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2.

REVISÃO DA LITERATURA

2.1 DEFINIÇÃO DE ÁGUA

A água não é apenas um líquido formado por duas moléculas de


hidrogênio e uma de oxigênio (H2O), ela é uma riqueza natural indispensável à vida
na Terra. A água está presente em todos os lugares, na atmosfera, no solo, nos
alimentos e nos organismos. O nosso corpo, por exemplo, é formado por cerca de
70% de água que é uma fonte finita, limitável e não renovável sendo responsável por
vários problemas ambientais.
Por muito tempo a água foi considerada como um recurso infinito, que
poderia ser usado sem qualquer preocupação para lavar louças, tomar banhos longos
ou para matar a nossa sede e de todos os animais. Mas hoje sabemos que a água doce
pode se tornar imprópria para o nosso consumo devido à poluição e até mesmo
acabar por causa do desperdício. (Sabesp, 2006).

Figura 1
Fonte: Almanaque da Água. Sabesp, 2006 p. 21
Com relação ao planeta, desde 1900 houve uma quadruplicação da
população mundial, mas o consumo de água quase decuplicou no mesmo período
(CARVALHO & OLIVEIRA, 2006).
A recomendação da ONU é que o consumo médio/habitante seja de 50
litros de água. Infelizmente, a cultura do desperdício vivido diariamente em “países
desenvolvidos” é muito grande. Para finalizar a ideia, o consumo gira em torno de
400 litros/dia por habitante.

2.1.1 RAZÕES PARA SE CUIDAR DA ÁGUA

Segundo GIOMETT & CARVALHO (2006) as razões para se cuidar da


água são:
1. Temos pouca água potável (boa para beber) disponível no mundo,
cerca de 1%, sendo que o restante está nos polos na forma de gelo (2%), e nos mares
e oceanos (97%) como água salgada.
2. Nem sempre os lugares onde moram mais pessoas são os que têm
maior disponibilidade de água. No Brasil, por exemplo, 80% da água estão na
Amazônia onde mora apenas 5% da população, enquanto que em São Paulo, que
concentra 30% da população nacional, existem apenas 1,6% de água disponível.
3. A população da Terra não para de crescer enquanto que a quantidade
de água para abastecer toda essa gente continua a mesma.
4. Para agravar a situação, o consumo de água tem crescido mais do que
a população, isto porque o desenvolvimento das cidades proporcionou o
aparecimento de mais indústrias, de mais plantações irrigadas e um maior número de
residências com água encanada.
5. Com o crescimento das cidades e da população os rios têm sido cada
vez mais poluídos pelo lixo e esgoto das casas, resíduos das indústrias e produtos
químicos usados indevidamente nas plantações.
2.1.2 O CICLO DA ÁGUA

Como já foi dito, a quantidade de água no planeta é finita, ou seja, não há


a produção de mais água, o que acontece é a transição dessa mesma quantidade de
água de um estado para o outro. Na natureza, a água se apresenta em três estados
físicos: sólido (gelo), líquido (mares, rios e lagos) e gasoso (vapor d’água e nuvens) e
o processo que ela faz para mudar de um estado para o outro é chamado de ciclo da
água. (GIOMETT & CARVALHO, 2006).

Figura 2
Fonte: Associação Brasileira de Educação Agrícola Superior. O Caminho das Águas,
1998.

2.2 – CULTURA DO CONSUMISMO


Hoje consumimos seis vezes mais água doce do que em 1900. Há estudos
(DUKE, 2003) que o consumo aumentará pelo menos em 50% até 2025.
Já relatamos neste trabalho que o Brasil possui cerca de 12% da água
doce do mundo. Temos condições favoráveis de chuvas, diferentes de muitas regiões
no mundo. Com dimensão continental, o Brasil possui cerca de 8.547.403 km2, sendo
que as regiões do centro oeste (pantanal) e o norte (bacia amazônica) concentram a
maior quantidade de água doce. Seguidas pelas regiões sul e sudeste. Já o nordeste,
sofre constantemente com a falta d’água.
Dentro deste contexto, podemos afirmar que grande parte da nossa
população, dispõe do acesso à água.
Vivemos em uma sociedade cada vez mais consumista, que necessita
constantemente de novos produtos, novas roupas, novos carros e assim por diante.
Infelizmente, somos bombardeados diariamente com uma enxurrada de ideias, ou
seja, por meio dos canais de comunicação, somos exortados a seguir a seguinte
doutrina “COMPRE, VOCÊ PRECISA”.
Não percebemos que tudo o que fabricamos, compramos, jogamos fora,
estão embutidos grandes quantidades de litros d’água.
Estamos morando dentro das grandes metrópoles, cada vez mais pertos
uns dos outros. Fazemos “amizades virtuais”, mas, estamos perdendo a sensibilidade
do convívio real, interpessoal.
No caminho da descrição acima, não nos preocupamos com o outro.
Quando lavamos o nosso carro, o quintal, no demorar no banho, nunca passou pela
nossa mente uma pergunta? “Estou utilizando essa quantidade excessiva de água para
está finalidade (ex: lavar o carro), mas há pessoas que neste momento não tem água
nem para beber”? Sabemos da resposta, mas seguindo a nossa lógica consumista,
apagamos tal questionamento e seguimos em frente.
Temos total consciência da abundancia de água que temos em território
nacional. Com exceção daqueles que sofrem com a falta d’água (citamos o sertão
semiárido).
O sofrimento do povo nordestino com a falta d’água é extremo e de longa
data, a exemplo disto (RAMOS, 1938), escreveu na obra Vidas Secas:
“Fabiano e família encontram uma fazenda completamente abandonada.
Surge a intenção de se fixar por ali. Baleia aparece com um preá entre os
dentes, causando grande alegria aos seus donos. Haveria comida.
Descendo ao bebedouro dos animais, em meio à lama, Fabiano consegue
água. Há uma alegria em seu coração, novos ventos parecem soprar para a
sua família. Pensa em Seu Tomás da bolandeira.  Pensa na mulher e nos
filhos”.
Com base no texto citado, podemos entender as dificuldades e misérias
extremas causadas pela ausência da água no sertão nordestino, que tem perdurado até
os dias atuais.

2.3 – A COBRANÇA PELO USO DA ÁGUA


Segundo (GREGÓRIO, 2008) a cobrança pelo uso da água é um
mecanismo educador, que reconhece a água como bem econômico e dá ao usuário
uma indicação de seu real valor, incentivando a racionalização.
Com a chegada da industrialização no Brasil, houve uma imensa
necessidade do consumo da água nos ramos comerciais e industriais (incluindo a
agroindústria).
Segundo (ENCINAS, 2004), hoje, metade da população mundial (mais
de 03 bilhões de pessoas) enfrenta problemas de abastecimento de água. Recife,
capital do estado de Pernambuco, em vários períodos do ano, é submetida a um
racionamento rigoroso, em outros, não tem água mesmo.
Com base na ideia apresentada neste capítulo, surge uma questão? Dá
para viver sem água? Não Dá.
Em muitos países, inclusive no Brasil, começa-se a cobrar pelo uso da
água bruta. Até hoje, a pratica mais comum é pagar apenas pelo serviço de
tratamento e distribuição (BEI COMUNICAÇÃO, 2003).
Em vários países da Europa, como a França, cobram valores caríssimos
pela água. Para demonstrarmos, no Japão, a água é tão cara que a prática do
reaproveitamento é um ato obrigatório.
Portanto, uma das medidas para reduzirmos o consumo desenfreado deste
bem tão necessário e vital foi mexer nos nossos bolsos.
3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

GIOMETT, Ana Lúcia dos Reis; CARVALHO, Aline Planchez de. Água e
Cidadania. Franca, UNESP, 2006.

SABESP. Almanaque de Água. Disponível em http://site.sabesp.com.br (acessado


em 18/11/12). São Paulo. 2006.

TEIXEIRA, Wilson. Decifrando a Terra. São Paulo, Oficina dos Textos,


2001.

GREGÓRIO, Renato dos Santos – Monografia – Política Nacional dos recursos


hídricos e seus benefícios – São Paulo - Fatec 2008.

ENCINAS,

RAMOS, Graciliano – Vidas Secas -

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