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Mercado Ver-O-Peso
Mercado Ver-O-Peso
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INTRODUÇÃO
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JUSTIFICATIVA
OBJETIVOS
Objetivo geral
Etnografar atividades nativas realizadas diariamente na Pedra do Peixe do Ver-o-Peso,
quando da recepção e distribuição do pescado para a cidade de Belém.
Objetivos Específicos
1. Acompanhar através da observação direta atividades dos sujeitos, por categoria, que
atuam na Pedra do Peixe;
2. Mapear, por amostragem, pontos de venda de pescado na cidade;
3. Levantar números quantitativos de trabalhadores na Pedra do Peixe.
Nesta fase da pesquisa foi realizado o levantamento histórico sobre o Mercado de Ferro,
Pedra do Peixe e Praça do Relógio, assim como suas análises estilísticas. Estes setores são
importantes pontos do Complexo do Ver-o-Peso para a circulação do pescado. Foi elaborado
ainda o embasamento teórico sobre o método etnográfico. As incursões de campo foram
realizadas, em horários distintos, com a elaboração de três diários de campo, até o momento,
dos quais foram suporte para o registro da etnografia de diversas atividades recorrentes na
Pedra do Peixe. Houve também o registro fotográfico de todas as incursões, enfatizando o
comércio do pescado.
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MATERIAIS E MÉTODOS
O trabalho está sendo desenvolvido com ênfase na Etnografia como método de leitura
da cidade. Além, serão consultadas as obras disponíveis que tratam do Ver-o-Peso, da Pedra
do Peixe, dos sujeitos que tem aquele entreposto pesqueiro como local de trabalho, ocorrendo
ainda a consulta a órgãos públicos que possam contribuir com dados para subsidiar a
pesquisa. Os dados primários serão obtidos a partir da pesquisa de campo com coleta in loco.
A pesquisa contará com a seguinte metodologia:
1. Pesquisa documental e bibliográfica acerca do locus de estudo, em instituições
tais como a SECON, SEMOB, IPHAN, MPEG e UFPA.
2. Realização de incursões de campo, com registro audiovisual.
3. Análise de dados.
4. Produção do Relatório Final.
RESULTADOS
Pedra do Peixe
Praça do Relógio
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inaugurado em 1901, e está localizado entre os bairros da Cidade Velha e da Campina, na
Doca do Ver-o-Peso. O processo de consolidação da doca se deu da seguinte forma:
Cruz, Mesquita e Sarquis (2015), indicam que a formação da feira, na região onde
posteriormente fora construído o Mercado, não apresenta uma data precisa, mas está
intimamente ligada à fundação de Belém junto ao Forte do Presépio na Cidade Velha e a
necessidade da população em utilizar esse entreposto urbano, fato que despertou o interesse
da Coroa Portuguesa, sendo instalado um programa de coleta de impostos sobre os itens
comercializados neste espaço. Este programa, por sua vez, suscitou ainda mais a
movimentação comercial na área, propícia para o deslocamento de embarcações que seguiam
para o interior da Amazônia ou para outras regiões, cidades e países.
A casa do “haver o peso”, foi então inaugurada por volta de 1625, funcionando até
meados de 1840, responsável por recolher os impostos referentes às mercadorias
comercializadas. Após este período, já no final do século XIX, com o apogeu da exploração da
borracha e seguindo a lógica das transformações e expansões urbanísticas, provenientes de
um ciclo econômico bastante lucrativo, a Intendência Municipal de Belém contratou a execução
de um novo projeto para o entreposto comercial, que deu origem ao Mercado do Peixe.
Para Lima (2008, apud CRUZ, MESQUITA e SARQUIS, 2015), em decorrência da
concentração do comércio extrativista da economia da borracha, Belém se tornou o maior
entreposto comercial da Região Amazônica, isso se deu, tanto pela escoação da produção
interna, quanto pelo recebimento de produtos vindos do exterior para abastecer a cidade, tendo
este complexo de feiras se consolidado pela intensa movimentação de pessoas e mercadorias,
na área de ocupação inicial da cidade, ficando conhecido como “Ver-o-Peso”, em memória ao
antigo posto de arrecadação fiscal.
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O complexo do Ver-o-Peso associa características das cidades
ribeirinhas amazônicas às condições de uma cidade grande, constituindo-se
como lugar de intensa vida social decorrentes das práticas cotidianas de
trabalho em torno das quais são tecidas complexas redes de relações
sociais, públicas e privadas, comerciais e familiares que se objetivam no uso
e formas espaciais. (LIMA apud CRUZ, MESQUITA e SARQUIS, 2015, p.
07).
Figura 03: Mercado de Ferro e Doca do Ver-o-Peso, ainda sem a Praça do Relógio.
Fonte: https://www.facebook.com/belemdopassado/photos/
a) Impedir que seja exposto á venda peixe fresco que tiver sido morto
mediante o emprego de substancias metallicas ou vegetaes, nocivas á
saúde do consumidor;
b) Examinar não só o pescado exposto á venda no mercado, senão também
o que tiver de ser vendido ambulantemente nas ruas d'esta cidade por
individuos matriculados em virtude de inspecção sanitária;
c) Assignar e expedir a todos esses vendedores de pescado um talão, no
qual conste o exame da mercadoria;
d) Demorar no mesmo mercado de ferro todo o tempo necessário a essa
inspecção;
e) Fazer registrar diariamente com os detalhes necessários essas
inspecções, no livro para tal fim existente no mercado e mandado rubricar e
encerrar pelo executivo municipal;
f) Communicar ao Intendente todas as occorrencias que obstem á execução
d'estas instrucções. Cumpre ainda ao referido medico, para a execução fiel
d'estas instrucções, comparecer diariamente e ás horas convenientes ao
mercado, extendendo o campo de suas inspecções sobre todos os demais
géneros alimenticios offerecidos ao consumo da população. (LEMOS, 1902,
p. 60).
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Lemos (1902), menciona que os pescadores que conservam o pescado no gelo, não
acataram com facilidade a transferência da venda do peixe para o novo mercado, realizando
até mesmo uma greve. O Intendente ordenou então que todos os produtos fossem recolhidos
para o Mercado de Ferro, estabelecimento criado especificamente para este comércio, no
entanto, atentou posteriormente que a medida poderia “prejudicar seriamente o commercio da
doca do Reducto, onde a farinha e o peixe sempre foram objecto de animadas transacções”
(LEMOS, 1902, p.62). E que isso acabaria com a dinâmica já criada entre os mercadores e os
compradores, entretanto, o governo deveria continuar zelando pela higiene pública, criando
uma sucursal do Mercado de Ferro no referido lugar. Sobre a greve dos pescadores, Lemos
(1902) resolveu permitir que as canoas transportando peixes conservados em gelo aportassem
no cais do Ver-o-Peso ou do Reduto, e vendessem o pescado para os vendedores ambulantes,
ou seja por atacado. Os chamados importadores, não poderiam vender quantidade superior a
50 quilos de pescado, e os retalhistas deveriam se submeter às medidas de fiscalização e
higiene, antes de executar a venda pela cidade. A tabela abaixo (Figura 04), foi o motivo pelo
qual os pescadores entraram em greve, pensaram se tratar de um imposto novo, implementado
pela Intendência.
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responsáveis por deslocar o pescado da balança até seu ponto de destino. Os encarregados
são os responsáveis pela embarcação contratados pelo geleiro ou barqueiro, substituindo-os
até mesmo na comercialização com o balanceiro. Os barqueiros ou geleiros são os
proprietários das embarcações. O pegador é um tripulante encarregado de pegar o pescado
estocado nas urnas localizadas no porão do barco, que é jogado para o convés da
embarcação, repassando para as basquetas que serão desembarcadas na Pedra. O gelador é
o encarregado de gelar o pescado dentro da embarcação, em terra, ele repassa a mercadoria
do porão para o convés.
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Figura 05: Peça MacFarlane encontrada no Mercado de Carne.
Fonte: Catálogo Ilustrado MacFarlane’s Castings, Drip and Barge Frets, p. 81, V. 1, 6ª ed.
Além do Mercado de Ferro do Ver-o-Peso que apresenta toda a sua estrutura metálica
importada, outras obras da arquitetura de ferro podem ser observadas no complexo, como o
Mercado de Carne Francisco Bolonha, composto por 5 pavilhões metálicos, e a Praça do
Relógio. “Neste contexto, não apenas a Municipalidade como também empresas privadas e
famílias mais favorecidas importaram elementos identificados com a arquitetura do ferro, como
armazéns portuários, chalés, postes de iluminação, chafarizes, reservatórios d’água, relógios,
coretos, chafarizes, colunas, escadarias...” (CRUZ, MESQUITA E SARQUIS, 2015, p.09).
O atual Mercado de Ferro do Ver-o-Peso (Figura 06), segundo Silva (1986), foi
construído por dois engenheiros bastante atuantes no período governista de Antônio Lemos,
Bento Miranda e Raimundo Viana. Os dois engenheiros receberam concessão para explorar o
mercado comercialmente por um determinado período. A estrutura metálica, em ferro perfilado,
veio dos Estados Unidos, mas é desconhecido o local exato de sua fabricação. Apresenta
elementos de composição arquitetônica de linguagem clássica e fachadas de influência Art
Nouveau, caracterizando-se pelo ecletismo. Tem planta retangular, da qual em cada canto são
dispostas quatro torres similares a campanários de catedrais góticas, o telhado em telhas
cerâmicas do tipo Marselha, claraboias de vidro e lanternim central, que proporcionavam
iluminação natural ao interior do mercado.
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Já o Mercado de Carne Francisco Bolonha (Figura 07), de acordo com Derenji (2009),
teve sua estrutura em alvenaria construída em 1867, só após a reforma de 1908, recebeu a
elaborada estrutura metálica e platibanda neoclássica, sendo esta obra confiada ao engenheiro
Francisco Bolonha que também se tornou responsável pela exploração comercial do mercado.
As peças em ferro pré-fabricadas são oriundas da empresa escocesa Walter MacFarlane, e
são de influência Art Nouveau.
Apesar de não contar mais com jardins ou outros elementos paisagísticos (Figura 09),
neste período em que se realiza a pesquisa, a praça ainda é bastante utilizada, principalmente
durante o comércio do pescado na feira da madrugada, seu entorno – entre a Praça do Relógio
e a Pedra do Peixe – serve de estacionamento para os grandes caminhões frigoríficos que
recebem o peixe para ser direcionado às grandes redes de supermercado da cidade. Os
veículos de médio porte como as Kombis, também são estacionados no entorno da Praça, mas
estes são responsáveis por levar o peixe para as feiras livres de outros bairros. O espaço da
praça é também bastante utilizado como ponto de venda para pequenos ambulantes, que
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comercializam produtos eletrônicos e até mesmo roupas e calçados, suprindo as demandas de
quem trabalha na feira da madrugada.
A ETNOGRAFIA
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Na observação direta, o impacto mínimo abordado por Costa (2014), é exemplificado ao
sentar-se para tomar café ou andar numa avenida, ou seja, é uma situação pública impessoal,
não estar familiarizado a determinado contexto social já influencia e muito na percepção do
investigador em campo. Essa técnica é enquadrada, por vezes, como uma observação auditiva
e visual, sem envolver interações verbais específicas entre o investigador e o observado. Já a
observação participante, desdobra-se em ações de elevado índice de “interferência”, como a
conversa frequente ou informal, as entrevistas e a permanência em terrenos, privilegia-se a
participação informal como técnica, uma forma de evitar o enrijecimento deste processo e
manter o fluxo de informações.
No caso desta pesquisa, foi possível vivenciar detalhes que só a convivência in loco
permite detalhar, registradas nos diários de campo, como os termos específicos locais,
costumes rotineiros - como o hábito de tomar muito café -, as formas de diálogo entre os
sujeitos do Ver-o-Peso, e principalmente, as relações interpessoais e divisões de trabalho
estabelecidas dentro da comercialização do pescado e na contextualização das redes sociais.
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Pedra do Peixe é o entreposto pesqueiro que se localiza na enseada das embarcações à margem da baía do Guajará, em frente
ao Mercado de Ferro ou Mercado de Peixe no Complexo Ver-o-Peso.
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Balanceiro é o trabalhador que vende o pescado na Pedra, utilizando como instrumento de medida a balança.
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estivesse nos dando boas vindas e como bom anfitrião que era, nos acompanhou em vários
pontos do complexo, parecia estar nos apresentando a sua casa.
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Presidente da ASBALAN, Associação dos Balanceiros do Ver-o-Peso.
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Rodilha é uma rosca de pano para pôr sobre a cabeça, no transporte de carga.
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Figura 11: Carregador e sacoleiro dividindo a pista.
Autor: Luiz Rabelo, 2016.
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Kobra é um famoso e premiado grafiteiro do Brasil, com obras realizadas pelo mundo todo.
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A fumaça do churrasquinho e o odor de peixe também fazem parte da rotina de quem
convive neste ambiente, podendo parecer até bastante hostil para quem o frequenta pela
primeira vez, onde o linguajar utilizado - sobretudo pelos carregadores - é por vezes
intimidador, apesar do tom irônico, como por exemplo - “Se tu não me pagar eu vou te dar uma
facada”. A pornofonia é também uma constante na convivência entre os homens do Ver-o-
Peso.
Os sujeitos locais desenvolveram um tipo de linguajar que só pode ser compreendido
rapidamente por quem frequenta aquele espaço rotineiramente, como pôde ser observado nas
articulações verbais utilizadas pelo senhor Adamor. Talvez a pressa em dialogar, para o
desenvolvimento rápido das atividades comerciais, tenha gerado essa forma de comunicação
tão singular, mas foi observado também em outros atores sociais, algumas especificidades
semelhantes ou diversas, quanto ao modo de falar, por exemplo, o uso de sinais ou mímica.
Naquela madrugada, o barco do senhor Adamor (ele é barqueiro e balanceiro ao mesmo
tempo) não estava na doca do Ver-o-Peso, portanto, não era necessário ele trabalhar com a
balança, apenas recebia pelas vendas anteriormente realizadas no sistema de crédito
denominado de fiado6. Isso possibilitou um tempo maior para que ele me falasse sobre a sua
vida como balanceiro da Pedra do Peixe.
Ele fala que veio de Barcarena e que todos os seus quatro irmãos trabalham com a
venda de frutos do mar, um deles estava presente na roda de conversa, chamavam-no de
Tonico, com 47 anos de idade e trabalhando a mais de 30 anos nesse ramo. Adamor conta
com 42 anos de trabalho e agora pretendia investir no ramo da hotelaria, diz que só não
trabalha todos os dias porque foi proibido7. Apesar de ser o dono do barco, relata que apenas
os pescadores têm controle sobre o mesmo, na pescaria, eles retornam por três motivos,
segundo o balanceiro: quando o gelo acaba, quando o barco enche ou quando precisam de um
favor, por exemplo, num caso de doença grave.
A insegurança também é uma constante na Pedra do Peixe, apesar de ser conhecido e
respeitado no meio, Adamor conta que existem muitos ladrões em virtude da grande circulação
de dinheiro, vendedores de drogas e moradores de rua no mercado. Segundo Adamor,
recentemente um jovem de 20 anos frequentador da feira foi assassinado, envolvido com o
tráfico de drogas. O próprio balanceiro menciona que é comum o furto de peixe dentro da feira
e que ele mesmo já teria sofrido com o furto de um peixe da espécie filhote8 de 120 kg - que
custava na época cerca de R$1.800,00 - conseguiu encontrá-lo posteriormente, escondido
atrás do Mercado de Ferro. Apesar da insegurança, existe um ponto da Policial Militar
localizado no Ver-o-Peso, avistei constantemente um policial solitário caminhando entre
comerciantes, mas não identifiquei o que ele realmente estava fazendo ali.
Após a conversa, Adamor nos convidou para um passeio pelo complexo do Ver-o-Peso,
seguimos primeiramente para o Mercado de Ferro, pois o balanceiro queria nos mostrar uma
observação que havia feito sobre a arquitetura do mercado. Para Ademil, um lado do Mercado
de Ferro estava aterrado, pois a área da parede que divide as janelas dos boxes de venda vai
ficando cada vez mais espaçada de uma ponta à outra do mercado (Figura 13). O balanceiro
fica impressionado com a qualidade do aterro desta região, principalmente na parte da Estação
das Docas, onde dizem que as águas batem na contenção com maior força.
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Vender fiado significa repassar a mercadoria e aguardar pelo pagamento num momento posterior.
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No domingo há o descanso semanal.
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Brachyplathystoma filamentosum.
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Figura 13: Área abaixo das janelas vai aumentando.
Autor: Suelen Vieira, 2016.
Seguindo para a Pedra do Peixe fui conhecer o senhor Amarildo da Associação dos
Peixes Salgados (novamente senti um forte odor de peixe e urina), Adamor aproveita para
apresentar o novo barco de Santarém, chamado Princesa Isabel (Figura 14), que havia feito a
sua primeira viagem. Ele conta que os barcos da região do Baixo Amazonas só costumam
aparecer nessa época9 do verão em Belém, por conta da elevação dos rios e da escassez dos
peixes, geralmente são barcos maiores como outro de Óbidos, que também estava atracado na
Pedra. Os barcos menores com capacidade para até duas toneladas são utilizados para a
venda de peixe nas ilhas, a maioria dos que atracam na Pedra, com pescado, são de 4 a 30
toneladas.
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Julho a novembro.
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numa espécie de bazar itinerante. Suponho que este tipo de mercadoria é facilmente adquirido
pelos ribeirinhos que circulam no Ver-o-Peso durante a noite, sendo esta atividade bastante
oportuna.
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sacolas de plástico, caixas de papelão, roupas e sapatos. Deste modo, a minha presença na
Pedra do Peixe pôde ser percebida facilmente, e de certo modo causou estranheza tanto da
parte das mulheres quanto da parte homens, por ser este um ambiente extremamente
masculino, onde quase não existe a circulação de mulheres se não as que participam ou
desenvolvem alguma atividade subsidiária, ou mesmo comercial de apoio a do pescado.
CONCLUSÃO
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BARATA, Manoel. Formação histórica do Pará. Belém: Coleção Amazônica, Série José
Veríssimo/UFPA, 1973.
CHAVES, Celma, P.V. Os mercados públicos e a história da cidade: Belém no final do século
XIX e início do século XX. In: LEITÃO, Wilma Marques. Ver-o-Peso. Estudos antropológicos no
mercado de Belém. Belém: Paka-Tatu, v. 2, 2016.
COSTA, António Firmino da. A pesquisa de terreno em sociologia. In: SILVA, Augusto Santos;
PINTO, José Madureira (Orgs.). Metodologia das Ciências Sociais. 16ª ed. Porto: Edições
Afrontamento, Coleção Biblioteca das Ciências do Homem, 2014.
CRUZ, Ernesto. História de Belém. Belém: Coleção Amazônica, Série José Veríssimo/UFPA,
1973.
CRUZ, Carla Ferreira; MESQUITA, Fernando José de; SARQUIS, Giovanni Blanco (Orgs.).
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REIS FILHO, Nestor Goulart. Quadro da arquitetura no Brasil. 4.ed. São Paulo: Perspectiva,
1978. 214 p.
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rota do pescado a partir da feira do Ver-o-Peso em Belém do Pará. In: SILVA. L.J.D.;
XIMENES, J.P.P. Urbanização e Ambiente. Experiências de pesquisas na Amazônia Oriental.
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SILVA, Luiz de Jesus Dias da; RODRIGUES, Carmem Izabel. Pedra do Peixe: redes sociais na
circulação do pescado do Ver-o-Peso para a cidade de Belém do Pará. Boletim do Museu
Paraense Emílio Goeldi. Ciências Humanas, v. 11, n. 3, p. 581-599, set.-dez. 2016.
SILVA, Luiz de Jesus Dias da. Pedra, Redes e Malha na circulação do pescado do Ver-o-Peso
ao meio urbano de Belém do Pará. Tese (Doutorado) – Universidade Federal do Pará, Instituto
19
de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia,
Belém, 2016.
SOARES, Elizabeth Nelo. Largos, coretos e praças de Belém. Brasília, DF: IPHAN / Programa
Monumenta, 2009, p. 172. (Roteiros do Patrimônio; 5)
DIFICULDADES
PARECER DO ORIENTADOR: A aluna Suelen do Nascimento Vieira, que ora apresenta seu
Relatório parcial, realizou a contento as atividades que levarão ao alcance dos objetivos do
Projeto em tela. Pesquisou a bibliografia indicada, iconografia disponível, fez as visitas técnicas
ao campo, incluindo as incursões da madrugada, inicialmente para reconhecimento e em
seguida para coletar dados primários e atualizar outros dados coletados anteriormente ou
observados em bibliografia existente e fazendo a etnografia prevista e narradas parcialmente
no Relatório. Houve dificuldades no andamento, principalmente pela fala dos equipamentos
previstos no Projeto junto à PROPESP. No entanto houve dados suficientes para demonstrar a
exequibilidade do Projeto que precisa avançar e ser concluído. O trabalho da aluna é de muita
relevância para a cidade de Belém, no que concerne aos dados gerais do Centro Histórico da
Cidade e de modo mais específico a Pedra do Peixe no Ver-o-Peso, assim como para novas
pesquisas correlatas ou afins. Desse modo se torna imprescindível a renovação da bolsa para
que a aluna possa concluir seu trabalho e contribua mais com o Projeto PRODOUTOR, em
andamento.
DATA: 23 / 02 / 2017
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ASSINATURA DO ORIENTADOR
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ASSINATURA DO ALUNO
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