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1.

Contextualizando a visão de Hegel

A filosofia de Hegel, um dos principais pensadores do século XIX, é considerada uma das tradições
filosóficas mais influentes e complexas do Ocidente. Seu sistema filosófico abrangente enfatiza a
racionalidade e o desenvolvimento histórico para compreender a realidade de forma dialética.

Hegel viu a "dialética" como um processo de evolução na realidade, no qual ideias opostas (tese e
antítese) conflitam e se unem em uma síntese superior. Todas as facetas da existência apresentam
essa dinâmica dialética, desde o pensamento e a história até a natureza e a sociedade.

Hegel acreditava que a compreensão do pensamento humano está ligada à compreensão da


realidade. Ele sustentou que o processo de autorreflexão, no qual as mentes humanas tentam
entender e compreender o mundo ao seu redor, é o que cria a consciência e o pensamento. A
consciência de si, também conhecida como autoconsciência, é o ponto final desse processo, que é
essencial para a formação do sujeito de direito.

Hegel defendia a ideia de que a comunidade política só pode reconhecer e respeitar um sujeito livre
no âmbito do sujeito de direito. Ele sustentou que a cidadania plena exige o reconhecimento mútuo
como membros de uma comunidade ética e a participação ativa na vida política.

A compreensão da filosofia de Hegel é fundamental para entender o sujeito de direito, pois ela
enfatiza a relação intrínseca entre a liberdade individual e a esfera política. Ele sustentou que a
liberdade é uma conquista social que exige respeito e reconhecimento de todos, não apenas de um
indivíduo. Assim, Hegel teve um impacto significativo no pensamento político e jurídico,
contribuindo para a forma como concebemos os direitos individuais e a relação entre o sujeito de
direito e o Estado na era moderna.

O conceito de sujeito de direito é fundamental na teoria política e filosofia do direito de Georg


Wilhelm Friedrich Hegel, um dos principais pensadores do período idealista alemão. Em "Princípios
da Filosofia do Direito", Hegel examina o sujeito do direito e examina a relação entre a pessoa e a
sociedade dentro do contexto do Estado.

Hegel afirma que a liberdade é um elemento essencial da existência humana. Ele acredita que a
liberdade não é um estado de autodeterminação total. Em vez disso, é a capacidade de se
comportar e agir de acordo com as instituições e leis que a sociedade estabeleceu. A liberdade não é
simplesmente um estado sem restrições; em vez disso, é um processo pelo qual uma pessoa
desenvolve a capacidade de agir de acordo com os valores morais do Estado.

Hegel afirma que a liberdade está intrinsecamente ligada à vontade. A vontade é a capacidade de
uma pessoa de agir e tomar decisões de forma independente em um ambiente social. Por outro
lado, Hegel enfatiza que o entendimento racional e a consciência dos princípios éticos que governam
a vida social devem orientar a vontade. Ele sustenta que a razão deve guiar a vontade livre para que
as ações individuais não entrem em conflito com o bem-estar coletivo e o interesse comum.

O sistema hegeliano considera o sujeito de direito como um indivíduo concreto, membro de uma
comunidade política, com direitos e deveres. A liberdade, a vontade e a razão são fundamentais para
entender o lugar do sujeito de direito na estrutura social. A liberdade implica a capacidade de agir de
acordo com a própria vontade, desde que essa vontade seja guiada pela razão e pelo cumprimento
da lei.

Assim, Hegel defende a ideia de que o sujeito do direito não pode ser totalmente livre se não estiver
dentro da sociedade e do Estado. A liberdade individual é alcançada participando ativamente da vida
política e respeitando as leis e organizações que protegem o bem-estar coletivo. Assim, a
compreensão do sujeito de direito de Hegel e sua relação com a sociedade é moldada por conceitos
como razão, liberdade e vontade.

2. A concepção hegeliana do sujeito de direito

Segundo a filosofia de Hegel, o sujeito de direito possui características essenciais que o tornam
independente e capaz de se comportar dentro da sociedade. Essas qualidades são essenciais para
entender a posição e o papel do indivíduo como sujeito de direito no capitalismo.

Segundo Hegel, a autonomia é uma das características essenciais do sujeito de direito. Isso indica
que o sujeito é considerado uma pessoa autônoma, autodeterminada e capaz de tomar decisões
conscientes. Essa autonomia é fundamental para entender a liberdade individual e, portanto, para
construir uma sociedade baseada em direitos e obrigações.

Além disso, o sujeito de direito possui a capacidade de agir, o que significa que ele tem a capacidade
de agir de acordo com suas próprias inclinações na sociedade em que vive. A realização dos direitos
e a participação ativa na vida social dependem dessa capacidade de agir. O sujeito de direito tem a
oportunidade de buscar seus interesses, expressar sua individualidade e contribuir para o progresso
da sociedade em geral por meio da ação.

A autonomia e a capacidade do sujeito de direito são valorizadas no sistema capitalista. O sistema


capitalista valoriza a liberdade individual, bem como a liberdade econômica, contratual e de
propriedade. Assim, o sujeito de direito no capitalismo é aquele que tem a capacidade de tomar
decisões econômicas e está ativamente envolvido no mercado.

O conceito de sujeito de direito de Hegel, por outro lado, vai além da mera independência e
capacidade de agir. Hegel acredita que o sujeito de direito só pode se realizar plenamente na esfera
pública ao se relacionar e reconhecer outros sujeitos. Por meio das relações sociais jurídicas,
políticas e éticas, o sujeito de direito desenvolve sua identidade e autonomia.

O livro "Sujeito de direito e capitalismo" de Celso Naoto Kashiura aborda a análise da relação entre o
sujeito de direito e a vontade livre, destacando a importância da autodeterminação. Kashiura
examina a complexa relação entre os fundamentos do direito e a liberdade individual nessa obra. Ele
se concentra principalmente na capacidade dos sujeitos de direito de agir livremente.

A figura principal do sistema jurídico é o sujeito de direito, que é capaz de ter direitos e obrigações
perante a sociedade. Essa ideia diz que todos têm autonomia e liberdade para tomar decisões sobre
sua própria vida e também têm a responsabilidade de arcar com as consequências dessas escolhas.

A vontade livre, por sua vez, significa que o sujeito de direito tem a capacidade de agir de acordo
com suas próprias convicções sem ser forçado por força externa. Esse elemento essencial da
autodeterminação é a vontade, que permite que as pessoas escolham seus próprios caminhos e
projetem seu futuro de acordo com seus próprios valores e desejos.

A autodeterminação é fundamental para o sujeito de direito porque é a base para o pleno exercício
de direitos e liberdades. Ele está diretamente relacionado à dignidade humana e ao respeito pela
individualidade de cada indivíduo. O sistema jurídico visa promover a justiça social e garantir a
igualdade de oportunidades ao reconhecer e proteger a autodeterminação.

Nesse sentido, o livro de Kashiura enfatiza a importância de um ambiente jurídico que respeite a
autonomia individual e permita que o sujeito de direito se desenvolva livremente. As liberdades
essenciais, como a liberdade de expressão, o direito à privacidade, a liberdade de associação e a
liberdade de consciência, devem ser reconhecidas e protegidas.

Kashiura observa a relação entre o sujeito de direito e a vontade livre e destaca os obstáculos que o
sistema capitalista impõe à autodeterminação. As escolhas de um indivíduo são diretamente
influenciadas pelos ambientes econômicos e sociais, que frequentemente limitam a liberdade total.

O livro aborda questões como desigualdade socioeconômica, exploração do trabalho, concentração


de poder e influência corporativa, que podem limitar a autonomia e a liberdade de um sujeito de
direito. Kashiura enfatiza a necessidade de reavaliar o modelo capitalista em um esforço para
melhorar a compatibilidade com a justiça social e a autodeterminação individual.

Em resumo, examinar a relação entre o sujeito de direito e a liberdade individual, com ênfase na
autodeterminação, é uma consideração essencial para compreendermos as complexidades do
sistema jurídico e como ele está relacionado à liberdade individual. O livro de Celso Naoto Kashiura
"Sujeito de direito e capitalismo" aborda profundamente esse assunto, enfatizando a importância de
um ambiente jurídico que garanta a proteção dos direitos individuais e promova condições para o
livre desenvolvimento do sujeito de direito.

3. O sujeito de direito no contexto do capitalismo

Em "Sujeito de direito e capitalismo", escrito por Celso Naoto Kashiura, há uma discussão intrigante
sobre como as ideias de Hegel podem ser aplicadas ao sistema capitalista. Kashiura oferece uma
análise crítica com o objetivo de entender como as ideais hegelianas podem ser modificadas e
aplicadas para uma melhor compreensão das dinâmicas econômicas e sociais do sistema capitalista.

Para começar, Kashiura enfatiza o valor do conceito de dialética de Hegel. Hegel sabia que o
processo dialético de tese, antítese e síntese conduzia a transformações sociais e históricas. Como o
sistema capitalista se desenvolve por meio de contradições internas que causam mudanças e
transformações constantes, essa ideia pode ser aplicada ao capitalismo.

As relações de produção são essenciais para entender como as ideias de Hegel podem ser aplicadas
no mundo capitalista. Kashiura argumenta que, assim como Hegel viu o Estado como uma síntese
das contradições sociais, no capitalismo, o Estado desempenha um papel crucial na mediação dos
interesses em conflito entre os diferentes agentes econômicos. A partir dessa perspectiva, o estado
moderno pode ser caracterizado como a unificação das divergências entre o trabalho e o capital.

Kashiura também enfatiza como o conceito de alienação de Hegel é importante para o capitalismo.
Hegel diz que a alienação ocorre quando as pessoas são submetidas a estruturas opressivas e se
separam de sua essência e liberdade. Os capitalistas acumulam riqueza e poder, e os trabalhadores
são alienados de seu trabalho e dos frutos de seu esforço no capitalismo.

Por fim, Kashiura afirma que as contradições do sistema capitalista podem ser examinadas usando a
dialética hegeliana e sugerir caminhos de superação potenciais. Kashiura argumenta que é possível
buscar uma síntese entre capitalismo e justiça social, de acordo com a crença de Hegel de que o
processo dialético leva à superação das contradições. Isso permitiria conciliar as demandas
econômicas com a busca por igualdade e dignidade para todos os sujeitos de direito.

Kashiura busca compreender as dinâmicas sociais e econômicas do sistema capitalista enfatizando a


dialética, as relações de produção, o reconhecimento e a alienação. Ao mesmo tempo, ele aponta
para a possibilidade de superar as contradições e buscar uma síntese entre capitalismo e justiça
social.
A liberdade foi vista por Hegel, um filósofo alemão do século XIX, como um processo dialético em
constante mudança. Ele acredita que a liberdade individual só pode ser alcançada dentro de uma
estrutura social e política, pois a pessoa é formada e desenvolvida pelas interações com o mundo
que a rodeia. Assim, as estruturas de poder do sistema capitalista têm um grande impacto na vida e
nas decisões das pessoas.

A liberdade individual é frequentemente associada à liberdade econômica, à capacidade de


propriedade privada e à busca de interesses individuais no sistema capitalista. Mas Hegel diz que as
estruturas e relações de poder do sistema capitalista limitam essa liberdade individual. Embora as
pessoas tenham a liberdade de perseguir seus próprios objetivos, também estão sujeitas às
dinâmicas de controle e exploração inerentes ao capitalismo.

O objetivo do sistema capitalista é ganhar dinheiro e acumular riqueza, o que resulta em


desigualdades sociais e econômicas. De acordo com Hegel, essas desigualdades impactam a
liberdade individual porque alguns indivíduos têm mais recursos e oportunidades do que outros.
Além disso, as estruturas de poder do sistema capitalista frequentemente limitam a liberdade de
escolha dos indivíduos impondo condições e restrições que limitam suas possibilidades.

Por outro lado, Hegel aceita a possibilidade de que o sistema capitalista também possa servir como
um meio para a promoção da liberdade individual. O desenvolvimento pessoal e o acesso à
propriedade privada podem ser facilitados pela capacidade de buscar interesses econômicos
pessoais. Mas isso só ocorre dentro de limites definidos pelas estruturas de poder.

Em conclusão, como abordado por Celso Naoto Kashiura em seu livro, baseado na perspectiva de
Hegel, existe uma complexidade intrínseca na relação entre a liberdade individual e as estruturas de
poder do sistema capitalista. Embora o sistema capitalista ofereça chances de liberdade individual,
ele também impõe limitações e desigualdades que podem limitar essa liberdade. Para construir uma
sociedade mais justa e equitativa, é fundamental entender essas dinâmicas e descobrir maneiras de
diminuir as desigualdades e injustiças inerentes ao sistema.

• 4. Reflexão sobre as limitações e possibilidades de aplicação das concepções hegelianas no


contexto atual.

Para entender as restrições, é importante lembrar que a filosofia de Hegel foi desenvolvida no
século XIX, durante um período marcado por uma compreensão particular da política, da sociedade
e do Estado. Muitos críticos dizem que as ideias hegelianas podem não ser suficientes para explicar e
lidar com as dificuldades e complexidades do século XXI. Desde então, muitas mudanças profundas
têm ocorrido, como a globalização, as novas formas de tecnologia e comunicação, e a crescente
demanda por igualdade e justiça social.

O estilo e a estrutura da filosofia hegeliana também pode ser considerados limitadores. Hegel criou
uma estrutura filosófica que é extremamente abstrata e complexa. Essa estrutura pode parecer
distante e difícil de aplicar na vida real. Em um mundo cada vez mais diversificado e plural, alguns de
seus conceitos podem enfrentar desafios ou resistência, incluindo sua visão da história como um
processo dialético, a importância da negação e superação das contradições e a crença de que a
liberdade individual só pode ser alcançada dentro do Estado.
Mas apesar dessas limitações, o livro de Kashiura também enfatiza a possibilidade de usar as
concepções hegelianas no mundo moderno. Hegel nos convida a pensar criticamente sobre a
sociedade e a história, percebendo como as contradições e os conflitos são essenciais para o avanço
da humanidade, e considerando a importância de um estado que proteja os direitos e promova o
bem-estar geral. Essas ideias continuam relevantes até hoje.

Por exemplo, a compreensão da luta pela justiça social e pelos direitos das minorias ainda depende
da interpretação hegeliana do processo de reconhecimento e igualdade. Pode-se considerar a ideia
de que a liberdade individual só pode ser alcançada dentro de uma comunidade política organizada
ao pensar sobre o papel do Estado na proteção dos direitos e na promoção do bem comum.

Além disso, a filosofia hegeliana nos recorda a importância de ter uma visão abrangente da
sociedade. Hegel sustentou que a análise de todas as facetas da existência humana, incluindo
cultura, economia, política e ética, permite uma melhor compreensão da história e da realidade.
Para enfrentar os desafios complexos e interconectados do mundo contemporâneo, como as crises
ambientais, as desigualdades socioeconômicas e as tensões geopolíticas, pode ser útil usar essa
abordagem abrangente.

Em resumo, o livro de Celso Naoto Kashiura destaca a possibilidade de reflexão e aplicação dessas
ideias em nosso mundo complexo e em constante mudança, embora as concepções hegelianas
apresentem limitações quando aplicadas ao contexto atual. Podemos usar as ideias hegelianas como
ferramentas para pensar e mudar a sociedade moderna, analisando criticamente as limitações
dessas concepções e valorizando os aspectos pertinentes dessas concepções.

1. Breve introdução
Karl Marx, um filósofo, economista e cientista social alemão do século XIX, criou a filosofia de Marx,
também conhecida como marxismo. Marx é amplamente considerado um dos pensadores mais
influentes da história, e seus pensamentos tiveram uma influência significativa em uma variedade de
áreas do conhecimento, como a sociologia, a economia e a política.

Uma análise crítica das relações sociais que sustentam o sistema capitalista está no centro da
filosofia de Marx. Marx afirmou que o capitalismo era um sistema injusto baseado na exploração dos
trabalhadores pelos proprietários dos meios de produção. Embora ele considerasse o trabalho como
a fonte de toda a riqueza, ele sustentava que os trabalhadores eram excluídos do produto de seu
trabalho e da própria atividade laboral durante o capitalismo.

Marx também desenvolveu o materialismo histórico, uma teoria da história. Essa teoria sustenta que
as contradições internas do sistema econômico e as lutas de classes que surgem como resultado
dessas contradições impulsionam o desenvolvimento da sociedade e as mudanças sociais. Marx viu a
classe trabalhadora como o motor da transformação social e previu que uma sociedade comunista
sem classes substituiria o capitalismo no final.

No que diz respeito ao sujeito de direito, a filosofia de Marx é fundamental para a compreensão de
como as estruturas sociais e as relações de poder afetam como os indivíduos são tratados pelo
sistema legal. Marx afirmou que as leis e as instituições jurídicas são feitas para proteger a classe
dominante de seu poder e suas propriedades. Assim, essas relações sociais e as contradições
inerentes ao sistema capitalista são vistas como o sujeito de direito.

Marx também criticou a noção de direitos individuais abstratos, dizendo que escondem a exploração
econômica e as desigualdades sociais. Ele acredita que apenas por meio de uma transformação
revolucionária da sociedade, as estruturas sociais e as relações de propriedade poderiam mudar
completamente para permitir a emancipação real dos indivíduos.

Como resultado, a filosofia de Marx fornece uma visão crítica do sujeito de direito, enfatizando os
problemas de classe, poder e exploração que estão presentes nas relações sociais e jurídicas. Sua
importância reside na análise aprofundada das estruturas sociais e econômicas que formam as
relações de poder e afetam a tratamento jurídico das pessoas.

2. A alienação do sujeito de direito

Ao longo da história, vários pensadores discutiram o conceito de alienação do sujeito de direito, e


Kashiura apresenta uma abordagem intrigante que se baseia nas ideias de Karl Marx. Essa
perspectiva sustenta que, no contexto do capitalismo, o sujeito de direito acaba sendo afastado de
sua verdadeira natureza.

Marx afirmou que o valor de troca, ou as transações comerciais e o dinheiro, media as relações
sociais no sistema capitalista. Em vez de serem valorizados como seres humanos em sua totalidade,
as pessoas são tratadas como meras mercadorias neste contexto. O sujeito do direito é reduzido a
um mero fator econômico, com a lógica do mercado ignorando ou subjugando suas qualidades
humanas e pessoais.

No sistema capitalista, essa alienação ocorre de várias maneiras. Uma é a alienação no trabalho,
onde o trabalhador é visto apenas como um componente da linha de montagem. Sem considerar as
necessidades e desejos dos funcionários, suas habilidades e criatividade são usadas apenas para
aumentar a produtividade e gerar lucros. Como não tem controle sobre o processo de produção e
não se identifica com aquilo que produz, ele se sente afastado do produto final.
A alienação também se aplica às relações sociais mais amplas. Em vez de cultivar relações de
cooperação e solidariedade, o sujeito de direito é incentivado a competir com os outros para obter
lucro. A busca incessante por ganhar dinheiro e acumular riqueza leva a uma individualização
exacerbada, o que significa que todos se preocupam apenas com seus próprios interesses em
detrimento do bem-estar do grupo. Assim, o valor de troca media as relações humanas, em vez de
se basearem na reciprocidade e no reconhecimento mútuo de nossa humanidade comum.

No capitalismo, a separação do sujeito de direito tem efeitos significativos na sociedade. Ela causa
desigualdade social, exploração do trabalho e desintegração das comunidades. Além disso, o vazio
existencial e a falta de sentido na vida das pessoas podem ser causados pelo foco incessante na
obtenção de lucro e satisfação material.

Com base nas ideias de Marx, Kashiura explora a ideia de que o sujeito de direito do capitalismo está
alienado de sua verdadeira essência. Isso indica que, em detrimento da lógica do mercado, a
humanidade e as relações sociais genuínas estão sendo perdidas. Essa alienação tem impactos
significativos na sociedade moderna e levanta questões significativas sobre as estruturas sociais e
econômicas que moldam nossas vidas.

3. A relação entre propriedade privada e sujeito de direito

A relação entre o sujeito de direito e a propriedade privada é um tema frequentemente discutido no


pensamento de Karl Marx. Marx afirmou que a propriedade privada afeta as relações sociais e a
consciência individual do sujeito de direito no contexto capitalista.

Marx sustenta que o núcleo das desigualdades sociais presentes no capitalismo é a propriedade
privada dos meios de produção. A burguesia, uma classe proprietária, detém a maioria dos meios de
produção, como fábricas, terras e máquinas, nas sociedades capitalistas. A grande maioria das
pessoas, a classe trabalhadora, não possui esses meios e precisa vendê-los para sobreviver.

Essa separação entre os trabalhadores assalariados e os proprietários dos meios de produção resulta
em uma relação de exploração na qual a burguesia acumula riqueza e poder às custas da classe
trabalhadora. Marx argumenta que a propriedade privada causa profundas desigualdades sociais e
econômicas, criando um sistema de classes em que poucos indivíduos têm o controle dos recursos e
da produção, enquanto muitos enfrentam condições de vida precárias e oportunidades inacessíveis.

Marx também afirma que a propriedade privada priva o sujeito de direito de seu poder de
autodeterminação. Ele sustenta que, no capitalismo, as pessoas são reduzidas a meros vendedores
de sua força de trabalho e que, para sobreviver, precisam se sujeitar às necessidades e demandas do
mercado. Em tal situação, o sujeito de direito é privado da capacidade de controlar sua própria vida
e tomar livremente decisões e destinos.

A alienação também está presente nas relações entre os indivíduos e os produtos que são
produzidos no local de trabalho. Os trabalhadores no capitalismo não têm controle sobre o processo
de produção ou os resultados de seu trabalho. Os proprietários dos meios de produção adquirem os
produtos do trabalho, enquanto os trabalhadores recebem apenas um salário limitado. Existe uma
sensação de desvinculação e estranhamento entre o sujeito de direito e o produto de seu próprio
trabalho como resultado dessa falta de controle e participação direta na produção.

Marx acreditava que a emancipação do sujeito de direito depende da superação da propriedade


privada. Ele defende a socialização dos meios de produção, eliminando a separação entre
proprietários e trabalhadores e criando uma sociedade socialista em que a produção e os recursos
sejam distribuídos democraticamente. Marx afirmou que apenas dessa maneira seria possível acabar
com as desigualdades sociais e permitir que os indivíduos que exercem o direito recuperem sua
autodeterminação e se envolvam de forma ativa na sociedade.

4. A exploração do trabalho

Um tema central da obra de Karl Marx e uma das principais críticas que ele faz ao sistema capitalista
é a exploração do trabalho. No livro "Sujeito de direito e capitalismo", escrito por Celso Naoto
Kashiura, essa perspectiva de Marx sobre a exploração do trabalho é examinada minuciosamente e
examinada a maneira como isso afeta o sujeito de direito.

Marx afirma que o trabalho é uma atividade alienante no sistema capitalista. Isso indica que o
funcionário se sente desconhecido e afastado de seu trabalho e dos produtos que produz. O
trabalhador é colocado em uma posição em que não tem controle sobre o processo de produção e é
visto apenas como um meio de ganhar dinheiro para os proprietários da indústria.

Como os trabalhadores são tratados como mercadorias no capitalismo, eles são explorados. O
trabalhador vende sua força de trabalho aos empregadores em troca de um salário, mas esse salário
frequentemente não representa o valor real do trabalho que ele faz. Marx sustenta que o capitalista
expropria o valor do trabalho, pagando aos trabalhadores menos do que o valor total que produzem.

O sujeito de direito sofrerá consequências significativas como resultado dessa exploração do


trabalho. Para começar, o trabalhador é privado do controle sobre sua vida pessoal e atividades
produtivas. Ele se transforma em um mero apêndice da máquina capitalista, sem nenhuma
liberdade ou autonomia real. Além disso, a exploração do trabalho causa desigualdades sociais e
econômicas porque os capitalistas concentram os lucros da exploração do trabalho e dão aos
trabalhadores apenas uma fração do valor que produzem.

O conceito de sujeito de direito é questionado na perspectiva de Marx sobre a exploração do


trabalho no capitalismo. O sujeito de direito é aquele que possui direitos e liberdades reconhecidos
legalmente, mas, segundo Marx, a maioria dos trabalhadores tem esses direitos limitados e ilusórios
no sistema capitalista. Os trabalhadores enfrentam desigualdades e opressão decorrentes da
exploração de sua força de trabalho, embora tenham direitos legais em papel.

Como resultado, a interpretação de Kashiura da perspectiva de Marx sobre a exploração do trabalho


no capitalismo enfatiza a importância de compreender como o sujeito de direito é afetado pela
estrutura econômica. Essa visão crítica nos leva a pensar nas injustiças e desigualdades inerentes ao
sistema capitalista e a buscar soluções que possam promover uma distribuição mais justa do
trabalho e dos benefícios que ele gera.

5. A luta de classes e a emancipação do sujeito de direito

Marx vê a sociedade capitalista como um sistema em que a classe burguesa controla os meios de
produção e explora a classe trabalhadora, que só tem a força de trabalho para vender. Essa relação
de exploração cria uma contradição fundamental entre as classes porque as condições de vida e
trabalho da classe trabalhadora estão em conflito direto com os interesses da burguesia em
maximizar o lucro.

Essa contradição dá origem à luta de classes, pois quando os trabalhadores entendem que são
explorados e se organizam para resistir e mudar suas condições de vida. Marx acreditava que a
emancipação só pode ser alcançada pela classe trabalhadora unindo-se e lutando juntos.
Marx acredita que a emancipação do sujeito de direito vai além da mera conquista de direitos legais.
Além disso, significa superar as circunstâncias concretas de exploração e alienação impostas pelo
sistema capitalista. Marx afirmou que a classe trabalhadora só pode alcançar aemancipação se
permanecer submetida às relações de produção capitalistas.

Assim, a luta de classes serve como uma estrada para a mudança social e a emancipação do sujeito
de direito. A classe trabalhadora busca construir uma nova ordem social baseada na propriedade
coletiva dos meios de produção e na distribuição equitativa dos recursos. Eles se organizam e se
opõem ativamente à exploração capitalista.

É importante destacar que a visão de Marx sobre a luta de classes abrange além da economia a
política e a cultura. Marx sustenta que, além de explorar economicamente a classe trabalhadora, a
classe dominante exerce seu poder por meio do Estado e molda as ideias e valores da sociedade de
acordo com suas próprias preferências.

Como resultado, a luta de classes abrange não apenas o objetivo de melhorar as condições de
trabalho e os salários, mas também a mudança das estruturas políticas e sociais que sustentam a
exploração capitalista. Assim, a superação do sistema capitalista em sua totalidade está ligada à
emancipação do sujeito de direito.

Celso Naoto Kashiura, em seu livro "Sujeito de direito e capitalismo", explora essas ideias e ajuda a
compreender melhor a relação entre a luta de classes e a emancipação do sujeito de direito de uma
perspectiva marxista. Sua obra oferece uma análise crítica do sistema capitalista e enfatiza o quanto
é importante a ação coletiva e a conscientização da classe trabalhadora para transformar a
sociedade e buscar a verdadeira emancipação.

6. A crítica à igualdade formal

Marx afirma que, embora aparentemente garantir a todos os indivíduos os mesmos direitos
jurídicos, a igualdade formal é na verdade uma ilusão que esconde as desigualdades sociais
profundas e a exploração inerente ao sistema capitalista.

Marx afirmou que a igualdade formal é um tipo de igualdade abstrata que não leva em consideração
as condições concretas e materiais em que as pessoas vivem. Ela se baseia no conceito de que todos
são livres e iguais perante a lei, com seus próprios direitos e liberdades. Mas essa igualdade formal
esconde as desigualdades sociais e econômicas da sociedade capitalista.

Marx definiu o capitalismo como um sistema econômico baseado na exploração da classe capitalista
da classe trabalhadora. A igualdade formal no âmbito das relações de trabalho não é suficiente para
garantir uma igualdade real, pois as condições de vida e trabalho dos trabalhadores são
determinadas pela relação desigual de poder entre capital e trabalho.

A ideia de igualdade formal ignora as diferenças de classe, que causam disparidades significativas
entre as pessoas em termos de renda, riqueza e acesso a recursos. A classe trabalhadora é obrigada
a vender sua força de trabalho para sobreviver enquanto a burguesia acumula capital e controla os
meios de produção. A ideia de igualdade formal, que cria a crença de que todos têm as mesmas
chances e oportunidades de prosperar, esconde essa relação de dependência e exploração.

Marx também afirma que a igualdade formal não considera as instituições e estruturas sociais que
perpetuam a desigualdade. Por exemplo, a classe dominante vê o estado como um instrumento para
manter sua posição privilegiada e proteger seus interesses por meio da igualdade formal. As leis e as
instituições jurídicas são construídas de acordo com os interesses da classe dominante, o que
aumenta as desigualdades.

Marx critica a igualdade formal porque é uma ideologia que legitima a exploração e as desigualdades
sociais no capitalismo. Ele defende que é necessário ir além da igualdade formal e buscar uma
igualdade social real, o que requer uma transformação radical das estruturas sociais, econômicas e
políticas da sociedade. Só a superação do sistema capitalista e a criação de uma sociedade socialista
é a única maneira de alcançar uma verdadeira igualdade, onde todos são realmente livres e iguais.

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