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ESTUDO DO LIVRO DE GÊNESIS

ESTRUTURA
I. A criação e a corrupção do mundo (1.1 – 11.32)
A. A criação de todas as coisas com Adão como cabeça (1.1 – 2.25)
B. A queda da humanidade em pecado e morte (3.1 – 5.32)
C. O dilúvio universal e a promessa do arco-íris (6.1 – 9.25)
D. A divisão de nações e línguas (10.1 – 11.32)
II. A aliança com Abraão, Isaque e Jacó (12.1 – 36.43)
A. As promessas de Deus e Abraão (12.1 – 25.18)
B. A graça de Deus a Isaque e Jacó (25.19 – 36.43)
III. A crise de Israel a respeito de José e Judá (37.1 – 50.26)
A. A humilhação de José e o pecado de Judá (37.1 – 50.26)
B. A exaltação de José e a nobreza de Judá (41.1 – 45.28)
C. A permanência de Israel no Egito (46.1 – 50.26)

TEMAS-CHAVE
1. Criação – A doutrina da criação
2. Corrupção do mundo – A doutrina do pecado
3. Dilúvio que faz alusão ao juízo final – A doutrina das últimas coisas
4. Protoevangelho – A doutrina da Salvação
5. Promessa do Salvador e alianças – A doutrina das alianças
GÊNESIS - CAPÍTULO 1
“No princípio, criou Deus os céus e a terra” v.1
Essa é a suficiente revelação da origem do universo, essa é a verdade absoluta
da origem de tudo, um Ser que tem todo o Poder, Glória e Conhecimento criou todas as
coisas, isso é um fato! Não é fabula, achismo, literatura fictícia ou uma alegoria para fins
pedagógicos, mas sim um fato histórico e real. Esse é o testemunho do próprio Deus sobre
a origem de tudo, Deus não tem que se explicar a nós mas, Ele é tão bondoso que ainda
deu detalhes de sua criação, expostos nos capítulos 1 e 2.
O criacionismo bíblico não nega a ciência, até porque, a ciência pertence a Deus:
Em Deus, porém, estão a sabedoria e o poder; a ele pertencem
o conselho e o entendimento (Jó 12:13).
Considerar a separação de Deus da ciência é dizer que Deus é intelectualmente
limitado, o que é uma completa blasfêmia! O propósito as Escrituras não é se ater a
detalhes técnico-científicos mas, sobretudo, revelar a Cristo. A bíblia menciona a ciência,
mas o Soberano propósito de Deus é revelar a si mesmo por meio de sua palavra e não
focar em cientificidade. Deus menciona muitas vezes que criou as leis da natureza e as
usa para governar a terra:
Conhece as leis do universo? Pode usá-las para governar a
terra? (Jó 38:33)
O que Deus faz por Soberana vontade é permitir que os homens descubram parte
dessas leis e da maravilhosa ciência de Deus:
Quem pôs a sabedoria no íntimo, ou quem deu à mente o
entendimento? (Jó 38:36)
Os grandes avanços científicos foram profetizados, Deus permitiu e decretou que
a ciência se multiplicasse, isso porque Ele é Bondoso e Misericordioso, Ele faz chover
tanto sobre o crente quanto sobre o ímpio:
E tu, Daniel, encerra estas palavras e sela este livro, até ao
fim do tempo; muitos correrão de uma parte para outra, e o
conhecimento se multiplicará (Daniel 12:4)
para demonstrarem que são filhos do Pai de vocês, que está
nos céus. Porque ele faz o seu sol nascer sobre maus e bons e
vir chuvas sobre justos e injustos (Mateus 5:45)
Muitos cientistas reconhecem essa imensa bondade de Deus e sua Soberania na
ciência, vejamos as declarações de alguns deles:
A matemática é o alfabeto no qual Deus escreveu o universo –
Galileu Galilei
Quanto mais eu estudo a natureza, mais me maravilho com a
obra do Criador – Louis Pasteur
Quão grande é Deus, e quão pequena é a nossa ciência que
parece uma nano-pequenezi – Ampere (1775 – 1836)
Eu sou cristão, ou seja, acredito na divindade de Jesus Cristo,
como todos os grandes astrônomos e todos os grandes
matemáticos do passado – Cauchy (1789 – 1857)
Do meu telescópio, eu via Deus caminhar! A maravilha, a
harmonia e a organização do universo só pode ter se efetuado
conforme um plano de um Ser Todo-poderoso e Onisciente –
Isaac Newton (1643 – 1727)
Os teólogos costumam afirmar que a ciência é o livro das obras de Deus. Não há
incompatibilidade entre Bíblia e a ciência, esta é apenas uma explicação mais detalhada
(dos aspectos tecno-científicos) do que está na bíblia. Os fatos científicos não se
contrastam com a bíblia, o que acontece é que de algumas teorias irem na contramão das
Escrituras. Porém, teoria, segundo o dicionário é: conhecimento especulativo, metódico e
organizado de caráter hipotético e sintético, ou seja, não são verdades absolutas e são
suscetíveis a falhas e a refutação. As teorias mais famosas e aceitas globalmente que se
contrasta com as Escrituras é a teoria da evolução de Darwin e a teoria do Big Bang.
Porém, mesmo a sociedade científica é dividida nessa questão, essas teorias não são
unanimemente aceitas pois apresentam vazios e contradições ainda hoje sem resposta.
O calcanhar de Aquiles da teoria do Big Bang é a segunda lei da termodinâmica:
Entropia. Que diz que, naturalmente, as coisas tendem a desorganização, deterioração e
declínio, o oposto da teoria do Big Bang que diz que ao acaso, o universo passou de
desorganizado para organizado se tornando o que é hoje. Fato científico vale mais que
teoria, portanto, a teoria do Big Bang é refutada pela própria lei da termodinâmica. Em
resposta a isso, isto é, “que lei causou a organização do universo, se este naturalmente só
envelhece e se deteriora”? Stephen Hawking declara: “leis da natureza desconhecida”. O
criacionismo bíblico é mais coerente e consistente, pois, um Ser Transcendente e
Imanente, ilimitado e infinito, Onipotente e Onisciente pode todas as coisas.
O criacionismo bíblico considera grupos de seres com variações, por exemplo,
as aves tiveram um ancestral comum que continha toda a genética que deu origem as
diversas variações de aves que se tem hoje mas, a ave jamais compartilhou um ancestral
comum com um aracnídeo, nem réptil e nem anfíbio. Mais explicado: Deus criou os
ancestrais comuns de cada família, ordem, classe, filo e Reino. A teoria da evolução
aponta para a ideia de que o homem e um cnidário, em um passado extremamente remoto,
compartilharam um mesmo ancestral comum, qual o argumento mais plausível?
Quando a bíblia fala Deus criou significa que, Ele faz existir do nada o tempo, o
espaço e a matéria; Esse é um atributo único de Deus: Criador. O criador Onisciente,
Onipresente e Onipotente. O homem não cria exatamente, ele apenas arranja, rearranja e
transforma as coisas, de uma árvore extrai a madeira e da madeira faz móveis, mas ele
não cria a árvore do nada.

“A terra era sem forma e vazia; havia trevas sobre a face do abismo, e o
Espírito de Deus se movia sobre as águas” v.2
É importante observar a terceira pessoa da Trindade Santa presente na criação,
o Espírito de Deus se movia sobre as águas. É importante observar ainda que não havia
absolutamente nenhuma existência de seres vivos e nem criaturas pré-adâmicas, a terra
era completamente desabitada, não havendo assim, relato bíblico que dê margem a
inferência da existência de extraterrestres ou alienígenas. Aqui não é o relato somente da
origem do planeta terra, mas de todo o universo!
“Então Deus disse: — Haja luz! E houve luz”. v.3
É importante observar a segunda pessoa da Trindade presente na criação, o Deus
Filho Jesus Cristo. Ao decorrer das Escrituras há a confirmação disso:
Eu estava lá quando ele preparava os céus, quando traçava o
horizonte sobre a face do abismo. Estava lá quando ele
firmava as nuvens de cima, quando estabelecia as fontes do
abismo, quando fixava ao mar os seus limites, para que as
águas não transgredissem a sua ordem. Quando ele compunha
os fundamentos da terra, eu estava com ele e era o seu
arquiteto. Dia após dia eu era a sua alegria, divertindo-me em
todo o tempo na sua presença (Provérbios 8:27-30).
No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o
Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as
coisas foram feitas por ele, e, sem ele, nada do que foi feito se
fez (João 1:1-3).
Nessa espetacular passagem de João, Cristo é descrito como tendo participação
ativa na criação, que o verbo a que Deus se referia, isto é, haja, era Jesus Cristo. Revela-
nos também que Cristo é Eterno, uma Pessoa distinta do Pai mas que ao mesmo tempo
encontram-se em perfeita unidade (“Eu e o Pai somos um” – João 10.30), o verbo estava
com Deus, e afirma ainda a Divindade de Jesus Cristo: o Verbo era Deus, algo que muitas
seitas negam, a exemplo, as testemunhas de Jeová.
mas, nestes últimos dias, nos falou pelo Filho, a quem
constituiu herdeiro de todas as coisas e pelo qual também fez
o universo (Hebreus 1:2).

“E viu Deus que era boa a luz; e fez Deus separação entre a luz e as
trevas. E Deus chamou à luz Dia; e às trevas chamou Noite. E foi a tarde e
a manhã, o dia primeiro”. v. 4 - 5
Sabe-se do formato globular da terra e seu movimento de translação e rotação,
basta que isso aconteça e tenha um raio de luz na direção da terra para que haja manhã,
tarde e noite, dia com luz e dia sem luz (noite).

“E disse Deus: Haja uma expansão no meio das águas, e haja separação entre águas e
águas. E fez Deus a expansão, e fez separação entre as águas que estavam debaixo da
expansão e as águas que estavam sobre a expansão; e assim foi. E chamou Deus à
expansão Céus, e foi a tarde e a manhã, o dia segundo”. v. 6 - 8
Expansão ou firmamento não é somente o céu, mas também o espaço sideral.
Deus chama o firmamento de céus e as estrelas são colocadas no firmamento (v. 13).
Portanto, Deus é o Absoluto Criador de tudo que existe, não ficou restrito somente ao
planeta terra e assim, Ele é o Soberano sobre a criação, estando acima de tudo e de todos
e todos lhe devem honra e glória pois, Ele é o Senhor sobre todas as coisas. Apesar de
nós termos nosso valor, de sermos a joia da criação, ainda assim, somos seres criados que
deve submissão ao seu Criador. Mesmo as estrelas obedecem a Deus, Ele sabe onde está
cada uma e ainda as chama pelo nome:
Olhem para os céus; quem criou as estrelas? Ele as faz sair
como um exército, uma após a outra, e chama cada uma pelo
nome. Por causa de seu grande poder e sua força
incomparável, nenhuma delas ousa se ausentar (Isaías 40:26).

“E disse Deus: Ajuntem-se as águas debaixo dos céus num lugar; e


apareça a porção seca; e assim foi. E chamou Deus à porção seca Terra; e
ao ajuntamento das águas chamou Mares; e viu Deus que era bom” v. 9 –
10
De prontidão, a criação obedece imediatamente a ordem do Soberano Criador.
Deus diz ao mar: “daqui não pode passar” e desde então o mar é restrito e não cobre a
porção seca. Será que todas as criaturas se mantiveram tão obedientes e reverentes ao seu
Criador? Até aqui, de prontidão, tudo obedece às suas ordens, alguém ousaria ser tão
ingrato e ousado a ponto de trair ao próprio Deus?

“E disse Deus: Produza a terra erva verde, erva que dê semente, árvore frutífera que
dê fruto segundo a sua espécie, cuja semente está nela sobre a terra; e assim foi. E a
terra produziu erva, erva dando semente conforme a sua espécie, e a árvore frutífera,
cuja semente está nela conforme a sua espécie; e viu Deus que era bom. E foi a tarde e
a manhã, o dia terceiro” v. 11 – 13
Dos versos 11 ao 12 é falado da criação da vegetação, sabemos muito bem que
cajueiro não produz manga, que morangueiro produz morango, cada um dá fruto
conforme sua espécie, um relato bíblico milenar - árvore frutífera que dê fruto segundo
a sua espécie - continua verídico e preciso até os dias de hoje. Mesmo a hibridação não
foge desse relato bíblico, pois ao mesclar a genética de duas espécies distintas a fim de se
obter uma terceira mais vigorosa e avantajada, não extrapolam o táxon a qual pertencem.
É possível cruzar artificialmente duas espécies de mesmo gênero e família, ainda assim,
é preciso que haja compatibilidade, tem que haver uma possibilidade ou pré-disposição
natural para que ocorra.
Por isso é possível dentro do gênero Citrus sp. Usar o tronco de um limoeiro
como base (“cavalo”) e enxertar nele uma laranjeira (“cavaleiro”), mas que dará laranjas
como fruto, pois a parte área predominante é uma laranjeira, seguindo o relato bíblico:
árvore frutífera que dê fruto segundo a sua espécie. A tecnologia transgênica superou a
barreira do cruzamento interespecífico e até mesmo entre reinos, mas o produto sempre
será do ser dominante, isto é, Milho bt gera milho e não uma bactéria.
Mas a condição natural e original das árvores frutíferas em geral é exatamente
essa descrita na bíblia. Quando há intervenção antrópica e hibridação têm-se a origem de
seres muito frágeis e sensíveis que requerem cuidados intensos e grande tecnologia para
sobreviverem e se perpetuarem. Uma mangueira híbrida não se desenvolve bem se for
deixada a própria sorte nas dependências de clima, solo e diversidade originais da região.
Precisam de um adequado manejo de solo, nutrição, irrigação, tratos culturais e manejo
de pragas e doenças; Cautela máxima em todas as fases fenológicas, quando ainda na fase
de muda, requerem cuidados redobrados com alocação em ambientes protegidos e um
manejo bastante delicado. A entomologia agrícola está aí para contar a história, da guerra
travada contra as pragas que sempre perderam e tiveram que buscar uma forma de
conviver com elas, diversificando o agroecossistema buscando o estado de equilíbrio,
retornando justamente para o que era antes, um agroecossistema diversificado e bem
planejado, tão divinamente já feito pelas mãos de Deus.
As árvores frutíferas encontradas em suas condições originais na natureza
possuem impressionante adaptação e rusticidade, dependem apenas da água da chuva, da
fertilidade natural do solo, das podas naturais feitas pela fauna associada e mesmo assim,
produzem frutos suficientes para perpetuação da espécie e que até mesmo sobra para
alimentar a fauna local, além de terem suas outras importantes funções ambientais e
ecológicas. Rendei glória ao Arquiteto do universo!

E disse Deus: Haja luminares na expansão dos céus, para haver separação entre o dia
e a noite; e sejam eles para sinais e para tempos determinados e para dias e anos.
E sejam para luminares na expansão dos céus, para iluminar a terra; e assim foi.
E fez Deus os dois grandes luminares: o luminar maior para governar o dia, e o
luminar menor para governar a noite; e fez as estrelas. E Deus os pôs na expansão dos
céus para iluminar a terra, E para governar o dia e a noite, e para fazer separação
entre a luz e as trevas; e viu Deus que era bom. E foi a tarde e a manhã, o dia quarto.
v. 14 – 19
Dos versículos 14-19 é dito da criação das fontes de luz e radiação. O sol ilumina
o dia, uma luz, radiação e calor mais intenso, enquanto que a lua também tem o mesmo
papel do sol, no entanto, reflete a luz do sol e junto com as estrelas (que têm luz própria)
iluminam a noite.
A fonte de luz própria no universo no 1º, 2º e 3º dia da criação era o próprio
Deus, mas Ele resolveu criar os corpos celeste para iluminarem a terra. Estima-se que
existam cerca de 200 bilhões de estrelas (só na via láctea) e 100 bilhões de galáxias. Se
estipulasse o quanto essas 200 bilhões de estrelas da via láctea e as 100 bilhões de galáxias
representam da luz da glória de Deus, seria muito menos que 0,00000001% tendendo ao
infinito, uma dizima periódica infinita; Pois Deus é Infinito em glória e em todo o seu
Divino Ser.
Quem mais segurou os oceanos nas mãos? Quem mediu os
céus com os dedos? Quem mais sabe o peso da terra ou pesou
na balança os montes e as colinas? Quem pode orientar o
Espírito do Senhor? Quem sabe o suficiente para aconselhá-
lo ou instruí-lo? (Isaías 40:12,13).
Apesar de Deus criar as leis da natureza, não foram elas que criaram o mundo,
cada detalhe da criação é de autoria de Deus, sem Ele, nada do que existe teria sido feito.
Existem bilhões de estrelas e Deus sabe o nome, a posição e a particularidade de cada
uma (Sl 147.4 e Is 40.26) isso nos revela como a inteligência e a sabedoria de Deus é
infinita, gloriosa e incompreensível. Faça um pequeno teste e se espante: pegue um
punhado de areia nas mãos coloque em um local plano e separe cada grão, daria milhares
de grãos. Coloque um nome em cada um, decore o nome de cada grão, depois misture-os
e os posicione de forma aleatória, você ainda saberia quem é quem?
Você nem sequer conseguiria decorar, de forma instantânea, o nome de milhares
de grãos de areia. Pois Deus sabe o nome, posição e particularidade de todas as estrelas e
para Ele isso é fácil, não chega nem perto de ser um desafio para Deus. Imagine todo seu
conhecimento adquirido ao longo da graduação, você basicamente não lembra de 30% de
tudo que cursou, agora, Deus sabe de todos aqueles detalhes. Deus tem conhecimento de
todas as reações bioquímicas que acontecem em cada ser vivo, em cada local ao redor de
todo o universo! Tudo de forma instantânea. Onisciente, Onipotente e Onipresente é o
Senhor Deus, glória ao nosso Salvador Infinito em Glória, Majestade e Poder!
Tal conhecimento é maravilhoso demais para mim: é
sobremodo elevado, não o posso atingir (Salmos 139:6).
Grande é o nosso Senhor, e de grande poder; o seu
entendimento é infinito (Salmos 147:5).
²0Criou, pois, Deus os grandes animais marinhos e todos os seres viventes que
rastejam, os quais povoavam as águas, segundo as suas espécies; e todas as aves,
segundo as suas espécies. E viu Deus que isso era bom. ²4Disse também Deus: Produza
a terra seres viventes, conforme a sua espécie: animais domésticos, répteis e animais
selváticos, segundo a sua espécie. E assim se fez. V. 20, 24.

Dos versos 20 ao 24, é anunciado a criação dos seres vivos, dos que povoam as
águas e os que povoam a terra. Deus colocou a capacidade de multiplicação e reprodução
nos seres vivos para que haja a perpetuação das espécies e o povoamento por toda a terra,
mar e rios. As aves e os seres aquáticos por assim dizer, foram criados no quinto dia e os
seres terrestres no sexto. Alguns teólogos costumam dizer que para cada elemento da
criação foi criado os que a povoariam ou reinariam sobre ele. Por exemplo, as águas foram
criadas primeiro, portanto, depois sucedeu a criação dos seres aquáticos que povoariam
as águas; depois foi criado o firmamento sobre o qual as aves “reinariam” e por fim a
terra (porção seca) sobre a qual os terrestres reinariam. É uma boa observação.
Algo fundamental precisa ficar muito claro, por mais que o relato da criação seja
tão sublime, muito superior ao que era encontrado nas religiões da época em que Gênesis
foi escrito e inclusive das religiões atuais. Por mais que os fatos científicos estejam
alinhados com o relato da criação, a aceitação da doutrina da criação, a crença de que a
criação foi um ato livre de Deus pelo qual ele, segundo o conselho de sua vontade e
para sua glória, a partir do nada, criou todas as coisas e também, conforme lhe
aprouve usou as coisas criadas para dá origem a outras; É sobretudo, essencialmente
e unicamente aceita pela fé:
Pela fé, entendemos que foi o universo formado pela palavra
de Deus, de maneira que o visível veio a existir das coisas que
não aparecem (Hebreus 11.3)
Mas também, isso não nos impede de observar esses relatos e comparar com a
ciência que conhecemos hoje, não para dá uma maior confirmação ou veracidade a
doutrina da criação, pois já cremos nela pela fé, temos a convicção de que Deus criou
todas as coisas. Mas, por questão de curiosidade e para fins apologéticos (defesa da fé e
dar uma resposta sensata aos críticos), podemos comparar a descrição de Gênesis com as
evidências científicas de hoje em dia. Analisando o verso 25, encontramos algo bastante
interessante que será discorrido a seguir.
A zootecnia geral diz que existem seres com atributos domesticáveis, que sem
esses atributos é impossível domesticar um animal selvagem pois, mesmo sendo
amestrado, a sua descendência não nasce sujeita ao homem, mas precisa passar
novamente pelo processo de amestramento. Ou seja, existe mesmo animais domésticos
por natureza e animais selvagens que sempre serão selvagens, visto que, por natureza, são
indomesticáveis. Por exemplo, o leão por natureza sempre será selvagem, por mais que
ele seja amestrado e posto em um circo, assim que ele tiver liberdade ele irá expressar sua
natureza selvagem e seus descendentes não irão nascer domesticados. Esse processo não
acontece com os bois por exemplo, que após a domesticação, estão agora sujeitos ao
homem, os bezerros já nascem domesticados, prestando serviço e utilidades ao homem.
Isso só retoma os argumentos bíblicos sobre a domesticação: “existem seres
domesticáveis porque assim Deus os criou, Deus colocou neles os atributos que permite
que eles sejam domesticados, são eles: sociabilidade, mansidão, fecundidade em cativeiro
e facilidade de adaptação ambiental”. Mais uma vez os relatos bíblicos da criação se
harmonizam com os relatos científicos!
E fez Deus os animais selváticos, segundo a sua espécie, e os
animais domésticos, conforme a sua espécie, e todos os répteis
da terra, conforme a sua espécie. E viu Deus que isso era bom
V. 25
Ficamos impressionados com a complexidade de um organismo unicelular, o
que dizer da biodiversidade de seres vivos multicelulares? com estimada organização
social e até mesmo com divisão de tarefas? O que dizer da sabedoria das abelhas?
Formigas e cupins? Da inteligência dos golfinhos, gatos, cachorro e do jumento? Fruto
do acaso? Da entropia reversa (que não existe)? É obviamente fruto da sabedoria e do
poder de Deus! Veja que grupo de seres foram criados: aquáticos, terrestres e alados e
não que de um ser aquático se originou todos os outros, seria mais ao menos esse o
esquema:
Figura 1. Filogenia e cladograma segundo a teoria da evolução. Veja que os mamíferos
compartilham o mesmo ancestral comum com o peixe, anfíbio, réptil e ave.

Figura 2. Filogenia e cladograma segundo o criacionismo bíblico. Cada grupo de seres


tem seu ancestral comum, que possuiu toda a genética para dá origem as variações
(variedades) mas não há compartilhamento de ancestral comum entre classe, filo e reino.
É importante observar que ao final de cada criação temos a seguinte frase: “e viu
Deus que era bom”. Originalmente, tudo que foi criado era perfeito, tudo era um só
continente, uma única porção de terra seca (pangeia) que mais tarde, com a corrupção do
pecado, as coisas começaram a tender ao declínio e deterioração, inclusive com a extinção
de muitos animais e a separação dos continentes.
E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme nossa semelhança; domine
ele sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu, sobre o gado, sobre os animais
selvagens e sobre todo animal rastejante que se arrasta sobre a terra. V. 26
O dia sexto, a criação do ser humano, a “pérola” da criação; A criatura que Deus
deu uma atenção especial, A convocação da Trindade: “Façamos”, para uma missão
especial, parte do cumprimento dos planos de Deus, façamos o homem à nossa imagem,
conforme nossa semelhança. Ora pois, a quem Deus estava se referindo quando disse:
“façamos”? Aos Anjos? Aos macacos, répteis, extraterrestres? Obviamente que não,
claramente ao Deus Filho e ao Deus Espírito Santo, que na verdade, desde o início
estavam presente como coautores da criação. A doutrina da Trindade não pode ser
explicada exaustivamente, se acaso você tentasse se aventurar em dar uma explicação
lógica e racional para isso, acabaria como todos os outros que tentaram fazer isso,
acabaria em confusão e heresias.
Talvez seja tentado pela sua sabedoria a prescrutar os mistérios da Trindade,
talvez seja tentado a pensar que a filosofia possa ajudá-lo nessa missão, mas tudo isso é
vão. A Trindade não veio à tona por nenhum erudito ou pensador, apesar do termo sim
ser usado pela primeira vez por Tertuliano, a verdade do Deus Trino é revelada pelas
Escrituras, aparecendo já em Gênesis 1. Deus se revela em sua palavra como Deus Trino,
a bíblia apresenta essa verdade, e é só através dos relatos bíblicos que podemos saber
sobre a doutrina da Trindade Santa, ainda assim, não é possível uma explicação exaustiva.
A doutrina da Trindade depende decisivamente da revelação, conhecemos ela
unicamente pela autorrevelação especial de Deus. A grande confiança e a base para
crermos que há três pessoas distintas com a mesma divindade que são um único Deus,
são tão somente as provas das Escrituras. Eis algumas provas:
Depois de batizado, Jesus saiu logo da água. E viu o céu se abrir e o Espírito
de Deus descer como uma pomba, vindo sobre ele. E uma voz do céu disse: Este é o meu
Filho amado, de quem me agrado.' (Mateus 3:16-17);
A graça do Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus e a comunhão do Espírito
Santo sejam com todos vós (2 Coríntios 13:13);
O próprio Espírito dá testemunho ao nosso espírito de que somos filhos de Deus.
Se somos filhos, também somos herdeiros, herdeiros de Deus e coerdeiros de Cristo, se
é certo que sofremos com ele, para que também com ele sejamos glorificados (Romanos
8:16-17);
E, porque sois filhos, Deus enviou ao nosso coração o Espírito de seu Filho,
que clama: Aba, Pai (Gálatas 4.6);
Portanto, ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai,
do Filho e do Espírito Santo (Mateus 28:19);
Veja como o emprego das três Pessoas da Trindade flui tão harmoniosamente no
texto sagrado, sem confusão, sem contradição e sem estranheza, flui naturalmente tão
bem encaixado. Veja como cremos com convicção na afirmação de romanos 8.16-17 e
entendemos perfeitamente a verdade bíblica exposta. Quando a própria bíblia faz sua
teologia, o Espírito nos dá compreensão para entender, e as coisas não ficam confusas.
Mas quando partimos do próprio raciocínio, fazemos uma teologia natural, que por certo
ficará cheio de lacunas, dilemas e contradições. O único caminho que mantém tão
harmoniosamente unidas e inerrantes as Sãs doutrinas, é a teologia da revelação, isto é, o
que a palavra de Deus nos apresenta; O testemunho do próprio Deus que não pode mentir.
Façamos o homem a nossa imagem e semelhança, podemos dizer poeticamente
que quando Deus soprou fôlego de vida naquele barro moldado, naquele sopro foi o amor,
a bondade, a misericórdia, a alegria, paciência, amabilidade, paz, fidelidade, mansidão, a
sabedoria, o domínio próprio, a moralidade e etc. Tudo que temos e somos veio de Deus.
“Pois nele vivemos, nos movemos e existimos...” (Atos 17.28). Deus comunicou em certa
medida parte de seus atributos com o ser humano, isso quer dizer que Ele compartilhou
conosco parte de seus atributos. Essa grande sabedoria que a humanidade tem, que
confecciona tecnologia capaz de enxergar do mundo microscópico e galáxias a milhares
de ano-luz de distância, veio de Deus. Apesar disso, não podemos cair na ignorância e
ganancia daqueles faltam dizer que somos iguais a Deus, que em extrema arrogância
faltam querer se assentar a direita de Deus e usurpar o lugar do Filho.
Somos a imagem e a semelhança, o único que tem a natureza humana e ao
mesmo tempo é exatamente igual a Deus é Jesus Cristo: “O Filho irradia a glória de
Deus, expressa de forma exata o que Deus é...” (Hebreus 1.3).
Domine ele sobre os peixes do mar, as aves do céu...estar claro que somos uma
criatura especial, dentre as criaturas, Deus nos concedeu certa importância a ponto de
sujeitar todas as criaturas sob nosso domínio. A luz do Novo Testamento conseguimos
entender o significado Cristocêntrico dessa essa passagem, o domínio do homem sobre a
criação é uma tipificação do domínio de Cristo sobre todas as coisas. Veja um paralelo
entre as passagens:
E disse Deus: Façamos o homem à nossa Que ressuscitou Cristo dos mortos e o
imagem, conforme nossa semelhança; fez sentar-se no lugar de honra, à direita
domine ele sobre os peixes do mar, sobre de Deus, nos domínios celestiais. Agora
as aves do céu, sobre o gado, sobre os ele está muito acima de qualquer
animais selvagens e sobre todo animal governante, autoridade, poder, líder ou
rastejante que se arrasta sobre a terra qualquer outro nome não apenas neste
Gênesis 1.26 mundo, mas também no futuro. Deus
submeteu todas as coisas à autoridade
de Cristo e o fez cabeça de tudo, para
o bem da igreja.
Efésios 1.20-22

Quando Deus fez o homem dominante sobre a criação, já estava anunciando o


evangelho, dando-nos a representação daquilo que estava por vim, o reinado do homem
sobre a terá é uma sombra do Reinado de Cristo (o Deus-Homem) sobre todas as coisas.
Adão e Eva eram então os representantes da raça humana, e os responsáveis por toda a
criação, eram os governadores e ao mesmo tempo os mordomos. Deus entregou a terra e
os animais aos cuidados do homem. Dessa forma, se o homem vacilasse, todos sofreriam
as consequências.
E posteriormente o homem pecou e caiu, assunto esse que será tratado com mais
profundidade no capítulo 3. Depois da queda, uma complicação e corrupção sem
precedentes engoliu o mundo. Vemos como o pecado afetou profundamente todas as
coisas, até mesmo o cuidado do homem para com a natureza entrou em declínio e tragédia.
De cultivadores à poluidores, a natureza geme com desmatamento, poluição,
desertificação, destruição dos ecossistemas, destruição da fauna, extinção de muitas
espécies pela caça, maus tratos aos animais e tantos outros crimes ambientais. Depois da
queda do humana e da depravação total, o homem é o peso do mundo, como diz o Senhor
Deus: Quando este povo, um profeta ou um sacerdote te perguntar: Qual é a sentença
pesada do Senhor? Então lhes dirás: Vós sois o peso! E eu vos deixarei, diz o Senhor
(Jeremias 23.33).
Outra consideração deve ser feita aqui. Veja que o homem é prioridade sobre as
demais criaturas, portanto, amar o ser humano deve ser prioridade no lugar de amar um
pet. Vamos como hoje em dias as coisas estão bastante invertidas, as pessoas amam mais
seus cachorros do que o próximo, gastam muito dinheiro com um pet de estimação mas
negam esmola ao necessitado ou dá misérias. Ainda pior do que isso, constroem
santuários para vacas! Um animal doméstico que devia prestar serviço ao homem
oferecendo tração animal para puxar o arado (boi), carne e leite. Todas essas inversões e
desfiguração das coisas é fruto do pecado!
Sim, eles conheciam algo sobre Deus, mas não o adoraram nem lhe
agradeceram. Em vez disso, começaram a inventar ideias tolas e, com isso, sua mente
ficou obscurecida e confusa. Dizendo-se sábios, tornaram-se tolos. Trocaram a grandeza
do Deus imortal por imagens de seres humanos mortais, bem como de aves, animais e
répteis (Romanos 1.21-22).
PORQUE A DOUTRINA DA CRIAÇÃO É FUNDAMENTAL?
Porque é tão importante estudar a doutrina da criação? Como o que parece ser
um ensino infantil de escola dominical, tão simples como o alfabeto ou uma conta de
adição, pode ser ao mesmo tempo tão complexa e tão fundamental? Infelizmente ou
felizmente, dado aos tempos em que se prosseguem, profetizados por Jesus em Mateus
24, caminhamos para a “era da apostasia” ou “era da incredulidade” em que, até o mais
básico dos ensinos bíblicos, é deliberadamente contestado, atacado e rejeitado pelos
homens. Não somente pelos incrédulos mas também pelos crédulos, sim, até os que se
dizem cristão negam ou distorcem o relato do próprio Deus sobre a criação do mundo.
Essa doutrina é de fundamental importância porque é no livro de gênesis que é
exposto as origens, o problema do mundo e toda a ponte que conectará tudo ao cerne do
evangelho: Jesus Cristo. Os três primeiros capítulos de gênesis são preciosíssimos, de tal
forma que se fossem retirados das Escrituras ou se fossem desqualificados como verídicos
e real, ocorreria um efeito dominó, de um livro atrás do outro ir perdendo o sentido até
chegar-se à irrelevância dos evangelhos e das doutrinas e teologia contida nas cartas dos
apóstolos. Pois, o cerne do evangelho é as boas-novas de Jesus Cristo, de como Deus
justifica os homens (Romanos 1.17), se pois não houvesse a queda, a depravação total, a
morte em delitos e pecados (efésios 2. 1-3), qual seria a necessidade de Cristo vim para
morrer na cruz pelos pecadores e essa ser a única forma de salvação?
Além disso, se não fosse verídico a história de gênesis (particularmente os
capítulos 1 e 2), muitos poriam a prova a Soberania de Deus sobre a criação, diminuindo
o fato de que Ele é Senhor sobre tudo e sobre todos e que toda a criação deve honra, glória
e submissão ao Criador Absoluto e Soberano. E assim, os homens poderiam com
arrogância e com o pretexto de que, não estaria claro na bíblia sobre quem criou o
universo e se quem o criou, de fato criou tudo, isto é, toda a galáxia e universo e ainda
levantariam a pergunta: há um só Criador?; E com esse pretexto, se assumiriam como
seus próprios senhores. É por isso que os ateus, os incrédulos, os inimigos da cruz de
Cristo, os opositores de Deus e etc., investem tanto para derrubar a veridicidade ou
inspiração do livro de Gênesis. Pois se Deus criou o mundo, Ele é Senhor sobre todos e
todas as criaturas lhe devem prestação de contas (Romanos 14.12; Hebreus 4.13 e
Eclesiastes 12.14).
Dessa forma, os ímpios detestam essa verdade e abominam a ideia de viver para
agradar ao Senhor, rejeitam em seu íntimo que Deus é Senhor de suas vidas, mas não é
uma rejeição baseada em uma série de argumentos lógicos, contundentes e verdadeiros,
mas sim uma rejeição insana e sem motivo. Salmos 10.4 afirma que os homens de forma
deliberada negam a Deus, isso quer dizer que, eles vão contra todas as provas e
evidências, contra o testemunho de Deus na criação (Salmos 19.1) e no íntimo de seus
corações (Eclesiastes 3.11). E além do mais, querem negar, confundir e esconder a
verdade das pessoas que Jesus Cristo é o único caminho da Salvação, isso os irrita ainda
mais. Motivados pela ira de seus corações e por Satanás, o pecador, o diabo e o exército
de demônios trabalham arduamente contra a verdade das Escrituras.
Por isso a doutrina da criação é um pilar que é tão atacado. A preocupação não
é a ciência, pois a bíblia se demonstra coerente com os fatos científicos mas discordante
com as teorias errantes (provadas no próprio meio acadêmico como errantes). O motivo
é que não suportam a ideia de Deus, e assim, se Gênesis é verdadeiro, Deus é claramente
o Senhor de tudo, e todos um dia prestarão contas com Ele, diante dAquele que até mesmo
os demônios temem e tremem (Tiago 2. 19).
As diversas passagens que se referem a criação podem ser classificadas como:
A – Passagens que salientam a Onipotência de Deus na hora da Criação (Is 40.
26-28; Am 4.13);
B – Passagens que indicam sua exaltação acima da natureza como Deus
grandioso e infinito (Sl 90.2; 102.26-27; At 17.24);
C – Passagens que se referem a sabedoria de Deus na obra da criação (Is 40.
12-14; Jr 10. 12-16; Jo 1.3);
D – Passagens que veem a criação do ponto de vista da Soberania e do
Propósito de Deus na criação (Is 43.7; Rm 1.25);
E – Passagens que fala da criação como obra fundamental de Deus (1 CO 11.9;
Cl 1.16) e passagens mais extensas: Ne 9.6; Is 42.5; 45.18; Ap 4.11; 10.6.

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