessárias, pouca aproximação, pouca personalidade, lentidão
inexplicável, pouca sintonia, lançamentos nas mãos do goleiro e o
velho problema (até visto nas vitórias) de tentar resolver o jogo
sozinho. Quando o pior disparado em campo, o fraquíssimo e fora de
rotação de Saravia tenta arrematar um chute de fora da área com o seu
pé ruim, que surpreendentemente não são os dois, temos a certeza que
essa era uma noite pra esquecer.

Por fim, nos segundos derradeiros da partida, a (falta de) energia do

Jemerson para iniciar uma última jogada de transição é a ilustração
perfeita de uma das piores partidas do Atlético na temporada e que se
junta a desempenhos horrorosos como o empate contra o Carabobo na
Venezuela e o baile de bola que o Botafogo aplicou no Nilton Santos.

Ahh, agora vocês podem começar a pensar no jogo que não saia a
cabeça. E aliás, vão viajar de cabeça inchada. Que coisa, eu tinha
esquecido como as vitorias e o bom desempenho aliviam o corpo e a
mente. Elas são a melhor recuperação, são o verdadeiro pijama-
training. Já a ansiedade e desinteligência são os atalhos para a
derrota. Palavra que não se pode nem pensar para terça-feira.

O destino do Atlético na temporada será lançado em 3 dias e é muito

angustiante para uma torcida, que aprendeu a ser protagonista nos
últimos anos, depender de um time que não sabe nem qual dia é hoje e
nem onde se está pisando. Nunca ouve jogo fácil em campeonatos
brasileiros. E não haveria motivos para hoje acontecer
paranormalidades; a única que houve foram os dez vultos brancos em
campo hoje no Castelão.

Nota do time: 3/10