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ESTUDO DO COMPORTAMENTO DAS FEICOES LINEARES OBSERVADO EM DADOS. AEROMAGNETICOS DA BACIA DO PARANA por SERGIO AUGUSTO MORAIS MACHADO Engenheiro Gedlogo (Universidade Federal de Ouro Preto — 1987) ‘Tese submetida como requisito parcial ao gran de MESTRE EM CIENCIAS em GEOFisICA Colegiado do Curso de Pés-Graduagio em Geofisica da, UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARA Banca Examinadora : Dr. Douglas Patrick O’Brien(Orientador) Dr. Lourenildo W. Barbosa Leite Dr. Marco Polo Pereira da Boa Hora Data da Homologagao : 28/12/1990 MACHADO, Sérgio Augusto Morais. Estudo do comporta- ‘mento das feigdes lineares observado em dados aero- magnéticos da Bacia do Parand. Belém, Universidade Federal do Para. Centro de Geociéncias, 1990. 144 p. il. ‘Tese (Mestrado em Geofisica) - Curso de Pée-Graduagio em Geofisica, Centro de Geociéncias, UFPa., 1990. 1. AEROMAGNETOMETRIA APLICADA - Bacia do Pa- rand. 2. FEIGOES LINEARES MAGNETICAS. 3.INTER- PRETACAO DE DADOS AEROMAGNETICOS. INDICE indice . Tabelas .. Lista de figuras . Resumo .. Abstract CAPITULO 1. Introdugéo CAPITULO 2. Interpretagdo qualitativa dos dados aeromagnéticos ... 03 2.1 Dados Observados .. 03, 2.2 Consideragées gerais . 03 2.3 Interpretagéo dos mapas de contorno e especificagéo dos principais lineamentos 04 magnéticos . CAPITULO 3. Modelamento das anomalias magnéticas das diferentes estruturas geoldgicas . 08 3.1 Principais modelos geofisicos relacionados as intrusdes diabisicas .. ++ 08 3.2 Um método para determinacdo da inclinagéo de magnetizagéo total que utiliza a trans- formada de Hilbert . eld 3.3 A aplicagéo do método que determina a inclinagéo de magnetizagio total aos grandes lineamentos da Bacia do Parand . aq 3.3.1 Generalidades cerepceoc ty 3.3.2 Rochas intrusivas dos grandes lineamentos . 19 3.3.3 Tratamento dos dados aeromagnéticos 2 3.3.4 Os resultados da inclinagdo de magnetizagao total nos grandes lineamentos ... 22 3.3.5 Modelos hipotéticos para as principais inclinagdes de magnetizago ............23 3.3.6 O efeito térmico das intrusdes diabésicas sobre as formag6es geradoras de hidrocar- bonetos .. 2B: CAPITULO 4. Geologia e arcabougo da Bacia do Parané + 6 4.1 Evoluggo tectono—sedimentar da bacia 26 4.2 Arcabougo estrutural da Bacia do Parand ... 30 CAPITULO 5. Método das imagens sombreadas 33 5.1 Técnicas do relevo sombreado .. 33 CAPITULO 6. Descrigéo das imagens sombreadas .. - 36 6.1 Feigdes observadas nas imagens .......++s+e+e+00 36 6.2 Estatistica dos lineamentos representados na forma de roseta .......+++++ 38 CAPITULO 7. Contribuigio das imagens de LANDSAT ...... 39 7A Lineamentos nas imagens .. 39 CAPITULO 8. Integracdo das imagens sombreadas com as imagens de LANDSAT .......... 42 CAPITULO 9. Conclusées e a contribuigao dos lineamentos na evolugio tecténica da Bacia do Parana Agradecimentos . Referéncias Bibliogréficas Apéndice A ....csecececees Apéndice B . Apéndice C .....eesesseeseees TABELAS ‘Tab.1 — Principais especificagées dos aerolevantamentos . 87 ‘Tab.2 — A magnetizago das amostras coletadas préximas aos grandes lineamentos da Bacia do Parané ....... = 105 ‘Tab.A.1 — Testes para o campo anémalo do modelo bidimensional sem filtragem ............ 54 ‘Tab.A.2 ~ Testes para o campo anémalo do modelo bidimensional filtrado com passa—alta com 60km de comprimento de onda .... 38 ‘Tab.A.3 — Resultados do levantamento estatistico realizado em Areas de 200km? em torno dos lineamentos de Guapiara e Rio Alonzo . 58 Tab.A.d ~ Resultados do célculo do centro do corpo bidimensional para o campo anémalo com interferéncia de dipolos .. 65 Tab.C.1 — Resultados do célculo da inclinagéo de magnetizacio total e posicao sentral para placas verticais com diferentes comprimentos . 79 LISTA DE FIGURAS Fig.l — Mapa de localizagao dos projetos aeromagnéticos .. + 86 Fig.2 — Mapa de localizagio da area estudada com as divisées em sub—éreas. ............4. 88 Fig4 — Mapa de contorno do campo magnético andmalo do projeto Arco de Campo Grande (sub-area 1) ... 90 Fig.5 — Mapa de contorno do campo magnético mostrando 0 pseudo-lineamento entre dois le- vantamentos distintos 91 Fig.6 — Mapa de contorno do campo magnético no embasamento com o lineamento de Guapiara 92 (sub-area 5) ... Fig.7 — Mapa de contorno do campo magnético mostrando o lineamento de Guapiara 93 Fig.8 — Mapa de contorno do campo magnético mostrando a regifo limitada entre os lineamentos Sao Jerénimo—Curitiva e Rio Alonzo . oo 4 Fig.9 — Mapa de contorno do campo magnético mostrando 0 lineamento do Rio Piquiri ..... 95 Fig.10 — Definigdo dos parémetros da placa vertical bidimensional magnética .. 96 Fig.11 — Anomalia magnética da placa vertical mostrando o efeito do angulo entre a diresio da placa com o campo geomagnético na amplitude da anomalia. A placa apresenta diregées N80°W, N60°W, N40°W e N20°W ... 297 Fig.12 — Anomalia magnética sintética com o alinhamento de duas placas verticais, 98 Fig.13 — Mapa de contorno do campo magnético anémalo mostrando o detalhe da anomalia mapeada pelo projeto Arco de Campo Grande 99 Fig.14 — Anomalia magnética sintética do prisma semi—infinito vertical . - 100 Fig.15 — Geometria dos corpos bidimensionais, seeeeeeeres 101 Fig.16 - Angulos e distancias para corpos bidimensionais usados no desenvolvimento do método para determinacao da inclinagéo de magnetizagio ...... = 101 Fig.17 — Componentes da intensidade de magnetizaco para o dique fino semi—infinito sujeito a desmagnetizagao . 102 Fig.18 — Diego de magnetizacéo de todos os sitios estudados por Raposo e Ernesto (1989). Os s{mbolos vazios indicam polaridade normal e os cheios reversa .. = 103 Fig.19 — Localizagao dos pogos utilizados para coletar amostrar de diabésio e basalto, proximo aos grandes lineamentos . - 104 Fig.20 — Representagio esquematica dos resultados obtidos para as amostras de diabisio da Bacia do Parané . + 106 Fig.21 — Latitudes atuais e paleomagnéticas ocupadas pelos sitios de amostragens segundo Ernesto (1985) ... ve 107 iv 108 Fig.22 — Medida da polaridade de campo magnético terrestre para os tiltimos 250 m.a. . Fig.23 — Diagrama de roseta das inclinagées de magnetizagao do lineamento de Guapiara .. 109 Fig.24 — Distribuigéo em mapa da inclinagio de magnetizaco em mapa ao longo do lineamento de Guapiara 10 Fig.25 — Mapa de contorno do campo magnético mostrando em detalhe parte do lineamento de Guyatee -a Fig.26 — Diagrama de roseta das inclinagées de magnetizagéo dos lineamentos do Rio Alonzo e Sao Jerénimo~Curiiva .. 12 Fig.27 — Distribuicao em mapa da inclinagio de magnetizagio ao longo dos lineamentos de So Jerénimo—Curitiva e Rio Alonzo . = 113 Fig.28 — Diagrama de roseta das inclinagdes de magnetizagio do lineamento do Rio Piquiri 114 Fig.29 — Efeito da desmagnetizacao na intrusdo com inclinagéo de magnetizagéo normal, resul- tando na magnetizag3o préxima a vertical +15 Fig.30 — Modelo hipotético para a inclinagéo da magnetizagéo resultante 116 Fig.31 — Localizagdo da Bacia do Parana no Brasil .. : see IT Fig.32 ~ Mapa da profundidade do embasamento . con - U8. Fig.33 — Coluna cronolitoestratigréfica da Bacia do Parand mostrando a distribuigdo temporal e espacial das principais unidades litol6gicas numa seco hipotética SSE-NNW . - 19 Fig.34 — Mapa geolégico simplificado da Bacia do Parané .... + 120 Fig.35 — Mapa de isépacas da Formagio Ponta Grosea .........++ - 121 Fig.36 — Mapa de isépacas das formagées Itararé e Aquidauna . - 122 Fig.37 ~ Mapa de isépacas da Formacao Irati . - 123 Fig.38 — Mapa de isépacas da Formagio Pirambéia e Grupo Rosério do Sul .............+. 124 Fig.39 — Mapa de isépacas da Formagéo Botucatu .. Fig.40 — Mapa de isépacas da Formagao Serra Geral ....... port r 1125 = 126 Fig.41 — Mapa do arcabouco estrutural da Bacia do Parand .. pees se 127) Fig.42 — 0 elemento de superficie, mostrando a geometria e nomenclatura relevante ....... 128 Fig.43 — Mapa de relevo sombreado da sub-area 6. A direcdo de iluminagio possui 215° de azimute e 45° de elevacao. A escala do mapa é 1:1.300.000 . 129 Fig.44 — Mapa de relevo sombreado da sub—érea 6. A direcio de iluminagio possui 135° de 130 azimute e 45° de elevacdo. A escala do mapa é 1:1.300.000 ....... Fig.45 ~ Mapa de relevo sombreado da sub—drea 3. A direcao de iluminagao possui 90° de azimute © 45° de elevagdo. A escala do mapa 1:1.600.000 . 131 Fig.46 — Mapa de relevo sombreado da sub—érea 7. A diregio de iluminagao possui 90° de azimute ¢ 45° de elevagao. A escala do mapa é 1:1.300.000 . . 132 Fig.47 ~ Mapa de relevo sombreado da drea total estudada. A diregdo de iluminagao possui 90° de azimute e 45° de elevagio. A escala do mapa é 1:6.000.000 .. . 133 Fig.48 — Diagramas de rosetas dos lineamentos nas sub—dreas numeradas interpretado nas ima- gens sombreadas .. 134 Fig.49 — Diagrama de roseta das diregées de lineamentos na parte centro—norte da érea levantada, interpretado nas imagens sombreadas . sees 135 Fig.50 — Diagrama de roseta das diregGes de lineamentos na parte centro—sul da area levantada, interpretado as imagens sombreadas .......... seeeeeeeenenes 135; Fig.51 — Imagem de LANDSAT mostrando a regio limitada pelos lineamentos de Sio Jeroni- ‘mo-Curitiva e Rio Alonzo. Compare com a figura 43 e veja a resposta ao aerolevantamento desta regio .. + 136 Fig.52 — Imagem de LANDSAT mostrando parte do lineamento de Guapiara. Compare com a figura 45 e veja o lineamento de Guapiara representado na imagem sombreada ........ 137 vi Fig.53 — Imagem de LANDSAT mostrando os lineamentos de diregéo NE-SW no embasamento. Compare com a figura Be veja a auséncia dos lineamentos magnéticos de diregio NW-SE (sub—érea 5) . ceeeeees 138 Fig.54 — Imagem de LANDSAT mostrando os lineamentos de diregio NE~SW. Compare com a figura 43 ¢ veja a auséncia desses lineamentos e a presenca dos lineamentos magnéticos de direggo NW-SE nas imagens sombreadas .. - 139 Fig.55 — Diagramas de rosetas dos lineamentos nas sub—dreas numeradas interpretados nas ima- gens de LANDSAT ..... = 140 Fig.56 ~ Diagrama de roseta das diregées de lineamentos na parte centro—norte interpretados nas imagens de LANDSAT ........++-+ ML Fig.57 ~ Diagrama de roseta das diregGes de lineamentos na parte centro—sul interpretados nas imagens de LANDSAT .. se ML Fig.58 — Diagrama de roseta das diregdes de lineamentos para a drea a total interpretados nas imagens sombreadas .. - M42 Fig.59 — Diagrama de roseta das diregdes de lineamentos para a drea total interpretados nas imagens de LANDSAT - 142 Fig.60 — Esquema de esforgos atuantes durante os eventos Herciniano Ie II . . 43 Fig.61 — Esquema de esforgos atuantes no infcio da separaco dos continentes durante o Juréssico e Cretéceo ... we Md 52. Fig.1A — Modelo sintético bidimensional mostrando os pardmetros citados no texto .. Fig.2A — Convengio adotada na determinagéo da diregéo do modelo sintético bidimenswmal 53 Fig.3A — Anomalia magnética do corpo bidimensional vertical ............ Fig4A — Mapa de contorno do campo magnético mostrando o lineamento do Rio em vérias janelas . vii Fig.5A — Desenho esquematico mostrando a rea onde serdo posicionadas as fontes interfe- Fontes ...eeeeeeeeeeeeet copcorcococeo -60 Fig.6A — Perfis da anomalia nragnética do corpo bidimensional com magnetizagéo vertical para baixo com a interferéncia de dipolos .. 62 Fig.7A — Perfis da anomalia magnética do corpo bidimensional com magentizagio vertical para baixo com a interferéncia de prismas com magnetizagio .. 63 Fig.8A — Representagéo em diagrama de roseta do resultado da inclinagao de magnetizacSo para © corpo bidmensional com magnetizacio normal com interferenéncia de dipolos ......... 67 Fig.9A — Distribuigdo da inclinagéo de magnetizagéo para o setor 1 apresentado na figura, Ne - 67 OA — Representagéo em diagrama de roseta do resultado da inclinagdo de magnetizago para 68 © corpo bidmensional com magnetizacéo inversa com interferenéncia de dipolos .. Fig.11A — Distribuigéo da inclinagéo de magnetizagio para o setor 1 apresentado na figura, MOR moe Fig.12A — Representagio em diagrama de roseta do resultado da inclinagéo de magnetizagio para o corpo bidmensional com magnetizagio vertical para baixo com interferenéncia de dipolos .. 69 Fig.13A - Distribuigéo da inclinagdo de magnetizacao para o setor 1 apresentado na figura 1A... 69 Fig.14A — Representagéo em diagrama de roseta do resultado da inclinagdo de magnetizagio para o corpo bidmensional com magnetizagéo normal com interferenéncia de prismas de base quadrada .. +70 Fig.15A — Distribuigéo da inclinagéo de magnetizacao para o setor 1 apresentado na figura, Ma. 7 viii Fig.16A — Representacio em diagrama de roseta do resultado da inclinago de magnetizacio para o corpo bidmensiofial com magnetizacéo inversa com interferenéncia de prismas de base quadrada .. en Fig-I7A — Distribuiggo da inclinagéo de magnetizagéo para o setor 1 apresentado na figura 16A . 71 Fig.18A — Representagao em diagrama de roseta do resultado da inclinagdo de magnetizagio para ‘© corpo bidmensional com magnetizagao vertical para baixo com interferenéncia de prismas de base quadrada n Fig.19A — Distribuiggo da inclinagéo de magnetizagdo para o setor 1 apresentado na figura Fig.1B — Diagramas de rosetas mostrando os resultados das inclinagdes de magnetizacao total dos lineamentos Sao Jerénimo—Curitiva e Rio Alonzo. O nfvel de corte adotado nestes testes foi de 10nT ¢ os filtros pass—alta utilizados possuem comprimento de onda (Ao) no intervalo de 10km< Ao <10km m4 Fig.2B — Diagramas de rosetas mostrando os resultados das inclinagées de magnetizagio total dos lineamentos Séo Jerénimo—Curitiva e Rio Alonzo. O nivel de corte adotado nestes testes foi de 20nT e os filtros pass—alta utilizados possuem comprimento de onda (Ao9) no intervalo de 10kms og $10km ....... 5 Fig.1C — Desenho em planta da placa vertical, mostrando a posigao no corpo onde foram realizados 08 céleulos ... 78 Fig.2C — Representagéo gréfica dos resultados da inclinagéo de magnetizago para placas verticais com diferente comprimento (W). Neste exemplo a inclinagao de magnetizagao da placa vertical é de 180° . ee 30) Fig,3C — Desnho esquemético em planta da placa vertical centrado em uma janela espacial . 81 Fig.4C — Representagio gréfica dos resultados da inclinag&o de magnetizagio calculada na vizi- nhanga e ao longo da placa vertical. Neste exemplo a inclinagéo de magnetizacio da placa vertical é de 180° ........ 83. ix Fig.5C — Representagio gréfica dos resultados da amplitude calculada na vizinhanga e ao longo da placa vertical indicala na figura 3C. - 83 Fig.6C — Representagio gréfica dos resultados da inclinagdo de magnetizagéo calculada na vizi- nhanga e ao longo da placa vertical. Neste exemplo a inclinagdo de magnetizagio da placa vertical 6 de 65° .. - 8 Fig.7C — Representagao gréfica dos resultados da amplitude calculada na vizinhanga e ao longo da placa vertical indicada na figura 5C. el Fig.8C — Representagio gréfica dos resultados da inclinagdo de magnetizag3o calculada na vizi- mhanga e ao longo da placa vertical. Neste exemplo a inclinagdo de magnetizagao da placa vertical 6 de 245° ... - 85 Fig.9C — Representagio gréfica dos resultados da amplitude caleulada na vizinhanga e ao longo da placa vertical indicada na figura 3C. = 85 ESTUDO DO COMPORTAMENTO DAS FEICOES LINEARES OBSERVADO EM DADOS AEROMAGNETICOS DA BACIA DO PARANA (TESE DE MESTRADO : dez./90) SERGIO AUGUSTO MORAIS MACHADO Orientador : Dr. Douglas Patrick O'Brien Departamento de Geofisica — Centro de Geociéncias/UFPa Caiza Postal $09— Belém, PA, Brasit RESUMO O processamento dos dados aeromagnéticos em imagens revelou—se como um bom método de interpretagio, que aqui denominamos de método das imagens sombreadas. A aplicagio deste método foi feita em dados aeromagnéticos de uma Area da Bacia do Parand, com o objetivo de realgar os lineamentos que néo so evidentes nos mapas de contorno. Para subsidiar os nossos estudos, utilizamos imagens de LANDSAT porque muitos linea- ‘mentos presentes na bacia néo possuem resposta ao levantamento aeromagnético. Com integragio destas duas imagens definimos duas diregdes dominantes para os lineamentos nos seguintes interva- los: N40°-60°W e N40°~65°E. Com a definicao deste padrao, obtivemos informagées do arcabougo estrutural e, consequentemente, uma idéia da evolugao tecténica da bacia. A outra parte desenvolvida neste trabalho foi 0 céleulo do vetor de magnetizagio total nos principais lineamentos da bacia, e eles apresentaram um total de 5 inclinagdes de magnetizago diferentes. Essas inclinagées foram explicadas pela superposic&o do efeito da magnetizagio induzida, efeito de reversiio do campo geomagnético, e 0 efeito da magnetizaio anisotrépica causada pela desmagnetizacao nos diques. STUDY OF THE LINEAR FEATURES BEHAVIOR OBSERVED IN AEROMAGNETIC DATA IN THE PARANA BASIN (MASTER THESIS : Dec./90) SERGIO AUGUSTO MORAIS MACHADO. ‘Adviser : Dr. Douglas Patrick O’Brien Departamento de Geofisica — Centro de Geociéncios/UFPa Caiza Postal $09 Belém, PA, Brasil ABSTRACT ‘The digital image processing of aeromagnetic data has proved to be an excellent method of interpretation. This technique is referred to as the shaded relief method. The method was applied to aeromagnetic data, over part of the Parana Basin, to enhance the lineaments that are not clearly seen on the original magnetic-anomaly maps. ‘To support our studies, we have used LANDSAT images, as many lineaments encountered in he basin are non—magnetic. This integration allowed definition of two dominant directions for the lineaments: N40° — 60°W e N40? — 65°E. With the definition of this pattern, we obtained some information about the geological trends and, hence, an idea about tectonic evolution of the basin. We also developed a procedure to compute the total magnetization vector of the principal Tineament of the basin wich showed five different inclinations of the magnetization vector. These inclinations are explained by a superposition of induced magnetization effects, field reversal effects, and effects of anisotropic magnetization caused by demagnetization within the dikes. CAPITULO 1 INTRODUGAO. Este trabalho de tese tem a finalidade de aplicar um método de interpretagao de dados po- tenciais denominado de método das imagens sombreadas, o qual foi desenvolvido no final da década_ de 70. A sua utilizagao é notdvel e a aplicagdo aqui feita ser4 na interpretagao dos lineamentos magnéticos presentes na Bacia do Parané, a qual possui grandes lineamentos, sendo que muitos nao sao tao evidentes em mapa de contorno. O método das imagens sombreadas foi utilizado para realcar os lineamentos pouco evidentes. Através de uma anélise de literatura, notamos a importéncia que tem sido dada para este método, principalmente na literatura norte~americana, onde so numerosos os trabalhos que usaram este método, e abaixo procuramos apresentar alguns exemplos. Hildenbrand (1985) desenvolveu um trabalho a nfvel regional, estudando os mapas mag- néticos da parte central dos Estados Unidos. A utilizagio dos dados na forma digital permitiram a aplicagio de uma grande variedade de técnicas, para realgar as anomalias ¢ fornecer novas in- formagées. O interesse particular neste trabalho eram as feicées lineares magnéticas que podem refletir feigées goolégicas de escala continental. A utilizagio do método das imagens sombreadas foi importante, pois nao #6 reconheceu os grandes lineamentos jé definidos, mas também levantou a hipétese de outros possiveis lineamentos. Chandler (1985) utilizou o método das imagens som- breadas para estudar um enxame de diques que ocorre a nordeste do estado de mnesota. Esse enxame de diques era pobremente conhecido, porque poucos so os diques que afloram. Ao em- pregar esta técnica, ele obteve detalhes estruturais que no eram evidentes em mapas de contorno. Guiness et al. (1983) aplicaram 0 método das imagens sombreadas em dados gravimétricos de uma rea que possui um importante depésito mineral localizado no sul do estado de Missouri. Com as imagens eles determinaram duas lineagées perpendiculares entre si, que foram denominadas de Baixo Gravimétrico Missouri e Fossa do Vale do Mississipi. Neste trabalho, cles usaram como base mapas geol6gicos, topogréficos e imagens de satélite. As vantagens foram notiveis, quando eles sobrepuseram os dados coletados para uma base comum. Kowalik e Glenn (1987) descreveram de modo resumido o processamento dos dados aeromagnéticos na obtenco das imagens sombreadas, ¢ fizeram uma aplicagéo em trés dreas diferentes, integrando as imagens sombreadas com ima- gens de LANDSAT. A combiffagéo destas duas imagens aumentou a credibilidade na interpretagao estrutural, pois um complementou o outro, e melhorou o entendimento geol6gico da érea explorada. Dods et al. (1985) do Servigo Geolégico do Canadé, que a partir de 1977 iniciou um projeto para produzir mapas de anomalia magnética, com o objetivo de criar um banco de dados na escala de 1:250,000. Uma das principais utilizagdes destes dados tem sido a geragéo de mapas magnéticos pelo método das imagens sombreadas. Esse procedimento tem o intuito de realcar feigées, tais como, diques e contatos que néo so nitidos nos mapas de contorno. presente trabalho foi dividido em quatro partes principais. Na primeira apresentamos os dados aeromagnéticos e uma interpretagéo qualitativa dos mapas de contorno, com énfase para os grandes lineamentos magnéticos. Na segunda parte, apresentamos os principais modelos geofisicos relacionadas as intrusdes bésicas ¢ a seguir um novo método para determinar a inclinagéo de mag- netizagao total, e sua aplicagao aos grandes lineamentos da Bacia do Parana. No desenvolvimento deste método, utilizamos as relagdes de simetria da transformada de Hilbert, e obtivemos um padrao facilmente distinguivel para cada lineamento. Na terceira parte fizemos uma explanago da Geologia da Bacia do Parané, com o objetivo de aumentar 0 conhecimento do leitor da érea de estudo, mostrando as vérias fases deposicionais que a bacia sofreu, e a seguir mostramos os prin- cipais elementos tecténicos da Bacia do Parand, segundo as suas orientagdes (NW-SE, NE-SW ¢ E-W). Na quarta parte discutimos o método das imagens sombreadas, e apés isto fizemos uma descrigéo e anélise das imagens sombreadas e as imagens de LANDSAT, observando as feigées li neares, com a definigo do seu padrao. Ainda nesta parte fizemos uma integragio entre estas duas imagens, e finalmente apresentamos uma conclusio de todo o trabalho, indicando as contribuigées dos lineamentos na evolucéo tecténica da Bacia do Parand. CAPITULO 2 INTERPRETAGAO QUALITATIVA DOS DADOS AEROMAGNETICOS 2.1. Dados Observados Os dados aeromagnéticos foram fornecidos pela PETROBRAS em fita magnética em forma digital, cobrindo uma érea de aproximadamente 390.000 km?. Esses dados so o resultado de nove projetos diferentes, e a maioria destes foram coletados durante os anos de 1980 e 1981 pelo Consércio CESP/IPT (PAULIPETRO). Esses projetos possuem as seguintes denominagées: Projeto Serra do Mar Sul, Projeto Baura, Projeto Confluéncia Parané—Paranapanema, Projeto Botucatu, Projeto Rio Iva, Projeto Rio Iguacu, Projeto Aporé e Projeto Arco de Campo Grande, cujas localizagGes esto indicadas na figura 1. As principais especificagdes técnicas de cada projeto esto reunidas na tabela 1. Para fins do presente trabalho selecionou-se a area indicada na figura 2, a qual, foi subdi- vidida em 8 éreas menores, pois a escala adotada para este trabalho foi de 1:500.000. 2.2. Consideragées Gerais ‘As intrusées de rochas basicas so um fendmeno comum nas bacias sedimentares brasileiras, sendo que na Bacia do Parané, milhares de diques e soleiras de diabésic , esto expostos e suas espessuras em geral so da ordem de dezenas de metros podendo chegar a centenas de metros (Zalén et al. 1986). Os mapas de contorno que iremos discutir apresentam uma grande aleatoriedade do campo andmalo, devido a grande proximidade destas intrusdes com a superficie e estas apresentam um campo magnético predominante sobre o campo gerado pelo embasamento. magn ‘Muitos termos que utilizaremos neste e nos pi ’mos capitulos podem ser confusos, por pos- sufrem um significado muito préximo. Por exemplo tem—se: lineamentos, feigdes lineares, lineagdes ealinhamentos. 0 termo lineamento foi dado originalmente por Hobbs (1904, in Soares et al., 1982), com modificagées introduzidas por O'Leary et al. (1976) que define lineamento como uma feigéo linear mapedvel simples ou composta, continua ou descontinua, da superficie terrestre, cujas partes esto alinhadas em um arranjo retilineo ou suavemente curvo e que difere distintamente dos padrées de feigées que Ihes so adjacentes e, presumivelmente, reflete um fendmeno de subsuperficie. Como as camadas na Bacia do Parand so sub—horizontais todos os alinhamentos de feigies, Tineares naturais corresponderiam a descontinuidades estruturais nestas camadas, logo sio definidos como a lineamentos (Soares et al., 1982). 2.3. Interpretacio dos Mapas de Contorno e Especificagio dos Principais Lineamentos Magnéticos Nesta primeira fase do trabalho, fizemos uma interpretagao do mapa de contorno aero- magnético anémalo obtido a partir dos dados disponiveis. A interpretagao qualitativa efetuada no mapa de contorno baseou-se na assinatura das anomalias quanto a sua forma, direcio estrutural e polaridade, e sua principal finalidade foi a definigo dos lineamentos geolégicos, contatos de dreas de litologias diferentes e definicao de dreas ou zonas anémalas. A primeira vista, quatro lineamentos se destacam no mapa de anomalia magnética, sendo que estes possuem uma diregdo NW-SE (fig. 3). As anomalias que compoem esses lineamentos sio Tespostas de densos enxames de diques de diabésio preenchendo zonas de falhamentos e fraturas asssociados ao Arco de Ponta Grossa, e possuem uma dirego predominante N50°W e receberam as seguintes denominagées (Ferreira, 1982): Guapiara, Sdo Jerénimo—Curidva, Rio Alonzo e Rio Piquiri. ‘As anomalias magnéticas isoladas so também facilmente observadas no mapa de contorno. Estas anomalias possuem curvas de contorno aproximadamente circulares ou elipsoidais, caracteri- zados pelo forte contraste de susceptibilidade magnética entre o corpo anémalo e a rocha encaixante. Estes corpos andmalos séo representados por feigGes prisméticas correlaciondveis geologicamente a intrusdes. A figura 4 apresenta uma anomalia t{pica de um corpo de forma prismética, mapeado pelo projeto aeromagnético Arco de Campo Grande, e que é interpretado por Zaln et al. (1986) como sendo de natureza alcalina. Como o levantamento aeromagnético disponivel da bacia é composta por varios projetos, © estes possuem diferentes especificagdes de aerolevantamento, foram feitas corregées em relagio a altura e direséo de véo para reduzir esses dados a uma malha comum. As corregées executadas entre os dados foram satisfatérios, com excegio no limite entre os projetos Bauru e Confluéncia Parané—Paranapanema, na longitude 50°, onde observamos um pseudolineamento no mapa de contorno (fig. 5). A principal causa dest feigdo & a diferenga na altitude de aerolevantamento utilizado nestes dois projetos, como pode ser visto na tabela 1. ‘A seguir, faremos uma discussio suscinta dos principais lineamentos magnéticos, analisando as suas assinaturas. O lineamento de Guapiara é uma das faixas mais bem caracterizadas e foi descrita por Fer- reira et al. (1981), 0 qual possui uma diregéo NW-SE, com um comprimento de aproximadamente 600 km e a largura bastante variada entre 20 ¢ 100 km. Este lineamento comega no litoral sul do Estado de Sao Paulo (fig. 6), limitando 0 Arco de Ponta Grossa a nordeste, e se estende para o interior do Estado, atravessando terrenos pré—cambrianos penetrando na Bacia do Parané até altura da confluéncia dos rios Verde e Parand. ‘As anomalias que compéem o lineamento de Guapiara apresentam variagdes na diregio estrutural e na polaridade. A diego predominante das anomalias séo aproximadamente N45° — 55°W, partindo do litoral sul de Séo Paulo até a longitude 50°30" entre as latitudes 22° e 23°, Neste trecho as assinaturas magnéticas anémalas com polaridades normais sio dominantes. A partir da longitude 50°30’ o lineamento muda um pouco de diregao, e passa a ter N60° — 65°W e apresenta uma assinatura com polaridade invertida (fig. 7). Duas bifurcagées ocorrem nesta nova diregdo, e ambas ficam entre as longitudes 51° ¢ 52° e latitudes 22° e 23°. A polaridade invertida apresentada pela anomalia é devido & presenga da forte magnetizacéo remanente (Raposo e Ernesto, 1989). A remanéncia esté relacionada com a orientacéo do campo magnético presente durante a fase de cristalizagao e resfriamento dos magmas da sequéncia baséltica (Turcotte e Schubert, 1982), correspondendo a uma magnetizagéo termo—remanente. As modificagdes observadas na direco do lineamento e mudangas da polaridade da anoma- lia magnética, nos sugerem que 0 conjunto de fendmenos responséveis pelo condicionamento tecté- nico dos diques deu-se em intervalos diferentes do tempo geolégico, embora nao haja constatacéo geocronolégica. No alinhamento de anomalias que apresentam uma magnetizago normal, o campo andmalo apresenta uma amplitude na faixa de 160 nT a 260 nT, podendo atingir um maximo de 350 nT. Entre as latitudes 49° e 50° ¢ longitudes 23° e 24° , o lineamento possui uma pequena interrupgio, devido a0 lineamento na diregéo NE. As anomalias que apresentam uma polaridade invertida possuem uma menor amplitude, tendo em média 150 nT. A ocorréncia de diques do lineamento diminuem, a medida que se desloca no sentido de SE para NW. 5s lineamentos $0 Jerénimo—Curiiva e do Rio Alonzo constituem num dos mais expres- sivos lineamentos da Bacia do Parand. Ambos correspondem a parte norte e sul da charneira do Arco de Ponta Grossa, respectivamente. Esses lineamentos limitam uma érea de grande concen- tragdo de diques de diabésio que se estendem para o sudeste até o litoral paranaense (Brasil-DNPM, 1974), denominado por Zaldn et al. (1986) de Zona de falha Curitiba/Maringé, e ambos possuem uma dirego aproximada de N50°W. No mapa de contorno do campo magnético anémalo observamos uma grande linearidade das anomalias na regido entre os dois grandes lineamentos (fig. 8), sendo explicado como devido a grande continuidade dos diques (Ferreira, 1982). Raposo e Ernesto (1989) fizeram andlises pale- omagnéticas proxima a esta regigo, ¢ 0s resultados mostraram que o sentido da magnetizagéo nas tochas diabésicas sio préximas &s do campo atual, ou possui polaridade oposta, além disto, eles determinaram que estas rochas apresentam alta estabilidade magnética, devido a sua composicéo e textura, indicando uma magnetizacao remanente forte e estavel. Assim, ndo constatamos grandes deformagées na assinatura das anomalias, independente da polaridade apresentada, 0 que ocorre 6 a inversio nos méximos e minimos das anomalias quando a polaridade é reversa. Os diques desta regio possuem uma diregéo aproximada de N45° — 55°W e as anomalias magnéticas apresentam uma amplitude entre 100 e 200 nT, diminuindo & medida que se desloca de SE para NW. ‘Dos quatro lineamentos principais, o lineamento do Rio Piquiri é o que esta localizado mais ao sul. © lineamento corta a latitude de 25°, na longitude 52°30’, e a sua direcéo é de aproximadamente N65°W (fig. 9). ‘Uma caracterfstica bem percebida neste lineamento é a sua continuidade ao longo de toda extenséo. A assinatura magnética das anomalias que compéem o lineamento apresentam polaridade invertida, com uma amplitude média de 200 nT e 0 seu tragado é tipico de corpos diqueformes. Ferreira (1982) sugere que devido os pequenos comprimentos de onda e as grandes amplitudes do lineamento magnético, os digiies de diabésio so superficiais ou subaflorantes. cig ii cia CAPITULO 3 MODELAMENTO DAS ANOMALIAS MAGNETICAS DAS DIFERENTES ESTRUTURAS GEOLOGICAS Este capftulo foi subdividido em duas partes distintas. Na primeira parte, faremos a apre- sentago da formulagio tedrica para as anomalias magnéticas causadas por corpos geométricos sim- ples usados para explicar as principais feigdes presentes nos mapas de contorno, Na segunda parte, apresentamos um método de determinagéo da inclinago de magnetizag&o total, que independe do conhecimento dos demais parémetros do corpo, na hipétese que o mesmo seja bidimensional. 3.1. Principais Modelos Geofisicos Relacionados as Intrusées Diabésicas Zaldn et al. (1985) fizeram um trabalho sucinto, de descrigio dos estilos estruturais rela- cionados as intrusées magmiticas bdsicas ocorridas nas bacias sedimentares br: as. A Bacia do Parané apresenta iniimeras formas de corpos fgneos, pois 0 magmatismo ocorrido foi intenso e durou por um longo perfodo. Antes de relacionarmos os corpos igneos mais comuns na bacia com modelos geométricos simples, apresentaremos um desenvolvimento da expresso geral do campo magnético em coorde- nadas cartesianas. © campo magnético andmalo ha(z,y,2) na direcéo produzido por uma distribuigéo de magnetizagio ri(x’y’z") no volume V, possui a seguinte expresséo geral (Silva, 1988), & [aero (ow a Em coordenadas cartesianas, a expressdo (1) é reescrita como, ha a'yy/,2!)dzldy/de', 2) haa ff [rey2Gew onde, Gey aaiy's2) 1 * eaaeee Pra simplificar, a magnetizaco #i(2',y’, 2’) dos corpos possuem a mesma diregéo. Neste caso, la! ¥,2) n(2',y',2")8. @) Substituindo 3 em 2 obtem—se, wal | [mei (Coa gaypeeeae ewes &=[ch+ug+ng], finalmente temos, oa ’ s 1 y weap! | [0 aga .) sendo que L, M, N, 1, m e n so os cossenos diretores dados por: { L cos(Io)cos(D) { 1 co8(i) cos(d) M = cos(I,)sin(D) m = cos(i)sin(d) N = sin(I.) n = sin(i) onde I, e D sio respectivamente a inclinagio e a declinagao do campo de medida, i e d sio respec- tivamente inclinagao e declinaggo da magnetizagao total do corpo. Nos mapas de contorno apresentados no capitulo anterior, a feig¢éo magnética mais comum sio os lineamentos, devido a grande ocorréncia de diques de diabésio que se estendem por dezenas de quildmetros. O modelo geométrico simples que corresponde ao caso de diques ou falhas preenchidas por rochas de grande extensio € a placa vertical bidimensional,, cuja expresso do campo magnético pode ser obtido no trabalho de Hjelt (1973) por exemplo, e 0 seu desenvolvimento, é feito a partir da expresséo (5), considerando somente a magnetizagéo induzida. Neste caso L=l, M=me N=ne a expresso tem a seguinte for Fy =Wk)tanQ + (4)(5)In R, (6) onde, = = 2= Ty O10." @ 10 aad 3 + ani(ani ~ d)” B+ ai(a; Btai? B+ (axi-d? Br(a-de e+ ah, ~2,+4/2, neath As expresses b e ¢ da equagao (6) diferem para as componentes do campo vertical (z), horizontal (h) e total andmalo (¢), b, = 2MTysin(Io) ce = (2KT,cos(Iq) sin(a))/(1+ Nk) {m = sin(a)es —sin(a)bs sin(Ig)bs + c0s(I,) sin(a)ex sin(Io)cs — c0s(Io) sin(a)b, — 2s wo onde T, € Ip séo a intensidade ¢ inclinagéo do campo geomagnético e a & a diregéo da placa. © denominador de c, contém o fator de desmagnetizagéo N, o qual teré valores entre 2x e 4x, dependendo da largura da placa (Gay, 1963). 0 efeito de desmagnetizacio seré discutido na préxima seco. Os parémetros presentes nas expressdes anteriores esto representados na figura 10. A figura 11 mostra as respostas da placa vertical para diversas diregées, onde a inclinagéo do campo é de ~25°, a declinagio é de —15°, a magnetizagio do corpo é de 2.A/m, alargura 1,5km € a profundidade do topo e da base sio de 1 ¢ 5 km respectivamente. Nesta figura observamos que a placa vertical orientada perpendicularmente ao campo geomagnético, dé anomalia com maior amplitude, do que aquelas que fazem um angulo agudo pequeno. Com base neste modelo, seriam Taras as feigdes magnéticas na diregao norte—sul que se destacaréo na area do levantamento. n Na figura 12 temos um exemplo de anomalia sintética para duas placas verticais alinhadas cujos parémetros foram os meSmos adotados para a figura 11. Observe a semelhanga com os campos anémalos apresentados na figura 8. Com isto, podemos supor que os lineamentos presentes na bacia sdo resposta de uma sequéncia de placas verticais e sub—verticais. Neste exemplo, o campo anémalo teérico ndo possui interferéncias de fontes vizinhas, a dirego da magnetizacao dos corpos possuem a mesma do campo indutor e o meio em que ele se encontra ¢ homogéneo. segundo modelo geométrico simples ¢ o prisma vertical que corresponde na drea estudada a intrusdes de grande espessura, cuja expressio teérica do seu campo foi desenvolvida no trabalho de Bhattacharyya (1964) a partir da expressio (5), considerando a presenca de magnetizagdo re- manente. E esta tem a seguinte forma: F(2,y,0) [293 (2 #) a3 (254) Tp 2 (Fra) + 2 ry -1(_2n ~aralog(ro +h) - Utan™? (=H) - i rena) Ne" (F5)] ® av —mM tan“? ( sendo que 2, ¢ ys 880 05 limites superiores e 2; € ys 05 limites inferiores de 2, e y1, respectivamente, L, MeN 08 cossenos diretores do campo geomagnético, 1, m en 08 cossenos diretores da magnetizagio total, Jp a intensidade de magnetizagao e h & a profundidade do topo do prisma em relagéo ao nivel de observagdo. Temos também as seguintes relagdes: 2 = Lm+Ml, a3 = Ln+Nl, m3 = Mn+Nm, ro = atte +h A anomalia de maior amplitude causada por um corpo prismAtico na Bacia do Parané foi mapeada pelo projeto Arco de Campo Grande, ¢ ela esté ilustrada em detalhe na figura 13. Segundo Zalan et al. (1986) este corpo andmalo esté a grande profundidade e possui grande espessura, esta afirmagio foi aceita para o modelo, apesar de nao sabermos como o autor citado fer tal célculo. Nos mapas de contorno que ilustraram o capitulo 2 podemos observar dezenas de anomalias similares esta, Na figura 8, estas anomalias ocorrem ao norte do lineamento de Séo Jerénimo—Curitiva e 2 a0 sul do lineamento do Rio Alonzo, sendo que todas apresentam uma assinatura magnética com polaridade inversa. Para o modelamento semi—quantitativo da anomalia ilustrada na figura 13, usamos in- formagées geolégicas mencionadas no parégrafo anterior, e geofisica baseado na assinatura do campo magnético, e propusemos um corpo prismético a grande profundidade, grande espessura € com forte magnetizacéo remanente. O campo indutor foi tomado considerando o valor do IGRF na data do levantamento e da posigéo da anomalia ilustrada na figura 13. A magnitude do campo IGRF foi de 23.778 nT, a inclinagéo de -18° e declinago de 14°. As propriedades magnéticas do modelo foram obtidas por tentativa ¢ erro, e os valores adotados nao se prenderam a nenhum critério quantitativo, mas sim a concordancia de padréo visual entre a anomalia teérica ilustrado na figura 14 e medida pelo aerolevantamento. 0 corpo teérico possui 20km X 30km de lado, sendo que o maior lado esté orientado segundo N-S, a profundidade do topo é de 4km e da base de 20km. A intensidade de magnetizagao (I,) foi de 178 nT ¢ a magnetizagio total possui 30° de inclinagio e 35° de declinagdo. A magnetizagio total tem orientagéo diferente do campo atual, esta componente do campo anémalo é comum para muitos corpos da bacia, como diques e soleiras O campo anémalo para o modelo mostra ao norte um campo anémalo positivo fraco (fig. 14), a sua auséncia na anomalia medida (fig. 13) é devido a um outro corpo anémalo localizado ao norte que interfere no campo total, apesar disto, o resultado obtido apresenta boa concordacia visual com as caracteristicas da anomalia medida, 3B 3.2. Um Método para Determinagao da Inclinagao de Magnetizacao Total que Utiliza a Transformada de Hilbert © conhecimento da inclinagdo de magnetizagao total nos corpos magnetizados, pode ser de grande importancia, uma vez que este parametro dé informagéo sobre a orientago do campo magnético predominante durante o perodo em que eles se formaram. Desta forma, podemos esclarecer uma fase evolutiva da area que esses corpos pertencem. ‘0 método que apresentamos a seguir, pode ser aplicado quando as anomalias puderem ser escritas como soma de fungées analfticas, cujas parcelas se relacionam através de uma transformada de Hilbert. A aplicacao da transformada de Hilbert na interpretacao das anomalias magnéticas, tem sido demonstrado por alguns autores desde o inicio dos anos 70 (O’Brien, 1972; Nabighian, 1972; Stanley e Green, 1976; Mohan et al., 1982). A figura 15 apresenta um corpo prismético bidimensional magnetizado, onde o sistema de coordenadas escolhido obedece a regra da mao direita, sendo que os eixos x e y so a normal ¢ a paralela, respectivamente ao corpo, e 0 eixo z é positive no sentido para cima e perpendicular a ambos. Este sistema de coordenadas também foi adotado por Banerjee e Das Gupta (1977) Telford (1987), mas outros autores como Bhattacharyya (1964) adotaram o sistema de coordenadas onde 0 eixo 2 & positivo no sentido para baixo. Na figura 16 esto representados os angulos, as distiincias e 05 pardmetros usados no desenvolvimento matemético do método que apresentaremos a seguir. As componentes do campo magnético para o prisma vertical, foram modificadas da ex- pressio apresentada por Telford et al. (1987, pdgina 189), e sio escritas da seguinte forma: Hy = 2Myin (2) ~ 2M, (64 - 0), ) 73 Hz = 2M,In (2) + 2Me ($1 ~ $s)- (10) Sendo que H, e Hz sao repectivamente a componente vertical e horizontal do campo magnético. A expresso apresentada pelo autor citado, considera somente a magnetizagéo induzida, onde M, M, possuem as seguintes relagies: M, = kHsin 8, 4 M, = kZo, onde k 6 a susceptibilidade magnética, f & a diregao do prisma vertical, H. ¢ Z, so respectivamente componente horizontal e vertical do campo magnético. Neste trabalho, além da magnetizagio induzida consideramos também a magnetizacéo remanente, como apresentado na figura 15, assim M, © M, sio respectivamente a componente horizontal e vertical da magnetizagéo total. A intensidade do campo total causado pelo corpo obedece a seguinte expresso, T = HesinDeos! + Hsin I. (a) onde D e I sao respectivamente a declinagéo e inclinagéo do campo total, e para efeito de cilculo, adotamos a declinagio em relagéo a diregdo do prisma vertical, como mostra a figura 15. Desenvolvendo a expresso (11) com a substituicao das expressées (9) e (10), obtemos a seguinte expresso para o campo total, T = A(z,z)M, + B(z,z)M2, (12) onde: ‘My = 2M, sin(D)cos(I) + 2M, sin(I), (13) ‘My = 2M,sin(D)sin(I) — 2M, sin(I), (a4) A(e,2) = (2), (1s) B(z,z) di - bs. (16) As fungées A e B formam um par de transformadas de Hilbert (Mohan et al., 1982), isto é, H(A) = B, (a7) H(B) = - 1s (1s) onde o operador H significa a operacio da transformada de Hilbert (ver O’Brien, 1972; Nat 1974), e pode ser definida pela seguinte relagéo, aa) = 8? £2 ays, (19) Seco (@=2/) 15 As relagées dadas pelas equagdes (17) e (18) so conhecidas (Kanasewich, 1975, pagina 146), € podemos escrever, H(T) = B(2,z)My — A(z,z)Mp. (20) Usando as equagées (12) e (20), obtemos as seguintes expressdes: MT -M,H(T) = (M?+M3) A(z,2), (21) MT + MH(T) = (M? + M3) B(z,2). (22) A fungéo (21) é assimétrica (fmpar), enquanto a fungao (22) é simétrica (par), em relagio 20 ponto Xz localizado no centro do corpo (fig. 16). Apesar de termos considerado somente © prisma vertical, Mohan et al. (1982) apresentam em seu trabalho o campo total para outros tipos de modelos bidimensionais, cujas parcelas se relacionam através da transformada de Hilbert, equivalente a expresso (12) em nosso desenvolvimento. A orientagéo do vetor de magnetizacéo pode ser calculada conhecendo~se somente a osigéo central do corpo. Néo é necessério determinar os outros parmetros do corpo que cau- sou a anomalia. As fungées T e H(T) (equagées (11) e (20), repectivamente) podem ser decompostas em partes simétricas e assimétricas em relago ao ponto central do corpo, isto &, T = T+, (23) A(T) = HT)+ HAT), (24) sendo que os indices (s) e (a), referem-se as partes simétricas e assimétricas. Para que a equacio (22) exista, as constantes My e Mz devem satisfazer a seguinte equacdo, MaT, + MyHa(T) = 0. (25) Similarmente, como uma consequéncia das definigées (17) e (18) a proxima equagéo também deverd ser satisfeita, MyT, ~ MaH,(T) = 0, (26) 16 ¢ podemos obter a seguinte relagio a partir da expresso (25), a= tant < Fe) 5 ayrt (#®)- (27) A notagio <> significa o valor médio da razio entre H,(T) ¢ Ty. Esta forma para céleulo de a diminui o nivel de rufdo nos dados. Finalmente, podemos resolver o angulo ¢ que determina a inclinagéo de magnetizacio, usando as expresses (13), (14) e (27): sin I ~ asin Deost sin DcosT+asinT™ tang (28) Na determinagio do centro do prisma vertical usamos o desenvolvimento de Nabighian (1972), onde ele mostra que o valor maximo do sinal analitico fica no ponto central, isto é, se 0 prisma tiver pequena largura. O sinal analitico & obtido das equagées (12) e (20) e tem a seguinte forma, a(z) =| A(z,2) P= 17(2,2) + H°(T(2,2)). (29) No caso em que o prisma possui uma grande largura, o seu sinal analitico apresenta um mfnimo local no ponto central. A derivada da equacéo (29) em relagio a x pode ser escrita da seguinte forma, aa de aa? | aB? = (M24 M2 =o +a [4 + ml (30) A éuma fungio assimétrica e B é uma fungdo simétrica, representados pelas expresses (15) e (16) respectivamente, assim sendo esta fungao se anula somente na parte central do prisma, independente se 0 sinal analitico possui um valor maximo ou um minimo local. 0 cAlculo da inclinagéo de magnetizagao total pela expresso (28) e a determinagio do onto central do corpo bidimensional foram testados em modelos tedricos, com e sem rufdos, e 0s seus resultados esto no apéndice A. 7 3.3. A Aplicagdo do Método que Determina a Inclinagio de Magnetizaséo Total aos Grandes Lineamentos da ‘Bacia do Paranda Esta seco foi subdividida em seis partes diferentes: na primeira parte apresentamos al- guns conceitos visando um melhor entendimento para as discusses posteriores, como a razio de KGnigsberger, que é frequentemente usada no estudo da magnetizaco remanente, e o efeito de desmagnetizacao que é comum para corpos diqueformes de pequena largura e apresentam um valor alto para a magnetizacéo remanente; na segunda parte, selecionamos alguns trabalhos que referem sobre as rochas intrusivas dos grandes lineamentos, apresentando a composigio mineralégica pre- dominante, uma vez. que esta informagio é importante por servir de subsidio para definir alguns modelos que propomos para os resultados obtidos da inclinagio de magnetizagao; na terceira parte apresentamos 0 tratamento que os dados aeromagnéticos receberam, para eliminar o efeito das fontes profundas antes de calcular a inclinagéo de magnetizacéo total; na quarta parte apresenta- mos os resultados da inclinagio de magnetizagao total nos grandes lineamentos; na quinta parte propomos alguns modelos hipotéticos para a inclinagdo de magnetizagio calculadas, baseando—se nas caracteristicas das rochas intrusivas e no efeito de desmagnetizagao e na sexta parte discutimos © efeito térmico das intrusées sobre as formagées geradoras de hidrocarboneto, baseando—se na distribuigéo em mapa da inclinagéo de magnetizacio. 3.3.1, Generalidades © conhecimento das propriedades magnéticas das rochas é de fundamental importancia para a andlise das anomalias registradas nos aerolevantementos. Os mapas de anomalia magnética que mostramos no capitulo 2 apresentam muitas assinaturas com polaridade inversa indicando que a magnetizagio remanente das rochas diabésicas contribui com uma parte significante na expresso magnética, KGnigsberger (1938, in: Hood, 1964) definiu uma relago entre a magnetizago remanente e induzida, denominada de razéo Kénigsberger, ou seja, Q=R/kKT, onde R é a intensidade da magnetizagao remanente, k é a susceptibilidade e T 6 0 valor do campo usado como referéncia. Além da magnetizagao remanente e induzida, um outro efeito que ocorre nos diques diabasicos & a desmagnetizagio, no qual o campo resultante dentro do corpo é diferente da ori- 18 entago do campo indutor, resultando na redugao do campo magnético induzido no corpo (Telford et al., 1987). - De um modo geral a desmagnetizacio tem a seguinte forma: onde N é um fator que depende da geometria do corpo, T, € o campo indutor, T, é o campo magnético dentro do corpo e k & a susceptibilidade magnética do corpo. Para um corpo diqueforme com susceptibilidade k, a susceptibilidade aparente tem a seguinte expressao geral: k arene Para a susceptibilidade magnética longitudinal (k.) N € zero, e a transversal (k;) N é igual a 4x. Entao teremos as seguintes expressdes: A susceptibilidade longitudinal aparente permanece constante, enquanto que a transversal decai (Gay, 1963). A relagéo aparente da componente transversal para a longitudinal é definido como constante de redugao , C, e possui a seguinte expresso (ver figura 17): ~ Tank Gay (1963) descreve ainda que a desmagnetizacio produz um efeito similar tanto para a magnetizacao induzida quanto para a magnetizacao remanente, e segundo Telford et al. (1987) este feito é significativo em rochas que contenham mais de 5%—10% de magnetita. 19 3.3.2 Rochas intrusivas dos grandes lineamentos s trabalhos selecionados a seguir tem como principal objetivo apresentar as propriedades magnéticas das rochas diabésicas que compéem os grandes lineamentos, mostrando como eles pos- suem uma forte magnetizacio remanente sendo esta uma importante propriedade para compor os modelos que propomos para as inclinagdes de magnetizacao que foram calculadas. A Formagao Serra Geral corresponde as rochas vulcinicas mesozéicas (Jurassico—Cretéceo) que ocorreu na Bacia do Parand, como resultado de um intenso vulcanismo que afetou o sul do Brasil e parte da Argentina, Paraguai e Uruguai, cobrindo uma drea de aproximadamente 1.200.000 km? (Ernesto, 1985). © principal constituinte da Formacio Serra Geral é o magma baséltico e compreende também diques de diabésio . A maior concentragio de diques ocorre na regido central do Arco de Ponta Grossa, limitada pelos alinhamentos aeromagnéticos do Rio Alonzo ¢ Sao Jerénimo-Curiiva. A majoria dos trabalhos existentes na literatura sobre os diques do Arco de Ponta Grossa apontam os mesmos como condutos alimentadores responsaveis pelo derramamento de lava, dentre eles podemos citar Fulfaro et al. (1982) ¢ Ferreira et al. (1981). Entretanto, Piccirillo et al. (1989), ‘mostraram geoquimicamente que os diques so de datas distintas das rochas vulcdnicas das regides central e sul da bacia, Raposo e Ernesto (1989) realizaram um estudo paleomagnético destas intrusdes, visando a determinagio da diregéo de magnetizagao remanente das amostras. No primeiro caso, a maioria das amostras mostraram alta estabilidade magnética, até pelo menos 60 T, 0 que significa que os min- erais magnéticos presentes nas amostras possuem alta coercitividade priméria. Na desmagnetizagio térmica as amostras retiveram parte de sua remanéncia até pelo menos 580°C, indicando que os minerais portadores da magnetizagio so principalmente titano—magnetita altamente oxidantes, cuja presenca foi também observada pela microscopia em segées polidas. Os resultados obtidos para a diregio de magnetizagéo foram representados por estes autores em projecdo de Wulff (fig. 18), onde se verifica a existéncia de direcées de magnetizacZo com polaridade normal e reversa, que se disp6em aproximadamente segundo dois polos. Este fato nos indica que o resftiamento dos corpos intrusivos e a consequente aquisigéo da magnetizagao termo remanente (MTR) ocorreram durante pelo menos dois episédios distintos. 20 Schult (1970) fez um importante trabalho nas rochas intrusivas e extrusivas das trés prin- cipais bacias paleozéicas braaileiras, a do Amazonas, Maranhdo e Parané, Para as trés bacias, 0 autor utilizou amostras de pogo e descobriu que néo existe uma variagio significativa da intensi- dade de magnetizacio com a profundidade, mas observou que ocorre uma variagSo na inclinago de magnetizagao indicando idades diferentes para as rochas basdlticas. Ainda neste trabalho, o autor fez algumas andlises para as amostras da Bacia do Parand e concluiu que néo ha diferenca na composigéo quimica e mineralégica entre as rochas intrusivas e extrusivas, e que devido as diferentes condigées de cristalizagéo, as rochas intrusivas possuem gros mais grosseiros. Na figura 19 esto indicados 0s pogos utilizados para coletar as amostras localizados nas proximidades dos grandes lineamentos. Os resultados obtidos das amostras para a inclinagéo da magnetizagio, inten- sidade da magnetizagéo remanente, susceptibilidade e a razdo de Kénigsberger esto na tabela 2. A figura 20 mostra de forma esquemitica os resultados obtidos para estes mesmos parametros, de todas as amostras de diabdsios analisados na Bacia do Paran4. Um importante dado que retiramos desta ilustragéo séo 08 altos valores da razio de Kénigsberger, confirmando a forte magnetizagio remanente nos diques. Ferreira et al. (1984) desenvolveram um trabalho no Arco de Ponta Grossa, com objetivo de estudar uma nova ocorréncia do magmatismo mesozdico descoberto a partir de dados aeromag- néticos do novo projeto Anta Gorda, e também discutir sucintamente as investigagdes magnéticas, petrogréficas e geocronolégicas realizadas. Tentando com isso revisar a evolugéo tecténica dos - lineamentos estruturais associados ao Arco de Ponta Grossa, com énfase no condicionamento das Tochas alcalinas dos estados de Sao Paulo e Parané. No estudo petrogréfico das rochas intrusivas, eles determinaram uma porcentagem relativamente alta para a titano-magnetita (7%), que é um dos principais constituintes ferromagnéticos. Esta presenca da titano~magnetita na composigo da rocha é suficiente para que ocorra o efeito da desmagnetizagio dos corpos bidimensionais de pequena largura. Num trabalho anterior desenvolvido por Ferreira et al. (1981), eles observaram manifestagées subaflorante do vulcanismo alcalino e alcalino—ultrabésico, condicionado ao linea- ‘mento estrutural de Guapiara em terrenos pré—cambrianos. Desta forma, é de se esperar que outros focos vulcénicos da mesma natureza devam existir ao longo do lineamento. 2 3.8.3 Tratamento dos dados aeromagnéticos Antes de calcular a inclinagéo de magnetizagéo total na érea em estudo, selecionamos 0 lineamento de interesse para efetuarmos 0 processamento dos dados aeromagnéticos, cuja descrigéo apresentamos a seguil 0 processamento do campo an6malo foi feito em uma janela espacial de comprimento C com a mesma direcio do lineamento escolhido, limitado por uma abertura transversal L. Mantendo—se fixo 0 centro da janela calculamos a média aritmética do campo na diregdo longitudinal (paralelo a0 lineamento) e atribufmos este valor ao centro da janela. A janela espacial se move com intervalo de 1km, e o processo 6 repetido. Para todos os lineamentos estudados o comprimento longitudinal € foi de 10km e a abertura transversal L variou em cada perfil. Esta operagio tem por objetivo ‘minimizar os efeitos da interferéncia de fontes desconhecidas, lineamentos com orientagées diferentes da diregao escolhida e parte dos ruidos. A média é calculada pela seguinte expressio: onde N 0 ntimero de pontos, e neste trabalho é igual a 10 e t(z;,y) € o campo anémalo na regido limitada pela janela espacial de comprimento C. Apés o célculo da média do campo anémalo, fizemos uma filtragem deste campo com obje- tivo de climinar 0 efeito das fontes regionals, j4 que o nosso interesse so os lineamentos e estes so considerados predominantemente rasos em toda bacia, devido as caracteristicas apresentadas nos mapas de contorno. O melhor filtro passa—alta 6 aquele que nio distorce o espectro de frequéncia e reserva as altas frequéncias, ou pelo menos se ocorrer alguma distorgo que esta néo comprometa 05 cdlculos posteriores. Baseando—se nesta observacio, optamos pelo filtro passa~alta na forma do filtro Butterworth apresentado por Kanasewich (1975), mas com uma diferenga fundamental, 0 nosso filtro é de fase zero e a sua resposta na amplitude é definido da seguinte forma, Ce) 1+ (4s) onde o valor escolhido para Apg daré uma amplitude (A(A)) igual a 0,9. AQ) préximo passo do processamento iniciou com a decomposicao em partes pares e impares 2 do campo filtrado e da transformada de Hilbert deste campo. Somente as partes impares (as- siméticas) so empregadas né'célculo da amplitude, o qual é definida pela seguinte expressio: a(z) = VIP, 2) + HE, As anomalias que possuem uma amplitude acima de um determinado patamar é que so u lizadas no céleulo da inclinagio de magnetizagio total, as outra anomalias nio so consideradas, Neste tra- balho, o patamar é denominado de n{vel de corte, e o seu emprego teve como objetivo a diminui de parte dos ruidos, pseudofontes causada pela filtragem (ver apéndice A), efeito de borda dos lineamentos ¢ anomalias fracas. s critérios adotados para a escolha do comprimento de onda do filtro passa—alta e do nivel de corte esto descritos no apéndice B. 3.3.4 Os resultados da inclinagio de magnetizagio total nos grandes lineamentos Raposo e Ernesto (1989) fizeram datagdes radiométricas em oito diques distribuidos por varias reas do Arco de Ponta Grossa, utilizando o método K—Ar (em plagiocisio, feldspato e rocha total) e encontraram idades varidveis entre 114~142 Ma. Este intervalo corresponde a pas- sagem do perfodo Juréssico para o Cretéceo, quando o continente sul—americano localizava—se préximo ao equador, e que segundo Ernesto (1985), sofreu uma deriva de norte para o sul durante a ocorréncia do vulcanismo. A variagéo da latitude foi determinado no estudo da paleolatitude de vérias amostras coletadas na Bacia do Parané, como pode ser visto na figura 21. Durante este perfodo (Juro—Cretéceo) campo magnético terrestre sofreu algumas reversées (fig. 22), mas com predominancia da polaridade inversa (Bucha, 1979). Nos resultados que obtivemos para a inclinago de magnetizagao total nos grandes lineamentos, houve também a predominancia da inclinagéo de polaridade inversa, como veremos a seguir, ¢ eles foram apresentados em mapas e em diagramas de rosetas. O lineamento de Guapiara é 0 mais extenso de toda a bacia e, como descrito anteriormente, apresenta um tracado heterogéneo em toda a sua extensio, principalmente em relacao as polaridades do campo anémalo. As inclinagées de magnetizagio calculadas ao longo do lineamento apresenta. duas classes dominantes, sendo representado em diagrama de roseta (fig. 23). A magnetizagio com polaridade inversa é a principal e, secundariamente, a magnetizagio vertical positiva. Na figura 23 24 esté representado a distribuigéo da inclinagdo de magnetiza¢o em mapa, onde a inclinagio de magnetizagéo vertical positiva é dominante tornando parcialmente inversa & medida que se desloca de SE para NW a0 longo do lineamento. Compare as figura 24 e 25 ¢ veja que as anomalias com ‘magnetizacéo inversa apresentam um maior desenvolvimento do sinal positivo a sul do corpo e as que possuem uma magnetizagdo vertical positivo apresentam o sinal negativo a sul do corpo e sinal positivo ao norte. Este fato indica que a colocacio dos corpos intrusivos ou, a0 menos, seu resfriamento, ¢ 2 consequente aquisigéo da magnetizago remanente térmica, ocorreram durante pelo menos dois episédios distintos. 0s lineamentos do Rio Alonzo e Sao Jerénimo—Curidva limitam uma area de grande con- centragao de diques de diabésio e esto localizados no eixo do Arco de Ponta Grossa. O mapa de contorno do campo magnético anémalo apresenta~se bastante complexo em termos da pola- tidade do campo. A magnetizagéo de polaridade normal é dominante (fig. 26), vindo a seguir a ‘magnetizacao vertical positivo e negativo e finalmente uma outra inclinagio que segundo 0 nosso modelo corresponde a uma resultante entre a magnetizagao vertical positivo com a magnetizacio de polaridade inversa que a denominaremos de magnetizagéo mista. Na figura 27 esté representado a distribuigéo da inclinagéo de magnetizagao em mapa, que corresponde & sub-area 6. Observa—se que no lineamento do Rio Alonzo a inclinagéo da magnetizagio é predominantemente vertical neg- ativo ¢ os lineamentos centrais possuem uma inclinag&o de magnetizagéo normal. lineamento do Rio Piquiti possui uma continuidade bem vis{vel e 0 seu tragado é ho- mogéneo na sua extensio, em se tratando de diregao estrutural e polaridade do campo anémalo, ‘Como analisado no mapa de contorno (fig. 9) sua inclinago de magnetizagéo apresenta uma pola- ridade praticamente inversa e também uma grande parte do lineamento com magnetizagio vertical negativa. O diagrama de roseta que ilustra este resultado est representado na figura 28. 3.3.5 Modelos hipotéticos para as principais inclinagées de magnetizagao Os modelos hipotéticos a serem apresentados a seguir, se baseiam nas caracteristicas das rochas intrusivas que apresentam uma alta estabilidade magnética, devido a sua composigio ¢ textura, indicando assim uma magnetizagéo remanente forte e estavel (Raposo e Ernesto, 1989). Os lineamentos que possuem uma inclinagéo de magnetizagio de polaridade normal, podem 4 indicar duas situagées diferentes. A primeira € que a intruséo pode ter ocorrido num periodo ‘em que 0 campo geomagnético possufa a inclinagdo atual, ocorrendo neste caso uma soma da magnetizagao remanente e induzida. Na segunda situacéo a intrusio ocorreu num periodo em que o campo geomagnético indutor poderia ser reverso ou normal, com a magnetizagéo remanente apresentado-se muito fraca ou praticamente desprezivel, obtendo desta forma somente o efeito da magnetizacao induzida. Este dltimo modelo tem menor possibilidade de ocorréncia, por causa das caracterfsticas petrogréficas das rochas intrusivas descritas anteriormente. Os lineamentos que possuem uma magnetizagao de polaridade inversa nos indicam que as intrusées ocorreram no perfodo em que o campo magnético terrestre possuia este mesmo sentido. ‘Como as rochas intrusivas possuem uma magnetizacao remanente forte e estavel (Raposo e Ernesto, 1989), ndo so constatadas grandes deformagées na assinatura do campo anémalo, independente da polatidade apresentada, o que ocorre é a inversio nos méximos e minimos das anomalias quando a polaridade 6 inversa (veja a figura 8). s lineamentos que apresentam uma magnetizagéo vertical positiva ou negativa foram for- madas no perfodo em que o campo geomagnético apresentava—se com polaridade normal ou inversa, respectivamente. A verticalizagio da magnetizacao pode ser devido ao efeito da desmagnetizacéo. Para que ele ocorra, as intrusées devem posssuir uma quantidade suficiente de magnetita (acima de 5%) na sua composicao, e o mais importante, elas devem ter uma pequena largura. A primeira condigao é satisfeita, pois segundo um trabalho realizado por Ferreira et al. (1984) foi determinado um contetido de 7% de magnetita na composigio das rochas intrusivas, numa drea do Arco de Ponta Grossa. Para a segunda condic&o, nés a consideramos como possivel, baseado na assinatura magnética apresentada nos mapas de contorno, embora haja necessidade de um trabalho de campo para confirmé—la, A situagéo de um corpo intrusivo com o efeito de desmagnetizacéo devido a magnetizacio remanente est representado na figura 29. Para os lineamentos que possuem uma inclinagio de magnetizago que denominamos de mista, apresentaremos a seguinte situagio hipotética. Considerando que ocorra uma intrusio quando o campo magnético terrestre possuia polaridade inversa dominante, obtendo desta forma uma magnetizagio termo-remanente. Apés a sua consolidagéo ocorre um segundo evento com vérias intrusées penetrando a primeira, quando o campo magnético terrestre era dominantemente 25 normal. Segundo estas hipéteses, a ocorréncia de intrusées de pequena largura intrudidas num dique é coerente, pois tal sifuagéo foi observada em trabalho de campo realizado na Bacia do Parané (Meister, E.M., comunicagio verbal). Agora quanto a orientaco do campo terrestre, seria necessério um estudo paleomagnético das rochas intrusivas ligadas ao primeiro e ao segundo evento. ‘Mas considerando tal situagdo hipotética, a resultante obtida para a inclinagio de magnetizacio mista é devido a componente inversa para as rochas do primeiro evento e a componente vertical positiva para as rochas intrusivas do segundo evento devido ao efeito da desmagnetizacio. Este modelo esté ilustrado na figura 30. 3.3.6 O efeito térmico das intrusdes diabdsicas sobre as formagées geradoras de hidro- carbonetos Os resultados das inclinagdes de magnetizagio apresentadas em mapa, mostraram que na regido limitada pelos lineamentos Sao Jerénimo—Curitiva e Rio Alonzo elas variaram na sua ex- tensdo e lateralmente e para os lineamentos de Guapiarae Rio Piquiri elas variaram na sua extensio, indicando que as intrusdes ocorreram num perfodo diferente para cada trecho do lineamento. Segundo Milani et al. (1989) na Bacia do Parané existem pacotes peliticos com caracte- risticas de geradores de hidrocarbonetos, que correspondem aos folhelhos da Formagéo Vila Maria, Formagéo Ponta Grossa e a Formagio Irati. Baseando—se na distribuigo da inclinagio de mag- netizagéo mencionada anteriormente e considerando s6 0 efeito térmico destas intrusdes sobre tais formagées, na regio limitada pelos lineamentos Séo Jerénimo—Curiiva e Rio Alonzo, haveria p Dilidade de ocorréncia de gés, devido a intensidade e ao longo perfodo de tempo que estas intrusdes ocorreram, a possibilidade de gerar hidrocarbonetos seria nas proximidades dos lineamentos de Guapiara e Rio Piquiri, pois o efeito térmico das intrusdes que compéem esses lineamentos no tetia sido tao prolongado e talvez tenha sido suficiente na maturagio da matéria organica. Nesta situagio hipotética devemos lembrar que consideramos somente o efeito térmico das intrusées no considerando a profundidade que os pacotes peliticos se encontram e nem as suas propriedades geoquimicas. 26 CAPITULO 4 GEOLOGIA E 0 ARCABOUCO ESTRUTURAL DA BACIA DO PARANA Este capitulo foi subdividido em duas partes distintas. Na primeira parte descrevemos evolugao tectono—sedimentar da bacia, com o objetivo de localizar no tempo o importante evento magmatico que atingiu toda a bacia. Para esta descrigdo, fizemos uma andlise de literatura en- globando varios autores, listados a seguir: Almeida e Melo, 1981; Mithlmann e Guazelli, 1981; Ferreira, 1982; Filfaro et al., 1982; Bacoccoli et al., 1983; Petri e Filfaro, 1983; Bacoccoli e Aranha, 1984; Cordani et al., 1984; Schobbenhaus et al., 1984; Zalén et al., 1986; Zaldn et al., 1987; Molina et al. 1989. Na segunda parte apresentamos os principais elementos tecténicos da Bacia do Parané, que sio divididos em 3 grupos de acordo com as suas orientagdes geogréficas. 4.1, Evolugéo Tectono-Sedimentar da Bacia A Bacia do Parané é uma entidade geotectonica estabelecida no interior da plataforma Sul—Americana, e possui cerca de 1.600.000 km?. A porcéo brasileira representa aproximadamente 1.000.000 km?, e o eixo estrutural da bacia tem direcio NNE que é quase paralela ao Rio Parané (fig. 31) (Schobbenhaus et al., 1984). Segundo Zalén et al. (1986), a origem da Bacia do Parané é do fim do ciclo Brasiliano (Ordoviciano Superior), e a sua atual configuracZo é 0 resultado de movimentagées epirogenéticas representadas por arqueamentos e depresses que durante a evolugéo estiveram ativos em dife- rentes épocas e em diferentes dreas. O preenchimento sedimentar da bacia é predominantemente siliciclastico, sendo capeado por um dos maiores derrames de lavas basélticas ocorrido na crosta continental do planeta (Zalén et al., 1987). embasamento da Bacia do Parané 6 composta por rochas igneas e metamérficas com idades entre 700 e 450 Ma, pertencente ao ciclo de reativagio Brasiliana, estendendo-se do Pré-- Cambriano Superior ao Eopaleozéico. A figura 32 mostra o mapa da profundidade do embasamento da bacia, medida através de varios trabalhos geofisicos, como sismica de reflexio e sondagens magnetoteliricas—MT. A estratigrafia da Bacia do Parané consiste basicamente de cinco sequéncias deposicionais principais, que variam em idade do Siluriano ao Cretéceo. A figura 33 apresenta a coluna crono- a litoestratigréfica da bacia e sua correlago com os eventos tecténicos e magmaticos que afetaram a América do Sul durante o Fenerozéico. A figura 34 apresenta o mapa geolégico simplificado da bacia. s primeiros sedimentos da Bacia do Parand pertencem & sequéncia Siluriana, com as formagées Ivai, Vila Maria e Furnas. A composico litolégica e fossilifera desta sequéncia indica que ela foi depositada em condigdes marinhas, provavelmente um ambiente litorneo, com alguma influéncia glacial. ‘A sedimentago da sequéncia Siluriana foi interrompida por um pulso tecténico andino, conhecido como orogenia Caledoniana (Siluriano Superior—Devoniano Inferior). Um soerguimento geral nas trés bacias craténicas brasileiras é bem indicativo deste pulso no Brasil. O surgimento do Arco de Assuncéo como um alto topogréfico foi uma das mais importantes consequéncias desta orogenia na Bacia do Parand. A sequéncia Devoniana é representada por um ciclo tecténico sedimentar completo, com ‘transgressio marinha, realizada a partir do Devoniano Inferior e regress4o no Devoniano Superior. Esta sequéncia é totalmente abrangida pela Formaco Ponta Grossa, que 6 composta basicamente de arenitos esbranquigados. Segundo Petri e Filfaro (1983), no final da sedimentaco do perfodo Devoniano a Bacia do Parand entra em movimento positivo, com falhamento e remogio de parte da coluna sedimentar anteriormente depositada, em decorréncia da orogenia Eoherciniana (denominada também de pulso Hercinjano I). As sequéncias Silurianas e Devonianas foram submetidas a um esforgo de compressio no sentido NE-SW. Em termos de mega estrutura, observamos na figura 35 a presenca dos eixos deposicionais e arcos intrabacinais paralelos entre si e orientados para noroeste, ou seja com diregéo ortogonal a dos esforgos atuantes na area (Bacoccoli e Aranha, 1984). Entre os perfodos Devonianos e Carbonifero, a principal mudanga ocorrida é o aparecimento de um paleoarco, precursor do Arco de Ponta Grossa. A Bacia somente volta a mostrar carter negativo no Carbonifero Superior e Permiano. A sequéncia Permo~Carbonifero representa um novo ciclo transgressivo—regressivo com- pleto, e é a sequéncia mais espessa da Bacia do Parané, composta pelo grupo Itararé e as formagées 28, Aquidauana, Rio Bonito, Palermo, Tatuf, Irati, Teresina, Corumbatai e Rio do Rasto. 0 Permiano foi o perfodo mais estével e as formagées depositadas nesta época mostram grande uniformidade litolégica, com variagdes de espessura pouco pronunciada. Em termos de tectonismo, esta sequéncia marcada por uma atividade moderada a forte no seu estdgio inicial (Formagéo Itararé e Rio Bonito), atingindo uma significativa quietude tecténica durante o inter- valo Irati—Rio do Rasto, apesar das altas taxas de sedimentages atribuidas as Formagées Rio do Rasto e Terezina, Esta quietude foi abruptamente interrompida pela violenta coliséo continental que uniu a Patagénia & América do Sul (orogenia Finiherciniana, Permiano Superior/Triéssica In- ferior, ou Herciniano II), devido a isto a sedimentagéo parou e permitiu que fendmenos erosivos atuassem em toda a bacia. As isépacas das formacdes Itararé—Aquidauana e Irati sugerem que no Permo—Carbonifero persistiu 0 esquema de esforgos anteriormente mencionado (figuras 36 e 37). A sequéncia Tridssica é composta pela Formacao Pirambéia de ocorréncia em quase toda a bacia, sendo que no Rio Grande do Sul ela grada, lateralmente, para o Grupo Rosétio do Sul (fig. 38). Baseado nas caracteristicas litolégicas e estruturais, o ambiente de deposigao foi classificado de continental timido e oxidante, sendo principalmente fluvial, em canais meandrantes e planicies de inundagéo com pequenas lagoas esparssas. Na sequéncia Juro—Cretceo ocorreu a deposicgao das formagées Botucatu e Serra Geral. As caracteristicas litolégicas e sedimentares da unidade, indicam deposicéo eélica em ambiente desértico, com desenvolvimento de rios meandrantes e pequenas lagoas, sob condigdes climsticas oxi- dantes. O vulcanismo baséltico iniciou sua atividade quando imperavam essas condigdes desérticas. A Formagio Serra Geral comecou a se depositar no final do perfodo Jurdssico, e se estende no Cretéceo. Litologicamente, a formagio 6 composta por pequenas lentes e camadas de arenito, intercalando-se com derrames, sendo que a maioria dos derrames so de natureza bisica, Os basaltos que fazem parte da litologia da Formagéo Serra Geral datam do Juro—Cretéceo, quando intenso vulcanismo afetou quase toda a bacia. Neste tempo, houve a formacio de grandes soleiras ¢ lavas preenchendo fraturas e falhas, sendo que essas sio expressas na superficie pelos grandes lineamentos, 0 qual sio muito bem observados em mapa de contorno do campo magnético. Os diques de diabésio so comuns, cortando nao s6 0s sedimentos, mas também extensas dreas do Pré—Cambriano. A maior concentragio de diques aparece na regido do Arco de Ponta Grossa, 29 principalmente no flanco norte, abrangendo parte do Parand e So Paulo (Ferreira, 1982). Os mapas de isépacas das formagoes Botucatu e Serra Geral, esto representados nas figuras 39 ¢ 40, repectivamente. Cessados os derrames de lavas da Formagao Serra Geral, que marcaram o final dos eventos deposicionais e vulcanicos generalizados na drea da Bacia do Parané, observou—se uma tendéncia geral para o soerguimento epirogénico em toda a Plataforma Sul—Americana. A porgio norte da Bacia do Parané, entretanto, comportou-se como uma drea negativa relativamente aos soergui- ‘mentos marginais e & zona central da bacia, marcando o inicio de uma fase de embaciamentos localizados em relacdo & drea da bacia como um todo (Almeida e Melo, 1981). Na rea deprimida, iniciou a deposigo basal dos sedimentos da Sequéncia Cretéceo/Tercié- rio, que aparece recobrindo as lavas basdlticas. Por ordem, as formagSes depositadas foram: Caiud, Santo Anastécio, Adamantina e Marilia, que foram depositados num ambiente predominantemente continental fluvial (Zalén et al., 1986). Apés a separagao entre a Africa e a América do Sul hd 112 Ma, a evolugao estratigréfica da Bacia do Parand, praticamente se extinguiu. Entretanto, a evolugio estrutural néo foi interrompida, © que indica os depésitos pés—lava do Cretéceo e do Tercidrio. Eles refletem o gradual soerguimento da regiéo costeira, no sudeste do Brasil, além de movimentos verticais ao longo de elementos tecténicos da diregio NW (zonas de falha Curitiba~Maringé e Guapiara) e E-W (lineamento de Sao Sebastifo). 4.2, Areabougo Estrutural Na figura 41 esto enumerados os principais elementos tecténicos da Bacia do Parand, e abaixo estdo listados os seus respectivos nomes. Um marcante padrao de feigdes lineares em forma de X pode ser observado (Zalén et al., 1986). Estas feigdes podem ser divididas em 3 grupos, de acordo com suas orientagées (NW-SE, NE-SW e E-W): Diregéo NW-SE 1— Arco do Alto Paranaiba 2— Flexura de Goiania 3+ Baixo de Ipiagu/Campina Verde 4— Arco de Campo Grande 5~ Zona de Falha de Guapiara 6— Falha de Santo Anastécio 7— Falha de Sao Jerénimo—Curitiva 8— Arco de Ponta Grossa 9— Zona de Falha Curitiba/Maringa 10— Falha do Rio Alonzo 11 Zona de Falha Candido de Abreu/Campo Mouréo 12— Lineamento do Rio Piquiri 13~ Zona de falha Cagador 14~ Sinelinal de Torres 15— Arco do Rio Grande Direcio NE-SW 16- Lineamentos Transbrasiliano 17— Lineamento Aragatuba 18~ Falha de Guaxupé 19- Falha de Jacutinga 20— Zona de Falha Taxaquara 31 21— Zona de Falha Lancinha/Cubatdo 22— Zona de Falha Blumenaif/Soledade 23— Falha do Leio 24~ Falha de Acotea 25— Arco de Sio Vicente—Cuiabé 26~ Arco de Bom Jardim de Goids Diregio E-W 27— Lineamento Cassilandia 28- Lineamentos Moji—Guacu/Dourados 29— Lineamento de So Sebastizo 30— Lineamento de Taquara Verde 31— Lineamento de Bento Gongalves ‘As duas diregées mais importantes so as orientagées NW-SE e NE-SW, que podem constituir fathas simples ou extensas zonas de falhas (Zalén et al., 1986). No trabalho que Soares et al. (1982) realizaram na Bacia do Parand utilizando imagens LANDSAT e Radar, este mesmo padrao dos elementos tecténicos foi reconhecido. Eles identificaram. formas retilineas com alta concentracéo de lineamentos, separando—os em trés grupos de diregdes NW (variando de N25°W a N6S°W) e dois grupos de diregées NE (vatiando entre N35°E e ‘N60°E). Para estes autores, estas zonas estruturais representariam reas com maior mobilidade tecténica em comparagio as areas adjacentes, e também conclufram que estes elementos tecténicos representam zonas de fraqueza do embasamento e que varios deles controlaram a sedimentagio durante a evolugéo da bacia e também que as zonas de diregdes NW-SE esto intensamente intrudidas por diques de diabésio, enquanto as diregdes NE so carentes destas feigdes. O padrao observado por Zalan et al. (1986) e Soares et al. (1982) é préximo aos nossos resultados, como veremos nos capitulos 6 de 7. Com as imagen sombreadas, as diregdes NW variam de N40°W a N65°W e as diregdes NE variam de N40°E a N65°E. Com as imagens de LANDSAT, as diregdes NW variam de N40°W a N60°W e as direcées NE variam de N35°E a N50°E. 32 Segundo Zaldn et al. (1986), 05 movimentos ao longo destas zonas estruturais tiveram componentes tanto horizontafé quanto verticais e estes movimentos por sua vez nunca coincidiram no tempo. Quando as falhas NW-SE estavam altamente ativas, as falhas NE-SW néo estavam, e CAPITULO 5 METODO DAS IMAGENS SOMBREADAS Neste capitulo apresentaremos a técnica para a obtengéo do relevo sombreado a partir do dados aeromagnéticos. As imagens sombreadas obtidas sao tratadas como se fossem uma superficie topogréfica, iluminada de uma dada direco simulando vales e montanhas. As imagens do campo magnético anémalo iluminado artificialmente podem permitir uma melhor interpretagéo, porque pode—se enfatizar feicées que no aparecem em mapa, comparando com os mapas de contorno preto e branco ou colorido. Por exemplo, muitos diques produzem anomalias magnéticas que nao séo muito bem definidas, porque possuem uma amplitude rela- tivamente pequena, mas ao utilizarmos este método, podemos realg4—los nao 96 com o uso da iluminagio artificial, mas também aplicando um exagero vertical na superficie do campo. Para a obtengéo das imagens sombreadas, os dados aeromagnéticos foram reformatados para que pudéssemos utilizar os programs posteriores. Esta passagem é desnecesséria se o arquivo de dados estiver formatado convenientemente. Com o arquivo reformatado, fizemos uma interpolagéo sobre uma malha regularmente espacada. Para as sub—éreas utilizamos uma malha regular com km de espagamento e para toda rea levantada, utilizamos uma malha de 5km. Nas dreas que no possuem cobertura aeromagnética, o campo é interpolado, obtendo—se curvas de contorno bastante suave. Neste caso, apés fazermos a malha dos dados, utilizamos um procedimento para eliminar o campo interpolado, obtendo assim, curvas do campo anémalo somente nas regides que tinham sido aerolevantadas. 5.1. Técnicas do Relevo Sombreado As imagens dos dados aeromagnéticos foram reproduzidas com 256 tonalidades diferentes, conforme as caracteristicas da estagéo gréfica "Raster—Technologies, Model one/80” (1986), va- tiando do preto ao branco. Apesar de trabalharmos com as imagens na escala de cinza, outros autores utilizaram imagens coloridas na interpretagao, revelando vantagens no seu uso. As diferentes tonalidades obtidas nas imagens variam com a diregéo de iluminagio, e a técnica consiste basicamente no célculo da intensidade da luz refletida em um ponto de observacéo 34 de um elemento da superficie, estando a fonte de luz numa posigio distante (0 sol é considerado como a fonte). A aplicagao déSta técnica em relevo topogréfico é bastante complicada, pois deve—se observar os seguintes fatores: iluminacéo miitua de elementos da superficie, sombreamento para elementos vizinhos, textura da superficie de reflectncia e espalhamento na atmosfera. A aplicago que fizemos teve 0 propésito de enfatizar as feigées magnéticas desejadas, por isso os fatores citados anteriormente nao foram considerados. A técnica do relevo sombreado esté ilustrado na figura 42, mostrando a geometria e os parémetros utlizados no seu desenvolvimento, segundo Horn e Bachman (1978, in Dods et al., 1985) ‘As imagens produzidas na estasio gréfica so compostas por milhares de pixels, e cada pixel pode ser considerado como um elemento da superficie, sendo que o sistema referencial escolhido ossui trés componentes (x, y e 2), ¢ 2=f(x,y) uma equagio da superficie. Os gradientes horizontais so calculados da seguinte forma, az ey ~ u Rie Nos mapas topogréficos o eixo vertical corresponde & elevacao, mas neste caso ele corres- ponde ao campo magnético anémalo. O vetor normal unitétio # da superficie elementar tem as seguintes componentes, bak = (eee ae war) E € 0 exagero vertical. © vetor do elemento da superficie para a fonte tem os seguintes cossenos diretores. (cos(9) cos( 4), sin(#) cos(¢),sin(¢)) sendo definido pelo vetor 3. Neste caso o vetor que relaciona o elemento da superficie e a fonte luminosa é dado por uma inclinagéo e declinagao. A intensidade de iluminagao é representado pela fungao R(x,y) que corresponde ao produto entre fi e na forma, peos(8) cos(¢) + qsin(@) cos($) ~ E sin(d) +9 +E ° Rx, y) = 0.5 Sendo que R(x,y) varia da cor branca para a cor preta, passando pelas tonalidades de cinza, de acordo com: 38 nonie{ SF BEz8 A primeira relagao defime as dreas da imagem de cor branca até o cinza mais escuro e a segunda relagio define a area de cor preta. Numa regiio da imagem onde o relevo anémalo apresenta—se muito acidentado com vales e montanhas, ocorre o maximo contraste entre as cores preto e branco. A cor branca corresponde & superficie normal em relagao a direcdo da fonte luminosa (+= 1) ea cor preta é a sombra da superficie normal (7-3 < 0). Um fator importante para a cobtengio de uma boa imagem é 0 nivel de saturacdo (8), que corresponde a porcentagem da érea branca (b) mais a érea preta (p) em relagio a érea total da imagem (A) (S=(p+b)/A). O seu valor depende principalmente do exagero vertical do campo anémalo (E) e secundariamente da dirego de iluminagao. Através de alguns testes, constatamos que para se obter uma boa imagem o nivel de saturagdo deve estar entre 5 e 10%, obtendo assim uma boa resolugao, tanto nos tons de cinza quanto nas cores preto e branco. A imagem com uma alta saturago apresenta~se praticamente em pretoe branco, suprindo neste caso os tons de cinza. J4 as imagens que possuem uma saturagio inferior a0 intervalo mencionado anteriormente, apresentam—se com uma tonalidade de cinza predominante e constante, apresentando assim, feigées néo muito bem definidas. A escolha do zénite e azimute da fonte de iluminagao vai depender da diregéo do lineamento que se deseja realgar. Os lineamentos realgados so perpendiculares & direcao de iluminacao. 36 CAPITULO 6 DESCRIGAO DAS IMAGENS SOMBREADAS ‘As imagens sombreadas foram produzidas na estac&o gréfica "Raster—Technologies, Model one/80” com 256 tonalidades diferentes. Devido & impossibilidade da sua reprodugao em papel diretamente do computador optamos pela fotografia da tela. As fotografias foram ampliadas na escala de 1:500.000, por ser esta a mesma escala das imagens de LANDSAT que trabalhamos. 0 objetivo na interpretagio destas imagens é a definicdo do padrao dos lineamentos mag- néticos para toda érea em estudo, como também uma integracdo com os lineamentos observados nas imagens de LANDSAT. As imagens que tratamos possuem uma saturacdo no intervalo entre 5% a 9%, o que resultou numa boa definigéo dos lineamentos presentes. Apesar das distorgdes e perda de nitides ocorrida na ampliagao das fotografias, os resultados que obtivemos foram satisfatérios para a interpretagio. A metodologia da interpretacao visual das imagens é semelhante a interpretacdo de imagens de Radar, uma vez que elas possuem um aspecto idéntico como veremos a seguir. 6.1. Feigdes Observadas nas Imagens 0 relevo do campo anémalo magnético observado nas imagens possuem fortes lineamentos, principalmente nas direges NE~SW e NW-SE. Para realce desses lineamentos, fizemos 0 exagero vertical do campo e a variacao a diregdo de iluminacdo, sendo este o fator mais importante. Para cada sub—érea estudada, temos imagens com quatro diregées diferentes de iluminagéo, para que assim pudéssemos obter informagGes de todas as direcées passiveis dos lineamentos. Por exemplo, com a iluminagio na direcio E-W, podemos realcar os lineamentos na dirego N-S. Na figura 43, correspondente & sub—érea 6, a direcdo de iluminacio esté no sentido $55°W, realgando assim 0s lineamentos de diregio NW-SE. Estes fortes lineamentos NW-SE apresentados, sio 08 lineamentos do Rio Piquiri ao sul e S30 Jerénimo—Curitiva e Rio Alonzo ao norte. A figura 44 pertence & mesma sub—drea, mas com a dirego de iluminagdo no sentido S45°E, realgando os lineamentos de diregéo NE-SW e, consequentemente, suprindo os lineamentos na diregéo NW-SE. Comparando estas figuras com a figura 8 do mapa de contorno, nota—se os lineamentos que foram 37 realcados. Na sub—drea 3 ocorre o encontro de quatro coberturas diferentes de aerclevantamento pertencentes aos projetos Bauru, Confluéncia Parané—Paranapanema, Rio Ivaf e Botucatu, corres- pondentes ao primeiro, segundo, terceiro e quarto quadrante, respectivamente. Na tabela 1 esto as rincipais especificagées dos aerolevantamentos para cada projeto, e na figura 45 podemos observar © contato entre esses 4 projetos devido as diferentes diregées e altura dos aerolevantamentos. £ nftida a diferenga entre os relevos anémalos apresentados por cada projeto. ‘Uma outra feigéo que pode ser observada nas imagens sio as linhas de véo, e estas po- dem ser confundidas com os lineamentos. As linhas de véo quando sio observadas nas imagens indicam erros de compilagao, e estas podem ser causadas por diversos motivos, uma delas seria 0 seu deslocamento. Nas imagens elas podem ser vistas para qualquer direcdo de iluminagio, mas sdo mais nitidas quando a iluminagéo é perpendicular & sua diregao. Na figura 46, correspondente & sub—Area 7, temos a cobertura do projeto Rio Iguacu com a diregao das linhas de véo N~S. Para esta figura a diregao de iluminacao é E~W com 7% de saturagio. Dos lineamentos mais expressivos nas imagens, destacam-se principalmente os de direcdo geral NE-SW, observados em toda drea estudada cuja principal ocorréncia esté presente no em- basamento. O outro é a de diregio NW-SE que sio os grandes lieneamentos associados ao Arco de Ponta Grossa. Na figura 47 esté representado a imagem de toda drea da Bacia que possui cobertura aero- magnética na escala de 1:6.000.000. A diregdo de iluminag&o é E—W’possuindo 5% de saturagio. E nitida a continuidade apresentada pelos grandes lineamentos. Segundo Ferreira (1982) esses li- neamentos de diregéo NW estao ligados a reativacdo de estruturas do embasamento, haja visto ser possfvel observé—los desde os terrenos mais antigos fora da bacia. O padréo em X (NE e NW) dos lineaments é evidente, principalmente a leste onde o embasamento com diregéo preferencial NE apresenta—se cortado pelo lineamento de Guapiara de diregao NW. Os lineamentos E-W também sio definidos, mas estes ndo possuem uma continuidade to marcante quanto os lineamentos NE e NW. Esta diregao é melhor observada na regido mais ao norte na area de cobertura do projeto Arco de Campo Grande. 38 6.2. Estatistica dos Lineamentos Representados na Forma de Roseta Devido ao grande nimero de lineamentos interpretados nas imagens, fizemos um tratamen- to estatistico como apresentado por Zaldn et al. (1986) para obtermos informagées das principais diregées de ocorréncias, usando a seguinte expressio, CUi+8)= Shy onde C & 0 comprimento acumulado dos lineamentos medidos (Li) segundo faixas direcionais; J=0°, 5°, 10°, 15°, ...,170°, 175°, 180°, correspondente aos setores da roseta; s é o intervalo utilizado, neste caso utilizamos 5°; n é 0 mimero de lineamentos de cada faixa. Apés a determinagao de C, para cada faixa direcional construimos rosetas que possibili- taram encontrar as modas das familias dominantes. A moda é definida como o valor que ocorre com maior frequéncia e consequentemente representa o valor que tem maior probabilidade de ocorréncia. (Spiegel, 1978). Realizamos este procedimento para as sub—dreas e para a rea total. Os Tineamentos podem sofrer pequenas modificagées nas suas diregées, e estes apresen- ‘tam—se bastante espessos nas imagens de escala 1:500.000, comparado com os tragos que os iden- tifica na transparéncia de interpretagio. A figura 48 mostra as rosetas para cada sub—drea onde podemos ver as modas das diregées dos lineamentos predominantes, onde a maioria das sub—éreas possuem uma distribuigio bimodal. Nas figuras 49 e 50 fazemos a mesma representagdo para a parte centro—norte e centro—sul, res- pectivamente, da rea total. Na anélise das figuras 49 e 50 vemos que 0s lineamentos na diregio NW sao os mais marcantes, e estes estéio num intervalo de N40° + 10°W. Os lineamentos de diregdo NE apresentam com uma defasagem aproximada de 90° e esto num intervalo de N40* — 65°E. Além disso, temos 0s lineamentos E-W que so muito bem definidos nas imagens de algumas sub—éreas. Nas sub—dreas 2, 3, 5 e 6 ocorre a predominancia dos lineamentos de diregao NW-SE de- vido & presenga dos lineamentos de Guapiara, Sao Jerénimo—Curitiva e Rio Alonzo. Nas sub—éreas 1,4, 7 € 8 0s lineamentos de direcéo NE-SW possuem uma presenga marcante devido & reativagéo do embasamento na evolucio da bacia. 39 CAPITULO 7 CONTRIBUIGAO DAS IMAGENS DE LANDSAT Utilizamos cépias fotogréficas das imagens de LANDSAT no canal 5 (0.6—0.71) na escala de 1:500.000, cobrindo uma drea de aproximadamente 400.000 km? pertencente 4 Bacia do Parand e ao embasamento exposto. A boa reflectancia de solos e rochas expostas na faixa do canal 5 faz com que este canal seja o mais utilizado no mapeamento de unidades fotogeclégicas. ‘A metodologia de interpretacéo visual das imagens de LANDSAT foi descrita por Paradella (1977), onde ele apresenta uma vasta referéncia no assunto. De um modo geral, ela se assemelha aos moldes cléssicos da fotointerpretagio. Foram identificadas feigdes pela observagao e andlise de elementos tais como, rede de drenagem, feigdes geomérficas e tonalidades de cinza. Soares et al. (1982) fizeram um trabalho importante na Bacia do Parané utilizando ima- gens de LANDSAT e Radar. O principal objetivo foi a caracterizacio de feigdes lineares, e com isto tentaram associé—las com dreas anémalas, indicativas de possiveis estruturas trapeadoras de hidrocarbonetos. 7.1 Lineamentos nas Imagens Nas imagens os lineamentos so expressos por elementos retilineos do relevo e da drenagem, e também por feigées lineares de carter estritamente tonal. Nas suas anélises, os lineamentos devido as feigées geomérficas séo as mais frequentes. Em geral, esses alinhamentos sio feiges topografi- camente negativas, representados principalmente pelos cursos de rios. Os lineamentos expressos por tonalidades nas imagens caracterizam—se por contraste mais claro ou mais escuro de niveis de cinza em relagio as tonalidades de feiges adjacentes. Sao lineamentos simples, descontinuos, necessitando~se certa familiaridade com as imagens para ndo confundi—las com outras de natureza artificial, como limites de plantagées, estradas, rufdos eletrénicos impressos, comumente presentes nas imagens. Eles refletem quase sempre uma propriedade dos materiais em subsuperficie, daf a sua importancia sobretudo quando suas diregées concordam com as direcées dos alinhamentos de expresses geomérficas (Soares et al., 1982). 40 Devido as suas dimensdes, a maioria dos lineamentos retratam um caréter estrutural re- gional. Os lineamentos de dif&cio geral NW-SE so os mais expressivos da rea, e suas principais ocorréncias estio associados ao Arco de Ponta Grossa, sendo que a regio limitada pelos lineamentos Séo Jerénimo—Curitivae Rio Alonzo e parte do lineamento de Guapiara so os mais evidentes (figu- ras 51 e 52, repectivamente). Os lineamentos com diregio NE—SW tem a sua principal ocorréncia na faixa aflorante do embasamento (fig. 53) e com menor frequéncia nos sedimentos paleozéicos na bacia. Jé 0s lineamentos de diregéo E-W nao so muito bem caracterizados, por que as imagens de LANDSAT possuem as linhas de imageamento préximas a E-W, dificultando assim as observagées nesta diregéo. Uma dificuldade com a interpretacéo dos lineamentos nas imagens, é que grande parte da bacia e do embasamento so densamente povoados, impedindo a visualizagao de determinados tipos de feigses geolégicas, como mostra a figura 54, neste caso os lineamentos foram interpretados nos cursos de rios. Apesar de nao obtermos evidéncias diretas nas imagens de LANDSAT existem muitos trabalhos publicados que demonstram que os lineamentos observados refletem um controle funda- mental por fendmenos geolégicos, dentre eles podemos citar Bacoccoli et al. (1983) e Offield et al. (197). Devido & propriedade de retilinidade destes lineamentos que interceptam unidades de relevos distintos, Soares et al. (1982) interpretam que eles estendam—se essencialmente na vertical em profundidade. Porém, pode-se presumir que um grande mimero dos lineamentos mapeados na Bacia nao sejam falhas, pelo menos em superficie, e sim faixas concentradas de fraturas. tratamento estatistico para os lineamentos das imagens de LANDSAT foi o mesmo realizado para os lineamentos das imagens sombreadas. Nas figuras 55, 56 ¢ 57 esto representadas as distruibuigées em rosetas calculadas para as sub—éreas, ¢ a seguir tem—se a apresentagio para a Parte centro—norte e centro—sul, respectivamente. Os lineamentos subdividem—se em duas diregdes rincipais, com os intervalos N40* — 60°W e N35° — 50°E. Estas direcdes podem sofrer pequenas modificagdes, devido a erros nas escalas e diregdes das latitude e longitude nas imagens. As imagens de LANDSAT que utilizamos foram tiradas em datas diferentes e num intervalo superior a 1 ano. 4 Soares et al. (1982) definiram seis diregGes estruturais, as quais foram individualizados segundo sua frequéncia de ofbrréncia. Os lineamentos mapeados concentram—se prefencialmente em faixas, cuja distribuigdo e forma de ocorréncia mostram claramente a existéncia de regionalizagio das diregées, permitindo uma compartimentagdo estrutural regional, embora com limites difusos. Apesar das limitagdes das imagens que estudamos, os nossos resultados foram préximos 0s obtidos por Soares et al. (1982). Para uma melhor comparagio, fizemos uma representagio estatistica dos lineamentos para as mesmas dreas, observados nas figura 56 e 57, que correspondem 4 parte centro—norte e centro—sul da drea, respectivamente. Os lineamentos mapeados concentram-se em faixas, e para fins de referéncia foram atri- bufdos nomes a estas faixas. ‘Trés diregées séo coincidentes na parte centro—norte com as diregdes interpretadas por Soares et al. (1982) que sio: diregéo médio Ivai, médio Parané e médio Pitanga. Na parte centro-sul so apenas duas: direcdo médio Ivai e médio Parané. A diregio médio Ivaf (N45° +5°E) é caracteristica da regio de influéncia do Arco de Ponta Grossa. A esta diregéo pertence aos enxames de diques de diabésio e aos falhamentos dos flancos ¢ das chameiras do Arco. Raramente esta diregio esté presente na faixa de cobertura sedimentar pés—vuleanica. A direcéo médio Parana (N35° + 5°E) é caracteristica da faixa entre a terminacdo do Arco de Ponta Grossa e 0 eixo da Bacia do Parana. E paralela & direco do eixo da Bacia e as diregoes estruturais do embasamento. A dirego médio Pitanga (N60° + 5°E) caracteriza—se pela sua maior concentraggo em faixas restritas a sudeste e na parte central da drea estudada. 42 CAPITULO 8 INTEGRACAO DAS IMAGENS SOMBREADAS COM AS IMAGENS DE LANDSAT A integracéo de dados geofisicos ¢ geolégicos na interpretagao de feigoes estuturais 6 muito empregada, principalmente quando se utiliza dados de campos potenciais devido a ambiguidade intrinseca associada & interpretagéo de anomalias gravimétricas e magnéticas (Al—Chalabi, 1971). Como exemplo, citamos o trabalho desenvolvido por Miranda e Boa Hora (1984) na regiéo de Santarém, Estado do Paré, cujo objetivo era verificar o relacionamento das diregées morfoestru- turais registrados em imagens de sensoriamento remoto com as grandes feigdes identificadas pela aeromagnetometria, A integragao das imagens sombreadas com imagens de LANDSAT jé foi utilizada por diversos autores, ¢ este método de interpretagéo demonstrou ser muito répido e eficiente para a obtengéo de maiores informagGes estruturais. Dentre os vérios autores, podemos citar Guiness et al. (1983) e Kowalik et al. (1987). ‘As interpretacées das imagens foram feitas em transparéncias. Um critério répido que uti- lizamos para a comparagao das duas interpretagées foi através da superposi¢ao das transparéncias. Com este critério vimos que muitas feigées que apresentam uma forte anomalia magnética possuem evidéncias na superficie. Observe as figuras 45 e 52, onde est representado o lineamento de Guapi- ara na imagem sombreada e na imagem de LANDSAT, respectivamente. A regio limitada pelos lineamentos Sao Jerdnimo—Curiiva e Rio Alonzo também sao evidentes nas duas imagens, observe as figuras 44 ¢ 51. O ultimo exemplo, so 0s lineamentos de direcdo NW-SE do embasamento ob- servado nas imagens de LANDSAT (fig. 53) e nas imagens sombreadas. Em outros casos 6 comum a presenca de padrées estruturais que ndo tem expresso magnética e aparecem nas imagens de LANDSAT, e outros que aparecem somente em dados magnéticos. Isto ocorre em muitas regides da area estudada, um exemplo que citamos sio os lineamentos de diregio NE-SW observado nas imagens de LANDSAT (fig. 54), que correspondente ao segundo quadrante da sub—drea 6 (entre as latitudes 23° e 24° e longitudes 52° e 53°), para esta mesma regido, a imagem sombreada mostra fortes lineamentos magnéticos de diregdo NW-SE (veja a figura 43). Uma outra forma para andlise dos lineamentos foi a comparago das rosetas para cada 43 sub—érea, representados pelas figuras 48 e 55. Nas sub—éreas 1, 7 e 8 verificamos que as diregdes, dominantes dos lineamentos So diferentes para cada tipo de imagem. Uma das possiveis causas é a auséncia de resposta magnética para os lineamentos NW-SE mapeadas nas imagens de LAND- SAT. As coincidéncias dos lineamentos sio observados nas outras sub—éreas com destaque para as sub—dreas 3 ¢ 6 onde tem a ocorténcia de trés dos quatro grandes lineamentos. Nas figuras 58 ¢ 59 temos a representacao estatistica para os totais de lineamentos obser- vados na érea estudada, e verificamos que os padres NE e NW sio dominantes nas duas imagens. A principal diferenga é a diregdo E-W que é marcante nas imagens sombreadas e a sua represen- tatividade nas imagens de LANDSAT 6 praticamente nula. 44 CAPITULO 9 CONCLUSOES E A CONTRIBUIGAO DOS LINEAMENTOS NA. EVOLUGAO TECTONICA DA BACIA DO PARANA Os levantamentos aeromagnéticos realizados na Bacia do Parand mostraram que esse método € bastante itil no estudo dessa bacia. Para esse trabalho foram reunidos 8 projetos di- ferentes, € com a jungao destes dados fizemos os mapas de contorno e as imagens sombreadas do campo magnético andmalo. Através dos mapas de contorno das imagens sombreadas e das imagens de LANDSAT, estudamos os extensos lineamentos magnéticos de diregéo NW-SE que foram des- critos por outros autores (Ferreira et al., 1981; Ferreira, 1982 e Bacoccoli et al., 1983). Utilizando 08 recursos do método das imagens sombreadas no campo magnético anémalo, muitos outros linea- mentos que eram pouco evidentes nos mapas de contorno tornaram—se mais nitidos, com 0 uso do exagero vertical e das diferentes diregGes de iluminago. As imagens de LANDSAT foram utilizadas para subsidiar 05 nossos estudos, uma vez que muitos lineamentos presentes nestas imagens nio ossuem resposta ao aerolevantamento (compare as figura 43 ¢ 4), e outros sao evidentes (compare as figuras 45 e 52) ou possuem uma resposta fraca, devido a orientagdo das estruturas anémalas que possuem uma dirego N-S ou fazem um Angulo inferior a 30° com o campo geomagnético. Com a integragao destas duas imagens definimos um padrao para os lineamentos da bacia, os quais possuem duas diregées dominantes nos seguintes intervalos: N40° — 60°W e N40° — 65°E. Com a definigéo deste padrao obtivemos um esclarecimento do arcabouco estrutural, e consequentemente, uma idéia da evolugdo tecténica da bacia. No estudo do comportamento das feigdes lineares observamos nas transparéncias muitos lineamentos de diregio NW interceptando e as vezes deformando os lineamentos de direcio NE. Baseando-se nesta observagdo ¢ no padrao apresentado pelos lineamentos, podemos concluir que 08 lineamentos de diregéo NW-SE sio posteriores em relag3o aos lineamentos de diregio NE-SW. Assim sendo, de todos os modelos tecténicos propostos para a Bacia do Parand, o modelo de Bacoccoli e Aranha (1984) & 0 que melhor explica os resultados que obtivemos. Segundo esse modelo, a Bacia do Parané teria softido a influéncia de dois pulsos hercinianos provocados por esforgos compressionais (fig. 60), ¢ a maior evidéncia disto sio os lineamentos NE~SW que sio predominantes no embasamento aflorante e os grandes dobramentos desenvolvidos ortogonalmente 45 a diregio dos esforcos compressionais de direcio NE-SW como: Arco de Ponta Grossa, Arco de Campo Grande, Arco do RioGrande e Sinclinal de Torres (fig. 41). Ainda segundo 0 modelo ado- tado, no inicio da separago dos continentes africano e sul—americano em consequéncia do préprio movimento de deriva, teria havido na area da Bacia do Parand e nas suas proximidades, como 0 ‘embasamento e bacias costeiras, o desenvolvimento de nova diregao de cisalhamento NW-SE (fig. 61), além da reativaco de zonas de cisalhamento hercinianos leste—oeste. Os grandes lineamentos representariam tanto o alinhamento de dique quanto as zonas de cisalhamento nessa diregio. Na interpretagdo qualitativa que realizamos nos mapas de contorno, vimos que o linea- mento magnético é a feicéo mais comum, com corpos anémalos representados por placas verticais bidimensional correlacionaveis geologicamente aos diques. Grande parte dos lineamentos apresen- tam assinaturas magnéticas com polatidade inversa, causada pela forte magnetizagio remanente das rochas diabésicas. © método da transformada de Hilbert para calcular a inclinagdo de magnetizagiéo to- tal foi aplicado nos grandes lineamentos ¢ obtivemos 5 inclinagées diferentes no total. Essas in- clinages foram explicadas pela superposigio do efeito da magnetizacao induzida, efeito de reversio do campo geomagnético, e 0 efeito da desmagnetizacdo. Na regio limitada pelos lineamentos Sio Jerénimo—Curitiva e Rio Alonzo obtivemos 4 inclinagées diferentes de magnetizagio (fig. 26). Observa—se na figura 27, onde esté representado a distribuicao da inclinaggo de magnetizagio em mapa, como esta drea é complexa, com inclinagdes de magnetizacao calculadas variando ao longo da sua extensio e lateralmente, sugerindo que as intrusdes ocorreram por um longo perfodo de tempo. lineamento de Guapiara apresenta duas inclinagées de magnetizagio dominantes (fig. 23). Na figura 24 esta representado a distribuigo de magnetizacao calculada ao longo do lineamento. Esta ilustraggo mostra o trecho em que a magnetizagio vertical positiva é dominante, ocorrendo uma reverséo da polaridade do campo, na continuagio do lineamento para NW e para SE. Este com- portamento da inclinagéo de magnetizacéo nos indicam que as intrusées ocorreram num periodo diferente para cada trecho do lineamento, e este nao foi reativado no evento seguinte, o qual gerou as intrusdes em outro trecho do lineamento. AGRADECIMENTOS Ao prof. Dr. Douglas Patrick O’Brien pelo estimulo, disponibilidade e principalmente pela orientagéo. Ao prof. Dr. Lourenildo W. B. Leite pela sua minuciosa revisio visando o engrandecimento deste trabalho. Ao outro membro da comissio examinadora Dr. Marco Polo P. da Boa Hora pela anilise critica e corregio deste trabalho. Ao Prof. Jorge Wilson Delgado Ledo pela atencZo e o apoio computacional recebido. Ao convénio UFPa/PETROBRAS/FADESP/CAPES/FINEP/CNPq pelo apoio financeiro © concessio da bolsa de estudo. E finalmente ao colega Carlos Alberto Mendonca pelo apoio computacional e a Joio dos Santos Protézio, Walter Eugénio de Medeiros ¢ Jessé Carvalho Costa pelas criticas e sugestées recebidas durante a redacao da tese. a7 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS AL-CHALABI, M., 1971, Some studies relating to nonuniqueness in gravity and magnetic inverse problems. Geophysics, 36 (5) 835-855. ALMEIDA, F-F.M. & MELO, M.S., 1981, Mapa geolégico do estado de Sao Paulo escala 1:500.000. Sao Paulo. IPT/DMGA (Publicagéo IPT, 1184). BACOCCOLI, G.; ARANHA, L.G.F.; JINNO, K., 1983, Os lineamentos catarinenses da Bacia do Parané. Rio de Janeiro. PETROBRAS/SUPEX (Rel. Int.). BACOCCOLI, G. & ARANHA, L.G.F., 1984, Evolugio estrutural fanerozéica do Brasil meridio- nal. Rio de Janeiro. PETROBRAS/DEPEX/SEDOC, (Rel. Int.). 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