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Gestão de Recursos Hídricos
Gestão de Recursos Hídricos
de Recursos Hídricos
Sumário
Apresentação................................................................................................................................................................ 3
Referências Bibliográficas........................................................................................................................................... 61
Expediente
Coordenação: Cláudia Dianni (Assessora de Comunicação Social | ANA)
Diagramação: Raylton Alves (ANA)
Ilustrações: Produtiva TI
Pesquisa: Verônica Lima (Produtiva TI)
Equipe ANA: Ana Carolina Braz, Daniel Cardim, Marcela Coelho e Natália Sampaio
Este material é parte integrante do curso Comunicação e Recursos Hídricos, que integra o catálogo de
cursos da Agência Nacional de Águas em cumprimento ao Art. 4º, XV, da Lei nº 9.984/2000, que confe-
re à ANA a atribuição de “estimular a pesquisa e a capacitação de recursos humanos para a gestão de
recursos hídricos”. Os conteúdos desta públicação podem ser reproduzidos, desde que citada a fonte.
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Voltar ao Sumário Apresentação
A Comunicação faz parte da gestão estraté- Apesar da importância do tema, a disponi-
gica das instituições, entidades, órgãos e or- bilização de informações e a compreensão
ganizações. O reconhecimento da sociedade da sociedade sobre o Sistema Nacional de
é meio e fim para a existência dessas organi- Gerenciamento de Recursos Hídricos (SIN-
zações. Por isso, o estabelecimento de uma GREH) ainda são insuficientes.
comunicação eficiente e eficaz com seus pú-
blicos, interno e externo, é fundamental, prin- Talvez isso deccorra também do fato de que por
cipalmente para uma legislação e um siste- muito tempo a água tenha sido considerada
ma (de recursos hídricos) desenvolvidos para um recurso natural renovável e abundante que
serem descentralizados e participativos. poderia atender, sem maiores restrições, a qua-
se todos os seus usos. Mas a partir da segun-
No entanto, a disponibilização de informações da metade do século passado, o crescimento
ainda não é suficiente para a sensibilização e demográfico, o uso intensivo da água nos pro-
mobilização da sociedade para as questões cessos produtivos e a poluição gerada pelas
que envolvem a gestão dos recursos hídricos atividades humanas provocaram, mesmo em
e tampouco para os processos comunicativos regiões úmidas, uma drástica reavaliação dos
entre os entes do Sistema Nacional de Ge- conceitos sobre recurso renovável e abundante.
renciamento de Recursos Hídricos, ou seja,
órgãos gestores de recursos hídricos, cole- As sociedades de vários países industriali-
giados (comitês de bacia e conselhos de re- zados conscientizaram-se dos graves riscos
cursos hídricos) e agências de bacia, que são que corriam caso não mudassem a manei-
os braços executivos dos comitês. Em uma ra de administrar o uso e o aproveitamento
organização articulada em formato sistêmico, de suas águas. Desde então, muitos países
como é o caso do SINGREH, a comunicação começaram a incorporar em suas políticas e
cumpre um papel fundamental. legislações novos modelos para administrar
e cuidar de seus recursos hídricos.
Veja nesta animação sobre o Comitê de
bacias, como o sistema de recursos hídricos No Brasil, não foi diferente. Nestas últimas dé-
é multidisciplinar e possui diversos públicos, cadas ocorreram significativas transformações
o que requer uma comunicação democrática, na área de recursos hídricos. Se de um lado
transparente e eficiente. certos problemas tornaram-se mais graves e
complexos, por outro, ampliaram-se as opor-
tunidades de discussão e de soluções, além
de ter sido criado um arcabouço jurídico ins-
titucional a partir da Constituição Federal de
1988 e da promulgação da Lei 9.433 de janei-
ro de 1997, que instituiu a Política Nacional de
Recursos Hídricos e criou o Sistema Nacional
de Gerenciamento de Recursos Hídricos (SIN-
GREH). No entanto, a Lei e o Sistema ainda são
desconhecidos da sociedade.
3
2006 entre mais de mil pessoas em 207 mu- Portanto, é necessário criar as bases para am-
nicípios, apontou que: pliar e democratizar as discussões sobre os te-
mas relacionados a água de forma a estimular
o permanente diálogo e aumentar o poder da
sociedade por meio da informação e da par-
ticipação na implementação e acompanha-
mento da Política Nacional de Recursos Hídri-
cos, fortalecendo os canais de comunicação
existentes, criando novos, e aperfeiçoando os
meios de interlocução social.
4 Apresentação
Diante desse cenário, torna-se cada dia mais
necessário pensar na comunicação como
parte das estratégias de gestão dos recursos
hídricos. Isso porque quanto mais informa-
ções de qualidade sobre o tema circularem,
maiores serão as possibilidades de melhorias
significativas na conservação e uso susten-
tável da água, de modo a influenciar positi-
vamente os valores e hábitos ambientais da
sociedade. Ou seja, o planejamento de comu-
nicação é muito importante para a gestão de
recursos hídricos, porque é parte significativa
na composição do planejamento de gestão a
ser construído pelo Sistema Nacional de Ge-
renciamento de Recursos Hídricos (SINGREH).
Apresentação 5
Unidade 1
Comunicação: Origem e Fundamentos Voltar ao Sumário
6
Ethos: Remete ao caráter, credibilidade e Hoje é essencial pensar na argumentação e
confiança do interlocutor. Está diretamente nos conceitos envolvidos em tal processo para
ligado ao conceito de ética; analisar os meios de comunicação. A todo o
Pathos: Remete à paixão e está relacionado tempo as audiências desses meios estão ex-
aos sentimentos da audiência. Relaciona-se postas a argumentos que tentam persuadi-las
com o que hoje conhecemos como empatia; em algum aspecto: seja para consumir algo,
Logos: Remete especificamente ao conheci- ou para corroborar uma ideia, um discurso, ou
mento ou à razão lógica da própria mensagem. mesmo a versão de um fato ocorrido.
Esses três aspectos formam, segundo os es- Conceitos e Práticas em Comunicação Social
tudos aristotélicos, a base da argumentação
retórica, que se configura como um proces- Já que conhecemos as origens dessa forma
so dinâmico, e não um fenômeno estático. de argumentação pública, vale também en-
Observe o esquema: tendermos as principais correntes teóricas e
alguns intelectuais que analisam os meios
de comunicação e seus argumentos para
refletir sobre como a contribuição desses
intelectuais pode nos ajudar a pensar estra-
tégias para divulgar conteúdos em gestão
de recursos hídricos.
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temática da Comunicação populariza a uti- Outras correntes ampliaram o uso do termo
lização da palavra informação como ‘trans- informação ao incorporar a interpretação, ou
missão linear de dados’. seja, o significado que as informações carre-
gam em si ou os significados que a elas são
Transmissão linear de dados atribuídos. Foram incorporadas outras áreas
do conhecimento, como os estudos da Psico-
logia. O Behaviorismo, iniciado a partir de 1913
por John B. Watson (foto), baseado no mode-
lo de estímulo e resposta como “motores do
comportamento humano”, influenciou várias
teorias, como por exemplo a que ficou conhe-
cida como Agulha Hipodérmica.
Vejamos como seria a aplicação desse con-
ceito, por exemplo, na transmissão de dados Teoria Hipodérmica
captados pela Rede Hidrometeorológica Na-
cional, que monitora o Brasil. Surgiu no período entre guerras e seu nome
alude à agulha da seringa de injeção por des-
crever a capacidade dos meios de comuni-
cação de inserir conteúdo. Essa teoria consi-
derou as massas um todo homegêneo, sem
olhar as diferenças individuais. A mensagem
atingiria o público e o levaria a agir com uma
resposta. A Teoria Hipodérmica, que explorou
o caráter manipulador da comunicação, foi a
Fonte: https://www.timetoast.com/timelines/john-b-watson--2 base de livros sobre propaganda e propagan-
da de guerra. O foco estava no emissor.
Teoria Funcionalista
Studium
Entre os anos 50 e 60 a Escola Francesa, ins- O que para você seriam studium e punctum
pirada pelo estruturalismo, que considera os nas imagens ao lado?
Zig Koch / Banco de Imagens ANA Zig Koch / Banco de Imagens ANA
Teoria da Dependência
“O que tenho a dizer está destinado a atingir Luiz Beltrão, primeiro doutor de comuni-
todo mundo? ” cação do Brasil, desenvolveu o conceito
“Estou disposto a fazer de modo que meu Folkcomunicação que trata de pesquisar as
discurso, por sua forma, possa ser entendido formas de comunicação não hegemônicas,
por todo mundo? ” ligadas direta ou indiretamente ao folclore
“Será que ele merece ser entendido por popular, que grupos minoritários ou margi-
todo mundo? ” nalizados encontram para transmitir conte-
údos a seus pares – sejam ideias, opiniões,
Teoria Crítica informações de interesse coletivo. A Folkco-
municação organizada por Beltrão tornou-se
Na América Latina, a partir da década de a primeira teoria genuinamente brasileira.
1960, foi principalmente a Teoria Crítica da
Escola de Frankfurt que influenciou os es- Exemplos de Folkcomunicação são os folhe-
tudos sobre comunicação em um contexto tos de cordel (foto), grafites, apresentações
de efervescência política em diversos pa- de cantadores populares (como os repentis-
íses – principalmente durante as ditaduras, tas), entre outras formas.
Paulo Freire
Educomunicação
A “Educomunicação” e o pensamento de
Paulo Freire são as bases inspiradoras do
subprograma IV.3 – Comunicação e Difusão
de Informações em Gestão de Recursos Hí-
dricos do Plano Nacional de Recursos Hídri-
cos, cujo objetivo é difundir conceitos, inicia-
tivas e demais informações relativas à Gestão
dos Recursos Hídricos para o conjunto da
sociedade em regiões e bacias hidrográficas,
fortalecendo os canais de comunicação exis-
tentes e possibilitando a criação de novos
canais de interlocução social.
Marshall McLuhan
A “Educomunicação” também é citada na
Resolução 98 (março de 2009) do Conselho poradas, como a sincronicidade, a velocida-
Nacional de Recursos Hídricos, que estabe- de e a anarquia. A comunicação passa a po-
lece princípios, fundamentos e diretrizes na der ser feita a qualquer momento. Segundo
área de informação e educação, no âmbito Eugenio Trivinho, André Lemos, entre outros
da Gestão Integrada de Recursos Hídricos, autores, a internet permitiu um caleidoscó-
do Sistema Nacional de Gerenciamento de pio (veja-o na próxima página) onde são vei-
Recursos Hídricos. culados textos, vozes, imagens e animações
por computadores, tablets e celulares.
Redes e Comunicação Digital
Manuel Castells
Marshall McLuhan
Para o sociólogo espanhol Manuel Castells,
Nos anos 60, o canadense radicado nos EUA novas tecnologias da informação estão inte-
Marshall McLuhan ficou conhecido por vis- grando o mundo em redes interligadas glo-
lumbrar a Internet quase trinta anos antes de balmente, que se tornam fonte de formação,
ser inventada. É dele o termo Aldeia Global. orientação e desorientação da sociedade.
Paara ele a Internet é, acima de tudo, uma
McLuhan queria dizer que o progresso tecno- criação cultural (A Galáxia da Internet, 2003).
lógico levaria as pessoas a viver como em uma Considerado o principal analista da era da
aldeia, em que todos poderiam se comunicar. informação e das sociedades conectadas
Entre seus livros, os mais famosos são A Men- em rede, Castells einvestiga os efeitos da
sagem é o Meio e A Galáxia de Gutemberg. informação sobre a economia, a cultura e a
sociedade em geral. Professor emérito da
Com a popularização da Internet a partir dos Universidade do Sul da Califórnia, Los Ange-
anos 90, outros termos foram incorporados les, e da Universidade da Califórnia, Berke-
aos estudos da comunicação, como ciberes- ley, Ele também é autor da trologia A Era da
paço e cibercultura. O foco deixou de ser o Informação - A Sociedade em Rede (1996); O
esquema tradicional de emissor, receptor e Poder da Identidade (1997); Fim do Milênio
mensagem e a transmissão da comunicação (1998) e do livro O Poder da Comunicação
eletrônica. Outras preocupações foram incor (2009), entre outros.
17
sociais, estimulando a criação de políticas
públicas; promover um melhor entendimen-
to da sociedade sobre as funções do setor
público, estimulando a participação social e
a consciência da cidadania, entre outras.
Comunicação Integrada
18 Resumo da Unidade 1
Voltar ao Sumário
Unidade 2
Conceitos e Práticas em Comunicação Social
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vel por entrar em contato com a imprensa para Radialistas
chamar a atenção de assuntos que interessem
à instituição que representa que sejam divul- Os radialistas são profissionais que trabalham
gados, ou seja, para sugerir e ajudar na produ- com as questões técnicas de transmissão de
ção de matérias (atuação ativa). Ele também informação via ondas de rádio, em veículos de
atende jornalistas, quando procurado (atuação comunicação que utilizam esse suporte técni-
passiva), de veículos de comunicação para co. Embora o nome do profissional remeta às
fornecer informações interessantes ou pres- transmissões pelo rádio, também inclui profis-
tar esclarecimentos sobre a entidade que re- sionais que trabalham
presenta. Geralmente, o assessor de imprensa viabilizando tecnica-
também é responsável por apurar informações mente a transmissão
e redigir matérias para os canais de comunica- de informações em te-
ção da instituição, mas com a diferença de que levisões. Também são
os temas sobre os quais escreve estão ligados conhecidos como pro-
à instituição na qual trabalham. fissionais de rádio e TV.
Relações publicas
Entrevista
Pauta Release
Texto que orienta o jornalista no desenvolvi- O release é um tipo de texto jornalístico muito
mento de uma reportagem, uma pauta con- semelhante às matérias, que tem como ob-
tém as principais informações sobre o tema, jetivo chamar a atenção de jornalistas e veí-
dados complementares, informações sobre culos de comunicação para um tema espe-
as possíveis e mais indicadas fontes, além de cífico. O nome se origina na expressão press
orientações sobre as melhores abordagens release, que no inglês se refere à divulgação
do tema. Pode ser apresentado de diversas para a imprensa. Com o uso corriqueiro, a
maneiras, a depender do veículo de comuni- expressão foi reduzida apenas a release. O
cação. Os assessores de imprensa também formato dos releases tem, cada vez mais, se
podem organizar pautas a serem enviadas aproximado de matérias e reportagens, for-
como sugestões para jornalistas nas reda- necendo informações cada vez mais deta-
ções. Geralmente, estas sugestões surgem lhadas e completas para o jornalista, já que
das próprias conversas entre jornalistas e com o desenvolvimento tecnológico a fun-
Vídeo – documentário
sa ou produto. O ideal é que tenha um concei-
É um tipo de vídeo que apresenta uma realidade to por trás da ideia, ou seja, um criativo argu-
específica com vistas a sensibilizar o espectador mento persuasivo. O termo em inglês provém
para aquele assunto. Geralmente utiliza lingua- do gaélico “sluagh-ghairm” que significa “grito
gem muito próxima do jornalismo, mas pode de guerra”. E é mesmo, já que a ideia é chamar
explorar técnicas mais subjetivas, bem como a atenção. Lembra-se da campanha do rio São
recursos complementares, como trilha sonora, Francisco que vimos anteriormente?
Principais conceitos aprendidos nesta unidade: contratados. No entanto, essa longa descri-
ção de conceitos também tem como objetivo
Profissionais de comunicação familiarizar os integrantes dos comitês de ba-
cia com os termos utilizados recorrentemen-
As ações de comunicação na sociedade po- te na área de comunicação, a fim de esta-
dem ser exercidas por diversos profissionais, belecerem relacionamentos com jornalistas
que desempenham diferentes papeis: jorna- e outros profissionais. A aproximação com o
listas, radialistas, publicitários, designers e re- universo da comunicação e seus profissionais
lações públicas compõem a gama de atores pode render boas pautas e matérias, espon-
que fazem da comunicação uma profissão. taneamente. Mantenha seus contatos com
Dentre esses, os jornalistas merecem aten- profissionais da comunicação em dia!
ção especial, já que podem atuar em diversas
frentes, como assessoria de imprensa, repor-
tagem, edição, produção, entre outras.
DICA
IMPORTANTE
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Unidade 3
Canais de Comunicação e Formas de Relacionamento
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Qualidade e interesse da informação No caso do exemplo que usamos para mos-
trar um briefing, na unidade 2, o da Bacia do
A primeira e mais importante estratégia de Rio Cristal, uma notícia que destacasse o as-
sensibilização é a qualidade da informação soreamento nos lagos dos reservatórios das
que será divulgada. Jornalistas buscam infor- duas usinas hidrelétricas instaladas da Bacia,
mações de interesse da população, ou seja, Esmeralda e Rubi, que tem impacto direto na
relevantes para a sociedade, principalmente captação das águas e na disponibilidade da
quando as consequências dos fatos informa- água para a geração de energia, seria de am-
dos são capazes de influenciar uma parcela plo interesse regional, tendo em vista a ame-
significativa da sociedade em geral ou de uma aça direta ao fornecimento de energia para
determinada região. Em jornalismo, o conceito a população, podendo causar aumento na
de “valor-notícia” está diretamente relaciona- tarifa e até mesmo racionamento de água e
do a essa estratégia, pois se refere à expressi- de energia. Por outro lado, uma reunião para
vidade do tema para a comunidade onde será decidir questões internas do comitê de bacia
veiculada. Para determinar o valor-notícia, os não será importante para o público amplo,
jornalistas utilizam alguns parâmetros, chama- nem vai chamar a atenção num contexto de
dos de critérios de noticiabilidade. outras notícias possíveis.
Conhecer o tema
dem se destacar em uma mesma instituição de
acordo com suas especialidades.
4 da entrevista
Definir e defender uma
Preparação do profissional 5 “mensagem-chave”
O mais importante nessa tentativa de definição é forme serão vistos na próxima unidade. A partir
destacar que a publicidade e a propaganda são dessa ideia central, é criada uma imagem que
instrumentos do marketing, que é outro concei- vai identificar e caracterizar a instituição. Vale
to muito importante no contexto da comunica- ressaltar que a marca também pode ser defini-
ção. Segundo a American Marketing Association, da especificamente para produtos, campanhas
o marketing seria uma função organizacional ou ações de mobilização especiais. É recomen-
que engloba um conjunto de processos: a cria- dável que a marca seja criada por uma agência
ção, a comunicação e a entrega de valor para os especializada, o que exige um investimento re-
clientes, bem como a administração do relacio- lativamente alto. No entanto, a importância des-
namento com eles, com o objetivo de beneficiar se passo para a consolidação da instituição na
a organização e seu público interessado. sociedade é de extrema importância.
Web Analytics: atua na aferição de audiência IBOPE (Instituto Brasileiro de Opinião Pública e
da internet, que é feita através de códigos que Estatística): um dos principais órgãos de audi-
são ligados às páginas da internet e permitem a toria de audiência, principalmente televisiva, do
medição do número de acesso que uma página Brasil. Já atua há mais de 70 anos no mercado na
recebe. Também permite a qualificação desse área de medição de audiência, opinião pública, e
número de acesso, especificando quantos na- comportamento de consumidores. Tem diversi-
vegadores (browsers) acessaram uma página, ficado sua atuação, para medição da audiência
por quanto tempo, com que frequência, etc. A na internet no Brasil o Ibope tem parceria com o
limitação desse método é a imprecisão do nú- Nielsen. A partir de 2015, o Instituto alemão GFK
mero de pessoas, já que a mesma pessoa pode também passou a fazer medições no Brasil.
acessar uma página de navegadores diferentes;
e do mesmo modo, um único navegador pode Google Analytics: serviço gratuito oferecido
ser compartilhado por pessoas diferentes. pelo Google para a medição da audiência de
Outra questão específica ligada à publicidade Uma das formas mais interessantes de alcan-
e propaganda que também pode exigir um in- çar os públicos de forma direta e objetiva são
vestimento financeiro é a utilização de direitos as Relações Públicas. Essa área do conheci-
autorais e direitos de imagem. Ao divulgar um mento busca estratégias cada vez mais efi-
assunto, é possível utilizar textos, imagens, ví- cientes de relacionamento com os diversos
deos, entre outros instrumentos que deman- públicos de interesse. No caso da gestão dos
dam autoria e o uso de imagens (fotografias, recursos hídricos, os públicos são muitos, e
desenhos, ilustrações, etc.). bem variados, tais como pesquisadores, uni-
versidades, imprensa, usuários, sociedade ci-
Ao fazer uso desses instrumentos é necessário vil e os próprios integrantes do Singreh: órgãos
atentar para as leis que regulam os direitos auto- gestores de recursos hídricos, conselhos de
rais e direitos de uso de imagens Lei 9.610/1998. recursos hídricos, comitês de bacias hidrográ-
Para estreitar o relacionamento com esses pú- Um bom exemplo dessa prática é a organização
blicos, a área de Relações Públicas utiliza como de mini expedições, feitas pelo Projeto Manuel-
instrumento fundamental a realização de even- zão em Minas Gerais. O Projeto conta com forte
tos, que podem ser definidos como o ato de reu- envolvimento das comunidades locais, como
nir pessoas e/ou instituições em determinado por exemplo: a elaboração de mapas para os
local, a partir de um objetivo comum pré-defini- participantes, atividades realizadas em campo,
do. Os eventos são ótimas oportunidades de for- como caminhadas e apresentações culturais.
talecer positivamente a imagem das instituições. As mini expedições citadas são organizadas
para divulgar a importância da preservação das
Tipos de eventos bacias hidrográficas da região e já foram reali-
zadas com as chamadas “descidas” pelos rios
Vamos conhecer os diferentes tipos de even- Curimataí e Taquaraçu e pelo Ribeirão da Mata.
tos a depender dos efeitos que se quer produ-
zir ao reunir as pessoas. Veja a seguir. Honoríficos: têm como objetivo homenage-
ar personalidades de determinada área com
Expositivos ou Demonstrativos: têm como honrarias concedidas pela instituição pro-
objetivo divulgar produtos, serviços, publica- motora do evento. Também podem ser iden-
ções, por meio de uma exposição pública, que tificados como eventos competitivos, pois
pode ocorrer durante um período, ou apenas geralmente estão ligados a um concurso ou
algumas horas como feiras, salão, mostra, ex- competição prévia. Exemplos: entrega de tí-
posição, inauguração de espaços. Na Bacia do tulos, medalhas, placas, diplomas ou prêmios.
Rio Cristal, o exemplo do briefing da Unidade Um exemplo é o Prêmio ANA, que a cada dois
2, poderia ser a inauguração da sede do comi- anos premia melhores práticas na gestão e
tê de bacia, ou uma mostra de fotos enviadas uso sustentável de recursos hídricos, além de
pela sociedade civil sobre a importância e ou reportagens sobre o tema.
degradação do Rio Cristal e seus afluentes.
Acesse o site para ver o Prêmio ANA:
Acesse o site para ver a Exposição Fotográ- http://premio.ana.gov.br/Edicao/2017/de-
fica Vale Ouro: fault.aspx
http://dacc.univasf.edu.br/?page_id=2308
Dialogais: têm como objetivo difundir infor-
Sociais ou Coloquiais: são eventos que mações. Para isso, reúnem autoridades e es-
utilizam encontros sociais, entretenimen- pecialistas para fomentar debates e promover
to ou lazer, para promover o compartilha- reflexões sobre os temas em questão. Podem
mento de ideias e a aproximação dos par- ser responsáveis pela produção de conhe-
ticipantes. Nessa perspectiva, a escolha do cimento, a ser apresentado em publicações
público convidado é estratégica para o êxito divulgadas posteriormente, como forma de
do evento. Geralmente, os eventos sociais consolidar as discussões promovidas como
compõem outros eventos maiores como seminário, simpósio, congresso, palestra, con-
coffee break, brunch (café da manhã prolon- ferência, workshop, fóruns, etc. No caso da
gado, em estilo buffet), almoços, jantares, Bacia do Rio Cristal, poderia ser proposto, por
happy hour, saraus, etc. Para a Bacia do Rio exemplo, um seminário conduzido por espe-
Cristal, seria possível pensar em um café da cialistas sobre os desafios e oportunidades na
manhã para jornalistas para esclarecer so- implementação dos instrumentos de gestão
bre a importância da cobertura da impren- na Bacia. Vamos conhecer alguns dos princi-
sa no processo de instituição da cobrança pais formatos de eventos dialogais.
do uso da água na Bacia, com o objetivo de Seminários
Acesse o site para ver um exemplo: Cada evento pode ter um cerimonial ou um pro-
http://www.mma.gov.br/acessibilidade/ tocolo específico. Tratam-se de ritos específicos
Principais conceitos aprendidos nesta unidade: ors, materiais para campanhas especiais. Mui-
tas vezes essas peças se constituem como
Relacionamento com a Imprensa uma forma de inserção paga (mídia paga).
Mas também é possível conseguir inserções
É importante oferecer uma informação de espontâneas de um assunto na mídia, como
qualidade e que tenha de fato relevância acontece com as campanhas de conscienti-
para o interesse público. Os jornalistas utili- zação, dado seu interesse público.
zam alguns critérios de noticiabilidade, ou
seja, pressupostos para que uma informação Na produção de peças publicitárias, é neces-
se torne notícia. Por isso, é importante estar sário ficar atento às questões de direito auto-
atento para a diferença entre informações de ral e o direito de uso de imagem.
interesse do público interno e do público ex-
terno. Cada tipo de informação pode ser tra- Relações Públicas
balhado de forma diferente.
É a área do conhecimento que busca desen-
Porta-Voz volver estratégias de relacionamento com
o público. Sua principal ferramenta são os
Para garantir a qualidade da informação for- eventos, que podem ser: expositivos, sociais,
necida, é importante que os porta-vozes es- dialogais, honoríficos. Para a realização de
tejam bem preparados para representar a um evento é válido ficar atento aos protoco-
instituição diante da imprensa. Essa é uma los e cerimoniais necessários.
figura importante, sobre quem recai muita
responsabilidade. Por isso, o porta-voz deve Comunicação Digital
se preparar da melhor maneira possível, além
de prezar por sua imagem de credibilidade. Diversos instrumentos surgidos com a inter-
Também se recomenda que os porta-vozes net, sobretudo as redes sociais, podem ser
tenham sempre em vista uma mensagem- utilizados para promover o contato direto com
-chave a ser transmitida durante a entrevista. os públicos da instituição. A possibilidade de
entrar em contato direto com o público que
Gestão de Crise se quer atingir é sempre interessante, pois
essa forma de interação sem intermediários
As instituições podem passar por momentos apresenta muitos potenciais. Além disso, a in-
de crise, e a área de comunicação não deve tegração das ferramentas online com as es-
ficar alheia a esse processo. A conduta deve tratégias off-line também é importante para o
ser de cautela diante dos problemas, evi- êxito na área de comunicação.
tando mentiras e o prolongamento da crise,
além de realizar o monitoramento de cada in-
formação que circular sobre o tema.
Publicidade e Propaganda
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Unidade 4
Voltar ao Sumário Planejamento de Comunicação
51
Como planejar? Vamos aplicar esses questiona- 3) Qual a opinião e a expectativa dos dife-
mentos ao exemplo do briefing utilizado na Uni- rentes públicos de interesse?
dade 2: Um Plano de Comunicação para a Insti-
tuição da Cobrança pelo Uso da Água na Bacia Procure responder as seguintes questões,
do Rio Cristal. Veja o exemplo do briefing para o depois clique sobre cada uma delas para
plano de comunicação no ambiente virtual. conhecer exemplos de respostas para a Ba-
cia do rio Cristal.
O que vamos planejar?
1) Qual (is) problema (s) quero resolver com
As ações de comunicação e mobilização e seu meu plano de comunicação?
devido cronograma para disseminar informa- Desconhecimento, resistências e falta de infor-
ções e conhecimentos sobre a cobrança pelo mações sobre a cobrança pelo uso da água
uso da água na Bacia do Rio Cristal. na Bacia do Rio Cristal;
Principais conceitos aprendidos nesta unidade: vidades a serem realizadas para a divulgação:
diagnóstico, definição de objetivos, públicos,
O que é planejar estratégias e ferramentas a serem utilizadas.
60
Voltar ao Sumário Referências bibliográficas
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