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Zenaide Auxiliadora Pachegas Branco. Rodrigo Gonçalves.

, Leticia Veloso, Fernando Zantedeschi

Instituto de Previdência dos Servidores Públicos do Município


de Maceió

IPREV-MACEIÓ
Técnico Previdenciário

MR056-19
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OBRA

Instituto de Previdência dos Servidores Públicos do Município de Maceió

Técnico Previdenciário

Edital Nº01/2019

AUTORES
Língua Portuguesa- Profª Zenaide Auxiliadora Pachegas Branco
Fundamentos da Administração Pública - Prof° Fernando Zantedeschi
Noções sobre Previdência Pública - Profª Leticia Veloso
Legislação Municipal - Prof° Rodrigo Gonçalves
Legislação Previdenciária do Regme Próprio do Município de Maceió - Prof° Rodrigo Gonçalves
Noções de Direito Administrativo - Prof° Fernando Zantedeschi

PRODUÇÃO EDITORIAL/REVISÃO
Elaine Cristina
Érica Duarte
Leandro Filho
Karina Fávaro

DIAGRAMAÇÃO
Elaine Cristina
Thais Regis
Danna Silva

CAPA
Joel Ferreira dos Santos

www.novaconcursos.com.br

sac@novaconcursos.com.br
SUMÁRIO
LÍNGUA PORTUGUESA
Compreensão e interpretação de textos de gênero variados; .................................................................................................................. 86
Reconhecimento de tipos e gêneros textuais; ................................................................................................................................................. 86
Ortografia; ...................................................................................................................................................................................................................... 01
Acentuação Gráfica;..................................................................................................................................................................................................... 04
Emprego do sinal indicativo de crase; ................................................................................................................................................................ 04
Sintaxe da oração e do período; ........................................................................................................................................................................... 63
Concordância nominal e verbal; ............................................................................................................................................................................ 08
Empregos dos sinais de pontuação; .................................................................................................................................................................... 72
Figuras de linguagem; ............................................................................................................................................................................................... 86
Emprego dos pronomes demonstrativos; ......................................................................................................................................................... 22
Emprego do acento grave; ...................................................................................................................................................................................... 04
Regência verbal e nominal; ...................................................................................................................................................................................... 14
Emprego de tempos e modos verbais ................................................................................................................................................................ 22
Redação Oficial (conforme Manual de Redação da Presidência da República)................................................................................... 75

FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA


Administração Pública e Governo: conceito e objetivos. Evolução dos modelos de administração pública. Regime Jurídi-
co-Administrativo: princípios constitucionais do Direito Administrativo brasileiro........................................................................... 01
Poderes e deveres do administrador público.................................................................................................................................................... 09
Transparência, informação e controle social na Administração Pública. Tipos e formas de controle. Controle interno e
externo. .......................................................................................................................................................................................................................45
Licitação: conceito, finalidades, princípios e objeto; obrigatoriedade, dispensa, inexigibilidade e vedação; modalidades e
tipos; procedimento, revogação e anulação; sanções; normas gerais de licitação; recursos administrativos e tutela judi-
cial....................................................................................................................................................................................................................................... 49
Contrato administrativo: noções gerais; elementos; características; formalização, alteração; execução e inexecução; revi-
são, rescisão, reajustamento e prorrogação; desfazimento; modalidades; convênios e consórcios administrativos........... 83
Lei Orgânica do Município de Maceió................................................................................................................................................................. 92

NOÇÕES SOBRE PREVIDÊNCIA PÚBLICA


Seguridade social: origem e evolução legislativa no Brasil; Conceito; organização e princípios constitucionais.................. 01
Regime Geral da Previdência Social – RGPS: beneficiários, benefícios e custeio.Regimes Próprios de Previdência Social -
RPPS: beneficiários, benefícios e custeio............................................................................................................................................................. 05
A Constituição Federal (CF) e as Emendas Constitucionais (EC) 20/98, 41/03 e 47/05. Aposentadorias e tópicos relacio-
nados: Regras do Direito Adquirido (art. 3º da EC 41/03); Regras de Transição; Regra Geral. Contribuição previdenciária;
Abono de permanência; Teto remuneratório constitucional; Cessão/Licença/Afastamento.......................................................... 14
Leis Federais nºs 9.717, de 27/11/98, e 10.887, de 21/06/04...................................................................................................................... 16
Entidades de previdência complementar: conceito e finalidades, constituição, organização, funcionamento e fiscaliza-
ção. .................................................................................................................................................................................................................................... 23
Lei no 9.983, de 14 de julho de 2000.................................................................................................................................................................... 24

LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
Lei Municipal 4.973, de 2000 - Estatuto dos Servidores Municipais de Maceió.................................................................................. 01
SUMÁRIO
LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA DO REGME PRÓPRIO DO MUNICÍPIO
DE MACEIÓ
Lei Municipal 5.828 de 18 de setembro de 2009 – Reorganiza o Regime Próprio da Previdência Social dos Servidores
Públicos de Maceió...................................................................................................................................................................................................... 01

NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO


Organização administrativa (características): administração direta e indireta; autarquias; fundações públicas; empresas
públicas; sociedades de economia mista; e entidades paraestatais......................................................................................................... 01
Atos administrativos: conceito, requisitos, elementos, pressupostos e classificação; vinculação e discricionariedade; eficá-
cia, validade, vícios, nulidades, revogação, invalidação e convalidação................................................................................................. 09
Poderes administrativos: poder hierárquico; poder disciplinar; poder regulamentar; poder de polícia; uso e abuso do
poder...................................................................................................................................................................................................................15
Agentes Públicos: função pública, empregados públicos e servidores públicos; normas constitucionais concernentes
aos servidores públicos; direitos e deveres dos servidores públicos; responsabilidades dos servidores públicos; processo
administrativo disciplinar, sindicância e inquérito; Serviços públicos: conceito e classificação; regulamentação e controle;
princípios e requisitos do serviço; direitos do usuário; terceirização de serviços; competências para prestação do servi-
ço;....................................................................................................................................................................................................................................... 20
Processo Administrativo; processos e procedimentos administrativos; princípios constitucionais aplicáveis; direito de
informação e de certidão.......................................................................................................................................................................................... 32
Improbidade Administrativa (Lei nº 8.429, de 02/06/1992)......................................................................................................................... 43
ÍNDICE

LÍNGUA PORTUGUESA
Ortografia. .................................................................................................................................................................................................................................01
Acentuação gráfica. ...............................................................................................................................................................................................................04
Flexão nominal e verbal. ......................................................................................................................................................................................................06
Pronomes: emprego, formas de tratamento e colocação. .....................................................................................................................................22
Emprego de tempos, modos e aspectos verbais. ......................................................................................................................................................22
Vozes do verbo. .......................................................................................................................................................................................................................22
Classes de palavras: substantivo, adjetivo, artigo, numeral, pronome, verbo, advérbio, preposição, conjunção: emprego e
sentido que imprimem às relações que estabelecem. .............................................................................................................................................22
Concordância nominal e verbal. .......................................................................................................................................................................................08
Regência nominal e verbal. .................................................................................................................................................................................................14
Ocorrência de crase. ..............................................................................................................................................................................................................19
Sintaxe: coordenação e subordinação............................................................................................................................................................................63
Pontuação. .................................................................................................................................................................................................................................72
Redação (confronto e reconhecimento de frases corretas e incorretas). ........................................................................................................75
Compreensão de texto. ........................................................................................................................................................................................................86
 Sufixos gregos: ase, ese, ise e ose: catequese, me-
ORTOGRAFIA tamorfose.
 Formas verbais pôr e querer: pôs, pus, quisera,
quis, quiseste.
 Nomes derivados de verbos com radicais termi-
Ortografia
nados em “d”: aludir - alusão / decidir - decisão /
A ortografia é a parte da Fonologia que trata da corre- empreender - empresa / difundir – difusão.
ta grafia das palavras. É ela quem ordena qual som devem  Diminutivos cujos radicais terminam com “s”: Luís
ter as letras do alfabeto. Os vocábulos de uma língua são - Luisinho / Rosa - Rosinha / lápis – lapisinho.
grafados segundo acordos ortográficos.  Após ditongos: coisa, pausa, pouso, causa.
A maneira mais simples, prática e objetiva de apren-  Verbos derivados de nomes cujo radical termina
der ortografia é realizar muitos exercícios, ver as palavras, com “s”: anális(e) + ar - analisar / pesquis(a) + ar
familiarizando-se com elas. O conhecimento das regras – pesquisar.
é necessário, mas não basta, pois há inúmeras exceções
e, em alguns casos, há necessidade de conhecimento de São escritos com Z e não S
etimologia (origem da palavra).  Sufixos “ez” e “eza” das palavras derivadas de
adjetivo: macio - maciez / rico – riqueza / belo –
1. Regras ortográficas beleza.
Sufixos “izar” (desde que o radical da palavra de ori-
A) O fonema S gem não termine com s): final - finalizar / concreto
São escritas com S e não C/Ç – concretizar.
 Palavras substantivadas derivadas de verbos com  Consoante de ligação se o radical não terminar
radicais em nd, rg, rt, pel, corr e sent: pretender com “s”: pé + inho - pezinho / café + al - cafezal
- pretensão / expandir - expansão / ascender - as- Exceção: lápis + inho – lapisinho.
censão / inverter - inversão / aspergir - aspersão /
submergir - submersão / divertir - diversão / impelir C) O fonema j
- impulsivo / compelir - compulsório / repelir - repul- São escritas com G e não J
sa / recorrer - recurso / discorrer - discurso / sentir  Palavras de origem grega ou árabe: tigela, girafa,
- sensível / consentir – consensual. gesso.
 Estrangeirismo, cuja letra G é originária: sargento,
São escritos com SS e não C e Ç gim.
 Nomes derivados dos verbos cujos radicais termi-  Terminações: agem, igem, ugem, ege, oge (com
nem em gred, ced, prim ou com verbos termina- poucas exceções): imagem, vertigem, penugem,
dos por tir ou - meter: agredir - agressivo / impri- bege, foge.
mir - impressão / admitir - admissão / ceder - cessão Exceção: pajem.
/ exceder - excesso / percutir - percussão / regredir -
regressão / oprimir - opressão / comprometer - com-  Terminações: ágio, égio, ígio, ógio, ugio: sortilégio,
promisso / submeter – submissão. litígio, relógio, refúgio.
 Quando o prefixo termina com vogal que se junta  Verbos terminados em ger/gir: emergir, eleger, fu-
com a palavra iniciada por “s”. Exemplos: a + simé- gir, mugir.
trico - assimétrico / re + surgir – ressurgir.  Depois da letra “r” com poucas exceções: emergir,
 No pretérito imperfeito simples do subjuntivo. surgir.
Exemplos: ficasse, falasse.  Depois da letra “a”, desde que não seja radical ter-
São escritos com C ou Ç e não S e SS minado com j: ágil, agente.
 Vocábulos de origem árabe: cetim, açucena, açúcar.
 Vocábulos de origem tupi, africana ou exótica: cipó, São escritas com J e não G
Juçara, caçula, cachaça, cacique.  Palavras de origem latinas: jeito, majestade, hoje.
 Sufixos aça, aço, ação, çar, ecer, iça, nça, uça,  Palavras de origem árabe, africana ou exótica:
uçu, uço: barcaça, ricaço, aguçar, empalidecer, car- jiboia, manjerona.
niça, caniço, esperança, carapuça, dentuço.  Palavras terminadas com aje: ultraje.
 Nomes derivados do verbo ter: abster - abstenção
/ deter - detenção / ater - atenção / reter – retenção. D) O fonema ch
 Após ditongos: foice, coice, traição. São escritas com X e não CH
 Palavras derivadas de outras terminadas em -te,  Palavras de origem tupi, africana ou exótica: aba-
to(r): marte - marciano / infrator - infração / absor-
LÍNGUA PORTUGUESA

caxi, xucro.
to – absorção.
 Palavras de origem inglesa e espanhola: xampu,
lagartixa.
B) O fonema z
 Depois de ditongo: frouxo, feixe.
São escritos com S e não Z
 Depois de “en”: enxurrada, enxada, enxoval.
 Sufixos: ês, esa, esia, e isa, quando o radical é
Exceção: quando a palavra de origem não derive de
substantivo, ou em gentílicos e títulos nobiliárqui-
outra iniciada com ch - Cheio - (enchente)
cos: freguês, freguesa, freguesia, poetisa, baronesa,
princesa.

1
São escritas com CH e não X ALGUNS USOS ORTOGRÁFICOS ESPECIAIS
 Palavras de origem estrangeira: chave, chumbo,
chassi, mochila, espadachim, chope, sanduíche, sal- 1. Por que / por quê / porquê / porque
sicha.
POR QUE (separado e sem acento)
E) As letras “e” e “i”
 Ditongos nasais são escritos com “e”: mãe, põem. É usado em:
Com “i”, só o ditongo interno cãibra. 1. interrogações diretas (longe do ponto de interro-
 Verbos que apresentam infinitivo em -oar, -uar gação) = Por que você não veio ontem?
são escritos com “e”: caçoe, perdoe, tumultue. Es- 2. interrogações indiretas, nas quais o “que” equivale
crevemos com “i”, os verbos com infinitivo em -air, a “qual razão” ou “qual motivo” = Perguntei-lhe por
-oer e -uir: trai, dói, possui, contribui. que faltara à aula ontem.
3. equivalências a “pelo(a) qual” / “pelos(as) quais” =
Ignoro o motivo por que ele se demitiu.
FIQUE ATENTO!
Há palavras que mudam de sentido quan- POR QUÊ (separado e com acento)
do substituímos a grafia “e” pela grafia “i”:
área (superfície), ária (melodia) / delatar Usos:
(denunciar), dilatar (expandir) / emergir 1. como pronome interrogativo, quando colocado no
(vir à tona), imergir (mergulhar) / peão (de fim da frase (perto do ponto de interrogação) =
estância, que anda a pé), pião (brinquedo). Você faltou. Por quê?
2. quando isolado, em uma frase interrogativa = Por
quê?

#FicaDica PORQUE (uma só palavra, sem acento gráfico)


Se o dicionário ainda deixar dúvida quanto Usos:
à ortografia de uma palavra, há a possibili- 1. como conjunção coordenativa explicativa (equivale
dade de consultar o Vocabulário Ortográfi- a “pois”, “porquanto”), precedida de pausa na escri-
co da Língua Portuguesa (VOLP), elaborado ta (pode ser vírgula, ponto-e-vírgula e até ponto
pela Academia Brasileira de Letras. É uma final) = Compre agora, porque há poucas peças.
obra de referência até mesmo para a criação 2. como conjunção subordinativa causal, substituível
de dicionários, pois traz a grafia atualizada por “pela causa”, “razão de que” = Você perdeu por-
das palavras (sem o significado). Na Internet, que se antecipou.
o endereço é www.academia.org.br.
PORQUÊ (uma só palavra, com acento gráfico)

2. Informações importantes Usos:


1. como substantivo, com o sentido de “causa”, “ra-
Formas variantes são as que admitem grafias ou pro- zão” ou “motivo”, admitindo pluralização (porquês). Ge-
núncias diferentes para palavras com a mesma significa- ralmente é precedido por artigo = Não sei o porquê da
ção: aluguel/aluguer, assobiar/assoviar, catorze/quatorze, discussão. É uma pessoa cheia de porquês.
dependurar/pendurar, flecha/frecha, germe/gérmen, in-
farto/enfarte, louro/loiro, percentagem/porcentagem, re- 2. ONDE / AONDE
lampejar/relampear/relampar/relampadar.
Os símbolos das unidades de medida são escritos Onde = empregado com verbos que não expressam
sem ponto, com letra minúscula e sem “s” para indicar a ideia de movimento = Onde você está?
plural, sem espaço entre o algarismo e o símbolo: 2kg,
20km, 120km/h. Aonde = equivale a “para onde”. É usado com verbos
Exceção para litro (L): 2 L, 150 L. que expressam movimento = Aonde você vai?

Na indicação de horas, minutos e segundos, não 3. MAU / MAL


deve haver espaço entre o algarismo e o símbolo: 14h,
22h30min, 14h23’34’’(= quatorze horas, vinte e três mi- Mau = é um adjetivo, antônimo de “bom”. Usa-se
LÍNGUA PORTUGUESA

nutos e trinta e quatro segundos). como qualificação = O mau tempo passou. / Ele é um
O símbolo do real antecede o número sem espaço: mau elemento.
R$1.000,00. No cifrão deve ser utilizada apenas uma bar-
ra vertical ($). Mal = pode ser usado como
1. conjunção temporal, equivalente a “assim que”,
“logo que”, “quando” = Mal se levantou, já saiu.
2. advérbio de modo (antônimo de “bem”) = Você foi
mal na prova?

2
3. substantivo, podendo estar precedido de artigo ou 10. Nas formações em que o prefixo tem como segun-
pronome = Há males que vêm pra bem! / O mal do termo uma palavra iniciada por “h”: sub-hepático,
não compensa. geo-história, neo-helênico, extra-humano, semi-hos-
pitalar, super-homem.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 11. Nas formações em que o prefixo ou pseudoprefixo
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa termina com a mesma vogal do segundo elemento:
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. micro-ondas, eletro-ótica, semi-interno, auto-obser-
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Ce- vação, etc.
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São
Paulo: Saraiva, 2010. O hífen é suprimido quando para formar outros termos:
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda- reaver, inábil, desumano, lobisomem, reabilitar.
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
CAMPEDELLI, Samira Yousseff. Português – Literatura,
Produção de Textos & Gramática. Volume único / Samira #FicaDica
Yousseff, Jésus Barbosa Souza. – 3.ª edição – São Paulo:
Saraiva, 2002. Lembrete da Zê!
Ao separar palavras na translineação (mu-
SITE dança de linha), caso a última palavra a ser
http://www.pciconcursos.com.br/aulas/portugues/or- escrita seja formada por hífen, repita-o na
tografia próxima linha. Exemplo: escreverei anti-in-
flamatório e, ao final, coube apenas “anti-”.
4. Hífen Na próxima linha escreverei: “-inflamatório”
(hífen em ambas as linhas). Devido à diagra-
O hífen é um sinal diacrítico (que distingue) usado para mação, pode ser que a repetição do hífen na
ligar os elementos de palavras compostas (como ex-presi- translineação não ocorra em meus conteú-
dente, por exemplo) e para unir pronomes átonos a verbos dos, mas saiba que a regra é esta!
(ofereceram-me; vê-lo-ei). Serve igualmente para fazer a
translineação de palavras, isto é, no fim de uma linha, se-
B) Não se emprega o hífen:
parar uma palavra em duas partes (ca-/sa; compa-/nheiro).
1. Nas formações em que o prefixo ou falso prefixo ter-
mina em vogal e o segundo termo inicia-se em “r” ou
A) Uso do hífen que continua depois da Reforma
“s”. Nesse caso, passa-se a duplicar estas consoantes:
Ortográfica:
antirreligioso, contrarregra, infrassom, microssistema,
1. Em palavras compostas por justaposição que for- minissaia, microrradiografia, etc.
mam uma unidade semântica, ou seja, nos termos 2. Nas constituições em que o prefixo ou pseudopre-
que se unem para formam um novo significado: fixo termina em vogal e o segundo termo inicia-se
tio-avô, porto-alegrense, luso-brasileiro, tenente-co- com vogal diferente: antiaéreo, extraescolar, coedu-
ronel, segunda-feira, conta-gotas, guarda-chuva, ar- cação, autoestrada, autoaprendizagem, hidroelétrico,
co-íris, primeiro-ministro, azul-escuro. plurianual, autoescola, infraestrutura, etc.
2. Em palavras compostas por espécies botânicas e 3. Nas formações, em geral, que contêm os prefixos
zoológicas: couve-flor, bem-te-vi, bem-me-quer, abó- “dês” e “in” e o segundo elemento perdeu o “h” ini-
bora-menina, erva-doce, feijão-verde. cial: desumano, inábil, desabilitar, etc.
3. Nos compostos com elementos além, aquém, re- 4. Nas formações com o prefixo “co”, mesmo quando
cém e sem: além-mar, recém-nascido, sem-número, o segundo elemento começar com “o”: cooperação,
recém-casado. coobrigação, coordenar, coocupante, coautor, coedi-
4. No geral, as locuções não possuem hífen, mas algumas ção, coexistir, etc.
exceções continuam por já estarem consagradas pelo 5. Em certas palavras que, com o uso, adquiriram noção
uso: cor-de-rosa, arco-da-velha, mais-que-perfeito, pé- de composição: pontapé, girassol, paraquedas, para-
-de-meia, água-de-colônia, queima-roupa, deus-dará. quedista, etc.
5. Nos encadeamentos de vocábulos, como: ponte Rio- 6. Em alguns compostos com o advérbio “bem”: benfei-
-Niterói, percurso Lisboa-Coimbra-Porto e nas com- to, benquerer, benquerido, etc.
binações históricas ou ocasionais: Áustria-Hungria,
Angola-Brasil, etc. Os prefixos pós, pré e pró, em suas formas correspon-
6. Nas formações com os prefixos hiper-, inter- e su- dentes átonas, aglutinam-se com o elemento seguinte,
per- quando associados com outro termo que é ini- não havendo hífen: pospor, predeterminar, predeterminado,
LÍNGUA PORTUGUESA

ciado por “r”: hiper-resistente, inter-racial, super-ra- pressuposto, propor.


cional, etc. Escreveremos com hífen: anti-horário, anti-infeccioso,
7. Nas formações com os prefixos ex-, vice-: ex-diretor, auto-observação, contra-ataque, semi-interno, sobre-huma-
ex-presidente, vice-governador, vice-prefeito. no, super-realista, alto-mar.
8. Nas formações com os prefixos pós-, pré- e pró-: pré- Escreveremos sem hífen: pôr do sol, antirreforma, an-
-natal, pré-escolar, pró-europeu, pós-graduação, etc. tisséptico, antissocial, contrarreforma, minirrestaurante, ul-
9. Na ênclise e mesóclise: amá-lo, deixá-lo, dá-se, abra- trassom, antiaderente, anteprojeto, anticaspa, antivírus, au-
ça-o, lança-o e amá-lo-ei, falar-lhe-ei, etc. toajuda, autoelogio, autoestima, radiotáxi.

3
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA De acordo com a tonicidade, as palavras são classifi-
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa cadas como:
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. Oxítonas – São aquelas cuja sílaba tônica recai sobre
a última sílaba: café – coração – Belém – atum – caju –
SITE papel
http://www.pciconcursos.com.br/aulas/portugues/ Paroxítonas – a sílaba tônica recai na penúltima síla-
ortografia ba: útil – tórax – táxi – leque – sapato – passível
Proparoxítonas - a sílaba tônica está na antepenúlti-
ma sílaba: lâmpada – câmara – tímpano – médico – ônibus
EXERCÍCIOS COMENTADOS Há vocábulos que possuem uma sílaba somente: são
os chamados monossílabos. Estes são acentuados quando
1. (Polícia Federal – Escrivão de Polícia Federal – Ces- tônicos e terminados em “a”, “e” ou “o”: vá – fé – pó - ré.
pe – 2013 – adaptada)
2 Os acentos
A fim de solucionar o litígio, atos sucessivos e concatena-
dos são praticados pelo escrivão. Entre eles, estão os atos A) acento agudo (´) – Colocado sobre as letras “a”
de comunicação, os quais são indispensáveis para que e “i”, “u” e “e” do grupo “em” - indica que estas letras
os sujeitos do processo tomem conhecimento dos atos representam as vogais tônicas de palavras como pá, caí,
acontecidos no correr do procedimento e se habilitem a público. Sobre as letras “e” e “o” indica, além da tonicida-
exercer os direitos que lhes cabem e a suportar os ônus de, timbre aberto: herói – céu (ditongos abertos).
que a lei lhes impõe. B) acento circunflexo – (^) Colocado sobre as letras
Disponível em: <http://jus.com.br> (com adaptações). “a”, “e” e “o” indica, além da tonicidade, timbre fechado:
tâmara – Atlântico – pêsames – supôs.
No que se refere ao texto acima, julgue os itens seguin- C) acento grave – (`) Indica a fusão da preposição “a”
tes. com artigos e pronomes: à – às – àquelas – àqueles
Não haveria prejuízo para a correção gramatical do texto D) trema (¨) – De acordo com a nova regra, foi total-
nem para seu sentido caso o trecho “A fim de solucionar mente abolido das palavras. Há uma exceção: é utilizado
o litígio” fosse substituído por Afim de dar solução à de- em palavras derivadas de nomes próprios estrangeiros:
manda e o trecho “tomem conhecimento dos atos acon- mülleriano (de Müller)
tecidos no correr do procedimento” fosse, por sua vez, E) til – (~) Indica que as letras “a” e “o” representam
substituído por conheçam os atos havidos no transcurso vogais nasais: oração – melão – órgão – ímã
do acontecimento.
2.1 Regras fundamentais
( ) CERTO ( ) ERRADO
A) Palavras oxítonas: acentuam-se todas as oxítonas
Resposta: Errado. “A fim” tem o sentido de “com a terminadas em: “a”, “e”, “o”, “em”, seguidas ou não do plu-
intenção de”; já “afim”, “semelhança, afinidade”. Se a ral(s): Pará – café(s) – cipó(s) – Belém.
primeira substituição fosse feita, o trecho estaria in- Esta regra também é aplicada aos seguintes casos:
correto gramatical e coerentemente. Portanto, nem há Monossílabos tônicos terminados em “a”, “e”, “o”, se-
a necessidade de avaliar a segunda substituição. guidos ou não de “s”: pá – pé – dó – há
Formas verbais terminadas em “a”, “e”, “o” tônicos,
seguidas de lo, la, los, las: respeitá-lo, recebê-lo, compô-lo
ACENTUAÇÃO GRÁFICA.
B) Paroxítonas: acentuam-se as palavras paroxítonas
terminadas em:
i, is: táxi – lápis – júri
Acentuação. us, um, uns: vírus – álbuns – fórum
l, n, r, x, ps: automóvel – elétron - cadáver – tórax –
Quanto à acentuação, observamos que algumas pa- fórceps
lavras têm acento gráfico e outras não; na pronúncia, ora ã, ãs, ão, ãos: ímã – ímãs – órfão – órgãos
se dá maior intensidade sonora a uma sílaba, ora a outra. ditongo oral, crescente ou decrescente, seguido ou
Por isso, vamos às regras! não de “s”: água – pônei – mágoa – memória
LÍNGUA PORTUGUESA

1. Regras básicas
#FicaDica
A acentuação tônica está relacionada à intensida-
de com que são pronunciadas as sílabas das palavras. Memorize a palavra LINURXÃO. Repare que
Aquela que se dá de forma mais acentuada, conceitua-se esta palavra apresenta as terminações das
como sílaba tônica. As demais, como são pronunciadas paroxítonas que são acentuadas: L, I N, U
com menos intensidade, são denominadas de átonas. (aqui inclua UM = fórum), R, X, Ã, ÃO. Assim
ficará mais fácil a memorização!

4
ÍNDICE

FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA


Administração Pública e Governo: conceito e objetivos. Evolução dos modelos de administração pública. Regime Jurídico-Ad-
ministrativo: princípios constitucionais do Direito Administrativo brasileiro..................................................................................................01
Poderes e deveres do administrador público...............................................................................................................................................................09
Transparência, informação e controle social na Administração Pública. Tipos e formas de controle. Controle interno e exter-
no. ...........................................................................................................................................................................................................................................45
Licitação: conceito, finalidades, princípios e objeto; obrigatoriedade, dispensa, inexigibilidade e vedação; modalidades e tipos;
procedimento, revogação e anulação; sanções; normas gerais de licitação; recursos administrativos e tutela judicial................49
Contrato administrativo: noções gerais; elementos; características; formalização, alteração; execução e inexecução; revisão,
rescisão, reajustamento e prorrogação; desfazimento; modalidades; convênios e consórcios administrativos...............................83
Lei Orgânica do Município de Maceió............................................................................................................................................................................92
Quanto aos Poderes do Estado, primeiramente de-
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E GOVERNO: ve-se conceituar o que vem a ser um Estado de Direito,
CONCEITO E OBJETIVOS. EVOLUÇÃO DOS pois só podemos falar em separação dos poderes quan-
MODELOS DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLI- do estamos diante de um Estado que se subordina a sua
CA. REGIME JURÍDICO-ADMINISTRATI- vontade à ordem legal. A necessidade da construção de
VO: PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DO um Estado de Direito surge durante o Absolutismo (mea-
DIREITO ADMINISTRATIVO BRASILEIRO. dos do século XVI e XVII), época em que o Poder Político
estava concentrado nas mãos de uma única pessoa, o
Monarca, e o Estado agia segundo a sua vontade, geran-
1. Estado, Governo, e Administração Pública do em gravíssimas violações aos direitos e liberdades de
seus súditos. A necessidade de controlar o Estado, impe-
Para compreender melhor o âmbito do estudo do dindo-o de praticar tais abusos fez com que, durante a
ramo de direito administrativo, é imprescindível com- Revolução Francesa, surge as noções do Estado de Direi-
preender as noções e diferenças entre Estado, Governo, e to e da Separação dos Poderes.
Administração Pública. Muitas vezes utilizamos esses três A divisão dos Poderes que temos no Estado brasileiro
termos como sinônimos, ainda que de forma errônea. segue o modelo apresentado por Montesquieu durante
Isso ocorre porque os três têm um ponto em comum, a referida época. Assim, o Estado de Direito possui três
que é o fato de estarem inseridos no Poder Executivo, Poderes ou Funções: Executivo, Legislativo, e Judiciário. O
mas que não se confundem entre si. Poder Legislativo é encarregado de criar as leis e demais
normas legais, válidas para todos, inclusive para o pró-
1.1 Estado: Conceito, Natureza, Elementos e Po- prio Estado. O Poder Executivo tem como sua principal
deres função dar fiel execução às leis criadas pelo Legislativo,
bem como o exercício da funções política e administra-
Utilizamos o termo “Estado” para descrever uma for- tiva do Estado. Por fim, ao Poder Judiciário compete o
ma de governo sobre um povo em específico, situado exercício da jurisdição, dirimindo os conflitos de ordem
em um determinado território. O Estado possui natureza jurídica que pairam sobre a sociedade. Para tanto, utiliza-
essencialmente política, com clara densidade cultural e -se de diversos institutos de grande importância para o
reflexos jurídicos por toda a sociedade que se subordina exercício da jurisdição, como o devido processo legal, o
ao mesmo, sendo considerado pessoa jurídica de direi- exercício do contraditório e ampla defesa, entre outros.
to público, com poderes e prerrogativas especiais para a Importante mencionar que as principais característi-
persecução de determinados fins. cas dos Três Poderes do Estado é que estes são inde-
pendentes e harmônicos entre si. Os Poderes são inde-
pendentes, pois cada um apresenta sua própria esfera de
competência e que, em regra, não admite sobreposição
#FicaDica
de um sobre o outro. Ao mesmo tempo, são também
O conceito apresentado possui o que a dou- harmônicos uma vez que atuam de forma conjunta, em
trina denomina de elementos essenciais do cooperação para perseguir os interesses estatais, o res-
Estado. Embora não haja uma uniformidade peito aos direitos dos cidadãos, e a garantia dos direitos
em relação aos mesmos, o certo é que po- fundamentais.
demos distinguir cada Estado baseado em,
no mínimo, três elementos: governo, povo
e território. Trata-se de assunto que apare-
EXERCÍCIO COMENTADO
ce em muitas questões de concursos que
podem confundir o candidato.
1. (PREFEITURA DE MACAPÁ-AP – SOCIÓLOGO – FCC
– 2018)
FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Sobre os elementos do Estado, povo é um conjunto Segundo o artigo 1° da Constituição Federal de 1988, o
de cidadãos (natos e naturalizados) vinculados a um regi- Brasil é uma “República Federativa”. Esse termo exprime,
me jurídico do Estado, formando uma entidade jurídica. respectivamente:
Território é a base física, uma parte do globo em que o
Estado pode exercer seu poder, servindo de limite a sua a) a forma de governo e a forma de Estado.
jurisdição e fornecendo-lhe recursos materiais. Governo b) o sistema de governo e a forma de governo.
(ou soberania) é o exercício do poder do Estado, interna c) a forma de Estado e o sistema de governo.
e externamente, conferindo-lhe a sua autodeterminação. d) a forma de Estado e a forma de governo.
Não confundir com a composição do Estado, que é a sua e) o sistema eleitoral e o sistema de governo.
divisão interna com base na sua forma confederativa. No
caso do Estado brasileiro, este é composto pela União, Resposta: Letra A. A Constituição Federal apresenta
Estados, Municípios, e Distrito Federal. Atualmente não toda a forma estrutural do Estado brasileiro, sendo
há mais nenhum Território Federal, pois os remanescen- considerada sua espinha dorsal. Com a sua leitura, po-
tes foram transformados em outros entes federativos, demos identificar elementos como a forma de Estado,
nos termos da Constituição Federal de 1988. a forma de governo, e o sistema de governo. Forma de
Estado diz respeito à sua estruturação física, podendo

1
ser Federação ou Confederação. Forma de governo diz REGIME JURÍDICO-ADMINISTRATIVO: CONCEI-
respeito à titularidade do patrimônio público, se per- TO; PRINCÍPIOS EXPRESSOS E IMPLÍCITOS DA
tence a uma família real (Monarquia), ou se pertence ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
ao povo (República). Por fim, sistema de governo diz
respeito a forma em que o povo elege seus governan- Regime jurídico é uma expressão que designa o trata-
tes, podendo haver uma total divisão de competências mento normativo que o ordenamento confere a determi-
entre o Poder Legislativo e o Executivo (Presidencia- nado assunto. Com efeito, o regime jurídico administra-
lismo), ou uma cooperação desses dois Poderes para tivo corresponde ao conjunto de regras e princípios que
tomar decisões políticas (Parlamentarismo). estruturam o Direito Administrativo, atribuindo-lhe auto-
nomia enquanto um ramo autônomo da ciência jurídica.
1.2 Governo: Conceito e Classificação No mais, coloca-se o Estado numa posição verticalizada
em relação ao administrado.
Já mencionamos que Governo é um dos elementos Logo, regime jurídico-administrativo é o conjunto de
que estruturam o Estado. Trata-se da cúpula diretiva do princípios e regras que compõem o Direito Administra-
mesmo, responsável pela condução dos interesses esta- tivo, conferindo prerrogativas e fixando restrições à Ad-
tais e pelo exercício do poder político, podendo ter sua ministração Pública peculiares, não presentes no direito
composição modificada mediante o período das elei- privado, bem como a colocando em uma posição de su-
ções. São pessoas integrantes do Governo, o Presidente premacia quanto aos administrados.
da República, os Deputados, Senadores, Prefeitos, Verea- Os objetivos do regime jurídico-administrativo são o
dores, e etc. de proteção dos direitos individuais frente ao Estado e de
Não há uma unanimidade quanto à classificação das satisfação de interesses coletivos.
formas de governo. Aristóteles costumava dividir os go- Os princípios e regras que o compõem se encontram
vernos em dois grupos: os governos puros e perfeitos, espalhados pela Constituição e por legislações infracons-
como a Monarquia, a Aristocracia, e a Democracia; e o titucionais. A base do regime jurídico administrativo está
grupo dos governos impuros e imperfeitos, como a Tira- nos princípios que regem a Administração Pública.
nia, a Oligarquia e a Demagogia, considerados antíteses
dos governos puros. Maquiavel, por sua vez, classifica
todas as formas de governo em apenas duas espécies: #FicaDica
Monarquia e República, podendo ser subdividida em di-
versas espécies. Kelsen, por sua vez, também divide as Regime jurídico administrativo = regras +
diversas espécies de governo em dois grandes grupos: princípios = normas que compõem o Direi-
os governos democráticos, com participação popular na to Administrativo
tomada de decisões, e os governos autocráticos, em que
há ausência dessa participação popular.
1. Princípios constitucionais expressos
1.3 Administração Pública: conceito, princípios e
organização. Art. 37, Constituição Federal. A administração pública
direta e indireta de qualquer dos Poderes da União,
Administração Pública, outro ente que integra o Po- dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obe-
der Executivo, é o conjunto de órgãos e agentes estatais decerá aos princípios de legalidade, impessoalidade,
no exercício da função administrativa, podendo estar moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao
presentes inclusive nos Poderes Legislativo e Judiciário, seguinte: [...]
como parte de suas funções atípicas. Percebe-se que a
função administrativa não possui natureza política e, por São princípios da administração pública, nesta or-
isso mesmo, a Administração Pública não se confunde
dem: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicida-
com Governo.
de e eficiência.
Quanto à etimologia da palavra, “Administração Pú-
FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

blica” é uma expressão que pode comportar pelo me-


nos dois sentidos: na sua acepção subjetiva, orgânica e #FicaDica
formal, a Administração Pública confunde-se com a pes-
soa de seus agentes, órgãos, e entidades públicas que Para memorizar: veja que as iniciais das pa-
exercem a função administrativa. Já na acepção objetiva lavras formam o vocábulo LIMPE, que re-
e material da palavra, podemos definir a administração mete à limpeza esperada da Administração
pública (alguns doutrinadores preferem colocar a palavra Pública.
em letras minúsculas para distinguir melhor suas concep- Legalidade
ções), como a atividade estatal de promover concreta- Impessoalidade
mente o interesse público. Também podemos dividir, na Moralidade
acepção material, em administração pública lato sensu e Publicidade
stricto sensu. Em sentido amplo, abrange não somente a Eficiência
função administrativa, como também a função política,
incluindo-se nela os órgãos governamentais. Em sentido
estrito, administração pública envolve apenas a função
administrativa em si.

2
É de fundamental importância um olhar atento ao em órgãos da imprensa e a afixação de portarias.
significado de cada um destes princípios, posto que eles Por exemplo, a própria expressão concurso público
estruturam todas as regras éticas prescritas no Código de (art. 37, II, CF) remonta ao ideário de que todos de-
Ética e na Lei de Improbidade Administrativa, tomando vem tomar conhecimento do processo seletivo de
como base os ensinamentos de Carvalho Filho1 e Spitz- servidores do Estado. Diante disso, como será vis-
covsky2: to, se negar indevidamente a fornecer informações
a) Princípio da legalidade: Para o particular, lega- ao administrado caracteriza ato de improbidade
lidade significa a permissão de fazer tudo o que administrativa.
a lei não proíbe. Contudo, como a administração
pública representa os interesses da coletividade, No mais, prevê o §1º do artigo 37, CF, evitando que o
ela se sujeita a uma relação de subordinação, pela princípio da publicidade seja deturpado em propaganda
qual só poderá fazer o que a lei expressamente de- político-eleitoral:
termina (assim, na esfera estatal, é preciso lei ante-
rior editando a matéria para que seja preservado o Artigo 37, §1º, CF. A publicidade dos atos, programas,
princípio da legalidade). A origem deste princípio obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos de-
está na criação do Estado de Direito, no sentido verá ter caráter educativo, informativo ou de orienta-
de que o próprio Estado deve respeitar as leis que ção social, dela não podendo constar nomes, símbolos
dita. ou imagens que caracterizem promoção pessoal de
b) Princípio da impessoalidade: Por força dos in- autoridades ou servidores públicos.
teresses que representa, a administração pública
está proibida de promover discriminações gratui- Somente pela publicidade os indivíduos controlarão
tas. Discriminar é tratar alguém de forma diferente a legalidade e a eficiência dos atos administrativos. Os
dos demais, privilegiando ou prejudicando. Segun- instrumentos para proteção são o direito de petição e
do este princípio, a administração pública deve tra- as certidões (art. 5°, XXXIV, CF), além do habeas data e -
tar igualmente todos aqueles que se encontrem na residualmente - do mandado de segurança. Neste viés,
mesma situação jurídica (princípio da isonomia ou ainda, prevê o artigo 37, CF em seu §3º: 
igualdade). Por exemplo, a licitação reflete a im-
pessoalidade no que tange à contratação de servi- Artigo 37, §3º, CF. A lei disciplinará as formas de par-
ços. O princípio da impessoalidade correlaciona-se ticipação do usuário na administração pública direta
ao princípio da finalidade, pelo qual o alvo a ser e indireta, regulando especialmente:
alcançado pela administração pública é somente o I -  as reclamações relativas à prestação dos serviços
interesse público. Com efeito, o interesse particular públicos em geral, asseguradas a manutenção de ser-
não pode influenciar no tratamento das pessoas, viços de atendimento ao usuário e a avaliação perió-
já que deve-se buscar somente a preservação do dica, externa e interna, da qualidade dos serviços;
interesse coletivo. II -  o acesso dos usuários a registros administrativos
c) Princípio da moralidade: A posição deste princí- e a informações sobre atos de governo, observado o
pio no artigo 37 da CF representa o reconhecimen- disposto no art. 5º, X e XXXIII;
to de uma espécie de moralidade administrativa, III -  a disciplina da representação contra o exercício
intimamente relacionada ao poder público. A ad- negligente ou abusivo de cargo, emprego ou função
ministração pública não atua como um particular, na administração pública.
de modo que enquanto o descumprimento dos
preceitos morais por parte deste particular não é e) Princípio da eficiência: A administração pública
punido pelo Direito (a priori), o ordenamento jurí- deve manter e ampliar a qualidade de seus servi-
dico adota tratamento rigoroso do comportamen- ços com controle de gastos. Isso envolve eficiência
to imoral por parte dos representantes do Estado. ao contratar pessoas (o concurso público selecio-
O princípio da moralidade deve se fazer presente na os mais qualificados ao exercício do cargo), ao
FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

não só para com os administrados, mas também manter tais pessoas em seus cargos (pois é possí-
no âmbito interno. Está indissociavelmente ligado vel exonerar um servidor público por ineficiência)
à noção de bom administrador, que não somente e ao controlar gastos (limitando o teto de remu-
deve ser conhecedor da lei, mas também dos prin- neração), por exemplo. O núcleo deste princípio
cípios éticos regentes da função administrativa. é a procura por produtividade e economicidade.
TODO ATO IMORAL SERÁ DIRETAMENTE ILEGAL Alcança os serviços públicos e os serviços adminis-
OU AO MENOS IMPESSOAL, daí a intrínseca liga- trativos internos, se referindo diretamente à con-
ção com os dois princípios anteriores. duta dos agentes.
d) Princípio da publicidade: A administração públi-
ca é obrigada a manter transparência em relação
a todos seus atos e a todas informações armaze-
nadas nos seus bancos de dados. Daí a publicação
1 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito
administrativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010.
2 SPITZCOVSKY, Celso. Direito Administrativo. 13. ed.
São Paulo: Método, 2011.

3
Resposta: Errado. O enunciado descreve o princípio
da moralidade administrativa. É ele que determina
EXERCÍCIO COMENTADO que o administrador atenda a princípios éticos em sua
conduta, não se limitando a critérios de legalidade
1. (STJ - Analista Judiciário - Oficial de Justiça Avalia- (embora estes sejam de fato indispensáveis).
dor Federal - CESPE/2018) Acerca dos princípios e dos
poderes da administração pública, da organização admi-
nistrativa, dos atos e do controle administrativo, julgue o PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS IMPLÍCITOS
item a seguir, considerando a legislação, a doutrina e a
jurisprudência dos tribunais superiores. Além destes cinco princípios administrativo-constitucio-
Situação hipotética: O prefeito de determinado município nais diretamente selecionados pelo constituinte, podem
promoveu campanha publicitária para combate ao mos- ser apontados outros princípios que regem a função pú-
quito da dengue. Nos panfletos, constava sua imagem, blica, esparsos na legislação infraconstitucional e implíci-
além do símbolo da sua campanha eleitoral. Assertiva: tos na norma constitucional:
No caso, não há ofensa ao princípio da impessoalidade.
a) Princípio da legitimidade: todo ato administrati-
( ) CERTO ( ) ERRADO vo praticado pela Administração Pública é presu-
mido legítimo. Maria Sylvia Zanella Di Pietro en-
Resposta: Errado. Embora seja lícito o gasto com tende que, “há cinco fundamentos para justificar
propaganda governamental, esta deverá respeitar os a presunção de legitimidade: a) o procedimento e
princípios da administração. Neste sentido, a publici- as formalidades que antecedem sua edição, cons-
dade não pode ter caráter propagandista partidário, tituindo garantia de observância da lei; b) o fato de
visando promover o governante que nada mais fez expressar a soberania do poder estatal, de modo
que o seu trabalho – investir o dinheiro público em que a autoridade que expede o ato; c) a necessi-
gastos de interesse coletivo. A conduta descrita na dade de assegurar celeridade no cumprimento
situação hipotética corresponde a uma situação de das decisões administrativas; d) os mecanismos
pessoalidade na publicidade, o que é proibido pelo de controle sobre a legalidade do ato; e) a sujei-
princípio da impessoalidade. ção da Administração ao princípio da legalidade,
presumindo-se que seus atos foram praticados em
2 (ABIN - Oficial Técnico de Inteligência - Conheci- conformidade com a lei”.
mentos Gerais -CESPE/2018) Julgue o item que se b) Princípio da participação: Quem deve participar
segue, a respeito de aspectos diversos relacionados ao é quem vive na sociedade, é o cidadão, aquele que
direito administrativo. pode ter direitos. Participar é ao mesmo tempo
O núcleo do princípio da eficiência no direito administra- um direito e um dever. O cidadão deve participar,
tivo é a procura da produtividade e economicidade, sen- esta é uma obrigação de todo aquele que vive em
do este um dever constitucional da administração, que sociedade. E o cidadão deve ter espaço para par-
não poderá ser desrespeitado pelos agentes públicos, ticipar. Com a ampliação do conceito de soberania
sob pena de responsabilização pelos seus atos. e cidadania e, consequentemente, da responsabili-
dade do cidadão, se torna ainda mais evidente esta
( ) CERTO ( ) ERRADO necessidade de participar. A democracia brasileira
adota a modalidade semidireta, porque possibilita
Resposta: Certo. O princípio da eficiência se concen- a participação popular direta no poder por inter-
tra na soma de dois fatores: qualidade e economia, médio de processos como o plebiscito, o referen-
ou seja, produtividade e economicidade. Não basta do e a iniciativa popular (art. 14, CF). No entanto,
conseguir um produto mais barato se ele não atender reconhece-se que as hipóteses de participação
a padrões mínimos para ser utilizado; não basta que constitucionalmente expressas não esgotam o rol
FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

o funcionário público trabalhe rápido se o seu serviço de possibilidades de exercício da participação pelo
for executado de forma falha. Caso ocorra desrespeito povo. Por exemplo, o próprio exercício de liberda-
ao princípio da eficiência, o funcionário poderá sim ser de de manifestação se encaixa como participação,
responsabilizado, civil, penal e administrativamente, tal como a participação em audiências públicas,
conforme o caso concreto. etc.
c) Princípios da razoabilidade e proporcionalidade:
3. (STM - Técnico Judiciário - Área Administrativa - Razoabilidade e proporcionalidade são fundamen-
CESPE/2018) A respeito dos princípios da administração tos de caráter instrumental na solução de conflitos
pública, de noções de organização administrativa e da ad- que se estabeleçam entre direitos, notadamente
ministração direta e indireta, julgue o item que se segue. quando não há legislação infraconstitucional es-
O princípio da impessoalidade está diretamente relacio- pecífica abordando a temática objeto de conflito.
nado à obrigação de que a autoridade pública não dis- Neste sentido, quando o poder público toma de-
pense os preceitos éticos, os quais devem estar presen- terminada decisão administrativa deve se utilizar
tes em sua conduta. destes vetores para determinar se o ato é correto
ou não, se está atingindo indevidamente uma es-
( ) CERTO ( ) ERRADO fera de direitos ou se é regular. Tanto a razoabilida-

4
ÍNDICE

NOÇÕES SOBRE PREVIDÊNCIA PÚBLICA


Seguridade social: origem e evolução legislativa no Brasil; Conceito; organização e princípios constitucionais.............................01
Regime Geral da Previdência Social – RGPS: beneficiários, benefícios e custeio.Regimes Próprios de Previdência Social - RPPS:
beneficiários, benefícios e custeio....................................................................................................................................................................................05
A Constituição Federal (CF) e as Emendas Constitucionais (EC) 20/98, 41/03 e 47/05. Aposentadorias e tópicos relacionados:
Regras do Direito Adquirido (art. 3º da EC 41/03); Regras de Transição; Regra Geral. Contribuição previdenciária; Abono de
permanência; Teto remuneratório constitucional; Cessão/Licença/Afastamento..........................................................................................14
Leis Federais nºs 9.717, de 27/11/98, e 10.887, de 21/06/04.................................................................................................................................16
Entidades de previdência complementar: conceito e finalidades, constituição, organização, funcionamento e fiscalização. ...23
Lei no 9.983, de 14 de julho de 2000...............................................................................................................................................................................24
Benefícios destinados aos empregados de empresa ou
SEGURIDADE SOCIAL: ORIGEM E grupo destas, denominadas patrocinadoras, bem como
EVOLUÇÃO LEGISLATIVA NO BRASIL; aos associados ou membros de associações, entidades
CONCEITO; ORGANIZAÇÃO E PRINCÍPIOS de caráter profissional, classista ou setorial, denomina-
CONSTITUCIONAIS. dos de instituidores.

No Brasil, a Previdência Social é um direito social,


#FicaDica
previsto no art. 6º da Constituição Federal de 1988 entre No Brasil, a previdência social é um direito so-
os Direitos e Garantias Fundamentais, que garante renda cial, previsto no art. 6º da constituição federal
de 1988 entre os direitos e garantias funda-
não inferior ao salário mínimo ao trabalhador e a sua fa-
mentais, que garante renda não inferior ao sa-
mília nas seguintes situações, previstas no art. nº 201 da lário mínimo ao trabalhador e a sua família nas
Carta Magna: seguintes situações, previstas no art. Nº 201,
I – cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte da cf
e idade avançada;
II – proteção à maternidade, especialmente à gestante;
III – proteção ao trabalhador em situação de desem- Traremos agora os ensinamentos do professor Carlos
prego involuntário; Alberto Vieira de Gouveia, no qual no explica da seguinte
IV – salário-família e auxílio-reclusão para os depen- maneira:
dentes dos segurados de baixa renda; A seguridade social é um sistema de ampla proteção
V – pensão por morte do segurado, homem ou mulher, social que, visa amparar as essenciais (naturais) neces-
ao cônjuge ou companheiro e dependentes. sidades da sociedade como um todo. Assegurando um
mínimo essencial para a preservação da vida.
Como é organizada a Previdência Social? O sistema da seguridade social está previsto nos art.
A Previdência Social é organizada em três regimes 194 a 204 da Carta Cidadã de 1988, e compreende o con-
distintos, independentes entre si: junto integrado de ações dos poderes públicos e socie-
- Regime Geral – Benefícios da Previdência Social dade (particulares).
(art. 201, CF/88), A seguridade social engloba a saúde, previdência e
O Regime Geral de Previdência Social (RGPS) tem suas assistência sociais.
políticas elaboradas pelo Ministério da Previdência Social Em tese, podemos dizer que a previdência forne-
(MPS) e executadas pelo Instituto Nacional do Seguro ce  benefícios, a saúde fornece  serviços  e a assistência
Social (INSS), autarquia federal a ele vinculada. Este Regi- fornece ambos.
me possui caráter contributivo e de filiação obrigatória. A diferença principal entre previdência (art. 201), saú-
Dentre os contribuintes, encontram-se os empregadores, de (art. 196) e assistência (art. 203) está na contribuição,
empregados assalariados, domésticos, autônomos, con- sendo que a primeira exige e as outras não.
tribuintes individuais e trabalhadores rurais. A seguridade social decorre de lei e regula relações
entre pessoas físicas ou jurídicas, de direito privado ou
- Regime Próprio – Servidores Públicos (art. 40, CF/88) público (beneficiários ou não) e o Estado (INSS – autar-
O Regime de Previdência dos Servidores Públicos, de- quia federal e SRF – órgão da administração direta).
nominado Regime Próprio de Previdência Social (RPPS) O direito é composto de normas jurídicas e relações
tem suas políticas elaboradas e executadas pelo Minis- jurídicas, sendo que estas têm sujeitos (ativo e passivo)
tério da Previdência Social (MPS). Neste Regime, é com- e objeto.
pulsório para o servidor público do ente federativo que Na seguridade social os sujeitos ativos são os benefi-
o tenha instituído, com teto e subtetos definidos pela ciários (segurado, dependentes e necessitados – art. 203)
Emenda Constitucional nº 41/2003. Excluem-se deste e os passivos aqueles de quem pode ser cobrado: Poder
grupo os empregados das empresas públicas, os agentes Público (União, Estados Membros, Municípios e Distrito
políticos, servidores temporários e detentores de cargos Federal).
de confiança, todos filiados obrigatórios ao Regime Geral. O objeto são as prestações (saúde, previdência e
assistência), que podem ser de dois tipos: a) benefícios
NOÇÕES SOBRE PREVIDÊNCIA PÚBLICA

- Regime Complementar – Previdência Complemen- – prestações pecuniárias (aposentadoria) e b) serviços –


tar (art. 202, CF/88). prestações de fazer (saúde, assistência social).
O Regime de Previdência Complementar (RPC) tem A origem da Seguridade Social no mundo está atre-
suas políticas elaboradas pelo Ministério da Previdência lada à própria essência da origem humana. O homem
Social (MPS) e executadas pela Superintendência Nacio- durante sua existência conta basicamente com duas for-
nal de Previdência Complementar (Previc). Este Regime mas de expressar sua inteligência: a previsão e a técnica.
é facultativo, organizado de forma autônoma ao RGPS. Portanto, quando o primeiro homem guardou o resto de
No Brasil o RPC é organizado em dois segmentos: o seg- seus alimentos para poder saciar sua fome no dia seguin-
mento operado pelas entidades abertas – com acesso te, a ideia de previdência se exteriorizou.
individual, e o segmento operado pelas Entidades Fecha- Ao longo dos tempos poder-se-ia citar inúmeros
das de Previdência Complementar – EFPCs, também co- acontecimentos de proteção social. Desde os primórdios
nhecidas como fundos de pensão, que operam Planos de os homens descobriram a necessidade de viver em co-
munidade e a se ajudarem mutuamente.

1
Há relatos que já na Idade Média as corporações de mais conhecido como Lei Eloy Chaves, que criou as Cai-
trabalhos da época já mantinham um sistema de coope- xas de Aposentadoria e Pensões nas empresas de estra-
ração, ou seja, todos aqueles que trabalhavam no mesmo das de ferro do País.
ofício e que em razão de enfermidade ou idade avançada Com a edição da Lei Eloy Chaves, os empregados
encontravam-se impossibilitados de prover seu próprio destas empresas, então, obtiveram os benefícios da Apo-
sustento, eram ajudados financeiramente pelos outros sentadoria por invalidez, Aposentadoria ordinária ou por
companheiros de trabalho. tempo contributivo, pensão por morte e a assistência
Destarte, as correntes doutrinárias remontam que a médica.
origem da Previdência Social se iniciou com as caixas de Todos estes benefícios, tão inovadores para época no
socorro de natureza mutualista, como aquelas corpora- Brasil só puderam ser implementados mediante a con-
ções profissionais da Idade Média mantinham para seus tribuição dos próprios trabalhadores, das empresas e do
membros. Estado.
A primeira noticia da preocupação do homem com Em seguida no decênio de 1923/1933 foram criadas
o seu futuro e de sua família é do ano de 1344, quando várias outras Caixas de Assistência de diversos ramos de
teria sido celebrado o primeiro contrato de seguro ma- atividades, contribuindo para a efetivação da nova era
rítimo. assistencial no País.
Esta evolução da Previdência Social pode ser mais Desta sorte, os acontecimentos mais importantes na
bem percebida em 1601, com a célebre Lei de Amparo evolução da Seguridade Social são os seguintes:
aos Pobres, editada na Inglaterra, onde de certa forma - Decreto nº 9.912A de 26 de março de 1888, que re-
fora desvinculada a caridade aos pobres da ajuda assis- gulava o direito à Aposentadoria dos empregados
tencial aos necessitados, assumindo assim, o Estado um dos correios;
papel ímpar de guardião e protetor dos reconhecida- - Lei 3.397, de 24 de novembro de 1888, que criou a
mente necessitados, nascendo com isto à ideia de assis- Caixa de Socorros das Estradas de Ferro;
tência pública ou social. - Decreto nº 221, de 26 de fevereiro de 1890, que
Com a Revolução Industrial em meados do século instituía a Aposentadoria para os empregados da
XVIII, a necessidade da proteção social cresceu levando a Estrada de Ferro Central do Brasil, após ampliado a
Inglaterra a alterar a Lei dos Pobres para que ela pudesse todos os ferroviários do País pelo decreto nº 565, e
acompanhar a evolução da época. 12 julho de 1890;
Muito embora, a Inglaterra e a França sejam países - Decreto nº 942A de 31 de outubro de 1890, que
considerados como os “pais” da previdência social no criou o Montepio Obrigatório dos Empregados Do
mundo foi na Alemanha onde nasceu o conceito do sis- Ministério da Fazenda;
tema de seguro social totalmente organizado e mantido - Lei nº 3724, de 15 de janeiro de 1919, a qual tornou
pelo ente estatal. Este sistema foi concebido através do compulsório o seguro contra acidentes do traba-
conceito da tripla ajuda onde o Estado, as Empresas e os lho em certas atividades;
Trabalhadores contribuíam de forma equitária. - Decreto Legislativo nº 4682, de 24 de janeiro de
Mais tarde surgiu o seguro doença e a proteção aci- 1923 Lei Eloy Chaves, que criou A caixa de Apo-
dentária, o seguro invalidez e auxílio velhice. sentadoria e pensões para os empregados de cada
Com a evolução do conceito assistencialista na Euro- empresa ferroviária;
pa outros países começaram a implantar o sistema social - Decreto nº 22.872, de 29 de junho de 1933, que
de ajuda aos necessitados. Mas foi somente após a pri- criou o Instituto de Aposentadoria e Pensões dos
meira Grande Guerra que o mundo passou a adotar este marítimos; a primeira do Brasil com base na ativi-
novo conceito assistencial. dade genérica da empresa;
Entretanto, a primeira Carta Política de um Estado a - 1934 três Caixas Assistenciais foram criadas: ae-
incluir a proteção do seguro social em seu corpo foi à roviários através da Portaria nº 32 de 1º de maio
mexicana em 1917. Posteriormente foi acompanhada do presente ano, dos trabalhadores em Trapiches
pelos Estados Unidos, que em 1935 revolucionaram ino- e Armazéns pelo Decreto nº 24.274 de 24 de maio
vando o conceito de seguro social, que passou a ser co- de 1934 e a dos Operários Estivadores, com a edi-
nhecido como Seguridade Social cujo conceito básico é ção do Decreto nº 24.275, de 24 de maio de 1934.
o amparo geral ao cidadão. Há ainda que ressalvar, que em 1934 foram criadas
NOÇÕES SOBRE PREVIDÊNCIA PÚBLICA

No Brasil as primeiras manifestações surgiram na os IAP’s dos Comerciários pelo Decreto nº 24.272
época do Império com a criação de Montepios e Mon- de 22 de maio de 1934 e dos Bancários através do
tes Socorro, em favor dos funcionários públicos e seus Decreto nº 24.015, de 1º de junho de 1934;
familiares. - Lei nº 367, de 31 de dezembro de 1936 que criou o
Contudo, efetivamente o Brasil só veio a conhecer IAP dos Industriários;
regras de Previdência Social no século XX, com a imple- - Decreto nº 651, de 26 de agosto de 1938, que
mentação do Seguro contra acidentes do Trabalho exte- transformava a CAP dos trabalhadores em Tra-
riorizado através da Lei nº 3724/1919, a qual dispunha no piches e Armazéns no IAP dos Empregados em
seu âmago sobre as indenizações aos empregados que Transportes e cargas;
sofriam acidentes laborais. - Decreto Lei nº 1.355, de 16 de junho de 1938, que
Obviamente, que o verdadeiro marco inicial em ter- transformou a CAP dos Operários estivadores no
mos de Legislação Nacional foi dado com a publicação IAP da Estiva;
do Decreto Legislativo nº 4682, de 24 de janeiro de 1923,

2
- Decreto Lei 7.720, de 9 e julho de 1945 que in- tante, assegurando a esta descanso, antes e depois do
corporou o IAP da estiva ao dos Empregados em parto, sem prejuízo do salário e do emprego, a instituição
transportes e cargas; de previdência, mediante contribuição igual à da União,
- Decreto Lei 7.526 de 1945, que iniciou uma ver- do empregador e do empregado, a favor da velhice, da
dadeira reformulação do sistema previdenciário invalidez, da maternidade e nos casos de acidentes do
nacional, com a tentativa de uniformidade das trabalho ou da morte”;
normas legais das várias CAP’s e IAP’s da época. Em 1937, a Constituição surge a consagração da ex-
Entretanto, tal Decreto não foi efetivamente colo- pressão Seguro Social;
cado em prática, por falta de regulamentação que Na Carta de 1946, o instituto retorna com a roupa-
o tornaria aplicável; gem como Previdência Social;
- Decreto Lei nº 7.720, de 9 de julho de 1945, in- Já com relação às Constituições de 1967 e 1969 pou-
corporou o IAP da Estiva ao dos Empregados em cas alterações ocorreram a não ser pelo parágrafo único,
Transportes e Cargas; do artigo 158, da Carta de 1967 que versava sobre o cus-
- Lei nº 3.807, de 26 de agosto de 1960, que ficou teio da Previdência Social;
conhecida como a Lei Orgânica da Previdência So- A grande mudança foi com a promulgação da Consti-
cial, conhecida como um dos pontos mais impor- tuição de 1988 (atualmente vigente), a qual trouxe várias
tantes na evolução da Previdência no Brasil; mudanças estabelecendo o Sistema de Seguridade Social
- Decreto Lei nº 72, de 21 de novembro de 1966, que formado por três partes que atuam simultaneamente nas
agregou o Instituto Nacional de Previdência Social áreas de Saúde, Assistência Social e Previdência Social
e os IAP’s existentes na época; e são custeadas através de um orçamento geral. Deste
- Lei nº 5.316, de 14 de setembro de 1967, que aco- modo as contribuições sociais passaram a custear as
plou o seguro acidente do trabalho no corpo da ações do Estado nestes três ramos, consagrando ainda
assistência previdenciária; duas novas formas de custeio: as contribuições sobre o
- Lei nº 5.859, que determinava que os empregados faturamento e sobre o lucro liquido das empresas.
domésticos fossem inscritos na previdência; No Brasil, como se sabe, a Previdência Social é divi-
- Lei nº 6.036, de 1º de maio de 1974, que separou dida em Pública e Privada, podendo ser ainda aberta ou
os Ministérios do Trabalho e Previdência Social em fechada, sendo certo que especificamente quanto a este
dois: o Ministério do Trabalho e o da Previdência e curso a que nos interessa é a Pública, que possui duas
Assistência Social; subdivisões a conhecer:
- Lei nº 6.439, de 1º de setembro de 1977, que insti- - Regime Geral de Previdência Social (RGPS);
tuiu o Sistema Nacional de Previdência e Assistên- - Regime Próprio de Previdência Social (RPPS).
cia Social, a qual tinha como missão coordenar os
vários órgãos ligados MPAS; O Regime Geral de Previdência Social tem como ob-
- Lei nº 8029 de 1990, regulamentada pelo Decreto jetivo assegurar benefícios e serviços às pessoas tidas
nº 99.350, de 27 de junho de 1990, fazendo a jun- como seus segurados, na sua grande maioria, atreladas
ção do INPS com o IAPAS, criou o Instituto Nacio- aos trabalhadores da iniciativa privada.
nal de Seguridade Social INSS; Já o Regime Próprio de Previdência Social tem como
- Lei 8212, de 24 de julho de 1991, que ficou co- objetivo assegurar aos servidores públicos titulares de
nhecida como Lei Orgânica da Seguridade Social, cargos efetivos da União, dos Estados, dos Municípios
onde trazia em seu bojo o sistema de custeio da e do Distrito Federal, civis ou militares, os benefícios e
seguridade; serviços contratados. No entanto, resta esclarecer que se
- Lei 8213 de 24 de julho de 1991, que dispunha so- o ente federativo não possuir uma previdência própria,
bre os Planos de Benefícios da previdência; e os seus servidores, se regidos pela Consolidação das Leis
- Decretos 2172/97 e 2173/97, que surgiram com o do Trabalho (CLT) estarão automaticamente atrelados ao
objetivo de regulamentar as Leis 8212 e 8213. RGPS.
Principais Pontos:
Destarte, que muitas outras Normas contribuíram na - Período da Seguridade Social (1988 ... )
formação da evolução da Seguridade Social no Brasil, - Constituição Federal determinou que: constituem
mas as mais importantes encontram-se aqui alocadas. direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, a
NOÇÕES SOBRE PREVIDÊNCIA PÚBLICA

Quanto à evolução da Seguridade Social nas Consti- moradia, o lazer, a segurança, a previdência social,
tuições Pátrias, seu histórico assim está constituído: a proteção à maternidade e à infância, a assistência
Inicia- se com a Carta Política de 1824 que garantia aos desamparados
em seu artigo 179, inciso XXXI, o seguinte direito: “A - Reforma da Seguridade Social EC nº 20 (1998) mo-
constituição também garante os socorros públicos”; dificou profundamente o sistema previdenciário
Passa, posteriormente, pela de Constituição 1891 na brasileiro;
qual em seu artigo 75 regia que: “A Aposentadoria só - Criação do INSS deixa de existir um Estado preocu-
poderá ser dada aos funcionários públicos em caso de pado só com o trabalhador e passa a existir uma preo-
invalidez no serviço da Nação”; cupação com o idoso, o desamparado, o menor, etc.
Já a Carta Magna de 1934 apresentava várias dispo- - Previdência Social cuida exclusivamente do traba-
sições sobre a proteção social, como as elencadas no ar- lhador que contribui;
tigo 121 parágrafo 1º, letra h, dentre outras, que previa: - Seguridade Social se preocupa com todos os cida-
“Assistência médica e sanitária ao trabalhador e a ges- dãos;

3
Conceituação - universalidade subjetiva (atendimento) – consiste
na abrangência de todas as pessoas, indistinta-
A SEGURIDADE SOCIAL compreende um conjunto in- mente;
tegrado de ações de iniciativa dos poderes públicos e II uniformidade e equivalência dos benefícios e servi-
da sociedade, destinado a assegurar o direito relativo à ços às populações urbanas e rurais;
saúde, à previdência e à assistência social. - concessão dos mesmos benefícios de igual valor
A SAÚDE é direito de todos e dever do Estado, garan- econômico e de serviços da mesma qualidade;
tido mediante políticas sociais e econômicas que visem III seletividade e distributividade na prestação dos be-
à redução do risco de doença e de outros agravos e ao nefícios e serviços;
acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua - compreende o atendimento distintivo e prioritário
promoção, proteção e recuperação. aos mais carentes; alguns benefícios são pagos so-
As atividades de saúde são de relevância pública, e mente aos de baixa renda; os trabalhadores ativos
sua organização obedecerá aos seguintes princípios e contribuem para a manutenção dos que ainda não
diretrizes: trabalham (menores) e dos que já não trabalham
I acesso universal e igualitário; mais (aposentados). Por exemplo, os benefícios
II provimento das ações e serviços mediante rede regio- salário-família e o auxílio reclusão só serão pagos
nalizada e hierarquizada, integrados em sistema único; àqueles segurados que tenham renda mensal infe-
III descentralização, com direção única em cada esfe- rior a R$ 623,44 (base maio 2005);
ra de governo; - O sistema objetiva distribuir renda, principalmente
IV atendimento integral, com prioridade para as ativi- para as pessoas de baixa renda, tendo, portanto,
dades preventivas; caráter social;
V participação da comunidade na gestão, fiscalização IV irredutibilidade do valor dos benefícios;
e acompanhamento das ações e serviços de saúde; e - as prestações constituem dívidas de valor; não po-
VI participação da iniciativa privada na assistência dem sofrer desvalorização; precisam manter seu
à saúde, em obediência aos preceitos constitucionais. valor de compra, acompanhando a inflação; esta é
uma norma de eficácia limitada;
A ASSISTÊNCIA SOCIAL é a política social que pro- V equidade na forma de participação no custeio;
vê o atendimento das necessidades básicas, traduzidas - quem ganha mais deve pagar mais, para que ocor-
em proteção à família, à maternidade, à infância, à ado- ra a justa participação no custeio da Seguridade
lescência, à velhice e à pessoa portadora de deficiência, Social; a contribuição dos empregadores recai so-
independentemente de contribuição à seguridade social. bre o lucro e o faturamento, além da folha de pa-
A organização da assistência social obedecerá às se- gamento; estabelece que deve-se tratar igualmen-
guintes diretrizes: te os iguais e desigualmente os desiguais
I descentralização político-administrativa; e VI diversidade da base de financiamento;
II participação da população na formulação e controle - o custeio provém de toda a sociedade, de forma
das ações em todos os níveis. direta e indireta, da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios;
A PREVIDÊNCIA SOCIAL será organizada sob a for- - orçamentos públicos;
ma de regime geral, de caráter contributivo e de filiação - contribuições dos empregadores e empresas, inci-
obrigatória, observados critérios que preservem o equilí- dindo sobre:
brio financeiro e atuarial, e atenderá a: = folha de salários;
I cobertura de eventos de doença, invalidez, morte e = receita ou faturamento;
idade avançada; = lucro
II proteção à maternidade, especialmente à gestante; - contribuições dos trabalhadores e demais segura-
III proteção ao trabalhador em situação de desempre- dos da previdência social;
go involuntário; - sobre aposentadorias e pensões não incide contri-
IV salário-família e auxílio reclusão para os depen- buição;
dentes dos segurados de baixa renda; e - receita de concursos de prognósticos (loteria);
V pensão por morte do segurado, homem ou mulher, VII caráter democrático e descentralizado da admi-
NOÇÕES SOBRE PREVIDÊNCIA PÚBLICA

ao cônjuge ou companheiro e dependentes. nistração, mediante gestão quadripartite, com par-


ticipação dos trabalhadores, dos empregadores,
Organização e princípios constitucionais dos aposentados e do Governo nos órgãos cole-
giados.
Compete ao Poder Público, nos termos da lei, organi- - cabe à sociedade civil participar da administração
zar a SEGURIDADE SOCIAL, com base nos seguintes ob- da Seguridade Social, através de representantes in-
jetivos (Princípios): dicados pelos empregadores, pelos trabalhadores
I universalidade da cobertura e do atendimento; e pelos aposentados (caráter democrático).
- universalidade objetiva (cobertura) extensão a
todos os fatos e situações que geram as necessi-
dades básicas das pessoas, tais como: maternida-
de; velhice; doença; acidente; invalidez; reclusão e
morte.

4
ÍNDICE

LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
Lei Municipal 4.973, de 2000 - Estatuto dos Servidores Municipais de Maceió.............................................................................................01
• reversão; e
A LEI Nº 4.973/2000 INSTITUI O ESTATUTO • aproveitamento.
DOS SERVIDORES MUNICIPAIS DE MACEIÓ. Nomeação é o ato formal através do qual o poder
público atribui um determinado cargo a uma pessoa es-
tranha a seus quadros.
A nomeação será:
Para os efeitos desta lei que iniciamos os estudos, é • Em caráter efetivo, quando se tratar de cargo
necessário dominar alguns conceitos: isolado ou de carreira de provimento efetivo;
• Servidor é a pessoa legalmente investida em • Em comissão, inclusive na condição de interino,
cargo público. para os cargos de confiança vagos.
• Cargo Público é o conjunto de atribuições e res- O servidor ocupante de cargo em comissão ou de na-
ponsabilidades previstas na estrutura organizacional que tureza especial poderá ser nomeado para ter exercício,
devem ser cometidas a um servidor, criado por lei. interinamente, em outro cargo de confiança, sem pre-
• Jornada de trabalho é a duração normal do tra- juízo das atribuições do que atualmente ocupa, hipótese
balho, nas atividades desenvolvidas pelo servidor, que em que deverá optar pela remuneração de um deles du-
não excederá a 06 (seis) horas diárias ou 30 (trinta) horas rante o período da interinidade.
semanais, ressalvadas exceções previstas nesta lei. A nomeação para o cargo de carreira ou cargo isola-
Os cargos e funções públicas são acessíveis aos bra- do de provimento efetivo depende de prévia habilitação
sileiros e aos estrangeiros que preencham os requisitos, em concurso público de provas ou de provas de títulos,
na forma da lei. A investidura em cargo público depende obedecidas a ordem de classificação e o prazo de sua
de aprovação prévia em concurso público de provas e validade.
títulos, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomea- Os demais requisitos para o desenvolvimento do ser-
ções para cargo em comissão declarado em lei de livre vidor na carreira, mediante promoção, serão estabeleci-
nomeação e exoneração. dos pela lei que fixar as diretrizes do sistema de carreira
São requisitos básicos para investidura em cargo pú-
na Administração Pública Municipal e seus regulamentos.
blico:
Compete ao chefe do Poder Executivo em conjunto
• a nacionalidade brasileira ou estrangeira na for-
com o Secretário Municipal de Administração, os atos de
ma da Lei;
nomeação, exoneração e demissão de servidores muni-
• o gozo dos direitos políticos;
cipais no âmbito da Administração Direta, Autárquica e
• a quitação com as obrigações militares e elei-
Fundacional.
torais;
Readaptação é a investidura do servidor em cargo
• o nível de escolaridade exigido para o exercício
de atribuições e responsabilidades compatíveis com a
do cargo;
• a idade mínima de dezoito anos; limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou
• aptidão física e mental. mental verificada em inspeção médica realizada por Jun-
As atribuições do cargo podem justificar a exigência ta Médica Oficial.
de outros requisitos estabelecidos em Lei. Se julgado incapaz para o serviço público, o readap-
As funções de confiança exercidas exclusivamente tando será aposentado.
por servidores ocupantes de cargo efetivo e os cargos em A readaptação será efetivada em cargo de atribuições
comissão a serem preenchidos por servidores de carreira afins, respeitada a habilitação exigida, nível de escolari-
nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em dade e equivalência de vencimentos e, na hipótese de
Lei, destinam-se, apenas, às atribuições de direção, chefia inexistência de cargo vago, o servidor exercerá suas atri-
e assessoramento. buições como excedente, até a ocorrência de vaga.
Fica estabelecida a escolaridade a nível de 3º grau A reintegração é a reinvestidura do servidor estável
para os ocupantes de cargos em comissão símbolo NES no cargo anteriormente ocupado, ou no cargo resultante
- 1, DAS - 6, DAS - 5, DAS-4, aplicando-se o mesmo prin- de sua transformação, quando invalidada a sua demissão
cipio a seus substitutos legais. por decisão administrativa ou judicial, com ressarcimento
É proibida a prestação de serviços gratuitos, salvo os de todas as vantagens.
casos previstos em lei. Na hipótese de o cargo ter sido extinto, o servidor
O Poder Executivo instituirá Conselho de Política de ficará em disponibilidade.
Administração e Remuneração de Pessoal, na forma pre- Encontrando-se provido o cargo, o seu eventual ocu-
vista em Lei. pante exercerá suas atribuições como excedente até a
Provimento é o ato administrativo mediante o qual a ocorrência de vaga, sem direito a indenização.
autoridade competente efetiva o preenchimento do car- Reversão - É o retorno à atividade, a pedido ou de
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL

go público com a designação do seu titular. ofício do servidor aposentado por invalidez, quando por
O Provimento dos cargos públicos far-se-á mediante Junta Médica Oficial, forem declarados insubsistentes os
ato da autoridade competente de cada Poder. motivos da aposentadoria.
A investidura em cargo público ocorrerá com a posse. A reversão far-se-á no mesmo cargo ou no cargo re-
São formas de provimento: sultante de sua transformação.
• nomeação; Encontrando-se provido o cargo, o servidor exerce-
• readaptação; rá suas atribuições como excedente, até a ocorrência da
• reintegração; vaga.

1
Não poderá reverter o aposentado que já tiver com- Cumpre à autoridade que der posse verificar, sob
pletado 70 (setenta) anos de idade. pena de responsabilidade, se foram satisfeitas as condi-
Aproveitamento é o reingresso no serviço público do ções legais para a investidura.
servidor estável posto em disponibilidade, em outro car- São competentes para dar posse:
go de natureza e vencimentos compatíveis com o cargo • No Poder Executivo
anteriormente ocupado. a) O Prefeito aos Titulares dos Órgãos da Administra-
O Servidor posto em disponibilidade por extinção do ção Direta, Autárquica e Fundacional;
cargo ou declaração de sua desnecessidade perceberá b) O Secretário de Administração aos demais Cargos
remuneração proporcional ao tempo de serviço até seu de Provimento Efetivo ou em Comissão da Administra-
adequado aproveitamento em outro cargo. ção Direta, Autárquica e Fundacional.
O Conselho de Política de Administração e Remune- • No Poder Legislativo
ração de Pessoal determinará o imediato aproveitamento a) O Presidente da Câmara aos nomeados para Car-
do servidor em disponibilidade em vaga que vier a ocor- gos de Provimento em Comissão;
rer nos órgãos ou entidades da Administração Pública b) O Secretário da Câmara aos nomeados para Car-
Municipal. gos de Provimento Efetivo.
O Servidor posto em disponibilidade poderá ser Exercício é o efetivo desempenho das atribuições do
mantido sob responsabilidade do Conselho de Política cargo público ou função de confiança.
de Administração e Remuneração de Pessoal, até o seu É de 15 (quinze) dias o prazo para o servidor empos-
adequado aproveitamento em outro órgão ou entidade. sado em cargo público entrar em exercício, contados da
Será tornado sem efeito o aproveitamento e cassada data da posse.
a disponibilidade se o servidor não entrar em exercício O servidor será exonerado de ofício do cargo ou será
no prazo legal, salvo doença comprovada, por Junta Mé- tornado sem efeito o ato de sua designação para função
dica Oficial. de confiança se não entrar em exercício no prazo previs-
O concurso será de provas ou de provas e títulos, ad- to acima.
mitida a sua realização em duas etapas consoante dis- Cabe à autoridade competente do órgão ou entidade
puserem a Lei e o Regulamento expresso no respectivo para onde for nomeado ou designado o servidor, dar-lhe
edital. exercício.
O prazo de validade do concurso será de 02 (dois) O servidor terá direito ao vencimento a partir da data
em que entrar em exercício.
anos prorrogável uma única vez por igual período.
O início do exercício de função de confiança coincidi-
Fica assegurado às pessoas portadoras de deficiência
rá com a data de publicação do ato de designação, sal-
o direito de inscrever-se em concurso público para provi-
vo quando o servidor estiver em licença ou afastado por
mento de cargo cujas atribuições sejam compatíveis com
qualquer outro motivo legal, hipótese em que recairá no
a deficiência de que são portadoras, sendo reservadas
primeiro dia útil após o término do impedimento, que
até 20% das vagas oferecidas no concurso.
não poderá exceder a 30 (trinta) dias da publicação.
As condições de realização e prazo de validade do
Ao entrar em exercício, o servidor nomeado para car-
concurso serão obrigatoriamente fixados em edital que go de provimento efetivo ficará sujeito a estágio proba-
será publicado no Diário Oficial do Município. tório por período de 36 (trinta e seis) meses durante o
Enquanto houver candidato aprovado em concurso qual a sua aptidão e capacidade serão objeto de avalia-
com prazo de validade não expirado, não será aberto ção periódica para o desempenho do cargo, na forma da
novo concurso para o respectivo cargo. Lei, por comissão instituída para essa finalidade.
É vedada a realização de concurso interno e nula É assegurado o prazo de 02 (dois) anos de efetivo
qualquer nomeação feita com base neste tipo de seleção. exercício para aquisição da estabilidade aos servido-
A posse é a investidura do servidor em cargo público res em estágio probatório, até a data da publicação da
e dar-se-á pela assinatura do respectivo termo. Emenda Constitucional nº 19, de 04 de junho de 1998.
A posse ocorrerá no prazo de 30 (trinta) dias conta- A sistemática de avaliação de desempenho será re-
dos da publicação do ato de provimento, sendo vedada gulamentada mediante Decreto do Poder Executivo Mu-
a prorrogação. nicipal.
Em não ocorrendo a posse no prazo previsto no pa- Não será concedido ao servidor em estágio proba-
rágrafo anterior, o ato de nomeação ficará automatica- tório a percepção de vantagens pecuniárias a qualquer
mente sem efeito. título ou fundamento, exceto quando inerentes à natu-
A posse poderá dar-se mediante procuração específi- reza do cargo.
ca lavrada em cartório. O Servidor em Estágio Probatório não poderá ser ce-
No ato da posse, o servidor apresentará declaração dido para ter exercício em outra unidade administrativa,
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL

de bens e valores que constituem seu patrimônio e de- exceto, quando nomeado para cargo de provimento em
claração quanto ao exercício ou não de outro cargo, em- comissão na administração pública federal, estadual ou
prego ou função pública. municipal, sendo vedada a contagem deste tempo para
A posse em cargo público de provimento efetivo de- efeito de estágio probatório.
penderá de prévia inspeção médica, realizada pela Junta Será concedido ao servidor em estágio probatório as
Médica Oficial do município, só podendo ser empossado seguintes licenças e afastamentos:
aquele que for julgado apto físico e mentalmente para o • para tratamento de saúde;
exercício do cargo. • doença em pessoa da família;

2
• afastamento do cônjuge ou companheiro(a) A exoneração de ofício será:
• serviço militar obrigatório; • quando não satisfeitas as condições do estágio
• desempenho de mandato classista; probatório;
• atividade política; • quando, tendo tomado posse, o servidor não
• mandato eletivo; entrar em exercício no prazo estabelecido.
• à gestante, adotante e paternidade; A exoneração do cargo em comissão e a dispensa da
• por acidente em serviço. função de confiança dar-se-á:
Ficará suspenso o estágio probatório durante o pe- • a juízo da autoridade competente;
ríodo em que o servidor encontrar-se afastado, nas hi- • a pedido do próprio servidor.
póteses abaixo, retomando-se a contagem a partir do Demissão é a penalidade disciplinar que acarreta a
término do impedimento: perda do cargo efetivo a servidor que infringir as hipóte-
• doença em pessoa da família; ses previstas nesta Lei.
• afastamento do cônjuge ou companheiro(a) Os servidores investidos em cargo ou função de di-
• serviço militar obrigatório; reção ou chefia e os cargos de natureza especial terão
• desempenho de mandato classista; substitutos designados por ato do chefe do Poder Exe-
• atividade política; cutivo Municipal nas seguintes hipóteses: férias, viagem
• mandato eletivo; a serviço e licenças, previstas nesta lei.
São estáveis após três anos de efetivos exercícios os O substituto assumirá automática e cumulativamente,
servidores nomeados para cargo de provimento efetivo sem prejuízo do cargo que ocupa, o exercício do cargo
em virtude de concurso público, após ser considerado ou função de direção ou chefia e os de natureza espe-
apto, através de avaliação especial de desempenho, por cial, nos afastamentos constantes no caput deste artigo,
comissão instituída para essa finalidade. hipótese em que deverá optar pela remuneração de um
O servidor público estável só perderá o cargo: deles durante o respectivo período.
• em virtude de sentença judicial transitada em Vencimento é a retribuição pecuniária pelo exercício
julgado; de Cargo Público, com valor fixado em lei.
• mediante processo administrativo em que lhe Nenhum servidor receberá, á titulo de vencimento,
seja assegurada ampla defesa; importância inferior ao piso salarial mínimo praticado no
• mediante procedimento de avaliação periódica município.
de desempenho, na forma de lei complementar, assegu- Remuneração é o vencimento do cargo público acres-
rada ampla defesa; cido das vantagens pecuniárias estabelecidas em lei.
• quando as despesas com pessoal ativo e inativo A remuneração do servidor investido em função ou
excederem os limites estabelecidos em lei e a redução cargo em comissão será paga na forma prevista em lei
em pelo menos 20% (vinte por cento) das despesas com específica.
cargos em comissão e funções de confiança e a exone- A remuneração dos servidores do Quadro de Pessoal
ração dos servidores não estáveis, não tenham sido sufi- do Poder Executivo Municipal, bem assim a dos servido-
cientes para assegurar o cumprimento da determinação res das autarquias e fundações públicas, incluídas as van-
legal. tagens de natureza pessoal, corresponderá no máximo, a
O servidor estável somente poderá perder o cargo na 80% (oitenta por cento) do valor que é pago, em espécie,
forma da última hipótese acima desde que o ato norma- a qualquer título, ao Secretário Municipal.
tivo motivado do Poder Executivo especifique a atividade Os valores, em espécie, a qualquer título, que ultra-
funcional, o órgão ou unidade administrativa objeto da passarem o patamar superior da remuneração fixada no
redução de pessoal e fará jus neste caso, a indenização caput deste artigo, não existem juridicamente, mercê do
correspondente a 01 (um) mês de remuneração por ano proibitivo legal e do preceituado no artigo 17 dos ADCT
de serviço. da CF/ 88, devendo o aumento do servidor ser conside-
O cargo objeto de redução prevista no parágrafo rado em seu quantificador real, para todos os efeitos, in-
anterior será considerado extinto, vedada a criação de clusive descontos obrigatórios.
cargo, emprego ou função com atribuições iguais ou as- Os Secretários Municipais e Autoridades equivalentes
semelhadas pelo prazo de 04 (quatro) anos. da Administração Direta, Autárquica e Fundacional Pú-
Invalidada por sentença judicial a demissão do servi- blica serão remunerados, exclusivamente, por subsídio
dor estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante fixado em parcela única, vedado o acréscimo de qual-
da vaga, se estável, exercerá suas atribuições como ex- quer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de re-
cedente até a ocorrência de vaga ou posto em dispo- presentação ou outra espécie remuneratória.
nibilidade com remuneração proporcional ao tempo de O subsídio de que trata acima somente poderá ser
serviço. fixado ou alterado por lei específica, não podendo ex-
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL

A Vacância do cargo público decorrerá de: ceder o subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do
• exoneração; Supremo Tribunal Federal.
• demissão; É vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer
• readaptação; espécies remuneratórias para efeito de remuneração de
• aposentadoria; pessoal do serviço público municipal.
• falecimento. Os acréscimos pecuniários percebidos por servidor
A exoneração do cargo efetivo dar-se-á a pedido ou público, não serão computados nem acumulados para
de ofício. fins de concessão de acréscimos ulteriores.

3
O servidor perderá: A diária será concedida por dia de afastamento sendo
• a remuneração dos dias em que faltar ao serviço; devida pela metade quando o deslocamento não exigir
• a parcela de remuneração diária, proporcional pernoite fora da sede, ou quando o município custear,
aos atrasos, ausências e saídas antecipadas, iguais ou su- por meio diverso, as despesas extraordinárias cobertas
periores a 60 (sessenta minutos), e por diárias.
• a remuneração dos dias na hipótese de suspen- Também não fará jus à diária o servidor que se des-
são. loca dentro da mesma região metropolitana, aglomera-
Poderão ser abonadas até 02 (duas) faltas durante o ção urbana ou microrregião constituídas por municípios
mês, a critério do chefe imediato. limítrofes e regularmente instituídos, salvo se houver
No caso de faltas sucessivas, os dias sem expediente pernoite fora da sede, hipótese em que as diárias pagas
intercalados entre estas, serão computados para efeito sempre as fixadas para os afastamentos dentro do terri-
de desconto. tório nacional.
Salvo por imposição legal ou mandato judicial, ne- O servidor que recebe diárias e não se afastar da sede,
nhum desconto incidirá sobre a remuneração ou proven- por qualquer motivo, fica obrigado a restituí-las integral-
to.
mente, no prazo de 05 (cinco) dias.
As reposições e indenizações ao erário serão descon-
Na hipótese de o servidor retornar á sede em prazo
tadas em parcelas mensais não superiores à décima parte
menor do que o previsto para o seu afastamento, resti-
da remuneração ou provento, em valores atualizados.
tuirá as diárias recebidas em excesso, no prazo previsto
Ao servidor em débito com o erário, que for demitido,
destituído, exonerado ou que tiver sua aposentadoria ou acima.
disponibilidade cassada, terá prazo de 60 (sessenta) dias Além do vencimento e das vantagens previstas nesta
para quitar o débito. lei serão deferidos aos servidores as seguintes gratifica-
O vencimento, a remuneração e o provento não serão ções e adicionais:
objeto de arresto, sequestro ou penhora, salvo nos casos • gratificação pelo exercício de função de confian-
de prestação de alimentos resultante de decisão judicial. ça;
Além do vencimento, poderão ser pagas ao servidor • gratificação natalina;
as seguintes vantagens: • gratificação de produtividade;
• indenização; • gratificação pela participação em órgão de deli-
• gratificação; beração coletiva;
• adicionais. • adicional pelo exercício de atividades insalubres
As indenizações não se incorporam ao vencimento ou ou perigosas;
provento para qualquer efeito. • adicional noturno;
As gratificações e os adicionais incorporam-se ao • adicional de férias.
vencimento ou provento, somente nos casos e condições Gratificação pelo exercício de função de confiança é
indicados em lei. a vantagem acessória ao vencimento, criada por lei para
As vantagens pecuniárias não serão computadas, atender a encargos de chefia.
nem acumuladas, para efeito de concessão de quaisquer É vedado conceder função gratificada a servidor pelo
outros acréscimos pecuniários ulteriores, sob o mesmo exercício de chefia quando esta atividade for inerente ao
título ou idêntico fundamento. exercício do seu cargo.
Constituem indenizações ao servidor: Não perderá direito à gratificação de função o servi-
• ajuda de custo; dor que se ausente do serviço em virtude de férias, luto,
• diária. casamento e doença comprovada por Junta Médica Ofi-
Os valores das indenizações, assim como as condi- cial.
ções para a sua concessão, serão estabelecidos em re- A gratificação natalina corresponde a 1/12 (um doze
gulamento.
avos) da remuneração a que o servidor fizer jus no mês
Serão pagas ao servidor, antecipadamente, as impor-
de dezembro, por mês do exercício no respectivo ano.
tâncias correspondentes as diárias ou ajuda de custo.
A fração igual ou superior a 15 (quinze) dias será con-
É vedada a concessão simultânea de ajuda de custo
siderada como mês integral.
e diária.
O servidor exonerado perceberá sua gratificação na-
A ajuda de custo destina-se a compensar as despesas
talina, proporcionalmente aos meses de exercício calcu-
de instalação do servidor, que no interesse público, for
lada sobre a remuneração do mês da exoneração.
designado para serviço, curso ou outra atividade fora do
A gratificação natalina não será considerada para cál-
município, por um período superior a 30 (trinta) dias.
culo de qualquer vantagem pecuniária.
O servidor ficará obrigado a restituir a ajuda de cus-
Será concedida a servidor ocupante de cargo efeti-
to quando, injustificadamente, regressar antes de termi-
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL

vo, gratificação de produtividade, destinada a estimular a


nada a incumbência, pedir exoneração ou abandonar o
produção de atividades específicas na forma e condições
serviço.
previstas em lei.
O servidor que, a serviço, afastar-se da sede em cará-
Ao servidor público municipal que esteja participan-
ter eventual ou transitório para outro ponto do território
do, como integrante ou auxiliar, em comissão, em grupo
nacional ou para o exterior, fará jus a passagens e diárias
especial de trabalho, em grupo de pesquisa, de apoio e
destinadas a indenizar as parcelas de despesas com pou-
assessoramento técnico e em órgão de deliberação co-
sada, alimentação e locomoção urbana, conforme dispu-
letiva, poderá ser concedido à critério da administração,
ser em regulamento.

4
ÍNDICE

LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA DO REGIME PRÓPRIO DO MUNICÍPIO


DE MACEIÓ
Lei Municipal 5.828 de 18 de setembro de 2009 – Reorganiza o Regime Próprio da Previdência Social dos Servidores Públicos
de Maceió...................................................................................................................................................................................................................................01
atualizadas sobre as receitas e despesas do respectivo
LEI MUNICIPAL 5.828 DE 18 DE SETEMBRO regime, bem como os critérios e parâmetros adotados
para garantir o seu equilíbrio financeiro e atuarial.
DE 2009 – REORGANIZA O REGIME PRÓ-
São filiados ao RPPS, na qualidade de beneficiários,
PRIO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL DOS SERVI- os segurados e seus dependentes.
DORES PÚBLICOS DE MACEIÓ São segurados do RPPS:
• o servidor público titular de cargo efetivo dos
órgãos dos Poderes Executivo e Legislativo, suas autar-
A Lei nº 5.828/2008 reorganiza o Regime Próprio de quias, inclusive as de regime especial e fundações pú-
Previdência Social dos Servidores Públicos do Município blicas; e
de Maceió - RPPS de que trata o art. 40 da Constituição • os aposentados nos cargos citados acima.
Federal. Fica excluído do disposto no caput o servidor ocu-
O RPPS visa dar cobertura aos riscos a que estão su- pante, exclusivamente, de cargo em comissão declarado
jeitos os beneficiários e compreende um conjunto de be- em lei de livre nomeação e exoneração, bem como de
nefícios que atendam às seguintes finalidades: outro cargo temporário ou emprego público, ainda que
• garantir meios de subsistência nos eventos de aposentado.
invalidez, doença, acidente em serviço, idade avançada, Na hipótese de acumulação remunerada, o servidor
reclusão e morte; e mencionado neste artigo será segurado obrigatório em
• proteção à maternidade e à família. relação a cada um dos cargos ocupados.
O Regime Próprio de Previdência Social dos Servido- O segurado aposentado que vier a exercer mandato
res Públicos do Município de Maceió - RPPS, de cará- eletivo não perde a condição de filiado do RPPS, con-
ter contributivo e solidário e de filiação obrigatória, será tribuindo, todavia, para o RGPS em razão do exercício
mantido pelo Município, através dos órgãos dos Poderes daquele cargo.
Executivo e Legislativo, inclusive pelas suas autarquias e Até a data da publicação da Emenda Constitucional
fundações instituídas e pelos seus servidores ativos, ina- n. 20 (15 de dezembro de 1998), o servidor público ocu-
tivos e pelos pensionistas e reger-se-á pelos seguintes pante, exclusivamente, de cargo em comissão, de cargo
princípios: temporário, de emprego público ou mandato eletivo po-
• universalidade da cobertura e do atendimento; deria estar vinculado a regime próprio que assegurasse,
• irredutibilidade do valor dos benefícios; no mínimo, aposentadoria e pensão por morte, nos ter-
• vedação a criação, majoração ou extensão de mos definidos em lei do respectivo ente federativo.
qualquer benefício sem a correspondente fonte de cus- Apenas para conhecimento, as regras previdenciá-
teio total; rias sofreram alterações por mio da Constituição Federal,
• custeio da previdência social dos servidores pú- motivo pelo qual sempre iremos nos situar no tempo. Por
blicos municipais mediante recursos provenientes, dentre isso, o servidor estável abrangido pelo artigo 19 do Ato
outros, do orçamento dos órgãos dos Poderes Legislati- das Disposições Constitucionais Transitórias e o admiti-
vo e Executivo, inclusive de suas autarquias e fundações do até 5 de outubro de 1988, que não tenha cumprido,

LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA DO REGIME PRÓPRIO DO MUNICÍPIO DE MACEIÓ


públicas e da contribuição compulsória dos segurados; naquela data, o tempo previsto para aquisição da estabi-
• subordinação das aplicações de reservas, fundos lidade no serviço público, são filiados ao Regime Próprio
e provisões garantidoras dos benefícios mínimos a crité- De Previdência Social - RPPS, desde que expressamente
rios atuariais, tendo em vista a natureza dos benefícios; regidos pelo estatuto dos servidores do respectivo ente
• valor mensal das aposentadorias e pensões não federativo.
inferior ao salário mínimo e nem superior ao subsídio do O servidor estável de que trata o parágrafo anterior e
Prefeito, de acordo com o inciso XI do art. 37 da Consti- que não esteja amparado pelo regime próprio é segura-
tuição Federal; do do Regime Geral de Previdência Social.
• previdência complementar facultativa, custeada Permanece filiado ao RPPS, na qualidade de segura-
por contribuição adicional. do, o servidor titular de cargo efetivo que estiver:
O Regime Próprio de Previdência Social dos Servido- • cedido a órgão ou entidade da administração
res Públicos do Município de Maceió – RPPS será admi- direta e indireta de outro ente federativo, com ou sem
nistrado por unidade gestora única e deverá centralizar, ônus para o Município;
no mínimo, a concessão, o pagamento e a manutenção • quando afastado ou licenciado, para:
dos benefícios de aposentadoria e pensão de todos os a) tratar de interesses particulares;
poderes, órgãos e entidades do ente, e: b) o exercício de mandato eletivo federal, estadual,
• garantirá a participação de representantes dos distrital ou municipal;
segurados, ativos e inativos, nos colegiados e instâncias c) desempenho de mandato classista;
de decisão em que os seus interesses sejam objetos de d) acompanhar cônjuge ou companheiro; e
discussão e deliberação, cabendo-lhes acompanhar e fis- e) qualquer espécie de licença sem remuneração.
calizar sua administração; • durante o afastamento do país por cessão ou li-
• procederá a recenseamento previdenciário, cenciamento com remuneração.
abrangendo todos os servidores ativos, aposentados e O segurado exercente de mandato de vereador que
pensionistas do respectivo regime, com periodicidade ocupe o cargo efetivo e exerça concomitantemente o
não superior a cinco anos; e mandato, filia-se ao RPPS pelo cargo efetivo, e ao Re-
• disponibilizará ao público, inclusive por meio gime Geral de Previdência Social - RGPS, pelo mandato
de rede pública de transmissão de dados, informações eletivo.

1
O recolhimento das contribuições nas hipóteses aci- • para o cônjuge, pela separação judicial ou divór-
ma correspondente à contribuição do ente público e do cio, com sentença transitado em julgado, desde que não
servidor, é de responsabilidade do órgão ou entidade em lhe tenha sido assegurada a percepção de alimentos, ou
que o servidor estiver em exercício. pela anulação do casamento;
É facultado ao servidor público municipal, afastado • para o(a) companheiro(a), pela cessação da
de seu cargo e sem perceber seus vencimentos por força união estável com o segurado ou segurada, enquanto
de licença para trato de interesses particulares, requerer não lhe for garantida a prestação de alimentos;
à unidade gestora do RPPS o direito de manter a sua • para o separado judicialmente ou divorciado
contribuição individual e a do ente público, às suas ex- com percepção de alimentos, pelo concubinato ou união
pensas, para fins de não interrupção da contagem do estável;
respectivo tempo de serviço. • para o filho e o irmão, de qualquer condição, ao
O servidor efetivo requisitado da União, de Estado, completarem 21 (vinte e um) anos de idade, salvo se in-
do Distrito Federal ou de outro Município, com ou sem válido, ou pela emancipação, ainda que inválido, exceto,
ônus para o município de Maceió, permanece filiado ao neste caso, se a emancipação for decorrente de colação
regime previdenciário de origem. de grau científico em curso de ensino superior;
A perda da condição de segurado do RPPS ocorrerá • para os beneficiários economicamente depen-
nas hipóteses de morte, exoneração ou demissão. dentes, quando cessar essa situação, observado a idade
São beneficiários do RPPS, na condição de dependen- limite de 21 (vinte e um) anos, mesmo que estudantes
te do segurado: universitários;
• o cônjuge, a companheira, o companheiro, e o • para o inválido, pela cessação da invalidez ou
filho não emancipado, de qualquer condição, menor de pela emancipação;
21 (vinte e um) anos ou inválido; • para o dependente em geral, pelo falecimento
• os pais; e ou pela perda da qualidade de segurado por aquele de
• o irmão não emancipado, de qualquer condição, quem depende;
menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido.
• pela exoneração ou demissão do servidor.
A dependência econômica das pessoas indicadas na
A inscrição do segurado é automática e ocorre quan-
primeira hipótese acima é presumida e a dos demais ca-
do da investidura no cargo.
sos (também descritos acima) deve ser comprovada, con-
É de responsabilidade do servidor a atualização de
forme critérios dispostos no Regime Geral de Previdência
seus dados e dos seus dependentes, junto ao órgão ges-
Social, no que couber, podendo ser exigido, em qualquer
tor do regime de previdência social de que trata esta lei.
caso, o reconhecimento judicial como condição.
A existência destes dependentes, cônjuge, a com- Incumbe ao segurado a inscrição de seus dependen-
panheira, o companheiro, e o filho não emancipado, de tes, os quais poderão promovê-la se ele falecer sem tê-la
qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou efetivado.
inválido, exclui do direito ao benefício dos subsequentes. A inscrição de dependente inválido requer sempre a
Considera-se companheira ou companheiro a pessoa comprovação desta condição por inspeção médica, me-
LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA DO REGIME PRÓPRIO DO MUNICÍPIO DE MACEIÓ

que, sem ser casada, mantenha união estável com o se- diante a emissão de laudo médico pericial pela Junta Mé-
gurado ou segurada, de acordo com o § 3º do art. 226 da dica Oficial do Município.
Constituição Federal. As informações referentes aos dependentes deverão
Considera-se união estável aquela verificada entre o ser comprovadas documentalmente.
homem e a mulher como entidade familiar, quando fo- A perda da condição de segurado implica o automáti-
rem solteiros, separados judicialmente, divorciados ou co cancelamento da inscrição de seus dependentes.
viúvos, enquanto não se separarem. O segurado que deixar de contribuir para o regime
Equiparam-se aos filhos, mediante declaração escrita de previdência de que trata esta Lei, por mais de três
do segurado e desde que comprovada a dependência meses consecutivos, ou seis meses alternadamente, terá
econômica, o enteado e o menor que esteja sob sua tu- seus direitos suspensos até o restabelecimento e regula-
tela e não possua bens suficientes para o próprio susten- rização das respectivas contribuições.
to e educação. Será cancelada a inscrição do segurado que, não es-
O menor sob tutela somente poderá ser equiparado tando em gozo de benefício proporcionado por este re-
aos filhos do segurado mediante apresentação de termo gime de previdência, perder a condição de servidor pú-
de tutela. blico do Município de Maceió.
O companheiro ou a companheira homossexual de Considera-se base de cálculo das contribuições/re-
servidor ou servidora poderá integrar o rol dos depen- muneração de contribuição, o valor constituído pelo
dentes, desde que comprovada a convivência comum, vencimento ou subsídio de cargo efetivo, acrescido das
concorrendo para fins de pensão e de auxílio reclusão vantagens pecuniárias permanentes estabelecidas em lei,
com os dependentes: cônjuge, a companheira, o compa- dos adicionais de caráter individual ou demais vantagens
nheiro, e o filho não emancipado, de qualquer condição, de qualquer natureza, incorporadas ou incorporáveis na
menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido. Tudo confor- forma de legislação específica, percebidas pelo segura-
me critérios dispostos no Regime Geral de Previdência do, excluídas:
Social, no que couber. • as diárias para viagens;
Dependerá de reconhecimento judicial a união entre • a ajuda de custo em razão de mudança de sede;
pessoas do mesmo sexo, para os efeitos contidos acima. • a indenização de transporte;
A perda da qualidade de dependente ocorrerá: • o salário-família;

2
• o auxílio-alimentação; O Município contribuirá sobre o valor do Auxílio-
• o auxílio-creche; -Doença e repassará os valores devidos ao RPPS/IPREV
• as parcelas remuneratórias pagas em decorrên- MACEIÓ durante o afastamento do servidor.
cia de local de trabalho; Salvo na hipótese de recolhimento indevido, não ha-
• a parcela recebida em decorrência do exercício verá restituição de contribuições pagas para o RPPS.
de cargo em comissão ou de função de confiança; Na cessão de servidores para outro ente federativo,
• o abono de permanência que trata nesta lei que em que o pagamento da remuneração seja ônus do ór-
estudamos; e gão ou da entidade cessionária, será de sua responsabi-
• outras parcelas cujo caráter indenizatório esteja lidade:
definido em lei. • o desconto da contribuição devida pelo servi-
O segurado ativo poderá optar pela inclusão na base dor; e
de cálculo das contribuições/remuneração de contribui- • a contribuição devida pelo ente de origem.
ção, de parcelas remuneratórias percebidas em decor- Caberá ao cessionário efetuar o repasse das contri-
rência de local de trabalho, do exercício de cargo em buições do ente federativo e do servidor à unidade ges-
comissão ou de função de confiança, para efeito de cál- tora do RPPS do ente federativo cedente.
culo do benefício a ser concedido com fundamento na Caso o cessionário não efetue o repasse das contri-
Constituição Federal. buições à unidade gestora no prazo legal, caberá ao ente
O servidor ocupante de cargo efetivo investido em federativo cedente efetuá-lo, buscando o reembolso de
cargo em comissão que optar, exclusivamente, pela tais valores junto ao cessionário.
percepção da remuneração fixada para este cargo, terá O termo ou ato de cessão do servidor com ônus para
como base de contribuição previdenciária o valor da re- o cessionário deverá prever a responsabilidade deste
muneração inerente ao respectivo cargo efetivo. pelo desconto, recolhimento e repasse das contribuições
Considera-se remuneração do cargo efetivo o valor previdenciárias ao RPPS de origem, conforme valores in-
constituído pelos vencimentos e vantagens pecuniárias formados mensalmente pelo cedente.
permanentes desse cargo estabelecidas em lei, acrescido Na cessão de servidores para outro ente federativo,
dos adicionais de caráter individual e das vantagens pes- sem ônus para o cessionário, continuará sob a responsa-
soais permanentes. bilidade do cedente o desconto e o repasse das contri-
Incide contribuição previdenciária sobre o valor do buições à unidade gestora do RPPS.
benefício do servidor em gozo de salário-maternidade, Não incidirão contribuições para o RPPS do ente ce-
auxílio-doença e auxílio-reclusão e, sobre os valores pa- dente ou do ente cessionário, nem para o RGPS, sobre
gos ao segurado pelo seu vínculo funcional com o Mu- as parcelas remuneratórias complementares, não com-
nicípio, em razão de decisão judicial ou administrativa. ponentes da remuneração do cargo efetivo pagas pelo
Na hipótese de licenças ou ausências que importem ente cessionário ao servidor cedido, exceto na hipótese
em redução da base de cálculo das contribuições do ser- em que houver a opção pela contribuição facultativa ao
vidor, este poderá optar pela consideração do valor que RPPS do ente cedente.

LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA DO REGIME PRÓPRIO DO MUNICÍPIO DE MACEIÓ


lhe seria devido caso não se verificasse as licenças ou A contribuição efetuada durante o afastamento do
ausências, na forma do disposto acima. servidor não será computada para cumprimento dos re-
A base de cálculo das contribuições no caso de inati- quisitos de tempo mínimo de carreira, tempo mínimo de
vos e de pensionistas equivale, respectivamente, aos va- efetivo exercício no serviço público e tempo mínimo no
lores dos proventos e das pensões. cargo efetivo na concessão de aposentadoria.
A gratificação natalina (13º salário) será considerada, Aplicam-se aos afastamentos dos servidores para o
para fins contributivos, separadamente da remuneração exercício de mandato eletivo em outro ente federativo.
de contribuição relativa ao mês em que for pago. Para efeito de aposentadoria, é assegurada a conta-
Para o segurado em regime de acumulação remu- gem recíproca do tempo de contribuição na administra-
nerada de cargos considerar-se-á, para fins do RPPS, o ção pública e na atividade privada, hipótese em que os
somatório da remuneração de contribuição referente a regimes de previdência social se compensarão financei-
cada cargo. ramente.
A contribuição incidente sobre o benefício de pensão A compensação financeira será feita junto ao regime
terá como base de cálculo o valor total desse benefício. no qual o servidor público esteve vinculado sem que dele
Nas hipóteses de cessão, licenciamento ou afasta- receba aposentadoria ou tenha gerado pensão para seus
mento de servidor, o cálculo da contribuição será feito dependentes.
de acordo com a remuneração do cargo de que o servi- O tempo de contribuição previsto neste artigo é con-
dor é titular. siderado para efeito de aposentadoria, desde que não
Nos casos de que trata o caput, as contribuições pre- concomitante com tempo de serviço público computado
videnciárias deverão ser recolhidas até o dia quinze do para o mesmo fim.
mês seguinte àquele a que as contribuições se referirem, As aposentadorias concedidas com base na conta-
prorrogando-se o vencimento para o dia útil subsequente gem de tempo de contribuição prevista acima deverão
quando não houver expediente bancário no dia quinze. evidenciar o tempo de contribuição na atividade priva-
Na hipótese de alteração na base de cálculo das con- da ou o de contribuição na condição de servidor público
tribuições/remuneração de contribuição, a complemen- titular de cargo efetivo, conforme o caso, para fins de
tação do recolhimento acima disposto. compensação financeira.

3
O benefício resultante de contagem de tempo de ser- c) aposentadoria voluntária por idade e tempo de
viço na forma deste Capítulo será concedido e pago pelo contribuição;
regime previdenciário responsável pela concessão e pa- d) aposentadoria voluntária por idade;
gamento de benefício de aposentadoria ou pensão dela e) aposentadoria especial de professor;
decorrente ao servidor público ou a seus dependentes. f) auxílio-doença;
Na hipótese de acúmulo legal de cargos, o tempo de g) salário-maternidade; e
contribuição referente a cada cargo será computado iso- h) salário-família.
ladamente, não sendo permitida a contagem do tempo • quanto ao dependente:
anterior, para mais de um benefício. a) pensão por morte; e
O servidor afastado ou licenciado temporariamente b) auxílio-reclusão.
do cargo efetivo sem recebimento de remuneração pelo Os benefícios serão concedidos nos termos e condi-
Município somente contará o respectivo tempo de afas- ções definidas nesta Lei, observadas, no que couber, as
tamento ou licenciamento, para fins de aposentadoria, normas previstas na Constituição Federal, Estatuto dos
mediante o recolhimento mensal das contribuições. Servidores Públicos do Município de Maceió e legislação
Essas contribuições devem ser recolhidas diretamen- infraconstitucional em vigor.
te pelo servidor. O recebimento indevido de benefícios havidos por
Para fins de concessão de aposentadoria pelo RPPS fraude, dolo ou má-fé, implicará a devolução do valor
é vedada a contagem de tempo de contribuição fictício. total auferido, devidamente atualizado, sem prejuízo de
Não se considera fictício o tempo definido em lei
ação penal cabível.
como tempo de contribuição para fins de concessão de
A aposentadoria por invalidez será devida ao segu-
aposentadoria quando tenha havido, por parte do servi-
rado que, estando ou não em gozo de auxílio doença,
dor, a prestação do serviço ou a correspondente contri-
buição. for considerado incapaz de readaptação para o exercício
Será computado, integralmente, o tempo de con- de seu cargo ou outro de atribuições e atividades com-
tribuição no serviço público federal, estadual, distrital e patíveis com a limitação que tenha sofrido, respeitada a
municipal, prestado sob a égide de qualquer regime jurí- habilitação exigida, e será paga a partir da data do laudo
dico, bem como o tempo de contribuição junto ao RGPS. médico-pericial que declarar a incapacidade e enquanto
Os valores das remunerações a serem utilizadas no permanecer nessa condição.
cálculo previdenciário, bem como o tempo de contribui- Os proventos da aposentadoria por invalidez serão
ção correspondente, serão comprovados mediante do- proporcionais ao tempo de contribuição, exceto se de-
cumento fornecido pelas unidades gestoras dos regimes correntes de acidente em serviço, moléstia profissional
de previdência aos quais o servidor esteve vinculado ou, ou doença grave, contagiosa ou incurável, hipóteses em
na falta daquele, por outro documento público, sendo que os proventos serão integrais, observado, quanto ao
passíveis de confirmação as informações fornecidas. seu cálculo.
Os documentos de comprovação dos valores das re- Acidente em serviço é aquele ocorrido no exercício
munerações de que trata o caput, bem como os de cer- do cargo, que se relacione, direta ou indiretamente, com
LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA DO REGIME PRÓPRIO DO MUNICÍPIO DE MACEIÓ

tificação de tempo de contribuição que foram emitidos as atribuições deste, provocando lesão corporal ou per-
pelos diversos órgãos da administração, relativos a ser- turbação funcional que cause a perda ou redução, per-
vidor vinculado ao RPPS, após a publicação da Medida manente ou temporária, da capacidade para o trabalho.
Provisória nº 167, de 19 de fevereiro de 2004, terão va- Equiparam-se ao acidente em serviço, para os efeitos
lidade após a homologação da unidade gestora do re- desta lei que estamos:
gime. • o acidente ligado ao serviço que, embora não
Continuam válidas as certidões de tempo de serviço e tenha sido a causa única, haja contribuído diretamente
de contribuição emitidas pelos órgãos da administração para a redução ou perda da sua capacidade para o traba-
pública da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, lho, ou produzido lesão que exija atenção médica para a
suas autarquias, fundações ou unidade gestoras dos re-
sua recuperação;
gimes de previdência social relativamente ao tempo de
• o acidente sofrido pelo segurado no local e no
serviço e de contribuição para o respectivo regime em
horário do trabalho, em consequência de:
data anterior à publicação da Medida Provisória nº 167,
de 19 de fevereiro de 2004. a) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo pratica-
A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios do por terceiro ou companheiro de serviço;
fornecerão ao servidor detentor, exclusivamente, de car- b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por
go de livre nomeação e exoneração e ao servidor titular motivo de disputa relacionada ao serviço;
de cargo, emprego ou função amparado pelo RGPS, do- c) ato de imprudência, de negligência ou de imperícia
cumento comprobatório de vínculo funcional, para fins de terceiro ou de companheiro de serviço;
de concessão de benefícios ou para emissão de Certidão d) ato de pessoa privada do uso da razão; e
de Tempo de Contribuição pelo RGPS, sem prejuízo da e) desabamento, inundação, incêndio e outros casos
apresentação da Guia de Recolhimento do Fundo de Ga- fortuitos ou decorrentes de força maior.
rantia por Tempo de Serviço e Informações à Previdência • a doença proveniente de contaminação aciden-
Social - GFIP. tal do segurado no exercício do cargo; e
O RPPS compreende os seguintes benefícios: • o acidente sofrido pelo segurado ainda que fora
• quanto ao segurado: do local e horário de serviço:
a) aposentadoria por invalidez; a) na execução de ordem ou na realização de serviço
b) aposentadoria compulsória; relacionado ao cargo;

4
ÍNDICE

NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO


Organização administrativa (características): administração direta e indireta; autarquias; fundações públicas; empresas públicas;
sociedades de economia mista; e entidades paraestatais.......................................................................................................................................01
Atos administrativos: conceito, requisitos, elementos, pressupostos e classificação; vinculação e discricionariedade; eficácia,
validade, vícios, nulidades, revogação, invalidação e convalidação....................................................................................................................09
Poderes administrativos: poder hierárquico; poder disciplinar; poder regulamentar; poder de polícia; uso e abuso do po-
der................................................................................................................................................................................................................................. 15
Agentes Públicos: função pública, empregados públicos e servidores públicos; normas constitucionais concernentes aos servi-
dores públicos; direitos e deveres dos servidores públicos; responsabilidades dos servidores públicos; processo administrativo
disciplinar, sindicância e inquérito; Serviços públicos: conceito e classificação; regulamentação e controle; princípios e requisi-
tos do serviço; direitos do usuário; terceirização de serviços; competências para prestação do serviço;...........................................20
Processo Administrativo; processos e procedimentos administrativos; princípios constitucionais aplicáveis; direito de informa-
ção e de certidão.....................................................................................................................................................................................................................32
Improbidade Administrativa (Lei nº 8.429, de 02/06/1992)....................................................................................................................................43
Concentrar, ao inverso, significa exercer atribuições
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA (CA- privativas da Administração pública direta no âmbito
RACTERÍSTICAS): ADMINISTRAÇÃO DI- mais central possível, isto é, diretamente pelo chefe do
RETA E INDIRETA; AUTARQUIAS; FUNDA- Poder Executivo, seja porque não são atribuições delegá-
ÇÕES PÚBLICAS; EMPRESAS PÚBLICAS; veis, seja porque se optou por não delegar.
SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA; E EN-
TIDADES PARAESTATAIS. Artigo 84, CF. Compete privativamente ao Presidente
da República:
I - nomear e exonerar os Ministros de Estado;
CENTRALIZAÇÃO, DESCENTRALIZAÇÃO, CON- II - exercer, com o auxílio dos Ministros de Estado, a
CENTRAÇÃO E DESCONCENTRAÇÃO direção superior da administração federal;
III - iniciar o processo legislativo, na forma e nos
Em linhas gerais, descentralização significa transferir a casos previstos nesta Constituição;
execução de um serviço público para terceiros que não IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis,
se confundem com a Administração direta; centralização bem como expedir decretos e regulamentos para
significa situar na Administração direta atividades que, sua fiel execução;
em tese, poderiam ser exercidas por entidades de fora V - vetar projetos de lei, total ou parcialmente;
dela; desconcentração significa transferir a execução de VI - dispor, mediante decreto, sobre: 
um serviço público de um órgão para o outro dentro da a) organização e funcionamento da administração
própria Administração; concentração significa manter a federal, quando não implicar aumento de despesa
execução central ao chefe do Executivo em vez de atri- nem criação ou extinção de órgãos públicos; 
bui-la a outra autoridade da Administração direta. b) extinção de funções ou cargos públicos, quando
Passemos a esmiuçar estes conceitos: vagos; 
Desconcentração implica no exercício, pelo chefe do VII - manter relações com Estados estrangeiros e
Executivo, do poder de delegar certas atribuições que são acreditar seus representantes diplomáticos;
de sua competência privativa. Neste sentido, o previsto na VIII - celebrar tratados, convenções e atos interna-
CF: cionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional;
Artigo 84, parágrafo único, CF. O Presidente da Repú- IX - decretar o estado de defesa e o estado de sítio;
blica poderá delegar as atribuições mencionadas X - decretar e executar a intervenção federal;
nos incisos VI, XII e XXV, primeira parte, aos Mi- XI - remeter mensagem e plano de governo ao Con-
nistros de Estado, ao Procurador-Geral da República gresso Nacional por ocasião da abertura da sessão le-
ou ao Advogado-Geral da União, que observarão os gislativa, expondo a situação do País e solicitando as
limites traçados nas respectivas delegações. providências que julgar necessárias;
Neste sentido: XII - conceder indulto e comutar penas, com audiên-
Artigo 84, VI, CF. dispor, mediante decreto, sobre:  cia, se necessário, dos órgãos instituídos em lei;
a) organização e funcionamento da administração XIII - exercer o comando supremo das Forças Arma-
federal, quando não implicar aumento de despesa das, nomear os Comandantes da Marinha, do Exér-
nem criação ou extinção de órgãos públicos;  cito e da Aeronáutica, promover seus oficiais-generais
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando e nomeá-los para os cargos que lhes são privativos; 
vagos;  XIV - nomear, após aprovação pelo Senado Federal,
Artigo 84, XII, CF. conceder indulto e comutar penas, os Ministros do Supremo Tribunal Federal e dos
com audiência, se necessário, dos órgãos instituídos em Tribunais Superiores, os Governadores de Territó-
lei; rios, o Procurador-Geral da República, o presidente
Artigo 84, XXV, CF. prover e extinguir os cargos pú- e os diretores do banco central e outros servidores,
blicos federais, na forma da lei; (apenas o provimen- quando determinado em lei;
to é delegável, não a extinção) XV - nomear, observado o disposto no art. 73, os Mi-
nistros do Tribunal de Contas da União;
Com efeito, o chefe do Poder Executivo federal tem XVI - nomear os magistrados, nos casos previstos
opções de delegar parte de suas atribuições privativas nesta Constituição, e o Advogado-Geral da União;
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

para os Ministros de Estado, o Procurador-Geral da Re- XVII - nomear membros do Conselho da República,
pública ou o Advogado-Geral da União. O Presidente irá nos termos do art. 89, VII;
delegar com relação de hierarquia cada uma destas es- XVIII - convocar e presidir o Conselho da República
sencialidades dentro da estrutura organizada do Estado. e o Conselho de Defesa Nacional;
Reforça-se, desconcentrar significa delegar com hie- XIX - declarar guerra, no caso de agressão estrangei-
rarquia, pois há uma relação de subordinação dentro de ra, autorizado pelo Congresso Nacional ou referenda-
uma estrutura centralizada, isto é, os Ministros de Estado, do por ele, quando ocorrida no intervalo das sessões
o Procurador-Geral da República e o Advogado-Geral da legislativas, e, nas mesmas condições, decretar, total
União respondem diretamente ao Presidente da Repú- ou parcialmente, a mobilização nacional;
blica e, por isso, não possuem plena discricionariedade XX - celebrar a paz, autorizado ou com o referendo
na prática dos atos administrativos que lhe foram dele- do Congresso Nacional;
gados. XXI - conferir condecorações e distinções honoríficas;

1
XXII - permitir, nos casos previstos em lei complemen-
tar, que forças estrangeiras transitem pelo território #FicaDica
nacional ou nele permaneçam temporariamente; Todos envolvem transferência na execução
XXIII - enviar ao Congresso Nacional o plano pluria- de serviços:
nual, o projeto de lei de diretrizes orçamentárias e Descentralização – da Administração para
as propostas de orçamento previstos nesta Consti- terceiros;
tuição; Centralização – de terceiros para a
XXIV - prestar, anualmente, ao Congresso Nacional, Administração;
dentro de sessenta dias após a abertura da sessão le- Desconcentração – de um órgão central para
gislativa, as contas referentes ao exercício anterior; outro na Administração;
XXV - prover e extinguir os cargos públicos fede- Concentração – de um órgão na
rais, na forma da lei; Administração para o órgão central.
XXVI - editar medidas provisórias com força de lei, Descentralização e centralização são
nos termos do art. 62; movimentos externos, desconcentração e
XXVII - exercer outras atribuições previstas nesta concentração são movimentos internos.
Constituição.

Descentralizar envolve a delegação de interesses es-


tatais para fora da estrutura da Administração direta, o EXERCÍCIOS COMENTADOS
que é possível porque não se refere a essencialidades, ou
seja, a atos administrativos que somente possam ser pra-
ticados pela Administração direta porque se referem a 1. (PGM - AM - PROCURADOR DO MUNICÍPIO -
interesses estatais diversos previstos ou não na CF. Des- CESPE/2018)
centralizar é uma delegação sem relação de hierarquia, Acerca dos instrumentos jurídicos que podem ser cele-
brados pela administração pública para a realização de
pois é uma delegação de um ente para outro (não há
serviços públicos, julgue o item a seguir.
subordinação nem mesmo quanto ao chefe do Executivo,
A União poderá celebrar convênio com consórcio público
há apenas uma espécie de tutela ou supervisão por parte
constituído por municípios para viabilizar a descentrali-
dos Ministérios – se trata de vínculo e não de subordina-
zação e a prestação de políticas públicas em escalas ade-
ção).
quadas na área da educação fundamental.
Basicamente, se está diante de um conjunto de pessoas
jurídicas estatais criadas ou autorizadas por lei para presta-
( ) CERTO ( ) ERRADO
rem serviços de interesse do Estado. Possuem patrimônio
Resposta: Certo - Pelo instrumento utilizado – convê-
próprio e são unidades orçamentárias autônomas. Ainda,
nio ou consórcio público – já cabe determinar que se
exercem em nome próprio direitos e obrigações, respon-
dendo pessoalmente por seus atos e danos. trata de um movimento externo (descentralização ou
Existem duas formas pelas quais o Estado pode efetuar centralização). Se for de dentro da Administração para
a descentralização administrativa: outorga e delegação. fora, é descentralização, pois sai da autoridade central
A outorga se dá quando o Estado cria uma entidade e a da Administração para um terceiro. Assim, o exemplo
ela transfere, através de previsão em lei, determinado servi- descreve corretamente a descentralização.
ço público e é conferida, em regra, por prazo indeterminado.
Isso é o que acontece quanto às entidades da Administração 2.(STM - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINIS-
Indireta prestadoras de serviços públicos. Neste sentido, o TRATIVA - CESPE/2018)
Estado descentraliza a prestação dos serviços, outorgan- A respeito dos princípios da administração pública, de
do-os a outras entidades criadas para prestá-los, as quais noções de organização administrativa e da administra-
podem tomar a forma de autarquias, empresas públicas, so- ção direta e indireta, julgue o item que se segue.
ciedades de economia mista e fundações públicas. A descentralização administrativa consiste na distribui-
A delegação ocorre quando o Estado transfere, por ção interna de competências agrupadas em unidades
contrato ou ato unilateral, apenas a execução do serviço, individualizadas.
para que o ente delegado o preste ao público em seu
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

próprio nome e por sua conta e risco, sob fiscalização do ( ) CERTO ( ) ERRADO
Estado. A delegação é geralmente efetivada por prazo
determinado. Ela se dá, por exemplo, nos contratos de Resposta: Errado - Quando a distribuição se dá de
concessão ou nos atos de permissão, pelos quais o Es- forma interna, fala-se em concentração (de um órgão
tado transfere aos concessionários e aos permissionários fragmentário para o central) ou em desconcentração
apenas a execução temporária de determinado serviço. (de um órgão central para unidades individualizadas,
Centralizar envolve manter na estrutura da Administra- como é o caso do exemplo). A descentralização é um
ção direta o desempenho de funções administrativas de inte- movimento externo, de dentro da Administração para
resses não essenciais do Estado, que poderiam ser atribuídos terceiro, externo à estrutura administrativa.
a entes de fora da Administração por outorga ou delegação.

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3. (CGM DE JOÃO PESSOA/PB - CONHECIMENTOS - Órgãos Públicos: teorias
BÁSICOS - CARGOS: 1, 2 E 3 - CESPE/2018) “Várias teorias surgiram para explicar as relações do
A respeito da organização e dos poderes da administra- Estado, pessoa jurídica, com suas agentes: Pela teoria do
ção pública, julgue o próximo item. mandato, o agente público é mandatário da pessoa jurí-
A criação de secretaria municipal de defesa do meio am- dica; a teoria foi criticada por não explicar como o Estado,
biente por prefeito municipal configura caso de descon- que não tem vontade própria, pode outorgar o manda-
centração administrativa. to”1. A origem desta teoria está no direito privado, não
tendo como prosperar porque o Estado não pode outor-
( ) CERTO ( ) ERRADO gar mandato a alguém, afinal, não tem vontade própria.
Num momento seguinte, adotou-se a teoria da re-
Resposta: Certo - A secretaria municipal seria um ór- presentação: “Posteriormente houve a substituição dessa
gão interno que desempenharia atribuições que pode- concepção pela teoria da representação, pela qual a von-
riam ser exercidas pelo órgão central, a prefeitura. No tade dos agentes, em virtude de lei, exprimiria a vontade
caso, para melhor desempenhar as funções, a Prefeitu- do Estado, como ocorre na tutela ou na curatela, figuras
ra transferiu o exercício de funções para a Secretaria, um jurídicas que apontam para representantes dos incapa-
movimento interno, caracterizando desconcentração. zes. Ocorre que essa teoria, além de equiparar o Estado,
pessoa jurídica, ao incapaz (sendo que o Estado é pessoa
jurídica dotada de capacidade plena), não foi suficiente
ADMINISTRAÇÃO DIRETA E INDIRETA para alicerçar um regime de responsabilização da pessoa
jurídica perante terceiros prejudicados nas circunstâncias
1. Administração Direta em que o agente ultrapassasse os poderes da represen-
tação”2. Criticou-se a teoria porque o Estado estaria sen-
Administração Pública direta é aquela formada pelos do visto como um sujeito incapaz, ou seja, uma pessoa
entes integrantes da federação e seus respectivos órgãos. que não tem condições plenas de manifestar, de falar,
Os entes políticos são a União, os Estados, o Distrito Fede- de resolver pendências; bem como porque se o repre-
ral e os Municípios. À exceção da União, que é dotada de sentante estatal exorbitasse seus poderes, o Estado não
soberania, todos os demais são dotados de autonomia. poderia ser responsabilizado.
Dispõe o Decreto nº 200/1967: Finalmente, adota-se a teoria do órgão, de Otto Giër-
ke, segundo a qual os órgãos são apenas núcleos admi-
Art. 4° A Administração Federal compreende: nistrativos criados e extintos exclusivamente por lei, mas
I - A Administração Direta, que se constitui dos serviços que podem ser organizados por decretos autônomos do
integrados na estrutura administrativa da Presidência Executivo (art. 84, VI, CF), sendo desprovidos de perso-
da República e dos Ministérios. nalidade jurídica própria. Com efeito, o Estado brasileiro
responde pelos atos que seus agentes praticam, mesmo
A administração direta é formada por um conjunto de se estes atos extrapolam das atribuições estatais conferi-
núcleos de competências administrativas, os quais já fo- das, sendo-lhe assegurado o direito de regresso.
ram tidos como representantes do poder central (teoria A teoria da imputação objetiva, derivada da teoria do
da representação) e como mandatários do poder central órgão, também de Otto Giërke, impõe que o órgão cen-
(teoria do mandato). tral da Administração, por ser o único dotado de perso-
Hoje, adota-se a teoria do órgão, de Otto Giërke, nalidade jurídica, responderá por danos praticados em
segundo a qual os órgãos e agentes são apenas núcleos seus órgãos despersonalizados e por seus agentes. Não
administrativos criados e extintos exclusivamente por lei, significa que os agentes ficarão impunes, mas caberá à
mas que podem ser organizados por decretos autôno- Administração buscar contra ele o direito de regresso,
mos do Executivo (art. 84, VI, CF), sendo desprovidos de retomando o que foi obrigada a indenizar. Ex.: se uma
personalidade jurídica própria. pessoa é vítima de dano numa delegacia estadual por
Assim, os órgãos da Administração direta não pos- parte de um delegado da polícia civil, ajuizará deman-
suem patrimônio próprio; e não assumem obrigações da indenizatória contra a Fazenda Pública do Estado, a
em nome próprio e nem direitos em nome próprio (não qual poderá exercer direito de regresso contra o agente
podem ser autor nem réu em ações judiciais, exceto para público, delegado causador do dano. Repare que a Ad-
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

fins de mandado de segurança – tanto como impetrante ministração não se exime de indenizar mesmo que seu
como quanto impetrado). agente seja culpado.
Já que não possuem personalidade, atuam apenas no
cumprimento da lei, não atuando por vontade própria.
Logo, órgãos são impessoais quando agem no estrito
cumprimento de seus deveres, não respondendo dire-
tamente por seus atos e danos – o órgão central, com
personalidade, que responderá.
Esta impossibilidade de se imputar diretamente a res-
ponsabilidade a agentes ou órgãos públicos que estejam 1 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 23. ed. São
exercendo atribuições da Administração direta é deno- Paulo: Atlas editora, 2010.
minada teoria da imputação objetiva, de Otto Giërke, que 2 NOHARA, Irene Patrícia. Direito Administrativo – esquematizado,
completo, atualizado, temas polêmicos, conteúdo dos principais
institui o princípio da impessoalidade.
concursos públicos. 3. ed. São Paulo: Atlas editora, 2013.

3
seja no âmbito internacional, seja internamente. Quando
#FicaDica se trata de Federação, vigora o pluripersonalismo, por-
que além da pessoa jurídica central existem outras inter-
Teoria do mandato e teoria da representação: nas que compõem o sistema político. Sendo uma pessoa
ultrapassadas. jurídica, o Estado manifesta sua vontade através de seus
Teoria do órgão: adotada. agentes, ou seja, as pessoas físicas que pertencem a seus
A teoria da imputação objetiva deriva da teo- quadros. Entre a pessoa jurídica em si e os agentes, com-
ria do órgão. Ambas são de autoria de Otto põe o Estado um grande número de repartições internas,
Giërke. necessárias à sua organização, tão grande é a extensão
que alcança e tamanha as atividades a seu cargo. Tais
repartições é que constituem os órgãos públicos”.
- Órgãos Públicos: classificações
Quanto se faz desconcentração da autoridade central Apresenta-se, detalhes, a classificação dos órgãos:
– chefe do Executivo – para os seus órgãos, se depara a) Quanto à pessoa federativa: federais, estaduais,
com diversos níveis de órgãos, que podem ser classifica- distritais e municipais.
dos em simples ou complexos (simples se possuem ape- b) Quanto à situação estrutural: os diretivos, que são
nas uma estrutura administrativa, complexos se possuem aqueles que detêm condição de comando e de di-
uma rede de estruturas administrativas) e em unitários reção, e os subordinados, incumbidos das funções
ou colegiados (unitário se o poder de decisão se concen- rotineiras de execução.
tra em uma pessoa, colegiado se as decisões são toma- c) Quanto à composição: singulares, quando integra-
das em conjunto e prevalece a vontade da maioria): dos em um só agente, e os coletivos, quando com-
a) Órgãos independentes – encabeçam o poder ou postos por vários agentes.
estrutura do Estado, gozando de independência d) Quanto à esfera de ação: centrais, que exercem
para agir e não se submetendo a outros órgãos. atribuições em todo o território nacional, estadual,
Cabe a eles definir as políticas que serão imple- distrital e municipal, e os locais, que atuam em par-
mentadas. É o caso da Presidência da República, te do território.
órgão complexo composto pelo gabinete, pela e) Quanto à posição estatal: são os que representam
Advocacia-Geral da União, pelo Conselho da Re- os poderes do Estado – o Executivo, o Legislativo e
pública, pelo Conselho de Defesa, e unitário (pois o Judiciário.
o Presidente da República é o único que toma as f) Quanto à estrutura: simples ou unitários e com-
decisões). postos. Os órgãos compostos são constituídos por
b) Órgãos autônomos – estão no primeiro escalão do vários outros órgãos.
poder, com autonomia funcional, porém subordi-
nados politicamente aos independentes. É o caso 2. Administração Indireta
de todos os ministérios de Estado.
c) Órgãos superiores – são desprovidos de autono- A Administração Pública indireta pode ser definida
mia ou independência, sendo plenamente vincula- como um grupo de pessoas jurídicas de direito público
dos aos órgãos autônomos. Ex.: Delegacia Regional ou privado, criadas ou instituídas a partir de lei específi-
do Trabalho, vinculada ao Ministério do Trabalho e ca, que atuam paralelamente à Administração direta na
Emprego; Departamento da Polícia Federal, vincu- prestação de serviços públicos ou na exploração de ativi-
lado ao Ministério da Justiça. dades econômicas.
d) Órgãos subalternos – são vinculados a todos acima “Enquanto a Administração Direta é composta de
deles com plena subordinação administrativa. Ex.: órgãos internos do Estado, a Administração Indireta se
órgãos que executam trabalho de campo, policiais compõe de pessoas jurídicas, também denominadas de
federais, fiscais do MTE. entidades”4. Em que pese haver entendimento diverso
registrado em nossa doutrina, integram a Administração
indireta do Estado quatro espécies de pessoa jurídica, a
saber: as Autarquias, as Fundações, as Sociedades de Eco-
FIQUE ATENTO! nomia Mista e as Empresas Públicas.
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

O Ministério Público, os Tribunais de Contas Dispõe o Decreto nº 200/1967:


e as Defensorias Públicas não se encaixam Art. 4° A Administração Federal compreende:
nesta estrutura, sendo órgãos independentes II - A Administração Indireta, que compreende as se-
constitucionais. Em verdade, para Canotilho guintes categorias de entidades, dotadas de personali-
e outros constitucionalistas, estes órgãos não dade jurídica própria:
pertencem nem mesmo aos três poderes. a) Autarquias;
b) Empresas Públicas;
c) Sociedades de Economia Mista.
Conforme Carvalho Filho3, “a noção de Estado, como d) fundações públicas.
visto, não pode abstrair-se da de pessoa jurídica. O Es-
tado, na verdade, é considerado um ente personalizado,
3 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito administra- 4 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito administra-
tivo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010. tivo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010.

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