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Saúde da Criança

Assistência ao RN - Parte I
Profª. Kelly Coelho

1.1 - Assistência ao recém-nascido (RN)

A assistência ao RN deve ser realizada por profissional capacitado, médico


(preferencialmente pediatra ou neonatologista) ou profissional de enfermagem
(preferencialmente enfermeiro obstétrico/obstetriz ou neonatal), desde o período
imediatamente anterior ao parto até que o RN seja encaminhado ao Alojamento
Conjunto com sua mãe, à Unidade Neonatal ou, no caso de nascimento em quarto
de pré-parto, parto e puerpério (PPP), seja mantido junto da mãe sob a supervisão
da própria equipe profissional responsável pelo PPP (BRASIL, 2017a).

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Cuidados na hora do nascimento

De acordo com as Diretrizes Nacionais de Assistência ao Parto Normal, todos os


locais de parto devem manter os seguintes cuidados:

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Avaliação da vitalidade ao nascer

Para a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP, 2016), as decisões sobre


estabilizar/reanimar dependem da avaliação simultânea da respiração e da
frequência cardíaca. Vejamos, no esquema, essas informações:

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Segundo as Diretrizes Nacionais de Assistência ao Parto Normal, o RN deve ser
avaliado por um neonatologista/pediatra nas seguintes situações (BRASIL, 2017a):

Assistência imediata ao RN

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Condutas na assistência imediata ao RN (BRASIL, 2017a)

Realizar o clampeamento do cordão umbilical entre 1 e 5 minutos ou de forma


fisiológica quando cessar a pulsação, exceto se houver alguma contraindicação em
relação ao cordão ou a necessidade de reanimação neonatal.

Se o RN necessitar de ressuscitação básica, iniciar com ar ambiente.

Minimizar a separação do RN e sua mãe, levando em consideração as circunstâncias


clínicas.
Estimular as mulheres a terem contato pele a pele imediato com a criança logo depois
do nascimento*.
* O contato pele a pele imediatamente depois do nascimento, em temperatura ambiente de 26 °C, reduz o
risco de hipotermia em RNs a termo que nascem com respiração espontânea e não necessitam de
ventilação, desde que cobertos com campos preaquecidos. Nesse momento, pode-se iniciar a amamentação
(BRASIL, 2012a, 2014).

Condutas na assistência imediata ao RN (BRASIL, 2017a)

Cobrir a criança com um campo ou uma toalha morna para mantê-la aquecida
enquanto mantém o contato pele a pele.

Estimular o início precoce do aleitamento materno, idealmente na 1ª hora de vida.

Registrar a circunferência cefálica, a temperatura corporal e o peso depois da 1ª hora


de vida**.

Realizar exame físico inicial para detectar qualquer anormalidade física maior e para
identificar problemas que possam requerer transferência.
** É importante enunciar que alguns estudos apontados por Barros, Dias e Gomes Junior (2018) evidenciam essas
práticas como mediatas, ou seja, que não devem ser realizadas na 1ª hora de vida para não interromper o contato mãe-
bebê.

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Condutas na assistência imediata ao RN (BRASIL, 2017a)

Avaliar o índice de Apgar no 1º e no 5º minuto de vida, rotineiramente.

Assegurar que qualquer exame, intervenção ou tratamento da criança seja realizado


com o consentimento dos pais e em sua presença ou, se isso não for possível, com o
seu conhecimento.

Os RNs exigem observação habilidosa e completa para se adaptarem


satisfatoriamente à vida extrauterina. A avaliação física depois do nascimento pode
ser dividida em quatro fases (HOCKENBERRY; WILSON; RODGERS, 2018):

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Índice de Apgar

Avaliar o Apgar no 1º e no 5º minuto

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Avaliar o Apgar no 1º e no 5º minuto

Classificação do índice de Apgar

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Estuda que a vida muda!

Saúde da Criança
Assistência ao RN - Parte II
Profª. Kelly Coelho

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Outros cuidados da assistência imediata ao RN

Pinçamento e secção do cordão


Administrar a vitamina K;
umbilical;

Profilaxia da oftalmia
Identificação do RN;
neonatal;

Determinar medidas antropométricas depois da 1ª hora do nascimento.

Seguem algumas informações acerca da vitamina K e da profilaxia da oftalmia


neonatal, de acordo com as recomendações das Diretrizes Nacionais de Assistência
ao Parto Normal (BRASIL, 2017a).

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De acordo com as Diretrizes Nacionais de Assistência ao Parto Normal (BRASIL,
2017a), todos os recém-nascidos devem receber vitamina K para a profilaxia da
doença hemorrágica, conforme descrição abaixo:

Se os pais recusarem a administração intramuscular (IM), deve ser oferecida a


administração oral (VO) de vitamina K. Os responsáveis devem ser advertidos de que
esse método deve seguir as recomendações do fabricante e exige múltiplas doses,
vejamos:

Para RNs em aleitamento materno exclusivo, em adição às recomendações


para todos os neonatos, uma dose de 2 mg via oral deve ser administrada entre 4
e 7 semanas depois, por causa dos níveis variáveis e baixos de vitamina K no leite
materno e da produção endógena inadequada.

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Oftalmia neonatal
Seguem algumas profilaxias às quais os profissionais de saúde, principalmente os da
equipe de enfermagem, devem estar atentos, de acordo com algumas literaturas:

O Guia de Atenção à Saúde do Recém-Nascido do Ministério da Saúde


1 (BRASIL, 2014a) recomenda que, para prevenir a oftalmia gonocócica, deve-
se utilizar a profilaxia do método de Credé, que consiste em:

• retirar o vérnix da região ocular com gaze seca ou umedecida com água;

• é contraindicado o uso de soro fisiológico ou de qualquer outra solução salina;

• deve-se afastar as pálpebras e instilar uma gota de nitrato de prata a 1% no


fundo do saco lacrimal inferior de cada olho; em seguida, massagear suavemente
as pálpebras, deslizando-as sobre o globo ocular para fazer com que o nitrato de
prata banhe toda a conjuntiva. Se o nitrato cair fora do globo ocular ou se houver
dúvida, deve-se repetir o procedimento e limpar com gaze seca o excesso que
ficar na pele das pálpebras;

• a profilaxia deve ser realizada na 1ª hora depois do nascimento, tanto no parto


vaginal quanto no cesáreo.

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O Manual de Diretrizes Nacionais de Assistência ao Parto Normal (BRASIL,
2017a) orienta que o tempo de administração da profilaxia da oftalmia
neonatal pode ser ampliado em até 4 horas depois do nascimento. Essa
2 literatura recomenda a utilização da pomada de eritromicina a 0,5% e, como
alternativa, a tetraciclina a 1% para fazer a profilaxia da oftalmia neonatal. O
nitrato de prata a 1% só deve ser utilizado quando não houver
disponibilidade de eritromicina ou tetraciclina.

O Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Atenção Integral às Pessoas


com Infecções Sexualmente Transmissíveis (BRASIL, 2020) orienta que, além
3 do nitrato de prata a 1%, para prevenir a oftalmia neonatal, pode-se utilizar a
tetraciclina a 1% (colírio), com aplicação única, na 1ª hora depois do
nascimento.

Para facilitar seus estudos, confira o esquema abaixo:

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Para facilitar seus estudos, confira o esquema abaixo:

Assistência mediata ao RN
Seguem abaixo as condutas relacionadas à assistência mediata ao RN (BRASIL,
2014a):

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Recém-nascido: conceito e classificação

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Baixo peso ao nascer

Características anatômicas e fisiológicas do RN


(BRASIL, 2012a, 2014a)

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Estuda que a vida muda!

Saúde da Criança
Assistência ao RN - Parte III
Profª. Kelly Coelho

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Icterícia neonatal

Fototerapia

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Seguem as principais recomendações para fototerapia, de acordo com o Guia para
os Profissionais de Saúde sobre Atenção à Saúde do Recém-Nascido (BRASIL, 2014d).

Indicações para a Exsanguineotransfusão


A exsanguineotransfusão é indicada quando houver necessidade de (BRASIL, 2014d):

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Teste do pezinho
Vejamos as principais características e recomendações do teste do pezinho, conforme
disposições do Manual Técnico para Triagem Neonatal Biológica (BRASIL, 2016a):
• Recomenda-se que o período ideal de coleta da primeira
amostra seja entre o 3º e o 5º dia de vida do bebê, devido às
especificidades das doenças diagnosticadas atualmente.
• Punção da face lateral do calcanhar do bebê para obtenção de
amostras de sangue colhidas em papel filtro.
• Obs.: deve ser considerada como uma condição de exceção
toda coleta realizada após o 28º dia de vida, mesmo que não
recomendada, por se tratar de um exame fora do período
neonatal.

O teste do pezinho detecta precocemente seis doenças congênitas:

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Exame do reflexo vermelho (Teste do olhinho)

O Teste do Reflexo Vermelho (TRV), também conhecido como “Teste do Olhinho”, é


um exame capaz de identificar a presença de diversas enfermidades visuais, como
retinopatia da prematuridade, retinoblastoma, catarata congênita, glaucoma,
infecções, traumas do parto e, até mesmo, cegueira (OTTAIANO et al., 2019).

De acordo com o Caderno da Atenção Básica acerca do Crescimento e


Desenvolvimento da Saúde da Criança, o TRV deve ser realizado na penumbra
(para a pupila ficar mais dilatada), com o oftalmoscópio colocado,
aproximadamente, de 5 a 10 cm de distância dos olhos da criança (o importante é
que o oftalmoscópio ilumine os dois olhos simultaneamente), para se observar o
reflexo vermelho nos dois olhos.

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Se for notado um reflexo diferente entre os olhos ou a presença de opacidade, a
criança deverá ser avaliada por um oftalmologista com urgência, pois pode ser que
apresente as seguintes enfermidades: catarata congênita, retinoblastoma ou
retinopatia da prematuridade (BRASIL, 2012a).

Triagem auditiva neonatal (Teste da orelhinha)


Deve ser organizada em duas etapas (teste e reteste) no primeiro mês de vida. A
presença ou a ausência de indicadores de risco para a deficiência auditiva (IRDA)
deve orientar o protocolo a ser utilizado:

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Teste da oximetria de pulso (Teste do coraçãozinho)

De acordo com a Portaria do Ministério da Saúde (MS) nº 20/2014, deve-se aferir a


oximetria de pulso (teste do coraçãozinho) em todo recém-nascido aparentemente
saudável com idade gestacional > 34 semanas, antes da alta da unidade neonatal
(BRASIL, 2014e).

Local de aferição: no membro superior direito (MSD) e em um dos membros


inferiores (MI). Para que a aferição seja adequada, é necessário que o RN esteja
com as extremidades aquecidas, e o monitor evidencie uma onda de traçado
homogêneo.

Momento de aferição: entre 24 e 48 horas de vida, antes da alta hospitalar.

O resultado do exame pode ser da seguinte forma:

Observação: Nos casos em que é necessária a realização do ecocardiograma, o


profissional de saúde não deve dar alta ao RN até que o diagnóstico esteja
esclarecido (BRASIL, 2018b).

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Triagem do frênulo lingual (Teste da linguinha)

A Nota Técnica do Ministério da Saúde nº 09 de 2016 informa que a Triagem do


Frênulo Lingual (teste da linguinha) tem o objetivo de identificar a anquiloglossia
(frênulo lingual curto) e deve ser realizado antes da alta hospitalar (entre 24 e 48
horas de vida do RN) (BRASIL, 2016c).

Prevenção de morte súbita em recém-nascidos


A síndrome da morte súbita do lactente (SMSL) é caracterizada como a morte
súbita de crianças < 1 ano de idade durante o sono e que permanece inexplicada
depois de extensa investigação.

Vários mecanismos fisiopatológicos são sugeridos como causa da SMSL e não há um


esclarecimento sobre os fatores associados.

Provavelmente, tem origem multifatorial, como: as condições do ambiente no qual


o lactente dorme, a posição para dormir, os cuidados pré-natais tardios ou
inexistentes, a prematuridade e/ou o baixo peso, entre outros.
No entanto, pesquisas indicam a posição ventral durante o sono como o principal
fator de risco; por isso, a posição supina para o RN é a única recomendada pelo
Ministério da Saúde no Brasil (BEZERRA et al., 2015; BRASIL, 2014a).

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