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Um Estudo de Válvulas Rotativas Conectadas

em Rede de Comunicação PROFIBUS


Erick Paparidis Brancher & Matheus Balduino Justino

Abstract— The application of the PROFIBUS industrial Dessa forma, esse trabalho tem por objetivo realizar um
communication network in the control of rotary valves is very estudo da rede de comunicação industrial PROFIBUS aplicada
common in current industrial processes. Thereby, the aim of this ao controle de válvulas rotativas, realizando a monitoração,
study was to implement a supervisory system to monitor the valves controle e análise de diagnósticos de falhas, de um sistema
state, also, the connection to a PROFIBUS network, making it
montado em laboratório. Além disso, será projetado e
possible to monitor and control the industrial process in a
decentralized way, in addition to facilitating the maintenance and implementado um sistema supervisório, a fim de monitorar o
diagnosis of possible failures. The obtained results demonstrate the processo industrial através da comunicação do CLP com o
benefits of using the PROFIBUS protocol in industrial automation. escravo PROFIBUS conectado à válvula rotativa.
Keywords— PROFIBUS, rotary valves, supervisory system. O trabalho está dividido em cinco capítulos principais, sendo
Resumo— A aplicação da rede de comunicação industrial eles: Introdução (capítulo I), Conceitos e Definições (capítulo
PROFIBUS no controle de válvulas rotativas é algo comum nos II), Materiais e Métodos (capítulo III), Aplicações Práticas e
processos industriais atuais. Assim, o objetivo desse trabalho foi Resultados (capítulo IV) e Conclusão (capítulo V). Além das
implementar um sistema supervisório para monitorar o estado das referências bibliográficas.
válvulas e, além disso, a conexão em uma rede PROFIBUS, sendo
possível monitorar e controlar o processo industrial de forma
descentralizada, além de facilitar a manutenção e o diagnóstico de II. CONCEITOS E DEFINIÇÕES
possíveis falhas. Os resultados obtidos demonstram os benefícios da
utilização do protocolo PROFIBUS na automação industrial. Esse capítulo tem a finalidade apresentar as definições
Palavras-chave—PROFIBUS, sistema supervisório, válvulas teóricas dos métodos a serem utilizados nesse projeto, são eles
rotativas. o Controlador Lógico Programável (CLP), a rede PROFIBUS,
o sistema supervisório e as válvulas rotativas como foco.
I. INTRODUÇÃO
A. Controlador Lógico Programável
As válvulas rotativas são componentes fundamentais em
muitos processos industriais que envolvem o controle de fluxo Controlador Lógico Programável é um tipo de equipamento
de materiais pulverulentos, líquidos e gasosos. O uso dessas eletrônico utilizado em aplicações para controle de máquinas e
válvulas pode ser encontrado em diversas aplicações, tais como processos industriais. [3]
nos setores alimentício, farmacêutico, químico e de É composto por uma unidade de processamento (CPU),
processamento de materiais. Em muitos desses processos, a entrada e saída de dados (digitais ou analógicas), uma interface
automação é essencial para garantir um controle preciso e de programação, além de ser possível a instalação de módulos
seguro das operações. Nesse sentido, a utilização de uma rede adicionais para entradas e saídas, memórias extra e até suporte
de comunicação PROFIBUS (PROcess FieldBUS) pode ser para redes industriais. O CLP é projetado para processar
uma solução para conectar as válvulas rotativas em um sistema informações provenientes de suas entradas, comumente
de automação. [1] conectada à sensores, interpretá-las e de acordo com a lógica
O protocolo de rede PROFIBUS é um protocolo de definida pelo usuário, acionar os atuadores que estão em suas
comunicação amplamente utilizado na automação industrial, saídas. Durante todo o ciclo, é possível também monitorar
com a finalidade de conectar dispositivos e equipamentos em variáveis do sistema, como pressão, temperatura, com a ajuda de
uma rede de comunicação. A utilização desse protocolo oferece sensores. [3]
diversos benefícios, tais como a redução de custos, o aumento Um CLP possui memórias voláteis e não voláteis que fazem
da eficiência de produção dos bens de consumo e a melhoria da com que seja possível programá-lo e alterar seu funcionamento
qualidade dos processos. Ao conectar as válvulas rotativas em durante o processo, e manter dados fixos que são necessários
uma rede PROFIBUS, é possível controlar sua operação de para o funcionamento correto da CPU. [3]
forma remota, além de facilitar a manutenção e o diagnóstico A Figura 1 ilustra uma unidade de processamento do CLP. A
de possíveis falhas. [2] unidade de microprocessamento é responsável por varrer as
memórias do CLP, e caso receba uma instrução via programa,
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Instituto Nacional de aciona o dispositivo de comunicação afim de acionar uma das
Telecomunicações (INATEL) como parte dos requisitos para obtenção do Título entradas ou saídas do próprio.
de Bacharel em Engenharia de Controle e Automação. Aprovado em 23/06/2023
pela comissão julgadora: prof. Dr. Alexandre Baratella Lugli / INATEL –
Orientador e Presidente da Comissão Julgadora, prof. Esp. João Pedro M. de P.
Paiva / INATEL – Membro da Comissão Julgadora, prof. Msc. Egídio
Raimundo Neto INATEL – Membro da Comissão Julgadora. Coordenador do
Curso de Engenharia de Controle e Automação: Prof. Dr. Alexandre Baratella
Lugli.
projetado para operar com taxa de dados de até 12Mbps na
transmissão de dados. Possui como vantagens a sua capacidade
de se integrar com outros protocolos de comunicação, como
PROFIBUS PA (Process Automation) e o fato de poder ser
utilizado para substituir o uso do sinal analógico padrão 24Vdc
em sistemas de automação de manufatura. [2]
A Figura 3 ilustra um diagrama em blocos da rede PROFIBUS,
nela estão ilustrados exemplos de topologias de rede permitidas,
a conexão via meios físicos entre mestre-escravo, e também
equipamentos comumente utilizados como periféricos da rede.
Exemplos de Rede PROFIBUS DP e PROFIBUS PA conectadas
entre si. [2]

Figura 1. Arquitetura completa de processamento do CLP. [3]

A programação dos controladores lógicos programáveis é


definida pela norma IEC 61131-3, contendo cinco linguagens de
programação definidas, sendo elas: Diagrama de Blocos de
Funções (FBD), Linguagem Ladder (LD), Sequenciamento
Gráfico de Funções (SFC), Lista de Instruções (IL) e Texto
Estruturado (ST). [3]
A Figura 2 ilustra o ciclo de varredura de funcionamento de
um CLP, começando pela verificação de dados nas entradas, em
seguida caso haja mudanças os dados são atualizados na
memória, verifica os comandos do programa do usuário e caso
necessário, atualiza os dados em suas saídas. [3]

Figura 3. Diagrama do protocolo PROFIBUS. [2]

Os meios de transmissão mais utilizados no PROFIBUS são


os padrões RS-485 e fibra ótica para o PROFIBUS DP. A
conexão através do meio físico RS-485 é estruturada em
barramento linear, com um cabo na cor roxa composto de par
trançado de fio de cobre blindado, conforme mostra a Figura 4.
[2]

Figura 2. Ciclo de varredura de um CLP. [3]


Figura 4. Cabo PROFIBUS DP. [2]

B. Rede PROFIBUS
C. Sistema Supervisório
O PROFIBUS é um protocolo do tipo padrão aberto, que opera
O sistema supervisório (também conhecido como SCADA -
como uma rede de controle para interligar CLP’s e outros
Supervisory Control and Data Acquisition) é uma ferramenta
equipamentos aos sensores e atuadores conectados aos
utilizada para monitorar e controlar processos industriais em
periféricos do sistema, baseado em uma estrutura mestre-
tempo real, fornecendo uma visão geral que reúne informações
escravo, ou seja, o mestre é responsável por controlar a
de dispositivos e equipamentos de campo, como sensores, CLPs
comunicação na rede, enquanto os dispositivos escravos durante
e outros atuadores, e apresentando-as em uma interface gráfica
o processo enviam e recebem dados do mestre. Possui a
de usuário. [4] [5]
capacidade de suportar até 126 dispositivos totais conectados em
O sistema supervisório é capaz de coletar, armazenar, analisar
uma única rede, com a faixa de endereços disponível para uso de
e exibir informações sobre variáveis de um processo industrial,
0 a 125. Caso necessário a rede também pode conter um segundo
tais como, temperatura, pressão, vazão e entre outros,
Mestre, chamado Mestre Classe 2, que também é capaz de
permitindo que o usuário monitore em tempo real o processo de
monitorar a rede e fazer comunicação com os escravos e
produção, tomando decisões baseadas nos dados apresentados.
configurações básicas na rede sem interferir no processo do
Também é capaz de gerar alarmes e notificações quando
Mestre Classe 1. [2]
situações consideradas anormais no processo são detectadas,
Por ser um protocolo aberto com padrão garantido por norma
avisando os operadores que correções ou reparos serão
(IEC 61158-3), o PROFIBUS consegue conectar equipamentos
necessários. [4] [5]
de diversos fabricantes distintos em uma só rede de
comunicação. O PROFIBUS DP (Decentralized Periphery) é
Destacam-se os trabalhos [6], [7] e [8] já realizados
envolvendo sistemas supervisórios e redes de comunicação
industriais, PROFIBUS DP ou PROFINET, realizando a
integração entre as diferentes tecnologias com um sistema
supervisório.

D. Válvulas Rotativas

As válvulas rotativas são dispositivos mecânicos utilizados


em processos de manuseio, controle e transporte de materiais
industriais como fluídos, gases, vapores, componentes químicos
e água. [9] [10]
São projetadas para controlar o fluxo dos materiais citados,
utilizando como princípio uma barreira cilíndrica que permite Figura 6. Exemplo de válvula rotativa, do tipo borboleta. [9]
ser regulada de acordo com a especificação desejada ou vedando
totalmente o material, evitando vazamentos e contaminação do III. MATERIAIS E MÉTODOS
material em contato com a válvula. [9] [10]
A Figura 5 ilustra o diagrama de controle de uma válvula Para desenvolver o projeto em questão, uma aplicação
rotativa através das variáveis de processo. O sensor que industrial de uma válvula rotativa conectada à rede industrial,
monitora a válvula atualiza em tempo real as variáveis do será necessário utilizar, o CLP Siemens modelo 1214C
processo, caso haja mudanças, transmite a mensagem ao DC/DC/DC, um cartão mestre PROFIBUS, modelo CM1243-5,
controlador que é necessária a mudança de estado da mesma. [9] uma válvula rotativa Série 14H duas vias do fabricante Hiter, e
um sistema supervisório Elipse E3.

A. Controlador Lógico Programável – CLP Siemens


1214 C

O CLP escolhido para desenvolvimento do projeto é o


modelo 1214C DC/DC/DC, da Siemens. Esse modelo vem
configurado de fábrica com quatorze entradas digitais de
24Vdc e dez saídas digitais de 24Vdc cada uma. Possui,
também, duas entradas analógicas (0 a 10V). Sua ferramenta de
programação é o software TIA Portal. Com ele é possível
configurar o CLP e também seus módulos conectados, além de
programar funções distintas de funcionamento, utilizando a
Figura 5. Diagrama de controle de válvula através de variáveis do processo.
[9]
linguagem Ladder, Diagramas de Blocos de Funções ou Texto
Estruturado. [11] A Figura 7 ilustra o CLP escolhido.
Como atualmente existe uma vasta gama de modelos e
fabricantes desse equipamento, se tornam necessárias algumas
classificações para escolher uma válvula adequada para
determinado trabalho. As classificações mais comuns são:
princípio de acionamento (manual, auto reguladora, controle),
deslocamento (linear, rotativo), tipo de abertura (linear, abertura
rápida, igual porcentagem), condição de falha (falha abre ou
falha fecha) e, também, de acordo com a capacidade de vedação
da válvula (definida pela norma ANSI B16.104). [9] [10]
No caso das válvulas rotativas utilizadas em ambientes
industriais a fim de controle automatizado, ou seja, inserida
como periférico em um sistema controlado por CLPs e
supervisórios via protocolos de rede, também é necessário
especificar alguns parâmetros extras, são eles: tipo de fluído,
temperatura, viscosidade, vazão, pressão, ruído máximo
permitido conforme legislação, existência de vaporização
(flashing) ou cavitação, diâmetro das tubulações de entrada e
saída, tipos de conexões (flange, rosca e solda), ação desejada Figura 7. CLP Siemens, modelo 1214. [11]
de falha, suprimento de ar de instrumentação, sinal e protocolo
de controle. [9] [10] B. Módulo Mestre PROFIBUS – CM1243-5
A Figura 6 ilustra um exemplo de válvula rotativa tipo
borboleta. Na Figura 6 é possível ver todas as partes de uma
O módulo CM1243-5, integrado ao CLP SIEMENS 1214
válvula, numeradas e identificadas. [9]
atua como um Mestre PROFIBUS, conectado à rede. Ele
consegue receber e enviar informações para os outros
periféricos que também estiverem conectados. [12] Nesse
projeto ele será responsável por realizar a comunicação
bidirecional entre o CLP e o escravo conectado à válvula
rotativa, recebendo e enviando dados e comandos ao longo do
processo. O módulo é ilustrado abaixo pela Figura 8. [12]

Figura 10. Válvula de controle Hiter, duas vias, série 14H. [14]

E. Sistema Supervisório – Elipse E3

O Elipse E3 é um sistema SCADA com a finalidade de


Figura 8. Módulo PROFIBUS CM1243-5. [12] monitorar e controlar processos, com coleta de dados e
integração desde Interfaces Homem-Máquina até centros de
C. Escravo PSH5-M32-DP operação em tempo real. Com o Elipse é possível criar estações
de monitoramento de dados e históricos de informações
O sensor PSH5-M32-DP, do fabricante Sense, é um escravo coletadas ao longo do processo. O Elipse E3 oferece recursos
PROFIBUS DP, que possui dois sensores do tipo magnético de programação para o gerenciamento de processos industriais,
para monitorar o estado de uma válvula, uma saída para atuar a através da integração de todas essas funções em uma
válvula e tendo a função de escravo com uma comunicação arquitetura única. [15]
bidirecional entre a válvula rotativa e o módulo mestre Será utilizado no projeto com a finalidade de
PROFIBUS acoplado ao CLP. Assim como a válvula, possui desenvolvimento de um ambiente supervisório que seja capaz
grau de proteção alto, podendo ser instalado e operar em de operar a abertura controlada da válvula através de comandos
condições remotas. A Figura 9 ilustra o escravo PSH5-M32-DP remotos. [15]
retirada de seu datasheet. [13]
IV. APLICAÇÃO PRÁTICA E RESULTADOS

Este trabalho tem como objetivo realizar uma análise da rede


de comunicação industrial PROFIBUS aplicada ao controle de
válvulas rotativas. O sistema montado em laboratório permite o
monitoramento, controle de abertura e sinalização. Além disso,
um sistema supervisório foi implementado e projetado para
monitorar o processo industrial controlado pelas válvulas
rotativas, incluindo entradas e saídas de controle.
A Figura 11 exemplifica em um diagrama o funcionamento do
sistema em geral. O sistema supervisório localizado no
computador, se comunica com o CLP através de cabo Ethernet,
Figura 9. Escravo PSH5-M32-DP. [13] o programa executado no CLP envia comandos para o escravo
PROFIBUS conectado à válvula. A conexão da rede PROFIBUS
é realizada por meio de um cabo RS-485 próprio para a realizar
D. Válvula de Controle Hiter - Série 14H a comunicação da rede entre o módulo mestre instalado junto ao
CLP e o escravo da rede.
A válvula série 14H é uma válvula rotativa tipo globo de duas
vias, projetada para fornecer ao usuário um controle total e
bloqueio de fluxo durante o processo. [14] Algumas de suas
aplicações na indústria são em processos de óleo e gás,
plataformas Offshore, refinarias, armazenamento e transporte de
gases, indústria química, geração de energia, entre outros. A
válvula é ilustrada pela Figura 10. [14]

Figura 11. Diagrama do projeto.


Já no módulo mestre PROFIBUS, a configuração é feita no
A. Instalação do Arquivo GSD padrão de rede PROFIBUS, por isso apenas necessita-se definir
Para configuração do CLP, o programa utilizado é o TIA seu endereço numérico na rede. Nesse caso o endereço utilizado
Portal. Porém o CLP e o escravo precisam se comunicar foi o #1, como mostra a Figura 15.
durante o processo, e como são de fabricantes diferentes
necessitam de configurações extras para que haja essa
comunicação. Para realizá-la, é necessário instalar um arquivo
extra na aplicação, conhecido como GSD (General Station
Description). Utilizando o TIA Portal, como mostrado na
Figura 12, é necessário fazer o seguinte caminho: aba
“Options/Manage general station description files (GSD”).

Figura 15. Configuração PROFIBUS.

Por fim, inseriu-se na rede o escravo PSH5, que está


conectado à válvula. Os escravos PSH5 possuem dip-switches
em seu corpo que permitem que seu endereço PROFIBUS possa
ser fisicamente configurado. Por isso, é necessário conferir a
posição dos switches para obter o endereço correto. Nesse caso,
o endereço configurado foi o #93. A Figura 16 mostra essa
Figura 12. Instalando arquivo GSD. configuração.

Após esse passo, é necessário localizar o arquivo GSD no


diretório, como ilustra a Figura 13, e instalar para funcionar a
comunicação.

Figura 13. Instalando arquivo GSD.

B. Configurando a Rede PROFIBUS

Após realizar a instalação do GSD, configura-se a rede


PROFIBUS. Primeiro, insere-se o CLP 1214C e o módulo
mestre PROFIBUS CM1243-5 no TIA Portal. Após inseridos,
o próximo passo é a configuração de endereços. Primeiro, no Figura 16. Configuração PROFIBUS.
CLP é feita a comunicação via Ethernet, configurando um
endereço de IP (Internet Protocol), como ilustra a Figura 14,
192.168.0.70. Após seguir todos os passos citados acima, o desenho da rede
no TIA Portal está ilustrado na Figura 17. Destacado em roxo as
conexões via rede PROFIBUS, e em verde a conexão entre CLP
e Computador/Supervisório, feita por cabo Ethernet.

Figura 14. Configuração porta Ethernet.


Figura 19. Função Permit Acess with PUT/GET communication from remote
partner.

Figura 17. Aba Network View do projeto.

Figura 20. Tela para configuração do driver.


C. Comunicação Sistema Supervisório Elipse E3 e TIA
Portal

Para estabelecer a comunicação entre o TIA Portal e o


Elipse E3, é necessário realizar algumas configurações.
Primeiro, o CLP deve ser configurado para habilitar funções do
protocolo ISOTCP S7-Communication, permitindo a troca de
dados e visualização de tags de controle no supervisório.
Depois disso, é preciso instalar um driver Mprot no Elipse E3
para receber informações de tags de controle e trocar dados
com o CLP em tempo real, permitindo o monitoramento do
sistema.
As Figuras 18, 19, 20, 21 e 22 mostram as configurações
realizadas no driver do CLP 1200 e no software do sistema
supervisório.

Figura 21. Tela para configuração do driver.

Figura 18. Função Full Access no TIA Portal.


Figura 25. Tabela de áreas de dados disponíveis.

Para esse projeto, foram utilizadas duas variáveis para troca


de dados entre o CLP e o sistema supervisório, sendo elas:
“Estado” e “lamp”.
A variável “Estado” é uma Digital Output do tipo Bool, sendo
o cálculo do parâmetro N2/B2 = (1 x 100) + 7, gerando um valor
igual a 107. A variável ‘lamp’ é uma Digital Output do tipo Bool,
Figura 22. Tela para configuração do driver. sendo o cálculo do parâmetro N2/B2 = (1 x 100) + 7, gerando
um valor igual a 107, conforme mostra a Figura 26.

Depois de realizar as configurações mencionadas


anteriormente, é necessário configurar as variáveis que serão
manipuladas pelo sistema supervisório para o driver Mprot. Isso
envolve um cálculo para que o CLP possa entender quais
Figura 26. Variável do driver Mprot configurado no sistema
parâmetros e dados serão utilizados. A Equação (1) mostra como supervisório.
esse cálculo é feito, onde “TipoDados” representa o tipo de
variável a ser trabalhada e “Área” indica seu significado no
sistema. D. Resultados e Testes

(N2/B2) = (TipoDados x 100) + Área)) (1)


Depois de confirmar que as variáveis estão funcionando
corretamente e que a comunicação foi estabelecida, as telas e a
As Figuras 23, 24 e 25 são as tabelas utilizadas para realizar estrutura da apresentação do supervisório foram criadas para
o cálculo da Equação (1). serem exibidas ao usuário. A tela desenvolvida mostra a data o
horário atual, uma ilustração da válvula e dois displays, o
primeiro para identificação do sistema, se está ligado ou
desligado, e o segundo para identificar se a válvula está aberta
ou fechada. A Figura 27 mostra a tela principal do sistema
supervisório desenvolvido.

Figura 23. Tabela de sintaxe padrão para tags e blocos.

Figura 27. Tela principal do sistema supervisório.

A Figura 28 mostra o sistema todo em funcionamento


considerando a válvula na posição aberta.

Figura 24. Tabela de tipos de dados disponíveis.


V. CONCLUSÃO

Em conclusão, este trabalho apresentou um estudo sobre a


aplicação da rede de comunicação industrial PROFIBUS no
controle de válvulas rotativas. Através da implementação de um
sistema supervisório e da conexão das válvulas rotativas em uma
rede PROFIBUS, foi possível monitorar e controlar o processo
industrial de forma remota, além de facilitar a manutenção e o
diagnóstico de possíveis falhas.
Os resultados obtidos demonstram os benefícios da utilização
do protocolo PROFIBUS na automação industrial, incluindo a
redução de custos, o aumento da eficiência de produção e a
melhoria da qualidade dos processos.
Para trabalhos futuros, propõe-se que seja desenvolvido um
aplicativo mobile do sistema supervisório para arquivamento das
informações geradas pela válvula (abertura/fechamento e
diagnósticos) em um ambiente Cloud.
Figura 28. Válvula na posição aberta.

REFERÊNCIAS
A Figura 29 mostra o sistema todo em funcionamento
considerando a válvula na posição fechada e a Figura 30 ilustra [1] DA SILVA, O. J. L Válvulas industriais. São Paulo/SP, Editora
QualityMark, 1ª Edição, 2010, 504p.
o escravo PROFIBUS DP e o status visual da válvula.
[2] LUGLI, A. B. e SANTOS, M. M. D. Redes Industriais para
Automação Industrial: AS-I, PROFIBUS e PROFINET. São
Paulo/SP, Editora Érica, 2ª Edição, 2019, 196p.

[3] FRANCHI, C. M. e CAMARGO, V. L. A. Controladores Lógicos


Programáveis: Sistemas Dinâmicos. São Paulo/SP, Editora Érica, 2ª
Edição, 2010, 349p.

[4] FABIAN, M. & HELLGREN, A. PLC-based Implementation of


Supervisory Control for Discrete Event Systems, Chalmers University
of Technology, Göteborg, SWEDEN, 1998, 14p.

[5] SOUZA, V. A. Entendendo o Elipse SCADA. 1 ed. Rio de Janeiro,


Editora Cerne, 2010, 126p.

[6] COSTA, I. D. e PEREIRA, S. S. Uma aplicação industrial envolvendo


um inversor de frequência conectado em rede industrial. Trabalho de
conclusão de curso de graduação (TCC) de Engenharia de Controle e
Automação, Inatel, 2022, 10p.

[7] BRITO, J. A. T.; MARCHI, J. G. A. e SALES, R. O. Uma aplicação


industrial envolvendo sistemas supervisórios e medição de vazão
aplicado à rede PROFIBUS DP. Trabalho de conclusão de curso de
graduação (TCC) de Engenharia de Controle e Automação, Inatel, 2022,
8p.

Figura 29. Válvula na posição fachada. [8] HOLZBACH, E. e SOUZA, H. I. Uma aplicação de integração entre
redes industriais e sistemas supervisórios. Trabalho de conclusão de
curso de graduação (TCC) de Engenharia de Controle e Automação,
Inatel, 2022, 8p.

[9] EMERSON PROCESS MANAGEMENT. Control Valve Handbook, 5ª


Edição, 2005, 2019 Fisher Controls International LLC. All rights
reserved., 338p.
[10] CASTRO, R. S. e ERIKSSON, K. T. Aplicação de Válvulas de
Controle em Processos Industriais. Artigo apresentado na revista
Oswaldo Crus referente ao Centro de Pós-Graduação Oswaldo Cruz,
2014, 13p.

[11] SIEMENS, S7-1200 Programmable controller. Disponível em


<https://cache.industry.siemens.com/dl/files/465/36932465/att_106119/
v1/s71200_system_manual_en-US_en-US.pdf>. Acessado em: 08 de
abril de 2023.

[12] SIEMENS, S7-1200 PROFIBUS e CM 1243. Disponível em:


<https://cache.industry.siemens.com/dl/files/842/49851842/att_923282/
v1/BA_CM-1243-5_76.pdf>. Acessado em: 09 de abril de 2023.

[13] SENSE, Sensores para Sinalização de Válvulas PROFIBUS DP.


Disponível em:
Figura 30. Válvula na posição fechada, com status visual da <https://www.sense.com.br/arquivos/produtos/arq1/Sensor%20Valvula
%20M32.pdf>. Acessado em: 18 de abril de 2023.
válvula.
[14] HITER, Série 14H Válvula de Controle e Bloqueio. Disponível em:
<https://www.hiter.com.br/wp-
content/uploads/2020/12/14H_VF.pdf.pdf>. Acessado em: 09 de abril de
2023.

[15] Elipse Software. Disponível em:


<https://www.elipse.com.br/produto/elipse-e3/.>. Acesso em: 11 de abril
de 2023.

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