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Gestão Estratégica

Planejamento Estratégico: Reinventando o seu Negócio


Por Carlos José Pedrosa
cjpedrosa@ig.com.br

O mundo dos negócios é uma verdadeira guerra, e, como em todas as guerras, vence
aquele que melhor sabe neutralizar a força e o movimento dos adversários (concorrentes),
favorecer o movimento de suas forças (seus vendedores), bem utilizar o potencial de suas armas
(sua tecnologia), ocupar os espaços estratégicos (de mercado) e minar a frente de batalha (sua
área de abrangência) com seus projéteis (seus produtos). Em muitos casos fica evidente a
necessidade de repensar a empresa e levá-la a um outro posicionamento que leve em conta
diferentes realidades.

A ação de uma organização, em qualquer nível, ocorre em uma determinada área de


abrangência, que pode ser um bairro, uma cidade, um Estado, uma região, ou mesmo um país ou
muitos países de um ou de vários continentes. Nessas áreas deve-se levar em conta o ambiente
de negócios, que muda constantemente. Esse ambiente envolve, sofre a influência e interfere em
uma grande diversidade de aspectos, como pessoal, clientes, fornecedores, concorrentes,
tecnologia, finanças, governo, legislação, meio ambiente, comunidades, etc., cuja interação não
pode ser ignorada.

Em tal cenário, com constantes oportunidades e ameaças, pequenas decisões poderão


influir em grandes resultados. Mais que isto, tal como na guerra militar, ocupar ou não uma posição
hoje poderá influir, de modo positivo ou negativo, no desempenho da organização em futuro
próximo ou dentro de cinco, dez, quinze anos. Nesta época de globalização, de mudanças rápidas
e de transformações inesperadas, chegar primeiro não é apenas uma estratégia de competição,
mas, antes de tudo, uma questão de sobrevivência.

AS NECESSIDADES

É aqui que o empresário tem necessidade da formulação e implantação do planejamento


estratégico, com definição de objetivos, políticas e estratégias. Aqui serão fixados, por exemplo, o
foco da organização, os objetivos de curto, médio e longo prazo, a política de pessoal, política de
preços, política comercial, política de relações com a comunidade, política de investimentos,
política de produtos, estratégia de competição, estratégia de crescimento, qual seu verdadeiro
produto, qual a essência do negócio, e uma série de meios para atingir os objetivos da
organização, como, por exemplo, os planos táticos. Por exemplo, uma empresa de aviação
comercial poderá definir o seu negócio como sendo transporte aéreo de passageiros, ou transporte

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aéreo de carga, ou de passageiros e carga. Também poderá adotar uma visão estratégica mais
abrangente e definir o seu negócio como transporte. Assim ela se situará em um leque mais amplo
de oportunidades, que incluirão a conexão avião-caminhão, ou caminhão-navio, ou avião,
caminhão, navio, etc. As oportunidades são imensas em qualquer ramo de negócio, mas as
organizações precisam estar preparadas.

O GRANDE CONTEÚDO

Segundo Philip Kotler, “o planejamento estratégico é uma metodologia gerencial que


permite estabelecer a direção a ser seguida pela organização, visando maior grau de interação
com o ambiente”. Como direção, compreende-se o estabelecimento do âmbito de atuação, as
macropolíticas, as políticas funcionais, a filosofia de atuação, a macroestratégia, as estratégias
funcionais, os objetivos funcionais e os macroobjetivos. O grau de interação entre a organização e
o ambiente – que pode ser positivo (favorece a organização), negativo (prejudica a organização)
ou neutro (não favorece nem prejudica a organização) – é uma variável dependente do
posicionamento e do comportamento estratégico assumido pela organização.

A premissa do planejamento estratégico é de que as organizações desejam crescer e se


desenvolver – física e economicamente – no sentido de uma evolução positiva e lucrativa para o
futuro. O processo de crescimento e desenvolvimento, porém, não é tão simples, visto que a
ambiência de mudanças contínuas exige da organização uma capacidade de inovação e
adaptação constantes. A adoção do planejamento estratégico requer uma mudança bastante
significativa na filosofia e na prática gerencial da maioria das organizações – públicas ou privadas.
O planejamento estratégico não é passível de ser implantado por simples modificações técnicas
nos processos e instrumentos decisórios da organização. É, antes de tudo, uma conquista
organizacional que se inicia em nível de mudanças conceituais da gerência, resultando em novas
formas de comportamento administrativo, além de novas técnicas e práticas de planejamento,
controle e avaliação. O processo do planejamento estratégico é, para muitas empresas, o último
caminho e a última porta para a sobrevivência.

Estabelece-se, então, o plano estratégico englobando toda a organização: os planos


táticos, que se relacionam com as diversas áreas (marketing, financeiro, produção, recursos
humanos, etc.) e os planos operacionais (plano de vendas, plano de investimentos, plano de
produção, etc.), que se destinam a operacionalizar os planos táticos. Com isto a empresa estará
sendo dotada de um instrumento e uma visão de vanguarda que lhe permitam melhor se situar em
um ambiente extremamente competitivo – muitas vezes agressivo. O posicionamento estratégico
da organização poderá ser o grande diferencial e um passo decisivo para a liderança, seja qual for
o seu porte, seu ramo de atividades, sua área de abrangência e o ambiente de negócios. Com o

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posicionamento e a visão estratégica, a empresa poderá fixar o rumo das suas ações, definir quais
os seus projetos e como desenvolvê-los. É este o procedimento das organizações vitoriosas. Com
um adequado planejamento estratégico, a empresa se posicionará bem melhor e aumentará seus
resultados mais que o custo dos serviços que forem contratados. Isso também será uma questão
de estratégia.

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