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A MORTE BRANCA DO FEITICEIRO NEGRO

2023 o brasil é um territorio de maioria negroindigena

a religiao umbandista se encontra, desde a sua formação, estreitamente ligada ao processo


de urbanização e industrialização brasileiros, uma sociedade que se distanciava do passado
tradicional

Ortiz coloca a analise da umbanda e do candomblé em oposição, considerando a umbanda


como religiao endogena, de cultura branca; inclusive cita joaozinho da gomeia com um dos
precursores do branqueamento da umbanda

Ao demonstrar o ano de 1940 maioria branca, inclusive por conta do processo eugenico que
se funda nas decisões políticas de imigracao, o autor considera que a dominação simbólica
do branco faz caducar os valores africanos remanescentes.

Ante escravo, o negro foi absorvido pelo mercado de trabalho na condicao de proletário se
tornou proletario. o negro nao estava preparado para o mercado de trabalho? normas
trabalhistas racistas, protecionismo da mão de obra branca

abolicao da escravatura, industrialização, imigraçao = marginalização do negro. Nos anos


30 o que era afrobrasileiro torna-se negrobrasileiro; o elemento negro sai da inscrição
reificada e passa a fazer parte do corpo nacional. A sociedade brasileira exige então sua
ruptura com o passado simbólico, portanto, a umbanda nao é uma narrativa do tipo
messianico e sim fruto do desenrolar de mudanças sociais profundas

brancos e mulatos reorganizam antigas tradiçoes sob os valores vigentes na sociedade que
se reorganiza. numa sociedade de maioria branca o negro nao tem alternativa senao aceitar
os valores impostos pelo mundo branco e ele mesmo vai recusar tudo que tiver conotacao
negra profunda. a acao de embranquecer esta ligada a uma vontdade de embranquecer e
uma necessidade de embranquecer e convive tambem a impossibilidade de embranquecer
e abandonar seu acervo de memoria
mais adiante…o kardecismo elimina toda simbologia proletaria e negra - nocao de
doutrnação dos espiritos menos elevados - a cultura do espirito corresponde a cultura da
materia - as pessoas que tem essas “entidades de terreiro” ficam deslocadas. existe
oposição entre o kardecismo e as praticas negrobrasileiras-

o transe como uma alternativa possivel no processo de adaptacao das personalidades as


exigencias da vida urbana 54

a sociedade branca aceita o fato social negro, mas nao o valoriza empretecimento /
enegrecimento

a penetracao do espiritismo nas classs baixas se da no seculo xix negros e imigrantes que
nao conseguem intregar-se imediatamente a sociedade passam a ocupar a mesma classe
social.nao. o regime de violencia e diverso, entretanto a proximidade cria uma nova
semiosfera
a uma tendencia tambem do imigrante em voltar-se para as praticas supersticiosas -
ausencia do meio cultural original - na verdade é o meio cultural original, visto as
conjuraçoes ibéricas e o proprio kardecismo. ademais, a memoria coletiva da europa ainda
tem traços mítico pré cristaos. o que os diferencia é mais o fato de os corpos negros nao
terem experimentado a castracao do medievo. os negros trazem a magia nas maos,
enquanto os europeus ainda sentem o cheiro de carne queimada das fogueiras da santa
inquisição

(mais adiante…)a magia como um processo de acumulação - contribuicao dos estrangeiros


- acrescimo de elementos magicos orientais- novo acervo cultural magico
individualização da memoria coletico na pessoa do feiticeiro

sincretismo do grupo banto com as praticas kardecistas - praticas banto se fundam no culto
dos antepassados

culto cabula - cambone era o segunda depois do embanda- origem do termo mesa - pais de
santo eram conhecidos como pais de mesa pq o culto se dava em uma mesa improvisada
nos locais de natureza, sob uma arvore- eembanda- tata era o espirito incorporado - engira/
gira. o culto acontece agora no meio urbano, dentro de residencias - eleiminacao dos
sacrificios de sangue - substitui-se o assentamento do deus pela imgem de santo catolico-
substituicao do orixa pelo espirito familiar, ancestral

1853 - introducao do espiritismo no brasil - desde a origem ja ha afastamentos do


racionalismo de kardec- natureza terapêutica ao inves do cientificismo original - ha uma
cisao entre misticos e racionalistas - o grupo dos misticos e a base da federação espirita
brasileira - o medium se torna um curandeiro- o carater lenitivo o aproxima das classes mais
baixas

1924 - tenda espirita mirim

processo de empretecimento das praticas kardecistas

processo de institucionalizacao das religoes - associacoes, confederaçoes - luta por poder


entre as federaçoes
a classe media burguesa torna -se fundamental as funcoes de terreiro - a meta da umbanda
e o reconhecimento estatal

o candomble age como o repositorio do mundo simbolico afrobrasileiro nao so o candomble,


mas a quimbanda tbm

LUTA DOS OGÃns 1910-1920- participantes do culto gege nago se revoltam contra a
rigidez das tradiçoes- as praticas do candomble tornam-se incongruentes com as da
sociedade 47
o trabalho assalariado torna-se primordial
a liberdade recem adquirida x submissao ao pai de santo a figura do pai de santo arbitrario
ressignifica o feitor
na origem o regime politico de deveres e liberdades é outro# o camdomble , para alem da
religiosidade é uma cultura politica

exigencia de reintterpretacao das tradicoes segundo os novos valores sociais

umbanda - liame entre a ideologia excludente e cientificista do kardecismo e a dominancia


negra

no inicio nao ha uma vontade deliberada e nitida de se formar uma nova religiao 48
o que caracteriza a religiao é o fato de ela ser o produto das transformacoes socio
económicas que correm em determinado momento da historia brasileira

a penetração do espiritismo nas crenças negras se faz no norte e no sul do pais - repressao
estatal nos centros urbanos

aparecimento orgânico de praticas mais ou menos semelhantes

um nome era preciso para batizar a modalidade religiosa que se esboçava com tanto
prestigio antes mesmo de ter esboçado sua personalidade

quanto mais as regioes sao urbanizadas e industrializafas, maior o numeor de adeptos


umbandistas

ate 1966 a umbanda nao era considerada pelo ibge, seus adeptos eram classificados com
kardecistas
a umbanda como um movimento dialetico de embranquecimento e empretecimento,
participacao d lideranca egressa da classe media 64

a religiao umbandista fundamenta-se no culto dos espiritos e e pela manifestacao destes ,


no corpo do adepto, que ela funciona e faz viver suas divindades 69
elementos - dicotomia entre o bem e o mal

para o culto umbandista os deuses africanos sao rejeitados e o cabloco se torna um modelo
spiritual indiscutivel
os escritores romanticos, procurando responder a pergunta “quem é o brasileiro” no
contexto pos colonial, transformaram o indio em um modelo de brasilianismo

preso a uma sociedade de castas, onde a mobilidade social é infima, o negro, para se
reconhecer socialmente , nao tem outra alternativa senao a de aceitara unica imagem
positiva que a sociedade lhe oferece: a humildade 74

na umbanda nao ha lugar para negros quilombolas


como a memoria coletiva umbandista coincide com os valores dominantes da sociedade
brasileira, ela somente conserva os elementos que estao em harmonia com esta mesma
sociedade
pode-se observar que na criação da cosmologia religiosa existe da parte do pensamento
umbandista um esforço constante de despersonalizacao do universo religioso afro-brasiliro
85, encontra-se nesse processo de racionalização dos simbolos religiosos uma oposicao
entre as linhas e os deuses individualizados do candomble. os orixas nao sao mais os
herois das historias miticas nem mesmo se ocupam dos homens .
# a umbanda evoca sempre um sentido mais abstrato ao simbolico negro

concepção evolucionista da reencarnacao


divisao dicotomica entre bem e mal - umbanda/quimbanda
# quimbanda como a umbanda que nao aceitou a cristianização
#quimbanda onde se resguarda o culto aos exus
na quimbanda nao ha o Um, a unidade do bem versus a pluralidade do mal
#identificação religiosa multipla nunca foi um problema para o brasileiro, mas a polarização
socio politica parece exigir posicoes ideologicamente mais definidas tambem no campo
religioso
procopio umbanda e kardecismo como um continuum

97 : mais ocidentalizado, menos ocidentalizado, mais africanizado, menos africanizado

com efeito, é dificil falar , na religiao umbandista, de uma proximidade com a africa: trata--se
sobretudo de um distanciamento dos culto afrobrasileiros 97

no candomble se desenvolve um sentido de resistencia cultural 97


#a umbanda como um sistema de representaçoes e stuart hall

na medida em que a sociedade urbano industrial se desenvolve, os laços etnicos sao


rompidos , sendo o negro projetado no mercado concorrencial capitalista. nste momento
historico a desorganização social corresponde a desorganização paralela da memoriA
coletiva negrasendo a macumba o primeiro produto desta transformação social

#a dificuldade de ler em linha uma episteme espiral

a ruptura dos laços etnicos transforma radicalmente o culto de nação… Se existia uma
tendencia real de denominar a religiao dos negros de “linha de Umbanda” a palavra deveria
ser ainda trabalhada pelo pensamento espirita , ela necessitari embranquecer , para tomar o
seu sentido atual.115- 116
#linha de umbanda - lei de umbanda… semanticas do ordenamento

nicolau rodrigues - magia branca - 1936 (macumba e candomblé p 57)

oxala, cuja cor e o branco…. 118


#a estetica do branco

Pode-se afirmar que no nivel da seita existe uma correspondencia entre a hierarquia e a
estratificação do mundo sacrado, e a hierarquia e a estratificação do mundo profano
120

TUDO INDICA QUE NO SEIO DO COSMO RELIGIOSO ENCONTRA-SE A IMAGEM DA


SOCIEDADE DE CLASSES: O PROBLEMA É SABER ATÉ QUE PONTO AS IMAGENS SE
SUPERPOEM, DITO EM OUTRAS PALAVRAS, DE QUE MANEIRA O MUNDO
RELIGIOSO TRADUZ O MUNDO SOCIAL. 120

a mobilidade social é retratada na umbanda tbm sob o prisma da asc ensão espiritual
#a umbanda é a metafora do brasil e de suas encruzilhadas, onde o ocidente e o oriente
ainda se debatem
ler DURKHEIN

o cosmo religioso umbandista reproduz assim as contradicoes da sociedade brasileira 122


…ão é por acaso que a umbanda nasce justamente num momento em que a sociedade de
classes se consolida

o principio do carma , enqu\nto mobilidade social, so poderia ser realizado dentro de uma
sociedade de classes
Couty, o Brasil nao tinha povo 123

liberto ou escrvo ele dispunha de poucos meios de moboilidade social, praticando , desta
forma, no isolamento sua religiao e magia herdadas da africa 123
o social passa a ser modelo de estratificação e liberdade

continuidade descontinua do sagrado

a sintese umbandista reproduz de forma tao fidedigna o espelho-sociedade que, voltando o


olhar na direcao da massa de operarios espirituais, encontramos a dupla opressao do negro
brasileiro… oxala permanece impavido em Aru\na enquanto os pretos velhos se amontoam
a beira dos profano

a reinterpretacao se realiza assim dentro de uma otica valorativa de uma cultura moderna
que , embora integre os elementos de um passado tradicional afro brasileiro, vai
assimila-los em termos de civilização e de moral 126
exite na Umbanda a conservação do velho dentro de novas formas de significado, ao
mesmo tempo que novas formas e valores emergem com o desenvolvimento do pais

o falismo de exu sucumbiu frente ao puritanismo brasileiro

fontenelle 133
Quimbanda, baixo espiritismo ou magia negra, religião afro-brasileira, praticada pelos
negros no Brasil…A Quimbanda continua firme no propsito de manter as amigas tradiçoes
dos seus descendentes africanos , ao passo que a umbanda procura, pelo contrario, afastar
completamente esse sentido incivilizado das suas praticas., devendo-se a influencia do
homem branco, cujo grau de instrução já não as admite.
neste enunciado observa-se de um lado a opsiçao entre tradicional e moderno e, de outro o
contraste entre a cultura negra e a cultura branca. C omo ja vimos em outros capitulos, o
branco e o mulato embranquecido não podem recusar a hherança das religioes negras, pois
o contato das raças, a mestiçaem, contaminou os diversos estratos da sociedade brasileira

Exu é o que resta de negro, de afro-brasileiro, de tradicional, na moderna sociedade


brasileira. Eliminar o mal reduz-se portanto, a desfazer-se dos antigos valores
afro-brasileiros, para melhor se integrar na sociedade de classes

Exu além de possuir a qualidade de matador representa simbolicamente a dimensão das


trevas ele é o fundamento teórico dos crimes que se realizam na face da terra basta
percorrer os jornais para se perceber até que ponto dos africano se associa a ideia de
criminalidade 134

Não é o homem que mata mas Exu o homem é possuído pelo diabo a religião fornece
dessa forma as representações coletivas para a realização dos desejos humanos

Outro traço que assentou a correspondência de Exu com o reino da morte é a sua curiosa
assimilação ao gênio banto Kalunga e a divindade da omyana omulu. Kalunga é na
mitologia africana ao mesmo tempo Deus do mar e da morte 136

entretanto sabemos pelo trabalho de Hertz Que a morte representa a dimensão da


desordem ela introduz uma perturbação no sistema da vida. Desta forma, aos polos
antiéticos enunciados se alinham um outro o da ordem/desordem

Por detrás dessa visão dual do espírito humano esconde-se portanto a noção de ordem o
desequilíbrio a desordem tanto do mundo religioso quanto do profano correspondem a
vitória do ego inferior sobre o ego superior disco sobre os espíritos da luz. O problema é
que o pensamento religioso coloca é portanto da domesticação da parte inferior pela
superior

A ética religiosa combina assim na prática de uma moral repressiva

A vigilância desses Santos reforça a ordem religiosa deixar os exus livres significaria perder
o controle da situação O que poderia acarretar um desequilíbrio no sistema umbandista

Porém o que caracteriza o espírito de Exu é justamente seu comportamento atípico sua
atitude sexualizada em relação aos outros os palavrões que saem livremente da sua boca
desta forma não se pode eliminar o comportamento chocante pois o estereótipos social
fornecidos da sexualidade ele deve desempenhar corretamente seu papel

O traço que caracteriza por tanto uma sessão de yeshua ou da sexualidade é claro que a
dança não conserva mais aquele caráter falho com observado por Pierre VG nas tribos com
mas a fisionomia sexual da atividade persiste muito embora ela seja expressa e
compreendida de outra maneira a sexualidade se manifesta sobretudo no nível da
linguagem pois a obsinidade é parte intrínseca do estereótipo espiritual 142

A relação do subordinação dos exus e as entidades de luz foi objeto de um estudo


interessante da parte de Marco Aurélio luz o autor colocando-se em uma perspectiva étnica
mostra como santo Antônio São Benedito controlam os exus fazendo uma sócio análise do
altar umbandista ele demonstra como esses Santos católicos substituem e representam os
feitores que eram em geral mulatos que exerciam o prato repressivo do estado na formação
colonial Extra brasileira. Vigiando e castigando mantinha em funcionamento o processo
produtivo e reproduzir as relações sociais de produção. O simbolismo umbandista
representaria sim as relações entre senhores e escravos 143

Na realidade podemos pensar que o sincretismo Exu santo Antônio deriva do fato de estas
duas figuras estarem associadas uma e outra através do mesmo elemento a tentação

Entretanto a divisão magia branca magia negra não tem nenhum caráter científico pelo
contrário ela é toda ideológica e reflete os valores de uma determinada moral que quer se
diferenciar de outra a qualquer preço 145

Na parte histórica de nosso trabalho mostramos que resulta da desagregação da memória


coletiva africana mas que contrariamente a umbanda ela não corresponde a uma integração
dos elementos africanos na moderna sociedade brasileira ela situa se desta maneira numa
posição a margem os estudos traduzem essa marginalidade o impasse de um problema
sem solução essa posição marginal entre interpretada em linguagem mágica religiosa mas
dentro de uma perspectiva nova os estudos vão se surgir contra a ordem do universo
umbandista ou seja a ordem da sociedade brasileira 146

Se podemos considerar a macumba como contestadora isso deriva não do fato que ela
queira ser marginal mas ao contrário por ela não poder integrar-se dentro da ordem da
sociedade brasileira por isso o culto não tem força revolucionária mas é simplesmente sinal
de uma conjuntura socioeconômica mais ampla onde a marginalidade social é um fator
integrante

Da análise da divindade schuma conclusão importante pode ser depreendida o processo de


interpretação se realiza de acordo e orientado pelos valores da sociedade global

Análise da religião umbandista mostra assim que no processo de integração social existe
um duplo movimento de absorção de valores da sociedade global:são eles valores culturais
e valores de classe 162
Dá ideia de integração chega assim então a noção de legitimação da religião Max Weber
tem razão quando insiste que não é suficiente que os grupos vão instituições simplesmente
funcionam é necessário ainda que ele se legitimem

Como todo sistema simbólico a umbanda tende a legitimar a objetivação dos elementos de
ordem sagrada que se encaixam dentro da lógica do seu universo religioso esse esforço de
legitimação de explicação do mundo é necessário pois não se deve esquecer que a religião
umbandista é um valor novo que emerge no seio da sociedade brasileira 163

A legitimação é desta forma o processo de justificação e explicação do mundo 163

Análise do discurso umbandista mostra como se desenvolve o trabalho da inteligência


religiosa na busca de um estado que corresponde aos valores dominantes da sociedade
global
À procura dos fundamentos sagrados é importante para a legitimação da religião o tema
das origens aparecem incessantemente a partir dos primeiros escritos de 1941 e até hoje
domino palco literário do discurso umbandista

constrói-se desta forma um discurso imaginário carente de qualquer objetividade histórica a


herança africana é assim rejeitada pela ideologia Branca a religião vai então se situar nas
brumas de um passado mais digno as fontes sagradas originando-se na sabedoria hindu ou
persa como querem outros autores

Salva-se desta maneira a pureza da origem mas o negro aparece uma vez mais como
fundamento alvitante da prática religiosa

Para compreendermos a relação umbanda ciência é necessário retornar as fontes do


espiritismo kardecista pois essa religião influenciada pelo racionalismo francês já havia
estabelecido desde meados do século passado uma associação particular entre estas duas
instâncias na realidade para Kardec o espiritismo não é somente uma religião ele revela
além da existência de Deus as leis que regem o mundo dos espíritos relacionando com o
universo dos homens existe na religião aspecto ela é revelação divina e revelação científica
168

Entre religião e superstição sincera numa terminologia de bachelard um corte


epistemológico 169

Derivando em parte do kardecismo a umbanda vai conservar e modificar a relação ciência


religião mais modesta do que o espiritismo que concebe a religião como possibilidade de
realização da ciência a umbanda ao contrário utiliza ciência como fundamento de seu
mundo religioso

A ciência funciona portanto como fator de legitimação da religião o resultado é que a


umbanda ponte desta forma de marcar seu campo de atuação distinguindo-se nitidamente
das práticas afro brasileiras. Na medida em que a religião umbandista integra a linguagem
científica ela se separa das superstições que constituem os cultos de candomblé

Para obandista a educação não é somente um valor indispensável para a sua integração no
mundo Urbano ela é também sinal de evolução que tem certamente sua contrapartida na
hierarquia espiritual 175

Dentro desta perspectiva ou saber escrito é valorizado e a preocupação que os dirigentes


umbandistas têm com respeito à leitura reflete o imperativo categórico do universo sagrado

Não é menos verdade que existe um problema de aceitação do livro umbandista pelas
camadas mais pobres isto se deve sobretudo a dois fatores ao fato de que muitos adeptos
são ainda semi-alfabetizados e a existência de uma certa resistência ao saber livres que se
opõe ao saber ditado diretamente pela boca do espírito 176

Existe portanto uma convergência entre aspiração dos humandistas à educação e o


desenvolvimento social da educação pois trata-se de um elemento fundamental para o
funcionamento da ordem Urbano industrial
Porém o problema da educação do saber escrito não se coloca unicamente dentro de uma
perspectiva quantitativa ele também é um problema qualitativo e corresponde nas religiões
afro-brasileiras a passagem de uma cultura oral a uma cultura escrita comparando-se um
bando e cultos afro-brasileiros novas oposições podem ser apreendidas o mundo dos
candomblés é um universo de mito gestos e ritos que se transmitem através da vivência de
geração e geração a introdução da linguagem escrita torna-se assim incompatível com seus
princípios religiosos pois o universo afro brasileiro se fundamenta sobre o reforço e a
transmissão do axé

A palavra aspirada e respirada, a doutrina só e compreendida no sentido em que é


experimentada

A umbanda rompe com este modo de conceber o mundo transformando-se a participação


religiosa em aquisição de saber seu candomblé se caracteriza pela ausência de escritos
teológicos forma de conhecimento que se opõe a transmissão da força Mística não manda
este tipo de literatura passa a ocupar um lugar de destaque 178

Entretanto seria um erro considerar o livro exclusivamente como forma de comunicação do


saber ele traz consigo a marca do homem cultivado da intelectualidade ele é o centro do dal
do discurso erudito os significados culturais que não existiam na tradição oral agora são
veiculadas pelo e no livro O pai de santo não é um simples sacerdote ele se transforma em
escritor
Berg propõe a ideia de que a livre religiosidade corresponde no terreno da consciência ao
novo modelo liberal econômico
#a regra no mundo ocidental é a regra de mercado e para que os umbandistas pudessem
conquistar uma fatia do mercado estabelecendo uma marca umbandista era necessário
homogeneizar o seu produto
#Ortiz adverte de que a religião umbandista ainda não está cristalizada e nosso cristalizou
até hoje bem como o neopentecostalismo brasileiro ainda não se cristalizou e ambos
continuam se influenciando mutuamente vide a igreja reteté

Enquanto no candomblé as relações hierárquicas entre os homens reproduzem as


existentes no mundo mítico na umbanda surge a dominação racional
Desta forma a umbanda passa a reproduzir o desejo de individuaçao presente no ideario
pos abolicionista, a faculdade de gerir projetos, como individuo
As federacoes se consolidam como igrejas e a umbanda ganha forca politica sendo
avalizada como religiao _ver caso do indeferimento da acao coletiva
A umbanda interioriza as criticas do poder levitimado, tranformando-as em vetores de
integração
A perseguicao reifica o Grau de ilegitimidade das praticas negro brasileiras. enquanto se
tratava de um fato social distintivo entre nos e os outros, os cultos eram tolerados . ortiz
trata o panorama repressor desde 1912
O transe comecou a ser descrito como fenomeno de anormalidade e estrutura uma teoria
psiquiatrica

•••e profundamente humilhante para todos nos brasileiros…


1953 campanha nacional contra a heresia espirita CNBB
Conclusao orgiz trata a umbanda por um aspecto captalista, abstraindo a nocao de memoria
coletiva e episteme civilizatoria
Acredito tambem que nao se trata de um processo de secularizaçao, ao contrario, ,e um
processo civilazotorio de uma episteme que se abrigou na religiosidade

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