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MOpuLo 1 INTRODUCAO A PSICOLOGIA CANINA Quando nos referimos a Psicologia Canina estamos tratando do conjunto de observagdes dos estados mentais dos caes, do comportamento do individuo e de suas interagdes com um ambiente fisico e social, e do que podemos fazer, com base nessas observa¢ées, para tornar mais equilibrada a comunicagio e a relacao entre humanos e cies. Nao estamos tratando de Psicologia stricto senso, de um cachorrinho no diva contando sobre suas neuras (muito embora isso seja fofo de se imaginar). Mas sim de um conhecimento sistematizado capaz de identificar e tratar comportamentos indesejados ou até danosos (x2 ee através de sessées terapéuticas de \ t amento, para reabilitar um cachorro. Miadedatedadeded O conhecimento da Psicologia Canina advém, em primeira instancia, da observagdo do comportamento “~~ _ de canideos selvagens em suas alcateias e matilhas, permitindo identificar padrdes e assim criar técnicas de treinamento que atedem melhor as necessidades dos nossos cies. E isso acontece porque aquele pequeno cachorro que vocé tem em casa tem muito mais em comum com um lobo selvagem do que podemos imaginar. Apesar de parecerem tao distantes, eles estao unidos pela genética 2” “Todas as racas de cdes que conhecemos no mundo moderno (Canis lupus familiares) originaram-se do Canis lupus, 0 Lobo Cinzento. E por esse motivo os caes domésticos carregam em sua genética grande dose de DNA de seus ancestrais. Essa ancestralidade faz com que os habitos alimentares, a gestagdo e o comportamento geral para brincadeiras, dominagao, submissao e comunicagao sejam os mesmos de seus parentes distantes, os lobos. De tudo isso podemos concluir, portanto, que cada cao doméstico, trabalhando de vigia ou deitado no melhor lugar do sofa de sua casa, carrega predisposic¢ées inatas para agir de uma determinada maneira: possuem um impulso interior inconsciente e expontaneo que © faz agir como 0 animal que é; unica e exclusivamente porque foram dotados de um DNA (forjado ao longo de milhares de anos) que os fazem ser quem sao, fendtipica e genotipicamente. Ou simplesmente podemos dizer que o comportamento deles é profundamente marcado por INSTINTO Mas infelizmente, por falta de conhecimento, ou até porque nds mesmos ignorarmos Rassear nossos prdprios instintos a todo momento,- tendemos a ignorar os instintos dos caes. Pior ainda que isso, tendemos a projetar nossas necessidades no cachorro, em um processo chamado antropomorfizacao (suas necessidades como animal sao tratadas como se de um humano fossem). Ena maior parte das vezes, é dai que os problemas surgem. Bichos de pelicia E muito provavel que vocé ja saiba de muita coisa do que falamos até aqui.A questo é, como esse conhecimento pode resolver os problemas reais que lidamos no dia a dia com os caes? A pratica da Psicologia Canina se da por estratégias terapéuticas de reabilitacdo (da saude mental e fisica), apoiadas pelo que se observa e se sabe do instinto do animal, adaptando isso aos nossos lares. Uma vez que o treinamento terapéutico leva em conta aquilo que é instinto para o cachorro, a reabilitaco também sera natural.A psicologia também funciona ao usar os instintos de caes que nao apresentam problemas de comportarmento para ajudar os que tem, restaurando seu equilibrio. MopuLo 2 0 IDIOMA DOS CAES QURAN ENDS Voce FAL, SOS CFs Vo ENTENDER ent! E bem comum encontrar pelas ruas e parques cachorros S adoraveis que respondem a comandos do tipo:‘‘senta!”; Da a “fica!” ;“deita!”. Isso é resultado de adestramento, que A pode ser divertido para caes e humanos e tem como TAHA | finalidade 0 condicionamento e 9 reforgo da meméria. ACA yo Na Entao, diferente do adestramento, segundo a psicologia canina, a betes Bi melhor comunicagao entre silenciosa, que usa o idioma a F F cao e tutor obedece a universal do mundo animal, a i 5 seguinte regra: energia constante de cada ser vivo, para conseguir uma QUANTO MENOS vocé melhor comunicacao e FALAR MAIS 0S relagao com o cao. CAES Vio ENTENDER Isso porque, o idioma do cao é a energia que os outros seres emanam e que eles sabem “ler” de forma magistral. Se vocé estiver nervoso ou com medo o cachorro vai saber. Ele literalmente vai sentir seu estado de espirito, pois nossos sentimentos sao formados por horménios, eles desencadeiam reagdes fisiolégicas e tudo isso é perceptivel para o cachorro: Gy Na Psicologia Canina, contudo, ha uma conversa ‘VELOCIDADE DA _ NIVEL 00 i } / HUMANO COM RAIVA RESPIRACAO \ BATIMENTO = E ESTRESSADO, DEVO caRDIACO ME PREPARAR PARA 0 HORMONIOS NEUROTRANS HISSORES Pressfio ARTERIAL PERIGO! O nariz do cio, por exemplo, pode conter até 350 milhdes de receptores olfativos (nés, humanos, temos timidos 5 milhdes). Além disso, os cachorros tém um orgio muito poderoso que, além de cheirar, capta elementos quimicos no ar que os tornam uma obra-prima em detectar e distinguir odores: 0 vomeronasal. Com ele o cao consegue, em um uma mistura de cheiros diversos, distinguir um cheiro de outro (em um buqué de flores, por exemple, ele distingue cada flor em separado, sente o cheiro das maos do vendedor, 0 cheiro da fita do laco e assim por diante). Entao, em primeira instancia 0 cao ira “ler” a sua energia, a de outro cachorro ‘ou de qualquer outro animal utilizando seus sentidos. Depois disso, ele vai usar esse conhecimento para agir conforme seus INSTINTOS. Mas nao se engane, ele nao vai agir inadvertidamente, o cao vai dar sinais dos seus sentimentos, vai demonstrar seu incémodo, por exemplo, antes de morder. O segredo é conhecer os sinais que eles passam, incorporando o seu conhecimento sobre o que © cao ja leu da energia da situacao, somando ao que sabemos sobre seu comportamento instintivo. Sabemos bem identificar O cao pode balancar o rabo por: um cao nos ameacando oo : se ele est assim: —7 > valegria ~ H " - para espalhar o seu Mas se ele nao est rosnando, mas sim cairo pelo ambiente latindo sem parar e,ao mesmo tempo, abanando 0 rabo, isso também significa cue oe nee ree reaya? comida, Por isso, precisamos fazer uma leitura com frequencia, por causa do rabinno Correa dos seus sinais, em seu conjunto: que balanga, as pessoas acreditam que o cio esta feliz. Mas a verdade é que elas abanando 0 cheiro + pelo arrepiado + latido ignoram os latidos incessantes. Os dois Mo = “gestos” juntos deve ser lido como 7 ea escotenchorrotescsi alerta! Neste caso o cao balanga o rabo Y avisand rn para espalhar melhor o proprio cheiro SR ee eerie pelo terrritério e nao em sinal de nao € bem-vindo! amizade. Assim, prestando atengao no conjunto de gestos (e nao em gestos isolados) do cdo podemos entender plenamente o que ele esta sentindo, ou seja, qual € o estado da sua energia. Vejamos alguns exemplos: - pura excitagao Movimento lento, com a cabeca abaixada: pode significar que o cachorro vai atacar. Mas Border Collies, por exemplo, costumam agir assim apenas para pastorear. Pointer (patinha levantada): normalmente eles estdo em postura de ataque. Nao necessariamente ele ira atacar, mas os outros caes entendem bem o perigo. Franzir os labios: pedido para afastar e/ou aviso de que ele esta incomodado e pode morder. Uivar: tem a ver com comunica¢ao e localizagéo. O uivo é como uma mensagem em um grupo de whatsapp pois comunica com todos os caes ao redor. Lingua para fora, corpo relaxado: significa que nao ha nada de errado com o cao, ele esta de fato tranquilo. Bocejar sem sinal de sono, ou lamber os labios: significa que © cao esta tentando assimilar alguma coisa. Pular na grama ou em outra superficie como se fosse mergulhar: é um comportamento de caga herdado dos seus ancestrais, que precisavam romper o gelo para pegar animais na agua. Apoiar-se nas patas da frente e balancar o corpo todo (prestando atencao no rosto relaxado): significa quer seu companheiro quer brincar! Com a barriga para cima, parado, cauda entre as pernas e cabeca virada para o lado, evitando contato visual: 0 cdo esta declarando sua posi¢ao submissa e passiva. MopuLo 3 ENERGIA X ESTADO MENTAL — Até aqui ja treinamos nossos olhares e Pi coragGes para enxergar 0 cdo como um animal dotado de um universo de caracteristicas especificas (e paramos de ) antropormofiza-los). e © DA e Também entendemos qual é 0 idioma do c4o ou, como ele |é sinais externos e aay O @¥ ai como ele demonstra seus sentimentos. co Agora, vamos ver um outro fator que influencia determinantemente no equilibrio do seu cao: A ENERGIA E 0 ESTADO MENTAL. Quando falamos de energia estamos falando de um conjunto de reacdes fisiologicas e quimicas que ocorrem no organismo humano, quando ele passsa por experiéncias emocionantes, empolgantes, estressantes ou tristes, a partir de onde o corpo reage na forma fisica e fisiologica, produzindo e exalando uma cadeia de reagdes quimicas e elétricas perceptiveis ao cao a uma so cheiradinha. Por isso, antes de qualquer coisa, quando vocé for interagir com um cdo, tenha plena @ consciéncia de que seu estado de espirito deve ser sereno e assertivo. O cao, apos “ler” a sua energia vai usar esse conhecimento para agir. E é muito importante lembrar que ele nao vai agir conforme o que se espera da razéo humana, ele ira agir conforme seu instinto animal: ele percebe a energia que vocé esta emanando e se ele se sente ameacado, ele foge; se ele se sentir incomodado ele morde, e assim por diante. ENTAO, Com isso, de bénus, aprendemos pelos nossos @) 1 \ ces a controlar as reagdes i “4 “automiticas”geradas pelo i nosso emocional que profundamente ou tenha pontos de equilibrio em que a mente i nunca nos ensinaram a possa se voltar para se acalmar. entender e lidar. Somado a isso,a ENERGIA DO CAO também deve ser considerada. Existem ragas que possuem naturalmente mais energia, enquanto outras sao naturalmente mais calmas. Leve isso sempre em consideracao! A variagdo de energia também pode ocorrer de individuo para individuo. Em uma mesma ninhada podem haver filhotes com energia alta e baixa: E muita gente 4 ... porque ele é o que acaba escolhendo {ye . de cara comegou a © mais energético f” brincar com vocé, da ninhada para 7 }) justamente porque é 0 levar para casa... ¢ {! que tem mais energia. E possivel classificar os cdes conforme o nivel de energia: maxima, alta, média e baixa. Dependendo desse nivel, o animal vai ter tendéncia a dominar ou a seguir; Quanto maior a energia do cio, portanto, maior serd o desafio para alcangar o equilibrio. Isso porque, um cao cheio de energia com tendéncia a dominar vai ter “bateria”de sobra para disputar o topo hierarquico da relacao que vocés mantém. E para contornar isso de maneira saudavel e eficaz vocé vai precisar gastar essa energia dele. Depois de um bom exercicio, que pode ser Nessa hora, ,, _ caminhada, corrida ou andar a seu lado enquanto vocé pedala ou anda de patins, © passeio |} |\\ voce vai ter um cachorro mais cansado e sera 0 seu ___inclinado a escutar regras. 1 3 Mais a frente vamos falar maior aliado! A] detalhadamente sobre 0 passeio em si. Mas independente da energia ser a mais alta ou a mais baixa, e de vocé conseguir de fato drenar a energia do cachorro com passeios, ele nunca sera equilibrado se vocé nao estabelecer uma estrutura hierarquica na relagao de vocés. E que, na natureza os canideos fazem parte de um grupo hierarquicamente organizado. Nessa comunidade, eles precisam executar tarefas para serem dignos de permanecer na matilha e compartilhar os beneficios que essa estrutura tras. Esses beneficios estao ligados as suas necessidades basicas, como se alimentar e ter um abrigo seguro junto aos outros eles precisam estar atentos ao lider ou ao canideo alfa ou a matriarca na hora de se deslocar, de cagar e de se alimentar. Na natureza, se por Entao, o que torna o acaso um lobo se cachorro forte é a separa da alcateia é unidade da matilha: a enquanto caminham, estrutura ele pode morrer de hierarquica dentro fome ou pode acabar dela pode significar invadindo o territorio sobrevivéncia, de outra matilha, o que Ue conforme lhe diz seu também pode ser fatal. instinto. Dessa forma, na hora de interagir com o seu cao, tendo o nivel de energia que for, no passeio ou dentro de casa, ele deve ter certeza de que VOCE E O/A LIDER DA MATILHA! Essa é uma posi¢ao que vocé precisa ocupar ou 0 seu cao vai ocupar por vocé. Segundo seu instinto essa é uma questo de sobrevivéncia! Observar o cao vai @ ele nao deixa ninguém chegar dizer muito sobre a perto da vasilha de comida dele energia dominante ou submissa dele. Os exemplos podem ser infinitos, mas prestemos atencao em alguns que @ ele nao deixa outros cies ocorrem comumente: chegarem perto de seus tutores ele sobe nos outros caes nas brincadeiras (sem intencao de cruzar) sO para mostrar quem manda MopuLo 4 COMO AS PESSOAS PERCEBEM OS CAES Se antigamente os caes eram, em sua maioria, para guarda, caga ou pastoreio, se dormiam do lado de fora da casa e quase nunca comiam rac¢ao ou iam ao veterinario, hoje as coisas mudaram. Em varios aspectos, a vida dos caes melhorou muito. Hoje eles dormem dentro de casa e entram no orgamento da familia. Houve uma evolucao na area de satide, da nutrigao e do interesse do bem-estar animal que trouxe muitos beneficios. E nisso tudo nao ha mal algum e naturalmente nao queremos regredir no que ja melhoramos. Mas nao podemos fechar os olhos para um fato alarmante: ‘Os Cdes estao cada vez mais estressados e cheios de problemas comportamentais. Esse novo lugar do cdo em nossas vidas nao pode ser motivo para que os tratemos como seres humanos. O maior e mais recorrente erro que encontramos € tratar o cachorro como se ele fosse uma extensado de nossa personalidade e que, em razdo disso, ele gostaria de ser tratado como nés gostamos Eee de ser tratados. Isso nao é verdade! A perspectiva de que somos, nés e os cies, espécies diferentes deve estar sempre presente. E em sendo assim, existem necessidades diferentes a serem atendidas, bem como existem comportamentos inadequados que, ou nao vao servir para satisfazer 0 cao ou vao gerar nele comportamentos problematicos. Todas as formas inadequadas de tratar um cachorro sao resultado do antropormofismos que projetamos neles, uma tendéncia moderna que deve ser evitada a todo custo, de tratar cdes com se fossem pessoas. Diante disso, listamos a seguir as formas mais frequentes com as quais as pessoas percebem os cies e que so inadequadas. Na maioria das vezes, essas abordagens sao as que propiciam uma altera¢do no estado de energia do cao, que pode resultar em mal comportamento ou em agressividade. "1 PERCEBER O CAO PELO NOME: Na rua ao conhecermos um cio logo perguntamos seu nome e o chamamos, acreditando que assim estamos estabelecendo uma relacdo com ele. Contudo, quando observamos dois cachorros se conhecendo na praga, eles nao se conectam pelo nome, mas pelos cheiros. Entio se vocé esta em um estado de energia estressado o cachorro vai perceber e reagir a isso, ainda que vocé diga o nome dele com todo carinho do mundo. PERCEBER O CAO PELA RAGA: ‘Com essa percepcao ja temos conceitos pré- existentes sobre eles. Um bom exemplo é acreditar que todo pitbull é um cao agressivo Pronto para atacar, quando na verdade, é um cao docil se criado de forma equilibrada. Outro problema é se encantar por uma raca em particular e nado conhecer suas necessidades especificas. Ex.:levar um cao de alta energia para um apartamento pequeno baseado apenas na fofura de sua aparéncia. PERCEBER O CAO PELA ESPECIE: Enxergamos 0 cdo como meras presas indefesas, quando na realidade, eles sao predadores por natureza. Assim, muitas vezes os criamos com muita ternura achando super fofo - e incentivando - os rosnadinhos do filhote, mas nao entendemos: porque depois de crescido ele rosna de dar medo e, eventualmente, morde uma pessoa. Ao mesmo tempo os protegemos do mundo exterior como se ele nao soubesse lidar bem com ele. PERCEBER O CAO COMO MEMBRO. HUMANO DA FAMILIA: Perceber 0 cio como qualquer outro membro humano da familia vai resultar na maior das antropomorfiza¢ées de todas. Vamos trata-los até como criangas ou bebés, ignorando sua natureza. Depois, quando seus instintos falarem mais alto - e sempre falam - ficamos espantados com o comportamento do animal. PERCEBER O CAO COMO ANIMAIS NAO HUMANOS Ao perceber 0 cdo como o animal que é, sem antropormofiza-lo, passamos a trata-lo e a entendé-lo melhor. Os nossos olhos passam a ver a normalidade em certos comportamentos, e nds deixamos de incentivar outros que nao sao benéficos. Nessa toada, ja sabemos sobre a capacidade deles de ler nossa energia e assim a ajustamos sempre que necessario, abrindo mao de tanto falar para uma intera¢ado mais efetiva. PERCEBER O CAO ENTENDENDO A RAGA: Estudar e entender as caracteristicas de uma raga especifica ajuda a quebrar alguns preconceitos. Com isso vocé evita esperar, por ‘exemplo, que um pitbull seja por natureza um cdo agressivo.Além disso, vocé evita cair em armadilhas ao adquirir um cdo super energético se esse nao for o seu perfil de tutor, uma vez que vocé ja tem uma ideia de seus tracos e aptid6es genéticas e quais necessidades elas geram. PERCEBER O CAO COMO ESPECIE: Perceber 0 cio em sua realidade é aceitar que qualquer - sim, qualquer - cao pode morder. Ele por natureza é um predador e nds nao devemos incentivar esse comportamento ou ele pode sair do controle. Ajuda muito compreender essa légica e repreender seu cao simulando, com as maos, uma mordida de adverténcia em seu dorso (sem provocar dor, apenas dando um recado na linguagem dele que ele entende imediatamente). PERCEBER O CAO COMO MEMBRO. MULTIESPECIE DA FAMILIA: Tratar os cies como se pessoas fossem nao é, como muitos pensam, uma forma respeitosa de trata-los. A perspectiva mais adequada e saudavel é perceber os caes como membros de uma familia multi-espécie. Recebem nosso amor, mas sempre em respeito a natureza do bichinho. MopuLo 5 0 MUNDO SOB 0 PONTO DE VISTA DOS CAES - © mundo sob o ponto de vista dos c4es é importante para comegar a perceber varias coisas importantes para o CAHORRO, nao para vocé. E trocar aquele nosso achismo do dia-a-dia, ou aquela sua opiniéio muito intima que vocé elaborou através da razdo sobre 0 cao, pelo que funciona! Pela técnica, pela ciéncia, pelo empirismo. Na verdade foi um bidlogo alemao, Jacob von Uexkull, que identificou que, para entender/conhecer um animal é preciso olha-lo a partir da perspectiva do préprio animal dentro de seu proprio mundo. A partir dessa ideia o biolégo, cunhou termo umwelt, ou, "AUTOMUNDO". Jakob postulava que cada animal tem um mundo préprio e que ali esto as chaves para entendé-los.Assim, e sO assim, seria possivel aprender sobre Umwelt! © comportamento dos seres vivos, seus suas interagdes com familiares, alimento da pulga aH alimento, abrigo... enfim,com todoo “PY seu mundo subjetivo. Por exemplo, se net estudarmos o automundo da pulga, 7” Pulga ele seria algo assim: Odor e calor é tudo que a pulga presta atencio. Isso porque sao com esses sentidos que a pulga consegue completar seu ciclo, seu proposito de vida go Steeler O automundo do cio gira em torno, do CHEIRO! E com ele que Ié sua energia e entende seu estado de espirito, é com ele que ele percebe situagdes de perigo, é com ele que ele fareja alimentos, e assim por diante. A importancia do olfato para a completude de seu automundo é tamanha que ele, mais que qualquer outro animal de bom faro, é dotado de aparatos em seu fucinho que possuem a funcao de captar e distinguir os diversos elementos quimicos que compdem um Unico cheiro, como vimos no exemplo do buqué de flores no Médulo 2. Fisiologica e anatomicamente o primeiro instinto que chega‘ao cérebro: no cao € 0 olfato. No caso dos humanos é a visao. ® Assim, para 0 cao, a meméria-no caso memoria olfativa- @ € muito importante. Um cachorro em treinamento, por exemplo, que esta imerso no centro de reabilitagdo canina e progredindo muito bem, pode regredir so de\sentir 0 cheiro do tutor, pois esse cheiro desencadeia as memérias anteriormenté associadas aos comportamentos problematicos que estavam sendo consertados. primatas Tudo no cachorro, entao, passa pelo olfato. sie do roque Quando nos aproximamos de um cio a coisa mais importante para ele é te cheirar, mas nos, como primatas que somos, ja vamos com a mao para acaricia-lo, e o cao vai estranhar isso. Se o cao for tranquilo, ok, mas se for um cio bravo é muito possivel que ele morda. O olfato é, portanto, o centro do mundo do cao. E como um "super poder", que os faz perceber o mundo de uma forma muito tnica, imperceptivel a nés. E é por causa desse “super-poder”que aes sao os melhores profissionais para farejar drogas em aeroportos, pessoas desaparecidas em desastres na natureza ou nas cidades e, até, em sentir 0 cheiro doengas como cancer so de chegar perto de um paciente. Com essa informacao deve ser melhor tirar as aspas do termo super-poder, pois os cies definitivamente sao herdis de verdade! Entao, vai ser sempre com esse poder anatémico e fisioldgico que ele vai te ler em seu primeiro contato e nos momentos de tensdo (quando o cachorro esta a repetir comportamentos problematicos) que vocé esta se empenhando em corrigir. Por isso é preciso reforcar: quando precisar lidar com um cio, seja ele um filhote muito fofinho e inofensivo, seja um cdo bravo que vocé tem medo e esta reabilitando no seu trabalho, E IMPRECINDIVEL QUE SUA ENERGIA ESTEJA CALMA PARA QUE O ANIMAL PERCEBA UMA LIDERANGA TRANQUILA. AGRESSIVIDADE OS fs J MnSCN EqUILBRADNS, NOs QUE OS DESEQULBRAHOS Os cachorros nascem equilibrados, mas com os nossos habitos desavisados acabamos desequilibrando-os. Contudo, se prestarmos atencao, tudo o que fizemos até aqui foi pensar e construir um conhecimento embasado que vai impedir que o cao chegue a esse estado de agressividade. De toda forma, infelizmente, alguns cAes j4 chegaram a esse ponto e por isso vamos aprender aqui tudo o que leva uma cao a se desequilibrar tanto a ponto de ser agressivo e, também, o que fazer para restaurar seu estado normal. Mas primeiro, precisamos lembrar que, eventualmente, todo cachorro pode ser agresssivo diante de alguma situacao especifica e isso € normal, como ja conversamos no Médulo 4. Em geral, ele vai usar sua agressividade para alertar uma pessoa ou outro cachorro para se afastar: seu primeiro impulso nunca vai ser morder sem avisar. Ele pode ter comportamentos agressivos relacionados a protecao de ninhada, comida, sexo ou territorio, por exemplo. E isso por si sé nao é um sinal de desequilibrio. Ja a agressividade constante, deslocada de situagoes de perigo, esta sim € um problema que que pode crescer gradativamente sem nos darmos conta. Ela pode ter comegado - pasmem! - na empolga¢ao. Melhor dizendo, naquela “inocente” festa efusiva que fazemos quando chegamos em casa ou quando “conversamos”com o animal e que o deixa em puro estado de excitacao; é a brincadeira de cabo de guerra que para que iniciamos sem saber que se parece muito com os movimentos de um predador arrancando um naco de carne de uma presa; eee € 0 filhotinho rosnando pelo brinquedo e que ree nds incentivamos pois achamos muito fofo (nao vamos negar, é fofo sim, mas pode ter consequéncias ruins no futuro); e sdo outros comportamentos nossos que parecem bobos, mas que mudam o estado mental do cao de tranquilo para empolgado. > Nessa toada, o nivel de energia dele tende a crescer cada vez mais. E como ja vimos no Médulo 3, quanto maior o nivel de energia, maior sera a tendéncia a dominacao. E se seu cao se sente dominante, se ele se entende como 0 lider da matilha, é muito possivel que seu comportamento passe a ser agressivo (no geral ou em relacao a coisas especificas). Acrescenta-se a isso, o filhote cresce e, por volta dos 10/12 meses atinge a maturidade sexual. Nesse momento ele naturalmente vai comecar a testar seus limites para saber se, naquele ambiente, ele pode ser o alpha Dai que a agressividade quase sempre sera resultado de 2 fatores (separamos ou associados): A agressividade esta sempre relacionada ao desbalanceamento dos elementos exercicio, disciplina e carinho, na proporgao do grafico: Um cio que faz parte de uma estrutura disciplinada e hierarquizada tem 1/4 do que precisa para ser equilibrado. Um cao que gasta energia, que passeia e experimenta a “migragdo” que seu instinto pede, tem Um cao que é cuidado com metade do que carinho (recebe abrigo, precisa para ser comida, agua, afago) tem os equilibrado. outros 1/4 do que precisa para ser um cao equilibrado. Se seu cao ou o cao que vocé esta reabilitando se tornou agressivo é quase certo que uma dessas variantes esta desequilibrada. Pouco exercicio e/ou pouca disciplina sio quase sempre as causas do desequilibrio que leva a agressividade. Quanto ao carinho, ele normalmente se desequilibra para mais: ou seja, excesso de mimos antropormofizados que desencadeiam em falta de disciplina. Mas é claro que o contrario também ocorre: de um cao se tornar agressivo pela falta de cuidados basicos (que chamamos ali no grafico de carinho). Mas podemos imaginar que os tutores desses caes nao estao interessados neste guia, infelizmente. Podemos classificar virtualmente a agressividade em niveis de | a 10. Vamos conhecer o nivel de agressividade conforme o. motivo dela, nas proximas paginas. : AGRESSIVIDADE POR MEDO : Se um cio fica agressivo e 0 motivo & medo ou fobia, ele pode se tornar agressivo, em um nivel que costuma ir de | a 3. Normalmente, ele vai optar por fugir a morder ao se deparar com uma situagao que o amedronte. Normalmente os estimulos desencadeante sao: |) medo de contato com outras pessoas ou cies, ou; 2) agressividade por evitagao. A agressividade relacionada ao medo nao costuma passar no nivel 2 da nossa escala. Mas se no momento do medo ele se sente encurralado ai sim ele pode subir na escala de agressividade e chegar a morder. Nestes casos, quase sempre, a agressividade some ao se tratar a fobia. see seeeee AGRESSIVIDADE TERRITORIAL . E um tipo de agressividade que pode variar um pouco. Pode ser um cao que defende o passeio/lado da rua dele: uma vez que o “invasor” muda de lado da rua 0 cdo automaticamente volta a seu estado de equilibrio. Nao se trata de um caso grave, pois defender o territério, faz parte do instinto canino. Poderiamos dizer que este cao oscila entre uma agressividade 3 e 4. Logo, os estimulos desencadeantes sao: |) defender o territério; 2) dominar pessoas e caes em seu local, derivado de desencadeamento de medo ou irritagao. s Beees > HES Ja se estivermos falando de um cao de guarda em casa, esse certamente pode chegar a uma agressividade nivel 7 ou 8. Afinal de contas, isso faz parte do instinto dele. E desde que a agressividade cesse quando o perigo real passar, e este cao volte a seu equilibrio, essa agressividade nao é considerada um problema. seeeeeees AGRESSIVIDADE MATERNAL - A agressividade maternal é mais facil de entender.Aparece quando a cachorra mae quer proteger a prole. Ela surge e vai embora naturalmente. O problema € quando a agressividade aparece a partir de uma falsa gravidez, ou seja, de uma pseudociese. Sobre esse assunto, dedicamos um capitulo exclusivo No nosso guia. Esse tipo de agressividade costuma variar entre o nivel 3 e 7. Estimulos desencadeantes: defender o que entende ser de sua posse (envolve pessoas, outros ces e objetos, em casos de gravidez psicolégica) AGRESSIVIDADE PREDADORA -=>-- A agressividade predadora é a uma das mais perigosas, vai do nivel 5 e culmina facilmente no 10. Ela é estimulada por brincadeiras que envolvem muita mordedura, como cabo de guerras com cordase (0 panos. Essa, como toda brincadeira que estimula o instinto predador é¢| [iS ariscada.Até aquele brinquedo “bobo” de borracha que vocé to comprou no petshop pode tornar seu cdo um cao agressivo: quando | (7 © animal morde o brinquedo ele emite um som que se | [Tl assemelha com o som de uma presa sendo abocanhada = e espremida. Entao depois de tanto brincar assim, um dia seu cao pega o gatinho do vizinho e vai querer morder e aperta-lo, assim como ele faz com o brinquedo, pois ele ja associou isso a uma atividade prazerosa, que nos mesmos estimulamos. Portanto, tenha cuidado com estimulos predadores! seeseeeeeeceeceesees AGRESSIVIDADE POR JOGO «sresseeseeseeceeere O nivel da agressividade decorrente de jogo varia entre 6 e 4. Ele pode se tornar violento por causa do jogo em si (cabo de guerra que estimula a memoria ancestral do movimento que um canideo faz para arrancar um naco de carne de uma presa). Ou pode ser decorrente dog total desequilibrio mental que um cao experimenta ao brincar de pegar bolinha compulsivamente. Muita gente pensa que brincar de bolinha vai substituir o passeio iz) pois, em tese, drenaria a energia do animal. 3 Mas isso esta errado! 2 Nada substitui o passeio, e a brincadeira obsessiva | desenboca em comportamentos agressivos. 10 8 7 + AGRESSIVIDADE POR POSSE OU DOMINANCIA A agressividade por dominancia pode variar entre o nivel 3 ¢ 8. Isso porque o prdprio objeto de posse varia: brinquedos, pessoas, outros cies ou, filhotes. Bem como varia o valor que cada cao da a cada objeto. Confundimos a agressividade por posse ou dominancia com ciumes (e sim, muitos de nés também somos culpados desse 10 pcticto ds posed “crime”, de achar o tal “citime” agressividade bonitinho) especialmente se estamos falando de uma agresssividade 2 8 7 6 nivel 3 ou 4, 5 que nao nos assustara tanto. Y ea Mas precisamos ter em mente = | que essa dominancia pode escalar e muito. Muitos dos casos de agresssividade em nivel 3 a 4 acontece em relacao a brinquedos, vasilhas de comida, ossinhos, etc. Nesses casos orientamos que, desde filhotes, quando da insercio do objeto desejoso, esse objeto seja DADO E RETIRADO COM FREQUENCIA, até que o cachorro entenda que 0 objeto nao é dele, e sim OFERECIDO A ELE quando ele estiver um estado mental equilibrado. Com essa técnica simples evitamos o desenvolvimento da agressao por posse e, de quebra, colocamos mais um pilar forte na estrutura hierarquica que precisamos montar para ter uma relacao saudavel com os caes. QUANDO A AGRESSIVIDADE ATINGE NIVEIS EXTREMOS: Mas como dito, essa agressividade pode se intensificar, podendo chegar ao nivel 10. Isso corresponde a um caso grave de agressividade, com sofrimento _ intenso para o tutor e o préprio cao. Sao casos em que se faz necessario o auxilio de um profissional, munido de profundo conhecimento sobre o comportamento canino, e de respeito aos animais, para que o cao seja conduzido de volta ao equilibrio. Comegamos nossa conversa sobre agresssividade mostrando um grafico que distribui as necessidades de um cdo para que ele seja equilibrado, ou seja, para que ele sequer chegue a ter problema de agressividade. Em resumo, o grafico diz o seguinte: Um cao que gasta Um cio que faz parte de uma estrutura See ee esse disciplinada e hierarquizada tem 1/4 do ea eer = que precisa para ser equilibrado. esas panera Um céo que é cuidado com carinho metade do que precisa (que lhe é provido abrigo, comida, para ser equilibrado. respeito, afago) tem 1/4 do que precisa para ser um cao equilibrado. Se 0 seu cao ou 0 cao que vocé esta reabilitando se tornou agressivo, é certo que uma dessas variantes esta desequilibrada: pouco exercicio e/ou pouca disciplina. Corrija o desequilibrio e isso vai resolver © problema. © QUE FAZER NA PRATICA? PREVENCAO: | - Na criagao: determine o P estado mental de seu ‘tg gat cachorro (nao ignore coisas erradas, aquelas que parecem fofas mas vio escalar para agressividade). 2 - Socializagado: 0 3 - Escolha da raga: conheca quanto mais cedo seu nivel de energia e de melhor! > seus cies. Mas uma vez que 0 CORREGAO equilibrio ja se foi e 0 cao esta se mostrando agressivo... . identifique a falha e trabalhe o basico: agressividade e/ou falta de estrutura hierarquica. Uma vez identificado, trabalhe o desequilibrio. Gaste energia com atividades fisicas adequadas ao cio. Um cao cansado é um cio feliz. @§£- Tenha estrutura hierarquica clara (seu cdo deve saber que vocé é 0 lider da matilha): E COMO GARANTIR QUE SEU CAO SAIBA QUE VOCE EA LIDER OU O LIDER DA MATILHA? Se seu cao esta agressivo e 0 passeio estruturado parece nao funcionar, talvez a energia dele seja muito alta e nao esteja sendo drenada de forma adequada: utilize de artificios como patins, bicicletas, trilhas, piscina, para deixar 0 cao cansado. Se 0 passeio esta desestruturado 0 cao pode nao estar associando a hierarquia de forma correta. Com a guia regulavel no Pescocgo vocé consegue aplicar corregdes pontuais que causam o incémodo minimo necessario para que o c4o entenda quem é que esta no comando. Utilize ferramentas para ensinar 0 cao agressivo €,a0 mesmo tempo, se proteja de mordidas. Utilizar uma raquete para afastar 0 cao de seu pote de comida, pelo qual ele tem posse agressiva, funciona muito. Rapidamente o cao vai se cansar ao perceber que nao pode fazer nada enquanto o tutor/adestrador mexe em sua comida. QUANDO 0S NIVEIS DE AGRESSIVIDADE CHEGAM AD EXTREMO: Como ja falamos, a agressividade pode chegar a niveis extremos, correspondendo ao nivel 10 da nossa escala. Sao casos graves de agressividade, com sofrimento intenso para o tutor e o proprio cao. A ajuda profissional se torna primordial, e o especialista pode lancar mio, dentre outras ferramentas, do uso de coleira eletrénica e da técnica do Alpha Roll (sobre a qual vamos falar detalhadamente no préximo capitulo). A coleira vai servir para causar um inc6modo no cao no exato momento em que ele comega a praticar o comportamento agressivo. No caso de um cao que corre na rua atras de motocicletas e corre o risco de ser atropelado, com a corregio correta, (( rapidamente o animal associa o incomodo a moto e desiste de correr atras dela para nao sentir mais o tal incomodo. Outro exemplo de aplicagao da coleira: quando estiver lidando com um cao surdo, associe a vibrac4o a um gesto e o cao logo vai aprender seus comandos. Também vai servir para sensibilizar 0 cao a nao chegar perto de serpentes, nao correr atras de carros, galinhas, a nao comer comidas na rua... Enfim, para condiciona-los a $s ficar distante de perigos que a curiosidade e a inocéncia deles os levam a correr. Como usar: comece no modo vibra¢Ao; solicite a licenca dos tutores; dissocie a coleira do controle (nao deixe que o cao entenda que o controle esta associado a coleira). Funciona colar ela muito antes de comegar o treinamemento. Agora preste atengao! Através deste material estamos informando sobre o uso da coleira eletrénica. Estamos fornecendo o conhecimento de que existem diversos recursos para tratar os mais diversos disturbios que um cdo pode desenvolver por causa do ambiente em que esta inserido. Fica neste momento, portanto, o nosso convite para os cursos onlines e presenciais no Centro de Psicologia Canina, onde o nosso mestre disseca 0 uso da técnica de perto, onde nao permite sequer que um cao use a coleira eletrdnica antes que o préprio tutor a use, para que ele proprio entenda o nivel minimo do incémodo envolvido. Tudo isso para garantir a satide mental e fisica do cao, seja qual for o nivel de agressividade dele. Por fim, nao aconselhamos o uso de coleira eletr6énica por tutores desacompanhados de profissionais em adestramento e psicologia canina. MOpuLo 7 ALPHA ROLL © OOMPORTRMENTO ALEK D0 FARO Alpha roll, em tradugao literal, é rolar o alfa. E, antes de tudo, um comportamento ‘natural dos cdes/canideos que define o lider da matilha ou da situacao, que prescinde de briga fisica, consistindo em submeter o outro cao ao chao, de barriga pra cima, vulneravel, para estabelecer quem é quem naquela relacao hierarquica. Vocé certamente ja viu dois caes "brincando” e, em um determinado momento da brincadeira um deles oferece o ventre ao outro, como forma de submissao. Um cao submete o outro para marcar lideranga o outro se oferece de forma submissa para evitar conflitos. Essa “brincadeira” é justamente o alpha roll. Os que nao se oferecem costumam ser “obrigados” a fazé-lo pelo cao mais dominante (independente do tamanho), que se sobrepGe ao corpo do outro, rosna e da pequenas mordiscadas no pescoco para forgar a submissao. Esse ritual acontece até que o cao de baixo se renda e pare de lutar. Assim, nesse momento, se estabelece a HIERARQUIA entre eles. Quando o cao esta perto de 10 no nosso termémetro de agressividade, o alpha roll pode ser uma técnica eficaz para combater essa agressi ps.: Mas cuidado, ficar de barriga pra cima nao é necessariamante submissao. A barriga pra cima pode ser nada mais nada menos do que uma “ordem”pra receber carinho. Quando falamos de estabelecer uma estrutura hierarquica, a vulnerabilidade de mostrar o ventre tem que ser imputada, nao oferecida para pedir carinho, hehehe. O Alpha Roll como uma técnica foi adaptada com 0 intuito de, conscientemente, tratar caes que ja se encontram em um estagio de agressividade 10, em que ninguém, nem os préprios tutores, conseguem controlar. O objetivo é fazer com que o cao se renda a calma e submissao e enxergue os tutores como lideres da matilha. Essa técnica existe para: @ Conseguir respeito e confianga dos cies em um contexto de treinamento profissional; E util para relaxamento dos cies; £ uma boa ferramenta acalmar cdes em procedimentos veterinarios obs.: Se for fazer como reabilitador, faga apenas com a plena autorizacao do cliente, que deve estar plenamente ciente da técnica e das suas dificuldades. Evite fazer em publico, pois a falta de conhecimento pode levar a mal entendido por parte dos presentes. Importantissimo dizer que o alpha roll envolve mais a submissao mental do que a fisica do cachorro, por isso, se for feito usando apenas for¢a bruta, nao esta sendo feito certo! Repare que o olhar e a imobilizagao sao tao importantes, ou mais, que a mordida em si. 1°) Mantenha a guia ou colar para ficar no controle do cao; Se o cao estiver em estado grave de agresssao, ameacando morder, considere usar a fucinheira 2°) Se posicione ao lado do cao e inicie a conducao do corpo dele para que ele sente, rente ao seu corpo, sem soltar a guia. 3°) Com uma mao simule uma mordida na regido da jugular jugular, aplicando um pouco de pressao. Com a outra, force que o cao se deite de lado, empurrando o quadril dele para o chao. 5°) Posicione seu pé nas costas, quase embaixo do cao. Se © cao se debater fortemente, movimente seu corpo e sua mag ao redor dele, para garantir controle 4°) Neste momento, garanta que sua “mordida’ (sua mao) esteja localizado em local que dificulte a mordida do cao.Ao mesmo tempo, garanta que vocé nao esta pressionado a traqueia. 6°) Use seu corpo para fazer volume sobre o corpo do cAo, como no desenho. MAS NAO APOIE sua perna no corpo dele em hipdtese nenhuma. Ao mesmo tempo, mantenha a guia perto do seu corpo, para 0 caso do cao sair obs.:a fucinheira néo € essencial todas as vezes,— © da constricao e vocé precise controla-lo. use 0 seu bom senso para esta necessidade OAlpha Roll tera sido bem sucedido quando © cdo mostra que se rendeu: vocé pode passar a mao no seu ventre, segurar suas patas e fazer outros tipos de contato sem que ele reaja; o rabo dele vai estar relaxados a lingua pra fora, demonstrando despreocupacao. Em resumo, o cao precisa estar relaxado, sem oferecer resisténcia de qualquer tipo. Eg Nunca inicie o Alpha Roll se nao tiver intengao de ir até o fim. Persista o tempo que for, até o cao se render, ou 0 efeito pode ser reverso: 0 cao entende que venceu e pode ficar ainda mais agressivo. Entao se lembre de que seu estado de espirito deve ser sereno e firme o tempo todo. Se vocé for um profissional e estiver aplicando a técnica para disciplinar um cao agressivo, envolva 9s tutores no processo.Assim 0 cao nao vai associar a disciplina apenas ao profissional, mas vai aprender que os préprios tutores sdo os UZ SS lideres da relacgao entre eles. Faca um grande favor a vocé mesmo e passeie com o cao antes de aplicar a técnica. Ja sabemos que um cao cheio de energia esta desequilibrado e vai ser mais dificil de ser corrigido. Ja um cdo cansado vai oferecer menos resisténcia. A técnica do Alpha Roll é uma técnica disciplinar, utilizada para estabelecer uma estrutura hierarquica que falta para um cao com sérios problemas como a agressividade extrema. Ela nao deve ser usada para castigar nenhum comportamento.Alpha Roll nao é castigo, é técnica de disciplina!!! MOpuLo 7 COMO FUNCIONAM OS CAES Vamos entender como o cao percebe o mundo e, a partir dai, como ele reage a estimulos que ele percebe como ameaca. 1. Os caes nao sao feitos a nossa imagem e semelhanga! Nos devemos perceber os caes primeiramente como um animal nao humano, como uma espécie diferente, depois como raca especifica e,s6 depois como como um membro da familia: nao antropoformize seu cao, ele nao funciona bem se tratado como humano! 0 OR LALMEN re, s ai Que Eley, "ey iy, 3 2. Nos também sabemos que o cachorro tem como seu principal guia o olfato (6 milhdes de células gs 2, te, olfativas para humanos, contra 350 &¢ PO %% milhdes de células olfativas); assim, $x vio cheirar e vao ser cheirados nas a “partes intimas” por outros cies. Eles cheirando estao se conhecendo! Deixem sempre que eles te investiguem com o fucinho. 3. Os cades nado enxergam em preto e branco como se diz por ai. Depois do olfato, eles tem na visio um sentido importante. Mas tenha cuidado, porém, com cies que nao utilizam (movimentam ou levatam) o fucinho em sua dire¢io para investiga-lo. Se eles usarem primeiro os olhos, se suas pupilas estiverem muito dilatadas, certifique-se que ele nao esteja no modo predagio (pois é provavel que esteja) . RO 4. Os ouvidos captam frequéncias diferentes das nossas (16 € 20 hertz, enquanto para ele fica entre 20 e 40 hertz). Eles conseguem ouvir um som a uma distancia quatro vezes maior do que somos capazes. Por isso eles sofrem tanto com fogos de artificios, por exemplo. Além disso, com a ajuda de suas orelhas direcionaveis eles conseguem captar com precisao a direcao da origem do som em apenas seis centésimos de segundos. 8 oy os naturalize de uma vez por todas que eles eg & = Ss 1. Nao grite ou faca barulhos 2. Evite comportamentos de muita altos surpreendendo um confianga com caes que vocé nao cachorro, especialmente conhece, sobretudo se vocé estiver um que vocé abordando ele pela & nao conhece. primeira vez; Isso pode deixe que ele va até resultar em vocé para te investigar mordida! com o fucinho. 3. Ao lidar com caes sejamos cautelosos e muito atentos aos detalhes que cada um deles demonstra (o cio demonstra seus incémodos se afastando, fugindo, ignorando algo, franzindo o rosto, arrepiando a cernelha, rosnando, latindo e, finalmente, mordendo). Chama-lo pelo nome nao vai lhe garantir nenhuma intimidade com o bicho. Lembra-se que a natureza configurou o cao para agir conforme seus instintos e seus “super-poderes”. Também leve sempre em conta que na rua, na maioria das vezes, vocé nao conhece o cao e nao tem como conhecer seu temperamento apenas pela sua carinha fofa. E com isso a gente consegue abolir uma percep¢ao muito errada mas muito difundida de que cachorros MORDEM DO NADA (ou se tornam agressivos do nada, ou que fogem do nada...). Eles percebem o mundo diferente da gente, e reagem a essa percepcao da forma deles. Um grito que o assuste pode resultar em mordida sim, e isso nao deveria ser uma surpresa. Nesse sentido, vale a pena te contar uma coisa: é muito mais provavel que um gatinho tenha passado pela janela, ou que seu cao esteja escutando um encanamento velho na parede fazer barulho do que se tratar de um fantasma que sé 0 cao vé. Nao se esqueca: ele escutou sons antes de vocé ser capaz de escutar, ele cheirou aromas que vocé talvez nunca seja capaz de sentir. MopuLo 9 COMO ABORDAR OS CAES © que vamos aprender neste capitulo vai servir para primeiras abordagens, de um co que vocé nao conhece, que vocé vai treinar, que vai atender em sua clinica, ou mesmo o seu proprio cachorro que té vé pela primeira vez depois de uma longa viagem. Nessas situagdes, de praxe, o cio pode te receber das seguintes formas: see |. preparado 2. querendo 3. te para lutar; fugir; ignorando; 4.se submetendo. Cada cachorro, conforme seu perfil e o contexto, vai reagir a sua abordagem de uma das formas. O que nos interessa como tutores ou profissionais, é que o cao reaja a essa abordagem ja na etapa 4 (submissao). Mas obviamente, nem todos chegarao até vocé se submetendo. Enta jossa orientacdo para o primeiro contato com um cao é E isso mesmo! Nao olhe nos olhos do cio, pois ele vai se sentir intimidado. Se 0 cio for agressivo, ele pode se sentir desafiado. @Nio fale com 0 cachorro.A fala normalmente @Dé a ele a chance serve para tranquilizar mais vocé do que o de te cheirar animal. Na realidade ele pode ficar mais agitado. primeiro, pois @& Nao toque no 5 nés ja estamos muito cientes de cachorro nesse que essa éa primeiro momento! principal forma E perigoso e nao é deles raro que ele morda conhecerem o em resposta ao mundo e, no caso, contato inesperado vocé. e indesejado. 4 Além de nao olhar, nao tocar e nao falar, lembre-se da nossa li¢éo mais citada neste guia: mantenha sua energia equilibrada, tranquila. @ seja firme e gentil; @ nao use técnicas de primatas com canideos! quando estiver lidando com um cao x a de primeira, estabeleca respeito e so depois dé confianga; Deixe que 0 cio va até vocé e utilize sua visio © periférica, para observar o cachorro se aproximar. Se além da abordagem vocé estiver treinando este cio para consertar certos comportamentos, saiba também que o olhar significa muito para 0 cao: se um cao escutar uma ordem firme, mas acompanhado xy por um olhar acolhedor, ele vai escolher “ler” apenas o olhar acolhedor. Portanto, ao abordar, ao tentar ensinar, ao treinar, nao fique encarando seu cao a todo momento, ou a mensagem que ele vai entender nunca vai corresponder aquela que vocé deseja passar. Na natureza a mae loba sai pra cacar ela nao fica a admirar com do seus filhotes sozinhos na toca. Os proprios filhotes, por instinto, sabem que sem a mae ha algum perigo Ia fora. Logo, a firmeza com que ela sai ea obediéncia em ficar dos filhotes é algo que passou pelo DNA deles e chegou no seu cachorro.Tudo o que precisamos é acessar esse conhecimento da forma adequada! @ Quando abordamos um cio nao nos damos conta de que uma rea¢ao aparentemente boa, que é uma reacdo muito empolgado, pode ser apenas 0 primeiro passo para uma escalada para a agressividade. Logo, nao se deixe enganar nesse ponto. Fique alerta para uma rea¢gao empolgada (pulos, latidos) que escala para a dominacio (sobre o tutor que esta ao lado dele, por exemplo) até um comportamento agressivo (a tal mordida “do nada”que a gente ja sabe que nao é “do nada”; a escalada -» empolgacao + dominagao + agressividade - é um sinal de um processo que ocorre bem rapido, que é contraintuitivo, mas que é real e acontece mais do que imaginamos). @ Se for treinar algum cio faga um mapa mental da situagao para ter solugGes para problemas que demandam ac6es rapidas: se ele tentar me morder, como eu vou me defender? Se ele tentar fugir, que porta eu j4 devo deixar fechada? ® Se vocé for o tutor, pense o que, apartir de hoje, vocé pode fazer para mudar o padrao problematico que o cao parar de gritar e falar tanto com o cao; saber ignorar aqueles olhinhos fofos e ser firme nas decisdes. Kesistal @ Desprograme algumas ideias pré-concebidas sobre o comportamento canino e abra espaco para a real percepcao. ( al Nem todo cachorro que Nem todo cachorro Nem todo cachorro abana o rabo é amigo; quieto é submisso; empolgado é inofensivo. 32 MOpuLo 10 MIGRACAO E ESTRUTURA NO PASSEIO Nos 00eohouea ~ Nf eam conouzng,caNouERL A atividade fisica, o passeio, que mimetiza a migragao ancestral dos canideos, é uma das coisas mais importantes para um cao equilibrado. Em um espectro saudavel migrar é inerente para o canindeo. E migrando que ele encontra seu alimento e agua. E migrando que ele conquista e demarca seu territdrio. See Eee eet E assim que ele encontra abrigo, alimento e fémeas para acasalar. Além disso, a migracdo também é essencial para estabelecer quem é 0 lider da matilha. E ali que se diferenciam os condutores e os conduzidos, os liderados e os seguidores. Migrar, sem sombra de duvidas, é uma forma de melhorar a unidade da matilha. O passeio, por consequéncia, é primordial para o equilibrio do cao e para estabelecer um boa relacado com os tutores. Por isso nao tenha duvidas sobre o tema: |. Preciso passear com o ciao todo dia? A resposta em geral é sim. O cdo saudavel deve sair para passear todo dia. Isso pode mudar em fungao da satide e da disposigao do animal 2. Meu quintal é grande, ainda assim preciso sair com o cachorro? Sim, precisa! Os cAes se entendiam facilmente por conhecer muito bem o espaco em que estao, por isso eles precisam explorar. Portanto, saia regularmente para passear com ele. ps.:Se 0 seu espaco for de fato grande vocé pode até falhar nessa regularidade, seu co vai sentir menos. Mas ainda assim isso nao te exime da tarefa! 3. Meu cachorro nao gosta de passear, preciso sair com ele mesmo assim? Sim! O que vocé precisa fazer é corrigir/curar 0 motivo que o desmotivou a passear (fobia com coleira, multidées, outros cies, etc) pois a verdade é que todo cao gosta de passear. O passeio para o cachorro é como a vida social que temos, os livros que lemos, as viagens que fazemos. Sem essas coisas, condenamos a vida deles a ser so comida, agua e cama. Ninguém quer isso, nem eles! A maior parte das pessoas que diz que nao tem tempo para passear com o cachorro sabe que nao esta dizendo a verdade. Ja aquelas que nao podem de fato, que tem limitagdes até fisicas para fazé-lo, podem contar com solugées criativas e a ajuda de profissionais da area como adestradores e passeadores. O passeio (vocé neste momento ja sabe) é imprescindivel, mas também deve ser ESTRUTURADO (sim, a gente no cansa de repetir isso :) O passeio nao pode ser de qualquer jeito, de modo a estressar o tutor e€ 0 cao. Se observamos uma migracio na natureza vamos perceber que o lider da matilha caminha sempre na frente. Entao, logicamente, se queremos um passeio com estrutura é importante que vocé, como lider da matilha, esteja a frente neste passeio. E nao é necessariamente com os pés nas frente das patas deles, mas guiando, mostrando o caminho. Mas no nosso contexto urbano, a guia se torna algo necessario para a seguranga do animal. Por isso, se 0 cao ainda é filhote, coloque uma coleira confortavel ao redor de seu pesco¢o e deixo-o brincar, comer e dormir algumas horas com ela ali, para que dai ele se acostume com 0 novo objeto. Ao pegar a coleira, evite frases que vio deixar seu c4o cada vez mais ansioso e empolgado, como “vamos passear!!!” Seu cdo ja vai estar habituado ao ritual do Passeio e vocé nao vai querer aumentar a energia dele a um ponto que fique dificil até de colocar a gui: Logo, a coleira sera algo familiar e seu cdo vai entender que ela serve para passear. Alias, além de familiar, vai ser um objeto desejado por ele. —7 Nao va até o cachorro para colocar a guia. Em hipdtese alguma corra atras dele com esse fim! Afinal de contas,a guia é um instrumento que vai possibilitar que ele faca uma das coisas preferidas dele. Entdo, espere que ele venha até vocé, s6 o recompense quando o estado mental dele estiver calmo. Se a colocacao da guia for tranquila, seu controle sobre 0 cao durante os passeios somente melhorara com o tempo. A guia deve estar sempre relaxada, nunca tensionada. Quanto abrir o portéo/porta, espere um pouco até o seu cao se acalmar. E natural, neste momento, que ele ja esteja empolgado, mas vocé precisa lembrar que mediante a sua lideranga ele deve seguir o seus passos e o seu estado de espirito. Nunca deixe que a excitacao dele determine o ritmo do passeio. EO MAIS IMPORTANTE: NUNCA PERMITA SER ARRASTADO POR SEU CAO E nao importa o tamanho dele, mesmo porque, a sua lideranga nao repousa em primeiro lugar na forga fisica, mas sim na forga mental. Do contrario, ele vai entender que ele é o Alpha, e com esse espirito em mente, os problemas podem se alastrar para varias outras areas do comportamento.Além do que, © proprio passeio se torna desgastante, o que pode acarretar na diminuigao da frequéncia deles e no aumento de energia acumulada do cdo. Todo um ciclo vicioso que vai deixar seu cao cada vez mais desequilibrado. GUIA PEITORAL A guia peitoral passa pelo dorso do cao. E uma guia boa, desde que o tutor consiga conduzir 0 cao sem ser arrastado: originalmente peitorais sao ferramentas de tra¢ao. Por esse motivo ela funciona muito bem para quem vai andar de patins, bicicleta, etc... Desvantagens: |) o peitoral mal utilizado pode permitir trancos muito fortes no peito do cdo e esse é um problema muito dificil de ser percebido, porque o cao tolera bem, mas os danos podem surgir mesmo assim; 2) alguns podem conseguir se desvencilhar do peitoral correndo o risco de sofrer acidente GUIA RETRATIL A guia permite um amplo espaco para o cachorro 4°5 percorrer e explorar,e o tutor pode diminuir a distancia entre eles com alguma facilidade A desvantagem é que o cao vai querer estar sempre a sua frente, e logo vai associar esse lugar ao lugar do lider (e nés ja sabemos que esse nao é um lugar equilibrado param cao doméstico). GUIA NO PESCOCO: A guia no pescoco pode ser de dois tipos: 1) tipo cinto; 2) guia unificada. |) A primeira delas se parece com um cinto de couro com fivelas, onde se engata uma guia; Desvantagens: o colar de couro, que parece uma cinto de fivela nao altera o tamanho, a circunferéncia em volta do pescogo do cio. A medida em que o cio puxa, e ele puxa pois nao ha incémodo paralisante, a coleira cai para a altura da traqueia e ele fica incontrolavel, mesmo com certo desconforto o cao nao para de puxar, pois é toleravel. 2) A segunda é a guia unificada, que consiste em um Unico 1 cordao ajustavel que possui um grau baixo de elasticidade, que vai no pescogo do cao. Essa é a guia que nés da Cao Equilibrado mais indicamos. Mas junto ao uso da guia unificada, também indicamos o estudo e, consequentemente, o uso correto dela. Por isso, a seguir, vamos investigar melhor o seu uso. GUIA UNIFICADA A guia unificada funciona a partir de um jungao de principios. Primeiro, a guia que é posicionada em volta do pescoco é ajustavel conforme a pressdo que o tutor faz na outra ponta da guia - mas a guia precisa estar posicionada exatamente como na figura Ol, nunca na 02. Segundo que a pressao deve ser aplicada de forma firme, mas gentil,e de forma PONTUAL, ou seja, apenas para corrigir a trajetoria do animal. Dessa forma, o correto é que a guia fique sempre relaxada na mao do tutor, pois © cao, ld embaixo, vai entendendo como a correcao funciona e obedece a lideranca de forma tranquila ? 3 SED posicao correta posicionar a guia logo ‘embaixo da ‘abeps do posicao incorreta pesicionar ‘guia na traqueia, Uma coisa MUITO. IMPORTANTE é que nao se deve tensionar a guia do seu cio quando VOCE acredita que algo estressante se aproxima (pessoas, outros cachorros, bicicleta, etc) pois seu cdo mesmo antes de se sensibilizar autenticamente com esse fator supostamente estressante, ele vai se estressar com seu estresse. Em outras palavras, é como se vocé alertasse seu cdo sobre algo que talvez ele passe direto sem notar e o condicionasse a ser agressivo ou medroso diante daquele estimulo. Nesse mesmo sentido de sensibilidade, é muito Util deixar seu cdo se aproximar de situagdes que ele tenha demonstrado incémodo, para que ele se acostume e isso nao escale como um problema. Tudo isso, claro, restringido pela coleira unificada que tem o poder de transmitir rapidamente o recado restritivo diante da sua lideranga firme e serena. Desvantagem: usar a guia unificada displicentemente, como um enforcador, sem posicionar no local certo e aplicando um nivel de pressdo desproporcional ao necessario e de forma continua. Por isso, mais uma vez avisamos: nao utilize a guia unificada sem a devida instrucao e se esforce para fazer o manuseio correto dela. MOpuLo 11 EXCESSO DE LATIDO Todo cachorro uiva e late e isso é normal. Mas latir é mais dos caes, enquanto uivar é coisa dos dois. Dize-se, inclusive que, quanto menos 0 cachorro late, mais proximo da ancestralidade selvagem ele esta. whatsapp que quando comega nao para de disparar mensagens: na vizinhanga é comum que um cachorro uive e logo em seguida se escuta uma sinfonia de uivos... esta todo mundo uivando. Uivar esta relacionado 4 localizagao, a se comunicar e achar um membro perdido da matilha. ve O uivo deles é como se fosse 0 aquele grupo de « O latir também é comunicacao, e nds até conseguimos identificar os diferentes tipos de latidos dos nossos cies: latido de alerta; latido de agressividade; latido para chamar a atengao. Boye otal O problema é quando o cachorro leva essa comunicac¢ao ao extremo, quando o excesso de latido, que nos enlouquece e enlouquece nossos vizinhos (0 que em algumas cidades é considerado até uma infragao legal). Estresse que leva a comportamento compulsivos/obsessivos provocados por tédio. Como ja estabelecemos que latir é normal mas que 0 excesso é 0 problema, precisamos, entao, descobrir aonde esta a fonte desse problema que, em geral, sao estes: 0 QUE FAZER? Entao, para resolver o problema é preciso calcular uma equacdo que envolve os seguintes fatores: | ESPACO +/- RAGA DO INDIVIDUO +/- ATIVIDADE FISICA Ou seja, acrescente atividade fisica porporcionalmente ao nivel de energia do cao, e na proporgao inversa ao espaco que ele tem no dia-a-dia. Em complemento 4 atividade fisica, vocé também pode tentar: Alem da atividade fisica, também é interessante promover um enriquecimento ambiental; ‘Companhia de outros caes e/ou animais dentro de casa (de preferéncia, insira um cachorro filhote); Creches também sao interessantes para manter a capacidade de socializagao do cao; Reforgo da estrutura hierarquica através do ritual da comida e do passeio. Com essas praticas nao sé o problema do latido em excesso vai acabar, mas também outros comportamentos compulsivos/obsessivos, como cavar, destruir moveis, dentre outros. MOpuLo 12 ALIMENTACGAO Ba) ac] aeeeeaeaesaeaere ter tcaeaee teeter Na natureza um cao jamais comeria 3, 4,5 vezes ao dia, intercalando refeigGes com beslisquetes. Seu organismo esta preparado para ficar até 3 ou 4 dias sem comer, uma vez que predar nao é uma tarefa facil. Tudo bem que nossos caes nao sao mais tao selvagens desse jeito... mas ainda assim podemos dizer que um cao doméstico consegue ficar até 2 dias sem comer sem prejuizo a sua saude. Se pesquisarmos na internet sobre quantas vezes devemos alimentar um cachorro por dia vamos encontrar uma variedade enorme de respostas diferentes. Entretanto, quando se trata da alimentao do cachorro, a coisa é mais simples do que parece: Um cao adulto pode comer a mesma quantidade de comida em uma vez so ou dividida em 2 refeigdes ao longo do dia. Esses caes que comem 2 vezes ao dia ostumam preferir um dos horarios, e comem melhor nesse horario. Ja para o filhote, a demanda deve ser livre; Estabelecer um ritual na hora de alimentar é muito importante para o equilibrio do cao e, consequentemente, para seus tutores: Mexa na racio com a Nao ofereca Defina local e mao, para que o cao a comida ao horario certos. entenda que a P cachorro até comida é do bando e que ele esteja nao exclusivamente calmo. C} dele. Caes com alguma particularidade fisiologica merecem uma atencao especial: ‘ey ~~ _ O buldogue francés, por exemplo, pode ter uma condi¢ao chamada mega-es6fago, que faz com que ele nao retenha o alimento. Neste caso, é preciso dar comida mais de uma vez ao dia; Eu como e cago! Caes como labradores e golden estao sempre com fome: é que eles tem polifagia, que é um problema na transmissao da mensagem de saciedade entre os horménios envolvidos na digestao e o hipotalamo. Nesse caso 0 cao demora a \y entender que ja esta saciado, e se deixamos sem supervisdo, vaio comer muito mais que precisam. Nesses casos é interessante fracionar a racdo para que essa mensagem de < saciedade chegue aos poucos ao cérebro. Apesar de tantos momentos fofos, os caes também podem nos presentear com momentos nao tao agradaveis. Porém, é preciso entender sobre eles para saber se ha motivos de preocupacao ou se é algo natural do processo de ingestdo do animal. Estamos falando do vémito e da regurgitacao, que estado explicados abaixo para que vocé possa diferenciar: Vémito: » O cao faz movimentos ativos sinalizando que vai vomitar; +O cio pode sentir nausea e sialorréia (excesso de saliva); Vio haver contracdes abdominais; +Vai haver contetdo com bile; +O problema tem origem gastrico ou duodenal; + Pode haver presenga de sangue vivo. Regurgitasao +Ao regurgitar nao ha movimentos ativos, é algo como © golfar do bebé humano; +O contetido nunca chegou no estémago, portanto nao ha acido, pois teve passagem apenas pela estrutura tubular; +A origem é duodenal; +O contetido é quase transparente e bem espumoso; MOpuLo 13 CASTRACAO E PSEUDOCIESE Net ToDo PROBLEMA E COMPORTAMENTAL A castragao pode ser um assunto polémico, pois ha muitos posicionamentos a favor e contra. Mas na nossa anilise, pode ser mais essencial para o equilibrio de seu cao do que vocé pensa. Com base no interesse da satide animal, os motivos pelos quais nés recomendamos castrar os machos sao: Evitar possivel Briga, Xixi de caso de cancer; territério e sexd’ demarcacio; © Poy tt * A castracao do macho é também um ato de cuidado com o cao, que sem a intervengao vai viver uma vida de “cruzas atrasadas” acumulando hormGnios de forma desnecessaria e danosa a sua satde. Outras vezes o problema é ainda mais amplo e 0 cao esta sofrendo de uma patologia no sistema reprodutor, o que o torna dominante e agressivo pelo excesso de testosterona. O problema da superpopulacao: J& do ponto de vista social é a melhor forma de controle de natalidade que existe. No mundo hoje existem mais de 800 milhdes de 1+ caes. Sao mais cdes que bebés humanos. Os nimeros no Brasil obedecem a mesma proporcao.A. superpopulacao é fonte de uma série de problemas que passam pelo abandono, por maus tratos, fome dentre outros. Ao longo da maturidade sexual da fémea ela vai passar por 2 a3 ciclos reprodutivos por ano. Geralmente a cadela atinge a maturidade sexual por volta dos 6 meses se a raca for pequena e |2 meses se for grande. Diestro: " = Anestro: ae aga ey = Niveis muito baixos de hormé rio aceita mais o macho; eee awa roan Altos niveis de progesterona ecm 2 2 ES err eros Peat = Dura em média 3 meses (para as eee e ae cadelas que ciclam a cada 6 meses), = Duracio de 58 a 64 dias na cadela rags soci urana IO taesad gestante (duragio da gravidez),e de s 75.2 90 dias na cadela nao gestante ciclo (possibilidade de pseudociese). A y reprodutério x da cadela Proestro: - Em média 9 dias mas pode Estro: durar de 3.a 21 dias; Fase fértil; ‘Comeca a apresentar secrecio -Aceita a presenga do macho| espessa avermelhada; € permite que seja montada; =Vulva inchada; ~Durade4aI2 dias, | S| _A fémea atrai o macho mas nao o aceita, A PSEUDOCIESE (gravidez psicolégica acontece porque, na natureza, em uma matilha, a matriarca ndo permite que outras fémeas tenham filhotes (apenas ela pode ter). Mas ao mesmo tempo, depois dela ser mie, ela vai continuar com as tarefas de lideranga. Com isso, é necessario que outras fémeas estejam aptas a cuidar dos filhotes, com capacidade, inclusive, de amamenta-los. Mas dentro de casa, nao ha filhotes de outras cadelas para ela amamentar. Contudo, a reacao fisiologica vai acontecer de qualquer maneira, e entao a cadela comeca a se comportar como se fosse ter um filhote, chegando a eleger “filhotes”entre brinquedos e outros objetos para cuidar. Ou seja,a montanha russa hormonal vai acontecer independente da existéncia de filhotes. Por isso, no caso das fémeas a recomendacao da castracao se da pelo grande risco de pseudociese (que nao se resume apenas ao psicoldgico no final das contas, pois as consequéncias fisiologicas desgastantes sao reais). A castracao das fémeas também é recomendado para evitar a ocorréncia de infeccdes no Utero e até cancer que pode surgir nelas quando nao castradas. MOpuLo 14 FORMULA DO EQUILIBRIO - atividade fisica - encontre estruturada, atividades diversificada e alternativas se o constante; cAo tem energia muita alta; zr -acaminhada um cao cansado é estruturada vai ditar um cio feli em 80% a qualidade da sua relagdo com 0 cio. A -aenergia do tutor/condutor - 0 cao deve estar deve estar sempre sempre calmo e calma e assertiva; submisso antes de receber carinho, petiscos, colo, etc... com a energia certa, depois de estar em dia com as duas primeiras etapas do processo, ai entao o carinho esta liberado!

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