Medidas Diretas e Propagação de Erros

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CENTRO DE TECNOLOGIA E CIÊNCIAS

FACULDADE DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE MECÂNICA E ENERGIA

RELATÓRIO SOBRE O EXPERIMENTO DE MEDIDAS DIRETAS E


PROPAGAÇÃO DE ERROS

Erica Monteiro Diogo

Resende
2009
SUMÁRIO

Pág.

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................... 1

2 OBJETIVOS................................................................................................... 3

3 MATERIAL UTILIZADO ................................................................................ 3

4 PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS ......................................................... 4

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ..................................................................... 4

6 CONCLUSÃO ................................................................................................ 8

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................ 9


1 INTRODUÇÃO

Aprendemos Física quando começamos a medir as grandezas físicas. Para


descrever estas grandezas utilizamos uma unidade, que é uma medida de
grandeza definida com exatamente 1,0; também definimos um padrão, que é
uma referência com a qual devem ser comparados todos os outros exemplos
da grandeza. Depois de escolhido o padrão, deve-se desenvolver um método
pelo qual qualquer medida feita desta grandeza possa ser expressa em termos
do padrão. As grandezas fundamentais devem ser acessíveis e invariáveis, de
modo que todos que tenham necessidade possam usá-los. Certas grandezas
físicas, como o comprimento, a massa e o tempo, foram escolhidas como
grandezas fundamentais, definidas em termos de um padrão e medidas por
uma unidade [1].

Quando medimos várias vezes uma mesma grandeza, podemos notar que os
vários resultados nem sempre coincidem, mostrando que realizar uma medida
exata é impossível, pois podem ocorrer erros na hora da medição. Para
minimizar estes erros cometidos foi desenvolvida a Teoria dos Erros, que trata
de três tipos de erros: os sistemáticos, os acidentais e os grosseiros.
Esperamos que, quanto maior o número de medidas obtidas, mais próximo
estará o valor médio do valor real da grandeza. Os erros ou desvios associados
a estas medidas são definidos da seguinte forma [2]:

 O valor médio é o valor mais provável quando se faz uma série de


medidas da mesma grandeza, sob as mesmas condições. O valor médio
é dado por:

V.M. de x = (x) = ∑xi / n ,

onde xi é a i-ésima medida da grandeza x e n é o número total de


medidas.

1
 O desvio de uma medida é a diferença entre a medida e a média das
medidas, isto é:

δi = xi - (x),

com δi sendo o desvio da i-ésima medida em relação ao valor médio


(V.M.).

 O desvio médio de uma série de medidas é a média dos valores


absolutos dos desvios de cada medida, dado por:

(δ) = ∑‫׀‬δi‫׀‬.n / ‫׀‬

 Temos ainda o desvio percentual da medida e o desvio percentual


médio de uma série de medidas que são o desvio δ e o desvio (δ)
tomadas em porcentagem, respectivamente, ou seja,

δi‫׀‬% = δi‫׀‬/(x) x 100%

(δ)% = (δ)/(x) x 100%.

Quando utilizamos o valor de uma medida direta para calcular o valor de outra
grandeza, fazemos uma medida indireta. O erro associado a essa medida
indireta depende do erro associado à medida direta que foi realizada. Para
tratar deste assunto, existe a Teoria de Propagação de Erros. Algumas regras
de propagação são apresentadas abaixo [3]:

 Se uma grandeza é a soma ou diferença de outras, o erro absoluto do


resultado é igual à soma dos módulos dos erros absolutos das parcelas;

 Se uma grandeza é igual ao produto de várias outras, ou igual ao


quociente de duas outras, o erro relativo do resultado é igual à soma dos
erros relativos das grandezas independentes;

2
 Se uma grandeza é potência de outra (seja o expoente positivo ou
negativo, inteiro ou fracionário), o desvio relativo do resultado é igual ao
produto do módulo expoente pelo erro relativo da base.

Observe que as duas últimas regras são enunciadas em termos de erros


relativos, porque, quando os cálculos envolvem

2 OBJETIVOS

O objetivo desta prática é realizar medidas diretas, considerando os erros


experimentais e obter resultados secundários a partir destas medidas,
aplicando a teoria de propagação de erros. Também serão apresentados
instrumentos de medição e sua forma de utilização.

3 MATERIAL UTILIZADO

Para a realização deste experimento foi utilizado o seguinte material:

 Esfera de aço,

 Cilindro de metal,

 Paquímetro,

 Micrômetro,

 Régua e

 Balança.

3
4 PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS

Foram feitas dez medidas do diâmetro (d) da esfera, utilizando o micrômetro, o


paquímetro e a régua. Mediu-se a massa da esfera: 16 g. No caso do cilindro,
foram feitas medidas do seu diâmetro (d) e da altura (h), utilizando apenas o
paquímetro e a régua, já que o micrômetro não é adequado para medir a altura
do cilindro. A massa do cilindro também foi medida: 86 g.

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os valores obtidos através das medidas são mostrados nas Tabelas abaixo:

Tabela 1 – Medidas relativas à esfera.

Medidas Régua Paquímetro Micrômetro

Diâmetro Desvio Diâmetro Desvio Diâmetro Desvio


(mm) (mm) (mm) (mm) (mm) (mm)

1 15,00 0,27 15,90 0,03 15,85 0,01

2 15,10 0,17 16,00 0,13 15,84 0,00

3 15,50 0,23 15,80 0,07 15,81 0,03

4 15,70 0,43 15,90 0,03 15,78 0,06

5 15,40 0,13 15,90 0,03 15,80 0,04

6 15,10 0,17 15,80 0,07 15,86 0,02

7 15,00 0,27 15,85 0,02 15,87 0,03

8 15,20 0,07 15,90 0,03 15,87 0,03

9 15,30 0,03 15,85 0,02 15,86 0,02

10 15,40 0,13 15,78 0,09 15,85 0,01

Média 15,27 0,19 15,87 0,05 15,84 0,03

4
Tabela 2 – Medidas relativas à altura do cilindro.

Medidas Régua Paquímetro

Altura Desvio Altura Desvio


(mm) (mm) (mm) (mm)

1 40,00 0,27 40,00 0,18

2 39,00 0,73 40,10 0,80

3 39,20 0,53 40,20 0,20

4 39,00 0,73 40,10 0,08

5 41,00 1,27 40,30 0,12

6 40,00 0,27 40,20 0,02

7 39,70 0,03 40,10 0,08

8 39,80 0,07 40,50 0,35

9 39,60 0,13 40,00 0,18

10 40,00 0,27 40,30 0,12

Média 39,73 0,43 40,18 0,21

5
Tabela 3 – Medidas relativas ao diâmetro do cilindro.

Medidas Régua Paquímetro

Diâmetro Desvio Diâmetro Desvio


(mm) (mm) (mm) (mm)

1 19,00 0,60 19,00 0,10

2 19,00 0,60 19,00 0,10

3 17,00 1,40 19,10 0,00

4 18,00 0,40 19,20 0,10

5 19,00 0,60 19,00 0,10

6 18,00 0,40 19,30 0,20

7 18,00 0,40 19,15 0,10

8 19,00 0,60 19,05 0,00

9 19,00 0,60 19,08 0,00

10 18,00 0,40 19,03 0,10

Média 18,40 0,60 19,09 0,08

Para estimar a densidade dos dois objetos foram utilizadas as médias das
medidas realizadas. A equação utilizada para calcular a densidade foi:

m
 ;
V

onde:

 é a densidade, m é a massa e V é o volume.

6
No caso da esfera, o volume é dado por:

3
4 4 d 
V  r 3     .
3 3 2

Já para o cilindro, temos:

2
d 
V  r h     h .
2

2

Os resultados obtidos através dos cálculos (em anexo) são mostrados na


Tabela 4:

Tabela 4 – Resultados obtidos para a densidade.

Régua Paquímetro Micrômetro

Densidade Desvio Densidade Desvio Densidade Desvio


3 3 3
(g/cm ) percentual (g/cm ) percentual (g/cm ) percentual

Esfera 8,60 9,8% 7,60 2,9% 7,70 1,7%

Cilindro 8,10 5,8% 7,50 12,8% - -

O valor teórico para a densidade do aço é 7,83 g/cm3 e para a densidade do


latão é 8,60 g/cm3. Podemos notar que, no caso da esfera, o desvio percentual
foi maior para a densidade obtida através das medidas realizadas com a régua.
Já no caso do cilindro, o maior desvio percentual foi observado para a
densidade obtida através das medidas realizadas com o paquímetro.

A possível causa do valor para o desvio obtido, no caso das medidas do


cilindro realizadas com o paquímetro, pode ser a utilização errada do
instrumento. No caso da esfera, há dificuldade em medir o diâmetro com a
régua, o que justifica o valor do desvio percentual.

7
6 CONCLUSÃO

Ao realizar medidas comparamos grandezas, e estas comparações envolvem


erros relativos ao operador, ao instrumento e ao processo de medidas. Obter
uma medida exata é impossível, mas podemos obter medidas precisas se
utilizarmos os instrumentos indicados de maneira correta.

Podemos observar que há diferença na precisão dos instrumentos utilizados


nesta prática. A régua, por exemplo, fornece a medida em milímetros, sendo
que podemos estimar apenas uma casa decimal. Já no caso do micrômetro e
do paquímetro, podemos medir centésimos de milímetros.

Aqui, fizemos uma série de medidas e, a partir delas, obtivemos uma média
para as grandezas medidas. A partir destas médias, calculamos o valor
experimental para a densidade do aço e do latão e comparamos estes com o
valor teórico destas grandezas, para obter o desvio percentual.

De acordo com os valores obtidos para os desvios percentuais, concluímos


que, no caso da esfera, o instrumento que apresentou a melhor precisão foi o
micrômetro. Como já era esperado, a pior precisão foi observada para a régua,
já que, além de oferecer uma menor quantidade de casas decimais para a
medida, também houve dificuldade em utilizá-la para medir o diâmetro da
esfera.

No caso do cilindro, observou-se que o desvio percentual foi maior para os


resultados do paquímetro, apesar de ser um instrumento mais preciso. Uma
das justificativas pode ser o uso errôneo do instrumento.

Conclui-se então que ao fazer medidas, não é possível obter uma medida
exata, mas podemos obter medidas precisas, levando em consideração os
erros, que podem ser atribuídos às fontes já citadas anteriormente.

8
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

[1] HALLIDAY, D.; RESNICK, R.; WALKER, J. Fundamentos de Física 1:


mecânica. Livros Técnicos e Científicos, 1996, 330 p.

[2] Roteiro da Prática 1: Medidas Diretas e Propagação de Erros. Disponível


em: http://www.fat.uerj.br/intranet/disciplinas/Fisica I/

[3] Apêndice 2: Medidas Diretas e Indiretas e Propagação de Erros.


Disponível em: http://www.fat.uerj.br/intranet/disciplinas/Fisica I/

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