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Tributação do Rendimento das

Pessoas Coletivas

2022/2023 Cristina Sá e Fernando Amado


Objetivo Geral

 Proporcionar aos alunos os conhecimentos indispensáveis sobre


a tributação dos rendimentos das sociedades comerciais
sujeitas ao regime geral do IRC.

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Programa
1. Características Gerais do IRC
2. Normas de Incidência: Incidência Pessoal, Real e Regime da Transparência
Fiscal
3. Isenções
4. Determinação da matéria coletável
• Rendimentos e gastos contabilísticos e fiscais
• Variações patrimoniais
• Subsídios
• Imparidades e provisões
• Depreciações, amortizações e reavaliações do imobilizado
• Tributação das mais-valias e o reinvestimento
• Eliminação da dupla tributação económica dos lucros distribuídos
5. Taxas
6. Liquidação
7. Obrigações Acessórias

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Imposto Sobre as Pessoas Coletivas
Considerações

Republicado pela Lei n.º 2/2014 de 16 de janeiro

 Direto
 Real
 Proporcional
 Global
 Estadual
 Periódico

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Imposto Sobre as Pessoas Coletivas
Considerações: Contabilidade Vs Fiscalidade
Dependência parcial …
o preambulo do CIRC “As relações entre contabilidade e fiscalidade são, no entanto, um
domínio que tem sido marcado por uma certa controvérsia e onde, por isso, são possíveis
diferentes modos de conceber essas relações. Afastadas uma separação absoluta ou uma
identificação total, continua a privilegiar-se uma solução marcada pelo realismo e que, no
essencial, consiste em fazer reportar, na origem, o lucro tributável ao resultado contabilístico
ao qual se introduzem, extra contabilisticamente, as correções - positivas ou negativas -
enunciadas na lei para tomar em consideração os objetivos e condicionalismos próprios da
fiscalidade.”
…o qual se caracteriza por aceitar o tratamento contabilístico sempre que não estejam est
abelecidas regras fiscais próprias.

Alguns motivos que justificam as correcções:


• Combater a evasão fiscal e a erosão das receitas fiscais (art. 23-A)
• Resolver situações de dupla tributação económica (art. 51º)
• Resolver situações de não coincidência entre regras de periodização de resultados
(imputação de subsídios; depreciações)
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Imposto Sobre as Pessoas Coletivas
Considerações: Contabilidade Vs Fiscalidade
Dependência parcial…

Contabilidade Fiscalidade

Resultado Líquido Lucro Tributável

Demonstração
Modelo 22
Resultados
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Incidência art. 1º CIRC

O IRC tem como objetivo principal tributar de forma global e unitária todos os

rendimentos obtidos (mesmo de atos ilícitos) – INCIDÊNCIA REAL pelas pessoas coletivas

– INCIDÊNCIA PESSOAL com referência a um determinado período de tempo –

PERÍODO DE TRIBUTAÇÃO.

Art 1º do CIRC:
O imposto sobre o rendimento das pessoas coletivas (IRC) incide sobre os
rendimentos obtidos, mesmo quando provenientes de atos ilícitos, no
período de tributação, pelos respetivos sujeitos passivos, nos termos do
CIRC.

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Art. 2.º - Incidência pessoal
Conceito de pessoa coletiva

“É uma organização constituída:


 por um agrupamento de pessoas ou mero complexo
patrimonial

 tendo em vista desenvolver uma atividade com interesses


comuns

 à qual a ordem jurídica atribui a suscetibilidade de ser


titular de direitos e obrigações.

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Art. 2.º - Incidência pessoal
Conceito de pessoa coletiva
Elementos das pessoas coletivas
- Personalidade jurídica
- Fins
- Objeto
Personalidade jurídica
-Ser titular de direitos e obrigações
-Pessoas jurídicas são:
- As pessoas Físicas
- As pessoas coletivas
Fins
- interessados – Os quais revertem a favor dos membros
-Desinteressados – Revertem para o bem público caso das
associações de beneficência
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Art. 2.º - Incidência pessoal
Conceito de pessoa coletiva
 Fins interessados

Económicos - Sociedades Comerciais


Não económicos – Culturais, Desportivos

 Fins interessados económicos


- Lucrativos (sociedades comerciais)
- Não lucrativos (Associações de socorros mútuo
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Incidência pessoal
Incidência Subjetiva (Pessoal)
 Quem está sujeito a imposto?

 Art 2º CIRC

Incidência Objetiva (Real)


 O que é que está sujeito a imposto?

 Art 3º CIRC

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Art. 2.º - Incidência pessoal
São sujeitos passivos de IRC:
 Residentes:
 Com personalidade jurídica
 as sociedades comerciais;
São sociedades comerciais as que tenham por objeto a prática de atos de comércio e
adotem o tipo de sociedade: Por quotas; Anónimas; Em nome coletivo; Em comandita simples; Em
comandita por ações
 as sociedades civis sob forma comercial;
as sociedades civis são aquelas que não têm por objeto a prática de atos comerciais ou de
qualquer dos tipos de atividade previstos no art. 230.º do Código Comercial. - que adotam o
tipo societário referido
 as cooperativas;
 as empresas públicas;
 e as demais pessoas coletivas de direito público ou privado

 Sem personalidade jurídica


 Não residentes:

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Art. 2.º - Incidência pessoal
São sujeitos passivos de IRC:
 Residentes:

 Com personalidade jurídica


 As sociedades comerciais ou civis sob forma comercial, as cooperativas, as
empresas públicas e as demais pessoas coletivas de direito público ou
privado
 Sem personalidade jurídica
 cujos rendimentos não sejam tributáveis em IRS ou em IRC diretamente na
titularidade de pessoas singulares ou coletivas
(Heranças jacentes, as pessoas coletivas em relação às quais seja declarada a invalidade, as
associações e sociedades civis sem personalidade jurídica e as sociedades comerciais ou civis
sob forma comercial, anteriormente ao registo definitivo)
 Não residentes:
 As entidades, com ou sem personalidade jurídica, cujos rendimentos obtidos
em território Português não estejam sujeitos a IRS

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Art. 2.º - Incidência pessoal
São sujeitos passivos de IRC:
 Uma associação Patronal
 Um Sindicato
 Uma herança jacente
 Um fundo de investimento

Não são sujeitos passivos de IRC:


 Uma herança indivisa
 Um consórcio
 Um condomínio

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Art. 3.º - Incidência Real
De acordo com o CIRC art. 3º, n.º1, o IRC incide sobre “o
lucro das sociedades comerciais ou civis sob forma
comercial, das cooperativas e das empresas públicas e
o das demais pessoas coletivas ou entidades referidas nas
alíneas a) e b) do n.º 1 do artigo anterior que exerçam, a
título principal, uma atividade de natureza comercial,
industrial ou agrícola.”

O lucro consiste na diferença entre os valores do


património líquido no fim e no início do período de
tributação, com as correções estabelecidas neste Código.
(art. 3º, n.º2)

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Art. 3.º- Incidência real

•Exerçam, a titulo principal, uma


actividade de natureza comercial,
industrial ou agrícola
Residentes
(com sede ou direção •Não exerçam, a titulo principal, uma
efetiva) actividade de natureza comercial,
industrial ou agrícola
Sujeito
Passivo

•Com estabelecimento estável em


Portugal
Não Residentes
(sem sede ou direção efetiva) •Sem estabelecimento estável em
Portugal
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Art. 3.º- Incidência real

•Exerçam, a titulo principal, uma


actividade deLUCRO natureza comercial,
industrial ou agrícola
Residentes
(com sede ou direção •Não exerçam, a titulo principal, uma
efetiva) actividade de natureza comercial,
RENDIMENTO GLOBAL
industrial ou agrícola
Sujeito
Passivo

•Com estabelecimento estável em


Portugal LUCRO EE
Não Residentes
(sem sede ou direção efetiva) •Sem estabelecimento estável em
RENDIMENTO DAS DIFERENTES
Portugal
CATEGORIAS DE IRS 17
Art. 2.º - Incidência pessoal

Art 17º a 52º do CIRC •Exerçam, a titulo principal, uma


actividade de natureza comercial,
industrial ou agrícola
Residentes
(com sede ou direção •Não exerçam, a titulo principal, uma
efetiva) actividade de natureza comercial,
industrial ou agrícola
Sujeito Art 53º e 54º do
CIRC Art 17º e 52º do CIRC,
Passivo
adaptações do 55º

•Com estabelecimento estável em


Portugal
Não Residentes
(sem sede ou direção efetiva) •Sem estabelecimento estável em
Portugal
Art 55º do CIRC 18
Art. 2.º - Incidência pessoal

21% •Exerçam, a titulo principal, uma


(12,5%;17%; 21%) actividade de natureza comercial,
industrial ou agrícola
Residentes
(com sede ou direção •Não exerçam, a titulo principal, uma
efetiva) actividade de natureza comercial,
industrial ou agrícola
Sujeito 21% 21%
Passivo
(12,5%; 17%; 21%)

•Com estabelecimento estável em


Portugal
Não Residentes
(sem sede ou direção efetiva) •Sem estabelecimento estável em
Portugal
Várias 19
Art. 3.º- Incidência real

LUCRO

= diferença entre os valores do património líquido no fim e no início


do período de tributação, com as correções estabelecidas no CIRC. (n.º2)

São componentes do lucro imputável ao EE:(n.º3)


 Os rendimentos de qualquer natureza obtidos por seu intermédio;
 Os demais rendimentos obtidos em território português, provenientes de
atividades idênticas ou similares às realizadas através desse
estabelecimento estável, de que sejam titulares as entidades aí referidas.

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Art. 4.º - Extensão da obrigação de imposto

 Residentes – a totalidade dos rendimentos, incluindo os obtidos fora do território


nacional;

 Não residentes com estabelecimento estável – os rendimentos imputáveis ao


estabelecimento, incluindo os resultantes de atividades idênticas ou similares
desenvolvidas em território nacional;

 Não residentes sem estabelecimento estável – os rendimentos considerados obtidos


em território nacional

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Art. 4.º - Extensão da obrigação de imposto

 Rendimentos obtidos em território Português


 Rendimentos imputados a Estabelecimento Estável
 Rendimentos relativos a imóveis situados no território português;
 Ganhos resultantes da transmissão onerosa de partes representativas do capital
de entidades com sede ou direção efetiva em território português;
 Devedor tenha residência, sede ou direção efetiva em território português
 Propriedade intelectual ou industrial
 Derivados do uso ou da concessão do uso de equipamento agrícola,
industrial, comercial ou científico;
 Remunerações auferidas na qualidade de membros de órgãos estatutários de
pessoas coletivas e outras entidade ;
 Prémios de sorteios;
 Derivados de outras prestações de serviços (exeto se imputados a EE localizado fora do
TN)
 (…)
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Estabelecimento estável art.5ºCIRC

“1 — Considera-se estabelecimento estável qualquer instalação fixa através da


qual seja exercida uma atividade de natureza comercial, industrial ou agrícola.”

Compreende entre outros:


• Instalação Fixa através da qual seja exercida uma atividade comercial,
industrial ou agrícola;
• Estaleiro de duração superior a seis meses;
• Pessoa, que não seja agente independente, com poderes de intermediação e
conclusão de contratos:

A expressão estabelecimento estável não compreende as atividades de


carácter preparatório ou auxiliar.
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Transparência Fiscal art.6ºCIRC

Este regime caracteriza-se pelo facto dos rendimentos obtidos pelas


entidades a ele sujeitas serem imputados aos respetivos sócios,
independentemente da distribuição de lucros.

A imputação é feita aos sócios ou membros nos termos que resultarem do ato
constitutivo das entidades aí mencionadas ou, na falta de elementos, em partes
iguais. Na situação de haver quotas próprias a % de participação de cada sócio é calculada sobre o valor do
capital social deduzido do montante das quotas próprias.

As entidades sujeitas a este regime estão isentas de pagamento do IRC


(art.º12º), exceto no que respeita ao IRC devido em resultado de tributações
autónomas. Mas não são desobrigadas do cumprimento das obrigações
acessórias impostas pelo CIRC.
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Transparência Fiscal art.6ºCIRC
REGIME GERAL Sócio

SOCIEDADE Sr. SANTOS


SANTOS & SILVA

Categoria E
RESULTADO CONTABILISTICO IRS: taxa 28% ou
Matéria coletável: IRC Englobamento (50%
valor)

Resultado Líquido
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Transparência Fiscal art.6ºCIRC
Sócio

SOCIEDADE Sr. SANTOS


SANTOS & SILVA

Categoria B
(sem dedução)

RESULTADO CONTABILISTICO

RESULTADO FISCAL
Taxas Gerais de IRS
|14,5% - 48%|
Obrigações acessórias em IRC
+ Pagamento de Tributações
autónomas 26
Transparência Fiscal art.6ºCIRC
Objetivos

• Eliminação da Dupla Tributação Económica dos lucros distribuídos;

• Neutralidade Fiscal;

• Combate à Evasão Fiscal.

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Transparência Fiscal art.6ºCIRC
Regime obrigatório para:
• Sociedades Residentes:
• Sociedades Civis sem Forma Comercial;
(não podem ter como objeto a prática de atos de comércio)
• Sociedades de Profissionais;
• Sociedades de simples administração de bens:
• cuja maioria do capital social pertença, direta ou indiretamente, durante mais de 183 dias
do exercício social, a um grupo familiar, ou
• cujo capital social pertença, em qualquer dia do exercício social, a um número de sócios
não superior a cinco e nenhum deles seja pessoa coletiva de direito público.

• Agrupamentos Residentes (art 6, n.º2)


• ACE – Agrupamentos Complementares de Empresas
• AEIE – Agrupamentos Europeus de Interesse Económico
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Transparência Fiscal art.6ºCIRC
Regime obrigatório para:
• Sociedades Residentes: a) Imputação aos Sócios da
• Sociedades Civis sem Forma Comercial; Matéria Coletável
• Sociedades de Profissionais; (impossibilidade de
imputar prejuízos)
• Sociedades de simples administração de bens
(nº1)
a) ou adiantamento por conta de lucros, se superior (art 20 n.1 CIRS)

Agrupamentos Residentes (art 6, n.º2) Imputação aos Sócios



dos Lucros ou Prejuízos
• ACE – Agrup. Complementares de Empresas
• AEIE – Agrup. Europeus de Interesse Económico (nº2)

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Transparência Fiscal art.6ºCIRC
Regime obrigatório para:
• Sociedades Residentes: a) Imputação aos Sócios da
• Sociedades Civis sem Forma Comercial; Matéria Coletável
• Sociedades de Profissionais; (impossibilidade de
imputar prejuízos)
• Sociedades de simples administração de bens
(nº1)
a) ou adiantamento por conta de lucros, se superior (art 20 n.1 CIRS)

Agrupamentos Residentes (art 6, n.º2) Imputação aos Sócios



dos Lucros ou Prejuízos
• ACE – Agrup. Complementares de Empresas
(nº2)
• ! AEIE – Agrup.
Não Europeus
existe o de Interesse
conceito de Económico
distribuição de dividendos no
enquadramento fiscal!!
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Art. 6º - Transparência Fiscal
 Sociedades de Profissionais:
 A forma jurídica não é relevante;
 Requisitos:
 Exercício efetivo de uma atividade profissional - lista a que se
refere o art. 151.º do CIRS - que todos os sócios sejam
profissionais dessa atividade e a exerçam diretamente, ou
 A sociedade cujos rendimentos provenham, em mais de
75%, do exercício conjunto ou isolado de atividades profissionais
previstas no artigo 151.º do CIRS, desde que, cumulativamente:
 durante mais de 183 dias do período de tributação, o
número de sócios não seja superior a cinco;
 Nenhum deles seja pessoa coletiva de direito público, e
 Pelo menos 75% do capital social seja detido por profissionais
que exercem as referidas atividades, total ou parcialmente, através
da sociedade.

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Isenção: Transparência Fiscal

 Aplicação Prática

Exemplos de aplicação
Atividade/Rendimento N.º % do capital Enquadramento
Sócios
Uma sociedade que exerce em 7 80% profissional e ??
80% de atividades da lista 20% outro
anexo ao art. 151.ª
Uma sociedade que exerce em 2 80% profissional ??
80% de atividades da lista
anexo ao art. 151.ª
Uma sociedade que exerce em 4 100% profissional ??
75% de atividades da lista
anexo ao art. 151.ª 32
Art. 6º - Transparência Fiscal
 Sociedades de simples administração de bens:
 Requisitos:
 Sociedade que limita a sua atividade à administração de bens ou
valores mantidos como reserva ou para fruição, ou
 À compra de prédios para a habitação dos seus sócios, ou
 Que conjuntamente exerça outras atividades e cujos proveitos
relativos a esses bens, valores ou prédios atinjam, na média dos
últimos três anos, mais de 50% da média, durante o mesmo
período, da totalidade dos seus proveitos;

EXCETO:
Sociedades que exerçam a atividade de gestão de participações
sociais de outras sociedades e que cumpram requisitos art 51º n.º 1
(part >5%; detida >24 meses….)

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Art. 6º - Transparência Fiscal
 Obrigações Declarativas das sociedades Transparentes (art 117)

 Declaração de inscrição, de alterações ou de cessação (artigos 118.º e 119.º);


 Declaração periódica de rendimentos (artigo 120.º);
 Declaração anual de informação contabilística e fiscal, (artigo 121.º)

 Outros Aspetos

 Dispensa de Pagamento por conta – Não liquida IRC


 Dispensa de PEC;
Se a sociedade até final do mês de março reunir as condições para estar enquadrada RTF, está
dispensada de o fazer neste período, ainda que posteriormente verifique perante alteração das
suas condições. (Circular n.º 8/90, de 16 de fevereiro e ao Despacho de 21-12-2009 - Processo
n.º 138/2009)
 Não estão sujeitas a derrama (Despacho de 26-03-2008 - Processo: 371/08)

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Art. 8.º - Período de tributação
 O período de tributação coincide, em regra, com o ano civil:
 Excepções:
 Por opção (residentes e EE – obrigatório 5 períodos seguintes – coincidir
com o período social de prestação de contas);
 Em situações especiais, o período de tributação pode ser inferior ou superior
a um ano

 A cessação da atividade ocorre:


 Entidades residentes – na data do encerramento da liquidação …;
 Entidades não residentes – na data em que cessar o exercício da
atividade ou deixarem de obter rendimentos.
 A AT pode declarar oficiosamente a cessação de atividade:
 Não exercício de atividade e não intenção de exercer;
 Inexistência de estrutura empresarial para o exercício da atividade.
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Art. 8.º - Período de tributação

Período de Tributação Inferior a um ano:


 No ano de inicio de tributação
 No ano de cessação de atividade
 As condições de sujeição a imposto ocorram e deixem de verificar-se no
mesmo período de tributação
 Exercício em que se adote um período de tributação diferente do que
vinha sendo seguido

Período de Tributação Superior a um ano:


 Sociedades em liquidação (p. Tributação = p. liquidação)

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Art. 8.º - Período de tributação
O facto gerador do imposto considera-se verificado:

 No último dia do período de tributação;


 Para alguns rendimentos obtidos por não residentes sem estabelecimento
estável, em momento diferente:
 Ganhos resultantes da transmissão onerosa de imóveis, em que o facto gerador se
considera verificado na data da transmissão;

 Rendimentos objeto de retenção na fonte a título definitivo, em que o facto gerador


se considera verificado na data em que ocorra a obrigação de efetuar aquela;

 Incrementos patrimoniais referidos na alínea e) do n.º 3 do artigo 4.º, em que o


facto gerador se considera verificado na data da aquisição.

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Isenções
Isenções Subjetivas (Pessoais)
 Art 9º e 10º CIRC

Isenções Objetivas (Rendimentos)


 Art 11º, 14º CIRC

38
Isenções art 9º
 O Estado, as regiões autónomas e as autarquias locais, bem como
qualquer dos seus serviços, estabelecimentos e organismos, …
 As associações e federações de municípios e as associações de
freguesia que não exerçam atividades comerciais, industriais ou
agrícolas;
 As instituições de segurança social e previdência a que se
referem os artigos 115.º e 126.º da Lei n.º 32/2002, de 20 de
dezembro;
 Os fundos de capitalização e os rendimentos de capitais
administrados pelas instituições de segurança social.

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Isenções art 9º
 O Estado, as regiões autónomas e as autarquias locais, bem como
qualquer dos seus serviços, estabelecimentos e organismos, …
 As associações e federações de municípios e as associações de
freguesia queExceto rendimentos
não exerçam de capitais
atividades comerciais, industriais ou
agrícolas;
 As instituições de segurança social e previdência a que se
referem os artigos 115.º e 126.º da Lei n.º 32/2002, de 20 de
dezembro;
 Os fundos de capitalização e os rendimentos de capitais
administrados pelas instituições de segurança social.

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Isenções art 10º
 As pessoas coletivas de utilidade pública administrativa;
 As instituições particulares de solidariedade social, bem como as
pessoas coletivas àquelas legalmente equiparadas;
 As pessoas coletivas de mera utilidade pública que prossigam,
exclusiva ou predominantemente, fins científicos ou culturais, de
caridade, assistência, beneficência, solidariedade social defesa do meio
ambiente e interprofissionalismo agroalimentar.
Carece de reconhecimento de membro responsável
pela área das Finanças, a requerimento

41
Isenções art 10º
 As pessoas coletivas de utilidade pública administrativa;
 As instituições particulares de solidariedade social, bem como as
• Não abrange os rendimentos empresariais derivados do exercício das
pessoas coletivas àquelas legalmente equiparadas;
atividades comerciais ou industriais desenvolvidas fora do âmbito dos fins
 Asestatutários,
pessoas coletivas
bem como de mera utilidade
os rendimentos pública
de títulos que prossigam,
ao portador, não registados
nem depositados,
exclusiva condicionada:
ou predominantemente, fins científicos ou culturais, de
• Exercício
caridade, efetivo, beneficência,
assistência, a título exclusivo ou predominante,
solidariedade social oudedefesa
atividades
do
dirigidas à prossecução dos fins que justificaram o respetivo
meio ambiente.
reconhecimento que levou à isenção;
• Afetação aos fins referidos de, pelo menos, 50 % do RGL que seria
sujeito a tributação, até ao fim do 4.º período de tributação posterior
àquele em que tenha sido obtido, salvo em caso de justo impedimento,
notificado à AT + fundamentação escrita, até ao último dia útil do 1.º
mês subsequente ao termo do prazo;
• Inexistência de qualquer interesse direto ou indireto dos membros dos
órgãos estatutários…nos resultados da exploração das atividades
económicas por elas prosseguidas.
42
Isenções art 11º
 Estão isentos os rendimentos diretamente derivados do exercício de
atividades Culturais, Recreativas ou Desportivas.
 A isenção só se aplica se as associações legalmente constituídas:
 Em caso algum distribuírem resultados e os membros dos seus órgãos sociais não
tenham, por si ou interposta pessoa, algum interesse direto ou indireto nos
resultados de exploração das atividades prosseguidas;
 Disponham de contabilidade ou escrituração que abranja toda a atividade;

 A isenção não abrange os rendimentos provenientes de qualquer


atividade comercial, industrial ou agrícola exercida em ligação com
essas atividades e, nomeadamente, os provenientes de publicidade,
direitos respeitantes a qualquer forma de transmissão, bens imóveis,
aplicações financeiras e jogo do bingo.

43
Isenções art 11º
 Estão isentos os rendimentos diretamente derivados do exercício de
atividades Culturais, Recreativas ou Desportivas.
 A isenção só se aplica se as associações:
 Em caso algum distribuírem resultados;
 Disponham de contabilidade ou escrituração que abranja toda a atividade;

 A isenção não abrange os rendimentos comerciais, nomeadamente,


publicidade,
Ficam bares,
isentos de IRC lojas, bingo.
os rendimentos das coletividades desportivas, de
cultura e recreio, abrangidas pelo artigo 11.º do Código do IRC, desde que
a totalidade dos seus rendimentos brutos sujeitos a tributação, e não isentos
nos termos do mesmo Código, não exceda o montante de 7500 €.
art 54 EBF

44
Isenções art 14º
 Estão isentos os lucros e reservas que uma entidade residente em TN,
sujeita e não isenta de IRC coloque à disposição de uma entidade que (art
14 n.º 3):
 Seja residente:
 Em Portugal ou noutro Estado membro da União Europeia;
 Num Estado membro do Espaço Económico Europeu que esteja
vinculado a cooperação administrativa no domínio da fiscalidade
equivalente à estabelecida no âmbito da União Europeia;
 Num Estado com o qual tenha sido celebrada convenção para evitar a
dupla tributação, que preveja a troca de informações.
 Esteja sujeita e não isenta de um imposto de natureza idêntica ou
similar ao IRC
 Detenha direta, ou direta e indiretamente uma participação não inferior
a 10% do capital social ou dos direitos de voto da entidade que distribui os
lucros ou reservas;
 Detenha a participação de modo ininterrupto, durante os 12 meses
anteriores à colocação à distribuição.

45
Isenções art 14º
 Também é aplicável aos lucros e reservas distribuídos que uma entidade
residente em território português coloque à disposição de um
estabelecimento estável situado noutro Estado membro da União
Europeia ou do Espaço Económico Europeu de uma entidade que
cumpra os requisitos estabelecidos nas alíneas a) a d) do n.º 3.

46
Isenções (art 9º a 14º)
Consequências dos regimes de Isenção:
 Reporte de prejuízos (art. 52º,nº5)
 Os prejuízos fiscais apurados na atividade abrangida pela isenção parcial e ou
de redução de IRC, não podem ser deduzidos, em cada exercício, dos lucros
tributáveis das atividades sujeitas a IRC.

 Obrigações Contabilísticas
 A contabilidade deve ser organizada de modo que os resultados das operações
e variações patrimoniais sujeitas ao regime geral do IRC possam claramente
distinguir-se dos das restantes. (art. 17º,nº3, a) e b))
 Disponham de contabilidade ou escrituração que abranja todas as suas
atividades e a ponham à disposição dos serviços fiscais, designadamente para
comprovação. (art. 11º,nº2, b))

47
Determinação da Matéria Coletável

 Matéria Coletável
 Métodos de Determinação da Matéria Coletável

48
Determinação da matéria Coletável (art 15º)

•Exerçam, a titulo principal, uma


actividade de natureza comercial,
industrial ou agrícola
Residentes
(com sede ou direção •Não exerçam, a titulo principal, uma
efetiva) actividade de natureza comercial,
industrial ou agrícola
Sujeito
Passivo

•Com estabelecimento estável em


Portugal
Não Residentes
(sem sede ou direção efetiva) •Sem estabelecimento estável em
Portugal
49
Determinação da matéria Coletável (art 15º)

•Exerçam, a titulo principal, uma


MC de
actividade = LTnatureza
– PF -comercial,
BF
industrial ou agrícola
Residentes
(com sede ou direção •Não exerçam, a titulo principal, uma
efetiva) MC = deRend.
actividade Global
natureza –
comercial,

Sujeito
Gastos
industrial Comuns - BF
ou agrícola
Passivo

•Com estabelecimento estável em


MC = LTEE – PFEE - BFEE
Portugal
Não Residentes
(sem sede ou direção efetiva) •Sem estabelecimento estável em
MC = RENDIMENTO DAS
Portugal
DIFERENTES CATEGORIAS DE IRS50
Determinação da Matéria Coletável (art 16º)

 Com base em declaração do sujeito passivo, sem prejuízo do seu


controlo pela administração fiscal.

 Na falta de declaração, compete à Autoridade Tributária e


Aduaneira

 A determinação do lucro tributável por métodos indiretos só pode


efetuar-se nos termos e da legislação aplicável.

51
Base do Imposto

 Lucro Tributável (art. 3º, n.º1, a));

 Rendimento Global (art. 3º, n.º1, b));

 Lucro Tributável Imputável a Estabelecimento Estável (art. 3º, n.º1, c));

 Rendimentos das várias categorias (art. 3º, n.º1, d));

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Contabilidade: Resultado Liquido do período+ Outras
variações patrimoniais positivas ou negativas

Correcções nos termos do Código IRC Lucro Tributável

A deduzir: Matéria coletável


- Prejuízos Fiscais - Benefícios fiscais
Taxa
Deduções à coleta:
- Dupla Tributação Internacional coleta
- Benefícios fiscais
IRC Liquidado

A deduzir:
Imposto a
- Retenções na fonte - Pagamentos por conta pagar/recuperar
A acrescer:
- IRC de exercícios anteriores
- Derrama
Total a
pagar/recuperar
- Tributações Autónomas

53 - Juros compensatórios e de mora


Determinação do lucro tributável (art. 17)

 O lucro tributável é constituído pela soma algébrica do resultado líquido


do período e das variações patrimoniais positivas e negativas
verificadas no mesmo período e não refletidas naquele resultado,
 determinados com base na contabilidade e eventualmente corrigidos
nos termos deste Código.

(+) Variações patrimoniais positivas


Resultado líquido
(-) Variações patrimoniais Quadro
do período
negativas
07 /
(+) / (-) Mod. 22
Correções fiscais

Lucro tributável
54
Determinação do lucro tributável (art. 17)

 A contabilidade deve:
 Estar organizada de acordo com a normalização contabilística
 Refletir todas as operações realizadas pelo sujeito passivo e ser
organizada de modo que os resultados das operações e
variações patrimoniais sujeitas ao regime geral do IRC possam
claramente distinguir -se dos das restantes.

55
Artigo 18.º - Periodização do lucro
tributável
 Os réditos relativos a vendas consideram-se em geral realizados, na data
da entrega ou expedição dos bens ou, se anterior, na data em que se
opera a transferência de propriedade;
 Os réditos relativos a prestações de serviços consideram-se em geral
realizados na data em que o serviço é concluído, exceto:
 Prestação de serviços de mais de um ato;

 Prestação continuada ou sucessiva.

em que são imputáveis proporcionalmente à sua execução.

 Os réditos e os gastos de contratos de construção devem ser


periodizados tendo em consideração o disposto no artigo 19.º

56
Artigo 18.º - Periodização do lucro tributável

 Os rendimentos e os gastos são imputáveis ao período de tributação, de


acordo com o regime de periodização económica (n.º1).

 As componentes positivas ou negativas consideradas como


respeitando a períodos anteriores só são imputáveis ao período
de tributação quando na data de encerramento das contas daquele
a que deviam ser imputadas eram imprevisíveis ou manifestamente
desconhecidas (n.º2).

Acrescer no campo 710 do quadro 07 M22

57
Periodização do resultado fiscal

 Princípio da justiça material (artigos 266.º, n.º 2 da CRP e 55.º da LGT).

 Sendo que o referido princípio já havia sido flexibilizado pela AT, através
do Ofício-Circular C-1/84, de 18 de Junho.

Não aceitação dos custos e dos proveitos resultantes de omissões


voluntárias ou intencionais no exercício em que são contabilizados,
considerando-se, em princípio, como tais as que forem praticados com
intenções fiscais

58
Artigo 18.º - Periodização do lucro
tributável
 Os réditos relativos a vendas e a prestações de serviços são imputáveis ao
período de tributação a que respeitam pela quantia nominal da
contraprestação (n.º 5).
 Os rendimentos e gastos, assim como quaisquer outras variações
patrimoniais, relevados em consequência da utilização do método
da equivalência patrimonial ou, no caso de empreendimentos
conjuntos que sejam sujeitos passivos de IRC, do método de
consolidação proporcional, não concorrem para a determinação do
lucro tributável, devendo os rendimentos provenientes dos lucros
distribuídos ser imputados ao período de tributação em que se adquire o
direito aos mesmos (n.º 8).

59
Artigo 18.º - Periodização do lucro
tributável
 Os ajustamentos decorrentes da aplicação do justo valor não concorrem
para a formação do lucro tributável, exceto quando:
 Respeitem a instrumentos financeiros reconhecidos pelo justo valor através de
resultados, desde que, quando se trate de instrumentos do capital próprio,
tenham um preço formado num mercado regulamentado e o sujeito passivo não
detenha, direta ou indiretamente, uma participação no capital igual ou superior a
5% do respetivo capital social; ; ou
 Tal se encontre expressamente previsto neste Código.

 Os pagamentos com base em ações, efetuados aos trabalhadores e


membros dos órgãos estatutários, concorrem para a formação do lucro
tributável do período de tributação em que os respetivos direitos ou
opções sejam exercidos.

60
Artigo 19.º - Contratos de construção

 A determinação dos resultados de contratos de construção é efetuada


segundo o critério da percentagem de acabamento.

 A percentagem de acabamento corresponde à proporção entre os gastos


suportados e a soma desses gastos com os estimados para a conclusão do
contrato.

 Não são dedutíveis as perdas esperadas correspondentes a gastos ainda


não suportados.

61
Rendimentos art 20º CIRC
“Consideram-se rendimentos os resultantes de operações de
qualquer natureza, em consequência de uma acção normal ou
ocasional, básica ou meramente acessória, nomeadamente:
a) Os relativos a vendas ou prestações de serviços, descontos, bónus e abatimentos,
comissões e corretagens;
b) Rendimentos de imóveis;
c) De natureza financeira, tais como juros, dividendos, descontos, ágios, (…)
d) Rendimentos da propriedade industrial ou outros análogos;
e) Prestações de serviços de carácter científico ou técnico;
f) Rendimentos resultantes da aplicação do justo valor em instrumentos financeiros; (…)
h) Mais-valias realizadas;
j) Subsídios à exploração.

62
Variações patrimoniais

De acordo com a filosofia do CIRC, o imposto deve incidir sobre o aumento da situação

liquida e não sobre o resultado do período - teoria do acréscimo patrimonial. Na

prática, a diferença é esbatida pelo facto de grande parte das variações estarem

excluídas.

 Variações Patrimoniais Positivas, art. 21º CIRC


 Variações Patrimoniais Negativas, art. 24º CIRC

63
Variações patrimoniais
Variações Patrimoniais Positivas, art. 21º CIRC
1 - Concorrem ainda para a formação do lucro tributável as variações patrimoniais
positivas não refletidas no resultado líquido do período de tributação, exceto:
a) As entradas de capital, …;

b) As mais-valias potenciais ou latentes, ainda que expressas na contabilidade,


incluindo as reservas de reavaliação ao abrigo de legislação de caráter fiscal;

c) As contribuições, incluindo a participação nas perdas do associado ao associante, no âmbito


da associação em participação e da associação à quota;

d) As relativas a impostos sobre o rendimento;

e) O aumento do capital próprio da sociedade beneficiária decorrente de operações


de fusão, cisão, entrada de ativos ou permuta de partes sociais, com exclusão da
componente que corresponder à anulação das partes de capital detidas por esta nas
sociedades fundidas ou cindidas. : 64
Variações patrimoniais
Variações Patrimoniais Positivas, art. 21º CIRC
2 - Para efeitos da determinação do lucro tributável, considera-se como valor de
aquisição dos incrementos patrimoniais obtidos a título gratuito o seu valor de mercado,
não podendo ser inferior ao que resultar da aplicação das regras de determinação do
valor tributável previstas no Código do Imposto do Selo.

Exemplos
 Aquisição de um ativo fixo tangível na sequência de sorteio;
 Doação de um imóvel;

65
Variações patrimoniais
Variações Patrimoniais Negativas, art. 24º CIRC
Nas mesmas condições referidas para os gastos e perdas, concorrem ainda para a
formação do lucro tributável as variações patrimoniais negativas não refletidas no
resultado líquido do período de tributação, exceto:
a) As que consistam em liberalidades ou não estejam relacionadas com a atividade do
contribuinte sujeita a IRC;
b) As menos-valias potenciais ou latentes, ainda que expressas na contabilidade;
c) As saídas, em dinheiro ou em espécie, em favor dos titulares do capital, a título de
remuneração ou de redução do mesmo, ou de partilha do património, bem como outras
variações patrimoniais negativas que decorram de operações sobre ações, quotas e
outros instrumentos de capital próprio da entidade emitente ou da sua reclassificação;
d) As prestações do associante ao associado, no âmbito da associação em participação;
e) As relativas a impostos sobre o rendimento;
f) A diminuição do capital próprio da sociedade beneficiária decorrente de
operações de fusão, cisão ou entrada de ativos, com exclusão da componente que
corresponder à anulação das partes de capital detidas por esta nas sociedades fundidas
ou cindidas. 66
Subsídios art 22º CIRC
 Ativos depreciáveis ou amortizáveis (n.º 1 a)
Rendimento = parte do subsídio, independentemente do recebimento, na mesma
proporção da depreciação ou amortização calculada sobre o custo de aquisição ou de
produção, sem prejuízo do disposto no n.º 2

(n.º2) “tem como limite mínimo a que proporcionalmente corresponder à quota mínima de
depreciação ou amortização nos termos do n.º 4 do artigo 31.º-A”

são calculadas com base em taxas iguais a metade


das fixadas segundo o método da linha reta

 Ativos intangíveis sem vida útil definida (elementos de prop. Ind.: marcas,
patentes; Goodwill)
Rendimento = parte do subsídio na proporção, independentemente do recebimento,
correspondente a 20 anos (art 45-A);
67
Subsídios art 22º CIRC
 Propriedades de investimento e a ativos biológicos não consumíveis,
mensurados pelo modelo do justo valor
Rendimento = em partes iguais, durante o período de vida útil que se deduz da quota
mínima de depreciação que seria fiscalmente aceite caso esse ativo permanecesse
reconhecido ao custo de aquisição.

 Ativos não referidos nas alíneas anteriores


Rendimento = inclusão, em frações iguais, durante os períodos de tributação em
que os elementos a que respeitam sejam inalienáveis, nos termos da lei ou do
contrato ao abrigo dos quais os mesmos foram concedidos, ou, nos restantes casos,
durante 10 anos, sendo o primeiro o do recebimento do subsídio

68
Gastos art 23º CIRC
Para a determinação do lucro tributável, são dedutíveis todos os gastos e
perdas incorridos ou suportados pelo sujeito passivo para obter ou garantir os
rendimentos sujeitos a IRC. “comprovados documentalmente” (art 23 n.º 3)
2 - Consideram-se abrangidos pelo número anterior, nomeadamente, os seguintes gastos e
perdas:
a) Os relativos à produção ou aquisição de quaisquer bens ou serviços, tais como
matérias utilizadas, mão-de-obra, energia e outros gastos gerais de produção,
conservação e reparação;
b) Os relativos à distribuição e venda, abrangendo os de transportes, publicidade e
colocação de mercadorias e produtos;
c) De natureza financeira, tais como juros de capitais alheios aplicados na exploração,
descontos, ágios, transferências, diferenças de câmbio, gastos com operações de crédito,
cobrança de dívidas e emissão de obrigações e outros títulos, prémios de reembolso e os
resultantes da aplicação do método do juro efetivo aos instrumentos financeiros
valorizados pelo custo amortizado;
69
Gastos art 23º CIRC
d) De natureza administrativa, tais como remunerações, incluindo as atribuídas a título
de participação nos lucros, ajudas de custo, material de consumo corrente, transportes e
comunicações, rendas, contencioso, seguros, incluindo os de vida e operações do ramo
«Vida», contribuições para fundos de poupança -reforma, contribuições para fundos de
pensões e para quaisquer regimes complementares da segurança social, bem como gastos
com benefícios de cessação de emprego e outros benefícios pós-emprego ou a longo
prazo dos empregados;
e) Os relativos a análises, racionalização, investigação e consulta;
f) De natureza fiscal e parafiscal;
g) Depreciações e amortizações;
h) Perdas por imparidade;

70
Gastos art 23º CIRC
No caso de gastos incorridos ou suportados pelo sujeito passivo com a aquisição de
bens ou serviços, o documento comprovativo deve conter, pelo menos, os seguintes
elementos:
 Nome ou denominação social do fornecedor dos bens ou prestador dos serviços e do
adquirente ou destinatário;
 Números de identificação fiscal do fornecedor dos bens ou prestador dos
serviços e do adquirente ou destinatário, sempre que se tratem de entidades
com residência ou estabelecimento estável no território nacional;
 Quantidade e denominação usual dos bens adquiridos ou dos serviços
prestados;
 Valor da contraprestação, designadamente o preço;
 Data em que os bens foram adquiridos ou em que os serviços foram realizados.

Quando o fornecedor esteja obrigado à emissão de fatura ou documento legalmente


equiparado nos termos do Código do IVA – o doc. segue esses requisitos. 71
Encargos não dedutíveis art 23-A CIRC

a) O IRC, incluindo as tributações autónomas, e quaisquer outros impostos que


direta ou indiretamente incidam sobre os lucros;

b) As despesas não documentadas;


não especificam a sua natureza, origem e
finalidade (acórdão do Supremo Tribunal Administrativo de 23-3-94,
proferido no recurso n.º 17812)

As despesas não documentadas são tributadas autonomamente, à taxa


de 50 % (70%), sem prejuízo da sua não consideração como gastos nos
termos da alínea b) do n.º 1 do artigo 23.º-A. Art 88º
+ 10 % se no período existir prejuízo fiscal
(OE 2022 – dispensa do agravamento cooperativas ou micro, pequenas e médias
72
empresas (conceito da certificação de PME)
Encargos não dedutíveis art 23-A CIRC
Despesas não devidamente
documentadas
c) Os encargos evidenciados em documentos que não cumpram as regras do artg. 23º,
bem como os emitidos por sujeitos passivos com número de identificação fiscal
inexistente ou inválido ou por sujeitos passivos cuja cessação de atividade tenha sido
declarada oficiosamente pela AT;

d) As despesas ilícitas, designadamente as que decorram de comportamentos que


fundadamente indiciem a violação da legislação penal portuguesa, mesmo que
ocorridos fora do alcance territorial da sua aplicação;
e) As multas, coimas e demais encargos pela prática de infrações, de qualquer
natureza, que não tenham origem contratual, bem como por comportamentos
contrários a qualquer regulamentação sobre o exercício da atividade;

73
Encargos não dedutíveis art 23-A CIRC

f) Os impostos, taxas e outros tributos que incidam sobre terceiros que o


sujeito passivo não esteja legalmente obrigado a suportar;
EXEMPLO: Imposto de selo na Letras de Crédito (encargo da
responsabilidade do sacado).

g) As indemnizações pela verificação de eventos cujo risco seja segurável;


 Indemnizações pagas a terceiros;
 Não abrange gastos obrigatoriamente suportados pela empresa pelo facto de o
valor da franquia estabelecida no contrato de seguro ser superior ao da
indemnização.
 Não abrange os gastos suportados voluntariamente pela empresa, como forma de
evitar acréscimos em gastos futuros.

74
Encargos não dedutíveis art 23-A CIRC

h) As ajudas de custo e os encargos com compensação pela deslocação em


viatura própria do trabalhador, ao serviço da entidade patronal, não
faturados a clientes, escriturados a qualquer título, sempre que a entidade
patronal não possua, por cada pagamento efectuado, um mapa através do
qual seja possível efectuar o controlo das deslocações a que se referem
aqueles encargos, designadamente os respetivos locais, tempo de
permanência, objetivo e, no caso de deslocação em viatura própria do
trabalhador, identificação da viatura e do respetivo proprietário, bem como o
número de quilómetros percorridos, exceto na parte em que haja lugar a
tributação em sede de IRS na esfera do respetivo beneficiário;
75
Encargos não dedutíveis art 23-A CIRC

Ajudas de custo são dedutíveis se:


 Faturados a clientes;
o mapa deve referir o valor faturado, a obra/serviço a que respeita
e autonomizar o montante das ajudas de custo e/ou das deslocações
imputáveis.

 Na parte em que haja lugar a tributação em sede de IRS na esfera do


respetivo beneficiário.
• A viatura não tem de ser
propriedade jurídica ou o seu
uso estar na titularidade jurídica
do trabalhador.
• Limite da isenção em IRS =
0,36 € por KM

76
Encargos não dedutíveis art 23-A CIRC

Mapa das ajudas de custo Mapa Itinerário


 Nome do beneficiário e respetivo NIF;  Nome do beneficiário e respetivo NIF;
 A data e o local da deslocação;  Matrícula da viatura;
 Tempo de permanência;  A data e o local da deslocação;
 Objetivo da deslocação;  Tempo de permanência;
 Objetivo da deslocação;
 Montante diário atribuído;
 Número de quilómetros percorridos;
 Valor total atribuído.
 Montante atribuído por quilómetro;
 Valor total atribuído.

77
Encargos não dedutíveis art 23-A CIRC

i) Os encargos com o aluguer sem condutor de viaturas ligeiras de


passageiros ou mistas, na parte correspondente ao valor das depreciações
dessas viaturas que, nos termos das alíneas c) e e) do n.º 1 do artigo 34.º, não
sejam aceites como gastos;

Processo: 2011 004399, com Despacho do Subdiretor-Geral, de 2012-03-30


Face à definição de “contratos de aluguer sem condutor” constante do Despacho de 1990-
12-31, do SEAF (ver Circular 24, de 1991-12-19, da DSIRC), … é aplicável às situações
de aluguer de longa duração, considerando-se como tal o aluguer que se reporta a
contratos até 3 meses renováveis e a contratos superiores a 3 meses.
Integrando-se, pois, os contratos de renting na definição de “contratos de aluguer sem
condutor”.
A parcela da renda correspondente à amortização do capital apenas é aceite como gasto
fiscal até ao valor das depreciações anuais que, nos termos das alíneas c) e e) do n.º 1 do
art.º 34.º, seriam dedutíveis no caso de a viatura ter sido objeto de aquisição direta.
78
Encargos não dedutíveis art 23-A CIRC

i) Os encargos com o aluguer sem condutor de viaturas ligeiras de passageiros ou


mistas, na parte correspondente ao valor das depreciações dessas viaturas que, nos
termos das alíneas c) e e) do n.º 1 do artigo 34.º, não sejam aceites como gastos;

TRIBUTAÇÕES AUTÓNOMAS
O “custo de aquisição” a considerar para efeitos de aplicação da taxa de tributação
autónoma deve ser o preço que o locador considerou para o cálculo da renda (do aluguer)
mensal. A esse preço terá de ser adicionado o IVA, uma vez que, não sendo dedutível,
constituiria uma componente do custo de aquisição da viatura.

Tributação autónoma dos gastos associados aos contratos de renting sobre viaturas afetas
a colaboradores (exceção prevista no n.º 6 do art.º 88.º do CIRC)
o valor que não fica sujeito a tributação autónoma será a parcela da renda que corresponda à
amortização de capital.

79
Encargos não dedutíveis art 23-A CIRC

Depreciações das viaturas ligeiras de passageiros ou mistas:


Adquiridas nos períodos de tributação que se iniciem entre 1 de janeiro de 2012 e 31 de
dezembro de 2014:
a) € 50 000 - veículos movidos exclusivamente a energia elétrica;
b) € 25 000 - restantes viaturas não abrangidas na alínea anterior.

Adquiridas nos períodos de tributação que se iniciem em 1 de janeiro de 2015 ou após


essa data:
a) € 62 500 - veículos movidos exclusivamente a energia elétrica (líquido de IVA);
b) € 50 000 - veículos híbridos plug-in (líquido de IVA);
c) € 37 500 - veículos movidos a GPL ou GNV (líquido de IVA);
d) € 25 000 - restantes viaturas (IVA incluído)

Portaria n.º 467/2010 de 7 de Julho + Lei nº 82-D/2014 de 31-12-2014


80
Encargos não dedutíveis art 23-A CIRC

i) Os encargos com combustíveis na parte em que o sujeito passivo não faça


prova de que os mesmos respeitam a bens pertencentes ao seu ativo ou por ele
utilizados em regime de locação e de que não são ultrapassados os consumos normais;
(…)

81
Encargos não dedutíveis art 23-A CIRC

n) Os gastos relativos à participação nos lucros por membros de órgãos sociais e


trabalhadores da empresa, quando as respetivas importâncias não sejam pagas ou
colocadas à disposição dos beneficiários até ao fim do período de tributação
seguinte;

o) Sem prejuízo da alínea anterior, os gastos relativos à participação nos lucros por
membros de órgãos sociais, quando os beneficiários sejam titulares, directa ou
indirectamente (as detidas pelo cônjuge, respetivos ascendentes ou descendentes
até ao 2.º grau), de partes representativas de, pelo menos, 1% do capital
social, na parte em que exceda o dobro da remuneração mensal auferida no
período de tributação a que respeita o resultado em que participam.

82
Encargos não dedutíveis art 23-A CIRC

Gastos relativos à participação nos lucros

1) Estimativa Fiável +
obrigação presente legal ou construtiva GASTO DO PERÍODO

2) Decisão na Assembleia Geral VARIAÇÃO PATROMONIAL NEGATIVA


N+1

83
Mensuração e perdas por imparidade em ativos correntes

 Inventários - art 26 a 28

 Perdas por imparidade em dívidas a receber – art 28º- A a art 28º- C

84
Inventários art 26 a 28

Critérios de mensuração art 26


a) Custos de aquisição ou de produção;

b) Custos padrões apurados de acordo com técnicas contabilísticas adequadas;

c) Preços de venda deduzidos da margem normal de lucro;

d) Preços de venda dos produtos colhidos de ativos biológicos no momento da


colheita, deduzidos dos custos estimados no ponto de venda, excluindo os de transporte e outros
necessários para colocar os produtos no mercado;

Podem ser incluídos no custo de aquisição ou de produção os custos de empréstimos obtidos,


bem como outros gastos que lhes sejam diretamente atribuíveis de acordo com a
normalização contabilística especificamente aplicável – NCRF 10 - No caso de os inventários
requererem um período superior a um ano para atingirem a sua condição de uso ou venda.
85
Inventários

Artigo 28.º - Ajustamentos em inventários


1 — São dedutíveis no apuramento do lucro tributável os ajustamentos em inventários
reconhecidos no período de tributação ou em períodos de tributação anteriores até ao
limite da diferença entre o custo de aquisição ou de produção dos inventários e o
respetivo valor realizável líquido referido à data do balanço, quando este for inferior
àquele.
Limite = Valor Aquisição/Produção - VRL

Valor realizável líquido o preço de venda estimado no decurso normal da atividade do


sujeito passivo, deduzido dos custos necessários de acabamento e venda. n.º2
A reversão, parcial ou total, dos ajustamentos concorre para a formação do lucro
tributável.
86
Inventários

Conceito de Valor Realizável Líquido


Art 28 n.º 1 CIRC

“preço de venda estimado no decurso normal da atividade do sujeito passivo nos termos
do n.º 4 do artigo 26.º, deduzido dos custos necessários de acabamento e venda”.

os constantes de elementos oficiais ou os últimos que em condições normais tenham


sido praticados pelo sujeito passivo ou ainda os que, no termo do período de
tributação, forem correntes no mercado, desde que sejam considerados idóneos ou
de controlo inequívoco

a NCRF 18 §30 refere que “as estimativas do valor realizável líquido são baseadas
nas provas mais fiáveis disponíveis no momento em que sejam feitas as estimativas”.
87
Perdas por Imparidade em Dívidas a receber art 28-A CIRC

Podem ser deduzidas as seguintes perdas por imparidade contabilizadas no mesmo


período de tributação ou em períodos de tributação anteriores:

a) As relacionadas com créditos resultantes da atividade normal , incluindo os juros


pelo atraso no cumprimento de obrigação, que, no fim do período de tributação,
possam ser considerados de cobrança duvidosa e sejam evidenciados como tal na
contabilidade;

b) As relativas a recibos por cobrar reconhecidas pelas empresas de seguros;

As perdas por imparidade e outras correções de valor que não devam subsistir,
por deixarem de se verificar as condições objetivas que as determinaram,
consideram-se componentes positivas do lucro tributável do respetivo período de
tributação.
88
Perdas por Imparidade em Dívidas a receber art 28-B CIRC

Perdas por imparidade em créditos

Para efeitos da determinação das perdas por imparidade …. consideram-se créditos de


cobrança duvidosa aqueles em que o risco de incobrabilidade esteja devidamente
justificado, o que se verifica nos seguintes casos:
a) O devedor tenha pendente processo de insolvência e de recuperação de empresas ou
processo de execução ou procedimento de recuperação de empresas por via
extrajudicial ao abrigo do Sistema de Recuperação de Empresas por Via
Extrajudicial (SIREVE); certidão emitida pelo tribunal
b) Os créditos tenham sido reclamados judicialmente ou em tribunal arbitral ; petição
inicial carimbada pela secretaria do tribunal
c) Os créditos estejam em mora há mais de seis meses desde a data do respetivo
vencimento e existam provas objectivas de imparidade e de terem sido efetuadas
diligências para o seu recebimento.

89
Perdas por Imparidade em Dívidas a receber art 28-B CIRC

Perdas por imparidade em créditos


Limite para as PI relativas a créditos estejam em mora há mais de seis meses:

a) 25 % para créditos em mora há mais de 6 meses e até 12 meses;

b) 50 % para créditos em mora há mais de 12 meses e até 18 meses;

c) 75 % para créditos em mora há mais de 18 meses e até 24 meses;

d) 100 % para créditos em mora há mais de 24 meses.

90
Regime fiscal das Imparidades art 28-B CIRC

Não são considerados de cobrança duvidosa:

 Os créditos sobre o Estado, Regiões Autónomas e autarquias locais ou aqueles em


que estas entidades tenham prestado aval;
 Os créditos cobertos por seguro, com excepção da importância correspondente à
percentagem de descoberto obrigatório, ou por qualquer espécie de garantia real;
 Os créditos sobre pessoas singulares ou coletivas que detenham mais de 10% do
capital da empresa ou sobre membros dos seus órgãos sociais, salvo nos casos previstos
nas alíneas a) e b) do n.º 1;
 Os créditos sobre empresas participadas em mais de 10% do capital, salvo nos casos
previstos nas alíneas a) e b) do n.º 1.
 Os créditos entre empresas detidas, direta ou indiretamente, nos termos do n.º 6 do
artigo 69.º, em mais de 10% do capital pela mesma pessoa singular ou coletiva, salvo
nos casos previstos nas alíneas a) e b) do n.º 1.
91
Créditos incobráveis art 41º CIRC

Créditos incobráveis:
Podem ser diretamente considerados gastos ou perdas do período de tributação nas
seguintes situações, desde que não tenha sido admitida perda por imparidade ou esta se
mostre insuficiente:

a) Em processo de execução, após o registo a que se refere a alínea b) do n.º 2 do artigo 717.º
do Código de Processo Civil; extinção da execução por não terem sido encontrados bens
penhoráveis

b) Em processo de insolvência, quando a mesma for decretada de caráter limitado, após o


trânsito em julgado da sentença de verificação e graduação de créditos prevista no Código da
Insolvência e da Recuperação de Empresas ou, quando exista, a homologação do plano objeto
da deliberação prevista no artigo 156.º do mesmo Código;
c) Em processo especial de revitalização, após homologação do plano de recuperação pelo
juiz, previsto no artigo 17.º-F do Código da Insolvência e da Recuperação de Empresas;
d) Nos termos previstos no SIREVE, após celebração do acordo previsto no art. 12.º do regime;
e) No âmbito de litígios emergentes da prestação de serviços públicos essenciais, após
decisão arbitral;
f) Nos termos do regime jurídico da prestação de serviços públicos essenciais, os 92
créditos se encontrem prescritos e o seu valor não ultrapasse o montante de (euro) 750.
Depreciações, amortizações e perdas por imparidades em ativos não
correntes - art 29 a 34

Decreto Regulamentar 25/2009

 Elementos Depreciáveis

 Métodos

 Taxas de depreciação

 Perdas por imparidade em ativos não correntes

93
Depreciações e amortizações art 29º

São aceites como gastos as depreciações e amortizações de elementos do ativo


sujeitos a deperecimento:
a) ativos fixos tangíveis - após entrada em funcionamento ou utilização
b) ativos intangíveis - após aquisição ou início de atividade se posterior (ou, se for o
caso, a partir da utilização para obtenção de rendimentos)
c) ativos biológicos não consumíveis contabilizados ao custo de aquisição - após aquisição ou
início de atividade se posterior
d) propriedades de investimento contabilizados ao custo de aquisição. - após entrada em
funcionamento ou utilização

São igualmente depreciáveis os componentes, as grandes reparações e beneficiações e


as benfeitorias reconhecidos como elementos do ativo sujeitos a deperecimento.

94
Depreciações e amortizações art 30º CIRC

O cálculo das depreciações e amortizações deve fazer-se, em regra, pelo método da


linha reta, atendendo ao seu período de vida útil.

Os sujeitos passivos podem, no entanto, optar pelo método das quotas decrescentes
relativamente aos ativos fixos tangíveis que:
 Não tenham sido adquiridos em estado de uso;
 Não sejam edifícios, viaturas ligeiras de passageiros ou mistas, exceto quando
afetas à exploração de serviço público de transportes ou destinadas a ser
alugadas no exercício da atividade normal do sujeito passivo,
 Não sejam mobiliário e equipamentos sociais.

95
Depreciações e amortizações art 31º CIRC

Para efeitos de aplicação do método das quotas constantes, a quota anual de


depreciação ou amortização que pode ser aceite como gasto do período de tributação
determina-se aplicando as taxas de depreciação ou amortização ao:
a) Custo de aquisição ou custo de produção;(*)
(..)
c) Valor de mercado, à data da abertura de escrita, para os bens objecto de
avaliação para este efeito, quando não seja conhecido o custo de aquisição ou o custo de
produção.

Para efeitos da determinação do valor depreciável ou amortizável: n.º2


a) Não são consideradas as despesas de desmantelamento; e
b) Deduz-se o valor residual.

96
Depreciações e amortizações art 31º CIRC

Quando se aplique o método das quotas decrescentes, a quota anual de depreciação que
pode ser aceite como gasto do período de tributação determina-se multiplicando os
valores de aquisição ou produção pelas taxas de depreciação, corrigidas pelos seguintes
coeficientes máximos: n.º4

a) 1,5, se o período de vida útil do elemento é inferior a cinco anos;

b) 2, se o período de vida útil do elemento é de cinco ou seis anos;

c) 2,5, se o período de vida útil do elemento é superior a seis anos.

97
Depreciações e amortizações art 31CIRC

Os contribuintes podem optar no ano de início de utilização dos elementos por uma taxa
de reintegração ou amortização deduzida da taxa anual, em conformidade com os
números anteriores, e correspondente ao número de meses contados desde o mês de
entrada em funcionamento dos elementos. Art 31 n.º7
(no ano em que se verificar a transmissão, a inutilização ou o termo de vida útil dos mesmos elementos só são aceites
depreciações e amortizações correspondentes ao número de meses decorridos até ao mês anterior ao da verificação
desses eventos. Art 31 n.º8 )

 Os métodos de depreciação e amortização devem ser uniformemente seguidos (art


31-A)
 Podem verificar-se mudanças dos métodos e na vida útil (razões de natureza económica ou
técnica aceites pela AT)
 As quotas mínimas* imputáveis ao período de tributação não podem ser deduzidas
para efeitos de determinação do lucro de outros períodos de tributação. (não é aplicável
aos elementos do ativo que sejam reclassificados como ativos não correntes detidos para venda.)
 * apresentação da comunicação deve ser efetuada até ao termo do período de tributação: identificação das
quotas a praticar e as razões que justificam a respetiva utilização 98
Depreciações e amortizações

Relativamente a elementos do activo sujeitos a deperecimento cujos custos unitários não


ultrapassem € 1.000, é aceite a dedução, no período de tributação do respetivo custo de
aquisição ou de produção, exceto quando façam parte integrante de um conjunto de
elementos que deva ser depreciado ou amortizado como um todo. Art 33

99
Depreciações e amortizações art 34º CIRC

Gastos não são dedutíveis para efeitos fiscais:


 De elementos do ativo não sujeitos a deperecimento;
 De imóveis na parte correspondente ao valor do terreno ou na não sujeita a
deperecimento (art.10º DR 25/2009);
 Que excedam os limites legais estabelecidos naquele período;
 As praticadas para além do período máximo de vida útil, ressalvando-se os casos
especiais devidamente justificados e aceites pela direção-Geral dos Impostos;
 As depreciações das viaturas ligeiras de passageiros ou mistas, na parte
correspondente ao custo de aquisição ou ao valor de reavaliação excedente ao limite
estabelecido, bem como dos barcos de recreio e aviões de turismo e todos os gastos
com estes relacionados, desde que tais bens não estejam afetos à exploração de
serviço público de transportes ou não se destinem a ser alugados no exercício da
atividade normal do sujeito passivo.

100
Depreciações e amortizações art 34º CIRC

Depreciações das viaturas ligeiras de passageiros ou mistas:


Adquiridas nos períodos de tributação que se iniciem entre 1 de janeiro de 2012 e 31 de
dezembro de 2014:
a) € 50 000 - veículos movidos exclusivamente a energia elétrica;
b) € 25 000 - restantes viaturas não abrangidas na alínea anterior.

Adquiridas nos períodos de tributação que se iniciem em 1 de janeiro de 2015 ou após


essa data:
a) € 62 500 - veículos movidos exclusivamente a energia elétrica (líquido de IVA);
b) € 50 000 - veículos híbridos plug-in (líquido de IVA);
c) € 37 500 - veículos movidos a GPL ou GNV (líquido de IVA);
d) € 25 000 - restantes viaturas (IVA incluído)

Portaria n.º 467/2010 de 7 de Julho + Lei nº 82-D/2014 de 31-12-2014


101
Depreciações e amortizações art 34º CIRC

Viaturas ligeiras de Tipo de viatura


passageiros ou mistas
adquiridas nos períodos de Movidos Híbridos Movidos a Restantes
tributação que se iniciem em exclusivamente plug-in gases de viaturas
01 de janeiro de 2015 ou após a energia petróleo
essa data elétrica liquefeito ou a
GNV
Limite fiscal 62.500,00 € 50.000,00 € 37.500,00 € 25.000,00 €

Portaria n.º 467/2010 de 7 de Julho e Lei n.º 82-D/2014 de 31 de dezembro (fiscalidade verde)

102
Depreciações e amortizações

As depreciações e amortizações que não sejam consideradas como gastos fiscais no


período de tributação em que foram contabilizadas, por excederem as importâncias
máximas admitidas, são aceites como gastos fiscais nos períodos seguintes, na medida
em que não se excedam as quotas máximas de depreciação ou amortização fixadas no
presente decreto regulamentar. Dec. Reg. 25/2009, art 20º

103
Depreciações e amortizações

 Aplicação Prática

A sociedade ABC, Lda adquiriu em 2014, um determinado bem que se encontra


registado na sua contabilidade como ativo fixo tangível, pelo valor de 10.000 €. A
taxa máxima de depreciação do bem, prevista no Decreto Regulamentar é de 20%.

A sociedade depreciou o bem à taxa de 50%, durante os períodos de 2014 e 2018.

Quais as implicações fiscais?

104
Depreciações e amortizações

 Aplicação Prática

Ano Depreciação Cont. Depreciação F Modelo 22 Q07

2014 5.000 2.000 + 3.000

2015 5.000 2.000 + 3.000

2016 - 2.000 - 2.000

2017 - 2.000 - 2.000

2018 - 2.000 - 2.000


105
Depreciações e amortizações art 31º-B CIRC

Perdas por imparidade em ativos não correntes:


Podem ser aceites como gastos fiscais as perdas por imparidade em ativos não
correntes provenientes de causas anormais comprovadas, designadamente desastres,
fenómenos naturais, inovações técnicas excecionalmente rápidas ou alterações
significativas, com efeito adverso, no contexto legal.

 obter a aceitação da AT (exposição a apresentar até ao fim do 1.º mês do período de


tributação seguinte)
 acompanhada de documentação comprovativa dos mesmos - da decisão do
competente órgão de gestão que confirme aqueles factos, de justificação do respetivo
montante, bem como da indicação do destino a dar aos ativos, quando o abate físico, o
desmantelamento, o abandono ou a inutilização destes não ocorram no mesmo período
de tributação.

106
Depreciações e amortizações art 31º-B CIRC

As perdas por imparidade de ativos depreciáveis ou amortizáveis que não sejam aceites
fiscalmente como desvalorizações excecionais são consideradas como gastos, em partes
iguais, durante o período de vida útil restante desse ativo ou, sem prejuízo do disposto
nos artigos 38.º e 46.º, até ao período de tributação anterior àquele em que se verificar o
abate físico, o desmantelamento, o abandono, a inutilização ou a transmissão do mesmo.

107
Regime fiscal das provisões art 39º CIRC

Provisões Fiscalmente Dedutíveis:


 Obrigações e encargos derivados de processos judiciais em curso ;
 Encargos com garantias a clientes;
 Decorrentes da atividade de seguros;
 Encargos com a reparação dos danos de caráter ambiental dos locais afetos à
exploração;

Provisões não Dedutíveis:


 Impostos
 Acidentes de trabalho
 Reestruturação
 Outras Provisões

108
Imparidades e provisões art 39º CIRC

Provisões Fiscalmente Dedutíveis:


 As que se destinem a fazer face a obrigações e encargos derivados de processos
judiciais em curso por factos que determinariam a inclusão daqueles entre os gastos do
período de tributação;
 As que se destinem a fazer face a encargos com garantias a clientes* previstas
em contratos de venda e de prestação de serviços;
 As provisões técnicas constituídas obrigatoriamente, por força de normas emanadas
pelo Instituto de Seguros de Portugal, de carácter genérico e abstracto, pelas empresas
de seguros sujeitas à sua supervisão e pelas sucursais em Portugal de empresas
seguradoras com sede em outro Estado membro da União Europeia;
 As constituídas com o objetivo de fazer face aos encargos com a reparação
dos danos de caráter ambiental dos locais afetos à exploração, sempre que tal
seja obrigatório nos termos da legislação aplicável e após a cessação desta.

109
Imparidades e provisões art 39º CIRC

Provisões Fiscalmente Dedutíveis:

O montante anual da provisão para garantias a clientes é determinado pela aplicação


às vendas e prestações de serviços sujeitas a garantia efetuadas no período de tributação
de uma percentagem que não pode ser superior à que resulta da proporção entre a soma
dos encargos derivados de garantias a clientes efetivamente suportados nos últimos três
períodos de tributação e a soma das vendas e prestações de serviços sujeitas a garantia
efetuadas nos mesmos períodos. Art 39 n.º5

110
Imparidades e provisões art 39º CIRC

Provisões Fiscalmente Dedutíveis:

O montante anual da provisão para garantias a clientes é determinado pela aplicação


às vendas e prestações de serviços sujeitas a garantia efetuadas no período de tributação
de uma percentagem que não pode ser superior à que resulta da proporção entre a soma
dos encargos derivados de garantias a clientes efetivamente suportados nos últimos três
períodos de tributação e a soma das vendas e prestações de serviços sujeitas a garantia
efetuadas nos mesmos períodos. Art 39 n.º5

Quais os períodos de referência?

? Como proceder no 1º ano?


Como proceder no 2ª ano?

111
Imparidades e provisões art 39º CIRC

 Aplicação Prática

Uma empresa que produz e comercializa eletrodomésticos apurou 2015, 2016, 2017 e
2018, os seguintes montantes em termos de vendas e de custos de garantia suportados:
Vendas (€) Encargos com Garantia (€)
2015 110.000 5.500
2016 150.000 6.500
2017 170.000 8.500
2018 120.000 6.000

Sabendo que em 2018, as vendas ascenderam a € 120.000,00 e que efetuou uma


provisão para garantias de clientes de € 12.000,00 será que a empresa terá de proceder
a alguma correção para efeitos de determinação do lucro tributável deste período?
112
Quotizações art 44º CIRC

QUOTIZAÇÕES A FAVOR DE ASSOCIAÇÕES EMPRESARIAIS

É gasto do período de tributação, para efeitos da determinação do lucro tributável, o valor


correspondente a 150% do total das quotizações pagas pelos associados a favor das
associações empresariais em conformidade com os estatutos.

O montante referido anteriormente não pode, exceder o equivalente a 2%0 do volume


de negócios.

113
Mais-valias art 46º - 48º CIRC
• Ativos fixos tangíveis,
Mais ou Menos • Ativos intangíveis,
Valias • Ativos biológicos que não sejam consumíveis
respeitam a: • Propriedades de investimento
• Instrumentos financeiros (exceto reconhecidos pelo
justo valor – art 18, n.º9, a) e b)).

• Transmissão onerosa
• Sinistro
Atos
• Afetação permanente a fins alheios à atividade
exercida

114
Mais valias art 46º CIRC
Mais ou Menos Valia Contabilística
= (V. Realização – Encargos) – (V. Aquisição – Perdas por Imparidade – Depreciações e
Amortizações Acumuladas)

Mais ou Menos Valia Fiscal


= (V. Realização – Encargos) – (V. Aquisição – Perdas por ImparidadeF – Depreciações e
Amortizações AcumuladasF)*CDM

V. Realização – Valor da transações/venda


Encargos – Despesas suportadas pela empresa para a operação
V. Aquisição – Valor pelo qual foi efetuada a compra (valor que consta da ficha de
imobilizado)
CDM– Coeficiente de Desvalorização Monetária, não se aplica aos investimentos financeiros
(exceto às partes do capital).
115
Mais valias art 47º CIRC
Correção monetária das mais-valias e das menos-valias

O valor de aquisição é actualizado mediante aplicação dos coeficientes de


desvalorização da moeda para o efeito publicados em portaria do Ministro das Finanças,
sempre que, à data da realização, tenham decorrido pelo menos dois anos desde a
data da aquisição, sendo o valor dessa actualização deduzido para efeitos da
determinação do lucro tributável.

A correcção monetária não é aplicável aos investimentos financeiros, salvo quanto aos
investimentos em partes de capital.

116
Mais valias art 48º CIRC
Reinvestimento dos valores de realização
1 - Para efeitos da determinação do lucro tributável, a diferença positiva entre as mais-
valias e as menos-valias realizadas mediante a transmissão onerosa de ativos fixos
tangíveis, ativos intangíveis e ativos biológicos que não sejam consumíveis, detidos
por um período não inferior a um ano, …, é considerada em metade do seu valor:
a) O valor de realização … seja reinvestido na aquisição, produção ou construção
de ativos fixos tangíveis, de ativos intangíveis ou, de ativos biológicos que não sejam
consumíveis, no período de tributação anterior ao da realização, no próprio período de
tributação ou até ao fim do 2.º período de tributação seguinte;
Exceto:
- bens adquiridos em estado de uso a sujeito passivo de IRS ou IRC com o qual
existam relações especiais nos termos definidos no n.º 4 do artigo 63.º;
- bens detidos por um período inferior a um ano contado do final do período de
tributação em que ocorra o reinvestimento ou, se posterior, a realização.

117
Mais valias art 48º CIRC
Reinvestimento dos valores de realização
1 - Para efeitos da determinação do lucro tributável, a diferença positiva entre as mais-
valias
Não se eaplica:
as menos-valias
(art 48 n.º 8realizadas
e n.º 9) mediante a transmissão onerosa de ativos fixos
•tangíveis,
aos ativosativos intangíveis
intangíveis e ativos biológicos
adquiridos que anão
ou alienados sejam consumíveis,
entidades com as quais detidos
existam
porrelações
um período não inferior
especiais a um
nos termos doano,
n.º 4…, é considerada
do artigo 63.º em metade do seu valor:
•a) às mais de
O valor e menos-valias
realização …realizadas pelas nasociedades
seja reinvestido fundidas, oucindidas
aquisição, produção construção ou
decontribuidoras no âmbito
ativos fixos tangíveis, de intangíveis
de ativos operaçõesou,dedefusão, cisão ou que
ativos biológicos entrada de ativos,
não sejam
bem como
consumíveis, no às mais edemenos-valias
período realizadas
tributação anterior ao dana realização,
afetação permanente
no próprio de bens de
período a fins
alheios àouatividade
tributação até ao fimexercida pelo sujeito
do 2.º período passivo ou
de tributação realizadas pelas sociedades em
seguinte;
liquidação.
Exceto:
- bens adquiridos em estado de uso a sujeito passivo de IRS ou IRC com o qual
existam relações especiais nos termos definidos no n.º 4 do artigo 63.º;
- bens detidos por um período inferior a um ano contado do final do período de
tributação em que ocorra o reinvestimento ou, se posterior, a realização.

118
Mais valias art 48º CIRC
Reinvestimento dos valores de realização

No caso de se verificar apenas o reinvestimento parcial do valor de realização, o


disposto no número anterior é aplicado à parte proporcional da diferença entre as
mais-valias e as menos-valias a que o mesmo se refere. (n.º2)

Não sendo concretizado, total ou parcialmente, o reinvestimento até ao fim do 2.º


período de tributação seguinte ao da realização, considera-se como rendimento desse
período de tributação, respetivamente, a diferença ou a parte proporcional da diferença
não incluída no lucro tributável, majorada em 15 %. (n.º6)

119
Eliminação da dupla tributação económica de lucros e reservas
distribuídas art 51º CIRC

Dedução ao lucro tributável de 100% dos lucros e reservas


distribuídos
1 - Os lucros e reservas distribuídos a sujeitos passivos de IRC com sede ou direção efetiva
em território português não concorrem para a determinação do lucro tributável, desde
que se verifiquem cumulativamente os seguintes requisitos:

a) O sujeito passivo detenha direta ou direta e indiretamente, nos termos do n.º 6 do artigo
69.º, uma participação não inferior a 10% do capital social ou dos direitos de voto
da entidade que distribui os lucros ou reservas;

b) A participação referida no número anterior tenha sido detida, de modo ininterrupto, durante
o ano anterior à distribuição ou, se detida há menos tempo, seja mantida durante o
tempo necessário para completar aquele período;

c) O sujeito passivo não seja abrangido pelo regime da transparência fiscal previsto no artigo
6.º;
120
Eliminação da dupla tributação económica de lucros e reservas
distribuídas art 51º CIRC

Dedução ao lucro tributável de 100% dos lucros e reservas


distribuídos
d) A entidade que distribui os lucros ou reservas esteja sujeita e não isenta de IRC, do
imposto referido no artigo 7.º, de um imposto referido no artigo 2.º da Diretiva n.º
2011/96/UE, do Conselho, de 30 de novembro, ou de um imposto de natureza idêntica
ou similar ao IRC e a taxa legal aplicável à entidade não seja inferior a 60 % da taxa do
IRC prevista no n.º 1 do artigo 87.º; (n.º 1d)
Dispensa deste requisito para as sociedades que cumpram os requisitos do art 66, n.º 6

e) A entidade que distribui os lucros ou reservas não tenha residência ou domicílio em país,
território ou região sujeito a um regime fiscal claramente mais favorável constante
de lista aprovada por portaria do membro do Governo responsável pela área das
finanças. n.º 1e)

121
Prejuízos Fiscais art 52º CIRC

Duas bases fundamentais:

1) é um reporte para os períodos seguintes limitado a uma certa extensão temporal, 12 (5 )

períodos seguintes ao da verificação do prejuízo;

2) a existência de identidade jurídica – os mesmos detentores do capital ou dos direitos de votos;

122
Prejuízos Fiscais art 52º CIRC
 Os prejuízos fiscais são deduzidos aos lucros tributáveis, havendo-os, de um ou mais dos cinco
períodos de tributação posteriores, à exceção dos sujeitos passivos que exerçam, diretamente e a título
principal, uma atividade económica de natureza agrícola, comercial ou industrial e que estejam
abrangidos pelo Decreto-Lei n.º 372/2007, de 6 de novembro, os quais podem fazê-lo em um ou mais
dos doze períodos de tributação posteriores.

Tipo N.º Trabalhadores Vol. Negócios ou Balanço


Micro < 10 <= 2.000.000 <= 2.000.000
Pequena < 50 <= 10.000.000 <= 10.000.000
Média >= 50 e < 250 > 10 e <= 50 > 10 e <= 43
Grande Empresa >= 250 >50.000.000 > 43.000.000
excluem-se da contagem os períodos inferiores a 6 meses (n.º 6)

 Quando se efetuarem correções aos prejuízos fiscais declarados pelo sujeito passivo, devem alterar-se,
em conformidade, as deduções efetuadas, não se procedendo, porém, a qualquer anulação ou
liquidação de IRC, ainda que adicional, se tiverem decorrido mais de quatro anos relativamente àquele
a que o lucro tributável respeite. (n.º 4)
123
Prejuízos Fiscais art 52º CIRC
 A dedução a efetuar em cada um dos períodos de tributação não pode exceder o
montante correspondente a 70 % do respetivo lucro tributável … (n.º2)

Ano Limite temporal Observações


2017/ 5 períodos – não PME Limite: 70% do lucro tributável
… 12 períodos - PME
2015/ 12 períodos Limite: 70% do lucro tributável
16
2014 12 períodos Limite: 70% do lucro tributável

2013 5 períodos Limite: 75% do lucro tributável

2012 5 períodos Limite: 75% do lucro tributável

2011 4 períodos No caso de sociedades comerciais que deduzam PF em 2 períodos


consecutivos, depende, no terceiro ano, da certificação legal das
contas por ROC.
2010 4 períodos -
2009 6 períodos -

124
Prejuízos Fiscais art 52º CIRC
Não se podem reportar os prejuízos fiscais:
 Nos períodos de tributação em que tiver lugar o apuramento do lucro tributável com
base em métodos indiretos (n.º3);

 No caso de o contribuinte beneficiar de isenção parcial e ou de redução de IRC, os


prejuízos fiscais sofridos nas respetivas explorações ou atividades não podem
ser deduzidos, em cada período de tributação, dos lucros tributáveis das restantes
(n.º5); (Processo 1664/06, com despacho de 2006-11-21) – Fim de regime de
isenção

 À data do termo do período de tributação em que é efetuada a dedução,


que, em relação àquele a que respeitam os prejuízos, se verificou a alteração
da titularidade de mais de 50% do capital social ou da maioria dos direitos de
voto (n.º8); Circular 8/2012, de 30 de Maio – DSIRC
O membro do Governo responsável pela área das finanças pode autorizar, em casos de reconhecido interesse económico e
mediante requerimento a apresentar à Autoridade Tributária e Aduaneira, que não seja aplicada a limitação prevista no n.º 8. (n.º12)
125
Prejuízos Fiscais art 52º CIRC
Não são consideradas alterações (n.º 9)
• Das
Não quais resulte
se podem reportaraospassagem
prejuízosda titularidade do capital social ou dos direitos
fiscais:
de voto de direta para indireta, ou de indireta para direta, bem como das quais
 Nos períodos de tributação em que tiver lugar o apuramento do lucro tributável com
resulte a transmissão daquela titularidade entre sociedades cuja maioria do capital
base ou
social emdos
métodos
direitosindiretos (n.º3);
de voto seja detida direta ou indiretamente, nos termos do n.º 6
do artigo 69.º, por uma mesma entidade;
• Decorrentes de operações efetuadas ao abrigo do regime especial previsto nos
 No caso de o contribuinte beneficiar de isenção parcial e ou de redução de IRC, os
artigos 73.º
prejuízos e seguintes;
fiscais sofridos nas respetivas explorações ou atividades não podem
• Decorrentes
ser deduzidos,de em
sucessões por morte;
cada período de tributação, dos lucros tributáveis das restantes
• Quando
(n.º5); o adquirente detenha ininterruptamente, direta ou indiretamente, mais de 20
% do capital social ou da maioria dos direitos de voto da sociedade desde o início
do período de tributação a que respeitam os prejuízos;
• Quando o adquirente seja trabalhador ou membro dos órgãos sociais da sociedade,
 pelo
À datamenos
dodesde
termoo do
início do período
período de tributação
de tributação em aque
queérespeitam
efetuadaosaprejuízos.
dedução,
que, em relação àquele a que respeitam os prejuízos, se verificou a alteração
da titularidade de mais de 50% do capital social ou da maioria dos direitos de
voto (n.º8);

126
Prejuízos Fiscais art 52º CIRC
Não são consideradas alterações (n.º 9)
•Não se podem
Das reportaraos
quais resulte prejuízosda
passagem fiscais:
titularidade do capital social ou dos direitos
 de
Nosvoto de direta
períodos para indireta,
de tributação em que outiver
de indireta
lugar o para direta; do lucro tributável com
apuramento
• Decorrentes de operações
base em métodos efetuadas
indiretos (n.º3); ao abrigo do regime especial previsto nos
artigos 73.º e seguintes;
• Decorrentes de sucessões por morte;
No caso odeadquirente
• Quando o contribuinte beneficiar
detenha de isenção parcial
ininterruptamente, direta eououindiretamente,
de redução de IRC,deos20
mais
prejuízos
% fiscais
do capital socialsofridos nas respetivas
ou da maioria explorações
dos direitos de voto da ousociedade
atividadesdesde
não opodem
início do
ser deduzidos,
período em cada
de tributação período
a que de tributação,
respeitam dos lucros tributáveis das restantes
os prejuízos;
(n.º5); o adquirente seja trabalhador ou membro dos órgãos sociais da sociedade,
• Quando
pelo menos desde o início do período de tributação a que respeitam os prejuízos.
 À data do termo do período de tributação em que é efetuada a dedução,
que, em relação àquele a que respeitam os prejuízos, se verificou a alteração
O membro do Governo responsável pela área das finanças pode autorizar, em casos de
da titularidade de mais de 50% do capital social ou da maioria dos direitos de
reconhecido interesse económico e mediante requerimento a apresentar à Autoridade
voto (n.º8);
Tributária e Aduaneira, que não seja aplicada a limitação prevista no n.º 8. (n.º12)

127
Limitação

Artigo 92.º Resultado da liquidação

1 - Para as entidades que exerçam, a título principal, uma atividade de natureza


comercial, industrial ou agrícola, bem como as não residentes com estabelecimento estável
em território português, o imposto liquidado nos termos do n.º 1 do artigo 90.º, líquido das
deduções previstas nas alíneas a) a c) do n.º 2 do mesmo artigo, não pode ser inferior a 90 %
do montante que seria apurado se o sujeito passivo não usufruísse de benefícios fiscais e do
regime previsto no n.º 13 do artigo 43.º
Excluem-se os seguintes benefícios fiscais:
a) Os que revistam caráter contratual;
b) O sistema de incentivos fiscais em investigação e desenvolvimento empresarial II
(SIFIDE II);
c) Os BF às zonas francas (art. 33.º e segts do EBF) e os que operem por redução de
taxa;
d) Os previstos nos artigos 19.º- Criação de Emprego e 32.º-A do Estatuto dos Benefícios Fiscais.
e) O regime fiscal de apoio ao investimento (RFAI), previsto no Código Fiscal do Investimento.
f) O DLRR previsto no Código Fiscal do Investimento;
g) O regime de remuneração convencional do capital social.
128
Regime Simplificado de Tributação
Art 86 – A e 86 - B

129
Regime Simplificado art 86
 Podem optar os sujeitos passivos residentes, não isentos nem sujeitos
a um regime especial de tributação, que exerçam a título principal
uma atividade de natureza comercial, industrial ou agrícola e que
verifiquem, cumulativamente:
 Montante anual ilíquido de rendimentos N-1 <= € 200 000;
 O total do seu balanço N-1<= € 500 000;
 Não estejam legalmente obrigados à revisão legal de contas;
 O respetivo capital social não seja detido em mais de 20%, direta
ou indiretamente, por entidades que não preencham alguma das
condições previstas nas alíneas anteriores, exceto quando sejam
sociedades de capital de risco ou investidores de capital de risco;
 Adotem o regime de normalização contabilística para microentidades
 Não tenham renunciado à aplicação do regime nos três anos
anteriores, com referência à data em que se inicia a aplicação do regime.

130
Regime Simplificado art 86
Enquadramento no regime simplificado

 Na declaração de início de atividade;

 Na declaração de alterações a que se refere o artigo 118.º, a


apresentar até ao fim do 2.º mês do período de tributação no qual
pretendam iniciar a aplicação do regime simplificado de
determinação da matéria coletável.

131
Regime Simplificado art 86
Determinação da Matéria Coletável:
Rendimento Coeficiente

Vendas de mercadorias e produtos, bem como das prestações de serviços efetuadas 0,04
no âmbito de atividades hoteleiras e similares, restauração e bebidas;
Rendimentos das atividades profissionais constantes da tabela (art. 151.º CIRS); 0,75
Restantes rendimentos de prestações de serviços e subsídios destinados à exploração; 0,10

Subsídios não destinados à exploração; 0,30


Rendimentos provenientes de contratos que tenham por objeto a cessão ou utilização 0,95
temporária da propriedade intelectual ou industrial ou a prestação de informações
respeitantes a uma experiência adquirida no setor industrial, comercial ou científico,
dos outros rendimentos de capitais, do resultado positivo de rendimentos prediais, do
saldo positivo das mais e menos-valias e dos restantes incrementos patrimoniais;

Valor de aquisição dos incrementos patrimoniais obtidos a título gratuito. 1,00


132
Regime Simplificado art 86-B
Determinação da Matéria Coletável:
Para as vendas (0,04) e restantes prestações de serviços (0,1) – que não constam do
art 151º CIRS - os coeficientes são reduzidos em 50% e 25% no período de tributação
do início da atividade e no período de tributação seguinte, respetivamente.

1º ano = 0,02
2º ano = 0,03 1º ano = 0,05
2º ano = 0,075

133
Regime Simplificado art 86

Vantagens
 Empresas com estrutura de gastos reduzida (não paga derrama);
 Dispensa de efetuar PEC;
 Incidência de Tributação Autónoma sobre apenas algumas despesas;
 Caráter optativo (Opção do Tipo Opting In);

Desvantagens
 Se renunciar ao regime simplificado não pode voltar por um período
mínimo de 3 anos;
 Impossibilidade de dedução de prejuízos.

134
Regime Geral de IRC Taxas art 87º CIRC

Pessoas coletivas que exercem a título principal … 2021 21%


(pequena ou média empresa MC até 25.000€ Tx=17%)

Regime da Interioridade art 41ª-B do EBF (12,5% para MC até 25.000)


Pessoas coletivas que não exercem a título principal … 21%

Derrama – Estadual Sobre a parte do lucro tributável superior a € 1.500.000

lucro tributável Taxas


De mais de 1 500 000 até 7 500 000 3%
Superior a 7 500 000 até 35 000 000 5%
Superior a 35 000 000 9%
135
Regime Geral de IRC Taxas art 87º CIRC

REGIME DA INTERIORIDADE (EBF)


Artigo 41.º-B Benefícios fiscais relativos à instalação de
empresas em territórios do interior
1 - Às empresas que exerçam, diretamente e a título principal, uma atividade económica de natureza agrícola, comercial,
industrial ou de prestação de serviços em territórios do interior, que sejam qualificados como micro, pequena ou média
empresa, nos termos previstos no anexo ao Decreto-Lei n.º 372/2007, de 6 de novembro, alterado pelo Decreto-Lei n.º
143/2009, de 16 de junho, é aplicável a taxa de IRC de 12,5 % aos primeiros (euro) 12 000 de matéria coletável.
2 - São condições para usufruir dos benefícios fiscais previstos no número anterior:
a) Exercer a atividade e ter direção efetiva nas áreas beneficiárias;
b) Não ter salários em atraso;
c) A empresa não resultar de cisão efetuada nos dois anos anteriores à usufruição dos benefícios;
d) A determinação do lucro tributável ser efetuada com recurso a métodos diretos de avaliação ou no âmbito do regime
simplificado de determinação da matéria coletável.
3 - O benefício fiscal previsto no presente artigo não é cumulativo com outros benefícios de idêntica natureza, não
prejudicando a opção por outro mais favorável.
5 - O benefício fiscal previsto no presente artigo está sujeito às regras europeias aplicáveis em matéria de auxílios de
minimis, não podendo o montante do benefício exceder o limiar de minimis.

136
Regime Geral de IRC Taxas art 87º CIRC

REGIME DA INTERIORIDADE (EBF)


Portaria n.º 208/2017 de 13 de julho

137
Regime Geral de IRC Taxas art 87º CIRC

As entidades que não tenham sede nem direção efetiva em território português e
aí não possuam estabelecimento estável ao qual os mesmos sejam imputáveis, a taxa do
IRC é de 25 %, exceto:

 Prémios de rifas, totoloto, jogo de loto, bem como importâncias ou prémios


atribuídos em quaisquer sorteios ou concursos, em que a taxa é de 35 %;
 Rendimentos de capitais sempre que sejam pagos ou colocados à disposição em contas
abertas em nome de um ou mais titulares mas por conta de terceiros não
identificados, em que a taxa é de 35 %, exceto quando seja identificado o
beneficiário efetivo, termos em que se aplicam as regras gerais;
 Rendimentos de capitais, tal como definidos no artigo 5.º do Código do IRS, obtidos
por entidades não residentes em território português, que sejam domiciliadas em
país, território ou região sujeitas a um regime fiscal claramente mais favorável,
constante de lista aprovada por portaria do membro do Governo responsável pela
área das finanças, em que a taxa é de 35 %.

138
Tributações autónomas art 88º CIRC
Despesas não documentadas 50% / 70%
Encargos efetuados ou suportados relativos a despesas de 10%
representação, considerando-se como tal, nomeadamente, as despesas
suportadas com receções, refeições, viagens, passeios e espetáculos
oferecidos no País ou no estrangeiro a clientes ou fornecedores ou ainda
a quaisquer outras pessoas ou entidades.

Encargos efetuados ou suportados relativos a ajudas de custo e à 5%


compensação pela deslocação em viatura própria do trabalhador, ao
serviço da entidade patronal, não faturados a clientes, escriturados a
qualquer título, exceto na parte em que haja lugar a tributação em sede
de IRS na esfera do respetivo beneficiário.
As taxas de tributação autónoma previstas no presente artigo são elevadas em 10
pontos percentuais quanto aos sujeitos passivos que apresentem prejuízo fiscal no
período de tributação a que respeitem

139
Tributações autónomas art 88º CIRC
São tributados autonomamente os encargos efetuados ou suportados por sujeitos passivos que não
beneficiem de isenções subjetivas e que exerçam, a título principal, atividade de natureza
comercial, industrial ou agrícola, relacionados com viaturas ligeiras de passageiros, viaturas ligeiras
de mercadorias

Viaturas ligeiras de Tipo de viatura


passageiros ou mistas
adquiridas nos períodos de Movidos Híbridos Movidos a Restantes
tributação que se iniciem em exclusivamente plug-in gases de viaturas
01 de janeiro de 2015 ou após a energia petróleo
essa data elétrica liquefeito

Limite fiscal 62.500,00 € 50.000,00 € 37.500,00 € 25.000,00 €

Tributações Autónomas - 5%, 10% e 7,5%, 15% e 10%, 27,5%


<27.500;>=27.500<35.000;>=35.000 17,5% 27,5% e 35%

Portaria n.º 467/2010 de 7 de Julho e Lei n.º 82-D/2014de 31 de dezembro (fiscalidade verde)
Nota: Artigo 375.º da Lei n.º 75-B/2020, de 31 de dezembro, regime transitório que dispensa as140
PME.
Tributações autónomas art 88º CIRC
São tributados autonomamente os encargos efetuados ou suportados por sujeitos passivos que não
beneficiem de isenções subjetivas e que exerçam, a título principal, atividade de natureza
comercial, industrial ou agrícola, relacionados com viaturas ligeiras de passageiros, viaturas ligeiras
de mercadorias.

Encargos relacionados com viaturas ligeiras de passageiros, motos e motociclos, nomeadamente,


depreciações, rendas ou alugueres, seguros, manutenção e conservação, combustíveis e impostos
incidentes sobre a sua posse ou utilização.

Excluem-se:
a) Viaturas ligeiras de passageiros, motos e motociclos, afetos à exploração de serviço público de
transportes, destinados a serem alugados no exercício da atividade normal do sujeito passivo

b) Viaturas automóveis relativamente às quais tenha sido celebrado o acordo previsto no n.º 9) da
alínea b) do n.º 3 do artigo 2.º do CIRS – Tributadas em IRS

141
Pagamento

 Pagamentos por Conta


 Pagamento Final
 Reembolso
 Pagamento Especial por Conta – PEC

142
Obrigações em IRC
Pagamento
(…)
a) Em três pagamentos por conta, com vencimento em Julho, Setembro e 15 de
Dezembro do próprio ano a que respeita o lucro tributável ou, nos casos dos
nºs 2 e 3 do artigo 8.º, no 7.º mês, no 9.º mês e no dia 15 do 12.º mês do
respetivo período de tributação;

b) Até ao último dia do prazo fixado para o envio da declaração periódica de


rendimentos, pela diferença que existir entre o imposto total aí calculado e as
importâncias entregues por conta;

c) Até ao dia do envio da declaração de substituição a que se refere o artigo


122.º, pela diferença que existir entre o imposto total aí calculado e as
importâncias já pagas.
143
Obrigações em IRC
Pagamento
1 – (…) O pagamento da Derrama Estadual deve ser feito nos seguintes
termos: art 104-A

a) Em três pagamentos adicionais por conta, de acordo com as regras


estabelecidas na alínea a) do nº 1 do artº 104º;

b) Até ao último dia do prazo fixado para o envio da declaração periódica


de rendimentos, pela diferença se existir, entre o valor total da derrama
estadual aí calculado e as importâncias entregues por conta.

c) Até ao dia de envio da declaração de substituição a que se refere o


artº 122º, pela diferença que existir entre o valor total da derrama
estadual aí calculado e as importâncias já pagas.
144
Obrigações em IRC
Considerações
Não há lugar a cobrança quando, em virtude de liquidação efetuada, a
importância liquidada for inferior a € 25 (art 104º, n.º7 e 112º).

As prestações tributárias pagas em moeda corrente ou por cheque, débito


em conta, transferência conta a conta e vale postal ou por outros meios
utilizados pelos serviços dos correios ou pelas instituições de crédito que
a lei expressamente autorize (art 40º LGT).

O pagamento do IRC, quando efetuado no prazo de cobrança voluntária,


pode ser feito nos bancos, correios e tesourarias de finanças.
No caso de cobrança coerciva, o pagamento é efetuado nas tesourarias
de finanças que funcionem junto dos serviços de finanças ou do tribunal
tributário onde correr a execução. 145
Obrigações em IRC
Pagamento por conta art 105
Três pagamentos por conta, no próprio período de tributação a que respeita o
lucro tributável, com vencimento em julho, setembro e 15 de dezembro (ou no 7.º,
9.º e dia 15 do 12.º mês do respetivo período de tributação,

Volume de Negócios 2022


< 500.000 € (Coleta de IRC 2021 - retenções na fonte 2021) x 80%

≥ 500.000 € (Coleta de IRC 2021 - retenções na fonte 2021) x 95%

146
Pagamentos por conta art 105 CIRC
Colecta < 200 € Colecta >= 200 €
Art 104, n.º 4
VN <= 500.000,00 €

Sim Não
80%*(colecta – retenções) 95%*(colecta – retenções)
Art 105º, n.º2 Art 105º, n.º3

Dispensa de efectuar Obrigatoriedade de efectuar 3


pagamentos por pagamentos por conta (Julho,
conta Setembro e 15 Dezembro)

Aplicável: entidades que exerçam, a título principal, actividade de natureza


comercial, industrial e agrícola. Entidade não residentes com estabelecimento
estável. 147
Pagamentos por conta art 105 CIRC

Os pagamentos por conta são calculados com base coleta relativamente ao período de
tributação imediatamente anterior àquele em que se devam efetuar esses pagamentos
 V. Neg. do exercício anterior <= a 500.000,00 Eur, os pagamento por conta = 80%
do imposto do ano anterior, repartido em três partes iguais, arredondados, por
excesso, para euros. Ou seja:
(80% x ( coleta (n-1) – Retenções (n-1)))/3

 V. Neg. do exercício anterior > a 500.000,00 Eur, os pagamentos por conta = 95%
do imposto do ano anterior, repartido em três partes iguais , arredondados, por
excesso, para euros. Ou seja:
95% x ( coleta (n-1) – Retenções (n-1)))/3

148
Pagamentos por conta art 105-A CIRC

As entidades obrigadas a efetuar pagamentos por conta e pagamentos especiais por


conta, devem efetuar o pagamento adicional por conta nos casos em que no período de
tributação anterior fosse devida derrama estadual nos termos referidos no artigo 87.º-A.

Lucro tributável (em euros) Taxas


De mais de 1 500 000 até 7 500 000 2,5%
Superior a 7 500 000 4,5%

O quantitativo da parte do lucro tributável que exceda (euro) 1 500 000, quando
superior a (euro) 7 500 000, é dividido em duas partes: uma, igual a (euro) 6 000 000, à
qual se aplica a taxa de 2,5 %; outra, igual ao lucro tributável que exceda (euro) 7 500
000, à qual se aplica a taxa de 4,5 %.

149
Pagamentos por conta art 107 CIRC

Limitação aos Pagamentos por Conta


Se o sujeito passivo verificar, (…) que o montante do pagamento por conta já efetuado é
igual ou superior ao imposto que será devido com base na matéria coletável do período
de tributação, pode pode deixar de efetuar o terceiro pagamento por conta

Se a entrega por conta a efetuar for superior à diferença entre o imposto total que o
sujeito passivo julgar devido e as entregas já efetuadas, pode aquele limitar o
pagamento a essa diferença, sendo de aplicar o disposto nos números anteriores, com as
necessárias adaptações.

Verificando-se, …, que, em consequência da suspensão da entrega por conta deixou de


ser paga uma importância superior a 20 % da que, em condições normais, teria sido
entregue, há lugar a juros compensatórios desde o termo do prazo em que cada
entrega deveria ter sido efetuada até ao termo do prazo para envio da declaração ou
até à data do pagamento da autoliquidação, se anterior.
150
Obrigações Declarativas

Declaração periódica de rendimentos art 120


A declaração periódica de rendimentos deve ser enviada, anualmente, por
transmissão eletrónica de dados, até ao último dia do mês de maio,
independentemente de esse dia ser útil ou não útil.

Os sujeitos passivos que adotem um período de tributação diferente do ano civil, a


declaração deve ser enviada até ao último dia do 5.º mês seguinte à data do termo
desse período, independentemente de esse dia ser útil ou não útil.

151
Obrigações Declarativas

Declaração periódica de rendimentos art 120

Cessação de Atividade
A declaração de rendimentos relativa ao período de tributação em que a mesma se
verificou deve ser enviada até ao 30.º dia seguinte ao da data da cessação,
independentemente de esse dia ser útil ou não útil, aplicando-se igualmente este prazo
ao envio da declaração relativa ao período de tributação imediatamente anterior,
quando ainda não tenham decorrido os prazos mencionados anteriormente.

152
Obrigações Declarativas

Declaração anual de informação contabilística e


fiscal art 121
A declaração deve ser enviada, por transmissão eletrónica de dados, até ao dia 15
de julho, independentemente de esse dia ser útil ou não útil.

Período de tributação diferente do ano civil, a declaração deve ser enviada até ao 15.º
dia do 7.º mês posterior à data do termo desse período, independentemente de esse dia
ser útil ou não útil.
Cessação de atividade a declaração deve ser enviada até ao 30.º dia seguinte ao da
data da cessação, independentemente de esse dia ser útil ou não útil os, aplicando-se
igualmente esse prazo para o envio da declaração relativa ao período de tributação
imediatamente anterior, quando ainda não tenham decorrido os prazos mencionados da
regra geral.
153

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