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Refer MACEDO, Rosa Maria de Almeida; SIL, Psicouenéica de Hen Wal MATOS, Kelma Sacro L dsenvolvimento ed pre EDUECE, 2015 ‘A. Maia de Jesus. A teoié Hon. I: CARVALHO, Maria Vian Picologi da Educa: fois do dizagem em discuss. Fatale ROSA MARIA DE ALMEIDA MACEDO su Dane ca lene eal oot. rte ci po ene Fed oP gafuioeneeastua nem Peagenion nee elec dP ee sa onde eb oP ee as Poles dacs een opt oa ams pg etree engen, zines han a ste a Gorutesaa uae ites mmghtaem MARIA DE JESUS E SILVA sams Poh errs es Gea an pduo ‘Bio a oie gl cena 12 gatas ema a ‘dee Po 99, on esa rages ne ae {osm Mowe el hese ede eas (9 eae ge eg tai nape ois pei ena ae aoe gee, tga none east deeenenseapngen nat msogmaion 225 Introducao Nowa te tos cone obj sora o wide dep srqund a Tera Pscogenten de Hen Wallon, bom como rfl sbre as implicates pages do pense des sas te can pre orm tequndo le ponte! compreender'ghnere eo desea : a ino, sendo esta uma maneira de do dus aviades da clang ponelcomprecndre sites de relates que oxi cae la eo mel, Demet format inal connderad uated tina ceed exo ten vimento do psiquisino hu 0 texto ests organizado em quatro partes: na prime’ 1, apresentamos de modo breve algusis momentos da vida 4 produgio de sua também de modo breve, apresenta- ‘do antor, intimamente relacionados obra mos os pressupostos epistemoligicns que fundamentam os ‘estos do autor e 08 métodos utlzados por ele; na tereira segunda parte, parte, mostramos os principais conceitas da teoria, por meio dos quais Wallon expliea como se deseavolve © psiquisimo hhumano e; por fim, apresentamos algumas conclusBes sobre 4 woria, enfatizand, de modo particular, suas contnbuigdes para a aprendlizagem escolar, 226 Vida e Obra Henri Paul Hyancinhe Wallon, l6sof,psiquista pes uisador do desenvolvimento infant, educador © pollico francis, naceu em 15 de junho de 1879, em Paris, flecen no dia I? de dezembro de 1962, na mesma cidade, aos 83 anos. Era membro de uma fanflia da grande burguesia do nore da Frang, de uadigo universiia repubiican, con texto onde se da soa formacio Ocupou altos postor no mundo académico francés, no «qual liderow wis intenaa atvdade de pesquisa aiada a um fore engajamento soci, Wallon viveu em uma época de mui «a insabilidade social © wrbuléncia polica, como as duas guerrs mundiais (1914-1918, 1939-1985), 0 avango do fas. tismo no periodo entreguerras, as revolugdes socialists eas fuerras para a iberagao day colénias na Africa, que tiveram ‘mpacio na Buropa sobreuido na Franca En 1898, fi adaitido na Escola Normal Superiore, em 1902, formou-te em Filosofia, 108 23 anos. No ano seine, rou aula de Filosofia no ensino secundro, o que deixa dlara« sua aproximagio com a educagio, a0 longo da vida ‘Apis um ano como professor do Liceu Bar-le-Dus,comesou seus extidos de Medicina, drigindo-se.posteriormente 4 Pa cologia. Foi a Peiquitra, especialmente a Psiquiatia da Crian ‘2 que 9 reteve por anos nos diferentes servigos hosptalaes. Seu interesse eram as anomalias motrizes e mentais da crianca, ablicou, em 1909, sew primeira trabalho - Dele de ‘perstcuion: ledaivechronigue dbase d interpretation’ -, produsido 4 partir do registro minucioso de 214 observagbes de criancas de 2 2 15 anos, internadas em servigos psiquitricos. O co- co neurologico ¢ psicopatolbgico produzide a partir 227 dessa experiéneia ser bisico para o conhecimenta do desen- volvimento psicolbgico da erianga. Trabalhou com criangas portadoras de deficiéncia mental de 1908 a 1931 e atuow nes- te period como médico em institugdes paiquidtricas, onde se edicou a0 atendimento de criangas com deficiéncias logis ¢ distrbios de comportamento, Em 1914, servin por alguns meses na condigio de mé dco do Exército francés durante a Primeira Guerra Mandi © contato com as lesdes cerebrais sfridas por ex-combaten- tes o fez reformular, a0 retomar a vida civil, ax observa sobre postulados neurolégicos que havia desenvolvido atendimento a criangas com deficiéneia mental. Reescreveu su tese de doutorado e a defenden em 1925, consagrada aos Stades et troubles ce développement moteur mental de enfin ‘que, em 1925, € publicad com o titulo de Z byfanteurbuent? 0 excepcional interesse pela psicologia da erianga, con solidado paralelamente & atuasio como miédico e psiquiatra rendeu a Wallon um convite pars, em 1919, proferiruma série de conferéncias na Sorbonne sobre Pricologia da rianga a Vidade que desenvolveu de 1920 a 1937, Bm 1922, finda, numa escola da periferia de Paris, um pequeno laboratério com o objetiva de pesuisar o desenvol vimento psicolégico da crianea, investigando a sua adaptacio escolar € socal por meio de enerevistas © de alguns dos pri- rmeiros testes eonhecidas eno. A fundagio do laboratdrio no !birbio parsiense foi um recurso utlizado por Wallon para ter contato com a eringa inserida no seu meio. Segundo Gratiot Alphandéry (1994), a partir desse ‘momento, podemos ver Wallon em seus mlkiplos interesses, tanto © desenvolvimento psicabiolégico da erianga como @ preocupagio com a utlidade présica de suas pesquisas ex mds « yerrbgtes do devenalviment motor © mental da cian ee eT 228 smatérin de edocagto. Wallon considerava que ene a Psicoo. fia ea Pedagogia devera existe wm relagao de contribuigdo Feciproca. A Pedagogia poderiaoferecer wm campo de cbse ‘aslo A Paicologia, bem como questies de investigesto. Por toutro lado, a produgSo de conhecimenton na rea da Peco. Jogiafafancl seria um recurso importante para # melhora da pritica pedagdaica Wallon fez contto com diferentes movimentos da Ex- cola Nova na Franga. Paricipow do Grupo Francts de Ed ‘agio Nova, presidindo-o de 1946 « 1962, porém mantendo dele um distanciamento citio, Integrow e preside, de 1937 41962, a Sociedade Francesa de Pedagogia, que tha como ‘objetivo a toca de experiénciss ¢relexoes entre educadores. Nia perspectva de alargaro campo da Psicologia « de dee, soictou a elago de ma cadre no Colle glo de Franga denominada Psicologia ¢ Educaglo da Crianga, {ema estudado por quatro anos inintereuptos (1987-1949), tuspenso pelo governo de Vichy, durante ocupagio slemd de 1941 9 1984. Em 1925, foi nomesdo diretor do primeiro labora rio de Psicobiologia da Crianga na Ecole Pratique des Havtes Euude (Parise, parallamente,continuon as atividaes deen- sino © pesquisa. Em 1941, langou Ztwolaion pycholaique de exfant ce 1942, publicon De ie dle Pens um de S livros rma importantes, oesilo em que Paris ra ocupada pelos nazistas. Por sua filiagZo a0 Panido Comonistae sen Crabalio para Resistencia fot consider foraghy poe rado pela Gestapo. Em 1945, anda em meio @ um pertodo de fucrra, Wallon produsiu ma obra maior Lar origins pou (he Pfr Trot pati + Do ao pense 29 Em 1944, Wallon foi nomeado Secretivio da Educacio Nacional da Franca, permanecendo no cargo por um més, até a momeagio de wi ministro pelo Govern de De Calle. No etme ano, foi convidado a integrar uma comissio nom da pelo Ministério Nacional, encatreyada da reformulaggo do sistema de ensino frane#s. Bm 1945, spresentou & Assembléia Nacional, sob dupla assinatura de Paul Langevin e de enti Wallon, o Projeto de Reforma de Ensino, denominado pro- jeto Langevin-Wallon, redigido pela Comissio Ministerial de FEstudlo, da qual foi nomeado presidente apés a morte de Paul Langevin no final de 1936, Destaca-se no projeto o papel da educacio na recons truglo da sociedade francesa, abalada fisiea ¢ moralmente pela Segunda Guerra Mundial, ¢ 3 formagio do individuo favore cexnulo 0 desenvolvimento de aptidoes individuais e formagio idada. O projet & eonsiderado a realizagho mais concreta do pensamento pedagégico de Henri Wallon. Sua preocupasio ‘maior foi o melhor conhecimento da exiange, das condi de sou desenvolvimento peiquico ¢ das exigéncias da sua ed «aco. Ocupou, ainda, por breve period, o eargo de Ministro dda Educacio Nacional e também foi deputado, No decorrer dos itimos quinze anos da sua vida em- prestou seu nome e seu prestigio a todas as manifestagtes © las de independéncia nacional. Foi wm homem consciente dos problemas de sua época e engajada na luta por uma $0 ‘iedade mais justae solidiria e na defesa das eausas que The pareciam justas No final de 1947, aceiton 0 projeto de criar uma revista francest de Psicologia da Crianca, que recebeu © nome de DEnfance ¢ weve seu primeieo wimero publicado em janct de 1943, com o objetivo de abordar diferentes assuntos ~ P cologia, Pedagogia, Nearopsiquiatia, Sociologia ~ que, pars le, formavam wm conjunto em que cada parte € indispensivel ATEOMA PCOGENETICA DE HEN WALLON. 230 fs outras Para essa revista Wallon conuibui com onze artigos fe des preficios até a véspera de sua moree, em 1962, Base Epistemoligica {A obra de Wallon reine conhecimentos de diversas reas, Em particular, da Glosofiaalema de Kant a Hegel dos ‘estdos filoséticos politicos de Marx e Engels; dos conhe- cimentos socioligicos, a exemplo de Halbwachs e Durkheim, {dos conhesimentos ancropolégicos de Levy Bruhl, de quem fo aluno, Utiizou-se dos conecimentos da Srea médica, so bretudo neuroligicos e psiquidwicos,além de extensos co shecimentas da Psicologia produrida na época, como 3 Gee talt de Koeler e Koffka, da Psicanilise freudiana e das obras de Piaget com as quais Fer intensas interlocugBes. Essesrefe- renciais foram fundamentals nto para a construgdo de sea teoria do desenvolvimento infantil, denominada por muitos autores como Psicogénese da Pessoz Completa, como também pra seus extudos na drea da edueago, ‘Seu projeto de um Psicologia cientfica objetivon rom: per com as concepedes onganicistas eidealistas presentes nos testudos psicoldgicos e filoséfieos da época, que limitavam a 5 reduzindo-o a um extre- ‘compreensio do psiquismo hus ‘Ao analisara Psicologia, Wallon (1975) critica a concep- ‘lo organicista por sua compreensio material e mecinica do Piquismo humano, visto como praduto do organismo © co- nhecido através dos seus earacteres exteriores, materialmente liscerniveis conrokiveds tal como os abjetos de estudo das cigncias naturais. Do mesmo modo, também tece drasertieas « concep so idealists por reduzir os estudos da realidade priquica & ata como desligada da consci@ncia, ou seja,& vida inter za realidacie material ¢ social humana. Nesta concepsio, @ Ginico meio de acessar 0 psiquismo é a introspeegto, da qual depen dria 0 conhecimento do mundo fasimo ¢ fechado da sensi bilidade subjetiva Para Wallon, no hé hiato entre organisa © meio, por isso ndo é possivel compreender o pigquismo humano reduzindo-o is suas manifestagées materais ou a contesidos ‘mentais revelados pela introspeccio. Para o autor, a formagio do psiquismo humano pressupse como condiglo bisies u ‘orginismo equipado de aptides extremamente variadas cua formagio depende tanto da espécie, como também da existén- cia de tum meio fisico, sociale grupal onde o individuo esteja inserdo. Desse modo, toda atvidade mental depende da relacio ‘entre a maturacio orginica eas cicunstincias exteriores, oma, situaglo do meio. © meio & pensado no apenas como am Diente fisico, mas como o meio construido pelo homem ¢ do ‘qual depend » sua existéncia.F esse meio que Ihe fornece os instramentos e téenicas proprios, ligados Se prticas © 4 n ‘vssidades da vida eotidiana que ele vai sprendendo a dispor, progressivamente, em cada etapa de seu desenvolvimento. O meio & pois, o ambiente eriado através da atividade humana © rho qual o homem é imerso desde o nascin E 0 materalismo dialético marxisia que forece a Wallon a fandamentagio epistemoligiea através da qual & Possivel construir esta visio de integracto organisio-meio, Ausente na Psicologia da epoca. E, pois, o que permite apreen der a Psicologia, simltancam: fe uma ci@neia bn como uma eiéneia natural través da sintese desses polos, Além da relagdo de interdependénecia entre organismo © meio, © ‘materialismo dialético garante, ainda, aprecnder esta relagto como fenémeno em movimento, em cansformacio pelas suas prépriascontradigdes internas 232 ea (a diaticn marsista que 6 & Psicologia seu suilibio ea sua ignfcaco, que subta alcrsativa ‘dim materaiemo element ou dus idealism oco, {lum Substancilimo grosseiro ou dum iracionalsme, sem horzontes. Bele quem most sinulancamente ‘déncia de natiresa e ncn do homem, sprinindy deste mode a rupture que 0 espriualiso procarans ‘conmumarso uaiverso entre a consciénca eas coisas E inque he permite considerar numa mesma unidade 0 ser eo seu eo, as sas perpetinsntragbes recirocs, Ela que he explica or conflitos dos quai individ ‘deve trara ua condutaecarifiar ss personaldade, (WALLON, 1975, p. 67) © materilisno dislético aferece ainda a Wallon o prin- pio metodoldgico para o estudo dos variados processos ps ‘qvicos da crianca, possibilitands-o idenificar sues fancies, ‘suas origens, sua evolucio e suas relagdes interfuncionais de ineracao e integragio, bem como os conflits e contradigoes, 4 partir dos quais evoluem. [As ideias fundamentais do modelo dialético, relacions: das ao desenvolvimento da crianga, sto esclarecidas na obra A elu priolfgion da crianga, especialmente no t6pico A fa- (fincia¢ su etude, Wallon afirma que o estudo da crianga deve ‘como ponto de parida, sem atribuiethe formas de pensar © agirtipicamente adultas, que s6 mais arde deverto parecer, E observando svas atvidades, nas wucessivasidades cenos estigios correspondentes que & possvel compreendé-la, Sobre a eyolucio dos estégios de desenvolvimento, destaes ‘om Para quem olba cada um cm som toalidude, a suconto eles parece deanontinun: pastagern de neh parm © ‘outro ho & una simples smplifcaso, mas om roms sjment;aiidades preponderant no prtmeiro so Ssparentemente redusidas ou As venes supemidas no equine Entre ox dois, mais vers parece abrir toms crise que pode afer vsivelmence a conduta da 233 cout yslnmiia woliro ga >mpton Bam. tapectdada & denominada de disciplinas mentais © € possivel somente aos seis ou sete anos de idade, quando do amadurecimento de centros de inibigio e dscriminacio, loalizados no cbrtex cerebral, Por isso, Jmportante que na escola, professor leve em consideragao este fendmeno, pois, ao exigir que a erianga 245 ‘permanesa parada © concentrada por longos periods, estars Jmpondo-Ihe demandas posturais que implicam elevado grau de controle sobre a prépria agto, que a6 ser adquirido por meio de um processo lento e gradual que no depende uni- camente das condig@es neuraldgieas, mas também das condi- ‘80s do meio, Neste sent «escola tem um papel importan- teno desenvolvimento e consolidacio dae disciplinas mentais. Adfetividade 0 dominio afetivo & responsivel por revelar a mancira ‘como somos afeados pelo mundo interno e extern e, jumta- ‘mente com o ato motor, consi um recurso de socitbilidade de comunicagao com © meio. A afeividade ¢ entendida por Wallon coma um con- ceito amplo que envolve um componente organico, que é 2 cemosio, e também um componente cognitivo, representaci- nal, que fo of sentimentos © a paixlo, Emosio, sentimento e pao se diferenciam por seu fundamento e expresso, pois envolvem diferentes niveis de visibildade, de duragzo, de in tensidade, de controle e de predomingncia, A emogio & reconhecida por seu aspect ms tempirico,¢ por ser de duragio mais breve. Ela 6 vi incensa e sem controle. O sentimento, a0 contririo, & reco: rnhecido por seu componente representacional. Sobrepie-se 20 movimento exterior, © que 0 faz perder tim pouco do seu recurso de visbilidade, além de ser mais duradouro, menos intenso, ¢ mais controlado, A paixio, por sua ve é mais enco- brea, intensa, mais focada e duradours Do mesmo modo como acontece no dominio motor, afetividade se apresenta de forma indiferenciada no inicio, tendo sua origem nas sensibilidades internas de interocep- Ho (onsbilidade visceral que permite sentir como estio 0s enecuencenees 246 ‘rgios internos) e propriocepeio (sensibildade tnica ou postural relacionadas sensagSes ligedas ao equilibrio, bs ati tudes © 20s movimentos que permite sentir como estéo os misculos), responsiveis pela atvidade generuliaada do or. sganismo, O exereeio dessus sensibilidades precede o surgic ‘mento de outra sensibilidade também de natuttza organics © primitiva a sensibilidade de exterocepsio (sensibilidade que fFomece a0 priprio corpo informagaes sobre o mundo exterior via érgios dos sentidos). Ao aeuar conjuntamente, unificam © campo da percepeio, permitindo sinalizagbes afeivas cada ver mais diferenciadas 0. dominio afetivo exerce um papel fundamental na constituigio da pessoa, pois éo que di energia 40 ato motor € 2 cognigio e,juntamence com eles, proporciona a constituigio de valores, vomtades, interesses, necessidade © motivagbes, ‘que direcionardo escothas e decisoes a0 longo da nossa vida Wallon ati i grande imporeincia a0 papel que a emo- ‘Gio desompenha na génese do psiquismo. Manifesto de natureza paradoxal, simultancamente bioligien © social, a ‘emogio encontra-se na origem da consciacia e & considerada 4 primera forma de ligagio entre aerianca e 6 meio human, FE ela que permite 0 acesso da crianga ao vniverso simbico ddo grupo social do qual faz parte e & segundo o autor, 0 que ‘opera a passagem do mundo orginico para o social, do plano fsioldgieo para o plano psiquico Acognigao A cognicio é responsive pelasfunges que possibiltam # aquisic2o, a transformagao e & manutengio do conhecimen: to por meio de ideias, imagens, conceitos e representacies, Possibilta wansformar em conhecimenta 4 expesitucia cou ‘retae fcar analisaro presente; registrar, rever © relaborar (A Ne OE ALNEDA MACEDO MARA DLE TS 287 © pasado: bem como elaborar projetos para o futuro possivel elnagintst. De acordo com a shordagem wallonians, as fungdes in telectuais no se encontram prontar quando 4 erianga nasce © 0 seu desenvolvimento se di segundo o desenvolvimento {dos dominios da afetividade e do movimento. Bo movimento impulsivo, 10 se ransformar por aprendizagem em movimen to intencional e, depois, em gesto revestido de significagio ligado 4 acio, que dé inicio a representagio. & poranto, com a base oferecida pelo ato motor, impregnada pelas motivages oferecidas peta afetvidade, que aparecem ¢ se deseavolvem a5 FungBes de natures cogaitva [No desenvolvimento da funelo eognitva, Wallon apon- ta a existéncia de um dpo de inteligéncia na eriangs, denomi- nada por ele de inteligncia pritiea ou espacial que permite a la resolver pequenos problemas circunseritos em um deter minado espago concreto. Postibilit-Ihe investigar © mundo por meio da manipslasie dos objetos que estio 3 sua volta € por meio dos exerecios no espago, Com 0 surgimento da linguagem, comega entio a se desenvolver plenamence a inteligéncia discursva, cousiderada, por Wallon o tipo de inteligéacia que earaceriza a ativida- de inteleewal do aduleo. F uma evolucio em que a erianca presenta formas de pensamenco que mostram como a funcio cognitiva se organiza e se desenvolve. Inicialmence, 9 pensamento da erianga é“qualificada de sinerético” CWALLON, 20072, p. 160), caracterizando-se par ser instivel e confuso. Nessa forma de pensamento, «organi: rag das informagies proven & feita pela crianga de modo do meio e do onganismo rebuloso, global, sem que se percebam as relagdes que as unem, Ao pensamiento sinerético sucedesse 0 pensamento de relagdes, denominade por Wallon de pensamento categoral, que permite erianca operar com: 248 nitivamente através de eategorias ment ‘de modo mais objetivo a relidade. com isso, explicar APessoa A pestoa & 0 conceito abserato atlizado por Wallon para designar 6 quarto dominio funcional, que incegra os ers dominios anteriores ~ motor, afetvidade © cognigio -, em indmeras possibilidades. A pessoa é 4 unidade do ser. Ela & 0 todo, euja dinimica funcional pode ser entendida com base na compreensio da integracio funcional dos dominios, consi- dderados como partes constiutivas Para ilustrar © conceito de integracio funcional, recor: remos a0 exemplo apresentado por Prandin (2004 p. $1), 40 se refer a um disco de cores ‘Quando o disco até prado & possvel perecer cada ‘or em sua ives respectiva, mas uaa Yer posto em tmovimento a cor que re vé &0 brance, resultado da Inegragso de vodas scores Analogamente &ss0 que ocorre com a integragdo fun 11 ns consttuiglo da pessoa. O que vemos nela ou © que la expreata & 0 resultado das virias fungies em movimento, perfeitamente integradas. Assim como no disco de cores, se tentarmos ver cada fangao, separadamente, perderemos 0 mo- vVimento, ou seja, a visto da pessoa completa Do mesmo mode que a cor branca vista no movimento do disco de cores nio & jgual & soma das cores que © com- pdem, a pessoa nao é a simples adigio dos dominios que a constitiem. A integracio funcional dos virios dominios fun-

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