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806 5364 1 PB
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FUNGICIDA
Carlos Ribeiro Rodrigues1, Tatiana Michlovská Rodrigues1, José Magno Queiroz Luz1, Vitor
Boaventura Fonseca de Sousa1, Jackellyne Bruna Sousa1*, Ana Carolina Pacheco Nunes1,
Polyanna Ribeiro Trindade1
ABSTRACT: This work to evaluate the effect of foliar application of Potassium Silicate (K2SiO3)
and the number of fungicide applications on the content of chlorophyll and the tomato. The
experiment was performed in Uberlândia, Minas Gerais, with a randomized blocks in a factorial 4 x 2
with four doses of Potassium Silicate (K2SiO3 - 12.2% Si, 15% K2O), (0, 0, 2, 0.4 and 0.6 mL 100L-1
sauce) and two managements fungicide (two three weekly applications) with four blocks. The
potassium silicate was applied weekly from transplanting to the date of the last harvest, totaling 15
applications. We evaluated the levels of chlorophyll a, b and a / b ratio in the upper and lower third of
the plant; the development of production and productivity and fruit classification. The K2SiO3 doses
provided increases in the chlorophyll content; the contents of chlorophyll b and a / b ratio did not show
significant variation; with three weekly fungicide applications were better classification of fruit, but
with two weekly applications it had increased productivity; K2SiO3 doses gave productivity increases
with the dose of 0.38 U 100L-1 gave the highest production of fruits and G 100L-dose 0.33 1 Total
fruits.
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Segundo a classificação de Köppen, o clima parcela, sendo três plantas com incidência
da região é do tipo Aw, isto é, tropical quente direta e três com incidência indireta da luz
úmido com inverno frio e seco. solar. As leituras de clorofila foram feitas no
As mudas foram obtidas de período das 8 às 9 horas (manhã) sem
semeadura do híbrido F1 Dominador em presença de nuvens. Devido à disposição das
bandejas de 128 células, contendo substrato plantas quando da estimação da clorofila no
comercial Plantmax®. Após 26 dias da campo as plantas, foram avaliadas em dois
semeadura, as mudas foram transplantadas lados, um exposto diretamente ao sol e o
para local definitivo de realização do outro o lado oposto, ou seja, sem incidência
experimento com espaçamento de 1,2 m x 0,7 direta da luz. Essa avaliação foi realizada,
m em sistema tutorado com população de devido à quantidade de clorofila na folha ser
12.500 plantas ha-1. O experimento foi afetada diretamente pela exposição ao sol. A
conduzido do dia 16/09/2007 a 12/01/2008. avaliação foi feita com o céu completamente
O delineamento experimental foi em limpo.
blocos casualizados em esquema fatorial 4 x Para avaliar a interação entre o Si e a
2 sendo, quatro doses de silicato de potássio posição de avaliação, foi realizada análise de
(K2SiO3 – 12,2% de Si; 15% de K2O, d = 1,4 variância com fatorial triplo, sendo os fatores,
g cm-3 e pH 14) (0; 0,2; 0,4 e 0,6 L 100 L-1 de doses de K2SiO3; posição de avaliação na
calda) e dois manejos de fungicida (duas e planta (terço médio e superior) e posição em
três aplicações semanais) com quatro blocos. relação ao sol nascente (posição exposto à luz
A parcela experimental foi constituída de e sombreada). A linha de plantio da lavoura
uma fila dupla com 10 casais, totalizando 20 estava na posição Sudoeste-Nordeste, de
plantas por parcela. Para as avaliações, foram acordo com o sentido da linha de plantio do
considerados os 8 casais centrais. tomate, no período de avaliação a face da
Antes do transplantio o solo foi lavoura voltada para leste estava exposta à
corrigido e recebeu uma adubação básica e de luz e a face voltada para oeste estava
cobertura, conforme análise de solo e com sombreada. Os fatores doses de K2SiO3,
base nas recomendações da CFSEMG (1999). posição de avaliação na planta (terço médio e
As plantas receberam os tratos comuns à superior) e posição em relação ao sol
cultura do tomateiro. nascente (posição exposto à luz e sombreada)
As pulverizações dos tratamentos e toda interação entre esses apresentou
foram realizadas com pulverizador costal variação significativa pelo teste de F.
com pressão de trabalho constante de 3,0 kgf Como já mencionado, foram colhidos
cm-2. O silicato de potássio foi aplicado, os frutos das 16 plantas centrais de cada
semanalmente, nas doses dos tratamentos parcela. Posteriormente, foram classificados
desde o transplantio até a semana que de acordo com o padrão comercial regional
antecede a da última colheita, totalizando 15 (Ceasa - MG), definindo frutos extras AA (80
aplicações. O volume de calda utilizado foi a 100 mm de diâmetro equatorial dos frutos)
de 600 L ha-1. A colheita iniciou-se, que são graúdos e não apresentam defeitos na
aproximadamente, 90 dias após o casca que possam depreciá-los
transplantio, até a data que todos os cachos de comercialmente, extra A (50 a 80 mm de
cada planta foram colhidos. Também foi diâmetro equatorial dos frutos) que são de
utilizado na calda de pulverização o tamanho um pouco inferior, e os descartes
espalhante adesivo Silwet®. que não são comercializados.
Foi realizada a estimativa dos teores Após a classificação os frutos foram
de clorofila a e b e relação a/b com auxílio do pesados. Foram realizadas análises
aparelho clorofiLOG, modelo CFL1030. estatísticas para evolução de produção de
Foram realizadas leituras em todas as folhas frutos AA, frutos A e total, através da Área
do terço superior e médio das três plantas abaixo da curva de progressão de produção,
centrais de cada lado da fileira dupla de cada adaptação da AACPD (CAMPBELL;
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(2013) e Buchanan (2000) relatam que o para a obtenção dos máximos valores de
excesso de luz pode causar extresse clorofila A numa condição de baixa
oxidativo. O estresse oxidativo é a formação luminosidade a quantidade de K2SiO3
de oxigênio reativo que é fitotóxico para as aplicado foi inferior (0,34 L 100L-1) do que a
plantas. Segundo os mesmos autores uma das dose de K2SiO3 para obtenção do máximo
principais reações da planta sob condições de valor numa condição de baixa luminosidade
estresse oxidativo é a redução da biossíntese (0,59 L 100L-1). Os fatores envolvidos nessa
e, ou, degradação da clorofila. diferença são de difícil discussão, pois, o
Provavelmente, nos trabalhos citados a presente trabalho não apresenta dados
indução na biossíntese de clorofila não suficientes para embasamento.
chegou ao ponto de causar estresse oxidativo, Em relação à clorofila B, foi
mesmo porque foram realizados os testes de verificada influência das doses de K2SiO3
casa de vegetação e em condições de clima somente no terço superior das plantas
temperado, ou seja, baixa incidência direta sombreadas (Figura 1E). Todavia, também,
dos raios solares. houve interação com o número de aplicação
No presente trabalho, foi verificado, dos fungicidas. Com três aplicações semanais
em geral, que com o aumento das doses de de fungicidas houve redução dos teores de
silicato de potássio houve incremento nos clorofila b (19) até na dose de 0,29 L ha-1
teores de clorofila a, tanto em condições de (Figura 1E). Com duas aplicações semanais
alta incidência de luz, como no terço superior de fungicidas, houve ajuste linear para as
do lado exposto diretamente ao sol (Figura doses de K2SiO3, sendo máximo valor de
1A), quanto em condições de baixa clorofila B igual a 24. Contudo, se considerar
luminosidade, como no terço médio do lado a dose que proporcionou a máxima produção
sombreado (Figura 1D), com valores de frutos AA (0,38 L ha-1), observa-se que
máximos de 40 e 53, respectivamente. Os tanto com duas quanto com três aplicações de
modelos matemáticos ajustados em função fungicida os valores de estimados de clorofila
das doses de K2SiO3 foram os mesmos B são semelhantes, 21,3 e 20,
quadráticos (Figuras 1). Desse mdo, as respectivamente. Nessa condição (Figura
hipóteses dos mecanismos bioquímicos 1D), foi verificado diferenças entre os teores
envolvidos nessas respostas podem ser, de clorofila somente no tratamento com
totalmente, distintos por se considerar ausência de K2SiO3, onde com três aplicações
condições extremas de disponibilidade de luz, semanais de fungicida foi observado maiores
sendo esse fator limitante para a biossíntese teores de clorofila B.
da clorofila. O que pode ser observado é que
47 a 49 a
46 a 49 a
3 x fungicida (y = 38.103) 47 a
2 x fungicida (y = -8.375x2 + 10.015x + 36.728 R² = 94*) 45 a 45 b
44 b
y = 3,3065x + 46,753
R² = 0,2828
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C D
Média 2 e 3 x de fungicida Média 2 e 3 x de fungicida
Clorofila A - Terço Superior
Figura 1 - Teores de Clorofila a no terço superior (A) e médio (B) do tomateiro exposto à
luz direta do sol e teores de Clorofila A em folhas do terço superior (C) e médio (D) e
Clorofila B (E) em folhas do terço superior do tomateiro sombreado sob diferentes doses de
K2SiO3 e número de aplicação de fungicidas . Uberlândia - MG, UFU, 2008.
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em função das doses de K2SiO3 e do número três aplicações. A dose de K2SiO3 que
de aplicações de fungicida (Figuras 2D e 2E). proporcionou a máxima produção de frutos
Em geral, a produção do tomateiro, tanto para classe AA (97,8 Mg ha-1) e total (112,8 Mg
frutos classe AA quanto à produção total ha-1) foi de 0,38 e 0,33 L 100L-1 de K2SiO3,
(Figuras 2C e 2E), apresentou ajuste respectivamente. A produção de tomate
quadrático em função das doses de K2SiO3 e classe A não apresentou nenhum ajuste de
que duas aplicações semanais de fungicidas modelo matemático em função das doses
apresentou maior produção de frutos, classe foliares de K2SiO3 (Figura 2D).
A e total (Figuras 2D e 2E), em detrimento de
A B
AACPP Tomate Classe AA
AACPP Total
y = -594.44x2 + 395.22x + 397.59 R² =
73,4**
C D
Produção Classe AA (Mg ha-1)
E
Produção Total (Mg ha-1)
2 x fungicida (y = 11,0 a)
3 x fungicida ( y = 10,1 b)
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A porcentagem de frutos classe AA, tipo A e total com duas aplicações semanais
em relação ao total, apresentou alteração de fungicidas em detrimento a três
significativa com as doses de K2SiO3 foliar, aplicações. Resultado semelhante ocorreu
número de aplicação de fungicidas e a quanto à produtividade. Foi demonstrado
interação entre esses fatores (Figura 3). No certo efeito fitotóxico de três aplicações
entanto, nenhum modelo matemático foi semanais, interferindo na produção. Quanto à
ajustado à porcentagem de cada classe de classificação dos frutos, os fungicidas
fruto em função das doses de K2SiO3 aplicado influenciaram no resultado somente na
via foliar. Somente com a aplicação da dose interação com a dose de 0,4 L 100L-1 de
de 0,4 L 100L-1 de K2SiO3 via foliar K2SiO3. Resultado inverso da produção, ou
apresentou alteração significativa da seja, com três aplicações semanais de
proporção de frutos da classe AA em função fungicida se teve uma maior proporção de
do número de aplicações dos fungicidas. frutos de primeira qualidade. Hipótese de
Nessa dose, houve maior proporção de frutos efeito fitotóxico na fase reprodutiva, menor
AA. emissão de novos botões florais, menor
No presente trabalho, observou-se quantidade de frutos, menos dreno, frutos
uma maior evolução da produção de frutos maiores.
2 x fungicida 3 x fungicida
92,4 a
90,8 a
88,7 a
88,2 a
87,7 b
Frutos AA (%)
86,8 a
83,2 a 83,0 a
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KORNDÖRFER, G. H; PEREIRA, H. S;
CARMARGO, M. S. Silicato de cálcio e
magnésio na agricultura. Uberlândia – MG,
UFU: 2002 (Boletim Técnico).
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