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Norberto BO ba sVeeyetel rl! fiat 1 / nie SOL aT eb Ti 3 ee ( ne ge F & 7h] I ui 1 ' 1 neice f 1 ant meit \ I acid: ; } : incidir com 1 » termo liberdade na lir t © que ambas rmitido, olhando bem, é aquela na qual cada um age E voltar a dizer que, agindo n i los outros, mas por nds mesm a, dizer que um ind: IM grupo no obedece Yi as. si mesmo significa que esse ind rmir arece-me muito significat c liberdade natural delineado por Locke atureza, diz que o estado de natureza “é Perfeita liberdade para regular as préprias agSes € dispo: Drop as como se acreditar fosse « ei sem pedir permissio ou de guem m \ partir das duas frases. que alibe © auséncia de vinculos (“agir como ; ncide com a liberdade como autode e u tade de ninguém mais ) : a le liberdade como autode tre de eral ¢ doutrina demoeritica lad; inte modo: a primeira tende a amplisr ™, restringindo 20 maximo pos. fazer tudo aquilo que as leis permite fazer eu é aque € fontesquieu existar a Mi es existam, € que existam meigs suf Jos. A liberdade ¢ 0 bem. le dos limites do Pox Ye é0 direito de fundamental pars limit que certos limites jam obser tudo aquilo q que pode fazer tuc ian f om que st para fazer com que sents ; desses Be eat no capitulo VIII, do | i Xe TO I, do ¢ nl do Doe. a A of i ae do civil, ao contrario escreve sbedi o civil, a itulade Do estad ee pe i Ee mesmos nos prescrevemos é libe a ‘ara Rousse, robe 5 d er 6 le da formagao da vontade geral: , s Jena fundamental é aquele da formaga ; ral ag, Be eral el e os cidadaos déem leis a si me ; liberdade possivel no Estado € que c ~ Aliverdide coincide nio com a autodeterminacio individual, mascot a autodeterminagao coletiva. ; ee: Quem captou exatamente a distingdo entre os dois st liberdiade foi Benjamin Constant, ainda que com uma trar SPOsicao hig fours srpitriria tenha chamado a primeira de “liberdade dos mode, nos’ ¢ a segunda de “liberdade dos antigos", e, com uma ay aliacao gis hoje julgariamos pouco aceitavel, tenha exaltado a Primeira para des. 4 merecer a segunda. Ele contrapée a liberdade como $020 privado, ye liberdade individual, como Propriamente a denomina, a liberdade como Pe rey erect politico, tart aliberdade coletive ‘O fim dos antigos — escreve ele — €ra a division do { cidadgos de uma mesina patria: era ’ de. O fim dos mode iFicados d poder social entre todos os 4 Isto que eles chamavam liberda ant, 2 #uFaNGa dos gozos privadow » eles cha- 88 pelas instituicges a d (‘mam liberdade as garantias acor acl Ele combate Rousseau ¢ Mably, esses gozos” 5 ‘ocado a autoridade do , Sendo a independéncia » N40 € preciso pedir-Ihes que Sutras, €pocas a EO meio mais 6 hoe i a ‘ tec Mseguido, nao T Discorsa Baneado poy ti co dla beri, cap nos interessa aqui a ideologia liberal de Constant: interessa-nos Ni o fato deg enha mostrado com uma precisio até entio ¢ ue ele t liferenga entre os dois modos distintos de se entender a nhe aherade na linguagem politica, de modo que depois dele a confusto Hpsty mais rara, Antes no era assim; um exemple bastante conspico tom, confusio encontra-se na obra palitica de Kant. © objetivo das precisamente colocar em evidéncia que Kant se aainas seguintes ¢ ambos os conceitos de liberdade, sem contudo jamais distingui vale dea wiCsaramente; ¢ a0 levar a crer, através de definicio ex plicita, que les ga o terme liberdade no sentido rousseauniano Beenie oF se perceba com clareza jutodeterminagao coletiva, ndo permite que herdade por ele invocada ¢ elevada a fim da convivéncia politica que ali 1 liberdade individual gi iberdade como nao-impedimento, olitica kantiana 3. A principal dificuldade na interpretagao da teoriaf consiste, aomeu ver, na diferenca entre a definics explicita e a defini 2 mplicita de liberdade juridica, ou seja, entre 4 Jefinigho que o & 1e o intérprete pode = gio it proprio Kant a aquela 4} deduzir do signi divergéncia entre presenta aos seus leitores ¢ ficado global da sua teoria, Ur jo literal ¢ a inter poderia falar de a interpreta pretacio segundo 0 espirito ou a intencio Em uma nota do opiscule ‘omo tal, ext Jade de fazer tudo aquilo que se quer ). Melhor é definir a minha de nao obedecer a e dar a minha Per la pace perpetua, Kant escreve: “A ina) nao pode ser definida, como se liberdade juridica (¢ « nte, como a faculc 4 injustica a ninguém ( a) como a faculdade faz ordinariame desde que nao trag: liberdade externa (isto as senao 3 6, juridic squelas 3s quais eu pud que se encontra em uma passa~ | fala da “liberdade legal”, defi lei senao aquela & outras leis extern: Nao é diferente a definigio na qua edecer a outra § Bosas definicdes ndo dio uridica” 0 poder de dar anuéncia nem da Metafisica dei costumi, ndo-a como “a faculdade de ndo ob Jo cidaddo} deu 0 seu consenso” qual ele jugar a equivocos: Kant entende por "liberdade j faz coincidir 0 significado de coletivamente | ‘liberdade” com “ tada, negando que de de fazer tudo aquilo que leis a si mesmos, isto é, “autonomia politica”. Alids, na primeira passagem ci- por liberdade juridica se possa entender “a faculda- se quer desde que nao traga injustiga @ storia ¢ del dirio, 19 € ex alguns tere a volume Serit pottict ¢ di io fovam comparadas com 0 texto alem wy teato original. A passagem > qual © Ure os pawagens By ¢ GN. 7. Tedac as citaghes dle 1956, reimp. peg 4 presente nota esté m3 p 8 Ibid, p. $00. APets bn dt £ a OAL re? faro que tal pedido Ihe seja feito). Kant repete esse conceito tos lugares. A formulagio mais clara talvez se han xr gio Sopra il detto comune: questo puo essere giusto in teoria, ma enippor la pratica (Sobre a expressio comurn: isto pode ser corrto em moria, mas nio vale na prética) (1793): “Isso (ou seja, 0 contrato origi fal) € a0 contrério, uma simples idéia da razdo, mas que ameencs ray 2 sua realidade (prética): essa sua realidade consiste em obrigar cada legislador a fazer leis como se derivassem da vontade coi quela que se 1é no &f&y ada stidito, porque quer ser cidadio, fodo um povo, e em considerar al vontade”.!? Esse nN como se lhe tivesse dado 0 seu consenso a uma Ve contrato originario é pura € simplesmente um critério para distinguir o bom Estado do mau Estado; nao implica, ao contrario, qualquer cons s téc eo quéncia pratica com relagao as instituigdes a serem adotadas o nicas politicas a serem empregadas. Desde 0 ensaio Risposta alla domanda: che cosa é U'illwminismo? (1784) (Resposta & pergunta: o que é oiluminismo?), anterior em uma década as obras até agora menciona- das, Kant apresentara o problema da liberdade entendida no sentido de autonomia nao como exigéncia de reforma das instituigdes, mas como critério abstrato de distincao entre a boa forma e ama forma de gover- no, nestes termos: “O termo de comparagao daquilo que pode ser im- posto a um povo como lei esté na questao: um povo poderia impor a si e228 mesmo uma tal lei?”.!? Se denominamos democratico aquele Estado no qual o principio da autonomia é aplicado através de certas instituigses caracteristicas, come, | por exemplo, um parlamento eletivo, o Estado ideal de Kant, no qual o consenso € apenas um critério ideal de distingdo entre boas leis € leis més, nao é necessariamente um Estado democratico. De resto, ele de- nomina forma boa, isto é, aquela inspirada na idéia do contrato origina- sora do consenso, nio a democracia, mas a replica, e mé forma, © despotismo. Ademais, uma vez que. consenso nao é um fato : institucional, mas apenas uma ficgao ideal (recordemos 0 “como se” da frase anteriormente citada), nao é necessario para Kant que o Estado y, ‘ republicano seja de fato uma reptiblica. Também uma monarquia pode. ser um Estado republicano (isto ¢, nio-despético), “quando o Estado. for administrado sob a unidade do monarca em base Aquelas mesmas \ 6 * leis que 0 povo daria a si mesmo segundo principios de direito univer- © Logo a seguir Kant proclama que é “dever dos monarcas, mesmo ) SSeS Pe eF eg a, es ieee eee ee 12.1. KANT, Serint, cit., p. 262. a ibid, p. 145. id meglio (1798), ibid. 4 Een penagem pode ser lida no texto Se il genere ummano sia in costae progrest9 72? meglio (1798). ibid. | 4Q7 p22. \s07_ j : j 0s] se autocriticos”, governar de forma republicana, € especifica que fi ma republicana nao deve ser confundida com a forma democréyi” como de resto explicara a contento em uma passagem da Pace Derpe tua.'* Eo que significa “governar de forma republicana °? Significa ex. famente “tratar 0 povo segundo principios conformes ao spirit da leis de liberdade (isto é, aqueles que um povo de madura 8280 pres. creveria ele proprio), mesmo que, ao pé da letra, a esse povo Nad sejg pedido o seu co: Significa, em suma, conservar 6 mais rgide Fespeito ao principio (ideal) da liberdade como autonomia, ainds que esse respeite nao esteja afinal destinado a ser confirmado pela efetivg aprovacao dos cidadaos, através de uma eleigdo popular. De resto, Kant, no que se refere 4 extensio do sufragio, nunca foi além da comum doutrina liberal moderada do Seu tempo: ao considerar como Tequisito Para a atribuicdo dos direitos politicos a independéncia econdmica, ex. cluia do direito de voto —e, portanto da categoria dos cidadaos — », eperarii, ou seja, os assalariados, os trabalhadores subordinados, aque. les, portanto, que desenvolviam uma atividade regulada por um contra- to de locatio operarum.' >. Se, como vimos, a definicao explicita que Kant da para a liberda- de juridica faz referéncia a liberdade rousseauniana ou democratica, ou dos antigos (segundo Constant), outra é a definigdo implicita que se infere do conjunto do seu sistema. Tentarei provar essa assercao através do exame da definicao do direito (a), do fim do Estado (b) e da con- cepgao de progresso histérico (9 4) Que 0 direito seja, segundo a célebre definicao, “o conjunto das condigses por meio das quais 0 arbitrio de uma Pessoa pode ser acorda- do com 0 arbitrio de outra Pessoa segundo uma lei universal de |; iberda- de®, * significa que o objetivo da legislagao juridica ou externa, distinta da legislac3o moral ou interna, 6 sarantir, recorrendo, se necessério, 1S. Mer sx tbe, p 16 Ubud, pp. 22' 17 Kaos trata monet pe. 260 SOT e® Sepa to cnt « na Mea det conn. emp Rwamente Sens cit, pp. 260 ¢ S01 18 nd.» 407 ge fato, explicando logo em seguida a de ‘a minha aco, ou, em ger Kherdade de todos os outros mnente para comigo aquele qui {essa Fesisténcia) nao pode subsistir com Nersais”-!” © conceito de liberdac mains fis to, Kant acrescenta "Se lo anew Estado, pode subsist com a segundo uma lei universal, agira injusta- ¢ mo impedir; porque esse impedimento 5 ont ib tdade segundo leis uni- ica que se infere da definigio quele do poder de part ‘a c do {aliberdade coletiva, mas sim da faculdade de agit cemartct sa sia agir sem ser obstaculizado ‘Po direito jf nio €, portant, Dode-se obter confirmagio se Pode nt raga e Ja na teoria da coagao, seja na teori: do “meu e teu” externos (ou da posse). N oeniateate on 40 or ( Posse). Na passagem que Kant dedica go problema da coagéo, a palavra “liberdade” reincide intimeras vex : as veres, do aquilo que ¢ injusto é um impedimento a libe Tado aquilo q j mpedimento a liberdade, uma vez que ela est submetida a leis universais, ¢ a coagio é ela mesma um impedi spento ou uma resistencia que se faz a liberdade. Como conseqiiéncia, quando um certo uso da liberdade mesma ¢ impedimento a liberdade segundo leis universais (vale dizer, ¢ injusto), entdo a coacdo oposta a tal uso, enquanto constitui o impedimento de wm impedimento feito a liberdade, concilia-se com a liberdade mesma s , con ndo leis gerais, isto & €justo”.2° Kant quer explicar que direito e coacio nao so incompa- tiveis, porque se é verdade que a coagio é um ato de iliberdade, esta, enquanto destinada a repelir aquele ato de iliber le, que € a invasao ilegitima na esfera de liberdacle de outrem, restabelece a liberdade pr- mitiva (a negacao da negagao € uma afirmagio). Ora, em todo esse contexto a palavra “liberdade” é usada no sentido de faculdade de agir nao-impedidos. Experimentemos substitui-la pelas palavras com que Kant definiu a liberdade juridica nas passagens citadas no paragrafo 3 _ "faculdade de nao obedecer a outras leis externas sendo aquelas as quais eu pude dar a minha anuéncia” —, e a passagem toda deixara de ter sentido. Se quisermos atribuir-Ihe um sentido, sera necessario dar a palavra “liberdade” justamente aquele significado que Kant, ao apre- sentar a sua definigao explicita, descartara, isto é, entender a liberdade como “a faculdade de fazer tudo aquilo que se quer desde que nio traga injustiga a ninguém”. O problema fundamental do direito privado é para Kant aquele de estabelecer o que se deve entender por “meu e teu” externos. No inicio do tratado sobre o direito encontramos a seguinte definigao: “O meu juridico (meum juris) € aquele ao qual estou de tal maneira ligado que 19. Ibid. O nilico € mew. 20.Ibid., p. 408, j . r i & 2 Se ewe Te b r s ser feliz a seu modo (...) igor ; mas cada wm pode buscar a sua Jo caminho que ¢ pelo caminho 4) ai he parece bom, desde que nio traga pre berdade do: stros de tender para o mesmo objetivo, de modo s liberdace possa coexistir com a liberdade de todos os outros ul iz ave rado wma possivel lei universal (...)".2* O melhor comentario a ess Svrapesicio entre felicidade e liberdade ¢ a seguinte passagemy 9 lus publica suprema civ is lex est permanece em sua imu e autoridade; mas a saiide publica, que deve ser levada ynsideragio acima de tudo, & precisamente aquela constitu garante a cada um a sua liberdade 1 legal que ediante a lei; com isto, toma-se licito a cada um buscar a sua felicidade por aquele caminho eca.o melhor, desde que nio viole a liberdade geral confor ne a lei, € portanto o direito dos outros stiditos consociados”.> Nao a de que a liberdade que a constituicio legal garante a cada resta ch um mediante a lei, € que constitui a condigio formal em base a qual cada um pode perseguit a prépria felicidade pelo caminho que conside re melhor, seja aquela liberdade que Constant denominava “privada para contrap-la 3 liberdade “publica” de Rousseau. Também nesta pas. sagem, quem quisesse substituir o conceito de liberdade expresso pelo conceito de autonomia coletiva (no sentido rousseauniano) privaria a frase de qualquer significado. Quando Kant afirma que ma lex) do Estado é » fim (a supre liberdade, entende dizer a liberdade individual, ou, para user uma contraposicio jé conhecida, a liberdade a partir do Estado, endo mais a liberdade no Estado, Para uma ulterior confirma- cdo, considere-se a passagem do ensaio Risposta alla domanda: che cos’é Villuminismo?, na qual é proclamada a necessidade da liberdade de critica a fim de que os homens possam sair do estado de menorida- de. Kant escreve: “Mas este iluminismo de nada necessita além da li berdade, ¢ da mais inofensiva de todas as liberdades, ou seja, aquela de fazer uso piiblico da propria razio em todos os carmpos”.2° Aqui “liber- dade” é utilizada no sentido tradicional dos direitos de liberdade, que sio precisamente os direitos de nao sermos obstaculizados, neste ou naquele campo da prépria atividade, pela constituicio estatal. 7.¢) A filosofia da historia de Kant é dominada pela idéia de que o Progresso da espécie humana, como de resto de qualquer outra espécie animal, consiste no pleno desenvolvimento das faculdades naturais dos individuos que a compdem; € que o meio do qual a natureza se serve 24 Ihnd, p. 255, thd , pp, 26; 26 Mid. p. 143. ntagonismo na socic e desenvolvimento ¢ 0 seu a cai CA EPA *, PR AE \\ ei condigao” dle validade SOMO sUNtenta Kekken, que mantéem \ isting catre ke » (ALE Ross), ividladle em oposicia % Ko A doutrind reall ou se seria apenas waists cdo di fegitit has esti Avencidos ca sua lexiti y mais que Weber no tenha Xpresnamente o tema da relaglo entre legitimidade ¢ efetivida to a efetivicace egitim qua continul daquele particular grupo politico que ¢0 Estado, miomenn Jegitimidade uma consegiiencia da eter istdvatoaeeanaae ram a efetividade como uma condigio ¢ tinkide ne ee iniewe sae considerado'um sustentador da tere segundo « cual efetividade-¢ consequéneia ca legitimidade. Para undaunted Bare “a De aibiedtedeenanstectvidadie, k BeNialehs de Exndo colt rmenceniie Sa eseattarcomplets, Se: Web erucconidern:nectsetriaivg wie dominio; aquela continuidade sem a qual néo se poderia distinguirum bando de malfeitores de um Estado. Ou entdo, quando escreve que por Estado se deve entender uma empresa instituctonal de cariter poleter com sucesso” (erfe na qual o aparato administrative leva aciante { ica iio da coergio Hesica legitina, greich)® uma pretensio de mono} claro que o “sucesso” & coloca da validade da pretensio, mas como consequéncia a ser verificada posteriormente previsivel de ser essa pretensio legitima, Em outras palavras, ¢ esquematicamente, nenhuma ordem torna-se legitima pelo simples fato de ser efetiva, isto ¢, obediéncia, mas, a0 « cgitimidade do poder que a constituiu € continua a sustentécta © principio de efetividade funda-se exclusiva (habitual) das regras, considerada isfaz) 0 principio de legitimida de durar como ordem coativa que Conquista a ‘ontrario, uma ordem s6 ¢ efetiva se pode contar com al com seus comandos mente na constatagio da observancia como um fato externo, ¢ com eli se sat de, ao contrario, requer que 4 observineia externa seja por sua ver explicada fazendo referéncia a um ato interno do observante, o qual 42.N. BOBBO, 1970, pp. 91-92. 43 Wirtschaft wud Gesellre Sul principio dl teat in Studi per wn seoria generale del dirite, Giapy J974 « 1980, vol. 1p. SM) Xb : 5 YRO WES AV AICT ERA freit, vol Ip 29 stark TRPVECE LMP ne anal e do carismaticn, © aque legal se distingue do tradic Saas ordinario, na qual 0 F oder legal, que ' Jindrio e impessoal, ¢ com ordinirio ¢ extra Rimeint “4 tradicional ¢ do legal. O mente, € a0 mesmo tempo orc onal por uma das duas caracteristicas gue do tradicic 1 disting 9) por ambas, Mas o trago que , Sea fe, consequieéncia carismatico, é a impessoalidade de legitimidade que sustenta essa forma de lidade, vale dizer, 0 principio segundo 0 q srma de poder ¢0 pi al se acredita ¢, como tal, habitualmente obedecido, apenas o poder que seja exer do em conformidade com as leis estabelecida ear Para Weber, como ¢ sabido, tipo mais puro de poder lexal¢ aque que se vale de um aparato burocritico, definido como “« sna] mais racional de exercicio do poder”, xis relevante de poder exercido em conformid V plo as lei: istorico n a eestabelecidas. A primeira observacao ser feita s ificagio do poder legal com 0 Estado burocriti propési » € que a ide ‘ aminhadora de outro, dese: co € exclarecedora de um lado, ¢ desen caminhadora porque limitadora. No Estado moderno, 0 processo de bém 0 poder politico propria { legalizagao do poder investiu ente dito (isto é, governo ¢ parlamento), aquele poder politico que os tesri cos das monarquias bsolutistas definiram legibus solutusO processo de legalizagao dos poderes inferiores (com fungio administrativa), que representa uma primeira fase da formagio do Estado moderno (buro. critico, mas nao constitucional), compreende também © processo d constitucionalizagao a ser defini pod Jo como 0 processo de legalizagio dos es superiores, do poder propriamente politico. Em um dos tantes sentidos de “Estado de direito’, o Estado moderno no qu de legalizacao dos poderes inferiores e superiore bém poderia ser considerado um Estado de acepgao na qual Weber toma a expressio * entende o Estado cara nistrativo,”® isto &, al © processo es completou-se tam- direito, Mas na particular ‘Estado de direito”, terizado por um sistema regulativs por uma ordem que no regula o a eo ae @ tornar possivel um livre agir de grupo, o E © pelo poder legal néo é um Estado de direito, ainds ; chamado de Estado constitucional sempre que g ional coe Seja assegurada em todos os niveis, mesmo os mais altos, “a pela qual ‘© endo admi git de grupo, mas stado caracteriza- 203), ‘ep. S068) et sercriado ¢ transformado mediante uma dete 5 Se | fermaimente correto [formal korrekr|” © Podermaee wen de mode Ne P Passagem, “racionalmente estabelecidas fey teas leis, foi substituida na segunda passagem pela ox io cla expres: sO, sempre Mitender 0 nexo entre “legalidade” do poder ¢ a iidade* € 4 sua “racionalidade”, . nexo nada fécil de compreender porque, enquantoo se fo texto weberiano univoco, © mesmo nio se pode dis ae sete . 4, s loathe feferente a leis, “formalmente correta O que pore ol “razio”, ¢ Pry rtanto de “racional” e de “racionalidade’ ee ; nalidade”, termos diante dos qusis, na auséncia de especificagées, é preciso indagar sempre oe Be abc furs alicd stbstarncsl, de sa eset Bie vo ou segundo 0 valor." Quando Weber escreve maT EN “igs erento scepras racionalmente-estabelecicac’ een Rigs nee contexto “racional”? Significa formalmente r forall ng mente racional? Apreendemos de uma passayem importante, mas ac ns dentada, da sociologia weberiana do direito que, combinando as di mis dicotomias, formal-material ¢ racional-irracional, os tipos juadics My correspondentes, alids, a diferentes fases hist6ricas do “desenvolvime: hay, to” do direito, sio quatro: formal-irracional, préprio das socie: : primitivas, material-irracional, caracteristico das ordens nao-formaliza- Hq das nas quais 0 juizo € estabclecido caso a caso, formal-racional, no qual dy *as caracterfsticas juridicamente relevantes podem ser individuadas atra- Mig, VES de uma interpretagao Idgica, dando lugar a formagao e a aplicagao, de conceitos juridicos definidos em forma de regras rigorosamente abs- 4, tratas”,“ e, por fim, material-racional, caracterizado pelo fato de que G asdecisbes sio tomadas com base em normas distintas daquelas jurid- : les a, cas positivas (como seria 0 caso de um juizo com base no direito natu- ral). O fato de que a expressao da primeira passagem, “regras racional- ja substituida na segunda pela expresso “fore agao da & mente estabelecidas”, 5 i — inalmente corretas” nao deixa espaco a dividas sobre a identific # — racionalidade caracteristica do poder legal com a racionalidade pura- mente formal. O que significa essa identificagao da racionalidade pré- } ria do poder legal com 2 racionalidade formal? Significa que © poder legal pode ser dito racional nao porque tenda a realizagao de certos sur Wissenschaftslehre, p. lerrschafi, cit., p. 1, agora em Gesammette Aujeitze es (cf. aa 1, vol. il, p. 258, suprimida nas reimpressies sexu 62. Die drei Typem der legitimen Hi 475 (ed. it: in Economia ¢ societa, 196) republicagio cit., a nota 17, pp. 102-3) 83. he dats tizorospns pareceny ora coincidir,or4 elo, de modo que os ipos de reconalidede sear FeAl formal repando o objetivo, formal segundo o valor, material argundo o cbjtivo € material segundo 0 valor erage PC HLUCHTER, Die Entwicklung des okzidentalen Rationaltomas, cit. p. 194 (e414: 238) 64 Wich und Gealchaf cit, val, p. 396 (ed. it: 1974, vol TI, p. 16; ed, its 1980, vo. IN 16) imate racional duas formas de Estado, entre siantitaticadl rentes ambas No antepor a justica material 4 justica tore Rocratico € 0 Estado democritico, duas { as conve! a Formal: © Est oS formas de Estado, passado, outra do futuro, que Weber nio aprecia, Li cae ne A onde o direito se Para em critérios de racionalidade material nde € posenal {a senio a do,cidi propria tanto dos regimes teacriticos quny st fegimes populares (como a democracia direta dos ateniensee) deny {yf gs tendiencias de uma democracia soberana encontram-se com eto os toritérias da teocracia e do principado patriarcal aie Uma vez reconhecida a reducio do poder legal a poder formal te racional, esse tipo ideal de poder, no qual as duas categoria i legitimidade © da legalidade — se sobrepsem e se confundemn wan com 2 outra, ergue-se com relacdo a0 uso dessas mesmas categorine na tradicao do pensamento politico uma dificuldade, jé muitas vezes le. vantada, que nao é encontrada nos outros dois tipos de poder legitime Na tradigéo, legitimidade e legalidade sio dois conceitos distintos, como demonstra a distingao escolistica entre 0 tirano ex defectu tituli m uma €o tirano ex parte exercitii. O primeira € 0 principe ilegitimo, que ndo tem titulo para governar, o segundo € o principe que exerce ilegalmente, isto 6, contra leges, 0 proprio poder. A legitimidade diz. respeito 4 titularidade do poder, a legalidade, ao seu exercicio. As duas categorias sio tao distintas que um principe pode exercer legalmente o poder sem ser legitimo, um outro pode ser legitimo ¢ exercer ilegalmente o poder. Ao contrario, o poder legal de Weber conquistaria a propria legitimida- de pelo simples fato de agir dentro das leis estabelecidas. Mas basta a conformidade da acao dos detentores do poder as leis estabelecidas para fundar a legitimidade, independentemente de qualquer juizo so- bre o fundamento ou sobre a origem das leis? \Em outras palavras, a pura racionalidade formal, a qual se reduz o principio de legalidade que caracteriza o terceiro tipo de poder legitimo, é um critério auto-sufi- ciente como o carisma e a tradicdo, ou remete a um principio ulterior que nao pode ser sendo material? O proprio Weber percebe essa difi- culdade na primeira vez que enfrenta o tema da legitimidade das or- dens. Ali, depois de ter afirmado que a uma ordem pode ser atribuido um cardter de legitimidade em virtude da tradigao ou em virtude de uma crenga afetiva, faz a distingao entre a legitimidade em virtude de umactenga racional com relagao ao valor, que éa validade “daquilo que 67. A.comegar por Carl Schmitt, retomado e refutado por J. WINCKELMANN, Legitimitdt und Legalinat, it P-57. Ver resumno da controvérsia in W. MOMMSEN, Max Weber. Gesellschaft, Politik nd Geshichte, it. pp 54 em diante. » AN GE COVE

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