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cépIGo PAGINA | PROTOCOLO INSTITUCIONAL PROT. NHE 04 1de7 Ff | sawracass | NGO Data de emissao: | N° Reviséo: Area: SCIRAS 22/10/2020 03 MORDEDURA DE ANIMAIS 1. Definigéo 1.1 Raiva: E uma antropozoonose transmitida ao homem pela inoculagéo do virus (da ordem Mononegavirale, familia Rhabdoviridae, género Lyssaviru) presente na saliva e secrecées do animal infectado. Apresenta letalidade de aproximadamente 100%. & neurotropico e sua ago no sistema nervoso central causa quadro clinico caracteristico de encefalomielite aguda. Ocorre quando o virus da raiva existente na saliva do animal infectado penetra no organismo, através da Pele ou mucosas, por mordedura, arranhadura ou lambedura, mesmo néo_ existindo necessariamente agressao. Os sinais e sintomas variam conforme a espécie, no entanto os animais costumam apresentar dificuldade para engolir, salivagéio abundante, mudanga de comportamento € de habitos alimentares e paralisia de patas traseiras. 1.2 Animais transmissores: Aéreos: morcegos; Rural: animais domésticos de interesse econémico ou de produgao (bovines, bubalinos, equideos, caprinos, ovinos, suinos, entre outros); Urbano: caes e gatos; Silvestre: cachorros do mato (graxains), “raposas” (gamba de orelha branca), guaxinins (mao pelada), saguis e outros mamiferos silvestres. Os roedores e lagomorfos (urbanos ou de criagao) so considerados como de baixo isco para a transmissao da raiva e, por isso, nao € necessario indicar esquema profilético da raiva em caso de acidentes causados por estes animais. 1.3 Animais suspeitos: Considera-se suspeito todo co © gato que apresentar mudanga brusca de comportamento e/ou sinais e sintomas compativeis com a raiva, tais como salivagao abundante, diffculdade para engolir, mudanga nos habitos alimentares € paralisia. A agressao por outros animais domésticos (bovinos, ovinos, caprinos, equideos e suinos) deverd ser avaliada ¢, se necessario, @ Tecomendado 0 esquema profilatico, lembrando que nao se indica a observagéo desses animais com o objetivo de definir a conduta a ser tomada quanto ao ser humano. 1.4 Acidentes leves: Ferimentos superficiais pouco extensos, geralmente dnicos, em tronco e membros (exceto maos, polpas digitais e planta dos pés). Podem acontecer em decoréncia de Mordeduras ou arranhaduras, causadas por unha ou dente, lambedura de pele com lesées superficiais, /p— i cépico |: PAGINA we a a : PROTOCOLO INSTITUCIONAL | PROT. NHE 04 2de7 sayaesss | NGO | Data de emissao: | N° Revisao: Area: SCIRAS 2210/2020 | 03 MORDEDURA DE ANIMAIS 1.5 Acidentes graves: Ferimentos na cabega, face, pescogo, mao, polpa digital e/ou planta do pé. Ferimentos profundos, miitiplos ou extensos, em qualquer regiéo do corpo. Lambedura de mucosas. Lambedura de pele onde ja existe leso grave. Ferimento profundo causado por unha de animal. Qualquer feimento por morcego. Observagao: E preciso avaliar, sempre, os habitos do cdo ¢ do gato e os cuidados recebidos. Podem ser dispensadas do esquema profilatico as pessoas agredidas pelo c&o, ou gato, que, com certeza, nao tem risco de contrair a infecgao rabica. Por exemplo, animais que vivem dentro do domicilio (exclusivamente); nao tenham contato com outros animais desconhecidos: que somente saem a rua acompanhados dos seus donos e que nao circulem em Area com @ presenca de morcegos. Em caso de diivida, iniciar 0 esquema de profilaxia indicado 2. Objetivo Orientar os cuidados aos pacientes vitimas de mordedura por animal. 3. Indicagéo Pacientes vitimas de mordedura ou lambedura Por animal potencialmente transmissor de raiva. 4. Responsavel Equipe multiprofissional dedicada ao atendimento de pacientes vitimas de mordedura por animais 5. Orientagao ao paciente ou pré Procedimento Lavar imediatamente 0 ferimento com Agua corrente abundante e sabao ou outro detergente, pois isso diminui, comprovadamente, o risco de infecgao. 6, Material ou Recurso Necessario 7. Descrigéo do procedimento 4 8 + Repetir a limpeza do ferimento na unidade de satide, independentemente do tempo 7.1. Cuidados com o ferimento transcorrido. Utiizar antisséptico que inative © virus da raiva (como gluconato de copIGo =| _- PAGINA we j ar PROTOCOLO INSTITUCIONAL PROT. NHE 04 | 3de7 sauacass | NGO Data de emissdo: | N° Revisdo: Area: SCIRAS. 22/10/2020 03 MORDEDURA DE ANIMAIS clorexidine). Ele devera ser utilizado uma Unica vez, na primeira consulta, e, posteriormente, a regio deve ser lavada com solugo fisiolégica. + NAO SE RECOMENDA A SUTURA DOS FERIMENTOS. Quando for absolutamente necessério, aproximar as bordas com pontos isolados (fechamento por 2* intengdo). Havendo necessidade de aproximar as bordas, o soro antirrabico, se indicado, devera ser infiltrado 1 hora antes da sutura. 7.2. Profilaxia de tétano Histérico vacinal | Vacina Soro Incerta ou menos de 3 doses [Sim Sim 3 doses ou mais, sendo a Ultima dose ha menos de 5 anos | Nao Nao 3 ou mais doses, sendo a Ultima dose ha mais de 5 anos e menos de t ‘Sim (reforgo) | Nao 10 anos | 3 ou mais doses, sendo ultima dose ha 10 anos ou mais Sim (reforgo) | Nao 3 ou mais doses, sendo a ultima dose ha 10 ou mais anos em | Sim (reforgo) | Sim situagdes especiais * 0 soro esta disponivel na farmadcia da Santa Casa e deve ser prescrito da seguinte forma: aplicar 1 frasco-ampola que corresponde a 5.000 UI (Unidades Intemacionais) por via intramuscular. 7.3. Profilaxia de raiva FLUXOGRAMA DE ATENDIMENTO - RAIVA aa cODIGO PAGINA xe | i egress | NCQ PROTOCOLO INSTITUCIONAL PROT.NHE04 | 4de7 Data de emissao: | N° Reviséo: Area: SCIRAS 22/10/2020 03 MORDEDURA DE ANIMAIS | ‘ACIOENTE EVE ARDENTE GRAVE nina mets, Sesapreido irarase OEP cowoeas ° tev ocugn revere, dsspareei ‘rotor sina mars alee, ne | roomie ee podete to ou ptoranoes, | desepmncil amen; ema | Sietien de itreso (st) ‘MOReEGOS | « Pacientes com acidentes graves por cdes e gatos suspeitos de raiva, raivosos, desaparecido ‘ou morto; animais mamiferos silvestres, animais domésticos de interesse econémico ou de CODIGO PAGINA we aC samacass | NCQ PROTOCOLO INSTITUCIONAL PROT. NHE 04 5de7 | Data de emissao: | N° Reviséo: Area: SCIRAS |__22/10/2020 03 MORDEDURA DE ANIMAIS produgao ou morcegos devem preferencialmente ser internados. O SCIRAS deve ser imediatamente contatado para que seja providenciado o soro. ® O soro sera encaminhado pela VIGEP e deve ser prescrito da seguinte forma: A dose indicada e de 40 Ul/kg de peso do paciente, associada a Hidrocortisona — na dose de 40mg/kg, com dose maxima de 1000mg e Ranitidina, na dose de 3mg/kg, dose maxima de 100mg, pela via venosa, lentamente, 2 horas antes do inicio do soro. O soro deve ser infiltrado na(s) porta(s) de entrada. Quando ndo for possivel infiltrar toda a dose, aplicar 0 maximo possivel e a quantidade restante, a menor possivel, aplicar pela via intramuscular, podendo ser utilizada a regiao glitea. Sempre aplicar em local anatémico diferente do que foi aplicada a vacina. Quando as lesdes forem muito extensas ou miltiplas, a dose pode ser diluida, 0 menos possivel, em soro fisiolégico, para que todas as lesdes sejam infiltradas. Apés a infusao do soro, o paciente deve ficar em observagao por 2 horas. * Seo paciente necessitar de hospitalizagéo, a vacina deve ser solicitada na VIGEP para ser administrada na internagao; * Sempre que houver indicagéo de profilaxia, tratar o paciente em qualquer momento, independentemente do tempo transcorrido entre a exposigdo e 0 acesso a unidade de satide. Nao se caracteriza, portanto, como uma urgéncia, podendo ser feito o agendamento na Unidade de Saude para iniciar 0 esquema; * Dia 0 nao é necessariamente o dia do acidente, mas sim o dia da administracao da 1* dose da vacina; * Os CONTATOS INDIRETOS (manipulagao de utensilios potencialmente contaminados, lambedura da pele integra e acidentes com aguihas durante a aplicagao da vacina animal) NAO sao considerados acidentes de risco e NAO exigem esquema profilatico; 7.4 Antibioticoterapia O uso de anti ico para profilaxia de infecgao em mordeduras por cdes ou gatos é controverso e nao deve ser realizado de rotina. * Alguns ferimentos de alto risco necessitam de profilaxia: * _ferimentos profundos, especialmente por mordedura por gatos; VY] * ferimentos moderados a graves associados a esmagamento; cODIGO PAGINA % | | ar - PROTOCOLO INSTITUCIONAL PROT.NHE04 | 6de7 | savracass | NGO Data de emissao: | N° Revisdo: Area: SCIRAS 22/10/2020 03 MORDEDURA DE ANIMAIS * ferimentos em areas com comprometimento venoso ou linfatico; * ferimentos em maos ou préximos a ossos e articulagées, particularmente se presenca de * prdteses; ferimentos em face e genitalia; + ferimentos em imunocomprometidos. A profilaxia deve ser realizada por trés a cinco dias. O antibiético de primeira escolha para mordeduras de cdes e gatos é a amoxicilina-clavulanato. Alternativamente pode ser utilizada a ina, sulfametoxazol-trimetoprim, cefuroxima ou moxifioxacina COM associagéo de doxi metronidazol ou clindamicina. Nao se deve utilizar cefalexina, eritromicina e clindamicina isoladamente, devido 4 comprovada resisténcia a esses antibidticos. 7.5. Notificagao Conforme Portaria n° 204, de 17 de fevereiro de 2016, o acidente com animal potencialmente transmissor da raiva deve ser notificado no sistema de informagao SINAN, ficha de investigagaio Atendimento Antirrébico Humano, CID W64. Essa notificagao deve ser feita tanto para os casos em que se utilizou vacina e/ou soro, como para aqueles em que somente observou 0 animal. 8. Orientagao ao paciente e/ou familiar pés procedimento * Enecessério orientar 0 paciente para que ele notifique imediatamente a VIGEP se o animal morrer, desaparecer ou se tornar raivoso, uma vez que podem ser necessérias novas intervengdes de forma rapida, como a aplicagao do sore ou 0 prosseguimento do esquema de vacinagao. * 0 paciente deve ser encaminhado para a VIGEP para receber a vacina antitetdnica e/ou antirrdbica de segunda a sexta feira das 9:30 as 12:30 no seguinte enderego: R. Conde do Pinhal, 2161 - Centro, Sao Carlos - SP, 13560-011. Telefone (16) 3307-7405. 9. Referéncias Bibliograficas a Brasil. Ministério da Satide. Secretaria de Vigilancia em Satide. Departamento de Vigilancia Epidemioldgica. Normas técnicas de profilaxia da raiva humana / Ministério da Sade, Secretaria cépiGo | PAGINA ; we 5 | ae = . SANTACASA NCO PROTOCOLO INSTITUCIONAL, PROT. NHE 04 7de7 Data de emissao: | N° Revisao: Area: SCIRAS 22/10/2020 03 MORDEDURA DE ANIMAIS de Vigilancia em Saude, Departamento de Vigilancia Epidemiolégica. — Brasilia: Ministério da Satide, 2011. MOTIVO DA REVISAO / SINTESE DO CONTEUDO REVISADO DATA DA REVISAO. Criagao Revisao segundo as recomendacées da ANVISA 22/10/2020 Elaboragao Padronizagao Gieding Fada x Dra. Carolina Toniolo Zéhatti Médica coord. SCIRAS/NHE LER 27$i. Vitor Martins Mama Dr. Vitor Martins Marim Diretor Técnico

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