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Índice

i. Acrónimos.............................................................................................................................2

I. INTRODUÇÃO....................................................................................................................3

II. REVISAO DE LITERAATURA..........................................................................................4

2.1 Objectivos..............................................................................................................................5

2.1.1 Objectivo geral:...................................................................................................................5

2.1.2 Objectivos específicos.........................................................................................................5

2.2 Metodologia......................................................................................................................6

III. ABORDAGENS...............................................................................................................7

3.1 Investimento Directo Estrangeiro..........................................................................................7

3.1.1 Formas de Investimento Directo Estrangeiro......................................................................8

3.2 INVESTIMENTOS DIRECTOS ESTRANGEIROS E MEGA PROJECTOS................9

3.2.1 Evolução das formas de financiamento do IDE (USD milhões).................................12

IV. EMPREGO......................................................................................................................13

V. INVESTIMENTO DIRECTO ESTRANGEIRO vs EMPREGO.......................................14

5.1 Criticas aos megraprojectos............................................................................................15

VI. Conclusão........................................................................................................................17

VII. Bibliografia.....................................................................................................................18
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i. Acrónimos

IDE-

OIT- Organização Internacional do Trabalho

EMNs- Empresas Multinacionais

EIU- Economist Intelligence Unit

AEO- African Economic Outlook

BM

PIB

IESE

PME

MP- Megaprojecto

FMI-

PVDs- Países em Via de Desenvolvimento

UNCTAD
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I. INTRODUÇÃO

O estudo da literatura investigativa evidencia o IDE como transmissor de externalidades, tanto


positivas quanto negativas. Neste sentido, o IDE pode criar oportunidades e ao mesmo tempo
gerar riscos. Essas externalidades podem ser observadas no sector económico, político e social
do país receptor. Com base nisso, Aguiar e Gulamhussen (2009) evidenciam como o controle da
corrupção, a eficiência e a estabilidade política no mercado de acolhimento podem potenciar a
entrada de IDE. A partir dos anos 90 vivenciou-se uma transformação quanto ao destino dos
fluxos mundiais do IDE. Agora, os países em desenvolvimento recebiam mais IDE do que os
países desenvolvidos. No entanto, a África parece ter sido marginalizada desse processo de
transformação. Dados da UNCTAD (2015) mostram que entre 1990 e 2014 o continente africano
não conseguiu atrair mais do que 1% do total dos fluxos mundiais de IDE, apesar de terem
aumentado substancialmente nesse período. No caso de Moçambique pode-se observar, de
acordo com os dados do Banco de Moçambique que o sector de extracção de recursos naturais
não renováveis é o grande determinante do IDE no país. Mesmo com a instabilidade política,
desde 2012, os fluxos de IDE para o país continuaram a crescer. No entanto, sabe-se que os
grandes fluxos não se traduzem automaticamente melhores condições de vida para as populações
dos países receptores. Quando o IDE está destinado para a exploração de recursos naturais pode
criar nos países receptores a concentração na produção e exportação de matérias-primas.
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II. REVISAO DE LITERAATURA

Investimento- é uma aplicação de capital com a finalidade de obter lucros futuros. A decisão de
investir supõe abster-se de um benefício imediato por um futuro que é incerto.

Investimento indirecto – qualquer modalidade de investimento cuja remuneração e/ou


reembolso não consista, exclusivamente, na participação directa dos seus contribuintes na
distribuição dos lucros finais resultantes da exploração de actividades dos projectos em que
formas específicas de realização do investimento, previstas no artigo 10, tiverem sido aplicadas.
(Constituição da República)

Investimento directo estrangeiro – qualquer das formas de contribuição de capital estrangeiro


susceptível de avaliação pecuniária, que constitua capital ou recursos próprios ou sob conta e
risco do investidor estrangeiro, provenientes do exterior e destinados à sua incorporação no
investimento para a realização de um projecto de actividade económica, através de uma empresa
registada em Moçambique e a operar a partir do território moçambicano. (Constituição da
República)

Emprego- uma relação entre homens que vendem sua forca de trabalho em troca de valor ou
remuneração e homens que comprem essa forca de trabalho pagando salário. Uma espécie e
contrato estável, mais ou menos duradouro no qual o possuidor dos meios de produção paga pelo
trabalho de outros (INEFP, 2004).

Megaprojecto- como são conhecidos em Moçambique, são actividades de investimento e


produção com características especiais. A primeira delas de acordo com Castel-Branco (2008) é
a sua dimensão definida pelos montantes de investimento (acima de US$ 500 milhões) além do
fato de que o impacto na produção e comércio, é enorme.
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2.1 Objectivos
O presente trabalho apresenta os seguintes:

2.1.1 Objectivo geral:


 Analisar o impacto d IDE

2.1.2 Objectivos específicos


 Identificar
 Verificar\
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2.2 Metodologia
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III. ABORDAGENS

3.1 Investimento Directo Estrangeiro

O conceito de IDE encontra-se associado àquelas empresas estrangeiras ou a investidores


estrangeiros de um outro país (neste caso emissor), que promovem a criação ou a toma de posse
de uma firma num outro local estrangeiro (neste caso receptor), com o intuito de realizar a sua
actividade de forma lucrativa, com vista ao controlo da mesma, à protecção do seu know-how, da
marca, das tecnologias, entre outros (Ferreira, Reis, & Serra, 2011).

Objectivos do IDE

Dunning 1988, mostra que as multinacionais se internacionalizam com os seguintes objectivos:


Procura (ou busca) de mercado (market-seeking); Procura de recursos (resource-seeking);
Procura de eficiência (efficiency-seeking); Procura de activos (asset-seeking). De acordo com
Amal e Seabra (2007), Brewer (1993) propôs a classificação de IDE da seguinte maneira:

I) Projectos para procurar mercado (market-seeking projects): denominado como IDE


Horizontal, trata-se de projectos de investimentos orientados para atender o mercado interno dos
países receptores de IDE. Este tipo de investimento tem o efeito directo de substituição de
importação e criação de comércio domésticos quando as empresas instaladas adquirem produtos
intermediários do país receptor. Geralmente os investidores procuram reduzir os custos de
transacção, de transporte para estes mercados e ultrapassar as restrições comerciais. (RUGMAN
e VERBEKE, 2002 apud AMAL e SEABRA 2007).

II) Projectos de procura de recursos (resource-seeking): esse tipo de projecto visa ter acesso às
matérias-primas, mão-de-obra e todos outros factores de produção a custos relativamente baixos
e em maiores quantidades de oferta, que sejam mais eficientes em relação aos que possam ser
adquiridos no país de origem do investidor directo. Esses projectos são mais frequentes nos
países em desenvolvimento e geralmente são associados ao desenvolvimento de actividades de
exploração de produtos intensivos em recursos disponíveis nos países receptores.
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III) Projectos de eficiência (efficiency-seeking projectos): denominado como IDE vertical,


refere-se a investimentos orientados para a busca de menores custos de produção. Ou seja, busca-
se, neste tipo de IDE, a racionalização da produção em uma cadeia internacional de modo a
aproveitar economias de escala e escopo possibilitadas pela gestão unificada de actividades
produtivas geograficamente dispersas. Portanto, o IDE, neste caso, é criador de comércio ao
nível da firma. Diferentes da estratégia de market-seeking, estes projectos de IDE são
direccionados tanto para o mercado doméstico como internacional (RUGMAN e VERBEKE,
2002 apud AMAL e SEABRA 2007).

IV) Projectos de procura de activos (asset-seeking): referem-se ao caso em que os activos


estratégicos das empresas estrangeiras são obtidos através da instalação de novas plantas fabris,
fusão, aquisição ou operações de joint verntures. O objectivo é garantir a realização de sinergias
com o conjunto de activos estratégicos já existentes através de uma estrutura de propriedade
comum para actuar em mercados regionais ou globais (RUGMAN e VERBEKE, 2002 apaud
AMAL e SEABRA 2007).

3.1.1 Formas de Investimento Directo Estrangeiro

O investimento directo estrangeiro pode revestir, isolada ou cumulativamente, qualquer das


formas seguintes, desde que susceptíveis de avaliação pecuniária:

a) Moeda externa livremente convertível;

b) Equipamentos e respectivos acessórios, materiais e outros bens importados;

c) Cedência, em casos específicos e nos termos acordados e sancionados pelas entidades


competentes dos direitos de utilização de tecnologias patenteadas e de marcas registadas e cuja
remuneração se limitar à participação na distribuição dos lucros da empresa resultantes das
actividades em que tais tecnologias ou marcas tiverem sido ou forem aplicadas

IDE é benéfico para a economia porque complementa as capacidades domésticas no que


diz respeito a poupança, tecnologia e acesso a mercados. Portanto, o IDE é positivo para o
desenvolvimento económico.
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III.2 INVESTIMENTOS DIRECTOS ESTRANGEIROS E MEGA PROJECTOS

Desde 1987, o governo de Moçambique está a trabalhar para criar um ambiente de investimentos
que seja atraente para os investidores estrangeiros, por meio de reformas económicas e
privatizações (programa de reabilitação económica ou PRE). Com poucas excepções, como a
pesca, 100% de controlo externo, é permitido na maioria dos sectores, incluindo o sector
bancário. Em 1999, Moçambique adoptou uma legislação que prevê o estabelecimento e
operações de zonas de processamento de exportação (EZP).

Os megas projectos, que exploram e alavancam os recursos naturais em Moçambique são


importantes. Por serem orientados para exportação, estes projectos ligam Moçambique a
economia internacional. Trazem também tecnologia e conhecimento especializado, gestão para o
país e exibem Moçambique aos investidores estrangeiros em potencial. Concebidos de maneira
apropriada podem induzir investimentos que melhorem os estrangulamentos da infra-estrutura e
desta maneira beneficiam outros sectores. Estes projectos fornecem também oportunidades de
formação para a força de trabalho de Moçambique.

Moçambique tem experimentado taxas de crescimento económico muito satisfatórias nos últimos
anos. Segundo os dados da African Economic Outlook (AEO, 2014), o país cresceu em média
7% ao ano nos últimos dez anos. Os dados do Banco de Moçambique (2015) mostram que o
fluxo de Investimento Directo Estrangeiro para o país evoluiu deUS$ 347,3 milhões para US$
4,9 bilhões entre 2002 e 2014. O governo moçambicano tem vislumbrado o IDE com papel
estratégico para manter as taxas de crescimento económico, aumentar o nível de empregos,
proporcionar o desenvolvimento e actualizar a economia moçambicana em termos de
transferência de tecnologias

A localização de vários megaprojectos de energia intensiva ou seja Mozal, o projecto de ferro e


aço de Maputo (MISP) e corredor Sands – foi influenciada pela disponibilidade de energia
barata. Mozal beneficiou do tratamento da União Europeia para Moçambique ao abrigo da
convenção de Lomé quer permite que o alumínio primário produzido em Moçambique seja
importado livre de impostos pela UE. Porem mega projecto de capital intensivo não resolverá os
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problemas de subemprego. Por exemplo, estima-se que o projecto apresentado na tabela criará
apenas 5000 empregos directos e talvez 15 000 empregos indirectos nas indústrias de apoio,
sendo que cada emprego directo “ custa” bem mais o US$ 1 milhão em investimento. Além
disso, a natureza de uso intensivo de capital deste projecto implica que os retornos de factores
sejam desviados para lucro para os investidores e para o serviço da divida em vez de para
salários.

Nome Investidor Localização Actividade Valor de


investimento

Expansão Mozal - BiltonSA,IDC Beleluane, Expansão da 1 Bilhão


2 Maputo produção de
alumínio

Parque industrial Shifton&GoM Beleluane, Construção 500 Milhões


Beleluane Maputo do parque
industrial e
zona franca

Limpopo Heavy- Corridor sands, southern Chibuto, Mineração 1.2 Biliões


Sands mining, MC Gaza

MomaHeavySand Kenmarerefontes Moma, Mineração 100 Milhões


s Nampula

Emprese ferro e Enron Maputo Produção de 1.1 Biliões


aço de Maputo ferro e aço

Porto ponta CFM&GoM Ponta Serviços de 515 Milhões


dobela Dobela, porto
Maputo

Belita Palmar group Beira, Sofala Manufactura 1.5 Milhões


para
exportação
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de produtos
têxteis e
vestuários

Tubulação SASOL Inhambane, Construção 1 Bilhão


temane- secunda gaza, Maputo de ductos de
gás

Parque MKinternational Desconhecid Construção 13 Milhões


industrialcoreano a de parque
industrial e
zona franca

Reabilitação do CFM&GoM Tete- Sofala Reabilitação 315 Milhões


caminho-de-ferro do caminho-
cena de-ferro
cena

Estrada e ponte NanjingHousingconstrutionC Maputo e Construção Desconhecid


Maputo catembe o catembe de estradas e o
pontes

Complexo SASOL Beira, Sofala Produção 1.7 Biliões


petroquímico da petroquímic
beira a

Fonte:

Ainda nos últimos 5 anos, a realização do IDE na forma de acções e participações situou se em
média nos USD 732.3 milhões, tendo em 2016 superado a média em cerca de 10% para USD
805 milhões, o que denota o aumento do capital social das empresas investidoras o país, com
destaque para as de sectores de actividades financeiras, indústria extractiva e transformadora não
significando surgimento de novos projectos de investimentos.
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III.2.1Evolução das formas de financiamento do IDE (USD milhões)

Total do IDE 2012 2013 2014 2015 2016

5629.4 6175.1 4901.8 3866.8 3093.4

1.Acoes e 216.0 959.0 553.2 1128.1 805.0


participações

Grandes projectos
- 240.2 - 324.9 70.0
Outras empresas
216.0 538.8 553.2 803.2 735.0
2.Lucros reinvestidos
- - - - -
Grandes projectos
- - - - -
Outras empresas
- - - - -
3.Outro capital (sup.
e Cred. Com.) 5413.4 5216.1 4348.60 2738.7 2288.4

Grandes projectos

Outras empresas 4076.9 4283.1 2595.4 948.0 1252.4

1336.5 933.0 1753.2 1790.7 1036.0

Na perspectiva geográfica pôs 5 maiores países investidores em 2016 foram: África do Sul com
30.2%. Emirados Árabes Unidos com 19.7%, Itália com 13.6%, Maurícias com 10.7%, Estados
Unidos da América com 9.6%, destacando se de seguida Austrália e Portugal com 3.4% e 2.7%,
respectivamente. Estes investidores concentraram seus investimentos em indústrias extractivas,
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transportes e comunicações, indústrias transformadoras e implantação de energias de produção


eléctrica com base nos recursos minerais e na actividade financeira.

IV. EMPREGO

Este pode referir-se a acção e ao efeito de empregar ou para designar uma ocupacao ou oficio.
Actualmente, o trabalho assalariado é a forma de emprego mais dominante.

A maior parte do emprego é na agricultura, cuja produtividade é muito menos do que noutros
sectores. Apenas 0.6% da força de trabalho moçambicana está empregada nas indústrias
transformadoras e o sector contribui com menos de 10% do valor acrescentado bruto.

Padrões e condições de emprego e de trabalho são produto de estruturas produtivas específicas e


de como a produção e o trabalho são organizados nessas estruturas (Ali & Muianga, 2016, 2017

O emprego gerado pelas EMNs pode ser directo ou indirecto. Para além do emprego directo
criado, a Declaração também defende a função das EMNs na promoção de oportunidades de
emprego indirecto através de ligações a jusante e a montante a nível local e nacional

O emprego é considerando um tipo de ligação Industria; para ligar crescimento económico com
geração de emprego e redução da pobreza é absolutamente necessário garantir a oferta de bens e
serviços básicos de consumo

No entanto estes projectos têm uma relativamente elevada procura de trabalhadores qualificados,
o que pode servir de estímulo e ponto de referência para o sistema de educação, tanto na
orientação das áreas de formação, como na elevação da qualidade do ensino para níveis
aceitáveis.

Uma vez que não foram encontrados os dados da evolução dos empregos nos megaprojectos vai
mostrar a evolução da taxa de desemprego em Moçambique entre 2002 e 2014 Esse gráfico é
uma tentativa de analisar o impacto dos megaprojectos, ou o crescimento económico dinamizado
por eles, na taxa de desemprego nacional. No entanto, como se observa no gráfico 2.3, o
comportamento da variação da taxa de desemprego parece estar a margem das altas taxas de
crescimento económico registado na economia moçambicana no tempo analisado. Em 2002 ela
registava 22.8%caiu para 22,7% em 2003 apresentou a mesma taxa em 2004, depois decresceu
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para 22,6%em 2005, taxa que permaneceu constante até 2013, quando caiu para 22,5% e em
2014voltou aos padrões de 2012. Nesses anos todos a taxa de desemprego registou queda abaixo
de 22%, nesse sentido pode-se concluir que os megaprojectos não têm nenhum peso no mercado
de trabalho moçambicano, contribuem muito pouco para a geração desemprego. (World Bank).

V. INVESTIMENTO DIRECTO ESTRANGEIRO vs. EMPREGO

Na hora de investir, há que contemplar três variáveis: o rendimento esperado (isto é, quanto se
conta ganhar com o investimento), o risco aceite (associado às probabilidades de obter o
rendimento esperado) e o horizonte temporal (quando é que o investimento irá render; a curto,
médio ou longo prazo). Com o processo da globalização, o investimento estrangeiro começou a
viver um período de expansão, limitado em momentos de crise económica. A globalização
implica o livre fluxo de capitais, o levantamento das restrições alfandegárias e tributárias, a
circulação de pessoas e de bens e outras características que contribuem para o investimento
estrangeiro.

O Investimento Directo Estrangeiro tem uma importância fundamental para os países em vias de
desenvolvimento (PVDs), em particular, é visto como uma forma eficaz e eficiente de solução
dos constrangimentos financeiros e de capacidades enfrentados pela maioria dos PVDs, através
da transferência de capital e tecnologia, ganhos em moeda externa, acesso a mercados
internacionais, efeitos no emprego, crescimento e poupança doméstica. A maioria dos países
africanos, tem falta de recursos financeiros para fazer investimentos de longo prazo

Ferreira et al. (2011) assinalam:

“Estas empresas multinacionais constituem assim uma fonte essencial de recursos financeiros,
tecnológicos e organizacionais para os países, revelando-se os fluxos de IDE um mecanismo
importante na provisão daqueles recursos, em especial nos países menos desenvolvidos. Este tipo
de investimento engloba o controlo de uma empresa, ou parte dela, num país estrangeiro, sendo
acompanhado por algumas transferências de recursos técnicos, humanos, de conhecimento,
marcas e outros para o estrangeiro. O fundamental para distinguir o IDE de outras formas de
operação é que a empresa tem um controlo sobre os activos de que são detentoras no estrangeiro”
(p. 156).

A transformação económica é crucial para abordar os desafios macroeconómicos de


Moçambique e criar postos de trabalho de uma forma sustentável. O quadro principal aplicado
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aos propósitos da análise dos resultados é a Declaração Tripartida dos Princípios Relativos às
Empresas Multinacionais e à Política Social da OIT (ILO, 1977), que trata das funções e
responsabilidades respectivas dos Governos, das Multinacionais (EMN) e das organizações de
empregadores e de trabalhadores sob as quatro rubricas seguintes:

• Emprego: promoção de emprego, igualdade de oportunidade e de tratamento; emprego seguro;

• Condições de Trabalho e de Vida: benefícios salariais e condições de trabalho; idade mínima;


saúde e segurança;

• Formação;

• Relações Industriais: liberdade de associação e o direito de se sindicalizar

Esta criação de emprego aumenta claramente as oportunidades para a população local ganhar
rendimentos e, dependendo do nível e da segurança destes rendimentos, para a redução da
pobreza e quiçá criação de alguma riqueza.

5.1 Criticas aos megaprojectos

Os mais optimistas colocam os megaprojectos como sendo a esperança para o desenvolvimento


económico e social do país. No entanto quando se olha a realidade vê-se que estes só servem
para explorar a riqueza natural e enviá-la para o exterior. Vários factores obscuros confirmam
essa conclusão, um deles é a pouca informação disponibilizada acerca destes megaprojectos.
Para fundamentar a tal crítica aos megaprojectos são utilizadas algumas publicações do Centro
de Integridade Pública de Moçambique (CPI), Instituto de Estudos Sociais e Económicos (IESE),
estudos feitos por Castel-Branco e outros pesquisadores moçambicanos e estrangeiros.

Além disso, os MP não têm grande impacto sobre o mercado de trabalho nacional. De acordo
com Mussagy (2013), Castel-Branco (2002, 2008, 2009, 2010),Mosca (2012) Sulemante (2009)
Mosca e Sulemane (2011) os megaprojectos são geralmente intensivos em capital e, portanto,
não geram emprego directo proporcional ao seu peso no investimento, produção e comércio. Os
megaprojectos não são grandes criadores de emprego; por serem intensivos em capital, a sua
capacidade de criar empregos directos é limitada. A Mozal tem cerca de 1.100 funcionários no
quadro e 1.600 em regime de prestação (FMI, 2014). Enquanto projecto cuja contribuição para o
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PIB ronda os 5% anuais, emprega apenas 0,02% da população activa. É de esperar que noutros
megaprojectos a escala de criação de trabalho seja equiparável a este, de resto é pouco provável
que se tornem grandes fontes de emprego para a maioria dos moçambicanos (FMI, 2014). A
construção das estruturas dos megaprojectos também usa muito pouco dos factores produtivos de
Moçambique. Por exemplo, a construção também foi intensiva em capital e dependia
amplamente de bens importados: apenas 6% dos custos da construção da Mozal foram
despendidos em bens e serviços com origem em Moçambique, inclusive o trabalho (FMI, 2014).
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VI. Conclusão

Os megas projectos, que exploram e alavancam os recursos naturais em Moçambique são


importantes para criação de empregos e por serem orientados para exportação, estes projectos
ligam Moçambique a economia internacional. Trazem também tecnologia e conhecimento
especializado, gestão para o país e exibem Moçambique aos investidores estrangeiros em
potencial. Concebidos de maneira apropriada podem induzir investimentos que melhorem os
estrangulamentos da infra-estrutura e desta maneira beneficiam outros sectores. Estes projectos
fornecem também oportunidades de formação para a força de trabalho de Moçambique.

Para as visões Marxistas o contributo do IDE é visto no contexto da divisão internacional do


trabalho entre o centro e periferia na qual o IDE representa a expressão do centro que tenta
controlar e exercer influência sobre a periferia, sendo, por isso é positivo para as multinacionais
na medida em que permite uma máxima extracção de recursos e seu aproveitamento, mas o IDE
é negativo para os países da periferia. Por outro lado, IDE é visto como forma superior de
desenvolvimento capitalista na medida em que é um instrumento central para a
internacionalização do capital (divisão internacional do trabalho como resultado da aliança e
rivalidade entre o trabalho e o capital), globalização do capital via IDE o qual responde há
estratégias corporativas. O IDE tem um carácter destrutivo e construtivo: (i) Destrutivo-
Modifica coisas que já existem e nesse processo, há coisas que se perdem (capacidades, grupos
sociais que sofrem); (ii) Construtivo- Pode criar uma grande massa se trouxer novos
trabalhadores, oferecer oportunidades de desenvolvimento da indústria, criar recursos para
desenvolvimento de capacidades produtivas na economia.
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VII. Bibliografia

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