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eens 65 3 Uma Peleja tedrica e histérica: Servico Social, sincretismo © Conservadorismo* Cézar Maranhao** Um dos tragos mais ‘Percebidos no discurso contemporaneo dos “sistentes sociais € a ‘supervalorizagio dos tipos de conhecimento wt redundam em um resultado pritco imediato para a atuagio Profissional, Em outras palavras, nio é dificil ara um observador ‘Minimamente atento perceber que estd atualmente em curso um a ‘Ana Elizabete (Orgs) Reclsdo com revisio do eto Pubadoem Amara Arges Mata a Ease (Os Dail sci nes eos 200 cenin, pes deies Rete ajo da Esco- Lae Pela Universidade Federal de Perambuco(UPE¢ ptr ee oeecntncome we MOM + pany fortalecimento da ja difundida e persistentelogica do “saber pritgye row erior da profissio. Através desse Processo, 0 pensamento ing, re mnental e empirista vem ganhando status de “conhecimento que mente produz resultados para a pritica profissional cotidians, trimento das operagdes te6ricas que se propdem ir além dy Jo imediata de aspectos do cotidiano, buscando ap. idade das rela- em ‘mera manipul as complexas determinacdes que compoem a t ies sociais e nio se revelam na superficialidade cotidiana do fen tar nono. Observando tal tendéncia, que parece se repetir nos discursos de uma significativa parcela da categoria, tenho indagado sobre os rmotivos de tal crescimento. Afinal, nas tiltimas décadas, a principal pelea de grande parte do Servigo Social foi caminhar justamente no sentido oposto, sustentando e ampliando a perspectiva critico-dialé tica de sua formagio académica. Diante dessa aparente contradigio, éinevitavel se perguntar: que determinagdes estio contribuindo para que a formagio critica que 0 Servigo Social construiy nas sltimas décadas ainda enfrente tantos obstéculos para ganhar espago ent (0 profissionais da rea? tuldade da profissio em afirmar a perspectita o de determi A presente critico-dialética possui um conjunto amplo e complex: rages concretas. Um ponto de partida fundamental para uma apr” ximagio a esse complexo problema se encontra nos estudos de Jost Paulo Netto (1996) e no que ele denominou de “estrutura sincrética” da profissio, Mas, para prosseguir nossa anélise, torna-se fundamer™ tal que tal ponto de partida se conecte com a historica batalha a Parte dos assistentes si 5 anos de 19608 1970, para romper com as tendéncias empiristas € subjetivistas m= diante sucessivas aproximagBes com aquilo que Gyérpy Lukées © ominou de tertiut datur (terceiro caminho) do método de a manxista (Lukics, 1979), scape ete texto, longe de esgotar a questao, salt re guns debates e levantar alguns pontos funda a Se colocam ae tama concisa sintese dos principals 42 got a 0 intento do Servico Social superar (&™ iais desenvolveu, desde o: pretend! mentais®? ut eqavos CONTADCOESEFELNS BO SRV SOCAL st academicos e area as praticas baseadas no pragmatismo mpitico, no subjetivismo idealista ou no itracionalismo eclétio, sina rondam 05 diversos espasos de atuagio profsionel Atualmente, existem trés principais fontes que irradiam obs- ticulos para romper com 0 lastro conservador do Servigo Social ¢ que devem ser profundamente analisadas A primeira dels se rele- ae ocariter inerentemente sinerético da profisio que, entre as suas consequéncias, 6 responsavel em repor, por meio do método forma- -agnéstico,' 0 “sincretismo profissional” (Netto, 1996). Este, em certos perfodos, sob a forma de um arraigado teorsubjtvista, em gutros através de um pragmatismo empirsta e quase sempre recor- rendo a um ecletismo teérico. A outra fonte que cria obstéculos para ointento de ruptura do Servico Social com a l6gica conservadora possuiu estreitas relagdes com a primeira e estéinserida no proces- s0 histérico de aproximagao do Servigo Social com a tradigéo mar- ‘como diriam alguns, 1m os aspectos onto vista, 0 que gerou uma apreensio débil ou, uma “aproximagio enviesada” da profissio cor ligicos € teérico-metodol6gicos da teoria social de Marx. A essas duas fontes limitadoras da ruptura profissional com o conservado- tismo soma-se a atual ampliagao das caracteristicas manipulatrias do capitalismo maduro e a correlagio de forcas das lutas de classes na atualidade, Estas, além de estabelecerem um dificil quadro pam © projeto politico da classe trabalhadora, agregim™ BUS de dificul- dade e complexidade & elaboracio de um conhecimentoreorko 3° busca ir alm dos aspectos imediatos e parciais do aa o mera manipulagao de variaveis empiric, eproduzindoy NY” vamente, ¢ movimento conereto dos process sociais © Sas relagdes com o complexo social. 0 éatrilhahistiea quealgunssetores Oeixo central da discussic itico-dialética © 25 iregai ria cri 4a profissio percorreram em diregio 4 tear ao correntes racionalistas © | Lad Vet: Coutinho, Carlos Nelson. 0 6! ar, 2010, accor Moras 16 “ae porum | \do, compreen Fprafsioe de outro, transcender as barreiras da academia na cong. trugio de um projeto profissional que intente superar tanto as pri. cas pragmaticas como voluntaristas que historicamente direcionam as atividades profissio Ahipétese norteadora das reflexdes contidas neste pequeno ensaio é que a dindmica atual do cay no somada as caracteris- ticas sincréticas da profissio de Servigo Social e a atual correlagio de forgas politicas entre as classes sociais constituem terreno fértil para uma reagio conservadora na profissao, exigindo reflexdes acer. ‘ca da reafirmagio dos pressupostos tedricos critico-ontolégicos da tradigio marxista. Tais pressupostos so ferramentas heuristicas indispensaveis tanto para analisar a realidade da sociedade burgue- sa contemporinea como para delimitar os limites e possibilidades de 0s profissionais de Servico Social desenvolverem instrumentos técnico-operativos relacionados ao método marxista de apreensio da realidade soci 1. Aestrutura sincrética do Servico Social opolista e Servigo Social, Netto (1958) jsmo 10 Corporacio de teoras pos verdade, bas Sead astra 2 teGrica de fundo para superar 10° | bem ma he €instaurar um Servigo Social critica. O problem? Profundo e complexo do que a mera luta de posicio™ e isso Fosse 1400 nanos cOMBAOKOESE FEEAS D0 SERVE EC sang lo imontos tedricos reservados a uma eventual batalha no deverser do mundo das ideias”. Concordando com Netto (1996), a desconstru. «ao das ilusGes conservadoras no interior da profissioestélonge de garantir a desobstrusio do caminho para a andlise substantiva do fovir historico-concreto da realidade social. De acordo com essa perspectiva, haveria, assim, determinagdes mais complicadas que foncorreriam para obstar a anilise concreta de situacées concretas pelos sujeitos profissionais. Nesse sentido, diferentemente das correntes positivistas, que procuravam na elaboracao te6rica a fonte de explicagdes para a pro- fissio, defendemos que as determinacées que dificultama fluidez das Para Netto (1996), essa natureza socioprofissional é permeada por uma caracteristica peculiar que acompanha o desen- x estrutura sincrética, ou seja, jal so obrigados a organizar sua pratica interventiva cotidiana. Segundo Netto (1996, p. 88), 10 nos parece ser 0 fio condutor da afirmacio e do desen- volvimento do Servico Social como profissio, seu micleo organizativo € sua norma de atuagdo, Expressavse em todas as manifestagbes da fica profissional e revela-se em todas as intervencbes do agente O sineretismo foi um principio constitutive do Mas como explicar essa natureza sincrétca no interior da profis- Si0 de Servigo Social? —_—. 2asi ui de uma oncepsso greSSLSS Podemos afimar que nos distaniamos ot tater do er ote i se cre ita que o conkecmeto precede ot man—® 860 se (a “coisa em si") precede qualquer PS accor 11 Amultiplcidade problemética da “questdo social’ Independentemente das correntes e tendéncias te6ricas quese se tomou construiram no interior da profissio de Servico Soci lugar comum detectar eixo original das demandas hist6rico-sociais que se convencionou che 0 que nioé que se colocam para a categoria, naqui mar de “questio social” No entanto, su devidamente lembrado nas elaboracoes toa natureza difusa polimérfica assumida pela “questio socal’, 1 s¢ja, pouco se aponta nos debates profissionais que o universo problematico com o qual se depara o assistente social e com 0 qual ‘dade problematica de elementos que é0 universo problematico origins racterizada por um caleidoscépio lemas inerentes a sociedade burguesa consolidada e madut® 1996). . Pree em suas protoformas — no capitalismo concorrencial mada “questio social” jd refra pparaalémt seus antagonismos. go eampo imediato que a materializava, isto 6, o espago fabril, Pos- sevormente, a entrada do capitalism em seu estigio imperialist fez iMbeer exponencialmente as miltiplas refragSes da “questio social", je modo tal que gradativamente no restou um s6 espaco da vida fecial que escapasse delas. ‘Assim, a partir do perfodo monopol srecortar” qualquer segmento da vida social como legitimo e exclu sivosetor de intervenao de profissionais que lidam com as refracées ", como os assistentes sociais. Como afirma Nett da “questio soci (1996, p. 90), doscopicamen J A teia em que se vé enredada se entretece de fios econémicos, socias, politicos, culturais, biograficos, etc.”. A diversidade dessas refragies é tio absorvente quesua desvinculagdo e homogeneizacio, visando a um recorte dos problemas para uma posterior intervencao parcial, 6 sio possiveis, pela via da abstragao, utilizando-se, nesse caso, de procedimentos ico-administrativos realizados institucionalmente (como a ico-alvo” e dos recursos a serem alocados). Mesmo quando realizados esses procedimentos burocritico-admi- ristrativos, ainda persiste a inelimindvel heterogeneidade das tuagies provocadas pela dinamicidade das refragdes da “questio Em resumo, a multiplicidade problematica das refragdes da “questo social”, que se apresenta no ambito da intervengio profis- sional dos assistentes sociais, pde problemas nos quais necessaria- mente se entrecruza uma série to muiltipla de fenémenos que no se deixam equalizar nem recortar pelas estatisticas ¢ pelos indica- dotes sociais. Escapam-se, assim, dos modelos formal-abstratos de apreensio da realidade social frequentemente utilizados ica ‘otidiana dos profissionais. Portanto, os modelos formal-abstratos que tradicionalmente S50 “sados nos espagos profissionais para ‘manipular estatisticas e quadros “njunturais diversos (por exemplo: a tricotomia caso/grupo/ cone, Tidade, ou a sequéncia estudo /diagnéstco/terapia/avaliagio) ™ ‘ram-se incapazes de apreender o gigantesco sistema de mediagdes MOTA® aaa, formam a rede em que se tece a multiplicidade de das cotidianamente ao Servigo Social na forms concretas que idemandas apresenta de refracées da “quest social 96, p. 91) afirma q ‘a problemitica que (01 seja, a “ques. conjunto sincrético; indo na sombra a es. ontolégica central da propria real idade”. Isso sig abjeto de intervengio do Servigo Social se configura como uma rede ia de demandas que obscurece 05 nexos que este estabe- a propria categoria “questio totalidade social. No entanto, apenas essa caracteristica néo determinaria a com- to também contribui para sua determinacao sincrética: o horizonle cespecifico em que a profissdo exerce suas atividades. 12 Ohorizonte da intervensdo profissional Varios autores demonstraram que o horizonte real da atividade Profisional do assistente social é a vida cotidiana’ O material ins 4 Segundo Deconina Hows etmologiada para sincretismo vem do greg ano de ctenses ence Fi eit tentativa de reuniso, deste fou menos confusa, de um tse! ac gue precede 2 pecepyioeo pensamento em rao 2 ica Sia Mana rand Cones 997 Vertambém Gusn sso PS conteciment ci quamos CONTPADKOES EFELEAS 00 SERICO SOCAL Easing m a0 qual esse profissional se relaciona, nos diversos espa heterogencidade superficialidade ontologicas do cotidiano. Come taram Lukécs (1966) e Heller (1994), as determinagdes da cotidianidade podem ser sintetizadas nas seguintes tucional bem sali fundament + aheterogeneidade—a vida cotidiana constitui um universo jerogéneo em que, simultaneamente, se movimentam fené- menos e processos de natureza complexa; icidade — o padrao de comportamento préprio da janidade é a relagao direta entre pensamento e ac: conduta especifica da vida cotidiana é a conduta ime na qual 0 espontanefsmo e o automatismo sio as repostas adequadas 4s demandas que surgem; a superficialidade —a imediaticidade e a heterogeneidade da vida cotidiana implicam que o individuo responda levando em conta 0 somat6rio dos fenémenos que comparecem em cada situagdo precisa, sem considerar as relacoes que os vinculam. Portanto, é por meio dessas caracteristicas da vida cotidiana, sob a reprodugdo das relagdes soci as, que 0 Servico Social adquiriu sua funcionalidade hist6rico-social como tecnologia de or- sanizacao dos componentes heterogéneos da cotidianidade de grupos Hivo de ressitu-los no ambito dessa letto, 1996), ou seja, 0 Servigo Social, Jinamento da famflia operétia, a Seciais determinados com 0 obj mesma estrutura do cotidian através de praticas como “o di eordenacao de orgamentos domésticos, a recondusso as normas v Benes de comportamentos transgressores ou potencialmente {rans- BFessores, a ocupagio de tempos lives [." (Neto, 1996 P. 2) eae laa. uma especie de lecnologia de organizagio docoitine das populares assent sci. Rio de 1957. Coelho, Marilene, Imeditcdae ma pita pfs 0: Lumen Juris, 2013. MOK ty jes da “questio social”, através do que Net plonejad. tuagio na realidade social NBO & exclusiva dos ag, idades de um variado eleneg 3s cientistas s is (como gov pdagogosete)- Cont sistntes socials em COM} ‘Spas condicoes peculiares que 2 stan na sociedad burguesa consolidada e madura reser pa sional. Como afirma Iamamoto (1982), 0 centro dy «0 Social, que se vine pesien de intervengio dos assstentes socias, Segundo Nett Eesas condigées “[..] jogam no sentido de sintonizar, reproduzire sancionar a compos erdclita da vida cotidiana com o sincet- mo das reragoes da “que " (1996, p. 92) Com isso, pode-se afirmar que dentre os profissionais que inter ‘organizagio do cotidiano de determinados grupos soci, Je que se posiciona de forma tal que 0 ape ismo da matéria sobre a qual opera (refragdes da “ques nee perfeitamente com as condigdes da sua interver «0 profssional como reordenadora de praticas e condutas cotiianss (Netto, 1996). Isso significa que a forma aparentemente fuida € gmentada das refragbes da “questo social”, sob as quais 0 ass social atua, somam-se perfeitamente com a sua pritica profi sional de reordenar, planejar ou manipular aspectos pontuais 0 iano de grupos sociais. Cria-se, portanto, um terreno férti pa 4 praticas pragmaticas e burocraticas que visam apenas reproduat © ambiente institucional og a re a determinacio que contribui de forma vigorosa ¢ de “* 0 Servico Social como uma profissao eminentemen sinerética, & 9 modalidade espe €oque Net ‘ £0 qu iama de : ‘nlerencio profissional dos assistentes socials, anes cOMOCOESE ENE DO IIE SOA en 13 Amodalidade especifica de intervensdo profissional do ‘servigo Social Para Netto (1996), no centro da intervengio dos assistentes sociais ati situada uma espécie de modelos recortentes de atuacéo profis- val baseados preponderantemente pela manipulagdo de varidves 1s de um contexto determinado, Sendo assim, a pritica pro- fasional do Servigo Social tem como caracteristica sempre presente isto planejada, ou se, interferéncia e rearran- ricas nos espacos profissionais para poss aexigéncia di tervengio profis- sional esté dirigido para ela e deve resultarnela” (Netto, 1996, p. 93). stica nos mais variados espagos icionais da profissdo, nos quais as mais diversas problematicas diariamente e estes sio conduzidos a ofe- ins chegam aos prot recerem respostas imediatas que atendam prontamente is metas insttucionais, Por isso, facilmente um assistente social pode ser considerado ional competente apenas manipulando dados empiticos Para construir respostas imediatas as demandas que lhes surgem, sem que para isso tenha que realizar mediagdes mais complexas & Profundas em busca das determinagdes envolvidas em sua pratica institucional. Nao por acaso 0 trago da pritica proissional do Ser dentificado como uma espécie um pi inda é frequentemente i ratamento”” Como se afirmou antes, essa caracteristica intrinseca e concrela 4 pritica profissional do assistente social contribui de forma con- Substancial para, como adverte Netto (1956), inscrever oServio Socal vetismo, Dentre as variadas causalidades € MOTA uy ago contribuil para oferecer ung idade e continuidade tanto de loformas da profissio, nomeadamente o cary ue tanto ocupou espace ra assisténcia social doing como de abordagens tebricas conservadoras tendéncias ecléticas. com fortes Implicacdes e desdobramentos do sincretismo profissional para o conhecimento e a intervensao na realidade social O sincretismo profissional com todas as suas caracteristiis peculiares no interior da profissio reproduz sérias implicacées e des dobramentos para a pritica do Servigo Social e, principalmente, para co conhecimento da realidade que essa pratica exige. A primeira dessas implicagbes € que as caracteristicas sincréticas a profissio requerem um conhecimento do social que possa mos trar-se capaz de ser diretamente instrumentalizavel, ou seja, qualquet agio do assistente social desde o planejamento a execucio de su3s atividades tem que se mostrar imediatamente eficaz ¢ eficient {rumentalizével) para responder as demandas cotidianas que chega® 8 instituigio. Isso quer dizer que o profissional de Servico Social deve plos problemas qv responder quase que mecanicamente aos m chegam a todo momento no local de trabalho. Para aqueles que demandam a intervengao do assistente soc 35 suas agdes devem estar voltadas para a organizagao de varisve empiricas que possi imediata sobre determine 7 las vezes, qualquer ativi instrament no gsi citcunscrita a essa dinémica imedioh® menmentl € considera supérlua. Ora, todos n6s saberos pe? todo marxiano que “a i Sarde ero ine ae Sistematizaao de variveis empires Ge le qualquer investigacéo, nao possiilita, Po 5 00 SERCO SOCAL ERASERS cquaos, CONTTAD! ™ o conhecimento das miltiplas determinacdes que compaem 0 jenameno,* mas, simplesmente, reproduz, no plano intelectivo, a sua aparéncia imediata. Na realidade, 0 Servigo Social lida cotidianamente, nos mais sariados espacos profissionais das instituicées, com uma das ten- JJeneias mais Feificadoras € tipicas das relacées socias capitalistas: ‘Tpurocratizagao da vida social. Como sublinha Coutinho (2010), a turocratizagio da vida social é a praxis tipica da fase decadente da purguesia e ocorre quando certas atividades e procedimentos pré- ticos sio coagulados, formalizados e repetidos mecanicamente. Por meio dessa praxis burocrdtica, assumida como procedimento indis- pensivel a0 funcionamento das instituigées, empobrece-se a agio inuamente afastada de sua relagéo com a reali- idades. Ainda segundo Coutinho (2010), © 36, pulagio vazia de dados, segundo esquemas formais preestabelecidos. Como nos explica Vazquez (1968, p. 261), A praxis se burocratiza onde quer que 0 formalismo ou 0 formulismo dominem, ou, mais exatamente, quando o formal se converte em seu ‘6prio contedido, Na pritica burocrtica, o conteido se sacrifca 8 forma, o real ao ideal, o particular concret 30 universal abstato. A burocratizagio, presente nos espagos institucionais, aparece como uma forma especifica de alienagio a que estio submetides tais as aspects, tos € sematizago de varies empiias (Ft ecco eit um pent pévo ase elexso firs 208 Tinites dos Sotematizadons, epecalmente Fa ‘eee, eonfigrom wu piso Pe eee com ea Sobre accor ——————_— —L we Mota + Aut vs profissionais. A dos elementos d2 do-os em “reg izagdo desses procedimentos burocriticos, I, serve diretamente & perpetua. pois reproduz incessantemente a de mercado, desligando-se da totalida- lades de renovagio critica, da \digdes reais a uma de (do contetido soc finalidade humana) e submetendo todas as co hhomogencizacio formalista (Coutinho, 2010) ico Social, isso demonstra 208 processos burocriticos de sistem. gue proporcionam ao investigador e profis- as determinagies do fenémeno, ov abrir mio das medic sional a aproximagi de concreta, Assim, as malt ‘Menos que uma reprodugao veraz do movimento do ser social, extra da da anslise concreta de formas sociais determinadas, o que a inter: sncio manipuladora reclama frequentemente sio paradigmas expli- jade quase imediata tes desta necessidade do estatuto sinerético profissional com verte las, com todas as suas derivagbes A segunda implicagdo, que esta intimamente conectada 3 pr rmeira, diz respeito a reproducao. I do sincretismo profissio” nal, Ora, se a instancia decisiva e a demanda recorrente da interver™ a ional so a manipulagio de varidveis empiricas, entd0 % fiver tas e 05 procedimentos técnico-burocraticos s# Imente no arcabouco ideoldgico da profissio. Por lado, isso si 2 és significa que o proprio estatuto profissional tem tender? pragmatism reconhecer como legi puns cOMTADKOE EEBAS DO SERCO SOCAL en v» seérico como send a forma mais adequada de conhecer a reaidade for outro lado, essa tendéncia 30 lgitimar a ligia-formal abstrate remo valida para a intervensio profissional (como nica que explica ina “ferramentas" para a intervenci $ ‘ia uma espécie de reposiclo intelectual do sincretismo, ou sea, a8 « as — baseadas naquilo que Coutinho (2010) de- arimina de “miséria da raz30” —, ao reporem no plano intelectivo a idade do fenémeno empirico, fatalmente tendem a recons- truirem, no patamar da abstragio, o sineretismo inerente& profissio de Servigo Soci Portanto, se os profissionais ndo procurarem desenvolver uma forma de conhecer a realidade social que busque apreender 0 movi- mento concreto em sua totalidade, com o objetivo de desenvolver uma intervengao critica sobre os fenémenos,fatalmente reproduzirio uma “praxis manipulatéria” (Coutinho, 2010) na sua pritica cotidia- ra. E sempre bom lembrar que o sincretismo na sua reposicao inte- lectual traz como inevitaveis parceiros 0 ecletismo e o pragmatismo teérico. Tal fato explica o motivo pelo qual elaboragdes ecléticas,” superficiais e pragmaticas sempre rondaram os espacos de elaboragio teérica e de atividade profissional do Servico Social Fica claro que essa caracteristica inerente a profisio, que Netto (1996) deniomina de sincretismo profssona,traga ferteis condutos Para que as analises tedricas dos protissionais nao ullrapassem 9 ™&r2 aparéncia dos fendmenos, dificultando 0 surgimento de uma prética rofssional critica e, ao mesmo tempo, ciando condicoes Para Lz 1 do sincretismo profissional, ou seja, 2 superic smo e o pragmatismo tericos baseados em ume razio empobrecida” sobre a realidade social. reel fez de diversas teorias: Own ects se lee pepsi se TS a Semodevido cuidado de se apropria profundament 3° reno postvismo (GUE ran concep de de ‘socom nine besa sa accor OTA na 1 nos afirmar que, se por um lado, a estrutura sing. Social cria a ilusio entre 08 profissionais de que a, jlogicas formal-abstratas (empiristas ou idealists) 0 de varidveis empiticas ou no tray, ividualizadas, oferecem o instrumental sis adequado ao fazer profissional, por outro lado, a ado- (Go desss posturas metodoldgicas na profiss20 reproduz, no plang Tee co académico, o seu inerente sincretismo. Essa via de mig Maple ein um verdadeiro cicuito mstificador em que os pros veem aparentemente premidos a encontrar solucdes mera is para responder as demandas imediatas do nais s os grandes obstéculos postos a uma profissio que busca desenvolver icas de agdo. Ak da profissao foi permeada por (raves ao pensamento critico ¢ também influenciou, de ma- |, as primeiras manifestagdes que buscaram romper com aheranca conservadora do Servigo Social. a tradicao marxista Ac analisar o breve percurso hist6rico-politico do Servigo Socal . mar que a tentativa mais radical de superar as ime ‘ag6es praticas ¢ ideolégicas do sincretismo profissional foi a hin ximagdo do Servigo Social com a tradigao marxista. $6 a patté 2 luéncia exercida pelo arcabouco tedrico-cultural da tradisi? Se © Servigo Social comeca a trilhar um caminto [gidcramente busca acertarcontas com a heranga conser Superar as sérias implicagdes do sincretismo Profi unos, ONTDKOES ELAS 0 SERCO SOCAL stag ontudo, 5a aproximacio com a amplatradicioteérica do mars lade de ruptura com o conservadorismo jo historico da reprodusio sincrética na profissio—, nio. — depo: sedeu sem que existissem problemas que difcultassem a construsio a realmente vidvel e livre dos con ‘as ou voluntaristas. Vejamos em que contexto ico 0 Servigo Social comeca a projetar sua “ (Netto, 2005) com as tendéncias conservadoras e que tificuldades emergiram nessa conjuntura para que toda a riqueza e ‘complexidade da tradicao teérico-cultural marxsta no tocassem as cordas do Servigo Social. Se é verdade que desde o final dos anos 1950 e inicio da déca- da seguinte jé se podem ouvir as primeiras manifstacées, no meio de posigdes que questionam o status quo e contestam a pritica institucional vigente, s6 a partir de meados da década de 1970, quando a autocracia burguesajé néo consegue mais se repro- duzir como antes — gracas aos movimentos de resisténcia democré- la reinsercdo da classe opersria na igo Social tica que ganharam dinamismo pel «cena politica —, & que 0 projeto de ruptura com o Serv tradicional da seus primeiros passos. Essa renovagio te6rica e politica emerge significativamente dos quadros da universidade e, a0s poucos, toma forma entre os diversos setores profissionais. Sem diivida, a conjuntura politica da época, em conjunto com a inscrigio da formagio do assistente social no interior do circuito universitario brasileiro, concorre como os dois os Principais que intervieram no processo que intenta urna ryPIWS TT tica da profissio com o seu hist6rico tadicionalisme ——- Varias determinagdes contribuem para ese Processo ee nian a refuncionalizagio da universidade nao ‘66 oferecia a esses PI conjentua marads reo mer ee 0 gud do c™ sea no content oes do umperaso em nS —_ 8. Segundo lamamoto (1982), esses question Por uma situs Maen serves er uma stuagSo de eis ede int dee "io dos chamades “populismas” «de wma mor "*Pasesperficos ————‘ _— 1 tebrico-cull Social com a tradicio marxista. Tanto 0 ca que a teoria social marxiana porta como a histéic ra do pensamento profissional, em conjunto com fam agua no moinho da incompreensio ¢ te revolucionério Js determinagbes, jogar io enviesada dessas duas vertentes. 42 Aheranca tedrico-politica da Segunda Internacional, do ‘marxismo-leninismo" e da sociologia critica CO segundo aspecto, que contribuiu para uma aproximagio limi- tada do Servico Social com a tradigao marxista, € composto de um -as e se caracteriza pela Internacionais no movie ‘como afirma Kondet conjunto mais geral de determinagSes heranca te6rico-pol mento comunista mundial. Essa heranga — que, (1988), 6 responsivel por uma verdadeira “derrota da dialética” no interior da tradi¢ao marxista — influenciou toda uma geragio de pensadores e politicos que se dedicaram ao estudo da teoria social de Marx e, por causa disso, estd longe de ser epis6dica — trazendo sérias consequéncias ao conjunto do pensamento marxi 1, que fez certa vez 0 proprio Marx bater na mesa e afirmar que nao era marxista, foi ivulgedo sobretudo por Karl Kautsky"* e comeca a circular por volta de 185 Contudo, essa denominagio sé ganhou relevo, a ponto de se poder falar em um pensamento marxista, quaiido, na virada do sé Segunda Intemacional hegemoniza o movimento socialist €,a¥¥6 — = Seca Democrat ‘Alemio, consegue divulgar por? S a8 ideias gerais daquilo que viria a ser o marxismo. Assit, ‘Como se sabe, 0 termo marxi 1 temtrando “e tog ation a Kay quem edo oo spo daca 8 e abla aces eds do qurt vee de O Copia a ns, ONTADCOS PLEAS 20S SEC as a Primeira Guerra Mundial, esse micleotebrico-politco& ‘Aconcepsao instaurada pela Segunda Intemacional compreendia ajobra de Marx como uma “Sociologia cinta”, que desvendava 0 lugdo social a partir da a mecanismo da e concepsao, por um lado, no ‘cionismo social sustentado pela nogio de inevi 10 da teoria,transformava o legado de Marx em uma teoria fatorialista da historia, que dividiao conheck as subéreas, nas quais 0 fator econémico prevalecia 1981), 0 aspecto mais desse bloco cultural que inaugurou o marxismo residia no 1o de que, estreitada a obra de Marx para que se encaixase noi terior de uma visdo e impleme sociolégicas, se deixava a lado 4 sua relagio com a filosofia. Isso fez com que alguns tesricos da época recorressem a Kant para tapar 0 buraco filoséico que, Para 1X poss so, abragassem uma concepsio subjetivista cles, em contraposicao ao objetivismo predominante a concepsio da Segunda Internacional para teorizar quests reference essa concepgio carrega jcoformais de Configurada desta forma, revela uma profunda incapacidade das 3 totalidade social. O fatorialismo que teduz a perspectiva heuristica a procediments 166 OTA» stan anise que pretendem ir além da empiria mediante o pressupost ge aa dominancia do fator econémico sobre Os OULTOS, a fim de repr, ‘o do pensamento toda a natureza daquela dominincig, medida que nessa concepsio a pr: ; de ser a categoria fundante, a vinculagao essencial entre torna-se meramente externa e de Marx enfatiza que 0s homens smo que, em ultima circunstancia, desemboca em um economicismo rasteiro, ‘Alguns espiritos crticos chegaram a se rebelar contra as concep- 6es reformistas da Segunda Internacional, destacando-se num eso. 0 de recuperagao da sul Nesse debate com a social-democracia alema se destacaram como opositores, ainda que com posicao divergentes, Rosa Luxemburgo as71 Lénin (1870-1924). Porém, as determinagdes que in- fluenciaram a critica as concepgdes da Segunda Intemacional foram de cardter eminentemente politico. Tanto 0 escandaloso capitulacionismo do Partido Social Democrata em 1914, quanto a ecloséo da Revolugio de Outubro de 1917 na Riissia demonstraram, concretamente, que @ 1H. Ross Luxemburg se insurgiv contea»ideia de uma meciniea inexorsvel que evs | sociedad a0 socilismo em hungio dos meros movimentas da economia, Sua tee era d¢ 2 protunddade doa oda Internacional. smo que separava‘o pensamento de Marx do pensammen yams, COMTBAOKOES EFLEA DO SEO Soc esting faléncia pol a . Segunda Internacional deitava raizes na fragil- ade teérico-ideol6gica que portava. Precisamente, por iso, que, a gatticde 1919 a 1920, abre-se um periodo de critica teérca a orienta- cgodo marxismo erguida pela Segunda Intemacional. Contudo, como tessalta Netto (1981), 0 marxismo da Segunda Internacional pasa a er alvo de uma critica teérica que arranca diretamente da situagio 2a ruptura com ele. A curto prazo, é mais uma ruptura politi caque uma ultrapassagem do seu referencial tedri Em um lapso de tempo menor que uma décad movimento socialista conhece uma nova direcio teérico-politica com- posta do que passou a se chamar de Terceira Intemacional. Agora, a direcdo politica nao se legitima somente pelo respaldo de um partido de massas (como 0 alemdo) nem pelo prestigio de tedricos e publicis- tas, pelo contrario, seré guiada por um partido que nio s6 tomou 0 poder através de uma revoluglo, mas também ultrapassou grandes dificuldades para consolidar esse poder, gerando uma espécie de aura envolta por uma grandeza histérica e moral que garantiu uma credi- bilidade sem precedentes no movimento socialista mundial Nesse perfodo, surge uma fase de efervescéncia critica ¢ cria~ ‘obras de félego, essa ebuligdo riado no livro de Gyérgy je 1923." Mas a empresa do 0 isolado. dora para o marxismo. Entre vai a encontrard seu modelo pt Lukécs, Histéria e consciéncia de classe, sa jovem Lukées nfo configurou mais do que um episédi TEA hiptese conta dete or, nd de en 0 0.89 OO sou a chamar de “marnismo vulgar, ¢3 de gue 2m Se ts para desverar 3 ike 1 score espa do apilons Ain mesa co ‘em xeque. Segundo Netto, acon rresponde bemengéncia do Proce tire etanrand una cca Tritt oma spt hone, Ae cr ‘Ripstctamente vinelac » Hegel 4 Pro S0 itin S e sae quague eve aienacBO acs gn natura c 2 oe enone Se aes ite do etme alelo anslogo entre as esferas de legalidade cn aac asc estas que contém, eepresenta um dos grandes A Ps accor 1980 conhecido como “bolechevi- A partir de 1924, apés a morte de da revolucdo russa, gradualmente 0 burocritico-adminis- do maraismo que agora lizar toda a elaboragio tes (odas as medidas que Pr nares, CONRAD ELIAS 00 SERCO SOCAL ata licado pela concepgio Netto, a partir desse oe recupera, com vigor, através de segundo os padries impostos pela vl sua cata de dada um epistles snlaga um conjunto categorial pobre e © mecanicismo 0 Pela agio de um reducionismo tesco Essa versio de um marxismo ofa! influenciow domarxismo no Brasile teve dos conhecidos manuais que circulavam pelo pais. A doutrina do marxismo oficial sé entra em colapso depois de ta Kruchev, no XX Congresso do PCUS, em 1956, expor os crimes 4e Stslin ao mundo, Depois dessa crise, tomou-e impossivel falar €m marxismo no singular ¢ impds-se a constatacio de que existem, 1. Se é verdade que as ciéncias ji travavam um de- smplificou ainda 1a verdade, “marxismos” no plural seciais, oriundas do pensamento conservador, bate com a tradigio marxista, essa i "Rais com 0 colapso do marxismo sercida pelo mar- aque aconteceram por sua vez, cadémi- Xia. Esse quadro se completa com a influéncia © smo nos movimentos de libertasio nacions! Principalmente na América Latina e na Africa. tendo, POE® Sido acompanhada pela crise que atinge a8 Sencias AES) 5, nos paises eapitalstas centras, a patti 33 ASST Bundo Netto (1989, p. 96), “o que se desenh- a MOT ay, crescente rebat ‘no Ambito das chamadss ciéncias sociais”. Contudo, essa aproximagio das duas vertentes te6ricas antags nicas, apesar de possuir uma enorme relevai em si um fendme- no que decorreu também em andamentos problemsticos. Com fre 's sociais interpretam a teoria social marxi: do saber estranha aos seus prop guéncia, as: lentes de para os econo! dos exemplos de apropriagao da teoria social de Marx, sob a ética das ciéncias sociais, que mais influenciaram os chamados sociélogos crit cos na década de 1960, foi o pensamento de Louis Althusser. Tebrico de influéncia no marxismo, na década de 1970, Althusser deu grande contribuigio ao aprofundamento das relagdes entre a sociologia €0 marxismo. Contudo, sua interpretagao da teoria social de Marx tam ‘bém nao conseguiu romper com uma certa vi eacabou confluindo, em muitos aspectos, com as ideias do chamado sar sso, Althusser e sua discipula Marta Hamecker foram responsaveis por, ao divulgar suas interpretasoes reduzirem 0 arsenal te6rico marxiano a um epistemologismo de ai estruturalista que direcionou, em grande medida, o pensamento 43 sociologia critica e marxista no Brasil Sobre essas bases teéricas, em que Marx foi vulgar quais foi reduzido, é que o Servigo Social vai construir sua vincula te6rica com o marxismo. Nao é de perceber que €s54 prose magio incipiente, nas condigdes histéricas que se deu, fot um a determinantes tedricos que trouxeram sérias barreiras para > con a0 de uma proposta consistente de ruptura com 0 conser ‘no Servigo Social e, consequentemente, com o sincretism? " izado © 38 50 dan. Abe letra aul que mutas das cas de Althusser ham eras ie? Geom tadional de Mao Te Tang isin na gual uma dar pa idaho das categorie hegelanasedleas da ob de MAD Don ques, CONTADGOESEFLBAS D0 SRUKO Soc es imperante na profissio. A essa heranga tec de u gproximou da tradigdo marxista, compicando ainda mols nies, da profissao em romper com as consequéncia do sineetsmo, 43. Condicdes particulores da oproximaséo do Servico Sociol com a tradi¢éo marxisto ‘Além de toda uma heranca deixada pelo marxismo vulgar e pelos reducionismos da sociologia que liquidaram grande parte da riqueza teérica de Marx, a aproximagio do Servigo Socal com essa vertente cultural também foi vitima de alguns obsticulos que se im- puseram gragas as condigdes peculiares que se deu esse processo. Segundo Netto (1989), poderiamos afirmar que a aproximagio do Servigo Social com a tradigJo marxista se particularizou por alguns ‘Tratou-se de uma aproximagio sem muitas exigenciasteicas ‘Alem de ter uma forte influéncia da socilgierita da gpoca grande parte do arsenal teérico utilizado principalmente pela panguarda aca- démica dos assistentes sociais era de natureza, sobretudo, oe «a, frequentemente centrado na real io dando a ee tincia para um contetido: tedrico-metodal ico ee fio sidiava a construgdo de pesquisas académicss © ate ea nais que levavam em consideracso 2s posstileat tN rand atuagao inst sig, So Pala: COE 1. Sobre isso, ver Quiroga, Cons oes ps2 ves MOT Aen contribuigées teérico-metodolégicas que ele poderia oferecer para g profissio (N Essas ¢ ares da aproximacio do Servigg Social brasileiro com a rrxista, somadas 8s outras citadas anteriormente, criaram determinacdes que multiplicaram ainda mais as dificuldades de interpretacdo da profissio sobre a complexidade existente na teori de Marx. Tais determinagdes impuseram proximacao do Servico Social com essa vertente tedrica, criando condigdes desfavordveis para que, por meio da teoria social de Marx, 0 Servigo Social construisse propostas de ago profis- sional alternativas aos modelos conservadores e pragmaticos que se srentes formas, o sincretismo presente nas apesar de oferecerem uma contribuigao para o debate pol profissio, foram, no campo tedrico-metodolégico, inexpress elaborar uma suposta férmula (estruturalista) que deveria ser encai- xada na realidade particular de cada profissional, o “marxismo vulgar” engessou a potencialidade di da teoria marxista, criando uma teoria que nao oferecia os instrumentais necessdrios para que 0s Pr fissionais desvendassem as mediacées particulares a cada espaso de intervengio. Dessa forma, acabamos por construir uma légica formal -abstrata revestida com um verniz de conceitos marxistas que Malou potencialidade da dialética de superar a aparéncia cotidiana do real €, por isso, muitas vezes, ainda hoje, parece aos profissionais da Ponta” uma teoria totalmente inadequada para tratar das demand3s 1as dos espagos profissionais. S6 com a chegada dos anos 1990 é que estudos visando super tanto 0 conservadorismo como as apreensées légico-formais de Man deixaram de ser excegdes, passando a hegemonizar al} académicos e criando um ambiente um pouco mais favor enriquecer o arsenal ico-metodolégico da tradigao mars Servico Social. O objetivo dos trabalhos, que, a partir dese i eqanos, COMRADKOES EFLEAS 00 Stn SOCW esteng “s anham relevo, aponta para a tentativa aire pensamento original de Mars cs eemiichen ats ismo, bem como o lugar do Servigo So amp co oe bs estudos relativos A "prodido social no cpitaliso, ideoog, >M COMO as pesquisasrelativas & importan. cia do método para a apreensio rica das categoriastrabalhades pela tradigao marxista, e o aprofundamento de estudos relatives a diversos pensadores da tradicio marxista relegados no passado, como é exem- plar os casos de Antonio Gramsci e Gyérgy Luks. Contudo, mesmo com o desenvolvimento de estudos mais den- sos sobre a teoria social de Karl Marx e sobre os “cléssicos” do mar- xismo, alguns obstéculos permaneceram impedindo a difusio da influéncia do pensamento critico nos espagos de atuagio profissional, para além dos espagos académicos. Por que isso tem ocortido? Que determinagdes podem ser elencadas para entender esse processo? Levantemos algumas hipéteses. 5. O insulamento da tradi¢ao marxista na academia e a reproducao do sincretismo nos espagos profissionais 5 . Socal, pelo Apesar de ser evidente que a profissio de Servo Dn” peo seu proprio estatuto enquanto insttuigso igada om ima profssio Brodugdo da ordem socal vigete, mune $ eal am “ jas de atuagi 5 mos gi estas de is hs nas burguesas €2 defesa de Jos trabalhadores S30 N30 86 imidade perante oS te no Servigo cae as oss entreas vanguard ifcuos forentes 8 HadicaO 'suaios. Contudo, o que se verifica Mt a reposigfo continua de uma relogio yo. académicas — que impulsionaram 0 Cd marxista — © a grande parte da ‘costumamos afirmar, enconl mente no campo de atuacig profissional concreta e, por outro lado, distanciado 0s profissionais do desafio diario de refletir ¢ sistematizar sua pratica visando & ba, talha cont a reposigao do sincretismo, sempre presente nos espacos institucionais. (que vem se confirmando na dindmica histérica do Servigo Social brasileiro é que, apesar da ampliacao e do aprofundamento nos espagos académicos dos estudos referentes a tradi¢ao marxista ‘o que ocorre nos espacos profissionais é que estes desenvolvem, pou- coe fragilmente, estratégias de atuacao que visam a sistematizagio critica de sua pratica profissional. Essa caracteristica tem impossibi- itado a suspensdo, mesmo que temporaria, dos elementos sincréticos da profissao e, por consequéncia, também cria largos caminhos para a reposigao continua do conservadorismo e do imediatismo presentes ‘em amplos setores profissionais. Paradoxalmente, 0 que se tem per cebido é a ampliagao do pragmatismo profissional e a exaltagéo do “saber pratico” enquanto forma de atuagao mais eficaz e eficiente para a pratica do assistente social. £ sempre bom lembrar que esse “saber pratico” frequentemente oscila entre o raci mo formal- -abstrato, ancorado na divulgagao do saber puramente instrumental € técnico, e © puro irracionalismo, com sua exaltagao de um tipo de conhecimento que nao tem nenhum compromisso com a sistematiza- sio e a anilise de dados da realidade social. Mas, entao, como expl car esse paradoxo em que o avango da tradigao marxista na Area académica nas décadas de 1980, 1990 e 2000 nao se refletiu na cone ttusio de uma pratica cotidiana dos assistentes sociais que estabelt esse graus de ruptura com a estrutura sincrética da profissi0? Para Netto (2005), por tras desse aparente paradoxo, hs, Po! tum lado, um descompasso entre o universo simbélico que a PPS ‘Ho te6rico-metodologica e profissional das chamadas angus académicas” produziu e aquele que parece pertinente & mass? qunas,CONTADCOES FLEAS 0 ERGO Socal ea categoria — para esse descompasso, tanto sempre limpida das vanguardas qua; 1p contebuia formulacionem © © proprio empobrecimento Social, Além disso, a atual conjuntura 3s ogou grande parte das organizacies ; na defensiva, dficultando a consolida. «io de alternativas a0 projeto do grande capital e minimisando s capacidade de organizacao e intervencio politica dos trabalhadones Essa conjuntura desfavoravel tem criado uma “cultura da despolit zacio” entre uma massa no desprezivel de asisentes sociais que, atualmente, tém pouca ou nenhuma participasio politica, seja em partidos, sindicatos, seja em movimentos populares. Tal situagio politica desfavoravel ao projeto societério dos trabalhadores tem ajudado a empobrecer ainda mais o universo politco-cutural eideo- lbgico dos profissionais. Pode-se ressaltar ainda que esse descompasso é também resul- lado de um distanciamento dos problemas teéricos colocados pelas vanguardas académicas e sua relagio com as priticas profisionais concretas desenvolvidas pela massa da categoria A essa dificuldade, soma-se & pobreza de indicativos pritico-profisionais de operacio- nalizagdo imediata que a perspectiva critica vem oferecendo 20s Profissionais — “mais precisamente, 3 inadequacio entre muitos dos seus indicativos e as condigoes objetivas doexerccio proBissional pela massa da categoria” (Netto, 2005, p. 255). _ recem de extrema pertin pe social que to a ampliaca0 5", Esse am dos trabalhadores brasileiros Asses Para comegar a entender a persi as doras no Servigo Social, existe outro de carater nao deve ser desprezado. Essa determinass0' diz fal wt ‘ada vez maior de uma espécie de “cultura do im sr ontol ime sen qualquer compronis0 7 3 tes puree se een one oe a en peltando 0 conte 38 a io "igdo do persamento maraista com 9 ssemateas a :~St—~™r oe biente cultural, proprio de uma época que fa “Sociedade da Manipulacao ce esséncia e exaltar a impo: io locais e imediatos e, rapidament “amplos setores insti tural gerou uma n ‘ova corrente de pensamento académico ou “novo paradigma” — como costumai rico-cultural cons- 10 moderna e, com it grandes teorias, passar a aparéncia das escolhas oferecendo um desafio a renovacdo do pensamento Sabemas que a negagio dos fundamentos ontol6gicos ea forma- lizagio e abstracio do pensamento nas ciéncias humanas nao s30, na verdade, condigdes novas, mas sim caracteristicas proprias do racio- nalismo burgués em sua fase decadente No entanto, como afirmamos sere © que atontece de novo no cenério atual é que 0 Pande ive hj so impacto das transformagoes de um capital iran ee labs ne qual o pensamentoieraconalista gana cas que nas ciéncias humanas e sociais. esencial esesidade Imente manipul erent do capital, surgi de taba do eames uc CONDE ELAS RO SH BED 199 fem El asalto @ Ia rnzén (1968), Lukécs chamou a atengio para 0 fay de que nos momentos de crise o capital tende a reforgar a pers- histrica, negando a historicidade e metamorfoseando-a ‘um tipo de pensamento que tende & destruigdo da razao. Em um ermiujo em que 0 conjunto das relagBessocais aparece sob o signo ‘Temero ¢ fetichizante da mercadoria, a razio tende a seguir um ca- ‘ninho que mistifica a realidade, negando a possibilidade de apreen- “eros fundamentos dos fenémenos. Ganha espaco um tipo de racio- ‘alidade historica que vé na imagem, na linguagem e nos simbolos Gecomponentes que estruturam a realidade social. (1994), na medida em que se in- aa face do mundo objetivo, proprios da real mo. Portanto, o que ha de novo na atual fase irracionalista do pensa- mento burgués que este nao tem, como no passado, nenhuma pretensio romantica nem devaneio rebelde — é agora, pelo contrario, bem comportado e “realista” e proclama (capitalizando o fracasso do -0) © colapso da histéria e das utopias escrito nas stradas. Na esteira do pensamento de Lukics ¢ seguin- do as indicagdes de Coutinho (2010), podemos dizer que a pds-mo- s,filos6ficas, historiograficas izacio da razio moderna e 0 © estéticas) implica uma nitida pauper cancelamento das suas determinagbes humanistas, histéricas e, Prin= cipalmente, di Somado a esse ambiente ideolégico e sociocultural que favorece icionais pragmaticas € ma~ determinagbes proprias & 1 sociais que também © pensamento empirista ¢ as agées institu ian as, existe ainda um conjunto de ica atual de desenvolvimento das Pol i" Soncorre para uma ampliagao da praxis burocratica e imediatista nos SSpagos acad@micos e profissionais da categoria. in Lenilicagdo das contradigdes do cap Proporcionado também o adensamento 48 “manipulag? MOTA «Atay 1e monitoramento ¢ controle das po. leiro. Essa necessidade das idades profissionais Soc rovas demands PPO! jais que ocupam polities sociais do Esta presents no processo fissionais que es ugar no plane ido. Um exerplo dis mento, gestio € execucao de so sio as novas exigencias de consolidagao do Sistema Uni- re social SUAS) que, além de ampliar as demandas no do processo de gerenci is em to tém privilegiado concei profi ‘monitoramento ricostipicos da manif lidade, exclusio etc ‘A guisa de conclusdo: desafios e possibilidades atuals na construcao de uma prética profissional critica ‘Ao longo do texto, tentamos demonstrar que a raiz ontol6gica da pesstnca do pensamento pragmaticoe conservador no Servigo Social esti na propria estrutura sincrética em que se move cotidiana mente a pritica profiss (oa academia e nas 1 miltiplas deter oe a vpn ay i | __ lis deemines em que prea profsonal €desenaht {ees possivel criar espacos para favorecer a suspensi0 dinimica reifcadora do cotidiano profi Ss emp dno dosnt potions 4 atuagio dos assistentes sociais. Dee Jos, CONTRADIGOESE FLIAS 20 SERVCO SOC an Aganalisar 0 percurso hstérico da profisso, podemos airmar que todas 8 tentes positivistas (funcionalismo) e subjetivistas Amorenotogia) au 5° propuseram a uma modemizagao do Serco eat Tadcinal no fzeram mats do que reproduzir as caracteristicas sparentesdesse tito, realizando, como afirma categoricamente José ‘uma verdadeira modernizagio conseruadora, na qual 0s sitores do tradicionalismo se mantém por meio de caantivas tacos de ecetismo tedrico advindo das “teorias das " gociais modernas”." Isso acontece porque essas vertentes creas conservadoras tém sua Taiz no pragmatism ¢ no empirismo vraa negacio agnéstica do itracionaismo e sio impossib tadas, pel estciteza categorial do seu método, de ultrapassar a aparéncia vealidade e acessar as multiplas determinagdes que compoem o eqement05 £2PO% cigncia: fendmeno social. ‘Mesmo quando 0 Servigo Social tentou se aproximar da tradigao manista, mas no se ateve as questées tebrico-metodolégicas concer- rentes & apreensdo da ontologia da realidade social, ndo fez mais do queconstruir um conjunto de teses polticas que redundaram na repro- dugio de vulgatas teéricas. Isto ocorreu tanto no oficial, no marxismo estruturalista e nas anélises da s pouco contribuiram para 0 desenvolvimento de proposicoes critico- “dialéticas, abrindo espaco para um moralismo deontolégico na pratica profissional dos assistentes sociais, 0 qual, apesar de ter suas contri- buigdes tedricas, sempre oscilou entre 0 messianismo subjetivista ¢ 0 determinismo economicista (lamamoto, 1982). Diante de toda essa rica trama que envolve a dinamica profis~ sional, a ruptura com 0 conservadorismo, em suas diversas formas forma, podemos entender porque as teoriss, que procuraram historicaments ‘Social dos seus principis ontlbgicos fundamentals, acabaram por reduzilo {imc (ou preci ma tenologia sai ov uma mer PN de ajuda psicossocial igo do contole da soccdade. Estas concepsSes frnal-asiias 20 reproduzirem 9 2P3- los fendmenes na sociedad burguesa, negaram 2 histricidade da profisso, o seu vit permanent mines a0 fe st, ipsam 2 ese eriagio de MOT anata, assando pelas vulgatas marxistas ¢ che. mo pés-modemno —, ndo se vislumbra apenas fa que exige uma suposta troca de um paradigm, -0 (ou, como querem, mbos). Pela propria natureza sin. a ruptura com 0 conservadorismo no construgio, desenvolvimento ¢ am. strumentos e ferramentas te6ricas e ideolégicas que, a0 procurarem desvendar as ricas contradigdes tipicas do espaco profis- 'S multiplas e explosivas ex- mo atual —, devem estimue sional — frequet prossies da idas aos espagos institucionais, enfrente, con- a tendéncia sincrética que a profissdo carrega s ferramentas concretas que permitem ica profissional critica. Caso queira avangat 'o de ruptura com as praticas profissionais conservado- USé tradicionais, o Servigo Social deve nio apenas procurar apreen- der ariqueza do método dialtico, mas também constraire intensif o ae oe que aprofundem a dimensao investigativa desenvclvimente nant € ROS insitutos de pesquisa, articulando 0 eee a ‘orico-metodol6gico intenso com os processos d€ fodaetinas gee 7 re izados Pelos profissionais. S6 cone PAGS, Preserande ee 2 aiculagdo conjunta entre esses dois & © limites © possibilidades de ambos, & que 05 construgio de uma pr: em seu i ADICOES E PLEAS D0 Stn Soci quires CONTPADI AVEO SOCIAL Basttng mm problemas cotidianos vividos pelos profission posiem redundar em ricas temiéticas de investigacio e pesquisa que, ao suspenderem e analisarem 0 cotidiano cadtico e reificado do es, paco profissional, podem abrir caminho para a construcio de alter. as A intervengio profissional, apesar dos estreitos limi tesinstitucionais. A construgao de tais condigdes materiais ¢ tebricas pode portar uma alternativa para a criaéo de um instrumental re6rico e técnico operativo que possibilite o acesso as mltiplas de- terminagSes que compéem a realidade social, permitindo, com isso, a viabilidade do desenvolvimento de estratégias de atuacio critica nas mais variadas instituicdes. lais nas instituicdes Deixemos claro que a ruptura definitiva com a estrutura sincré- tica da profisso é uma questo irremediavel. Assim como a andlise tedrica dos processos sociais concretos é inerentemente relacionada com os fenémenos da vida cotidiana, também o sincretismo € onto- logicamente conectado a pratica profissional e sempre se recolocara como obsticulo a ser suspenso pela anélise concreta dos miiltiplos fendmenos presentes na realidade da profissio. A adogio de uma Perspectiva critico-dialética, que busque ir além da mera aparéncia dos fendmenos cotidianos ou da limitada organizacao de dados em- Piricos, procurando desvendar os pressupostos histérico-ontolégicos 4a pratica profissional e de sua intervencio na realidade social, pode Siar condigdes de ruptura com a reposicao intelectual do sincretismo © Berar, com isso, proposicdes profissionais que vao além da mera "produgio burocratica das ages institucionais. Para construi Igico que se torna necessario fortalecermos algumas con- icas da profissio e ampliarmos alguns fundamentos 'e6ticos e praticos ligados ao exercicio profissional e A pesquisa aca- émica, principalmente aqueles que busquem, por um lado, fortalecer ®S espagos de pesquisa cientifica na academia e, por outro, romper zee sieas profi cos a tes ws edicts fates poeta ern mente a5 que determina score de * politica no interoe de cada expaco profsional MOTA atau, ™ femico da tradigio marxista, procurandg insulamento acadi com o inst a academia e a massa da categoria pro, i articulagoes entre 5 F Contudo, € preciso ter claro que a consolidacao e © avancy ea Serigo Social ritico nao dependem apenas do esforco coleti. dos sujeitos profissionai mbém sao resultado de certas ve aliges econdmica,politicas, ideol6gicase culturais de um temp reanco. Nesse caso, € preciso sempre lembrar da advertencia rag. ‘almente ontol6gica feita por Marx (1982, p. 392) nao basta que t pensamento tenda a realidade, ¢ preciso que a realidade mesma tenda ao pensamento”. Referéncias CARVALHO, Maria Brandt de; NETTO, José Paulo. Cotidiano, conhecimento critica, S30 Paulo: Cortez, 1987. COUTINHO, Carlos Nelson. O estruturalismo e a Expressio Popular, 2010. iséria da razio. Sio Paulo: idade do Servigo Social. S30 Paulo: Cortez, Aforga histérico-ontol6gica e critico-an: Vermeil, Rio de Janeiro, UFRJ, v. 10, p. 12-45, 2004. dos fundamentos. Praia HELLER, Agnes. Sociologia de la vida cotidiana. Barcelona: Peninsula, 1994. IAMAMOTO, Marilda Villela; CARVALHO, Raul de. Relagées sociaise Servgo Socal no Brasil, S50 Paulo: Cortez, 1982. KONDER, Leandro. A derrota da dialética: a recepgao das ideias de Marx no Brasil até 0 comeco dos anos trinta. Rio de Janeiro: Campus, 1988. ique de Hegel. Trad, N. Guterman eH. Lefebvre. 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