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Entram Lisbela e Douglas no cinema.

Douglas: que tipo de história vai ser?

Lisbela: comédia romântica com aventura. Tem um mocinho namorador que nunca se
apaixonou por ninguém até conhecer a mocinha. E tem mais uma ruma de personagem para
animar a história.

Douglas: e qual é a graça?

Lisbela: a gente vai conhecer um monte de pessoas novas, um monte de problemas que a
gente não pode resolver e que só eles podem, vamos ver como e quando... Está começando.

Filme termina.

Douglas: calma broto, amanhã você ver como fica o lance.

Lisbela: aí é que tá o ruim, é ter que esperar até amanhã.

Chegando em casa Lisbela de despede de Douglas e encontra Cabo Citonho conversando com
seu pai, o delegado.

Cabo Citonho: o boi brabo soltou-se na rua do comércio tenente.

Delegado: feriu alguém homi?

Cabo: Não, mas fez um furduço da bobônica.

Lisbela: eita que eu perdi essa.

Cabo: o boi largou-se para cima do sujeito.

Delegado: que sujeito?

Cabo: o nome dele é Frederico Evandro, depois do ocorrido eu procedi uma investigação
completa.

Lisbela: e o boi?

Cabo: chamava furacão.

Lisbela: não homem, o boi pegou o tal sujeito.

Cabo: aí é que vem a melhor parte da história, parecia uma cena de cinema. O boi
desembestado vinha bem na direção do homem sem saber o que fazer Frederico Evandro
puxou o revólver de repente apareceu um cabra pra lhe tirar dessa derrota. O cabra se meteu
entre ele e o boi agarrou com a fera e se embolou com ela no chão.

Lisbela: e o que aconteceu depois?

Cabo: achou pouco foi? O que a senhora queria que acontecesse?

Lisbela: sei lá... muita coisa.

Saem Lisbela e o delegado de cena e entra Léleu.

Léleu: com licença sargento...

Cabo: Cabo, Cabo Citonho.


Léleu: eita que o senhor tem toda pinta de sargento

Cabo: conversa... Estou as ordens.

Léleu: você conhece a filha do delegado?

Cabo: dona Lisbela?

Léleu: sabia que ela tinha bela no nome.

Cabo: a menina é de família e ainda por cima tem um noivo. Não enfie seu cavalinho não se
não você se atola .

Léleu: eu já estou enganchado desde a hora que vi ela de vestido branco e lacinho rosa no
cabelo.

Na praça

Léleu: eu vim lhe devolver esse lacinho que a senhora perdeu lá no parque.

Lisbela: obrigada.

Léleu: Agora a gente já se conhece, quer dizer eu já conhecia a senhora mas a senhora ainda
não me conhecia. A senhora quer ser artista de cinema é?

Lisbela: ah eu não sou nem americana pra ser artista.

Léleu: nunca ouviu falar em artista nacional não é? O bom é que o beijo já vem traduzido.

Lisbela: deixe de ser besta que eu não lhe dei essa ousadia.

Léleu: a senhora é doce como a chuva de caju que cai de repente no calor mais duro de
novembro, linda... Como o vento num pasto bem grande.

Beija ela na bochecha de uma forma lenta e carinhosa

Lisbela: parece que estou ficando doida

Léleu: parece que estou sonhando.

Lisbela: pois já está na hora de acordar. Histórias como a nossa costuma acabar mal. E o que
vai ser da minha vida Léleu?

Léleu: o que a senhora quiser fazer dela.

Lisbela: mas o senhor não sabe que sou noiva?

Léleu: e a senhora ainda vai ter coragem de casar com ele?

Lisbela: e o que você quer que eu faça?

Léleu sai de cena e chega Douglas de bicicleta

Lisbela: meu destino já estava traçado era como apostar em uma roleta viciada.

Douglas: que papo é esse?! Que roleta?

Lisbela: a roleta do amor e você perdeu, Douglas.

Douglas: perdi o quê se eu nem joguei?


Lisbela: pois é, você nem jogou e Léleu apostou todas a fichas e ganhou.

Douglas: e o casamento?

Lisbela: cancela!

Douglas: você tá me trocando por aquele macaco?

Lisbela: a minha vida se encaixa na dele.

Vai embora. Douglas da a volta de bicicleta e encontra Frederico Evandro.

Douglas: podia falar com o senhor

Frederico aponta a arma pra ele.

Douglas: um segundo...

Frederico: estou de férias

Douglas: eu posso pagar muito bem

Frederico: e essa morte como quer? Morte doída, morte lenta, morte ligeira?

Douglas: a mais cara

Frederico: a lenta é mais cara. Diga o nome do finado que é pra eu mandar o telegrama da
viúva.

Douglas: Léleu Antônio da anunciação. Posso pagar a prestação?

Frederico: essa parte que você me deu agora serve como entrada. O resto é duas vezes uma
no enterro e outra na missa de sétimo dia.

Sai ( narrador explica que Léleu ficou sabendo da morte pela boca de _______)

Léleu: preciso daquela vingança que você me prometeu.

Frederico: e o senhor me dizendo que não matava inimigo.

Léleu: nesse caso ou eu mato ou eu morro, quer dizer, o senhor mata e eu corro.

Frederico: aponte o nome do cristão que ele passou a ter dois inimigos.

Léleu: eu sei que o cabra é um corno manso e tem um nome ridículo de cantor de rádio:
Frederico Evandro.

Dá um gole na bebida

Léleu: o senhor conhece?

Frédérico: já ouvi falar... e o senhor tem preferência por algum tipo de morte?

Léleu: do jeito que aquilo é frouxo precisa nem gastar bala, quando souber que vai ser matado
morre antes de susto. Pode dizer pra ele que não vai faltar nada pra sua esposa e quem
garante é Léleu Antônio da Anunciação.

Frederico: o recado já está dado e quem garante é Frederico Evandro mais conhecido como
Vela de Libra .
Aponta a arma para cima, Léleu o olha despreocupado acendendo 3 cigarros de uma vez.

Léleu: ahh é o senhor.

Frederico: pode ir encomendando sua alma ao diabo cabra safado!

Léleu se ajoelha e beija o colar de cruz

Léleu: tanta coisa boa na vida, tanta mulher bonita no mundo e eu aqui morto!

Frederico: não se aperreie não, não vai dar nem tempo de doer o serviço comigo é a jato.

Léleu: tem pressa não moço.

Chega o delegado juntamente com Lisbela e atira pra cima interrompendo Frederico.

Delegado: alto em nome da lei, qual desse aqui tentou seduzir você minha filha?

Lisbela: esse aqui pai. Aponta pra Léleu.

Delegado: isso é que é ser um cabra safado, você está preso por sedução de menores!

Léleu: só se for agora, vamos!

Chega na delegacia

Delegado: Cabo Citonho

Citonho: opa

Delegado: meta esse homem na cela!

Léleu: eu vou andar a cavalo pra precisar de sela ein?

Citonho: a cela que ele tá falando é com cecedilha. Agora fique aí que vou ver francisquinha a
bixinha precisa de minha ajuda .

Sai deixando as chaves na mesa. Léleu escapa.

No Bar Inaura chega.

Frederico: onde você esteve esse tempo todo?

Inaura: eu saí atrás de Léleu

Frederico: pois eu vou lhe sangrar bem devagarinho. Você veio aqui para aumentar minha
raiva

Inaura: eu só vim lhe dizer que Léleu foi pro casamento atrás de um rabo de saia de uma tal de
Lisbela. Viver sem ele é pior do que morrer.

Frederico: se é isso que você quer eu vou fazer o contrário te deixo viva sem ele é faço duas
viúvas pelo preço de uma.

Na igreja aparece o delegado puxando Lisbela pro altar, ela se vira joga o buquê e fala:

Lisbela: vocês todos me perdoem mas eu desisti do casamento

Delegado: a minha filha tá doida varrida

Douglas: tá muito louca Lisbela, muito louca


Lisbela: o amor me chamou pra outro lado e eu fui atrás dele. Aí eu fui e vou toda vez que ele
me chamar vocês me entendem? Léleu...

Eles se abraçam. Aparece Frederico

Delegado: o que é que você quer?

Frederico: você não, que não sou seu parceiro e não lhe dei intimidade

Douglas: tô contigo pro que der e vier meu chapa

Frederico: fala feito homem!

Douglas: tô com o senhor e não largo nem com a moléstia!

Frederico: acho bom que pra eu dar um tiro num é como quem vai ali e já volta.

Delegado: se seu negocio é com esse homem resolva logo o assunto e nos deixe em paz

Lisbela: pai não deixe ele matar o homem de minha vida!

Leleu: Você não disse que ia matar meu maior inimigo?

Frederico:Promessa feita, vou matar o tenente primeiro

Lisbela: Não Léleu, não deixe ele matar o meu pai

Leleu:Mas meu maior inimigo não é ele não, meu maior inimigo é você que tá tentando me
matar

Frederico:Você é um tagarela esperto rapaz!

Leleu: Agora pra cumprir minha palavra você vai ter que se matar!

Frederico: Vou fazer o que você falou porque sou um homem honrado, mas te mato primeiro
porque primeiro jurei acabar com tua raça depois me mato.

Ele se ajoelha e Frederico aponta a arma

Leleu: Tanta coisa nessa vida tanta mulher bonita e eu aqui morrendo de novo

Frederico:Tu geme daqui a pouco lá em cima

Narrador: mas antes que o matador puxe o gatilho surge Lisbela pronta para defender seu
amado, mas antes que ela Atire aparece inaura que puxa o gatilho e Frederico cai mortalmente
ferido.

Leleu: Dona Inaura eu nem sei como lhe agradecer

Inaura:Não precisa, o amor que lhe tenho é de graça. Frederico vivia comigo mas era casado
com a morte. Só eu podia te matar Frederico, só tem eu pra chorar tua morte

Lisbela: eu quero ir embora painha

Douglas: ele vai lhe deixar Lisbela, como fez com todas as outras

Lisbela: eu não me importo, quero queimar minha vida em um fogo muito forte.

Delegado: vá minha filha


Os dois saem correndo

Delegado: vá e seja feliz!

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