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ESAMC

1º SEMESTRE – DIREITO/NOTURNO
Gabriel Augusto Souza Gomes – RA 11220155

RESUMO
FUNDAMENTOS DA HISTÓRIA DO DIREITO – ANTÔNIO CARLOS
WOLKER
Capítulo 2 - Direito e Sociedade no Oriente Antigo: Mesopotâmia e Egito

• Elementos de Transição na Sociedade e no Direito


De modo geral, a modificação da sociedade e a evolução do direito sempre caminham
juntas. Além das simples descrições de textos jurídicos e instituições judiciárias, oque
faz o direito é o estudo de elementos de cada civilização. O direito pode ser, segundo
Niklas Luhmann, direito arcaico – dos povos sem escritas, - direito antigo – das
primeiras civilizações urbanas – e direito moderno – o direito pós a revolução francesa e
americana.
O arcaico é o surgimento das cidades, que ocorreu primeiramente na Mesopotâmia, o
direito arcaico era modulado pelos costumes, aspectos de sobrevivência e pelas
tradições em geral dos povos sem escrita. O direito antigo é o surgimento da escrita, a
qual além de possuir ligação com a formação de cidades, passou a preservar a memória
e identidade dos primeiros povos urbanos. O direito moderno é o surgimento do
comércio e da moeda, elementos fundamentais na formação da consolidação dessas
civilizações.

• Mesopotâmia e Egito: Aspectos Geográficos e Econômicos


Essas duas civilizações urbanizam-se e adotam a escrita em períodos muito próximos.
A Geografia foi um elemento vital para a compreensão da durabilidade dessas
civilizações.
Politicamente, “ambas desenvolveram a monarquia como forma de governo.” (p.40)
Por outro lado, “é nítido o contraste entre unidade do exercício do poder político, no
antigo Egito, e a fragmentação desse poder entre as várias cidades da Mesopotâmia”
(p.41), visto que aquele era uma monarquia unificada, durável e centralizada e este era
formado por cidade-estado com alto grau de independência.
Na Economia vemos que tanto o Egito quanto a Mesopotâmia tinham características
parecidas, ambos dependiam da agricultura e da navegação como meio de transporte.
No Egito, havia uma abundância de minérios, um ótimo sistema de irrigação, porém
havia carência de madeira, a qual era exportada de outro lugar. Na Mesopotâmia,
mesmo o solo sendo fértil havia carência de minerais e dificuldade quanto a problemas
de drenagem e avanço da vegetação. Nessa perspectiva, a dependência da Mesopotâmia
a exportação era maior que a do Egito, assim vê as diferenças que serão refletidas no
direito privado de cada uma delas.

• A Vigência do Direito: Seus Elementos, Manifestações e Instituições


O estudo do direito das sociedades pré-clássicas é algo novo, visto que diversas das
descobertas fundamentais no terreno da arqueologia são do século passado. Hoje há
uma tentativa para aprofundar o estudo dos direitos dos povos do Oriente Próximo.
Tanto na Mesopotâmia quanto no Egito, há a característica comum no direito: “a ideia
de revelação divina” (p.44), a qual justificava as normas. Mesmo que essas sociedades
com caráter urbano e industrial exigiam um direito mais abstrato e um conjunto de leis
escritas, a religião era à base das leis.

• Mesopotâmia: Compilações de Normas Jurídicas e sua Aplicação


O código mais importante foi aquele redigido por Hamurabi, antigo rei da Babilônia.
Esse texto, o qual surgiu em 1695 a.C., não é bem um código especializado, pois
contém todo o ordenamento jurídico da cidade: organização judiciária, direitos penal,
processual e civil (propriedades, contratos, família e sucessões). Na legislação penal, no
que se refere a separação dos danos, predominava a pena de Talião, ou seja, “olho por
olho, dente por dente”. Sua aplicação se dava por juízes nomeados pelo rei. Esse código
teve também como brilhante legado o direito público, e dá a entender que já naquela
época existiam contratos avançados.

• O Egito: O Princípio da Justiça Divina


Mesmo com todos esses códigos a Mesopotâmia não conseguiu alcançar o tamanho do
poder burocrático existente no Egito. No entanto, as leis egípcias eram de um molde
diferente das mesopotâmicas, pois estas tinham caráter divino, leis que eram
influenciadas pela deusa maat, a qual estava por traz das decisões dos Faraós já que
esses eram considerados deuses na terra. As decisões e regras que o Faraó tomava eram
tomadas em base dos princípios de maat que eram estabelecer a Justiça, a Paz, o
Equilíbrio e a Solidariedade além de ter Verdade e Ordem no seu governo.
A partir disso, percebe-se a importância das sociedades egípcias e mesopotâmicas na
história do direito, entretanto essas culturas não tiveram apenas contribuição no direito
como também influenciaram os sistemas de medida, os calendários, a arquitetura e a
engenharia. Essas sociedades como todas sofreram transformações ao longo de sua
trajetória histórica, uma dessas transformações se diz a respeito dos povos hititas, os
quais, segundo se descobriu, influenciaram as culturas mesopotâmicas e egípcias,
mesmo esses três povos vivendo em harmonia por um tempo descobriu-se ainda que os
egípcios e os hititas entraram em conflito que resultou em um dos primeiros tratados de
paz existentes. Assim, fica claro, que as ideias e os contextos jurídicos existentes nessas
sociedades foram uma base para o direito na Grécia e em Roma, os quais influenciaram
muitas decisões e direitos que vigoram até hoje.

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