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Intervengao Naturalista e Precoce JULIANA VENTURA | DEIVID SAMPAIO | MICHELLE COSTA Apresentacao Esse e-book busca trazer para suas intervenc6es, estratégias fundamentais para 0 desenvolvimento de habilidades basicas para criancas com TEA. Alguns desafios que profissionais e pais encontram na hora de estimular a crianga, tem relagaéo com entender o passo a passo desse processo. Neste contetido vocé vai aprender a: Identificar déficits; 4X Reconhecer objetivos; * Pensar sobre problemas de comportamento; Entender formas de ensinar habilidades; * Estruturar a intervencao, brincar e se conectar a crianga. Ah! Eainda tem um contetido especial com dicas de livros e artigos para se aprofundar no tema. Introdugao A intervencao precoce naturalista 6 uma pratica baseada em evidéncias que consiste em uma juncao de praticas e estratégias, incluindo desde arranjos ambientais até o ensino de habilidades que se encontram com déficits, implementadas na rotina eatividades diarias das criancas. Essas praticas sao projetadas para encorajar e ensinar comportamentos-alvo especificos com base nos interesses da crianca, construindo habilidades mais complexas que sao naturalmente reforcadoras e apropriadas para a interacao. Nos atuais dados que a literatura cientifica traz sobre a eficdcia da intervencéo para criangas com TEA, existem algumas recomendacées importantes: ela deve ser precoce, intensiva, baseada na ABA - Analise do Comportamento Aplicada, com base naturalista e via treinamento de pais. Sem isso, nosso pequeno pode perder grandes oportunidades de aprendizagem e de evolucao. Porém, para que tudo isso aconteca, precisamos de qualidade na nossa pratica. Tudo o que vamos descrever nesse e-book, tem uma base cientifica robusta, além de toda a nossa experiéncia de mais de 10 anos atuando na intervencao de criancas com TEA. Vamos 1a? ABA - ANALISE DO COMPORTAMENTO APLICADA Em primeiro lugar, vamos entender sobre a ciéncia que direciona toda a nossa pratica: aAnalise do Comportamento Aplicada — ABA. A sigla vem do inglés Applied Behavior Analysis ea ABA éa ciéncia que estuda o comportamento humano. Em 1913 John Watson trouxe a premissa de que todo comportamento é controlado por eventos do ambiente. Posteriormente, B. F. Skinner explicou que as contingéncias controlam a futura ocorréncia do comportamento. A ABA ficou muito conhecida no mundo do Autismo depois que, em 1987, 0 Dr. Ivar Lovaas realizou estudos com criancas autistas, e mostrou a eficacia dessa ciéncia para ensino de habilidades de forma intensiva. ~ Existem algumas criticas quanto as intervengdes dessa época, uma vez que as estratégias de ensino eram voltadas para modelos mais estruturados e com um grande uso de reforcadores tangjveis (extrinsecos), nado muito dentro dos contextos de ensino. Esse tipo de modelo ficou conhecido popularmente como “ABA Classica’. Porém, devido a evolucao dessa ciéncia, e aos intimeros estudos realizados, uma nova proposta de ensino foi se destacando - a ABA Naturalista e, a partir dela, varios modelos de intervencao foram surgindo para aprimorar o trabalho com esse publico. As intervencées com foco naturalista seguem os interesses da crianga e o maior reforcador sempre sera a motivacao dela (reforcador intrinseco). O ensino de habilidades pode acontecer através do ensino incidental, aproveitando as oportunidades de aprendizado na rotina da crianca e, também podemos mesclar 0 ensino incidental com ensino por tentativas discretas. Em habilidades mais complexas, podemos ensinar de forma mais estruturada e depois praticar de forma natural, aproveitando as rotinas diarias da crianga (foco na funcionalidade). Usar 0 ambiente natural da crianga, seguindo a lideranca e a motivacao dela, é sempre mais proveitoso. Ainda mais atual, as NDBIs (Naturalistic Developmental Behavioral Interventions - Intervencdes Comportamentais de Desenvolvimento Naturalistas), focam nao sé nas estratégias de ensino comportamentais no ambiente natural, mas também com foco nos estagios de desenvolvimento da crianga. Isso quer dizer que, a escolha das habilidades sao feitas a partir daquelas mais simples, que serviréo de base para o ensino de outras habilidades mais complexas no futuro, sempre acompanhando o desenvolvimento infantil. ~ Sendo assim, além de se conhecer as técnicas de ensino baseadas na Anélise do Comportamento Aplicada, aproveitar os momentos didrios e os interesses da crianca para aumentar a motivacao para a aprendizagem, o terapeuta precisa estar atento ao nivel de desenvolvimento daquela crianca, para entdo conseguir montar um Plano Terapéutico que seja individualizado, e que faca sentido tanto para a crianga, quanto para a familia. Quando vocé foca em algumas estratégias simples, porém, muito importantes, vocé alcanca sucesso na sua intervencdo. Seguindo esse passo-a-passo que organizamos para vocé, nao tem erro! AVALIE AS HABILIDADES E DEFICITS DA CRIANCGA E TRACE UM PLANO DE INTERVENCAO O primeiro passo para uma intervencao de qualidade é o seu plano! Nao existe intervencao sem planejamento. Vocé precisa saber o que vai trabalhar com a crianga com objetivos especificos e metas claras, para que possa monitorar seus resultados. Os principais passos sao: Avalie o desenvolvimento e a funcionalidade com instrumentos padronizados: Vocé pode usar escalas como o IDADI - Inventario Dimensional de Avaliagao do Desenvolvimento Infantil; as Escalas Bayley de avaliagaéo do bebé e da crianca pequena; o Inventario Portage Operacionalizado; a Escala Vineland de avaliagao do comportamento adaptativo, ou outro instrumento especifico da sua area e que vocé ja tem maior familiaridade. O importante é ter uma medida de desenvolvimento, para obter uma linha de base e saber qual sera o seu ponto de partida. Facga o levantamento das forcas e das fraquezas da crianga: Com aanilise dos resultados da avaliacéo que vocé realizou, observe quais sao as fraquezas da crianca, ou seja, quais habilidades basicas, que ela ainda nao possui consolidadas em seu repertério Oo comportamental, que estao dificultando a aprendizagem Kx de outras habilidades. Também é muito importante fazer olevantamento das forcas da crianga, ou seja, das habilidades que ja estao consolidadas, pois essas serao Oo oseu ponto de partida. Um exemplo fica mais facil compreender: A crianga prefere escalar méveis para pegar o que ela deseja do que apontar para pedir. Porém, ela aponta para figuras de livros quando solicitado. Nesse caso, ela tem consolidado o apontar proximal, mas nao tem consolidado o apontar distal. Sendo assim, vocé comegard a pedir para ela apontar para objetos no ambiente que estejam préximos, mas nao ao alcance, para depois ela usar de forma independente para fazer pedidos. Oucga a queixa da fa Para consequirmos o engajamento da familia no processo de interven¢ao, ouvi-los é fundamental. Pergunte para os pais/cuidadores quais sao as maiores dificuldades que eles enfrentam com a crianga. Muitos deles nado conseguem delimitar queixas especificas, sendo assim, vocé pode ajuda-los nisso. Por exemplo, 6 comum os pais se queixarem que a crianga se desregula quando escuta o “nao” Porém, apenas essa informacao é muito ampla. Investigue mais a fundo em quais situacdes especificas a crianga chora, como por exemplo, nado poder brincar com certo tipo de brinquedo, quando ela quer comer algo e nao pode ou, quando ela mexe em coisas que nao deve. Para cada situacao especifica, vocé vai tragar um plano bem delineado e ajudar a familia a lidar com esses problemas da forma mais eficiente possivel. Vocé compreenderd melhor sobre os comportamentos inadequados mais adiante. utico com e longo prazo: Cada crianca com TEA apresenta necessidades individualizadas, por isso a necessidade dessa avaliacdo inicial, para que seja possivel o estabelecimento de objetivos para o Plano Terapéutico Individual - PTI. E importante que o PTI contenha objetivos de todos os dominios do desenvolvimento, que partem de uma linha de base (que vocé ja avaliou) e baseado em todas as necessidades da crianca. Para isso,o ideal é que o plano seja montado por uma equipe interdisciplinar. Sabemos 0 quanto isso é desafiador, porém, vocé pode selecionar o que acha importante a partir da sua avaliagéo e compartilhar com os outros terapeutas, para que cada um dé sua contribuicao. Ah! E 0 PTI nao s6 pode, como deve ser compartilhado com a familia, para ela saber exatamente o que se esta sendo proposto ensinar a crianca, como, para também, conseguir estimuld-la em casa. Endo se esqueca que, no PTI, devem estar descritos todos os objetivos, assim como as estratégias que serao utilizadas e o passo a passo de como sera 0 ensino. E mais ou menos as: A crianca é avaliada em areas de linguagem receptiva e expressiva, imitagao, jogo, habilidades sociais. .. Assim que vocé encontrar os primeiros déficits, esses se tornarao seus objetivos. Nao mais que trés por dominio e nem menos que isso. (Dias & Seabra, 2018) SELECIONE OS REFORCADORES E CONHEGA OS OBJETIVOS Com o PTI em maos, vocé pode pensar em quais objetos ou ages serdo reforcadores para a crianca, ou seja, o que vocé pode usar para aumentar a probabilidade daquele comportamento alvo acontecer. Sabendo dos objetivos, vocé consegue selecionar atividades do interesse da crianca e“embutir" nelas os seus objetivos. A maioria das criancas com autismo possuem interesses muito bem definidos e passam muito tempo com eles. Quando vocé sabe quais sao os materiais preferidos da crianga, fica mais facil de pensar em estratégias de ensino e criar situagdes que favorecam a aprendizagem. Além disso, é possivel criar interagdes muito mais motivadoras, capazes de aumentar interaces sociais que serao associadas aos objetos favoritos ese tornarao também reforcadoras. Para fazer a avaliacdo dos reforcadores, comece perguntando para a familia quais os objetos e brincadeiras que mais prendem a atencao da crianca (telas nao valem, ta?!). Depois disso, selecione alguns que vocé tem e deixe ao alcance da crianca. Observe quais sao aqueles que ela mais procura e permanece por mais tempo. Invista tempo nesse tipo de avaliacao, pois é extremamente importante para todo o processo de treino que se sequira. Entao, utilize de, pelo menos, 4 momentos coma crianca para fazer essa selecao. Mesmo quando a crianca apresenta um baixo repertério de interesses, aparentando nao gostar de nada, sempre ha algo que prende a sua atenc4o, mesmo que seja uma naninha, uma musica ou até mesmo uma brincadeira social, como cécegas ou até mesmo alimentos. Algumas criangas demonstram interesse por reforcadores intrinsecos, aqueles como comemoracées, palmas... JA outras criancas preferem como recompensa 0 brinquedo preferido, um giro no balango... Entao, é isso que vocé vai usar. Por mais que o uso de alimentos seja criticado, em criangas que apresentam esse baixo repertorio, eles poderao ser usados inicialmente, mas sempre tentando condiciona-los com outros estimulos, mais naturais, para que a crianga amplie seu leque de preferéncias e consigamos alcancar todos os nossos objetivos. Ao fazer essa avaliacao, é importante vocé classificar os objetos em 4 categoria: Aqueles quea 7 crianca sempre Sao aqueles que a buscae crianga nao busca, permanece que sao indiferentes mais tempo para ela. com eles. sao aqueles que ela nao gosta e Aqueles que a causam crianga busca, estranhamento, brinca, mas nao sao tao | medo ou até motivadores quanto sao capazes de aqueles da categoria desregulé-la. anterior, < Mas lembre-se sempre: NAO E O RECURSO QUE FAZ A INTERVENGAO, SAO OS OBJETIVOS! BULL ne yn gad O uso dos brinquedos sao importantes para a intervencdo, para aumentar essa motivagao, mas brincar por si s6 nao garante que a criancga esta aprendendo habilidades e aumentando a reciprocidade social. Por isso, antes de separar o recurso, pense em quais os objetivos vocé tem que treinar com a crianga. Criancas com TEA precisam aprender muitas coisas, por isso, conhecer os objetivos, té-los em mente quando for intervir com a crianga te ajudaraé a usar das brincadeiras, das oportunidades que a crianga nos da, para alcancar tais objetivos. Quando falamos em intervencaéo naturalista, é¢ isso! Usar os interesses da crianca e torna-los oportunidades de aprendizado. by, @ @ 11 ORGANIZE O AMBIENTE O ambiente fisico pode ser um ima poderoso para a aten¢ao da crianca. Observar como a crianca explora o ambiente ira lhe dizer quais os lugares preferidos dela para brincar, o que tira a atencao de vocé e quais sao os objetos que podem ser perigosos. Pode ser necessario controlar e manipular 0 ambiente de modo a ter menos concorréncia pela atencao da crianca, mas pense que, quanto mais natural for o local, melhor serao as intervencées, ja que o grande foco é a generalizacao e a adaptacao aos contextos didrios. Sendo assim, inicialmente vocé pode fazer essa gestao e, assim que conseguir a atencao dela, volte as coisas para seus devidos lugares, deixando o ambiente como deveria ser. Repare no que distraia crianca e trate de afasta-lo. Elimine a concorréncia. As vezes vocé pode comegar eliminando muitos objetos, mas é importante fazer um processo de dessensibilizagao para que vocé consiga deixar as coisas em seus devidos lugares. Vocé também pode colocar os reforcadores em lugares estratégicos, mas tome cuidado com 0 excesso de estimulos que podem sobrecarregar sensorialmente a crianca. Organizar por exemplo a sala de atendimento com cantinhos, também funciona muito. Vocé pode ter uma estante de livros com um puff aconchegante ao lado, um cantinho de cozinha, cabaninha, outro de mesinha, um tatame para atividades no chao... Oriente os pais a manter a televisdo desligada e os celulares fora da vista da crianga. Concorrer com as telas, muitas vezes, é extremamente dificil. Entao, se vocé sabe que 0 local preferido dela para brincar é a sala de TV, mas ela sempre se distrai pedindo desenhos, tente levar, aos poucos, os brinquedos preferidos para outros locais da casa. Esse é um processo que deve ser feito de modo gradativo. Outra dica importante que poucas pessoas se atentam é sobre o local onde brincar. Ja vimos muitas criancas brincarem em tapetes ou tatames extremamente coloridos e cheios de informagées, com letras, numeros, animais e outras imagens, nos quais, quando se coloca o brinquedo neles, ele praticamente some. Esse tipo de local também pode sobrecarregar sensorialmente a crianga, deixando-a mais dispersa, com dificuldades em se manter engajada por muito tempo e ela ira interagir pouco com vocé. Oriente os pais a investirem em tapetes e tatames, de cores neutras e lisas, para que o brinquedo se destaque. Durante as brincadeiras com brinquedos, coloque alguns de facil acesso para a crianga, outros em locais mais altos, alguns dentro de caixas transparentes (isso facilita com que ela te peca ajuda ou que vocé ajude ela a conquisté-los - vocé também vera sobre isso mais adiante) e, aqueles que nao estao sendo utilizados, em prateleiras, caixas ou batis, longe da vista, para que nao atraiam a aten¢ao da crianca. Categorizar os brinquedos em cestos ou caixas também facilita bastante a arrumacao e a organizacao, fora que jé pode virar o tema para a sesséo. Uma caixa sO com animais, outra so com coisas de massinha, uma para comidinhas. Caso as caixas sejam dificeis, apenas organizar as categorias nas prateleiras, ja pode ajudar bastante. E, mais uma vez, oriente os pais para fazerem o mesmo em casa. Nesses casos, fazer uma visita domiciliar ou pedir aos pais para filmarem ou mandarem fotos dos locais da casa que a crianca prefere estar, bem como dos brinquedos que ela tem, ja ajuda bastante nessa orientac4o. Nao é raro encontrarmos ambientes nada favoraveis para uma intervencdo, com excesso de brinquedos e muitos estimulos que fazem com que as interagdes percam a qualidade. Ter um ambiente minimamente organizado ja facilita muito o nosso trabalho. #ficaadica! 13 OBSERVE COMO A CRIANCA BRINCA E ACRESCENTE DIVERSAO AS AGOES QUE ELA FAZ Asvezes nés, terapeutas, criamos uma sessao linda, cheia de brinquedos interessantes (para nés) ea crianga nao faz nada do que a gente pensou. Nesses momentos, nossos pensamentos automaticos sao ativados e o que vem a nossa cabeca é: “Essa crianca é grave! Ela é muito di Mas quando a gente observa o brincar da crianga e segue a lideranga dela, utilizando os recursos que ela mais gosta, as chances de ela iniciar uma interagao conosco, ou deixar que a gente participe do que ela est fazendo, sao muito maiores. Se vocé tentar direcionéa para aquela atividade que vocé preparou, cheia de possibilidades (pensou vocé!), pode desencadear uma crise de choro, esquiva e vocé perde a crianca. Use do que ela esta fazendo para inserir seus objetivos. E nesse momento que a gente observa como a crianga pensa, executa acdes, resolve problemas... Inicie sua sesso sempre observando bem a crianga, treinando o seu olhar para que consiga captar o que chamou a atencao dela e o que ela vai fazer. Ficar um pouco longe pode permitir observar melhor o que ela faz, traz muitas informacées sobre como vamos intervir e nos da tempo de pensar nas estratégias que vamos utilizar. Juntamente a essa observacao, acrescente a narracao. Fale o que ela esta fazendo, demonstre interesse e curiosidade as ages da crianca. Com isso, ela percebe que vocé nao é uma “pessoa ma, que vai atrapalhar o que ela faz’, mas alguém que esta interessado na brincadeira e que pode virar um parceiro, alguém que pode acrescentar mais diversao. E diversao, é sinénimo de aprendizagem efetiva. Para isso, antes de narrar, observe o nivel de linguagem da crianca. Se ela ja forma frases, fale frases mais simples, se ela emite apenas palavras, fale apenas palavras também... O nivel da linguagem de sua narracao deve estar de acordo com o nivel de linguagem da crianga. Porém, queremos te fazer um alerta! Cuidado para nao se tomar um Galvao Bueno das brincadeiras. Também nao fique fazendo perguntas do tipo “Como a vaca faz?";“Que cor é essa?”;“Qual o brinquedo que vocé vai pegar agora?” O objetivo da narracao nao é apenas descrever o que a crianca esta fazendo, mas tentar, de alguma forma, mostrar a ela o seu interesse em suas acées e deixar tudo mais divertido. A crianca precisa perceber que brincar com vocé é mais divertido do que brincar sozinha, e é nesse momento que a reciprocidade comeca a acontecer. E, outra coisa: ABUSE e USE muito dos sons ltidicos... OSA SR US! Um simples som ltidico é capaz de arrancar olhares significativos, risadas gostosas € aproximara crianca de vocé. E assim que o vinculo se fortalece e, como diz Daniel Beck, Oafeto éa fita isolante da aprendizagem! 15 GERENCIE A MOTIVAGAO, AJUDE A CRIANCA A CONSEGUIR O QUE ELA QUER E IMITE A BRINCADEIRA Amotivacao sempre devera ser a regra, nosso guia e o termémetro das nossas acoes! Uma criancga motivada, aprende muito mais! Esforce-se para arrancar sorrisos do seu pequeno! Isso é o melhor sinal de que a atividade esta divertida, motivadora, que sua presenca é“aceitavel”e que ela esta aprendendo! Gerencie quando esta motivacao estiver diminuindo! Mas como saber disso? Se vocé esta com o olhar atento, conseguiré perceber alguns sinais da crianga, como por exemplo, diminuicaéo de contato visual, procura por outros objetos, olhar para 0 ambiente, afastamento da sua mao, virar do corpo, esquiva do seu contato ou mesmo. encerramento da brincadeira, se levantando e indo para outro brinquedo. Esses, sao alguns sinais de que ela esté perdendo o interesse e é nessa hora, que temos que fazer alguma coisa: trazé-la de volta para a interacao ou encerrar a brincadeira antes que ela perca totalmente a motivagao. Uma forma de aumentar a atencao, o envolvimento e a motivagao da crianca, enquanto vocé observa e narra, é oferecer ajuda a ela. Fique atento para encontrar oportunidades que vocé possa ajuda-la, como entregando o que ela quer, ajudando-a a encaixar algo ou a pegar alguma coisa que esta fora do seu alcance. Se vocé observar que ela vai pegar um carrinho, pegue antes e entregue dizendo: "Ah vocé quer 0 carrinho? Toma para vocé!”: Com isso, aumentamos o interesse dela na relagao conosco, nos tornando parceiros. Imitar o que a crianca faz com os objetos também é uma otima estratégia para conseguir a atencao dela e envolvé-la nas interagées reciprocas. Quando vocé faz o que a crianca esta fazendo, vocé desperta a curiosidade e faz ela pensar: “Uau! Ele gosta de brincar da mesma forma que eu brinco!” Porém para imitar a crian¢a, alguns cuidados sao necessdrios. Nunca pegue o objeto das maos dela! Se vocé fizer isso, com certeza se tornara uma pessoa aversiva para ela. Sendo assim, quando possivel, tenha dois objetos iguais e faga como ela esta fazendo. Caso ela queira pegar 0 brinquedo da sua mao, nesse momento, entregue (lembre-se de ajudar), mesmo que ela fique com os dois por um tempo. 16 Posteriormente, vocé poderd ensiné-la a trocar os brinquedos. Caso nao tenha objetos iguais ou ela ficou com os dois nas maos, quando surgir outra oportunidade, por exemplo, ela deixar um dos objetos cair ou soltar momentaneamente, faca rapidamente a acdo e observe qual sera a reacdo dela. A imitagao também pode ser dos sons ou vocalizacées que ela faz. Para imitar a crianga, posicione-se de modo que ela consiga ver a sua acdo, a melhor maneira é estar de frente e, caso seja necessario, coloque o objeto no campo de visao dela para garantir que ela verd a sua aco. Caso ela esteja com um brinquedo de varias pecas, como blocos de montar, e estiver empilhando-os, entregue um para ela, encaixe outro e, rapidamente, Ihe entregue mais um para que ela possa encaixar. Se vocé fizer isso de forma agil, nao abrira espaco para ela reclamar ou chorar, ja que logo em seguida ela fara a acao novamente. Outro cuidado que vocé precisa ter 6 0 de nao invadir muito a brincadeira da crianca. Entao, quando imitar a acao dela, observe a reacao que ela tera, continue narrando, ajude bastante, para s6 depois imitar novamente. E isso parece magica! Quando imitamos a crianga, ela nos olha! E quando ela nos olha, estamos entrando no foco de atencao dela. E esse 6 um dos nossos principais objetivos. 17 VARIE A BRINCADEIRA INTRODUZINDO OS OBJETIVOS A variagao da brincadeira é algo muito importante na intervencao de criangas com TEA, visto que a rigidez cognitiva, caracteristica do transtorno, é uma das coisas que mais prejudicam o aprendizado. Isso se da pelas dificuldades na ampliagao do repertorio de comportamento, limitando as possibilidades e, consequentemente, o aprendizado. Criangas com Autismo tendem a brincar com a¢ées repetitivamente e, quando propomos uma variacéo, estamos mostrando a elas que existem outras formas de brincar. Isso estimula a criatividade e, aos poucos, vao deixando-as mais tolerantes e com melhor capacidade de resolucéo de problemas, j4 que estamos desenvolvendo a flexibilidade cognitiva, habilidade de funcdes executivas que esta prejudicada noTEA. Mas, para propor uma variagao, a crianga precisa estar engajada na brincadeira, ou seja, o nivel de motivacao dela deve estar em seu auge. Vocé sé ird conseguir essa variacao se estiver seguindo todos os passos anteriores que estamos mostrando a vocé, quando a crianga ja estiver aceitando bem a sua participagao na brincadeira dela, ou seja, quando ela estiver te procurando para brincar, aceitando sua ajuda e fazendo troca de turnos contigo durante as imitacées. Para comecar a propor variacées, dé preferéncia por agGes que estejam proximas a acdo que a crianca ja esta fazendo. Quer exemplos? Entao aj vao alguns: Se ela esta empurrando um carrinho para frente e para tras, faga o mesmo e, logo em seguida, faca uma curva. Se ela esta batendo com um lapis na mesa, bata na mesa também e depois na parede. Se ela esta rodando algo, rode também e depois empurre para frente. Apos fazer a acao, observe a reacao da crianca. Ela nao precisa imitar imediatamente, isso ira acontecer naturalmente, principalmente se a variacao foi legal. Depois que conseguir essas pequenas a¢ées e a imitagado da crianca, vocé deve comecar a propor outras variagdes, lembrando dos objetivos que estdéo descritos no seu plano de intervencao. Conhecendo os recursos que a crianga gosta e a forma como ela brinca, vocé deverd ser capaz de pensar em algo que incita a imitacao, a linguagem expressiva e receptiva, ages motoras, habilidades cognitivas e competéncias soci 18 USE OS SUPORTES ADEQUADOS PARA AJUDAR A CRIANGA A FAZER O QUE VOCE ESTA PROPONDO E uma ajuda, uma pista, que damos para a crianca compreender a demanda e executar 0 comportamento adequadamente. Com o tempo, o nivel de suporte deve ser reduzido para que a crianga execute de forma independente aquela competéncia que estamos ensinando. E importante lembrar que, criangas com Autismo, precisam receber esses suportes de maneira consistente para que a generalizagéo aconteca e mais independente e auténoma ela se torne. Quando aumentamos a generalizagao, consequentemente melhoramos a adaptacao da crianca em outros ambientes. Inicialmente damos a demanda para a crianca, ou seja, dizemos ou incitamos aquilo que queremos que ela faca e, caso ela nao responda, aumentamos 0 nivel de suporte. Aumentar o nivel de suporte é uma forma de garantir que a crianca cumpra a demanda e nao deixemos o antecedente/demanda vazio. Vocé deve aumentar 0 suporte de forma rapida e dinamica para evitar que a crianca nao entenda a atividade como muito aversiva e diminuir 0 tempo de evitamento de demanda da crianga. $6 tome cuidado com a frase que muitos usam por ai: “Demanda dada, é demanda cumprida!”. Ela nao faz muito sentido nas estratégias naturalistas, pois vocé estara forcando a crianca a fazer algo que ela nao esta preparada ou nao quer fazer. Por isso, um bom planejamento e a conquista da motivacao da crianca é tao importante. Se ela esta motivada e tem pré-requisitos para executar a demanda, ela tentard fazer, e o uso do suporte servird para ajudé-a a realizar 0 que se propés, caso ela ndo esteja conseguindo. & Ae 7) a8 la & 19 Osuporte é dado quando queremos ensinar uma habilidade para a crianca, portanto, todas as demandas devem ser dadas de maneira cautelosa, ja que precisamos garantir que acrianca cumpra aquilo que estamos solicitando de forma gentil e respeitosa. Normalmente, em um ensino de base naturalista, principalmente em habilidades que estéo em desenvolvimento, usamos a técnica “least to most’, que parte do menor suporte para o maior suporte. Isso significa que, quando a crianga nao faz o que se espera, comecamos com o menor suporte (que seja adequado para aquela habilidade) e subimos na hierarquia 4 medida que ela nao conseguir executar. Conhega, entao, os tipos de suporte que podemos utilizar: SP - Suporte Posicional: sempre esteja em uma posicao favoravel para que a crianga cumpra aquela demanda, preferencialmente, frente a frente dela, facilitando com que ela veja o que vocé esta propondo, ou seja, fazendo a acao no campo visual dela. => ‘SV - Suporte Verbal: apos dar a demanda (pedido), repita o que se espera que a crianga faga, dando um pouco mais de dicas, por exemplo: Demanda: Mostre para mim o pato? Suporte verbal:“Aponte para o pato no livro com o seu dedinho!” > SG - Suporte Gestual: se a crianga nao responder ao suporte verbal, dé um pouco mais de ajuda, seja mostrando para ela com seu dedo o que ela precisa de fazer, seja fazendo um gesto que se espera que ela faga, sempre acompanhando com a instrucao. Pense nesse tipo de suporte como se fosse uma “mimica’, a crianca deve ser capaz de compreender, mesmo sem vocé dizer. > SFP - Suporte Fisico Parcial: a crianca nao respondendo ao suporte gestual, dé um leve toque na parte do corpo dela que ira utilizar para cumprira demanda (pode ser o braco, 0 pé, mas nao 0 rosto). Esse toquinho é para incitar a agdo que precisa ser realizada. Faca isso repetindo a demanda e, logo em seguida, associe o SFP com o SV. 20 ‘SFT - Suporte Fisico Total: ultimo nivel de suporte, usado quando ela nao responde a nenhum outro. Aqui vocé pega na mao da crianga, por exemplo, e ajuda fisicamente ela a cumprir 0 comando. Mas cuidado, sea crianca tiver aversao ao toque fisico, esse tipo de suporte pode gerar problemas de comportamento, Sendo assim, é necessario fazer uma dessensibilizagao ao toque (usar de brincadeiras sociais com toques fisicos podem ajudar bastante), para, so depois, usar o SFT. Mas, e por qual nivel de suporte comegar? Como dito anteriormente, sempre comecamos a dar o suporte do nivel mais baixo, dando a oportunidade da crianga realizar a atividade de forma independente e vamos aumentando a medida que ela nao responde. Lembrando que é importante alternar entre atividades faceis e dificeis para que a crianca nao perca motivacao, por causa da autoestima e para nao ser exposta a um alto numero de frustracdes. Também é imprescindivel observar e anotar qual o suporte que ela esta utilizando na maioria das vezes e se, Com as suas ajudas, 0 uso desses suportes estao diminuindo. Fazer esse tipo de andlise nos faz observar se a habilidade esta sendo aprendida. ENCERRE OU FACA A TRANSIGAO DAS ATIVIDADES ANTES DA _ CRIANGA PERDER A MOTIVAGAO Quanto mais a crianca permanecer em uma atividade, mais ela vai aprender. Porém, chega uma hora que ela se torna repetitiva e é preciso encerra-la e fazer a transigao para outra. Geralmente a crianca sempre da sinais de que esta perdendo o interesse na atividade (lembra?), olhando para os lados, nao sorrindo mais com as acdes ou quando a brincadeira se torna repetitiva demais que impede a sua participacao, ou seja, a troca de turnos. Nesses momentos, vocé dificilmente consegue fazer mais variagdes capazes de aumentar o aprendizado da crianca. Esse € 0 momento! Essa é a hora de fazer o encerramento. Encerrar uma brincadeira antes que a crianga perca toda a motivacao, garante a ajuda dela na arrumacao dos brinquedos, e as chances de ela escolher essa atividade na préxima sessao também aumenta. A musiquinha de guardar é sempre uma étima proposta para encerrar e assim cantamos: "Guarda, guarda, guarda bem direitinho quem guardar direito encontra tudo arrumadinho" Vale a pena ter um local para guardar os brinquedos! Porém, se a crianga se recusar a encerrar a brincadeira e nao transitar para a préxima, o que vocé pode fazer? Primeiro, pare de narrar e ajuda-la, isso por si s6 jé deixa a atividade menos motivadora. Depois, vocé pode iniciar uma outra brincadeira com algo que seja tao motivador para ela quanto o que ela est fazendo. Posicione-se de modo que ela possa ver suas a¢ées e faca sons lUdicos, brinque de forma divertida (sem ficar chamando a crianga) de modo a despertar o interesse dela para essa nova brincadeira. Quando isso acontecer, tente trocar com ela os brinquedos (tire aquele que estava jé repetitivo), guarde em um local que ela nao tenha acesso e invista nessa nova interacéo! Neste momento, nao é hora de pedir para ela guardar. O foco agora é a transi¢ao. Escolha as batalhas que queira enfrentar. Com isso, vocé varia 0 brinquedo e da uma leve “forcada” no encerramento da brincadeira anterior. 22 GERENCIE COMPORTAMENTOS INADEQUADOS: FAGA UMA ANALISE FUNCIONAL O autismo por si sé, nao causa os problemas de comportamento. Muitas vezes, essa foi a melhor forma que a crianca encontrou para se comunicar ou para fazer com que seus desejos e necessidades sejam atendidos. No inicio das intervencées, a maioria das criangas com TEA vao apresentar problemas de comportamento, devido seus baixos repertorios de comunicacao, de brincar e de interacao. Em outros casos, mesmo depois de um longo tempo de tratamento, tais problemas podem acontecer. Criangas com TEA também podem ter mais dificuldades de autorregulacao e por este motivo, os problemas de comportamento podem aparecer com maior frequéncia. Inevitavelmente os problemas de comportamentos irao aparecer, afinal de contas, estamos trabalhando com criancas. Mas, para gerencia-los, é necessario fazer uma analise da fungao daquele comportamento. Para gerenciar os comportamentos inadequados, é mais importante saber 0 PORQUE a crianca se comporta daquela maneira do que O QUE ela faz. Sera que é um comportamento de fuga ou evitagdo porque a demanda esta alta demais para a crianca? Sera que é por que vocé retirou o objeto favorito bruscamente, sem fazer a devida transicao? Sera que ela nao tem ferramentas de comunicacao suficientes e usa do choro para conseguir sua atencao? Ou sera que é por que vocé esta interferindo muito na brincadeira dela, fazendo com que ela perca 0 controle, mexendo em sua rigidez? Fazer essa andlise é essencial para conseguir uma gestao mais adequada e eficaz. Para cada fungaéo de comportamento é necessario agir de modo diferente! Mas, quando se tem um bom planejamento, se desenvolve boas formas de comunicagao com a crianca e conseguimos manter um nivel adequado da motivacao dela, os comportamentos inadequados raramente acontecem! 23 O diagnostico é importante, mas ele por si sé nao é o que vai definir as estratégias e técnicas na intervencao, pois as “leis comportamentais” sao validas para qualquer individuo, ele tendo um diagndstico ou nao. Nao é possivel mudar o individuo, mas, mudando o ambiente, conseguimos mudar o comportamento. “Um comportamento é 0 que uma pessoa faz e diz. E uma aco observavel (chorar) e nao uma caracteristica da pessoa (altura). Aquelas coisas que estao“na sua cabega’, como pensamentos, intengdes, ideias, planos, etc., nado sao comportamentos.” (Lear, 2004). Ele é observavel e mensuravel, ou seja, vocé consegue ver e medir a ocorréncia. Cuidado para nao fazer inferéncias mentais. Para saber se um comportamento é inadequado, pense em algumas quest6es como: Areacao da crianca esta condizente com a situagao? Quando ele for adulto e reagir da mesma forma, sera socialmente aceito? Esse comportamento traz prejuizos para ela ou outras pessoas? Nesse momento é muito importante que vocé esteja atento a fase desenvolvimental da crianga, pois muitos comportamentos considerados “inadequados’, sao normais da fase, mesmo ela tendo Autismo. Porém, nao é porque é normal da fase que vamos deixar de dara ela estratégias muito mais adaptativas do que aquelas que ela tem. Todos os comportamentos, adequados ou inadequados, sao aprendidos! E se a crianga aprendeu a bater nos outros, jogar coisas, gritar ou fugir, ela também pode aprender a pedir, a dizer nao, a falar que nado quer ou que esta cansada, ou seja, maneiras novas e mais apropriadas de se comportar. E ai, anote essa dica preciosa: “Ensinar um novo comportamento é muito mais facil do que “desinstalar” um comportamento inadequado.” Antes de analisar a causa-efeito do comportamento inadequado, é necessario avaliar varios outros aspectos, como por exemplo: dor, doenca, sono, fome, efeito colateral de medicac&o. Ou entéo, se os comportamentos tém relagéo com alteracdes na comunicacao, seja vindo de vocé, na falta de clareza da instru¢ao, ou por dificuldades da crianca na linguagem compreensiva e expressiva. Outra questao importante para ser analisada, € 0 estilo parental e as praticas educativas da familia. Os pais sao permissivos? Como é 0 ambiente da crianca? Se em casa, ela grita e consegue o que quer, ela vai fazer isso em todos os lugares, pois é algo que funciona para ela. 24 Andlise Funcional E um tipo de avaliagéo que busca identificar a fungdo de um comportamento-problema alvo, manipulando _ variaveis/contingéncias que controlam esse comportamento. Ela é considerada padrao ouro, com fortes evidéncias cientificas de eficdcia e traraé dados mais confidveis sobre o comportamento problematico. Os procedimentos com base na ABA tém como finalidade a modificagao do comportamento a partir da andlise da sua fungao e da identificacao da varidvel que o esta controlando: se o antecedente ou a consequéncia. Esse simples esquema pode te ajudar a pensar: Qual é o comportamento problema? Dar um nome a ele, descrever exatamente o que acrianca faz. Qual foi o antecedente? O que aconteceu antes desse comportamento. E qual foi sua consequéncia? O que aconteceu imediatamente apos a emissao do comportamento. Nem sempre a fungao do comportamento sera tao Obvia. Pode ser que vocé tenha que testar hipoteses por alguns dias para ter certeza. Funcao nao é a mesma coisa que motivo! A diferenca é que funcao é observavel e motivo é uma inferéncia mental nao observavel. Outra informacéo que vocé precisa saber é que a funcéo do comportamento pode mudar ao longo de uma crise. Por isso, vocé precisa fazer uma boa analise de todas as contingéncias que envolvem tal problema de comportamento. 25 Quando 0 individuo se comporta de certa maneira para conseguir algo tangjivel, como brinquedos, comida ou qualquer outra coisa. Quando 0 individuo se comporta de certa maneira para conseguir atencéo ou ver a reacao de outra pessoa. A crianca quer ser vista! Lembrando que atengao negativa também é atencaéo (quando brigamos olhando e dirigindo a atencao e a palavra para a crianga, ela conseguiu atencdo). A ccrianga vai querer garantir que as coisas saiam do jeito dela, vai tentar te obrigara fazer o que ela quer ou a nao fazer o que ela nao quer. O objetivo da crianca aqui € controlar os seus atos. Acrianga vai tentar escapar de uma situacao, atividade ou pessoa que é aversivo para ela. A maioria das vezes acontece quando pedimos algo ou damos uma instrucao a crianga. A melhor intervencao, sera de acordo com a funcao e, infelizmente, nao temos uma receita pronta para deixar aqui para vocé! Vai depender da andlise de toda a situacao. Pode ser que vocé tenha que intervir em contingéncias antecedentes, ou entao, nas consequéncias. Mas uma coisa ja podemos adiantar: que os inadequados vao embora! Pode acreditar! BIC) identificar as contingéncias que envolvem o feelin ote aien fee) (Re eri) aextingao. o.comportamento adequado substitutivo, ocomportamento adequado - através do uso de reforcadores. MONITORE O DESENVOLVIMENTO DA CRIANCA A todo momento vocé precisa reavaliar a crianga. Isso nao significa que precisa aplicar testes padronizados mensalmente. Vocé consegue avaliar se ela esta evoluindo se percebe que os niveis de suporte estao reduzindo, se ela esta se mantendo mais tempo nas intera¢ées, se ela esta consolidando as habilidades e usando de forma funcional... tudo isso é monitoramento. Na intervencao de criangas com Autismo nao da para trabalhar com “achismos”! Temos que ter dados concretos sobre 0 desempenho da crianga. Para isso, os Protocolos de Coleta de Dados sao fundamentais. Vocé consegue acompanhar tudo isso que falamos acima: reducao de suportes, tempo de permanéncia na interacao, uso da habilidade de forma funcional. Sim! Muitas vezes parece ser cansativo preencher tanta coisa, inclusive para os pais, mas isso é fundamental se queremos trabalhar com evidéncias. Vocé também deve ensinar os pais a colherem esses dados em casa. De tempos em tempos, também é importante repetir a testagem com o instrumento que vocé usou na avaliacao inicial. Usar um instrumento padronizado ira te ajudar a medir o desenvolvimento, e pensar nas proximas habilidades que precisam ser ensinadas. 27 Quando vocé percebe que a crianca evolui de forma muito rapida, alcangando os objetivos que vocé tinha tragado em menos tempo do que esperava, por exemplo,em 6 meses ela alcangou as habilidades que vocé havia planejado para 1 ano, é hora da reavaliagao padronizada. Caso contrari Ja o PTI, esse deve ser construido com maior frequéncia. Um tempo normalmente utilizado pela maioria dos terapeutas é um plano valido por 3 meses. Claro que, se nesse periodo a crianca nao consolidou todas as habilidades, mantenha elas no plano seguinte e substitua aquelas ja adquiridas. FAGA ViINCULO A TODO MOMENTO No inicio das intervencdes a gente se desdobra em mil, planta até bananeira se necessario, se esforca horrores para virar parceiro da crianga. Depois de um tempo, a gente vira robd? Uma das coisas mais importantes na terapia com criangas é manter a motivacao, por isso temos que fazer vinculos o tempo todo, todos os dias. Se vocé nao fizer isso, a crianga vai desistir de brincar contigo e voltard a brincar sozinha. Aj, vocé pode pensar: “Ela esta regredindo!’, mas na verdade, € vocé que nao esta sendo legal, nao esta gerenciando a motivacdo dela e esquece que a diversdo e a afetividade permeiam eo todo o processo de aprendizagem. y a” | = A melhor estratégia para manter esse vinculo é usar das brincadeiras sociais. Brinque sem brinquedos, faga surpresa, use brinquedos de acao reacao, dance, cante e nao fique preocupado com os objetivos nesse momento. Alias, essas brincadeiras, por si s6, ja estimulam o contato visual, 0 sorriso social, a comunicacao, seja através de gestos ou palavras, a iniciativa de interacao, aumenta o tempo de permanéncia em interac6es reciprocas, ha troca de turnos e ha expressdo de emocées positivas. ), avaliar dessa forma, anualmente, é suficiente. 28 Viu sé... € muita coisa em algo que parece tao simples. Todas essas brincadeiras estimulam habilidades que estéo fortemente impactadas pelo Autismo: a comunicagao e a interacao social. Quer uma dica que fazemos e, geralmente, dé muito certo? Se a cadeira que vocé usa édaquelas giratorias, que vocé sempre quis girar por horas e sua mae nunca deixou. .. Rsrsrs... Brinque como se fosse um carinho, gire para encontrar a crianca de um lado edo outro, peca pra ela te empurrar, transportem coisas em cima dela de um lado para ooutro da sala... Aconexao foge de regras e demandas, ela precisa ser natural! ORGANIZE-SE PARA INICIAR AS SESSOES Antes de receber a crianga, leia e entenda todo o PTI - Plano Terapéutico Individualizado, para que os objetivos terapéuticos estejam fresquinhos na sua cabega. Isso te da uma maior clareza do que vocé deve fazer, quais foram os suportes mais usados na sessao anterior e que vocé deve usar na atual e quais sao os recursos que vocé precisa separar. Para facilitar essa preparagdo, nds sempre deixamos um intervalo de aproximadamente 20 minutos entre uma crianca e outra. Esse tempo, além de ser util para a preparacao, vocé também pode usar para tomar nota da sesso anterior e higienizar os brinquedos. Preparar uma cestinha de brincar, usando recursos que consigam explorar seus objetivos terapéuticos, com outros que regulam a crianca e que sejam reforcadores também é uma estratégia que pode ajudar muito. Além do mais, a propria cestinha pode servir de local para guardar os objetos que nao serao mais usados. Nela vocé pode contemplar cada area dos dominios do desenvolvimento (a saber: cogni¢ao, linguagem, motricidade e socioemocional e comportamento adaptativo) e ja conseguir pensar nas possiveis variagdes. Mas olha sd, recurso sem compreensao do objetivo terapéutico, nao vale de nada. Se chegou até aqui e ainda nao conseguiu pensar nos objetivos, volte para a avaliacao. 29 ame Sua cestinha pode ter recursos para estimular: habilidades de comunicagéo receptiva e expressiva, imitacéo de agdes com objetos e agdes motoras, habilidades cognitivas (ou pré-académicas), competéncias sociais, brincadeiras funcionais ou simbdlicas (dependendo do estdgio que a crianca se encontra), estimulagdes sensoriais, objetos que podem iniciar brincadeiras sociais e habilidades de motricidade grossa e fina. Vocé pode escolher instrumentos musicais, livros com sons, imagens, fotos da familia, brinquedos de dar corda, personagens, jogos de encaixe, brinquedos de acao-reacao, aquarela, papel, bola, potes, panelas, escovas, alimentos, massinha, blocos de montar, lapis de cor ou giz de cera, tesoura, cola, fita adesiva, carros, bonecas, pido, corda, bolhas de sabao, catavento, esponjas com texturas diferentes, shampoo... Sua cestinha pode ter o que vocé quiser, mas lembre-se: nao é o brinquedo que faz a intervencao, sao seus objetivos! Sim, nds somos enfaticos nisso! SAIA DO PILOTO AUTOMATICO Quando vemos algo legal que funcionou com a crianca, que conseguimos o engajamento dela, arrancamos sorrisos e ela saiu da nossa sessao tranquila, tendemos. a repetir tudo isso... e mais um dia, de novo, mais uma vez... Nao variamos, porque aquilo acaba nos dando conforto e confianca de que o que estamos fazendo esta dando certo. Mas, por que todos os dias, na terapia, vocé precisa atender na sua sala, com os mesmos recursos, tudo do mesmo jeito? Se queremos que a crianga seja flexivel, se adapte bem a maioria das situagdes, também precisamos nos arriscar em da nossa zona de conforto e proporcionar para a crianca diversas experiéncias. Isso é pensar em intervencdes que vao de encontro a realidade que todos nds vivemos. Por mais que vocé troque os brinquedos com certa frequéncia, aquele ambiente acaba se tornando um reforcador dos comportamentos rigidos da crianga. 30 Se existir um espaco na clinica, seja um corredor, cozinha, area verde (Uauu!!). Corre para la com seu pequeno. Pega para os pais levarem o patinete, velotrol, brinque de corrida, de pique-pega, de esconde-esconde. Jogue futebol, use raquetes de frescobol, um frisbee, uma corda de pular... Chame outras criangas e facam uma ciranda, desenhem uma amarelinha com giz no chao. Va para a cozinha fazer um suco, brigadeiro, pipoca, sanduiche, comidinhas... Organize um dia de piquenique com outras criancas, pode ser até dentro da sua sala, mas faca. Encontre algum espaco verde proximo a sua clinica para que vocés possam explorar o ambiente, procurando por folhas, pedrinhas, galhos, bichinhos, observem pessoas, coisas, cores, sons... Além de oferecer varias oportunidades para a crianca aplicar tudo aquilo que vocé ja esta treinando, vocé consegue mostrar aos pais 0 quanto conseguimos aproveitar momentos de lazer para os treinos de forma leve. Ampliamos o olhar deles para que percebam que podemos criar momentos de aprendizagem em qualquer situagao e que, com isso, ela nao esta “perdendo a infancia” porque precisa receber estimulagGes atodo instante. SAIBA A HORA DE AGIR E O MOMENTO DE OBSERVAR Na intervencao, muitas vezes nos, terapeutas, estamos com sede de fazer a crianca ganhar novas habilidades, de mostrar servico e fazer com que ela evolua na velocidade da luz. Nesses momentos, acabamos dandomuitas demandas, falando demais e pouco observando o que ela quer nos mostrar. Da mesma forma que a crianga aprende conosco, nés também devemos nos abrir para aprender com elas. Nao seja um“terapeuta helicdptero’, que fica sobrevoando a crianca otempo todo, correndo atrds dela e falando, falando, falando... Isso, além de ser bastante cansativo para vocé, é muito chato para a crianca. E preciso dar tempo para ela te trazer ideias, falar sobre algo eaté sentir necessidade da sua presenga. 31 Quando vocé faz isso, aprende uma nova forma de variar com o brinquedo que ela esta usando, entende quando ela esta cansada e precisa do seu colo, de um cafuné ou apenas do siléncio. Ela ainda pode olhar para vocé e fazer um comentario de algo que ela esta vendo ou fazendo, de te pedir para brincar com ela ou até mesmo e ir até vocé buscando a interacao. Afinal de contas, nao queremos s6 que a crianga responda as nossas iniciativas, também queremos que ela nos convide para brincar. E, para que isso aconte¢a, devemos dar aberturas para tal. Se afaste por um momento e veja o quanto de informagées vocé vai receber. REGULAR E PRECISO Crianga desregulada nao aprende, nao se sente feliz e angustia vocé, terapeuta, e, principalmente os pais. Ao receber a crianca, observe o comportamento dela no primeiro momento que ela entra na sua sala. Ela esta mais agitada e precisa de uma brincadeira social para se acalmar? Ela esta com medo e precisa um pouco do colo dos pais até se sentir segura para brincar com vocé? Ou ela esta em prantos, incomodada com algo e precisa de uma acomodacao sensorial? Fazer esse tipo de anilise vai te ajudar a ser mais assertivo nas intervencdes. Mas, antes de pensar em regular uma crianca, vocé precisa entender o que a esta deixando assim. Vocé pode perguntar aos pais 0 que houve, para te dar mais informacées sobre como deve agir. Algumas questdes sociais, emocionais, cognitivas, e até fisioldgicas podem trazer dificuldades para crianga, como ja dissemos acima. Outras questdes como alta demanda, excesso de estimulos no ambiente, hiperfoco, rigidez cognitiva, sono, cansaco, medo, dificuldades sociais...pode influenciar de forma significativa o comportamento de uma crianca 32 Para isso, observe que, quando ela chega, muitas vezes mesmo nao falando, seu corpo e expressdes estao nos dizendo algo. Aprender a ler e interpretar a crianga é uma habilidade que todo terapeuta da infancia deve exercitar. Lembre-se também que regulacao envolve afetividade e pense em estratégias que possam contribuir com acomodacées sensoriais, como: Uma bacia cheia de agua e bichinhos para lavar, mergulhar, pegar... Uma cabaninha feita de lencol jogada em cima da mesa da sala para ela ficar um tempo sozinha até estiver preparada para interagir com vocé. Uma ampulheta, cata-vento, caixa de areia, objetos fofinhos para apertar, bolhas de sabao ou aquelas garrafinhas sensoriais com glitter. Uma caixa de papelao com algumas almofadas para se sentar de forma confortavel. Dar uma volta fora do ambiente. Muitas vezes os terapeutas nao oferecem esses tipos de estimulos com receio de estar reforgando o comportamento da crianca. Porém, quando ela esta verdadeiramente desregulada, é melhor que ela encontre conforto contigo, do que ela associar as condigées aversivas ao ambiente e tudo que vocé suou para conquistar, vai pelo ralo. Claro que aqui a Analise Funcional deve ser feita e, o terapeuta acaba conhecendo a crianga e consegue fazer essas correlagdes rapidamente e sabendo como lidar com essas situacdes. 33 ORIENTE OS PAIS PARA QUE ELES CONSIGAM TRANSFORMAR ROTINAS DIARIAS EM OPORTUNIDADES DE APRENDIZADO Depois que vocé aprendeu tudo isso, pensando na generalizagao e na intervengao intensiva, vamos ensinar 0 passo a passo para os pais! Eles sao nossos parceiros na intervencao! A literatura cientifica traz dados importantes e significativos sobre intervencGes comandadas por pais, entao precisamos instrumentalizé-los. Em muitos casos, sao eles que vao estimular a crianga em casa, entao, precisam estar preparados! Nao ha nada mais frustrante para os pais do que eles escutarem ou verem vocé conseguindo com que 0 filho deles realize algo e eles nao consequem. Portanto, ensine tudo para eles! Leve eles para dentro do seu atendimento, nao tenha medo disso. Muitos terapeutas nao levam os pais para dentro da sala de atendimento com a justificativa que o comportamento da crianga muda e o rendimento cai. Pense conosco: se na presenca dos pais a habilidade nao esta sendo realizada, quer dizer que ageneralizacao nao esta sendo alcancada. Para que a crianga generalize os objetivos propostos no PTI, ela deve ser capaz de realizar a acao em varios ambientes, objetos e pessoas. E isso inclui os pais. No inicio, com os pais dentro da sala de intervencao pode, realmente, ser mais desafiador. Mas, nds te garantimos que isso nao dura para sempre. Acrianca passa a se acostumar com eles ali e,a medida que vocé vai se tornando uma pessoa legal, os pais passam para segundo plano. 34 E muito importante que vocé faca sessdes especificas de Psicoeducacdo e orientagées. Muitos pais tem muitas duividas... O Autismo pode ser um mundo completamente novo para eles, e é seu papel instrui-los, acolhé-los e orientar sobre as melhores decisoes. E muito melhor os pais buscarem orientacdes fidedignas e pautadas no conhecimento cientifico, do que ficar buscando em fontes nao muito confiaveis. Vocé concorda? Se vocé se mostra aberto a esclarecer as duvidas que eles possuem, vai conquistando a confianga e, consequentemente, o engajamento deles nas intervenc6es. Também é necessario acolhé-los nos momentos necessarios. Muitos ainda estao lidando com 0 luto pela perda do filho idealizado. Podem ter atitudes que vao contra as suas orientag6es, mas pode ter certeza que eles nao fazem por mal. S6 estao tentando de tudo para ajudar o filho deles. Seu papel é explicar riscos, orientar da melhor maneira possivel e aceitar que a decisdo final sempre sera deles. Explique sobre como gerenciar comportamentos inadequados. E mais, nao sé explique, como também mostre como fazer. A teoria é facil de compreender, mas quando eles véem que vocé passa pelos mesmos problemas que eles e que ha solugao para tal, eles entendem como fazer e passam a colocar em pratica. Afalta de tempo para estimulara crianga é uma queixa recorrente, e da grande maioria dos pais. Sendo assim, ajude-os a pensar em como é possivel acrescentar os objetivos do PTI durante as refeigdes, na horado banho, quando for trocar fraldas ou ir ao banheiro, no caminho até a escola ou as terapias... Tudo isso pode ser transformado em momentos de intervengdo. Dé exemplos de como isso pode acontecer e, se possivel, vd até a casa deles e faca junto. Vocé também pode pedi-los para filmar esses momentos e mostrar como acrescentar os objetivos. Sao tarefas que inevitavelmente Os pais irdo realizar e vocé pode enriquecé-las com os estimulos certos eas habilidades que a crianca esta preparada para aprender. Ja pensou em separar os alimentos por cores no prato? Ou fazer um avidozinho coma colher para receber a comida? Organizar os frascos de produtos de higiene do banheiro por tamanho, contar quantos carros vermelhos ha até a escola, jogar a fralda no lixo depois de trocar, pedir para pegar roupas nas gavetas, separar as meias por pares idénticos e as roupas coloridas das brancas para colocar para lavar? Tirar os prendedores de roupas do varal, guardar os talheres na gaveta, lavar as verduras € frutas depois de fazer a feira, colocar os cadarcos dos ténis de todos da casa e até servir a propria comida? Tudo isso pode - e deve - ser ensinado. Séo oportunidades de aprendizagem incriveis e, o mais importante de tudo,voltadas para a funcionalidade. 35 ”ARA FINALIZAR! Se uma crianca vivencia o mundo de forma natural, ela aprende. Aprende sobre causa e efeito, porque vé uma luz acender e apagar e vai a testar sua teoria. Aprende a fazer escolhas, depois que percebe que chocolate é muito melhor que beterraba. Aprende que, colocar o pijama, significa que vai dormir, que o choro revela um sentimento, que compartilhar é algo dificil e que ela é mais feliz quando brinca de correr, com agua, bolinha de sabao, e com as pessoas que ela ama. Tem isso na sua intervencao? Esse é nosso objetivo diario, quando intervimos em desenvolvimento de criancas muito pequenas que, por vezes, inundadas de demandas terapéuticas, perdem sua infancia. Se vocé conseguiu entender toda a técnica empregada em nossas aces e adicionar a tudo isso afetividade e alegria... Vocé entendeu tudo! WL * REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS American Psychiatric Association (2014). Manual diagnéstico e estatistico de transtornos mentais: DSM-5. Porto Alegre: Artmed. Bagaiolo, L. F, Mari, J. J. Bordini, D., Ribeiro, T. C, Martone, M. C. C, Caetano, S.C, Brunoni, D,, Brentani, H. & Paula, C, S (2017). 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