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CAPÍTULO UM

ALEXA

Tudo começou com um erro.


Um grande e estúpido erro que não pude evitar. Não quando ele me
agarrou pelos quadris e me guiou através da porta, sussurrando: Vamos lá,
seja minha noiva falsa. Eu quero consumar esta viagem até que você não
possa parar de gritar meu nome. Ficava impotente quando se tratava dele
que sabia muito bem. Nós mal nos conhecíamos, porém aprendi o suficiente
nos últimos dias para saber que ele sempre conseguia o que queria. Nem me
incomodei em dizer não, dizer sim seria muito melhor. Ele tinha olhos azuis
profundos, uma eterna barba por fazer, tatuagens por todo o corpo e
músculos perfeitos.
Francamente era o homem mais atraente que já vi, que toquei. E,
definitivamente, ele sabia muito bem. Cole era arrogante e muito
convencido.
Venha cá garota, sussurrou no meu ouvido. Você será minha noiva do
paraíso. Eu enterrarei meu pau profundamente na sua bocetinha linda, logo
depois que dissermos as palavras.
Não entendíamos o que estava realmente acontecendo. Sua equipe
também não, eles importavam? Eles não sabiam o que realmente éramos um
para o outro. Éramos apenas turistas idiotas, um pouco bêbados de vinho,
um pouco bêbados um com o outro. Quando pedimos a cerimônia de luxo,
eles deduziram que nós havíamos compreendido o que realmente estávamos
fazendo.
A equipe acreditou que queríamos nos casar. Casamento de verdade,
não apenas como uma piada de mau gosto.
Ficamos ali em frente ao padre enquanto ele falava em tailandês, uma
língua que nenhum de nós sabia. O ar estava espesso e úmido, mesmo à
noite, Cole segurou minha mão o tempo todo, seus olhos perfurando os
meus. Nós estávamos no paraíso, uma das melhores férias da minha vida,
embora minha melhor amiga tivesse me abandonado no segundo dia por um
advogado que conheceu. Eu não deixaria o fato estragar meu bom momento.
Foi tudo diversão e brincadeiras até eu conhecer o Cole. Então foi
muito, muito mais.
Mais tarde, muito mais tarde, seu corpo forte encostou-se ao meu na
extensão fria e branca da minha cama, nossos corpos suando, o prazer
correndo pela minha mente. É assim que você gosta, pequena esposa? Ele
sussurrou no meu ouvido.
Sim. Por favor.
Seus dedos desceram entre as minhas coxas e fizeram coisas que eu
nunca senti antes.

— Você está brincando comigo? — Lacey falou, exasperada. — Seu


pai se casou de novo?
— Sim e, desta vez, ele nem se incomodou em me contar.
Eu estava com Lacey na fila da Starbucks, minha mochila pesada do
meu último dia de aula. As finais acabaram o que significava que eu voltaria
para casa no verão.
O primeiro ano terminou. Eu tinha certeza de que já tinha a Seniorite1.
— Típico do Frank. Sempre pensando com o pau.
— Nojento — respondi, rindo. — Ele ainda é meu pai, você sabe.
— Desculpe, mas é a verdade. Seu pai é o maior canalha que já
conheci.
— Ok, é o suficiente.
— Sei que é difícil de ouvir, Alex, mesmo sendo verdade. Seu pai é um
grande pegador.
Eu suspirei, balançando a cabeça. Ninguém gosta de ouvir sobre a vida
sexual de seus pais, infelizmente, neste caso, tudo o que ela dizia era
verdade. Meu pai, Frank Miller, estava em seu terceiro casamento, além das
muitas “amigas” que teve ao longo dos anos. Ele parecia ir constantemente
de um “amor verdadeiro” para o próximo, sem real consideração por
qualquer outra pessoa ao seu redor. Ele insistiu que desta vez seria diferente,
que as coisas seriam duradouras, era o que dizia quase sempre.
Eu já estava acostumada, no entanto. As novas mulheres apareciam na
minha vida como um furacão, tentando ser minhas amigas, às vezes
tentando ser minha mãe, nunca duraram muito. Frank não tinha a palavra
“compromisso” ou “monogamia” em nenhum lugar de seu vocabulário, não
importa o quanto tentasse ser de outra forma.
— Sim, bem, eu nem conheci a última ainda — respondi.
— Sério? Se casou novamente e nem te convidou para a cerimônia?
— Aparentemente deveria ser uma coisa discreta. Ela é uma CEO
poderosa na empresa que acabou de comprar a dele.
Chegamos à frente da fila e pedimos nossos cafés. Enquanto saíamos
para esperar pelas bebidas, Lacey me deu uma olhada.
— A empresa dela comprou a dele e agora estão casados? Parece
muito estranho.
Suspirei, assentindo. — Sim. Um grande escândalo na comunidade de
negócios ou algo assim.
— Típico de Frank.
— O que não entendo é o motivo de essa mulher querer passar por
todo o estresse por ele. Não me entenda mal — falei rapidamente — eu amo
meu pai. Mas quem vale tanto trabalho?
— Que cínica.
— Tal pai, tal filha.
Lacey riu quando nossos nomes foram chamados. Pegamos nossas
bebidas com cafeína e açúcar e saímos para a tarde quente.
Realmente não estava ansiosa para ir para casa pela primeira vez em
muito tempo. Em anos anteriores, voltar para a casa do meu pai em São
Francisco geralmente era muito bom, porém, por alguma razão, eu estava
com medo de conhecer sua nova esposa.
Eu tinha ouvido coisas ruins sobre ela. Ambos eram CEO’s de
empresas de tecnologia emergentes e promissoras, Cindy era supostamente
uma pessoa durona. Tudo o que descobri sobre ela foi através de uma
empresa de relações-públicas ou alguma fofoca online, até agora nenhuma
das fontes realmente parecia pintá-la de uma forma lisonjeira.
Ainda assim, quando meu pai me ligou para falar sobre as núpcias,
parecia muito feliz. Nos últimos anos, sua vida foi toda trabalho e mais
trabalho, com uma namorada ocasional, é claro. Algo que nunca pareceu
fazê-lo feliz, apenas mais e mais estressado. Ele precisava de algo para
alegrar seus dias e, se Cindy conseguisse, bem, então eu não iria atrapalhá-
lo.
O que não significava ficar empolgada para conhecer mais uma mulher
que pretendesse ser minha mãe substituta. Ou talvez essa quisesse ser minha
melhor amiga. Nunca saberia até encontrá-las para descobrir a direção que
tomariam.
— Você estará em casa neste verão, certo? — Perguntei a Lacey.
— Claro. O que mais eu faria, pagar aluguel?
Eu ri. — Belo argumento.
— Entre me prostituir por dinheiro e morar com meus pais por alguns
meses, escolho os pais.
— Não é uma escolha fácil, no entanto.
— De modo nenhum. — Ela fez uma pausa, parecendo pensativa. —
Você consegue fazer suas próprias horas com uma enxada. Por outro lado,
comida grátis é um grande bônus.
Nós rimos e balancei a cabeça para ela. Tinha certeza de que estava
realmente considerando se tornar uma prostituta para evitar ir para casa.
Lacey e eu somos melhores amigas por todo o ensino médio. Eu me
mudei muito quando era mais jovem, pois meu pai conseguia emprego em
todo o país. Eventualmente, porém, ele acabou indo parar em sua empresa
Blingo e nós ficamos em San Francisco. Encontrei Lacey no meu segundo
dia de escola e nos tornamos inseparáveis desde então.
— Bem, você sabe onde me encontrar se precisar escapar da opressão
— falei para ela.
— Fala sério. Você virá rastejando para mim primeiro, aposto.
— Quanto tempo antes de eu bater na sua porta? Um dia?
— Quatro horas, no máximo.
O Campus da Universidade da Califórnia em Berkeley, estava mais ou
menos vazio no final do ano letivo e não tivemos dificuldade em encontrar
um local privilegiado para sentar e observar os poucos alunos que restavam
circulando.
— Sabe — Lacey disse depois de alguns minutos de silêncio relaxante
— você não mencionou seu pequeno problema recentemente.
Fiz uma careta, tomando meu café. Não mencionei porque estava
cansada de pensar nele. Mesmo que não o tenha visto desde que voltamos
de férias, ele não estava muito longe da minha mente em praticamente todos
os momentos. Cole o lutador, o idiota convencido, o estranho lindo.
E meu marido, claro. Pelo menos, tecnicamente.
— Gostaria de ter alguma novidade para você — respondi. — Apenas
contando os dias até que possa declará-lo morto legalmente.
— Sério?
— Não. Bem que eu gostaria. Posso simplesmente providenciar o
divórcio sem o seu consentimento.
— Quanto tempo mais?
— Fim do verão.
— Você já contou ao seu pai?
Eu bufei. — Para decepcioná-lo? Não, obrigada.
— Ainda assim, provavelmente poderia ajudá-la. Aposto que ele tem
contatos e coisas assim.
— Talvez, porém, neste momento, por que me incomodar? Está quase
acabando.
Lacey me cutucou, sorrindo. — Tem certeza de que quer se divorciar?
Quero dizer, lembro como era.
Pensei por um segundo. Imagens do corpo de Cole enquanto ele
caminhava do oceano, pingando água salgada, seus olhos me fitando de
forma divertida e intensa.
— Sim, tenho certeza — respondi, sem ter certeza.
— Que pena. Desperdício de material de primeira, se estiver
interessada em minha opinião.
— Quem sabe se é um desperdício? Ele se foi e nunca mais o verei.
Exatamente como deveria ser. No entanto, numa noite idiota, meio
bêbados com vinho e também um com outro, tínhamos tropeçado naquela
capela de casamentos no estilo Vegas. Normalmente, os casamentos eram
apenas para diversão, uma espécie de cerimônia falsa para fazer os casais se
sentirem bem consigo mesmos.
Nós pedimos o pacote “de luxo”. Cole disse que se fôssemos nos casar,
então faríamos do jeito certo, como discutir com ele?
O que não sabíamos, claro, era que o pacote de luxo significava que
estávamos nos casando legalmente. A equipe provavelmente tentou nos
explicar em algum ponto, mas nós estávamos embriagados demais para
ouvir ou simplesmente meio idiotas.
E assim, quando cheguei em casa e tentei me registrar para votar, tive
uma bela surpresa. No campo de “estado civil” no site oficial de registros
que navegava, vi um bom e gordo “C”. Depois de um monte de telefonemas
e, pelo menos, dois colapsos totais, descobri que eu fui legalmente casada
na Tailândia com um Senhor Cole Redson.
Claro, assim que descobri tentei localizá-lo. Tentei de tudo, Cole
Redson basicamente não existia. Eu sabia que era um lutador de MMA, mas
não havia registros de ele lutando com esse nome. Encontrei um endereço
antigo, ele estava afastado daquele lugar fazia muito tempo. Decidi não
fazer muita pesquisa a seu respeito, pois eu poderia dizer que estava
começando a ficar obcecada. Decidi que precisava apenas levar o divórcio
adiante, com ou sem ele.
Cole Redson simplesmente desapareceu. Ele invadiu minha vida
durante umas estúpidas férias de primavera na Tailândia e depois
desapareceu, deixando-me uma mulher casada e um desastre.
Felizmente, porém, tudo o que precisava fazer era provar que havia
tentado de tudo para encontrá-lo, esperar o prazo necessário, publicar um
aviso no jornal e depois me livrar dele. Sem mais marido, sem mais
problemas.
— Ainda não acredito que você realmente se casou — Lacey
comentou, provavelmente pela milionésima vez.
Dei-lhe um olhar que sorriu para mim. — O quê? Estou apenas
dizendo.
— Eu sei. Você tem repetido a mesma coisa por quase um ano —
resmunguei.
Lacey gargalhou e suspirei, abaixando minha cabeça. Eu sabia que
merecia as piadas. Francamente, me sentia uma completa idiota. Quero
dizer, como acabei me casando sem nem perceber? E com um total
estranho, aparentemente, alguém que nem existia.
Quão estúpida fui?
— De qualquer forma — Lacey disse, tomando sua bebida. — Este
verão não será um fracasso total, sabe? Eu farei a minha missão de você
voltar para as putas.
Eu olhei para ela. — É “cavalo”, não “puta”2.
— Não. Neste caso, é definitivamente “putas”. Você precisa transar e
logo.
Eu sorri e balancei a cabeça. Lacey poderia pensar como um cara às
vezes.
— Eu não preciso transar. Estou apenas em um período de seca.
— Sim, um período de seca de um ano. É hora de fazer movimentos.
Seu marido não é realmente seu marido.
Ela estava certa. Mesmo assim, o último ano foi agitado. Eu troquei de
curso no ano anterior, então passei meus dois semestres sobrecarregando
minha agenda para fazer os créditos necessários.
Além do mais, me sentia estranha me colocando “no mercado” de
novo. A última vez que saí com um desconhecido, acabei casada com um
cara que pode ou não existir. Os garotos idiotas e descolados da fraternidade
simplesmente não fizeram nada por mim, ou, pelo menos, não o suficiente
para me fazer querer sair da minha concha.
Meu divórcio aconteceria em breve. No final do verão, estaria solteira
de novo, pelo menos legalmente falando.
Cole não era meu marido. Nunca foi. Como ele poderia ser meu
marido se eu nem sabia onde morava?
— Veremos — murmurei.
— Veremos. Todos aqueles caras com quem vai transar. — Revirei os
olhos enquanto Lacey ria da própria piada.
Eu não estava ansiosa para ir para casa, mas talvez fosse bom para
mim.
UC Berkeley foi bom e tudo, mas não estava em casa.
Talvez eu só precisasse de um verão relaxante para voltar a ser eu
mesma.

Alguns dias depois, meu táxi parou em frente à minha casa. Papai não
estava, é claro, estava trabalhando até tarde. Prometeu que voltaria em breve
e com minha nova madrasta.
Desfiz as malas e deitei no meu quarto, feliz por estar em casa. Por
mais que eu estivesse com medo, assim que entrei no saguão familiar, me
senti instantaneamente melhor. Havia algo em casa que poderia melhorar
um pouco as coisas.
Por mais que quisesse negar, Lacey estava certa. Eu estava em uma
rotina, também ainda muito ligada a ele. Provavelmente poderia ter
encontrado um jeito mais rápido de me divorciar, só não me sentia
motivada. Claro, eu saí e encontrei pessoas durante todo o semestre,
ninguém me fez sentir bem, não desde Cole.
Eu não conseguia parar de pensar na primeira vez que o encontrei.

Era noite no resort, Lacey já havia desaparecido com seu advogado, ou talvez fosse um
produtor de cinema. De qualquer forma, decidi caminhar pela praia.

A lua estava brilhante e cheia, o que deveria ter ajudado com a minha visibilidade. Eu estava
ocupada demais olhando para a bela vista para notar a enorme rocha aos meus pés.

Quando caí de cara na areia, ele apareceu.

Cole. Alto, coberto de tatuagens, aquele sorriso presunçoso, como se pudesse dizer o que eu
pensava dele. Apareceu ao meu lado, suas mãos fortes no meu braço.
— Você está bem? — Murmurou no meu ouvido.

— O quê? Oh, sim, totalmente bem… — gaguejei quando me levantei.

Eu estava tão envergonhada. Quando foi a última vez que realmente tropecei em algo? Era
como se fosse um romance horrível, em que a garota era apenas uma idiota desajeitada obcecada
por seu namorado brilhante. Levei um segundo antes de realmente dar uma boa olhada nele, quando
o fiz, fiquei sem fôlego.

— Cuidado — ele disse suavemente. — Estas pedras são cruéis.

— Uh, sim. Desculpe. — Por que eu estava me desculpando?

Provavelmente porque ele me fez sentir como se não pudesse formular frases completas. Seu
queixo reto e risonhos olhos azuis eram o suficiente para me causar espasmos, sua estrutura alta e
musculosa e suas tatuagens só o tornavam ainda mais delicioso.
Foi completamente surreal.

— O que você faz aqui sozinha?

— Minha amiga me abandonou, então decidi dar uma volta.


— Se importa de eu me juntar a você?

— Sim.

Ele levantou uma sobrancelha. — Está bem então.

— Quero dizer — corrigi rapidamente — sim, por favor, junte-se a mim.

Ele riu e me ofereceu seu braço. — Para proteção contra grandes rochas.

Sorri e enfiei minha mão em seu braço incrível.


Puta merda, é o oceano ou já estou molhada? Eu pensei.

— Eu sou Cole — informou quando começamos a andar.

— Alexa.

— Você tem o hábito de andar sozinha em praias desconhecidas?

— Ah, não é uma praia desconhecida. Estamos em um resort.

— Verdade. Ainda assim, você conseguiu cair de cara.

Eu podia me sentir corando. — Realmente não sou uma desajeitada.

— Eu aposto.

— Trata-se deste lugar — respondi rapidamente. — É realmente lindo.

Sentia seus olhos em mim. — Sim. Realmente.

Não me lembro mais do que conversamos depois, só sei que foi por um
longo tempo. Eventualmente acabamos naquele pequeno agrupamento de
árvores em uma rede, nossos corpos colados.
Acho que nunca senti mais tensão em meu corpo antes ou depois. E é
claro que, exatamente no momento em que estava prestes a me jogar nele,
Lacey nos encontrou e me levou embora.
Depois daquela primeira noite, continuei a vê-lo por perto. Parecia que
todo mundo era seu amigo, todos conheciam Cole.
E depois de tudo que aconteceu entre nós, ele simplesmente
desapareceu no ar. Meu marido, o estranho.
Suspirei, me espreguiçando, quando de repente ouvi a porta da frente
abrir.
— Hora do espetáculo! — Murmurei para mim mesma.
— Querida? — A voz de papai chamou. — Você está em casa?
Eu abri minha porta e desci as escadas. — Oi pai! — Gritei.
— Alexa! — Ele sorriu imensamente e me abraçou assim que o
encontrei na cozinha. — Que bom que você está em casa.
— Também estou feliz, papai.
Quando me soltou, eu a vi de pé ao lado da mesa, sorrindo. A
reconheci pelas fotos, era ainda mais impressionante pessoalmente. Cindy
tinha longos cabelos loiros, olhos azuis brilhantes, estava vestida com
roupas caras, mas conservadoras.
Cindy não se parecia com o tipo usual do papai. Era da idade
apropriada, por um lado, também não estava mostrando mais pele do que
cobria. Ao contrário, exalava elegância e equilíbrio, desde o primeiro
segundo que nos conhecemos.
— Alexa — papai falou — esta é Cindy.
— Minha nova madrasta — falei.
Cindy riu. — Só Cindy, por favor. É muito bom conhecer você. Ouvi
muitas coisas boas.
Apertamos as mãos e imediatamente me esqueci de todas as coisas
negativas que li sobre ela na imprensa. Talvez fosse a “Rainha do Gelo”, a
mulher guerreira dominante, não me importava. Na minha cozinha, parecia
apenas uma pessoa normal.
— Estou tão feliz que vocês duas puderam finalmente se encontrar —
papai falou.
— Eu também — Cindy acrescentou, assentindo.
— Bem, era hora de eu conhecer a nova esposa do meu pai.
Ela riu, um pouco embaraçada. — Sinto muito Alexa. Nós deveríamos
ter convidado você.
— Eu sei — respondi. — Estou apenas dando ao papai um momento
difícil.
Meu pai franziu a testa. — Nós realmente sentimos muito, querida. É
só que, depois que a empresa de Cindy comprou a minha, as coisas
aconteceram muito rápido. E a imprensa não foi exatamente gentil com
nosso relacionamento.
Eu peguei um olhar sombrio no rosto de Cindy, rapidamente
desapareceu. Eu sabia do que papai falava, no entanto. Eu li alguns rumores
sobre os dois, diziam que ele era mantido por perto só porque era o novo
“brinquedinho” de Cindy ou algo assim. Aparentemente, o casamento deles
era um grande negócio e tinha o potencial de estragar toda a fusão.
Felizmente, até agora as coisas funcionaram. Mas eu diria que papai
estava estressado, depois de vê-lo por apenas alguns minutos. Não tão
estressado quanto costumava, ainda assim, havia linhas ao redor dos olhos e
parecia não estar dormindo o suficiente.
— Nós tivemos muita publicidade ruim — Cindy acrescentou. — Mas
valeu a pena.
Sorri quando ela beijou meu pai.
— Ok, chega! — Protestei, rindo.
Papai sorriu, sua nova esposa em seus braços.
Aparentemente as coisas ficariam bem. Eu estava tão nervosa por este
encontro, tão emocionada, mas Cindy parecia perfeitamente adorável.
— Meu filho deve chegar em breve — ela comentou. — Ela verificou
o relógio. — Está atrasado, como sempre.
— Querida, você esteve na Tailândia, certo?
— Papai, você sabe que eu estive. Você pagou pela coisa toda.
— Bem, é onde o filho dela esteve no último ano. Vocês dois podem
ter se encontrado.
Dei de ombros. — Eu fiquei apenas naquele resort. Mal vi o país.
Cindy acenou com a mão. — Ele estava na floresta ou algo igualmente
maluco, então duvido que saiba muito mais do que você.
Eu levantei uma sobrancelha. — O que ele estava fazendo lá?
— Treinamento, eu acho. Ele é um lutador de artes marciais mistas.
— Uau, que incrível!
— Suponho que sim.
Como se fosse uma deixa, o barulho alto do motor de uma motocicleta
rugindo filtrou pelas janelas abertas.
— Falando do diabo — Cindy comentou. — Aposto que é ele.
Assim que o ruído do motor atingiu o pico, de repente foi
interrompido. Eu segui Cindy e papai até a porta. Nós saímos para a varanda
da frente.
Nunca tive um irmão ou uma irmã antes. Devo admitir, que estava
ansiosa para conhecê-lo. Não sabia que Cindy tinha filhos ninguém o
mencionou na imprensa, embora não seja surpreendente. Sabia que meu pai
não era seu primeiro casamento.
Observei quando um homem alto e musculoso desceu de uma
motocicleta preta e prateada. Ele levantou a mão e tirou o capacete escuro.
Meus olhos se arregalaram e dei um passo para trás.
Aquela noite, quase um ano atrás, ressurgiu. A luz da lua através de
seu cabelo, o sorriso arrogante enquanto caminhava pela praia comigo.
— Alexa — Cindy me chamou — este é Cole, meu filho. — Eu não
conseguia falar. Não conseguia nem me mexer. Era ele. Meu estranho, meu
marido.
Meu meio-irmão.
Estava paralisada. Incapaz de me mover.
— Alexa — me cumprimentou, sorrindo enormemente e subindo a
escada da varanda em minha direção. — Prazer em conhecê-la!
Havia algo divertido em seus olhos. Definitivamente me reconheceu,
não havia dúvida, só fingiu para nossos pais.
— Uh, claro — respondi, apertando sua mão. Não tinha me
recomposto o suficiente para mais.
Tudo nele era tão familiar. Todos aqueles momentos voltaram. A dor
do meu corpo, nossos membros estendidos, a areia quente debaixo dos meus
pés enquanto ele ria e jogava conchas nas ondas.
Meu marido estava de volta.
Eu estava tão perto. Tão perto de ficar longe dele.
— Estou ansioso para conhecê-la melhor, meia-irmã — sussurrou. Eu
só podia encará-lo, com os olhos arregalados de pavor.
CAPÍTULO DOIS
COLE

Estava úmido pra caramba na primeira noite em que a vi. Eu suava em


minha camisa de botões e shorts quando caminhava até a praia, entediado
com os turistas bêbados.
A Tailândia não era férias para mim, embora eu estivesse hospedado
em um resort. Foi minha última luta antes do próximo ano, uma semana
final para desabafar antes de entrar no modo de treinamento mais pesado.
Meus dois principais objetivos eram boceta e álcool, não
necessariamente nessa ordem. Eu sabia que teria que me abster de tudo
quando o trabalho verdadeiro começasse, antes iria me satisfazer o máximo
que pudesse durante toda a semana.
Não seria fácil para mim passar um ano sem boceta, embora fosse o
tipo de sacrifício que sabia que precisava fazer para levar minha carreira ao
próximo nível.
Quando caminhava em direção à água, lá estava ela. Mais
especificamente, vi quando tropeçou e caiu de cara na areia.
Minha reação inicial foi rir. Sim, admito, eu era um idiota. Você
também iria rir se visse alguém cair em uma praia, aparentemente,
perfeitamente plana.
Em vez de rir, fui até ela e me certifiquei de que estivesse bem.
Muitas vezes, desejei não ter feito. Nas semanas seguintes, na calada
da noite, quando era comido vivo por malditos insetos e não conseguia tirar
seu corpo da mente, quase me arrependi.
Não sou do tipo que se arrepende, não de verdade. Eu queria lutar
muito e foder ainda mais. É tudo que me importava na vida.
Exceto que lá estava ela, aquela garota sexy lentamente ficando de pé.
Sabia que precisava dela. Sabia que precisava possuí-la, fodê-la, fazê-
la gozar no meu pau até que ela não pudesse pensar em outra coisa que não
fosse meu pau e meu corpo contra o dela. Fui sugado para ela, sabia que
faria o necessário para possuí-la.
E no começo foi exatamente assim. Sua boceta era como fogo para a
minha boca enquanto eu lambia seu pequeno clitóris no meio da tarde,
fazendo-a arquear as costas. Foi incrível, meus dedos explorando cada
centímetro seu e, ainda assim ela se conteve. Eu queria mais, sempre mais,
enquanto ela não estava pronta para me deixar ter tudo.
Não consegui tirar a última noite da minha cabeça. Nós acabamos
fazendo aquela cerimônia de casamento falsa, por algum motivo idiota. Era
engraçado e brega, por algum motivo senti que quase significava alguma
coisa. Mais tarde, de volta ao meu quarto, desci sua calcinha por sua pele
lisa e bronzeada e pressionei minha boca contra sua boceta.

— Quem é você? — Engasgou quando eu comecei a lamber seu clitóris.

— Só alguém que gosta de provar você — respondi com a boca cheia de se seu sabor.

— Merda! — Ela engasgou, agarrando meu cabelo. — Sério. Onde você aprendeu tudo isso?

— Você aprende coisas quando você vive tão intensamente quanto eu.

Enfiei um dedo dentro dela e observei seus olhos se fecharem em êxtase.


— Luto para viver, baby. Coloco meu corpo em risco por diversão. Eu descobri do que gosto e
como conseguir.
— Por que eu? — Engasgou novamente quando eu comecei a beijar seu pescoço, estocando
meus dedos profundamente dentro dela do jeito que eu sabia que amava.

Foi uma boa pergunta. Por que ela? Poderia ter fodido uma nova garota a cada noite. Não
era como se fosse difícil, especialmente no maldito paraíso.

Porém, por alguma razão insana, no segundo em que senti o gosto dela, precisei de mais. Não
conseguia parar de fodê-la de novo e de novo e de novo. Eu amava o jeito que o suor escorria em
seus seios enquanto eu trabalhava seu corpo com força e asperamente, minha boca e dedos por toda
parte, não me importando com quão alto ela estava.

— Porque é o que desejo e sempre consigo o que quero — sussurrei para ela, pressionando
minha língua com mais força nela.
Semanas depois, na calada da noite, me lembraria do som que ela fazia
enquanto a mordiscava e escorregava outro dedo dentro dela.
Alexa. Eu lembraria desse nome quando as coisas ficassem difíceis.
Era tortura, às vezes, lembrando daquela boceta gostosa, sabendo que eu
nunca mais a veria de novo. Sabia que precisava apenas voltar à civilização
para esquecê-la, passar para uma nova estranha.
Mesmo assim, fiquei pensando, imaginando, onde estaria minha falsa
esposa. E se eu poderia provar sua boceta novamente.
No entanto, eu estava na Tailândia por um motivo. Depois que as férias
acabaram, peguei um ônibus para o campo, segui para a porra da selva, para
encontrar um dos maiores lutadores de Muay Thai de todo o país.
Foi a oportunidade de uma vida. Skad era lendário na comunidade de
lutas, aceitava apenas três estudantes todos os anos para um curso de
treinamento intensivo. Todos os seus alunos fizeram coisas especiais, sabia
que poderia catapultar minha carreira para o estrelato se conseguisse seu
treinamento.
Tive sorte. Ele deve ter visto a fita que lhe enviei, fui convidado
algumas semanas depois. Eu não tinha certeza do que ele viu em mim,
percebi que estava prestes a descobrir.
E era diferente de tudo que eu já experimentei. A palavra “intensivo”
não fazia justiça. Nós vivemos, respiramos, comemos, fodemos e brigamos.
Aprender as técnicas de Skad, treinando sob sua tutela, era o ar que
respirávamos e a comida que comíamos. Não havia celulares, nem internet,
nem televisão, nada.
Apenas violência e trabalho duro. E eu prosperei.
Eu era um homem forte antes de conhecer Skad. Cresci no octógono,
treinando desde tenra idade. Costumava entrar em brigas de rua só para
testar minhas habilidades. Estava invicto e tinha uma reputação de
agressividade violenta, uma reputação que amava e construí com amor e
dedicação.
Não era nada comparado ao homem que Skad me fez. Antes eu era
todo potencial inexplorado. Tinha muito mais dentro de mim, mas não
conseguia chegar lá. Skad aparou minhas arestas, me tornou mais rápido e
mais perigoso. Skad me transformou de um lutador talentoso em um
assassino mortal.
Tudo me custou apenas um único ano da minha vida.

Pensei que estivesse pronto para voltar para a civilização. Comparado


com o silêncio profundo da selva, porém, o aeroporto era uma bagunça
caótica de imagens, sons e ruídos.
Pessoas em todos os lugares. Não tinha visto mais do que um punhado
de pessoas durante o tempo na selva e, de repente, fui empurrado para uma
multidão de estranhos.
Era a minha vez e eu sabia. Assim que Skad falou que estava pronto,
peguei o ônibus e parti para a civilização.
Havia um limite de tempo que poderia passar na floresta antes que
perdesse completamente a porra da minha mente.
Ainda assim, as multidões de pessoas com olhos de vaca me
incomodavam enquanto eu caminhava através do terminal em direção a área
de bagagens. Encontraria minha mãe, ou, pelo menos, o motorista de minha
mãe, lá na frente. Já estava um pouco atrasado, o que obviamente seria
culpa minha e não da companhia aérea.
Minha mãe era uma durona. Nós nos dávamos bem, se você
considerasse não conversar frequentemente como se dar bem. Quando
conversávamos, era principalmente sobre o trabalho dela, basicamente ela
ignorava minha carreira de lutador.
Por mim tudo bem. Não preciso, nem particularmente quero, sua
aprovação.
Assim que encontrei o motorista, dei-lhe instruções para a minha
unidade de armazenamento nos arredores da cidade. Ele me deu uma olhada
como se fosse a última coisa que queria fazer, dei-lhe uma nota de vinte e
entrei pela porta de trás.
Aparentemente, foi o bastante. Nós estávamos na estrada, indo em
direção ao meu destino.
O plano era simples. Eu tinha um bocado de merda guardada no
depósito, o mais importante era a minha moto. Largaria minha mochila lá e
levaria a moto para a casa do novo marido de minha mãe, prestaria meus
respeitos e então acabou.
Quanto mais cedo terminasse, mais cedo poderia encontrar um quarto
barato e voltar às lutas.
Chegamos ao local sem nenhum problema e mandei o motorista ir. Ele
claramente tinha instruções para me arrastar para Cindy, eu não era uma
criança que poderia simplesmente receber ordens. Dei-lhe um aceno de
cabeça e entrei na instalação, deixando-o do lado de fora.
Estava tudo como deixei. Destranquei a porta e encontrei tudo
exatamente como queria que estivesse.
Sorri para mim mesmo e respirei fundo. Finalmente estava me sentindo
em casa.
No entanto, não tinha muito tempo a perder. Eu me troquei e olhei para
a minha moto, satisfeito que estava em boas condições apesar de ter ficado
parada por quase um ano.
Pulei nela e liguei, movendo-me devagar em direção à saída. A moto
fez um zumbido profundo enquanto eu pilotava pelo tráfego. Estava
atrasado, não podia ser evitado. Passei por alguns carros lentos na pista da
direita e fui para a esquerda, esquivando-me para dentro e para fora,
amando a sensação da velocidade e do poder entre as minhas pernas. As
únicas coisas melhores eram lutar e foder.
Finalmente, parei em frente a uma casa de arenito com aparência
exagerada, o tipo de imóvel que apenas milionários podiam pagar em São
Francisco. Fazia sentido, já que não imaginava Cindy se casando com
alguém com menos de alguns milhões no banco. Ela não era uma
escavadora de ouro, nem um pouco. Cindy tinha seu próprio dinheiro. Era
atraída pelo poder e o dinheiro trazia poder, pelo menos de acordo com
pessoas iguais a ela.
Para mim era diferente. O poder verdadeiro vinha de treinar seu corpo,
levando-o aos seus limites. O poder verdadeiro estava em dominar a si
mesmo e seus oponentes.
Quando desliguei o motor da moto e desci, três pessoas saíram para a
varanda. Instantaneamente reconheci minha mãe e sua expressão severa.
Estava claramente irritada por eu estar atrasado e ter abandonado o carro.
Meu novo padrasto parecia bem típico, como o clássico homem de negócios
mais velho e branco, não estava muito em forma, também não era flácido.
Tinha um sorriso caloroso no rosto.
E, finalmente, meu olhar caiu sobre ela.
Tive um momento de choque total enquanto meus olhos percorriam seu
corpo de cima a baixo.
Era ela, minha noiva paradisíaca. Alexa, a garota com quem não parei
de sonhar desde que fui treinar na selva.
Como era possível?
Os três olhando para mim, então tive que me recompor bastante rápido.
Respirei fundo tirando o capacete, ignorando a garota por enquanto.
Ela claramente me reconheceu, pois parecia ter visto um fantasma
assim que meu rosto ficou visível.
Ela se lembrou de mim então. Não é uma surpresa, considerando quão
intensamente fiz seu corpo gozar várias vezes. Ainda assim, passou um
longo tempo e eu parecia diferente. Estava mais musculoso, mais moreno,
bem mais forte do que a última vez que a vi.
Quando apertei sua mão, soube que estava prestes s desmaiar. Cindy
rapidamente conduziu todos para dentro para almoçar e, enquanto
seguíamos para a cozinha, Alexa ficou para trás.
Eu olhei para seu corpo para as curvas familiares, acima de tudo para
sua expressão de raiva.
A garota estava muito furiosa e eu não tinha ideia do motivo.
Claro, a fodi e fui embora, porém não foi minha culpa. Não contei a ela
sobre o treinamento, qual seria o ponto? Foi uma aventura de férias e nós
dois sabíamos. Foi uma coincidência absolutamente louca nossos pais terem
se casado, esse tipo de merda acontecia o tempo todo. Não era como se eu
soubesse alguma coisa a respeito.
Exceto que ela parecia estar prestes a ter um maldito ataque cardíaco.
— Você sabe — falou em voz alta — Eu sempre quis ver uma moto de
perto.
O grupo parou de andar. — Querida, não pode esperar? — Seu pai
perguntou.
— Por que vocês dois não deixam tudo pronto enquanto Cole me
mostra sua moto?
Sorri para ela. Que maldita desculpa frágil. — Coisa certa. Seria um
prazer — respondi, excessivamente formal.
Minha mãe franziu o cenho. — Tudo bem. Sejam rápidos.
Eu segui Alexa de volta pela porta da frente. Assim que fechou, ela se
virou para mim como um demônio, cuspindo raiva e fogo de seus olhos.
— Onde diabos você esteve?
Olhei para ela, completamente surpreso com sua fúria. Eu tive muitas
garotas irritadas quando não liguei no dia seguinte, sua reação era algo
diferente.
— É bom ver você também, princesa — brinquei.
— Não me venha com merda, seu idiota.
Eu ri. Sua raiva era cômica em sua intensidade. — Olha, me desculpe
por não ligar. Você sabe como são as coisas.
— Não, seu idiota, seu, seu…
— Idiota? — Terminei.
— Sim, idiota!
Eu ri, balançando a cabeça para ela. — Sei que estar comigo é uma
experiência, só que você parece um pouco irritada demais.
— Não é o que está pensando, seu babaca! Você não sabe?
Eu abaixei minha cabeça para ela, confuso. — Saber o quê? Estive
numa maldita selva pelo último ano.
Ela respirou fundo. — Selva?
— Treinamento. Eu sou um lutador, lembra? Não tive contato com
internet, e-mail, telefonemas ou bocetas desde a última vez que te vi.
Ela me olhou em silêncio por um segundo, ainda claramente
fumegando, recuperando lentamente o controle. — Então você não sabe? —
Perguntou.
— Você teve meu bebê ou algo assim?
Ela revirou os olhos. — Deus não. Felizmente.
— Por favor. Você ficaria honrada em ter meus filhos.
— Ouça-me — ela falou seriamente. — Lembra-se daquela cerimônia
de casamento?
— Claro — respondi, chegando mais perto dela. Ela reagiu do jeito
que eu me lembrava, como se estar perto de mim fosse uma porra de droga.
E, honestamente, parecia do mesmo jeito para mim. Todas as lembranças
estavam voltando, lá estava ela, bem na minha frente, ainda tão sexy quanto
me lembrava. — Estou mais interessado no que aconteceu depois.
— Não, escute. Aquela cerimônia foi legal.
Sorri. Ela estava realmente louca ou algo assim? — Não, não foi. Foi
uma coisa turística estúpida.
— Normalmente, sim. Quando cheguei em casa e tentei me registrar
para votar, descobri que estava legalmente casada com um idiota que mal
conhecia.
Ela não podia estar falando sério. Queria que eu acreditasse que
estávamos realmente casados, de verdade?
— De jeito nenhum — respondi. — Foi na Tailândia. Como poderia
ser oficial?
— Seu idiota — falou, exasperada. — Tenho lidado com essa merda
desde que voltei. Acredite em mim, estamos casados legalmente.
Olhei-a por um longo segundo e finalmente comecei a rir. Foi a coisa
mais hilária e insana que uma garota já fez comigo, não acreditava no que
estava tentando fazer. Precisava admitir que ela era bem impressionante,
mas não havia como estar casado. Muito menos com minha nova meia-irmã.
— Boa tentativa — comentei, me afastando. — Venha, vamos comer.
Não tenho uma refeição de verdade por um maldito ano.
— Cole — chamou, ainda com raiva. — Escolhemos o pacote de luxo.
Lembra-se?
Eu parei na maçaneta. — Claro, eu me lembro.
— Não conseguimos nada extra. Certo?
Balancei a cabeça lentamente. — Certo.
— De luxo significava que era de verdade, não que fosse algo especial.
Fiz uma careta para ela por um segundo. Pensando bem, achei estranho
que o pacote de casamento especial deles não tivesse vindo com nenhum
acréscimo. Mas não, como poderíamos saber? Talvez o pacote de luxo
significasse apenas que o padre não desmaiava de bêbado no final.
— Boa tentativa — falei novamente. — Se quer que transemos
novamente, tudo o que tem a fazer é pedir gentilmente.
Ela ficou boquiaberta quando abri a porta e entrei.
Minha meia-irmã era linda pra caralho. Era sexy, selvagem e
apaixonada, possivelmente insana. Dificilmente a garota que eu lembrava
do paraíso.
Então, por que tenho uma sensação incômoda no fundo da minha
mente?
CAPÍTULO TRÊS
ALEXA

Como pôde não acreditar em mim?


Esperei quase um ano por este momento. Eu pensava, sonhava e
esperava. Na minha cabeça, eu contava a ele sobre o casamento e,
imediatamente, Cole pedia desculpas e implorava para acertar as coisas.
Ficaria tão magoado por me deixar sofrer com o casamento falso durante
tanto tempo, que me carregaria em seus braços e me levaria para o pôr do
sol para fazer amor doce e terno comigo.
Bem, talvez não a última parte. Embora esperasse algum tipo de
desculpa, talvez até uma pequena surpresa.
Ao contrário, ele não acreditou em mim. Falou que eu estava
mentindo!
Não acredito que não percebi que Cindy era sua mãe. Eles tinham o
mesmo sobrenome, afinal. Não havia fotos deles juntos e ela nunca
mencionou ter um filho na imprensa. Nunca imaginei que fossem mãe e
filho, não em mil anos.
Enquanto estava lá sozinha na varanda, olhando para a porta, senti
mais raiva do que jamais senti na minha vida. Quão arrogante era para
pensar que uma mulher mentiria sobre ser casada com ele? Que possível
motivo eu teria para mentir? Eu estava fumegando, pronta para entrar na
casa e espancá-lo.
Ele era tão arrogante, tão cheio de si mesmo. Aquele babaca
provavelmente pensava sobre o quanto eu era psicopata ou algo assim. Eu
estava tão irritada que queria gritar.
Sem contar que vê-lo novamente trouxe um monte de sentimentos que
acreditei estarem enterradas há muito tempo. Assim que seu capacete saiu e
dei uma olhada em seu rosto esculpido, seu corpo musculoso e seus
penetrantes olhos azuis, sabia que estava feliz com sua volta. Queria que me
levasse para o meu quarto e me fizesse sentir do jeito que fez no paraíso.
Então a realidade desmoronou quando percebi que ele agora era meu
meio-irmão. E também meu marido.
Tomei uma respiração profunda e calmante. Aquele idiota realmente
acreditava que era tão incrível que alguém mentiria sobre ser casada com
ele. Tudo o que precisava fazer era mostrar a certidão de casamento, que
poderia facilmente imprimir no meu laptop.
O almoço chegou primeiro. Eu teria que passar pela próxima hora mais
ou menos, então provaria o casamento para Cole. Também não podia deixar
Cindy e papai descobrirem. Por um lado, eu já escondi do meu pai por
muito tempo, o mais importante, já estavam lidando com escândalos
suficientes. Não precisavam de sua filha irresponsável, casada com seu
meio-irmão igualmente maluco.
Exceto que não estava louca. Estou casada com o meu meio-irmão
imbecil.
Quando abri a porta da frente, mal conseguia acreditar que era verdade.
— Muito trabalho duro — Cole dizia enquanto eu entrava na cozinha
Cindy se virou para mim. — Cole estava nos contando sobre seu tempo
na Tailândia.
— Ele estava treinando com um mestre lutador na selva — papai falou
com um pouco de reverência.
— Tenho certeza de que foi difícil — respondi desinteressada.
— Eu tive mais dificuldade — respondeu ele, sorrindo para mim.
Revirei os olhos para ele e papai me deu uma olhada.
— Então Cindy falou — vamos para a sala de jantar.
Entramos e nos sentamos à mesa. Na cozinha, ouvi uma equipe se
movimentando, preparando para servir a refeição. Eu me senti um pouco
estranha em ter empregados, aparentemente Cindy insistiu. Papai e eu
tínhamos nos saído muito bem sem empregados, mas não diria nada.
— Parece ótimo — papai elogiou enquanto a comida era servida.
— Minha primeira refeição de verdade em um longo tempo — Cole
comentou.
— Mesmo? O que você comeu lá, insetos? — Perguntei a ele.
— Às vezes, claro. Principalmente vegetais, no entanto.
— Nada de falar sobre comer insetos durante o almoço —Cindy
ordenou. — Além do mais, você realmente não comeu insetos. Ou comeu?
Cole sorriu e começou a comer sem responder. Cindy suspirou, dando
pequenas mordidas em sua salada. Papai me deu outro olhar, eu sabia
exatamente o que estava pensando. Provavelmente era bastante óbvio que
estava irritada com Cole, como explicaria a ele? Melhor deixá-lo pensar o
que quisesse.
— Então, Alexa — Cindy começou — como está a faculdade?
— Tudo bem — respondi. — Não posso reclamar.
— Berkeley, certo?
— Sim.
— Garota esperta — Cole falou. — Deve ser legal. Seu pai está
orgulhoso, aposto.
— Muito orgulhoso — papai respondeu.
— Qual universidade você foi? — Perguntei a Cole, sabendo a
resposta.
— Nenhuma — Cindy murmurou.
— Nenhuma — ele respondeu em voz alta, ignorando-a. — Eu pulei a
besteira e fui direto ao ponto.
— Deve ser difícil. Ser uma pessoa sem instrução, quero dizer — falei
acidamente. Sabia que estava sendo idiota, porém estava muito irritada com
ele para me importar.
Papai e Cindy me encararam.
— Oh, não é tão ruim — Cole afirmou simplesmente, como se eu não
tivesse acabado de insultá-lo. — Ficou mais fácil desde que me casei.
Papai olhou para ele. — Não sabia que você era casado.
Eu me encolhi. Papai estava mordendo a isca. Eu dei um olhar para
Cole, ele me ignorou.
— Ah sim, Frank, tenho certeza que sim. Casado com a luta, quero
dizer. Embora seja uma amante louca, eu a amo.
Cole me encarou o tempo todo em que falava, enquanto eu queria jogar
meu garfo bem em seus olhos.
— Ah, muito bom — papai afirmou. — É bom amar o que você faz.
— Mesmo algo tão violento e perigoso — Cindy murmurou.
— Talvez perigoso e definitivamente violento, mas as pessoas fazem
coisas malucas o tempo todo. — Cole olhou para mim. — Certo, Alex?
— Eu não sei — cuspi de volta. — Estou muito ocupada, você sabe,
sendo uma pessoa normal.
Não se casando com uma estranha e, em seguida, partindo para a selva,
eu queria acrescentar, obviamente não o fiz.
Papai olhou entre nós dois. — Não acho que a luta é louca ou anormal
— falou, alheio.
— Eu acho — Cindy falou.
Cole olhou para a mãe, não pude deixar de me perguntar qual era o seu
negócio. Será que se importava tanto com o que Cole fazia que ela faria
comentários passivos sobre o assunto no almoço?
Não me importava. Eu não me sentia mal por Cole. Não me importava
se seus sorridentes olhos azuis perfuravam meu interior, me fazendo querer
cruzar as minhas pernas. Nem em como eu continuava recordando o jeito
que seus dedos fizeram minhas costas arquearem tanto tempo atrás.
Não me importava que fosse o último cara que eu beijei.
Ou que fosse meu meio-irmão.
Eu só queria um maldito divórcio.
Começamos a comer e a conversa se direcionou para temas mais
normais, como o emprego de papai e Cindy. Aparentemente, as coisas não
eram tudo o que imaginavam na empresa e sua vida era bem estressante.
Eles pareciam gostar verdadeiramente da companhia um do outro, ou, pelo
menos, enquanto durou o almoço.
— Então Alexa — Cole falou repentinamente durante um período de
calmaria. — Algum homem em sua vida?
— Cole — Cindy o advertiu.
— O quê? Só quero perguntar sobre a virtude da minha nova meia-
irmã.
— Minha virtude não é nem um pouco da sua conta — respondi.
— Podemos parar de dizer “virtude”? — Papai perguntou timidamente.
— Não seja tão tensa, mana — Cole seguiu em frente. — Só quero
conhecê-la melhor.
— É uma ideia excelente! — Cindy exclamou de repente. — Vocês
dois devem se conhecer melhor.
— Oh, tenho certeza que você quer aprender tudo sobre mim. Certo,
maninha?
Eu quase engasguei. — Tudo bem.
— Alexa! — Papai advertiu severamente. — Não seja rude. Somos
uma família agora.
— Exatamente, Alex. Nós seremos muito próximos — Cole
acrescentou.
O babaca presunçoso. Esteve flertando comigo a tarde toda, insinuando
nosso passado bem na frente de nossos pais. Fiz tudo que pude para não
explodir. Ele era um imbecil. Eu queria arrancar aquele sorriso arrogante de
seu rosto.
— Tenho uma ideia. Por que vocês dois não saem para jantar, por
minha conta? — Cindy sugeriu.
— Perfeito — Cole concordou rapidamente. — Amanhã?
— Eu não sei — gaguejei, tentando pensar em uma desculpa.
— Ela está livre — papai cortou. — Certo, querida?
Todo mundo olhava para mim e eu sabia que não podia recusar.
Pareceria muito suspeito, ainda mais suspeito do que eu já parecia. —
Ok — respondi suavemente.
— Ótimo. Está resolvido. Eu escolherei o lugar. Nós acertaremos os
detalhes mais tarde — Cindy bateu palmas.
Ótimo. Não só ele pensava que eu era uma psicopata perseguidora,
como agora teria que ir a um encontro com ele? Eu não aguentava mais.
Levantei-me abruptamente.
— Desculpem. Não estou me sentindo bem — informei.
Papai parecia preocupado. — Foi a comida? Eu falo com o pessoal.
— Não. Só estou exausta. Com licença.
Me virei e saí da sala de jantar, sem me incomodar em olhar para trás.
Sabia que provavelmente parecia ainda mais louca saindo tão
intempestivamente. Só imaginava o que nossos pais estariam pensando. No
entanto, se eu tivesse que ficar sentada por mais um segundo naquela mesa
com aquele idiota presunçoso, egoísta e lindo, iria gritar.
Subi as escadas o mais rápido que consegui, fechei a porta do meu
quarto caindo na cama. Fechei meus olhos e respirei lentamente me
acalmando.
Cole estava de volta. Meu erro e minha vergonha secreta, meu meio-
irmão. O cara que fez meu corpo sentir coisas que nunca pensei que sentiria.
Ele foi tão encantador no paraíso, agora parecia apenas arrogante e ousado.
Parte de mim queria que ele voltasse, não para me divorciar, para que
eu pudesse conhecê-lo. Sim, foi uma loucura. Nós só nos conhecíamos por
alguns dias, ainda assim. Algo parecia certo quando estava com ele, era fácil
ser eu mesma.
Além disso, Cole era absolutamente deslumbrante. Até mesmo seu
cheiro me deixou insana, o que era totalmente diferente de mim.
Normalmente não me envolvia realmente com a aparência de um cara, com
ele era diferente, algo que não conseguia explicar. Sentia diretamente entre
as minhas pernas toda vez que sorria para mim, mesmo quando agia feito
um babaca.
Não podia deixá-lo continuar pensando que era apenas uma
perseguidora maluca. Peguei meu laptop e naveguei para o registro oficial
de casamentos, lidando com o site agonizantemente lento até que finalmente
o encontrei.
Nossa certidão de casamento. Eu não a olhava há muito tempo, não
parecia ser real. Sabia que era desde que era de um site oficial e estava em
papel timbrado do governo com todos os selos e tudo o mais.
Quando ia mandar imprimir, houve uma batida suave na minha porta.
— Sim? — Perguntei.
— Sou eu. — A voz de Cole.
— Não, obrigada.
A porta se abriu e ele entrou, fechando-a atrás de si.
— Você não pode simplesmente entrar aqui — falei irritada.
— Seu pai me enviou para verificar você.
Me sentei, franzindo a testa. — Estou bem.
— Tem certeza? Parecia que você não estava bem no almoço.
— Sim, seu idiota, só estou ansiosa para ter você fora da minha vida.
Cole riu, aproximando-se. Respirei profundamente enchendo meus
pulmões de ar enquanto ele olhava ao redor do meu quarto, claramente
julgando a decoração. Eu não tinha modificado desde o colegial,
embaraçosamente no final dos anos 2000, não importa.
— Cartazes legais.
— Obrigada.
Ele pegou um CD do Nirvana da minha cômoda. — Você é fã?
— Sim. Não toque nas minhas coisas.
Ele colocou de volta. — Eu também. Nevermind é meu álbum favorito.
— O meu também — respondi a contragosto.
— Viu maninha? Temos muito em comum. — Ele se sentou na beira
da minha cama.
— Pare de me chamar de irmã.
— De que devo chamar então? Esposa?
— Seria mais apropriado — murmurei.
— Vamos, Alex. Você acha que eu realmente acredito nesta merda? Sei
que você está apenas tentando se vingar de mim por te foder e depois
desaparecer.
— Eu não me importo — retruquei de volta. — E não estou mentindo.
— Ok, tudo bem — respondeu, erguendo as mãos. — Tudo bem, não
importa. Nós podemos pelo menos ser civilizados.
Suspirei. — Eu posso provar.
— Continue.
Virei o laptop para ele. — Vê? Esta é uma certidão de casamento
oficial. Dê uma olhada.
Cole puxou o computador para ele e olhou atentamente para a tela. Seu
rosto ficou sombrio por um momento enquanto considerava, não consegui
ler sua expressão.
Finalmente olhou para cima. — É impressionante.
— Você acredita em mim agora?
— Quero dizer, é impressionante que você tenha tido tanto trabalho. É
realmente uma boa falsificação.
Encarei-o boquiaberta, sem entender. — Você realmente acredita que
eu forjei o documento?
Ele encolheu os ombros. — Claro. Não seria impossível. Não parece
tão verdadeiro para mim.
Eu queria gritar. Não acreditava no que ouvia. — É de um site do
governo!
— Sério? — Ele deu de ombros, levantando-se.
— Cole — rosnei através dos meus dentes — Você tem que entender.
Estamos realmente casados.
— Olha, mana — respondeu — me diverti muito com você.
Francamente, ainda fico duro pensando em sua boceta.
Corei e desviei o olhar. — Pare!
— Você não quer ouvir? Na selva eu costumava pensar em seu corpo.
Sonhava em fazer você suar. Eu queria rastrear você e te fazer gozar mais
uma vez e ver o que acontecia.
— Você não está recebendo nada. Você era apenas um estranho
atraente.
— Ainda bem que você acha que eu sou atraente.
Suspirei, exasperada. — Não foi o que eu falei.
— Na verdade foi. — Ele cruzou os braços, sorrindo para mim. —
Olha, você pode manter essa piada de casamento se quiser, eu não estou
interessado.
— Não. É. Uma. Piada. — Eu praticamente cuspi as palavras para ele.
— Tudo bem, o que você quiser. Nós poderíamos nos dar muito bem.
— Olha, se você acredita que é tudo uma piada, assinaria alguns papéis
para mim? — Eu saí da cama e procurei na minha bolsa. — Eu os tenho
aqui em algum lugar.
— Sério? Você carrega papéis falsos de divórcio?
— Não são falsos — ignorei-o. — Ah ha! Aqui vamos nós. — Eu os
tirei e mostrei para ele.
Ele os olhou e me devolveu. — Não, obrigado.
Eu senti vontade de cair. — Vamos. Por favor?
— Implorando agora? — Ele sorriu e agarrou minha cintura, me
puxando para ele. Eu bati direto em seu peito, meu coração começando a
martelar. — Soa familiar.
— Cole — murmurei. Respirei seu cheiro e tudo voltou, o jeito que me
fez sentir, o jeito que minhas costas se arquearam sob suas mãos fortes. Ele
era o mesmo homem que conheci naquela época, exceto que estava sendo
um idiota por algum motivo. — Não seja imbecil.
Ele riu, sussurrando no meu ouvido. — Nós dois sabemos que é o que
você deseja.
— Só quero o divórcio. — Eu me afastei e ele riu novamente.
— Tudo o que você disser, maninha.
Fiz uma careta. Este dia foi muito insano, muito intenso. Eu precisava
terminar com tudo. Talvez amanhã ele estivesse mais disposto a ouvir.
— Quando você irá embora?
Ele virou a cabeça enquanto abria a porta do meu quarto. — Embora?
— Sim, tipo, sair da minha casa, ir para sua casa.
— Você não sabe?
Eu olhei para ele. — O quê?
— Oh, está ficando cada vez melhor.
— Do que você está falando?
— Minha mãe virá morar com seu pai. — Ele estava meio fora do meu
quarto. Eu senti um raio de luz percorrer meu núcleo.
Então se virou, sorriu e falou devagar. — E eu ficarei aqui para o
verão.
CAPÍTULO QUATRO
COLE

Depois de meses na selva tailandesa trabalhando intensamente,


treinando mais do que já havia treinado antes, voltei para casa e... de
repente, tinha uma esposa.
Pensei que Alex estava fodendo comigo. Realmente. Não fui capaz de
dizer se era apenas uma psicopata tentando me prender a um
relacionamento, ou se ela só queria me machucar por não ligar depois que
as férias acabaram. Porém, assim que me mostrou a certidão de casamento,
eu sabia que era real.
O que não significava parar de brincar com ela, no entanto. Seu jeito
quando ficava tão furiosa que era difícil para ela falar, me deixou
completamente louco. Nunca antes quis jogar uma mulher no chão e fodê-la
no lugar onde estávamos, Alexa me fazia sentir desse jeito. Talvez eu não
tivesse chegado tão longe antes, no entanto agora queria.
Precisava dela novamente, era certo. Meu tempo em casa deveria ser
tudo sobre devassidão e recuperação do tempo perdido, porém, assim que
pus os olhos nela novamente, sabia que a merda estava formada. Sabia o
que eu realmente queria.
Seus lábios, enrolados em volta do meu pau. Queria ouvi-la gemer meu
nome, sentir seu corpo tensionar quando ela gozasse, repetidamente.
Só que ela era minha esposa e a porra de minha meia-irmã.
Como tudo poderia mudar tanto? Saio para a selva por um ano e, de
repente, minha merda está toda explodida.
Eu não era alguém do tipo de casamento. Não estava interessado em ter
bebês, mudar-me para uma casa com cerca branca, nada dessa besteira. No
entanto eu estava interessado em foder sua boceta gostosa, áspera e
profundamente. Finalmente, tê-la completamente.
E o que mais eu faria? Não tinha outros planos ou perspectivas, ainda
não. Quando meu novo padrasto sugeriu que viesse morar com eles, bem,
parecia uma oportunidade boa demais para deixar passar. Então, por que
diabos não? Eu não morava com Cindy há anos, mas tudo bem. A casa de
Frank era grande pra caralho, por isso duvidei que tivesse trombado justo
com ela.
O melhor de tudo é que o quarto de Alexa fica bem ao lado do meu. Eu
praticamente podia ouvi-la ofegando meu nome através das paredes finas.
Alexa não saiu do seu quarto pelo resto da noite, tudo bem para mim.
Eu estava muito ocupado desfazendo minha mala para realmente me
importar com o que ela fazia. Teria muito tempo para provocar minha meia-
irmã, ou talvez eu devesse pensar nela como minha esposa? De qualquer
forma, eu conseguiria o que queria. Em breve.
Primeiro, eu precisava de um treino.

Eu mergulhei e grunhi, terminando minha série. Meu corpo estava


coberto de suor enquanto recuperava o fôlego, trocando a música no meu
celular. A música surgiu através dos fones nos meus ouvidos.
Frank tinha um ginásio decente no seu porão. Não era exatamente de
qualidade profissional, mas havia um bom conjunto de equipamentos e
pesos livres. O suficiente para fazer a minha rotina de levantamento e, em
seguida, mais alguns exercícios. Fazia sentido que tivesse uma academia,
considerando a forma do homem para sua idade.
Quando comecei a me acalmar, algo me chamou a atenção perto das
escadas. Olhei para cima e vi Alexa acenando para mim.
Eu puxei os fones dos meus ouvidos. — E aí, mana?
— Não me chame assim — resmungou quando desceu as escadas.
Ela estava usando shorts de algodão curtos e um moletom. Seu cabelo
estava todo desgrenhado, parecia ter acordado de uma soneca. E tudo que eu
conseguia pensar era em fodê-la contra o espelho, fazendo-a assistir
enquanto estocava profundamente em sua boceta.
— O que posso fazer por você? — Perguntei. — Vai descer para suar
comigo?
— Não, obrigada. Eu queria conversar sobre algo.
— Se é sobre casamento não estou interessado.
Ela fez uma careta e tive que morder minha língua para não rir. — Não
é sobre o fato de que somos casados. Bem, na verdade é, só não exatamente.
Eu me encostei na parede e cruzei meus braços. — Desembuche!
— Sua mãe falou sobre nossos pais e seus empregos com você?
— Na verdade não. Não posso dizer que estou interessado.
— Bem, tente ser. Aparentemente, o casamento deles é um grande
escândalo ou qualquer coisa parecida.
— Pelo fato de a empresa de Cindy ter comprado a de Frank?
— Sim.
— Vá direto para a parte onde eu deveria dar uma merda para o
problema, mana. — Amei o olhar em seu rosto, puro aborrecimento.
— Você deveria se importar, ela é sua mãe.
Eu revirei meus olhos para suas palavras. — Você não conhece Cindy
muito bem ainda, ela não é exatamente o tipo de mãe carinhosa.
Alexa ficou em silêncio por um segundo. — Sim, talvez eu venha a
saber.
— Cindy e eu não estamos nos melhores termos.
— Então, por que você ficou?
— Porque preciso de um lugar onde morar enquanto reconstruo minha
carreira de lutador.
— Você não tem economias?
Eu rio, balançando a cabeça. Quão ingênua era a garota?
— As economias são para pessoas que sabem que estarão por aí em um
ano, irmã. Eu coloco meu corpo em risco para viver. Planejar o futuro é
difícil quando não se tem certeza de ter um.
Ela franziu a testa. — Parece muito louco para mim.
— Talvez — afirmei movendo-me em direção a ela — você nunca
sentiu como é no ringue.
— Eu vi na TV. Parece ser doloroso.
— Dói como o inferno — respondi, parando bem próximo dela. Eu
poderia dizer que sua respiração começou a ficar mais rápida. — Porém, eu
me sinto mais vivo lá do que fazendo qualquer outra coisa. Não me importo
com o passado ou o futuro. No ringue, somos somente meu adversário e eu.
É cru, intenso, rápido e perigoso.
— Não é o meu tipo de coisa.
Eu queria levantar seu queixo e morder seu lábio. Talvez a ensinasse a
fazer da luta o seu tipo. Na verdade, eu podia ver que era algo que gostaria,
talvez até chegasse a amar.
— Ok, tudo bem.
Ela balançou a cabeça, afastando-se. — Não importa. A razão pela
qual estou aqui é para dizer a você para não contar a ninguém sobre o que
aconteceu entre nós.
— Por quê? Envergonhada?
— Nossos pais não precisam de outro escândalo. Poderia arruiná-los.
— Honestamente, não posso dizer que me importo tanto assim. Sem
ofensa. Seu pai parece ser um cara legal, enquanto minha mãe nunca me deu
uma razão para dar uma merda para seus problemas.
— Faça por mim, então — pediu exasperada.
— O que eu ganho? — Perguntei, sorrindo para ela.
— Não contarei a ninguém o babaca que você é.
— Não é segredo, mana.
— Só não fale sobre o assunto, ok?
Dei de ombros, me afastando. — Certo. O que quer que você diga.
Não me importava nem um pouco, simplesmente amei irritá-la.
— Ok. Obrigada.
Tirei minha camisa e comecei a secar meu suor. Eu a peguei olhando
para mim com o canto do olho, não falei nada. Queria que aproveitasse o
espetáculo. Era óbvio o quanto ela me queria também, pela maneira como
reagia toda vez que se aproximava.
Ela pode ter agido como se eu fosse o maior idiota do mundo, mas
queria meu pau grande e eu sabia.
— Ainda vai amanhã à noite? — Perguntei. Ela assentiu, mordendo o
lábio.
— Sim.
— Vejo você então. — Juntei minhas coisas.
— Aonde você vai?
— Tomar um banho. Quer se juntar a mim?
Ela corou, desviando o olhar. — Não, obrigada.
— Tem certeza? Eu amaria passar a língua em sua adorável boceta,
enquanto a água morna escorre pelo seu corpo.
Alexa mordeu o lábio novamente então se virou saindo do porão sem
outra palavra.
Eu a observei ir sorrindo enormemente.
No dia seguinte, eu estava muito ocupado ligando para os meus
contatos no mundo dos combates para me preocupar com Alexa. Encontrei
um bom lugar no terraço, coloquei meu laptop e telefone começando a fazer
minhas ligações.
Antes de partir para a Tailândia, tive uma carreira bastante decente. Os
promotores me ligavam sempre, implorando para que eu lutasse com caras
aleatórios. Tive a sorte de ser um pouco seletivo com quem lutei e quando.
Agora, porém, eu precisava das lutas que conseguisse, para provar que
ainda valia a pena me assistir.
Era algo que eu gostava sobre as lutas. Ninguém dava a mínima para
quem você era ou o que gostava. Se pudesse arrebentar um cara com as
próprias mãos, então você estava pronto. Habilidade era a única coisa que as
pessoas procuravam e eu tinha muita.
Infelizmente, ainda teria que provar. Mesmo que tivesse acabado de
voltar do treino com Skad, o que foi um grande acréscimo para o meu perfil,
não poderia simplesmente pular no ringue com algum lutador de renome.
Depois de talvez uma ou duas horas, finalmente tive uma disputa
marcada para a próxima semana. Normalmente os lutadores queriam mais
tempo para estudar o adversário e coisas assim, eu só queria entrar no
ringue o mais rápido possível. Meu gerente não ficou muito feliz com minha
decisão, ele poderia ir se foder. A briga seria com um cara jovem que
provavelmente se considerou sortudo por entrar no ringue com alguém um
pouco mais conhecido, como eu.
O que fazia com que fosse uma luta perigosa. Eu não conhecia o garoto
e ele não me conhecia, iríamos lutar às cegas.
Enquanto estava lá, pesquisando seu nome no Google, Frank subiu
vagarosamente as escadas.
— Aí está você — Eu olhei por cima do meu laptop.
— Frank — balancei a cabeça para ele.
Ele ficou perto do corrimão, olhando para a cidade. — Bela vista, você
concorda?
— Realmente — respondi.
— Eu queria falar com você sobre algo — Frank começou sentando-se
à mesa comigo.
— Vá em frente. — Recostei na cadeira, cruzando os braços.
— Cole, estou feliz que você esteja conosco. A casa é geralmente
muito vazia para Alex considerando-se o tanto que trabalho.
— Fico feliz em ajudar.
— Só quero fazer funcionar com sua mãe. As coisas estão difíceis. Nós
temos muito estresse externo.
Eu assenti, franzindo a testa. — Alex mencionou.
— Sim. Bem. Sua mãe queria que eu dissesse… — Desviou o olhar,
claramente desconfortável. — Ela queria que dissesse que esperamos que
você tente ajudar, enquanto estiver por perto.
— Frank, Cindy enviou você para tentar me dizer para me comportar?
Ele suspirou, balançando a cabeça. — Não é bem assim.
Levantei a mão. — Ok. Tudo bem. Eu não te culpo nem um pouco.
— Estou sendo sincero quando digo que estou feliz que você esteja
hospedado conosco. Espero que, pelo menos, tente e seja amigo de Alex.
— Tenho certeza de que eu e sua filha estaremos muito próximos.
— E tente se dar bem com sua mãe também.
— Isso eu não posso prometer.
Frank assentiu. — Bom o bastante. Desculpe por incomodá-lo.
Considere o assunto encerrado.
Ele se virou para sair. — Frank? — Chamei. Ele se virou para mim. —
Não seja o garoto de recados da minha mãe. Ela não respeita esta atitude.
Ele abriu a boca como se fosse falar, então optou por não responder.
Apenas sorriu e saiu.
Eu o observei ir, curioso. A maioria dos homens ficaria irritado com
meu comentário, Frank parecia ter levado a sério. Pelo menos pareceu.
Frank era uma pessoa interessante. Talvez não fosse um completo
idiota. Considerando-se o fato de que se casou com minha mãe, quem
poderia dizer?
Verifiquei a hora no meu laptop e amaldiçoei. Era muito mais tarde do
que esperava. Fechei a tampa e voltei para a casa.
Eu tinha um encontro com minha meia-irmã em breve.

Eu estava encostado em uma árvore quando Alex desceu a escada da


varanda.
Por um segundo, senti meu coração quase falhar uma batida. Usava um
vestido curto e justo que se agarrava a seus quadris e saltos que faziam seu
traseiro parecer quente. Não mostrava muita pele, embora o vestido fosse
apertado o suficiente para realçar seus seios e corpo perfeitos. Francamente,
ela estava incrível, senti vontade de agarrá-la ali mesmo na rua.
— Mana — cumprimentei — Você está bonita.
Ela franziu a testa para mim. — Você poderia pelo menos se vestir
melhor.
Olhei para mim mesmo. Eu estava usando jeans, botas, uma camiseta
preta e uma velha jaqueta. — O que tem de errado com minhas roupas?
— Você parece um João Ninguém ou algo assim.
Sorri abertamente. — Talvez eu seja.
— Tanto faz. — Ela olhou em volta. — Onde está o carro? Sua mãe
falou que estaria esperando por nós.
— Sobre isso — comentei. — Nós não estamos levando o carro.
— Eu não vou andar com estes saltos.
— Não se preocupe, princesa. Usaremos minha moto.
Ela ficou boquiaberta comigo por um segundo, depois balançou a
cabeça. — Não. De jeito nenhum. Eu não vou montar na garupa desta coisa.
Fui até a moto e joguei-lhe um capacete. Ela pegou, por pouco. —
Vamos lá. Pensei que gostasse de motocicletas?
Ela se aproximou. — Foi apenas uma desculpa para conversarmos —
sussurrou. — Não seja babaca.
— É melhor ir andando — sussurrei. — Seu pai está nos observando
da janela.
Ela se virou para olhar, se conteve. Respirou fundo e soltou. — Tudo
bem! — Colocou o capacete sem mais palavras.
Eu subi na motocicleta e ela subiu atrás.
— Segure-se firme — ordenei enquanto ligava o motor. — Agora
acene para o papai.
Acenamos para o pai dela enquanto lentamente pilotava entrando no
tráfego.
Alex agarrou a meu corpo com muita força. Eu diria que nunca esteve
na garupa de uma moto antes em sua vida, o que só tornou tudo muito
melhor. Infelizmente, o restaurante não ficava muito longe, então eu não
podia realmente aumentar a velocidade.
Ainda assim, fiquei surpreso que ela continuou sem muita luta. Claro,
não pulou imediatamente na garupa, quem pularia em sua situação? Eu
fiquei impressionado que não teve um chilique. Eu a imaginei como uma
filhinha de papai rico, talvez houvesse mais por baixo daquele exterior.
Aquele maldito exterior muito sexy.
Estacionei a moto e andamos meia quadra até o restaurante. Era um
lugar caro, claramente novo, especializado em comida italiana. Não me
importava muito, qualquer coisa era melhor que a merda que comi na
Tailândia. Sentamos rapidamente e havia bebidas na nossa frente quase
instantaneamente.
— Nada mal — olhei em volta. — Cindy sabe escolher. — Bebi meu
uísque.
— Não posso acreditar que estamos neste lugar. Foi inaugurado na
semana passada e a lista de espera é de meses.
Eu bufei, balançando a cabeça. — Que desperdício!
— O que você quer dizer?
— Minha mãe provavelmente faria qualquer coisa acontecer, acaba
desperdiçando seu poder em boas reservas.
— É muito legal da parte dela.
— É, só não se acostume.
— O que você quer dizer?
Considerei contar a ela toda a verdade sobre Cindy. Pensei em dizer
que Cindy foi uma psicopata controladora durante toda a minha infância,
mal me deixando sair de casa. Fui educado em casa e não tive amigos da
minha idade durante muito tempo. Ela foi opressiva e insana depois que
meu pai morreu de câncer quando eu tinha dois anos, provavelmente porque
estava com medo de me perder, em algum nível.
Eu não sabia se ela ficou insanamente controladora por causa de sua
morte ou se sempre foi assim. Suspeitava que sempre esteve lá, apenas
agravou com sua morte. Aquela obsessão por controle a serviu muito bem
em sua carreira profissional, embora a tenha transformado em um monstro
em casa.
Alexa não precisava saber de nada. Era apenas uma história triste do
meu passado. Saí daquela casa quando fiz dezoito anos e nunca me
preocupei em olhar para trás.
— Cindy pode ser difícil — respondi simplesmente.
— Ela é a CEO de uma grande empresa. Claro que pode.
Eu simplesmente dei de ombros e bebi meu uísque, sem me incomodar
em discutir.
— De qualquer forma. Aqui estamos. Marido e mulher, finalmente
juntos de novo.
Alexa fez uma careta e suspirou, batendo seu copo no meu. — Eu
realmente tenho uma surpresa para você.
— Ótimo. É a sua calcinha?
— O quê? Não, não é minha calcinha.
— É uma pena. Se fosse, eu te levaria para aquele banheiro chique e te
foderia até sermos expulsos ou você gozasse, o que acontecesse primeiro.
Ela me ignorou, procurando em sua bolsa. Ela lentamente tirou um
pedaço de papel grosso e enrugado.
— Aqui está — falou triunfante.
— O que é?
— Prova. — Ela segurou.
Eu peguei e desdobrei. Olhei para o papel por meio segundo antes de
começar a rir. Era uma certidão de casamento oficial, assinada por nós dois
além do padre da Tailândia.
— O que é tão engraçado? — Perguntou, irritada.
— Alex — respondi, devolvendo-lhe o papel — sei que somos
casados.
Ela olhou para mim por um segundo. — O quê?
— Acreditei em você assim que me mostrou em seu laptop.
— Seu idiota!
Ela estava furiosa, não pude deixar de sorrir para ela. Não sabia se
sairia do restaurante e pegaria um táxi para casa, jogaria sua bebida na
minha cara, ou ambos. Tomei um gole profundo do meu uísque, saboreando
o gosto delicioso, já que suspeitava que seria meu último drinque antes de
ser expulso.
Para minha surpresa, ela não fez uma cena. Respirou fundo novamente
e colocou o papel na bolsa.
— E agora? — Perguntou.
Pisquei surpreso. Se eu fosse ela, estaria me amaldiçoando, talvez
dando um soco ou dois. Ao contrário, ela estava seguindo em frente.
Foi a segunda vez que me impressionou esta noite.
Antes que eu respondesse, o garçom voltou para pegar nossos pedidos.
Quando se foi, ela olhou para mim com expectativa.
— Eu não tenho certeza do que você quer — respondi.
— Um divórcio, obviamente. Consertaremos este erro estúpido.
— Erro? — Você tem sorte de estar casada comigo.
Ela segurou um sorriso. — Ok, certo. Você é apenas um babaca
arrogante.
— Um babaca arrogante que pode fazê-la gozar com o dedo mindinho.
— Arrogante e convencido.
— Arrogante por um bom motivo. — Abaixei-me sorrindo. —
Lembra-se da nossa noite de núpcias?
Alex corou. — Lembro.
— Você sabe o que posso fazer seu corpo sentir, mana.
Ela balançou a cabeça, sorrindo. — Pare Cole. Não estou interessada.
— Azar o seu!
— Você é sempre assim? Ou a selva bagunçou seu cérebro?
Sorri. — A selva me deixou mais duro e resistente. Embora não tão
duro quanto você me deixa.
Ela revirou os olhos, gemendo. — Boa!
— Obrigado.
O garçom voltou e reabasteceu nossas bebidas. Eu estava me sentindo
mais solto, mais leve e diria que ela também.
— De volta ao divórcio.
— Divórcio? — Pergunto inocentemente. — Qual divórcio?
— Cole.
— Estou apenas dizendo, Alex. Você nem sequer deu uma chance a
esta dupla.
— Não há nenhuma dupla aqui. A coisa toda foi apenas um erro idiota
causado pela bebida. Foi um mal-entendido. Foi…
— O melhor orgasmo que você já teve? — Sugeri enquanto ela
procurava pela palavra.
— Sim. Quero dizer, não. Foi lamentável.
Sorri. — Então o orgasmo foi ótimo. Você finalmente está admitindo.
— Não é o que estou dizendo. Não há orgasmos aqui, Cole. Apenas
um divórcio.
— Eu não sei — respondi devagar. — Este vestido grita sexo para
mim.
Ela corou. — Meu vestido?
— Vamos. Você usou este vestido só para me provocar. Não finja o
contrário.
— Não fiz. É um lugar luxuoso. Eu queria me arrumar.
— Claro, você pode dizer a si mesma. A verdade é que você quer que
eu a leve para casa e tire essa coisa de você devagar, faça seus dedos dos
pés se curvarem com a minha boca.
— Deus, você é tão frustrante — rosnou, tomando um gole profundo
de seu vinho.
— Só porque estou certo.
— Você definitivamente não está certo. — Olhou ao redor e se
abaixou. — Você é um idiota arrogante. Agora, por favor, assine os papéis
do divórcio.
Dei-lhe um longo olhar, recostando-me na cadeira. Bebi meu uísque
fingindo pensar. Ela me fitou apreensivamente, claramente na beirada da
cadeira.
Eu sabia qual era a resposta certa. Deveria me divorciar dela e acabar
logo com tudo. Não estava interessado em ter uma esposa, muito menos
uma esposa que também era minha meia-irmã. Além de todo o drama com
nossos pais. Eu não precisava nem um pouco.
Porém, o olhar em seu rosto era demais para mim. Ela era todo sexo,
puro fogo e pecado, eu não podia evitar quando estava perto dela. Era muito
divertido irritá-la, fazer este joguinho, ainda não queria desistir. Queria levá-
la ao ponto em que estivesse me implorando antes que finalmente desse a
ela.
Era um desafio. Eu queria fazê-la minha, finalmente e totalmente
minha, enquanto negava o que ela realmente queria. No final, conseguiria o
que desejava, tanto o divórcio quanto meu pau. Por enquanto, eu queria ver
como tudo se desenvolveria.
— Não — respondi finalmente. — Não. Ficaremos casados. — Eu
sorri largamente. — Esposa.
O olhar em seu rosto valeu a pena.
Eu sabia que era a coisa errada. Parte de mim queria apenas acabar
com tudo.
No entanto, muitas vezes, a coisa errada era bem mais divertida. E eu
era o tipo de cara que cedia para coisas erradas com mais frequência do que
o contrário.
Talvez pudesse ensiná-la um pouco mais sobre como viver se o futuro
não viesse. De qualquer maneira, eu sabia que seria um verão agradável e
divertido.
CAPÍTULO CINCO
ALEXA

Fiquei sem palavras. Depois que Cole falou que não me daria o
divórcio, que acreditava em mim, mas simplesmente não se importava,
fiquei completamente sem palavras.
Eu não estava nem zangada, no começo. Parecia um pesadelo, algum
tipo de piada de mau gosto que sequer assimilava. Terminamos a refeição e
fomos para casa sem muito mais. Eu mal notei o passeio de motocicleta.
Sozinha no meu quarto, comecei a cair na real.
O idiota acreditou em mim. Esteve brincando comigo o tempo todo.
Pior, ele não assinaria os papéis. Não facilitaria para mim, depois de
todo o estresse e preocupação que passei.
Minha chance de nos divorciarmos e terminar com todo o episódio
embaraçoso estava bem ali, ele se recusou a me ajudar.
Idiota. Cabeçudo arrogante, egoísta.
O que o fez pensar que poderia dizer não? Nós não éramos casados,
não realmente. Ok, nos casamos legalmente, mas o que significa? Não era
como se estivéssemos apaixonados ou tivéssemos qualquer tipo de conexão.
O homem desapareceu na selva assim que as férias terminaram, tornando
impossível qualquer tipo de relacionamento.
No entanto, de alguma forma, ele sentiu que poderia me chamar de
“esposa”, se mudar para minha casa e mandar em mim. Quem diabos ele
pensava que era?
Além de meu marido e do meu meio-irmão, é claro.
Eu estava praticamente fumegando quando me sentei na minha mesa,
percorrendo o Twitter.
“Algumas pessoas precisam entender LIMITES” tuitei. Eu estava tão
irritada que sucumbi a atos aleatórios de vagas reclamações na mídia social.
Odiava quando as pessoas diziam coisas realmente genéricas que visavam
pessoas específicas, não pude evitar.
“Às vezes o que você quer não é tão importante quanto você acredita
que é” tuitei em seguida. Me fez sentir um pouco melhor, mesmo que
ninguém soubesse do que eu falava. Na verdade, fazia parte. Eu gostava de
poder reclamar do meu segredo em público sem que ninguém tivesse noção
do que se tratava.
“Pare de ser tão arrogante. Você não é tão legal e as motos são
estúpidas. #mmaisforlosers3. Eu sorri antes de finalmente enviar.
Não mudou nada. Eu ainda estava na mesma situação de antes, exceto
que agora acabei de enviar algumas mensagens passivo-agressivas e
vagamente malcriadas para um bando de estranhos. Ainda assim, me fez
sentir um pouco melhor por desabafar. Talvez eu devesse ligar para Lacey.
Ela sabia tudo sobre a minha situação e, definitivamente, amava uma boa
sessão de merda. Se alguém iria gostar que eu fosse malvada a respeito de
Cole, era definitivamente ela. Além do mais, eu estava ansiosa para ouvi-la
se surpreender com minha situação insanamente absurda.
Alguns minutos depois, verifiquei meu feed novamente olhando
fixamente para o que via. Alguém curtiu o meu último tweet, não foi alguém
que eu reconheci.
Seu nome de usuário era FighterColeMMA.
Cerrei meus punhos. Não poderia ser ele. Cole não estaria me
perseguindo online, estaria?
Eu me levantei, decidindo não perder tempo. Abri a porta do meu
quarto e bati na porta dele. — Cole!
— Entre!
A porta se abriu e eu estava pronta para gritar, para dizer quão idiota
ele era, que não podia simplesmente se recusar a se divorciar de mim, tudo
acabou morrendo em meus lábios. Fiquei olhando enquanto continuava a
fazer seus abdominais.
Cole estava sem camisa e tinha um fino brilho de suor. Lembrei-me
daquele corpo muito bem de todos aqueles meses atrás. Tatuagens
serpenteavam sua pele, seus músculos rígidos e duros. Eu queria dizer que
idiota estava sendo, algo difícil quando também queria lamber cada
centímetro de seu torso exposto.
Ele terminou seu set e olhou para mim. — O que posso fazer por você,
esposa? Veio passar algum tempo em nosso leito conjugal?
Suas palavras me tiraram do meu estupor. — Você está me
perseguindo?
Ele me deu um olhar inocente. — O que você quer dizer?
— Twitter. Sei que você viu meus tweets.
— Não é minha culpa que seu perfil seja público.
Meu queixo caiu. Realmente era ele. Não acreditava que teria a ousadia
de curtir um tweet que estava claramente tirando sarro dele.
— Como me encontrou?
— Você usa seu nome verdadeiro.
Soltei um suspiro. Claro. Tudo o que precisava fazer era procurar pelo
meu nome.
— Então você se recusa a me conceder o divórcio e agora está me
perseguindo ciberneticamente.
— Não exatamente. É você que está me insultando publicamente.
— Eu não teria que agir assim se você me desse o divórcio.
Ele se levantou e se espreguiçou, sorrindo. — Por que me divorciaria?
Quero tentar fazer nosso casamento funcionar.
— Nós não temos um casamento.
— Me chame de antiquado, porém creio que o estado discordaria de
você.
— Legalmente, tudo bem. Cole, não somos casados e você sabe muito
bem.
— Eu não sei. Talvez pudéssemos tentar.
Cole atravessou a sala e eu praticamente senti minha boceta indo do
normal para gotejante em seis segundos. Ele era musculoso e suave, estava
levemente suado de uma maneira incrível. Não era justo. Como defenderia
meu argumento quando ele parecia tão gostoso?
Como me divorciaria dele quando fazia me sentir assim?
— Por que você está fazendo isso? — Sussurrei.
— Porque eu posso. — De repente ele agarrou minha cintura me
puxando para ele.
Eu não lutei.
— Porque eu quero — continuou falando em meu ouvido. Senti um
arrepio percorrer minha espinha. — Porque quero te foder de novo, Alex.
Fazer você sentir coisas que pensa que esqueceu. Eu quero ir mais longe.
— E eu só quero seguir em frente com a minha vida, de preferência
não sendo casada com meu meio-irmão.
Cole fez uma pausa depois riu e se afastou. Respirei fundo, desejando
que ele voltasse.
— Sim, é inconveniente.
— Sério, não podemos. Se alguém descobrir, nossos pais serão
prejudicados.
Ele caminhou até a cama e puxou a camisa sobre o peito. Eu gostaria
que não tivesse feito, porém facilitou minha vida para continuar
conversando com ele.
— Talvez eu não me importe mais com a carreira de Cindy.
Revirei meus olhos. — Típico. Rebele-se contra a mamãe.
— Não é do que se trata.
— Não é? Você quer continuar casado comigo para se vingar de sua
mãe.
— Você não sabe nada a meu respeito.
— Exatamente. Um dos motivos para não permanecermos casados.
Cole riu, sacudindo a cabeça. — Você é esperta, Alex, porém, continua
sendo minha esposa.
— O que terei que fazer para me divorciar? — Perguntei, desesperada
e com raiva.
Ele olhou para mim por um segundo. — Para começar, você tem que
vir assistir uma luta de MMA comigo.
Eu levantei minha sobrancelha. — Você está brincando? Não tenho
interesse em brincar sobre o assunto.
— É pegar ou largar.
— Tudo bem — concordei rapidamente. — Tudo bem. Levarei uma
amiga.
Ele deu de ombros. — Faça o que você quiser.
— Se é sua maneira de tentar provar que o MMA não é idiota, ficará
desapontado.
Cole me deu um sorriso perverso e se virou. — Duvido muito.

Na noite seguinte, ficamos do lado de fora do local, eu não queria


entrar.
Estava lotado, muito mais cheio do que imaginava ser possível para
uma luta de MMA. Eu sabia que era popular entre algumas pessoas, mas
percebi que ainda era muito pequeno.
O lugar parecia lotado. Tipo, centenas de pessoas amontoadas. Eu
pensei em muitos homens velhos e gordos, no entanto, era uma estranha
mistura de pessoas. Havia até mesmo alguns garotos no meio da multidão, o
que me assustou. Quem traria uma criança para uma luta violenta?
— Que loucura! — Lacey sussurrou no meu ouvido. — Tantas
pessoas!
— Não é?
— E eu meio que esperava ser assassinada.
— Surpreendentemente, me sinto muito mais segura do que esperava.
— Tipo, pensei que fosse algum tipo de briga de rua?
— É legítimo — respondi, perplexa.
— Eu sei! E muitos caras gostosos.
Eu olhei ao redor, franzindo a testa. — Realmente?
— Tire a cabeça de sua bunda, Alex. O lugar está cheio de bolinhos
carregados de testosterona. É como um bufê de homens musculosos.
Sorri, balançando a cabeça. — Parece que sim. Realmente não notei.
— Sobre o que vocês duas estão sussurrando?
Olhei para cima quando Cole retornou com nossos ingressos.
— Cole, você não nos contou que estes eventos eram cheios de caras
gostosos — Lacey afirmou.
— Eles não são realmente o meu tipo.
— Você tem um tipo de cara? — Perguntei.
— Não. Eles não são meu tipo porque são caras.
Lacey e eu rimos quando entregou nossos ingressos. Cole caminhou
confiantemente através da multidão, devo admitir que estava bem
impressionada até agora. O local era grande e limpo, apesar de estar lotado.
Nossos assentos não eram longe do ringue, apenas algumas fileiras atrás.
— Como você os conseguiu? — Perguntei ao Cole.
— Eu conheço um cara.
Nós nos sentamos e ele olhou ao redor do lugar. — Vê alguém que
conheça? — Perguntei a ele.
— Muitos — grunhiu.
— Alguns amigos?
— Não.
Voltei-me para Lacey para fazer uma brincadeira, ela estava ocupada
demais olhando para um grupo de homens em trajes formais que pareciam
que estariam mais confortáveis em um encontro de negócios.
As luzes eram brilhantes e a multidão estava rugindo. Muito barulho,
excitação nervosa e ansiedade no começo. As pessoas estavam comprando
bebidas e comida e, muitas, vagando pelo lugar. A maioria dos assentos já
estava ocupado, as pessoas estavam lentamente se acomodando. Uma
música surgiu pelo alto-falante, não era nada que eu reconhecesse.
— Olhe para aqueles nerds bonitões — Lacey falou, olhando
descaradamente.
Eu balancei minha cabeça, sorrindo. — Você é absurda.
— O quê? Eles são como contadores sexies. Eu deixaria cada um deles
me pegar se fizessem meus impostos também.
— Prostituindo-se por ajuda fiscal?
— O que posso dizer, odeio fazer meus impostos.
De repente, Cole se levantou. — Eu já volto.
— Ok.
Ele se afastou para a multidão. Eu assisti, curiosa sobre o que iria fazer,
rapidamente desapareceu na multidão.
— Aonde seu marido está indo?
Eu a olhei. — Nós temos um acordo. Nenhuma piada sobre casamente
esta noite.
— Oh vamos lá. Apenas uma.
— Não importa. Não tenho ideia de onde ele foi.
Olhei ao redor e o vi do outro lado. Observei quando se aproximou de
um grupo de homens e começou a conversar. Parecia que todos se
conheciam, apertando as mãos e sorrindo. Eu assisti como Cole assumiu a
conversa, dominando o assunto. Parecia completamente à vontade,
totalmente calmo e no controle da situação. No meio do mar de pessoas
selvagens, Cole era como um oásis de confiança refrescante e serena.
Enquanto Lacey continuava observando a multidão. Eu estava com
medo de que, se eu lhe virasse as costas por muito tempo, voltaria para casa
com o primeiro sujeito levemente atraente que falasse com ela.
Cole voltou alguns minutos depois e sentou-se novamente.
— O que foi? — Perguntei.
— Por que deseja saber?
— Curiosidade.
Ele se virou para mim. — Curiosa sobre mim?
— Sim.
— Sabia que você ficaria, esposa. Não consegue evitar.
— Só estou tentando ser legal.
Sorriu. — Com certeza você é. Bem, apenas negócios.
— Negócios?
Cole se recostou em seu assento. — Exatamente. Negócios.
— Você é tão misterioso — comentei sarcasticamente.
Qualquer que fosse a resposta que preparou falhou quando a multidão
começou a aplaudir, abafando-a. Olhei para o ringue quando os homens
começaram a subir.
Eram musculosos e grandes, embora não tanto quanto Cole. Eu o olhei
e ele apontou para o ringue, um pequeno sorriso no rosto. A empolgação da
multidão começou a crescer, um arrepio de excitação percorrendo nossos
corpos.
Foi o burburinho antes que algo acontecesse. A formação para a luta.
Olhei para Lacey, sabia que ela também sentia. A onda de excitação,
antecipação, até mesmo um pouco de medo.
Emocionante. Eu adorei a forma como me sentia sintonizada com a
multidão quando o sino tocou e os dois homens se atacaram com selvageria.
Eu não pensei que gostasse de violência. Bem, sabia que não gostava.
Não foi o que eu gostei na luta, honestamente. Eu poderia ir embora sem
assistir a coisa completamente. Porém, a sensação de estar lá com a
multidão enquanto aplaudíamos dois homens colocando seus corpos um
contra o outro, bem, era incrível.
Ambos estavam no auge de suas habilidades físicas, nós estávamos
assistindo-os se esforçarem o máximo que podiam para destruir seu
oponente. MMA é diferente do boxe. Há uma variedade maior de
movimentos permitidos, não apenas socos. Os dois homens chutaram, se
engalfinharam e socaram um ao outro, a luta foi por alguns rounds,
aparentemente perto do fim.
E eu estava na beira da minha cadeira o tempo todo. Sentia Cole ao
meu lado, aparente sentindo também o mesmo aumento de adrenalina.
Quando o homem mais alto socou o menor, derrubando-o, a multidão ficou
totalmente insana. O homem mais alto atacou o menor, esmurrando-o.
Então a luta terminou.
Aconteceu muito rápido. Num segundo eles pareciam equilibrados,
embora os dois estivessem bastante machucados e, no segundo seguinte, um
deles estava no centro do ringue, comemorando a vitória.
A multidão estava de pé, aplaudindo descontroladamente. Cole batia
palmas, com um sorriso enorme e cruel no rosto. Eu não pude me impedir
de gritar.
Foi uma grande emoção. Nunca experimentei nada parecido antes.
Embora a luta ainda não fosse realmente minha coisa, comecei a entender o
motivo de Cole amar tanto e também por que tantas pessoas queriam se
envolver.
— Vamos lá — Cole falou acima do rugido da multidão.
Ele caminhou através dos assentos, precisei lutar para acompanhá-lo.
Lacey estava bem atrás de mim. Eu dei a ela um olhar, nenhuma de nós
sabia para onde estávamos indo. Subimos a rampa e seguimos em frente.
Cole abriu uma porta sem identificação e nos conduziu por um corredor
entrando em outra sala.
Os sons da multidão diminuíram e olhei para Lacey novamente. Ela me
deu um sorriso confuso, mas não disse nada.
O local era menor, mais íntimo. Havia uma boa quantidade de pessoas
lá dentro, porém, era mais silencioso. Havia um bar na parte de trás com
uma TV na parede mostrando replays da luta. Homens e mulheres sentados
ao redor bebendo e conversando.
— O que é? — Perguntei a Cole.
— Bar para os lutadores — resmungou.
— Oh inferno, sim — Lacey sussurrou. — Hora do show.
Ela desapareceu em direção a uma mesa de rapazes antes que eu
dissesse qualquer coisa. Não acreditei no quanto estava sendo atirada,
novamente, nunca se sabe com Lacey.
— Vamos lá — Cole resmungou.
Nós caminhamos para o bar. Várias pessoas na sala deram a Cole um
aceno de reconhecimento, ele acenou de volta, embora ninguém se
aproximasse. Nós nos sentamos e pedimos bebidas.
— Quantas pessoas você conhece aqui? — Perguntei.
— A maioria.
— São suas pessoas, então.
— Costumavam ser.
Pegamos nossas bebidas e olhei para ele, interessada. Algo parecia
incomodá-lo, embora não dissesse o quê.
— O que você quer dizer?
— Como fiquei fora por muito tempo, é como se todos tivessem se
esquecido de mim.
— Você voltará ao meio.
Ele assentiu. — Eu sei. Está tudo bem.
— Quando vai lutar?
Eu não sabia o motivo de ter perguntado, nem deveria ter me
importado. Eu só queria o divórcio era tudo. No entanto, estando lá, no meio
daquela multidão, de repente, tive um novo respeito pelo que Cole fazia.
— Logo — respondeu. — Muito em breve.
Suspirei, tomando minha bebida. Cole não parecia muito falador e não
senti vontade de tentar atraí-lo a noite toda. Se fosse sua maneira de me
convencer a ficar casada com ele, não estava fazendo um bom trabalho.
Enquanto eu olhava ao redor da sala para todas as pessoas
interessantes, para os troféus que revestiam as paredes e as mulheres usando
vestidos curtos demais, não pude deixar de me perguntar por que ele ainda
me queria por perto. A luta parecia tão excitante, quase fascinante, enquanto
eu era apenas uma garota normal e chata. Não parecia existir qualquer razão
para ele querer tanto se relacionar comigo. Não era como se realmente
quisesse ser meu marido, não imaginava que era o caso, pelo menos.
— Tem certeza que é uma boa ideia deixar sua amiga lá sozinha? —
Cole perguntou, quebrando o silêncio.
— Lacey é uma menina grande. Além disso, ela age muito assim.
Cole levantou uma sobrancelha. — Sim?
— Ela não quer dizer nada com sua atitude. Se realmente fosse
importante, diria a ela.
— Aposto que ela não está acostumada a agir assim em um bar de
lutadores.
— O que você quer dizer?
— Significa que não são seus caras habituais, querida. Lacey deveria
ter cuidado.
Eu olhei e assisti Lacey tomar uma dose, rindo alto com o grupo de
caras. Eles pareciam bastante inofensivos, ou, pelo menos, não eram os mais
assustadores do lugar. Ela ficaria bem.
— Desde quando você se importa? — Perguntei frustrada. — E o que
estou fazendo aqui, afinal?
— Tomando uma bebida.
— Qual é o seu jogo? — Eu estava prestes a me levantar e sair. De
repente, fiquei frustrada de novo quando as lembranças do ano passado
surgiram. Tudo foi empurrado para o fundo da mente por causa da excitação
da luta, no entanto eu não poderia segurá-las para sempre.
Ele me deu um longo e penetrante olhar. Eu senti um arrepio percorrer
minha espinha. — Vê aquele cara ali? — Cole perguntou, apontando para o
outro lado da sala.
Eu arrisquei um olhar naquela direção e vi um homem sentado em uma
mesa com uma mulher mais velha.
— Claro — respondi.
— Ele é um cafetão e traficante de drogas. Também é um dos melhores
treinadores do ramo.
— Sério?
— E aquele cara — continuou Cole — alimentando sua amiga com
uma bebida, é mortalmente letal com seus pés, um atacante incrível. Tenho
certeza de que seus punhos poderiam quebrar o concreto.
Eu levantei uma sobrancelha, observando o cara. Parecia tão normal e
inofensivo.
— Aquele cara é um ladrão. Aquele é viciado em drogas. Pode te
estrangular em três segundos. Aquela garota é uma lutadora também.
Suspirei, tomando minha bebida. — Ok, eu não entendo nada.
— São as minhas pessoas, Alex. Este é quem eu sou.
— Você não é um cafetão ou um traficante de drogas.
— Não — afirmou. — Sou um lutador.
— E daí?
— E daí que não pertenço ao seu mundo. Você é como minha mãe,
limpa e adequada. Eu vivo minha vida de forma intensa, rápida e perigosa.
Senti minha raiva aumentando novamente, a empurrei de volta para
dentro de mim. Por mais irritante que pudesse ser, fiquei surpresa com quão
sincero ele estava sendo. Era como se tentasse me trazer para o mundo dele
e não soubesse como fazer.
E eu não sabia se queria ver. Parte de mim queria que Cole fosse
apenas aquele cara das férias. Queria que continuasse uma força sem rosto e
sem nome que eu precisava exorcizar da minha vida. Não queria conhecê-
lo, estava com medo de gostar do que descobriria.
— Então se divorcie de mim se realmente pensa assim.
— Ainda não.
Antes que eu pudesse responder, um homem apareceu de repente na
minha visão periférica.
— Cole — cumprimentou — estou surpreso em ver você aqui.
Cole mal o reconheceu. — Ronnie.
Olhei para o cara chamado Ronnie. Ele era alto, talvez tão alto quanto
Cole e mais ou menos construído. Tinha uma cicatriz no lábio, fazendo-o
parecer como se estivesse constantemente zombando. Seus olhos castanhos
eram muito escuros, quase pretos.
— Pensei que você tivesse fugido.
— Você sabe que não — Cole resmungou.
— Sim, eu sei. Você estava ocupado chupando o pau de Skad na
floresta.
Cole olhou para Ronnie, sua expressão vazia. — Você deveria ir
embora agora.
— Não, não vou. Você é um pedaço de merda e não quero vê-lo por
aqui.
Cole suspirou, pegou sua bebida e, em seguida, levantou-se devagar.
— Tudo bem. Se é o que você deseja.
Os dois homens se levantaram e houve um silêncio na sala. Eu sentia
meu coração batendo no meu peito, tentando explodir para fora da minha
caixa torácica. Estava com medo que a violência estivesse chegando,
violência como a que vi no ringue. Que não tinha certeza se estava pronta
para ver de perto.
Então Ronnie começou a rir, Cole sorriu e eles se abraçaram. Então a
conversa recomeçou no recinto.
— Seu pedaço de merda! — Cole brincou. — Seu filho da puta
ciumento!
— Ciúmes? Porra, sim, estou com ciúmes. Você teve que treinar com a
porra do Skad?
— Alex — Cole falou, olhando para mim — este é Ronnie. Meu antigo
parceiro de treinamento.
— Bem, olá para você — Ronnie, virou-se para mim.
— Prazer em conhecê-lo. — Estava tão aliviada que mal consegui
formar palavras.
— Creio que nós assustamos a senhora — Ronnie falou para Cole. —
Ouça, Alex, que tal eu te pagar uma bebida?
— Cuidado! — Cole avisou.
Ronnie levantou uma sobrancelha para ele. — O quê? Ela é sua?
— Eu não sou de ninguém — respondi.
— É minha meia-irmã.
— Meia-irmã? — Ronnie começou a rir novamente. Foi um som
contagiante e me peguei rindo com ele. — Não posso acreditar que
finalmente existe uma garota que você realmente não pode foder.
Cole me deu um sorriso quando Ronnie se acalmou e sentou conosco.
Ele pediu novas bebidas para todos, então Ronnie e Cole começaram a
conversar. Eu me perdi em suas brincadeiras com os diferentes lutadores.
Ronnie inteirou Cole do que aconteceu desde que ele foi embora,
aparentemente, muita coisa.
Eu continuei olhando para Lacey. Ela parecia bem, embora estivesse
muito perto daquele garoto perigoso e eu tivesse certeza de que estava
bêbada. Eu não me importava se quisesse ir para casa com ele ou o que
fosse, só queria que tivesse cuidado. Cole notou que eu olhava para ela e me
deu um olhar, como se estivesse me tranquilizando ou algo assim.
Passou-se uma hora ou mais e estava ficando tarde. Terminamos nossa
terceira rodada, Ronnie se recostou na cadeira, verificando o relógio.
— Merda. Hora de dar o fora.
— Por quê? Tem um encontro para amanhã cedo?
— Nah — Ronnie respondeu parecendo nervoso. — Estou apenas
cansado. É tudo.
— Vamos lá, cara. Mais uma rodada.
— Nós devemos ir.
— Qual é o seu problema?
Ronnie respirou fundo e suspirou. — Olha, cara, Trent estará aqui em
breve.
Cole ficou sério. — E daí? Foda-se!
— Quem é Trent? — Perguntei.
— Um idiota valentão — Cole respondeu.
Ronnie deu-lhe um olhar. — A última vez que Cole e Trent se
encontraram, Cole esmagou o rosto de Trent em uma parede.
— Nós não nos damos bem — Cole resmungou.
— Por quê?
— Cole conseguiu o treinamento que Trent queria, então Trent quis
ferrar com Cole.
— Ele é um idiota. — Cole fez uma pausa e suspirou. — É mais do
que isso.
— Ele é um idiota — Ronnie concordou — mas está invicto desde que
você saiu.
— Quem se importa? Ele luta contra ninguém.
— Na verdade — Ronnie explicou — ele tem alguns bons nomes em
seu currículo. Vamos lá, cara, vamos dar o fora.
— Foda-se! — Cole rosnou. — Trent pode ir se foder.
Assim que Cole começou a ficar irritado, ouvi algo vindo da mesa de
Lacey. Eu olhei e vi os caras se levantando, olhares aterrorizados em seus
rostos. Houve uma ligeira comoção. Rapidamente saí da minha cadeira e
corri.
— O que aconteceu? — Perguntei.
— Ela está vomitando!
Eu olhei e, com certeza, havia uma Lacey ajoelhada apoiando as mãos
no chão, vomitando tudo o que bebeu.
— Oh merda! — Corri para o lado dela.
— Estou vomitando — Lacey gemeu.
— Eu sei. Eu sei.
Ela terminou e olhou para mim, ainda claramente perdida. Os caras
estavam gritando quando Cole e Ronnie atravessaram a multidão.
— Agora podemos ir — Cole resmungou.
— Desculpe, menina — Lacey pediu com voz arrastada. — Eu arruinei
seu encontro.
— Não foi um encontro — respondi.
Cole abaixou e levantou Lacey jogando-a por cima do ombro. —
Vamos!
O barman estava gritando, nós o ignoramos quando Ronnie e Cole
abriram caminho através da multidão. A bunda de Lacey estava aparecendo
por causa de seu vestido, fiz o meu melhor para mantê-la coberta enquanto
saíamos para a noite.
— Puta merda, você a viu vomitar? — Ronnie gargalhou.
— Parecia um dragão. — Cole riu.
— Calem a boca! — Lacey gemeu.
Eu fui em direção da rua e chamei um táxi.
— Vou deixar você aqui, cara — Ronnie falou. — Bom te ver, irmão.
— Igualmente.
Ronnie sorriu para mim. — Seja boa para o seu meio-irmão, Alex.
— Tchau, Ronnie!
Cole gentilmente empurrou Lacey para o banco de trás do táxi e nós
dois a seguimos. Eu forneci ao motorista nosso endereço.
— Se ela vomitar — disse o motorista — cobrarei o dobro.
Cole começou a rir e eu não pude deixar de acompanhá-lo. Mesmo
sendo uma noite estranha em um lugar estranho, admito que eu me diverti
bastante. Gostei de Ronnie e Cole pareceu mais agradável quando ele estava
por perto, não tão rude.
Eu não amava o mundo de Cole. Era violento e decadente. Mas talvez
tenha entendido como ele se sentia. Eu não queria ficar casada com o cara,
porém, já não o odiava tanto.
— Leve-nos para casa — Cole grunhiu para o motorista e nós
entramos no tráfego.
CAPÍTULO SEIS
COLE

Era cedo na manhã seguinte, o sol apenas nascendo no horizonte


quando terminei a corrida. Odiava levantar cedo, sem contar que mal
consegui dormir na noite anterior. Fiquei pensando nela, na minha meia-
irmã, na porra da minha esposa.
Nunca trouxe uma garota para minha vida antes. Parecia mais seguro
por ela ser minha meia-irmã, definitivamente, estava bem longe de ser
seguro. Nós éramos casados e eu ficava imaginando toda a merda suja que
queria fazer com seu corpo.
Sabia que poderia deixá-la molhada como uma cachoeira com apenas
um toque. Eu queria que aquela boceta molhada se agarrasse ao meu pau
como um vício, só o pensamento me deixava louco. A corrida não fez nada
para tirá-la da minha mente.
Por que porra eu não me divorciava e acabava com tudo? Eu era
masoquista e sabia muito bem.
— Bom dia — Cindy me cumprimentou quando entrei na cozinha. —
Você acordou cedo pela primeira vez.
— Bom dia — resmunguei, enchendo minha caneca de café. Senti a
barba de dois dias no queixo e resolvi me barbear.
— Como você está se adaptando à nova casa?
Dei de ombros. — Bem. Como você está se adaptando ao seu novo
marido?
— Frank é um bom homem. Eu gostaria que você o conhecesse.
— Tenho certeza que você quer muitas coisas, Cindy.
— Não seja malcriado — ela cuspiu para mim. — Você pode pelo
menos ser civilizado.
Respirei fundo e falei. — Tudo bem. Frank parece legal.
Ela assentiu bruscamente. — Obrigada.
— Disseram-me que existem problemas no paraíso, no entanto.
— Com o Frank? As coisas estão ótimas.
— Seu emprego.
— Ah! — Assentiu e desviou o olhar. — Está ótimo também.
Eu sabia que era mentira. Minha mãe só se importava com uma coisa,
o poder. As pessoas às vezes a chamavam de a “Rainha do Gelo” e por boas
razões. Eu gostava de chamá-la de “Mussolini” pelas costas. Ela era intensa
e focada em tarefas, sempre seguindo para a próxima que favoreceria seus
desejos.
Nós éramos semelhantes nesse ponto. Fui levado a ser o melhor no que
fazia. A maior diferença era que Cindy estava disposta a sacrificar alguém
ou alguma coisa para seu ganho pessoal.
Eu acreditava no trabalho duro. Me esforcei muito e coloquei meu
corpo na linha. Eu não precisava de nada, nem de ninguém, nunca o faria.
Também não acreditava em foder a vida dos outros só porque queria alguma
coisa.
— Não foi o que ouvi.
Ela me fez uma careta. — Meu trabalho não é da sua conta, Cole.
— Por favor, mãe. Você tem tentado me fazer agir corretamente
durante anos por causa do seu trabalho.
— E, de repente, você está interessado?
Dei de ombros, tomando meu café. — Tentando manter um papo
agradável.
Cindy se sentou e olhou para mim. — Ok. Meu casamento com o
Frank causou alguns problemas, é verdade. Fala-se em nepotismo e outras
mentiras escandalosas.
— Você não se casaria com um homem para promover sua carreira —
afirmei, assentindo, embora soubesse muito bem que faria.
— Claro que não — respondeu rapidamente. — Foi apenas uma
coincidência.
— Claro.
Ela me deu uma olhada e assentiu para si mesma. — Se você de
repente passou a se preocupar com a situação, existe algo que pode fazer.
— Talvez — grunhi.
— Haverá um jantar para certos acionistas e outros membros
proeminentes da empresa amanhã. Gostaria que fosse com sua meia-irmã.
— E por que faria algo assim por você?
— Pensei que estivesse tentando fazer parte de uma família, Cole.
Eu ri, balançando a cabeça. A ideia de tentarmos ser uma família
novamente era absurda. Cindy não tinha sequer um osso protetor em seu
corpo, o que provavelmente foi o motivo pelo qual acabei procurando dor
para viver.
Era apenas psicologia barata.
— Você não tem interesse em ser uma família. Se quiser alguma coisa,
precisa dar algo em troca. Sabe como funciona, é uma mulher de negócios.
Ela assentiu, pensando. — Muito bem então. Se você fizer por mim,
terá passe livre em relação aos carros durante todo o verão.
Eu levantei uma sobrancelha. Era uma proposta intrigante,
especialmente considerando seu gosto por carros vintage. Não era
exatamente um hobby feminino, minha mãe nunca se importou muito com
os estereótipos de gênero. Era uma espécie diferente de feminista.
— Você tem um acordo.
Cindy sorriu. — Bom. Agora convença sua meia-irmã a acompanha-lo.
— Não fazia parte do acordo.
— Preciso de vocês dois.
Eu grunhi. — Ela não me escuta.
— Você parece estar se saindo bem. Experimente.
— Ok.
Ela assentiu novamente e voltou para o jornal. Eu levei meu café para
o andar de cima.
Eu não costumava ceder aos subornos de minha mãe. Normalmente, a
ideia de tirar algo dela fazia meu estômago revirar. Então comecei a
perceber que, se eu ficasse naquela casa com ela, Frank e Alex, teria que
fingir que estava me dando bem com todos.
Enquanto subia a escada, a vi sair do quarto. Alex estava usando shorts
de algodão curtos e uma blusa justa, o longo cabelo castanho caindo nas
costas. Eu podia ver as dobras de sua bunda, senti meu pau endurecer
instantaneamente.
Ela era a razão pela qual eu passava por toda aquela besteira. Se não
fôssemos casados, não creio que ficaria por perto. Nós estávamos e, preciso
admitir, que estava me divertindo muito com seu desconforto.
Tomei um longo gole de café enquanto chegava por trás dela. — Bom
dia, mana!
Ela girou o corpo. — O que você está fazendo?
— Indo para o meu quarto.
— Você me assustou. Pare de ser um idiota.
Eu me aproximei mais. — Você parece bem pela manhã. Cara de sono
combina com você.
— Cara de sono não combina com ninguém — afirmou.
— Lembra-me de como parece quando goza. Sua pele fica vermelha e
seu cabelo uma bagunça.
— É muito cedo para suas besteiras.
— Nunca é cedo demais. Neste exato momento estou pensando em
tirar este short do seu corpo incrível e foder você aqui contra a parede.
— Fale baixo — sussurrou. — Meu pai poderia ouvir você.
— E daí? — Aproximei-me dela, que não se moveu um milímetro. —
Eles descobrirão o quanto eu quero transar com esta boceta perfeita,
eventualmente.
— Não, eles não irão, você vai me dar o divórcio.
Sorri. — Talvez. Ou talvez faça seu corpo querer ficar casado comigo.
— Não importa — Alex murmurou e se virou. O rubor em suas
bochechas demonstrava o quanto estava irritada e excitada. Praticamente
sentia o cheiro de sua boceta molhada, aposto que se realmente a
empurrasse contra a parede e colocasse meus dedos nela, eles sairiam
encharcados.
A segui para o banheiro.
— O que está fazendo? — Ela praticamente gritou. — Você não pode
simplesmente me seguir até o banheiro.
— Ordem dos pais — informei — Tem uma porcaria de jantar amanhã.
Você é esperada.
Ela fez uma careta. — Já? Eu odeio essas merdas.
— Já esteve em um antes?
— Claro. Os convidados são todos mais velhos e empresários
desprezíveis. Não é a minha praia. Estou surpresa que sua mãe nunca tenha
feito você comparecer a um.
— Ela tentou, faz muito tempo. Desistiu bem rápido.
Alex encostou-se no balcão e cruzou os braços. — Se eu disser que
vou, você sai do banheiro?
— Talvez — respondi — Ou talvez queira provar sua boceta molhada
primeiro.
— Eu vou. Saia!
Sorri. — Tem certeza de que não quer que te faça gozar? Aposto que
seu corpo está implorando por um orgasmo.
— Fora!
— Azar o seu. — Virei e saí, rindo baixinho para mim mesmo. Não
conseguia me impedir de provocá-la implacavelmente. Amei o jeito que me
respondeu, negando com palavras e implorando com sua linguagem
corporal.
Meu pau estava praticamente rasgando meu short, não me importei.
Era o motivo pelo qual fiquei por perto. O olhar em sua cara fofa, aquele
corpo perfeito, aqueles lábios, aqueles olhos, tudo nela. Eu precisava provar
novamente. Queria outro gosto.
Talvez o jantar fosse o lugar perfeito para mostrar exatamente o que ela
queria.

— O carro está aqui — informei, batendo em sua porta.


— Só um minuto!
Me encostei na parede. — Como você ainda não está pronta?
— Eu falei, estou saindo!
Sorri e balancei a cabeça. Finalmente, depois de alguns minutos, ela
abriu a porta e saiu para o corredor.
Eu respirei fundo. Seu vestido era do tom perfeito de azul, fazia com
que sua pele clara e os olhos pálidos se destacassem ainda mais. O decote
mostrava apenas o suficiente para eu ficar duro, não tanto para fazer nossos
pais reclamarem.
— Nada mal — olhei-a de cima a baixo.
— Podemos ir — respondeu. — Vamos lá.
Eu a segui pelo corredor, me sentindo um pouco rígido no meu
smoking. Não o usava fazia muito tempo, mas ainda me servia. A bunda de
Alex balançava enquanto nos movíamos em direção à porta da frente, sorri
para mim mesmo quando nos aproximamos da minha surpresa final da
noite.
— Onde está o carro? — Alex perguntou quando saímos.
— Lá. — Apontei.
— De jeito nenhum.
Balancei a cabeça, sorrindo enormemente. — Sim, caminhe.
Estacionado na frente estava o Shelby Mustang GT350 1970 da minha
mãe em amarelo brilhante. Eu tinha que admitir, não gostava muito de
carro, porém havia algo em relação a carros clássicos que era muito legal.
— De quem é o carro?
— Cindy. Eu vou usá-lo esta noite. — Andei até o lado do passageiro e
abri a porta. — Sua carruagem a espera.
Alex sorriu e entrou. Fechei a porta suavemente e caminhei para o
outro lado.
— Eu devo admitir — comentou — é muito legal.
Eu liguei a ignição e o carro rugiu para a vida. — Com certeza.
— Vamos nessa!
Eu liguei o toca-fitas e “Don't Fear the Reaper”, do Blue Oyster Cult,
soou nos alto-falantes enquanto eu acelerava.
Alexa riu enquanto me dirigia para os subúrbios, para o salão de festas
onde o jantar seria realizado. Fiquei surpreso que ela parecesse amar a
velocidade tanto quanto eu. O ar fresco da noite entrou pelas janelas abertas
e, apesar de bater em nossos cabelos, desfazendo o elegante penteado ao
qual obviamente se dedicou, nunca se queixou. Na verdade, aumentou mais
o som e abriu a janela.
Eu estava admirado. Parte de mim queria mexer com ela, meu plano
estava indo por água abaixo. Havia mais em Alexa do que eu pensava.
Com minha atraente meia-irmã do meu lado, nós corremos pela fria
noite da Califórnia, deixando para trás os carros mais lentos, pneus cantando
pela estrada, as estrelas entrando pelo passado e saindo ainda mais nele.
Nós desfrutamos o passeio em silêncio, não nos preocupando em jogar
conversa fora. Chegamos ao salão de festas mais cedo do que esperava,
fiquei um pouco desapontado por ter que parar de dirigir. Amaria poder
continuar com ela ao meu lado, infelizmente, o dever nos chamava.
Estacionei e ajudei-a, então entramos juntos no local. Pegamos nossos
cartões de lugares demarcados e caminhamos através da multidão
surpreendentemente grande.
— Alexa! — Frank falou quando nos aproximamos, claramente
surpreso quando caminhamos para a mesa. — O que você faz aqui?
— Cindy exigiu que viéssemos — expliquei.
Frank assentiu, sorrindo. — Bem, estou feliz que tenham vindo.
Nós nos sentamos na mesa principal enquanto Frank voltava para sua
conversa com outro velhote. Eu me senti completamente fora do lugar entre
as pessoas ricas, Alexa parecia totalmente à vontade. Na verdade, apertou
mãos e sorriu como se tivesse nascido para esse ambiente.
Engoli minha bebida e gesticulei para um dos garçons me trazer outra.
Eu poderia muito bem tentar me divertir se tivesse que suportar esta merda a
noite toda.
— Você é boa — grunhi no ouvido de Alexa depois de meia hora. Ela
sorriu para mim.
— É fácil. Apenas não aja como um idiota e ficará bem.
— Estou sendo agradável.
— Beber muito e rosnar para todo mundo é ser agradável?
— É para mim.
— Pelo menos tente, Cole.
Antes que pudesse dar uma resposta inteligente, minha mãe subiu no
palco e a multidão lentamente se acalmou.
— Senhoras e Senhores — começou — obrigada pela sua presença. —
A multidão aplaudiu educadamente. — Houve grandes mudanças na
Semingo, como todos sabem. Quando a Semiotics Inc. e a Blingo se
fundiram no ano passado, ninguém tinha certeza de onde a fusão nos
levaria. O que um grande produtor de componentes de computador estaria
pretendendo ao se fundir com uma empresa de software? Bem — informou
com um floreio — agora todos sabem.
A multidão aplaudiu mais alto.
— Eu não sei — sussurrei para Alexa.
— Semingo. Uma nova empresa — sussurrou de volta.
Dei de ombros, meus olhos brilhando enquanto minha mãe continuava
sua apresentação. Seguiu a fórmula padrão de agradecimento aos acionistas,
aos membros do conselho e a todos os outros membros ricos e impiedosos
da empresa. Em seguida, falou sobre logística, repassando números e tal,
então finalmente terminou com projeções.
Foi tudo muito bom, embora chato como a porra. Eu me desliguei
depois de dez minutos, de repente um holofote estava brilhando diretamente
sobre Alexa e eu.
Alex estava me dando uma olhada e eu olhei acima da minha bebida.
As pessoas estavam olhando e Alex se levantava. Também me levantei
erguendo meu copo para o salão, sorrindo.
— Nossos filhos — Cindy apresentou. — Frank e eu estamos tão
orgulhosos deles e estamos muito felizes que estejam presentes.
Aplausos dispersos. Nós nos sentamos novamente. Alexa fez uma
careta para mim. — Você está fazendo mais mal do que bem.
— Talvez.
E os discursos continuaram. Quando Cindy terminou, se juntou a nós,
atirando em mim. Era fácil ignorá-la quando Alexa estava tão perturbadora.
Fomos forçados a nos sentar ao lado de pessoas cada vez mais
maçantes, falando sobre coisas ainda mais idiotas. Até Alex parecia um
pouco abatida no final da primeira hora.
— Ei — sussurrei em seu ouvido. — Vamos dar o fora.
— Não podemos ir embora — sussurrou. — Ainda não acabou.
— Não iremos — respondi. — Só daremos uma pausa.
Alex me lançou um olhar hesitante. — Eu não sei.
— Vamos. Posso dizer que você está pronta para arrancar seus próprios
olhos.
Levantei-me quando o orador no palco terminou. Alex teve um
momento de indecisão, em seguida se levantou para me seguir. As pessoas
batiam palmas e os funcionários se apressavam para repor as bebidas
enquanto o próximo orador se instalava, contornamos as beiradas do grande
salão de festas. Chegamos ao bar e, ao passarmos, peguei uma garrafa de
uísque enfiando na jaqueta. Saí rapidamente por uma das saídas de
emergência chegando a uma escada antes que alguém percebesse.
Alexa estava bem nos meus calcanhares. — Aonde iremos?
— Você verá. — Tomei um gole do uísque enquanto subíamos os
degraus. Ouvia o barulho dos seus saltos no concreto enquanto me seguia.
— Você roubou o uísque?
— É um bar aberto.
— Dê-me aqui.
Entreguei-lhe a garrafa e ela tomou um gole, fazendo uma careta. —
Oh céus, é nojento!
— É um gosto “adquirido” aos poucos.
— As coisas não deveriam apenas ter um gosto bom? Sem precisar ser
“adquirido”?
Dei de ombros. — Às vezes as melhores coisas parecem ruins no
começo. Vamos!
Chegamos ao topo das escadas e empurrei a porta. — Uau! — Alexa
sussurrou.
Eu tive que concordar. A porta dava para o telhado, a vista da baía era
incrível. Estávamos bem no alto e o céu noturno estava claro, tudo era
visível. Nós andamos até a beirada e nos abaixamos, olhando para a água.
— É melhor que aquela merda no andar de baixo. — Comentei.
— Tenho que concordar com você.
— Seu pai ficará chateado por termos saído?
— Você se importa?
— Não.
Tomei um gole do uísque. Eu nunca amei tanto São Francisco antes de
sair dos Estados Unidos, tive que admitir que era muito bonito. Melhor que
o inferno do caralho da selva tailandesa fedorenta.
— Por que você e sua mãe não se dão bem? — Alex perguntou de
repente. — Muito bad boy para ser legal com a mamãe?
Sorri, olhando-a. — Não exatamente.
— Então por quê?
— Importa? Você só quer o divórcio de mim.
— Ainda seremos meios-irmãos depois do divórcio.
Me aproximei mais dela. — Eu te conto uma coisa e você tem que me
contar uma também. Combinado?
— Bem. Combinado.
— Cindy é uma mulher determinada, você já percebeu. Ela tem me
pressionado desde que eu era criança. Quando meu pai morreu, só piorou.
Quando decidi que preferia lutar do que entrar no ramo de negócios, a
desapontei. Ela nunca me deixou esquecer.
— Parece difícil. Mas não é como se não amasse você.
— Amor — bufei. — O amor não tem nenhuma influência ou poder
sobre Cindy, só se importa com os negócios.
— E o meu pai?
Dei de ombros, não querendo contar a verdade que Cindy,
provavelmente, só estava usando o pai dela. — Acidente maluco, talvez. —
Eu me aproximei lhe devolvendo a garrafa. — Minha vez de fazer uma
pergunta.
Ela suspirou. — Ok. Vá em frente.
— Por que você se casou comigo?
Assisti sua boca cair um pouco quando me aproximei mais. Ela olhava
para longe, vermelho surgindo em suas bochechas. — Não pensei que fosse
de verdade — respondeu.
— É mentira. Eu sei.
Alex ficou quieta por um minuto e tomou um gole do uísque, fazendo
outra cara enojada. — Achei você quente, ok? E divertido. Emocionante.
Nós estávamos no paraíso, lembra?
— Quente? — Sussurrei, praticamente em cima dela.
— Sim. — Seus lábios estavam entreabertos e sua língua percorreu seu
lábio inferior.
Eu sabia o que significava. Ela queria que eu a mordesse suavemente,
bem ali e segurasse sua bunda.
— Você gostou do jeito que fiz você se sentir.
— Talvez — sussurrou.
Nossos corpos estavam a centímetros de distância. O único som era sua
respiração ofegante, dentro e fora, inspira e expira, pensei que podia sentir o
calor irradiando de sua pele.
— Você gostou porque a fiz se sentir viva. Você gostou de ter minha
língua escorregando por seu clitóris até que gritasse.
Ela respirou fundo quando agarrei seus quadris, puxando-a para mim.
— Eu gostei, na época.
— Você ainda se lembra, todos os dias.
— Não — respondeu, balançando a cabeça.
— Não negue. Você está molhada, como fica sempre que estou perto
de você.
— O que aconteceu foi apenas uma aventura de férias.
— Não penso assim — falei. — Tive flertes antes. Você quer mais.
Meus olhos se fixaram nos dela, que moveu a cabeça levemente para o
lado, praticamente me atraindo para sua boca. Sabia o que nós queríamos.
Queria despir cada pedacinho dela, arrancar esta porra de provocação de
vestido e enfiar meu pau profundamente dentro de sua boceta gostosa. Eu
queria fazê-la gritar acima da baía.
— Foi um erro — sussurrou meio ofegante.
— Nada foi um erro. — Minha boca estava tão perto da dela que sentia
seu hálito de menta.
— Tudo.
E então eu a beijei com força e intensidade. Um choque percorreu
minha cabeça e corpo, meu pau pressionou contra sua virilha, nossos corpos
entrelaçados. Alexa se entregou ao beijo tanto quanto eu.
De repente ouvimos uma voz nos tirando do momento tão rapidamente
quanto nos jogamos nele.
— Alexa? — Era a voz de uma mulher jovem, Alex se afastou de mim
como se eu fosse feito de chamas.
— Alexa? — A voz chamou novamente.
— Aqui — Alex respondeu, tentando se recompor.
Dei a ela uma olhada. — Nós não acabamos.
— Sim.
Uma jovem, talvez alguns anos mais velha do que nós e com um
vestido preto conservador, aproximou-se. Seu cabelo loiro estava preso em
um coque, usando óculos de armação preta e segurando o que parecia ser
uma agenda de endereços. Ela me ignorou completamente, dirigindo-se a
Alexa.
— Seu pai está procurando por você.
— Oh — respondeu, perturbada. — Ok. Obrigada.
A garota olhou para mim. — Cole.
Balancei a cabeça para ela, não tendo certeza de quem era. A mulher se
virou e caminhou rapidamente de volta para a festa.
— Quem diabos era aquela? — Perguntei.
— A assistente da sua mãe. Não se lembra de encontrá-la antes?
Balancei a cabeça, confuso. — Não. De modo nenhum.
— Seu nome é Madison, tenho certeza que viu nosso beijo.
Levantei minha sobrancelha para Alex. — Eu duvido.
— Seu idiota — sussurrou e bateu no meu braço. — Você não pode
simplesmente me beijar quando quiser.
— Creio que você me beijou, mana.
— Oh meu Deus! Não me chame assim. Não agora. — Ela saiu
respirando profundamente. — Que porra estou fazendo? — Perguntou para
si mesma.
— Não fique muito pirada. Não tem como ter visto nada. Está muito
escuro aqui fora.
Alex se virou para mim. — Deixe pra lá. Você não se importa com
nada além de si mesmo.
Estreitei meus olhos, franzindo a testa. — Ok. Certo.
Ela suspirou. — Voltemos para o jantar.
— Se é o que você quer, tudo bem para mim.
Alexa saiu sem dizer mais nada, voltando para a escada.
A observei, então peguei a garrafa que ela deixou para trás. Tomei um
grande gole, suspirando para mim mesmo.
A garota era uma dor na minha bunda. Num segundo estava
praticamente implorando, no outro saía como se tivesse crescido uma
segunda cabeça em mim.
Ainda assim, aquele fodido beijo. Foi incrível. Nunca antes em minha
vida senti algo me atingir assim. Seu gosto, seu corpo, tudo se misturava em
meu cérebro como um trago de crack direto para a minha massa cinzenta.
Tomei outro gole, estava duro pra caralho. Eu precisava me recompor
antes de voltar para a festa chata como o inferno lá embaixo.
Aquela garota era um problema. Embora tenha dito a Alex que ela não
viu nada, não tinha tanta certeza. Resolvi olhar para a tal de Madison um
pouco, descobrir se guardava algum ressentimento contra minha mãe.
Conhecendo Cindy, estava disposto a apostar que a pobre Madison
tinha uma lista de reclamações.
A ereção diminuiu, desci os degraus e me juntei às festividades. O
jantar estava sendo servido, finalmente, Alex conversava com seu pai e
outro cavalheiro mais velho. Depositei a garrafa no bar, dando um pequeno
sorriso ao barman, voltei para o meu lugar ao lado da minha meia-irmã.
Na verdade, ao lado da minha esposa.
A noite continuou em um borrão de formalidades. Cumprimentei quem
minha mãe me apresentou e sorri para todo mundo. Eu estava me
comportando muito bem, não me preocupando em agir como um babaca.
Finalmente, as pessoas começaram a sair para o corredor. Alex não
estava falando comigo, nem exatamente me ignorando. Por mim tudo bem,
eu estava esgotado e nem um pouco a fim de fazer joguinhos.
Assim que entramos no estacionamento, um homem de aparência
desgrenhada nos abordou. No começo fiquei tenso, pronto para brigar com
ele, presumindo que fosse um assaltante. Rapidamente percebi que segurava
uma câmera, não uma arma.
— Cole Redson? Alexa Carter? — Alexa parou e olhou para ele.
Agarrei seu cotovelo e a puxei.
— Que diabos? — Alex sussurrou para mim.
— Repórter — respondi.
— O que vocês pensam sobre o casamento dos seus pais? — O homem
gritou, tirando fotos. — Vocês estão cientes das alegações contra eles?
— Sem comentários — rosnei para o cara.
As pessoas olhavam enquanto eu puxava Alexa atrás de mim. Notei
dois caras grandes usando ternos e com fones de ouvido indo em nossa
direção para nos proteger.
— Cole, você acha que sua mãe é uma cadela fria e carreirista? —
Parei de repente e soltei o braço de Alexa.
— O que você falou? — Perguntei ao cara.
— Você acha que sua mãe está usando o pai de Alexa para se dar bem?
— Antes — rosnei.
— Sua mãe é uma cadela fria? — Perguntou, zombando de mim.
Dei um passo para frente e estiquei meu punho mais rápido do que ele
podia esperar. O acertei diretamente no queixo, seus dentes batendo. O cara
caiu como se tivesse pressionado o interruptor de um robô.
Alexa ofegou. Os dois seguranças apareceram na hora certa.
— Você está bem, senhor? — Um deles me perguntou.
— Tudo bem — respondi, me afastando. — Vamos — ordenei para
Alexa, agarrando-a novamente.
— Ele está bem? — Perguntou.
— Ele que se foda!
Entramos no carro e liguei o motor. Alexa olhava para mim com olhos
arregalados, obviamente chocada com o que acabei de fazer. Eu sabia que a
merda estaria nos jornais amanhã, ou talvez apenas nos tabloides, se tivesse
sorte. Talvez eu até tivesse algumas acusações contra mim.
— Por que você o atacou? — Alexa perguntou quando entrei no
tráfego.
— Minha mãe pode ser uma cadela — respondi — mas só eu posso
chamá-la assim.
Alex me encarou por um segundo e depois caiu na gargalhada,
sacudindo a cabeça.
Não pude deixar de rir junto com ela.
Nós voltamos para a casa de seu pai, dirigindo pela noite.
CAPÍTULO SETE
ALEXA

— Alô? — Atendi o telefone no terceiro toque.


— Ei. Sou eu.
— Oi, Lace. O que está acontecendo?
— Nada — fez uma pausa. — Apenas envergonhada.
— Por causa daquela noite?
— Sim.
— Eu me perguntei por que você ainda não tinha ligado.
Eu rolei de costas e olhei para o teto do meu quarto. Estava feliz que
Lacey tenha me ligado, embora fosse de manhã bem cedo, estava morrendo
de vontade de contar a ela tudo o que aconteceu entre Cole e eu no telhado
do salão de festas.
— Sinto muito por tudo, Alex. Normalmente não me deixo ficar assim.
Era verdade. Apesar de sua confiança, sua natureza extrovertida, Lacey
raramente ficava bêbada demais. Claro, ela ia para casa com os caras de vez
em quando, mas só porque sabia o que queria. Raramente tomava decisões
com base em quanto álcool havia para beber.
Eu invejava isso nela. Lacey tinha autoconfiança, algo que me faltava
às vezes.
— Tudo bem. Você provavelmente deveria se desculpar com Cole, no
entanto.
— Oh Deus. Nem me lembre. — Praticamente podia ouvi-la se
encolhendo do outro lado.
— Ele jogou você por cima do ombro e a arrastou para fora de lá —
sorri.
— Sério, Al? Eu vou chorar.
Ri mais alto. Eu imaginava o olhar em seu rosto e, embora não
quisesse que minha amiga ficasse irritada, era engraçado demais.
— Não se preocupe. Ele definitivamente não pensa em você agora.
— Por que você tem tanta certeza?
— Algo aconteceu.
Instantaneamente senti a conversa mudar. — Conte-me. Agora!
— Bem, nós fomos para um daqueles jantares com nossos pais na noite
passada, certo?
— Como ele estava?
— Bem. Quero dizer, muito bem. Essa não é a questão.
— Cole em um smoking. Merda, só de imaginar fico excitada.
— O quê?
— Senhor tesão. Você entendeu.
Revirei meus olhos. — De qualquer forma, ele não estava gostando, eu
também estava muito entediada. Então nós escapamos.
— Escaparam? Está ficando cada vez melhor.
— Aguente. Ouça. Cole me levou até a saída de emergência e subimos
uma escada até o telhado.
— Que romântico.
— Sim, bem, ele tinha uma garrafa de uísque.
— Onde conseguiu?
— Roubou, acho.
Lacey riu. — Não me surpreende.
— Por que é um idiota imaturo?
— Não, porque faz o que quer. É uma qualidade atraente em um
homem, você sabe.
— Não importa. Não há nada de atraente nele.
— Claro! Se você está dizendo Al. Então, o que vocês fizeram no
telhado, tiveram alguma conversa profunda?
— No começo, sim. Quer dizer, a vista era linda e o tempo estava
perfeito. O uísque era nojento, mas tomei assim mesmo.
— Parece um bom momento.
— Lace, ele me beijou.
Houve uma pausa. — Sério?
— Quero dizer, sim, e eu correspondi por meio segundo, mas foi um
beijo muito intenso.
Lacey explodiu. Ela começou a falar rápido, uma enxurrada de
emoções saindo dela. No começo, estava toda “O que está fazendo, sua
estúpida, ele é seu meio-irmão”, rapidamente se transformou em “ele
também é seu marido e realmente muito gostoso” então acho que eu
entendi. E, finalmente, terminou “Eu sabia, sabia, sua garota safada, vocês
transaram? Você tem que me contar tudo”.
Foram dez segundos emocionalmente intensos. — Você terminou? —
A interrompi.
— Ok, sim. Eu não acredito em você!
— Eu sei. É tão idiota. Tão estúpido. Tipo, quero me divorciar do cara,
colocar minha vida de volta nos trilhos. Não posso ficar com ele.
— Quero dizer, não é nada demais. Não é como se vocês não tivessem
feito antes.
Meus olhos se arregalaram. — Lacey, nós não fizemos sexo.
Lacey riu. — Vamos lá, Al. Eu sei que vocês definitivamente fizeram
sexo nas férias.
— Sério — respondi asperamente, surpreendida. — Nós não fizemos
sexo. Não te contei? Fizemos praticamente tudo que se possa imaginar, só
nunca fizemos sexo.
Ela ficou em silêncio por um segundo. — Mentira!
— Não estou mentindo. Estou falando sério.
— Mas você falou que foi a noite mais intensa da sua vida? Depois do
casamento falso?
— Foi, embora, na verdade, nunca tenhamos feito sexo.
— Não entendo. Não é como se você fosse uma virgem.
— Eu sei! Mas ele me fez sentir… coisas. Como Bobby nunca fez.
Bobby foi meu namorado da faculdade e o segundo cara com quem eu
dormi. Pensava que o sexo com ele era muito bom até descobrir que Bobby
não sabia nada sobre a anatomia feminina se comparado a Cole. Bobby e eu
nos separamos três meses antes de eu ir para a Tailândia depois que o
peguei mandando nudes para uma garota que conheceu no Tinder, o babaca.
Quase não pensei nele mais.
— Puta merda! Foi tão assim intenso e você sequer fez sexo?
— Sim, absolutamente sem sexo. — Eu parei, suspirando, enquanto as
lembranças daquela noite voltavam. Os dedos de Cole, sua boca, suas mãos,
me fizeram contorcer e gozar várias vezes. No entanto, por alguma razão eu
não consegui transar com ele, não podia me deixar fazer sexo. — Você
entendeu o problema? — Perguntei.
— Sim. Eu realmente entendi.
Nós duas ficamos caladas enquanto a verdade nos atingia.
Não fizemos sexo na Tailândia, apesar de termos feito muitas outras
coisas. Ele me fez sentir mais apenas com a boca do que Bobby me fez
sentir em todo o nosso relacionamento. Cole era um homem diferente de
qualquer outro que já conheci, parecia saber exatamente o que me deixaria
louca. E eu o beijei novamente, deixando todos aqueles sentimentos
voltarem.
— O que você fará agora? — Lacey perguntou.
— Eu não sei, honestamente. Ele é meu meio-irmão.
Ela bufou. — Meio-irmão não significa nada. Ele não está realmente
relacionado a você de nenhuma maneira. Além do mais, vocês se casaram
primeiro.
— É verdade. Só não sei dizer se o fato melhora alguma coisa ou não.
— Provavelmente não. Ainda assim, é seu marido.
— Ele não é meu marido.
— Não importa. Só estou zelando por você. Se gosta dele, eu digo para
ir em frente.
— Não é tão simples assim. Nossos pais estão sob um tipo de
escrutínio maluco. Cole socou um repórter na noite passada.
— Antes ou depois de você sair?
— Depois.
— Como aconteceu?
— O cara saiu do nada, tirando fotos e fazendo perguntas. Cole
apenas… agiu.
Lacey assobiou. — Que homem!
— Foi assustador.
— Aposto que foi. Também um pouco quente?
— Não! De jeito nenhum.
— Oh vamos lá, nós duas sabemos que Cole é sexy como o inferno.
— Ele tem seus momentos.
— E como está a arma dele?
— Como?
— Sua arma. Sua carne de homem. Seu pau. Seu penduricalho. Seu...
— Ok, ok, já entendi.
— Bem?
— Pare! Não vou descrever sua salsicha.
Eu pensei naquelas noites, em seu grosso e grande pênis na minha
mão, na maneira como gemeu quando o coloquei entre os meus lábios, na
sua porra quente quando gozou em minha boca. Eu senti o calor me
percorrendo quando minhas bochechas ficaram vermelhas.
— Oh apenas me diga. Grande ou pequeno? Grosso? Curvado?
Perfurado?
— Não está acontecendo.
— Vamos lá. Sim ou não, ele é enorme?
— Não vou descrever o pênis de Cole! — Eu gritei, envergonhada. O
som praticamente ecoou pelo meu quarto vazio.
Nós duas ficamos caladas por um segundo.
— Eu tenho que ir — falei rapidamente. — Acho que ele está em casa
e seu quarto fica bem ao lado.
Desliguei o telefone quando Lacey começou a rir.
Me envolvi em meus cobertores e tentei fingir que não havia gritado
sobre o pênis de Cole. As paredes da casa do papai são superfinas, então
não havia como não ter ouvido. Eu só imaginava as coisas pervertidas e
frustrantes que ele estaria pensando.
Não era como se eu estivesse obcecada por ele. Talvez tenha me feito
sentir algo que eu não sentia há muito tempo, ou nunca, ainda assim. Cole
era cáustico e arrogante, tudo que eu odiava em um cara. Eu não gostava de
violência e a vida dele se resumia em violência. Não gostava de
imprudência e ele era muito imprudente.
Ainda assim, naquele carro dirigindo em alta velocidade com ele, indo
para o local do evento, me senti viva.
Lacey podia ser muito insistente às vezes, mas eu sabia que tinha boas
intenções. Ela era uma boa amiga e sempre me apoiava. Ainda assim, eu
não sentia muito confortável, nem mesmo com ela, para descrever o pênis
de Cole.
Enquanto ponderava sobre todas as ramificações confusas e
horripilantes daquela conversa, ouvi a voz do meu pai do andar de baixo.
— Alexa? Cole?
Eu saí da cama e coloquei minha cabeça para fora do meu quarto. —
Sim?
— Vocês podem vir aqui?
Cole saiu do seu próprio quarto e sorriu para mim. — Oi mana.
— Oi, Cole. — Comecei a descer os degraus.
— A noite passada foi bem divertida.
— Foi legal.
— Você deve descrever para mim exatamente o quanto você se
divertiu.
Eu fiquei vermelho brilhante, mas não o olhei.
— Tudo bem. Não estou com vontade de encher a sua paciência.
Cole estava bem atrás de mim enquanto descíamos as escadas. Eu
praticamente sentia seu calor nas minhas costas.
— Se aquela assistente não tivesse aparecido nós dois sabemos que
faria você gozar, gritando por mais naquele telhado.
— Pare! Meu pai está bem ali embaixo.
Ele agarrou meu braço, me puxando para seu corpo rijo. — Paro se
você admitir que queria que eu continuasse.
Nossos corpos estavam colados, no pequeno espaço da escada.
Mordi meu lábio, respirando pesadamente enquanto seu calor e toque
me inundavam. — Eu estava bêbada e lerda — menti.
— Então você admite.
— Bem. Foi um erro, no entanto.
— Bom o bastante. — Ele me soltou e desejei que não tivesse.
Comecei a descer os degraus e ele me seguiu em silêncio. Eu estava
tão envergonhada e, praticamente, sentia seu sorriso triunfante cavando um
buraco na minha bunda. Odiava o quanto o queria e mais ainda que ele
soubesse.
Uma vez lá embaixo, encontramos nossos pais sentados juntos na
cozinha. Era quase assustador, me senti como uma criança prestes a ser
punida.
— Uh oh — disse Cole. — Quem morreu?
— Por favor, sentem-se — Cindy pediu.
Eu me sentei e dei uma olhada para o meu pai. Ele apenas sorriu e
encolheu os ombros.
— Aposto que eu sei do que se trata — Cole falou.
— O repórter.
Cole assentiu. — Ele sobreviveu?
— Ele está bem, felizmente.
— Fazendo acusações?
— Não.
Cole riu alto. — Como você conseguiu?
— Não é da sua conta.
— Claro que é, mãe. Com o que você o subornou?
— Com nada — Frank interrompeu. — Nós tivemos problemas com
ele no passado. Simplesmente o informamos, que se insistisse o
processaríamos.
Cole assentiu. — Ameaças então. Elas funcionam com idiotas covardes
iguais a ele.
— Basta Cole! — Cindy falou bruscamente. — Não é engraçado. Você
agrediu um homem.
— Exatamente — Cole respondeu.
— É inaceitável, totalmente inaceitável.
— Presumo que sim.
— Você me envergonhou.
— Honestamente? Não tenho certeza se o fato me incomoda.
— Cole, por favor, — papai pediu. — Sua mãe está preocupada.
— Preocupada? — Cole perguntou, sorrindo. — Claro, está
preocupada com sua carreira.
— Chega! — Cindy bateu a mão na bancada. Todos nós a olhamos
surpresos. Nunca vi um pingo de emoção forte nela antes, de repente,
parecia muito, muito zangada. — Você me envergonhou de novo, Cole.
Quero que você vá embora.
Ele olhou para ela duramente por um segundo depois sorriu. — Já está
me expulsando?
— Sim. Por favor, faça as malas e vá embora amanhã.
Papai olhou para longe, incapaz de encontrar meu olhar. Fiquei
completamente surpresa e chocada com o fato de Cindy estar, tão
insensivelmente, jogando seu filho na rua. Parecia quase como se não fosse
grande coisa, ao mesmo tempo era incrivelmente absurdo. Ela tomou uma
decisão tão séria sem conversar com ninguém.
— Espere — pedi. — Você nem sabe por que ele o agrediu.
— Não se incomode — Cole alertou. — Ela não dá a mínima para
nada. É apenas uma desculpa para se livrar de mim.
Ele se levantou.
— Espere! — Pedi a Cole, então voltei para Cindy. — Cole socou
aquele cara porque ele te chamou de vadia.
Cindy levantou uma sobrancelha. — É verdade, Cole?
— É verdade. Só eu posso te chamar assim.
Ela ficou quieta por um segundo. — Obrigada por defender minha
honra, infelizmente esta não é a Inglaterra feudal. Você não pode
simplesmente socar as pessoas sempre que quiser.
Cole olhou para mim e encolheu os ombros. — Te falei.
— Espere! — Pedi novamente, mas Cole já havia deixado a sala. Eu
olhei para Cindy, a raiva aumentando no meu peito. — Por que você está
fazendo isso?
Ela suspirou. — Cole tem sido um problema faz muito tempo. Em um
certo ponto, você tem que ser firme ou então ele passará por cima de você.
— Fez uma pausa e olhou para mim seriamente. — É uma lição que você
precisa aprender se quiser manter contato com ele.
Eu a fitei, não tendo certeza do que queria dizer. Eu quase não
acreditava no que dizia. — Ele é seu filho.
— Também é um irresponsável. — Cindy desviou o olhar para afastar
o arquivo de papéis que estava na frente dela.
— Ele ficará bem — papai falou. — Cole é um garoto durão. Tem
algum dinheiro também.
Eu o olhei completamente incapaz de compreender o que acabou de
acontecer. Eu me levantei, balançando a cabeça desgostosa. — Tome uma
atitude pai. Você sabe que não está certo.
Antes que ele pudesse responder, me virei e saí da sala.
A raiva me invadiu quando subi as escadas depois de Cole. Não era
justo que o expulsassem. Não estava certo, especialmente considerando que
estava defendendo Cindy. Claro, não deveria ter socado o cara. Deveria ter
mantido a calma. Só que Cole não era o tipo de homem que ficava parado
deixando alguém insultar sua mãe, mesmo quando ela era realmente uma
vadia total.
Eu precisava admitir que havia algo de especial em seu gesto. Era
antiquado, sim, talvez um pouco intenso demais, mas cativante. Eu não
gostava de violência, apesar de gostar de um homem com alguma honra.
Muitos caras hoje em dia estavam dispostos a deixar qualquer um fazer o
que quisesse, desde que pudessem evitar uma briga.
A porta de Cole estava fechada, eu bati uma vez. Ele não respondeu,
então bati novamente. Em vez de bater uma terceira vez, apenas abri a
porta.
— Cole — Chamei. Ele parou de fazer suas flexões e olhou para mim,
balançando seus joelhos.
— Eu pensei que você poderia me seguir até aqui, esposa. —
Respondeu, sorrindo.
— Não está chateado?
— Acontece sempre.
— O que, sua mãe te expulsa?
— Não exatamente. Eu faço algo que não gosta e então ela encontra
um motivo para se livrar de mim.
— E tudo bem para você?
— Não sou uma criança, Alexa. Não preciso que minha vadia e insana
mãe tenha orgulho de mim.
Suspirei, frustrada. Todos nesta casa eram totalmente idiotas?
— Olha, entendi. Ainda assim não está certo que ela esteja te
expulsando — afirmei.
Cole se levantou e esticou os braços. — Estou sinceramente surpreso
que você esteja se preocupando.
— Por que não me preocuparia?
— Você tem tentado se livrar de mim desde o começo. Tenho certeza
que está satisfeita.
— Não quero me livrar de você — respondi suavemente.
Ele se aproximou de mim. — Não? — Seu corpo encheu minha visão,
musculoso e alto. — Por que não?
— Porque não está certo.
— Continue. Diga-me porque você quer que eu fique.
— Você não fez nada errado.
— E? — Seu cheiro invadiu meus sentidos quando se aproximou de
mim, a centímetros de distância. Meu coração começou a bater mais rápido
no meu peito.
— E eu não sei. Não é ruim ter você por perto.
— Não? — Perguntou sorrindo. — Você ama me ter aqui. Você quer
que eu entre no seu quarto durante a noite e lamba seu clitóris até que suas
costas se arqueiem e suas mãos agarrem os lençóis.
— Cole... — murmurei tentando dizer-lhe para parar, não conseguia
pronunciar as palavras.
— Admita que quer que te foda até você não poder respirar, Alex. Você
quer finalmente sentir como é meu pau dentro de sua boceta perfeita e
gostosa. Você está doendo desde que me viu pela primeira vez.
— Nós não podemos.
— Podemos fazer o que quisermos.
— Eu não sei o que eu quero — respondi devagar.
O que pareceu quebrar o feitiço. Ele sorriu novamente e eu me afastei,
colocando alguma distância entre nós. — Então descubra, irmã. E rápido.
— Só não faça as malas ainda. Eu vou consertar as coisas.
— Faça isso!
Cole se virou, voltando para suas flexões.
Observei-o, uma dor percorreu meu peito, um desejo inundou minhas
pernas, eu sabia que estava molhada como o inferno. Sabia que era verdade
que queria transar com ele, finalmente sentir como seria. Algo que imaginei
como seria desde que nos conhecemos. Se me fez gozar com a boca e os
dedos tão facilmente, como seria se me fodesse profundamente e com força.
Eu queria. Muito. Não podia fazer nada, não enquanto ele fosse meu
meio-irmão, não enquanto tivéssemos nosso casamento falso e idiota
pairando sobre nossas cabeças.
Eu assisti por um segundo, seus músculos e incrível corpo subindo e
descendo, depois me arranquei dele. Fechei a porta atrás de mim enquanto
me retirava para o meu quarto.
Era errado sua mãe expulsá-lo, no entanto a razão pela qual queria que
ficasse era ainda pior.
Eu queria foder meu meio-irmão, meu marido, até não conseguir andar.
Queria que ele me despisse e me tomasse, do jeito que disse que faria.
Era tudo tão confuso. A poucos metros de distância, eu praticamente
podia sentir que Cole ainda se exercitava, eu queria tão desesperadamente
tirar aquela camisa de seu peito tatuado e deixá-lo me pegar.
Primeiro convenceria meu pai a deixá-lo ficar. Preocuparia com o resto
depois.
CAPÍTULO OITO
COLE

Joguei minhas camisas na minha mochila com um grunhido. Não era


exatamente surpreendente que minha mãe decidisse me expulsar, porém,
definitivamente, era um novo recorde. Não tinha durado sequer um mês em
sua casa antes que decidisse que eu era muita responsabilidade.
Foi bom para mim. A coisa toda deixou de ser divertida e começou a
parecer real assim que percebi que era casado com Alexa. Por mais que
odiasse deixá-la estava na hora.
Ainda assim, sentiria falta de tê-la por perto o tempo todo. Acostumei-
me a vê-la nos corredores, a flertar com ela impiedosamente, provocando-a
com o modo como eu fazia seu corpo se sentir. Só não era o tipo de implorar
perdão ou olhar para trás.
Quando me sentei na minha cama pela última vez, alguém bateu à
porta.
— Quem é? — Gritei.
— É o Frank. Posso falar com você?
O que meu novo padrasto quer? Pensei com tristeza.
— Sim, claro — respondi.
Frank abriu a porta e entrou, fechando-a suavemente. Eu diria que
estava desconfortável, quando ficou de braços cruzados, evitando o meu
olhar.
— O que posso fazer por você, Frank? — Perguntei, tentando não
parecer aborrecido.
— Eu só queria dizer que não foi uma decisão minha.
Levantei uma sobrancelha. — Ok. É tudo?
Ele suspirou e olhou para mim. — Olha, Cole, sua mãe está sob muita
pressão por causa do nosso relacionamento. Não tenho certeza se está
pensando claramente sobre as coisas.
Sorri. — Você não conhece Cindy muito bem então.
Frank ergueu uma das mãos, um olhar de dor no rosto. — Sei o que
você pensa dela, mas Cindy melhorou muito desde a última vez que a viu.
— Acho difícil de acreditar.
— Eu nunca entenderei você ou seu relacionamento com ela, só sei que
sua mãe te ama.
Apenas sorri, sem responder. Eu não precisava do amor de Cindy fazia
muito, muito tempo. Cheguei à conclusão de que ela não era realmente
capaz, não importa como parecesse do lado de fora. Frank descobriria
eventualmente. Ele estava aplicando termos humanos, emoções e
sentimentos a um robô. Simplesmente não daria certo.
— Então — Frank continuou — decidi que você deve ficar.
Suas palavras me surpreenderam. — Cindy sabe?
— Ainda não. Contarei para ela assim que terminarmos de conversar.
— Não vai dar certo.
— Esta é a minha casa, Cole.
— Talvez. Enquanto Cindy estiver aqui, estará no comando e nós dois
sabemos.
Frank riu e sacudiu a cabeça. — Você não está errado. Neste caso estou
tomando minha própria decisão e sua mãe terá que concordar.
Tive que admitir que fiquei impressionado. Nunca imaginei Frank
como um homem de caráter, rebelar-se contra Cindy exigia coragem,
mesmo que não tivesse sequer a confrontado ainda e fosse por suas costas.
Eu não queria nem precisava de caridade. Não queria a pena de Frank e
nem o desprezo de Cindy. Eu não precisava de nenhum dos dois. Não me
importava. A única razão pela qual estava na casa era Alexa, embora, cada
vez mais, parecesse loucura.
Eu sabia que ela me queria. Era óbvio. No entanto, estava tão confusa e
obcecada com esta coisa de casamento que não podia se permitir assimilar
claramente o que precisava. Eu estava na frente com o que queria dela. Não
havia ambiguidade na minha posição. Na verdade, não havia ambiguidade
na posição de que eu queria transar com ela.
Então não havia nada me mantendo por perto.
— Não, obrigado — respondi — Se Cindy me quer fora, estou fora.
— Você deveria reconsiderar.
— Ouça, Frank, esta merda entre minha mãe e eu é tão antiga quanto o
tempo. Ela é uma megera controladora e não sou mais um adolescente
tentando fazê-la feliz.
— Ela só deseja o melhor para você.
— Talvez, mas o melhor para ela não é o melhor para mim. Estou fora.
Você pode evitar uma disputa.
Frank suspirou e balançou a cabeça. — Não. Direi a ela minha decisão,
não importa o que aconteça. Você pode ficar ou sair, será bem-vindo a
qualquer momento.
Balancei a cabeça, ainda mais impressionado. — Ok, Frank.
— Ok. — Ele se virou e saiu sem dizer mais nada.
Gostei dele. Por mais que não quisesse, gostava dele. Pensei que era
um idiota por se casar com minha mãe, talvez um pouco ingênuo, mas
parecia um homem bastante decente.
Terminei de arrumar as malas e me levantei, jogando minha mochila
por cima do ombro. A casa era confortável, de longe o lugar mais bonito em
que eu morei nos últimos tempos, mas precisava seguir em frente. Tinha
minha moto, algumas coisas no depósito e algum dinheiro na poupança. Eu
ficaria bem.
Por alguma razão não queria sair. Orgulho ou não, parte de mim queria
largar minha bolsa e aceitar a oferta de Frank. Queria ficar ao lado de Alexa,
flertar com ela obstinadamente até que finalmente cedesse a si mesma e às
suas necessidades.
Mas foda-se! Foda-se a fraqueza. Abri a porta do meu quarto e desci as
escadas.
Lá fora, encontrei minha moto, estacionada onde a deixei. Sentei-me
no banco e a liguei. O motor rugiu para a vida quando dei uma última
olhada na casa.
Então Alexa saiu pela porta da frente vestida com shorts curtos e uma
camiseta apertada pra caralho. Eu sabia que deveria sair dali, fugir, assinar
seus papéis, devolver pelos correios e esquecer toda a porra. Eu deveria ter
me concentrado na minha luta. E não o fiz.
— Ei — Alex gritou acima do barulho do motor. — Aonde você vai?
— Saindo — gritei de volta.
— Você pode desligar esta coisa?
Sorri. — Eu poderia.
Alexa revirou os olhos. — Seja maduro. Pelo menos uma vez.
Sorri de novo e desliguei o motor. — E aí, Alex?
— Eu só queria dizer… você sabe.
Parecia tão desconfortável que era sexy. Eu amei quão envergonhada
estava. A garota era incapaz de dizer exatamente o que queria.
— Você queria dizer que está desesperada para eu entrar para uma
última foda de adeus?
Ela fez uma careta. — Nós nem sequer tivemos uma foda de olá, caso
você tenha esquecido.
— Não esqueci. Eu não parei de pensar em foder esta bocetinha
perfeita desde que cheguei aqui.
Alexa corou. — Ok, pare. Não é do que se trata.
— Do que se trata, então?
— Eu só… você sabe. — Ela parecia frustrada.
— Desembuche, querida esposa.
— Só queria que você ficasse. Você deveria ficar.
Sorri novamente. — Sei que você quer que eu fique.
— Não seja idiota. Acha que é fácil dizer para você?
— Não.
— Sei que meu pai falou que não precisa ir, estou dizendo também.
— O que eu ganho?
Ela piscou para mim, surpresa. — O que você quer dizer? Quarto e
pensão grátis, mais refeições, eu acho.
— Não dou a mínima. O que ganho se eu ficar?
— Por que você precisa ganhar alguma coisa? Só estou tentando ser
legal.
— Você quer que eu fique. Eu quero algo que me faça ficar.
Alexa mordeu o lábio, parecendo frustrada, eu sabia exatamente o que
pensava. Estava se perguntando se eu queria sexo e não conseguia se
decidir, se poderia prometer que transaria comigo se eu ficasse. Mesmo que
quisesse, sabia que seria estranho, ou errado, ou o que quer que ela
pensasse.
— O que você quer? — Perguntou finalmente.
— Venha para minha luta. Será daqui a alguns dias.
Pareceu surpresa. — Espere, só quer que eu vá assistir você lutar?
— É isso aí. Venha me assistir e depois decida se quer que eu fique ou
não.
— Eu posso fazer isso.
— Eu tomaria cuidado, mana. Você pode não saber no que está se
metendo.
— Já estive em uma luta antes.
— Talvez, mas nunca viu alguém que conhece colocar sua vida em
risco.
Ela deu de ombros, sem saber o que dizer. — Tudo bem. Você tem um
acordo.
— Mais uma coisa. Venha sozinha. Não traga sua amiga.
Ela abriu a boca, fechou e assentiu. — Ok.
— Te mandarei uma mensagem com os detalhes.
— Ok.
Liguei o motor novamente. Ela se afastou da moto, piscando.
— Mais tarde, esposa — gritei.
— Pare de me chamar assim — gritou. Comecei a puxar para o tráfego.
— E assine os papéis, seu idiota! — Ela gritou enquanto eu pilotava para
longe.
Sorri para mim mesmo, rasgando a estrada. Talvez eu voltasse para
casa.

Eu gostava quando o vestiário estava vazio.


Passaram-se alguns dias desde que saí da casa de Frank. Eu não vi ou
falei com Alexa, embora tenha lhe mandado os detalhes da luta. Ela não me
retornou, não deixei o fato me distrair do que eu precisava fazer.
Os últimos dias foram dedicados a treinar e assistir os vídeos do cara
com quem eu lutaria. Ele era jovem, agressivo e forte, mas eu estava
confiante. Sempre fui confiante.
Gostava do vestiário vazio, pois podia sentar e meditar, acertar minha
mente, esvaziar meu cérebro e me preparar para o que estava prestes a fazer.
Estava prestes a lutar pela minha vida. Toda vez que entrava no ringue,
sabia que poderia morrer. Lá arriscava minha vida, minha integridade, meu
futuro, minha carreira. Um movimento errado, um passo em falso e poderia
facilmente ser espancado, quebrado ou pior.
Já aconteceu antes. Aconteceu com caras iguais a mim. Em um esporte
tão brutal, rápido e violento como o MMA, continuaria acontecendo.
Era o que queríamos. A pressão relativa a corpos quebrando corpos, a
possibilidade de derrota, vitória, ou lesão séria. Estava tudo lá e era o certo.
Era para o que eu vivia.
O promotor e meu gerente chegaram, meu treinador, alguns caras da
mídia. Eu não gostava tanto do vestiário quando não estava sozinho,
infelizmente fazia parte do show. Respondi perguntas, falei de estratégia,
principalmente trabalhei em manter minha mente firme.
E então ouvi o rugido da multidão quando o apresentador falou meu
nome. Caminhei pelo túnel, o coração batendo devagar e todo o meu corpo
relaxado e calmo, irradiando uma tranquilidade mortal. Aprendi como
controlar minhas emoções, como entrar no espírito de luta vazio e sem
emoções ao meu capricho. Skad me ensinou isso e muito mais coisas que
ninguém sabia que eu poderia fazer.
Fazia muito tempo desde que estive diante do público, por alguma
razão meu nervosismo pré-combate não estava lá. Eu não conseguia nem
lembrar o nome da garota na qual pensava desde que voltei para casa.
Havia apenas o ringue e meu oponente, um foco intenso que não senti
na selva tailandesa. Horas de treinamento com calor e umidade incríveis me
endureceram em relação às distrações.
Uma vez no ringue, fiquei apenas de calção, minhas mãos estavam
enroladas e prontas. As pessoas falavam, eu não conseguia ouvi-las. Não
conseguia vê-las. Só via meu adversário. O tempo parou de correr e não
senti nada além do meu coração batendo suavemente.
Então nos enfrentamos, circulando um ao outro. De alguma forma, a
rodada havia começado. Suas mãos subiram e eu as bloqueei.
Eu ginguei, testando sua velocidade com alguns golpes.
Meu oponente se defendeu. Estava com raiva, um touro rosnando. Ele
queria fazer um movimento, descobrir do que eu era feito.
Flutuei de volta. A multidão gritava, eu não podia ouvi-la.
Ele simulou um movimento. Eu não caí no seu jogo.
Então fez o seu movimento. Saltou para a frente, tentando me agarrar,
meus pés se soltaram mais rápido do que ele percebeu.
Peguei-o na cara. Sangue espirrou de seu nariz.
Foi tudo fúria e excitação quando me lancei.
Ele cambaleou para trás, chocado, com dor, os olhos arregalados. Ele
pensou que era rápido.
Fui muito mais rápido.
Meus punhos o encontraram então. Esmurrando-o.
Queria quebrá-lo. Matá-lo se precisasse. Estava pronto para quebrar sal
cabeça em pedaços.
Fúria e intensidade rolaram através de mim enquanto meus punhos
estalavam, de novo e de novo, batendo e destruindo. Esqueci que a coisa em
que eu batia era um ser humano, uma pessoa de verdade. Para mim era
apenas um pedaço de carne, um inimigo que precisava ser destruído.
Então o juiz estava lá, me puxando. Percebi que meu adversário estava
no chão e o sino tocava.
A noite chegou correndo em uma cacofonia de sons e emoções.

As pessoas estavam amontoadas por todos os lados do vestiário. Estava


lotado, promotores em todos os lugares, todos me parabenizando.
— Porra, cara — Ronnie falou. — Quando você aprendeu a se mover
tão rápido?
— Tailândia — rosnei sorrindo.
Ele riu. — Foi uma loucura de merda. Você fez aquele garoto parecer
um idiota!
Me deliciei com minha vitória, meus olhos continuavam procurando
por ela na multidão. Por Alexa.
Eu voltei a mim assim que ganhei a luta. Era sempre um espetáculo de
merda depois de um nocaute, principalmente um nocaute rápido e brutal
como aquele. As pessoas gritavam e aplaudiam. Examinei a multidão,
tentando encontrá-la, as pessoas ficavam na minha frente, parabenizando-
me, querendo algo de mim. Eu não tinha nada para lhes dar.
Estava eufórico. Nada parecia melhor do que uma vitória,
especialmente uma vitória que você precisava tão desesperadamente. E eu
precisava mostrar a todos do que ainda era feito. Que ainda era uma ameaça.
— Ei — Ronnie falou. — Aquela não é sua meia-irmã?
Então a vi, do outro lado da sala, parecendo perdida e tímida. Usava
um vestido decotado, todo apertado e muito sexy, que fazia suas tetas
parecerem incríveis. Parecia completamente deslocada entre a multidão da
luta, quase como se fosse pura demais e todo mundo estivesse contaminado.
Rapidamente caminhei através das pessoas, abrindo caminho em sua
direção.
Todo o seu rosto se iluminou assim que me viu. Senti algo que era
quase tão bom quanto a luta em si.
— Ei, mana.
— Ei para você também. Parabéns pela vitória.
— Obrigado.
Ela estava perto de mim e eu sentia exatamente o que esperava. Por
trás do seu sorriso, havia um pouco de medo. Sutil, apesar de
definitivamente estar lá. Alexa estava desconfortável, eu não podia dizer se
era por causa das pessoas ou porque acabou de me ver espancar um homem
deixando-o como uma polpa.
Sabia que ela responderia dessa maneira. Que iria assustá-la me ver
lutar assim, ver-me realmente soltar e tentar destruir outra pessoa. Alexa
não estava acostumada, não era parte de sua vida como era uma parte da
minha.
— O que você achou? — Perguntei.
— Foi… emocionante.
— Mentirosa! — Retruquei de pé perto dela.
— Não estou mentindo.
— Posso ver através de você.
— O que você quer que eu diga?
— A verdade.
Ela suspirou. — Bem. Ok. Muito intenso. Foi fácil quando eu não
conhecia os lutadores, mas, ver você assim foi uma coisa totalmente
diferente.
— E agora você está com um pouco de medo de mim — afirmei,
sorrindo.
— Não, eu não estou com medo.
— Deveria estar, mana.
— Por quê?
— Porque agora você sabe do que sou capaz.
— Sim. É verdade. Mas existe outra coisa também.
— O quê?
Ela parecia envergonhada. — Não acredito que no que vou dizer,
também foi um pouco… você sabe.
Sorri e senti meu pau remexer quando a olhei. Ela estava claramente
desconfortável, eu sabia exatamente o que diria. Eu via na forma como seus
seios subiam e desciam rapidamente, sua respiração entrando profunda e
rapidamente. Via no vestido que usava, o vestido que gritava sexo, o jeito
que seus olhos fitavam meu corpo. Eu sabia o que ela queria.
— Te excitou — sussurrei em seu ouvido. — Você pensou, se eu luto
assim, imagine como seria fodendo.
— Sim — ela respirou.
— E agora não pode decidir se quer fugir ou se quer percorrer todo o
caminho.
— Talvez.
— Devo te dizer uma coisa: fodo melhor do que luto. Você só teve um
gostinho do que eu poderia fazer com sua boceta gotejante.
— Não estou pingando.
— Não minta para mim novamente. Sei que se eu colocasse minha
mão sob este vestido, encontraria sua calcinha encharcada.
— Cole! — Afastou-me. — Olha, só queria dizer que você pode voltar,
ok?
Alexa estava corando como louca, e eu praticamente sentia o desejo
fluindo dela em ondas. Minha frequência cardíaca estava alta e meu pau
duro, tão duro que estava preocupado que alguém pudesse notar.
— Vamos — rosnei para ela. — Vamos dar o fora daqui.
Ela piscou para mim então assentiu. — Ok.
Agarrei-a pela mão, acenei para Ronnie e a levei para fora do vestiário
passando por uma série de corredores. O local era antigo e cheio de
diferentes vestiários. Ele foi construído para outra coisa no passado, algo
como teatro ou teatro ao vivo ou alguma merda parecida. Os camarins eram
como favos de mel. Escolhi um aleatoriamente, mergulhando dentro.
Acendi a luz. Havia um sofá numa parede e uma cômoda do outro
lado. Trajes antigos pendurados em cabides numa arara, cartazes que
anunciavam filmes mais antigos do que nós dois juntos, emoldurados e
pendurados nas paredes.
Agarrei seus quadris e empurrei meu corpo contra o dela, chutando a
porta atrás de nós.
Alexa sabia o que eu queria. Ela podia sentir meu pau pressionado o
seu núcleo. Não se moveu, não disse uma palavra, enquanto eu lentamente
desci minhas mãos por suas pernas e agarrei sua bunda, levantando seu
vestido. Ela engasgou assim que minhas palmas pressionaram sua calcinha.
— Tem certeza de que deseja ficar sozinha comigo? — Perguntei.
— Não, de jeito nenhum — sussurrou.
Eu a beijei profundamente e com força. Ela correspondeu ao beijo e eu
sabia que estava mentindo.
Sabia que queria ficar a sós comigo mais do que qualquer outra coisa.
CAPÍTULO NOVE
ALEXA

Cole estava certo. Ele sempre parecia estar certo quando se tratava do
que eu pensava.
A verdade era que vê-lo destruir aquele cara no ringue foi
aterrorizante. Eu fiquei pensando, eu conheço este cara, é meu meio-irmão,
é o meu marido. Parecia que estava assistindo a outra pessoa e precisava me
lembrar de quem ele era.
Enquanto seus punhos golpeavam e seus pés se moviam, me
perguntava se o conhecia de verdade.
Então a luta acabou e a multidão estava agitada novamente, senti a
mesma emoção da outra noite. Sabia que não importava o que fosse, eu me
sentia atraída por Cole, não podia negar. Fui atraída para ele
inexplicavelmente, como um planeta indo em direção a uma estrela. Eu só
precisava ter cuidado para ele não me engolir.
Mas, claro, sempre que eu estava perto dele, me perdia completamente.
Só queria mais e mais, sem pensar nas consequências. Não podia evitar, não
quando ele me tocava e, menos ainda, quando me beijava.
Por isso, quando Cole pressionou seus lábios nos meus naquele
vestiário vazio, eu sabia que o deixaria levar a mão por baixo do meu
vestido e sentir quão molhada estava.
— Sabia que era o que você queria — Cole sussurrou no meu ouvido.
Nós ficamos no meio da sala, seus lábios no meu ouvido, a mão entre
as minhas pernas. Calafrios percorreram minhas costas enquanto onda após
onda de prazer me atingia.
Já falei que queria que ficasse, só não fui completamente honesta com
ele. Não disse que o motivo de eu querer que ficasse era que não conseguia
parar de pensar naquelas noites, um ano atrás, quando ele me fez sentir
tanto.
Suspirei quando seus dedos habilmente passaram por baixo da minha
calcinha e encontraram meu clitóris. Mordi seu ombro quando começou a
movimentá-los em círculos furiosos.
— Calma aí — grunhiu. — Há muito mais para você, garota.
— Merda! Desculpe! — Cole riu e beijou meu pescoço, esfregando
minha boceta.
— Entendi. Você está morrendo de fome.
— Não — ofeguei. — De modo nenhum.
— Mentirosa. Quando vai descobrir?
— Descobrir o quê?
Seus dedos pararam e sua mão se afastou de mim. Deixei escapar um
pequeno gemido, o abafei, impedindo-me de implorar para ele não parar.
— Que sei exatamente o que você quer.
Cole me beijou novamente, sua língua e gosto entrando em minha
boca, deixando minha mente em círculos estonteantes.
Suas mãos estavam em mim novamente, subindo pelas minhas pernas,
segurando minha bunda, acariciando meus seios, tocando cada pedacinho de
pele exposta. Não pude deixar de me jogar nele, correspondendo ao beijo
com abandono. Precisava de sua mão de volta no meu clitóris, de volta ao
meu lugar, me enviando para o êxtase.
E então seus braços fortes me envolveram e me levantaram. — Ei! —
Gritei. Não era muito elegante.
Cole riu e me levou para o sofá, empurrando-me para as almofadas.
Ele me esmagou com seu corpo.
— Idiota. Não me amasse.
— Eu farei o que eu quiser — sussurrou em meu ouvido quando beijou
meu pescoço.
— Não, você vai… — Comecei a dizer, parando quando seus dedos
encontraram minha boceta novamente, meu vestido subindo ao longo dos
meus quadris. — Foda-se! — Resmunguei.
— Sei que você gosta. Sei que você não pode se conter quando esfrego
este pequeno clitóris.
— Cole — gemi.
— Eu me pergunto — voltando-se, desceu minha calcinha pelas
minhas pernas — para qual Cole você está falando. Seu marido ou seu
meio-irmão?
— Nenhum dos dois. — Engasguei quando abriu minhas pernas.
— Creio que ambos.
Seu rosto saiu de vista quando sua língua e boca encontraram minha
boceta.
Eu não podia discutir. Não conseguia dizer uma palavra, nem sequer
pensar, enquanto sua língua me lambia com a quantidade exata de pressão.
Seus dedos começaram a estocar lentamente em meu interior, dentro e fora,
enquanto sua língua sugava e lambia meu clitóris.
— Puta merda! — Ofeguei.
— Você tem um gosto incrível. Pensei nele por um ano.
— É incrível — Engasguei quando agarrei seu cabelo. Senti que
poderia arrancá-lo de seu couro cabeludo, mas ele continuou trabalhando
em mim.
Suas mãos fortes abriram minhas pernas ainda mais, estocando em
minha boceta, sugando meu clitóris, lambendo cada centímetro meu. Era
incrível, puro fogo, a maneira como fazia o seu trabalho.
Foi como me lembrava. Não havia mais nada além de sua boca e seus
dedos em meu clitóris, meu corpo todo tenso enquanto ondas de prazer me
invadiam.
Não acreditava que estava permitindo que lambesse meu clitóris e
fodesse minha boceta com os dedos em um camarim aleatório depois que o
vi destruir um homem em uma luta, não poderia pará-lo nem se quisesse.
Cole era uma força, um tsunami caindo sobre mim, rolando pelo meu corpo
e me levando muito além de mim.
— Esta porra de boceta — murmurou beijando meu clitóris — é
perfeita.
— Não pare — eu gemi. Não pude evitar. Eu imploraria para fazer o
que quisesse, desde que continuasse me fazendo sentir tão incrivelmente
bem.
Cole estendeu a mão e agarrou um punhado de meu cabelo. — Você
quer, não é? — Sussurrou em meu ouvido, puxando-me em sua direção.
— Sim, por favor — Gemi.
— Você quer que eu coma sua boceta até você gozar.
— Eu quero. Preciso. Muito.
— Eu sei. Você precisa de mim para te fazer gozar.
— Por favor, me faça gozar.
— Eu amo quando você implora, Alex.
Cole soltou meu cabelo e voltou a me lamber e chupar, desta vez mais
selvagem. Ele não estava mais se segurando e eu sabia. Puxei seu rosto
contra o meu clitóris enquanto empurrava meus quadris, sua língua e dedos
me fodendo.
Eu estava perdida. Sobrecarregada por suas mãos fortes, olhos, dentes
e língua, tudo junto enquanto me devorava. Ainda mais, neste momento, eu
sabia que era dele. Faria qualquer coisa por ele. Eu precisava dele. Cole
poderia me levantar e me jogar do outro lado da sala se quisesse, ou poderia
parar e me deixar implorando por mais. Eu estava totalmente sob seu
controle e era o que me deixava tão excitada.
— Você quer gozar para mim, não é? — Perguntou, seus dedos
empurrando dentro e fora da minha boceta.
Eu agarrei meus seios, arqueando minhas costas. — Sim, foda-se! Por
favor.
— Você quer gozar na minha boca?
— Oh Deus sim!
Seus dedos se moviam lentamente dentro e fora e eu queria gritar por
ele.
— Quero ouvir você pedir.
— Por favor, me faça gozar — gemi.
Sem outra palavra, ele retornou para minha boceta, sua língua e dedos
no ritmo dos meus quadris.
Sabia o que ele queria e também queria. Nós nos movimentamos
juntos, sua língua rolando ao longo do meu clitóris, minhas mãos
entrelaçadas em seus cabelos, pressionando sua boca com mais força contra
a minha boceta e então senti.
Bem ali, o orgasmo começou a crescer, um único ponto no fundo da
minha boceta que começou a me ultrapassar totalmente.
— Oh foda-se, Cole! — Gemi. Ele continuou furiosamente, suas mãos
fortes controlando meus quadris enquanto eu me contorcia, agarrando seu
cabelo. — Porra, eu vou gozar.
Senti o orgasmo explodir através de mim. Minhas costas arquearam,
meus músculos ficaram tensos, soltei um gemido alto quando comecei a
tremer. O gozo varrendo através de mim, puro, poderoso e incrível, tirando
tudo que não fosse alegria e mais alegria.
Então comecei a me acalmar devagar. Cole sentiu e abaixou o rosto e
os dedos para combinar comigo. Finalmente, soltei o cabelo dele, deitada de
costas.
Ele parou e sorriu para mim. — Eu amo o maldito barulho.
— Que barulho?
— Quando você goza. — Ele se afastou sentando-se na outra
extremidade do sofá, seus olhos nunca me deixando. Assisti quando tirou
seu calção, revelando seu pau grosso e duro.
Olhei-o e ele olhou de volta, segurando a base. — Olha como me deixa
duro.
— Eu sinto muito — respondi, sorrindo. — Deve ser difícil.
— Venha aqui.
Me ficando em cima dele, minha mão envolvendo sua ponta e
lentamente rolando ao longo de seu eixo. Ele gritou quando o beijei,
lentamente acariciando seu comprimento. Eu não tinha ideia de como se
encaixava naquele calção que usava para lutar, seu pênis era grande, grosso
e pesado, superando minha mão.
Desci o topo do meu vestido, revelando meus seios. Sorri quando ele
os agarrou, acariciando gentilmente meus mamilos enquanto eu continuava
em seu pênis.
— Seu maldito corpo é perfeito.
— Você gosta? — Perguntei.
— Coloque seus lábios em volta do meu pau. E vou adorar.
Eu sorri e corei, fazendo o que ordenou. Levantei minha bunda para o
ar enquanto lambia o seu comprimento da raiz até a ponta. Provei sal e
almíscar e adorei quando o seu pré-gozo escorregou na minha boca. Eu o
chupei com força, rolando minha língua em torno de sua cabeça, tomando
seu gosto salgado e pele.
— Porra, Alexa! — Cole grunhiu. — Você chupa pau como se tivesse
nascido para fazer isso.
Continuei, minha boca tomando o máximo que conseguia. Amei o jeito
que grunhiu de prazer, gemeu e gemeu. Eu queria fazê-lo se sentir tão bem
quanto me fazia, queria que sentisse o prazer que me dava. Eu o chupei o
mais forte que consegui.
Eu o puxei para fora da minha boca, pegando um punhado de saliva e
empurrando-o. Sorri, olhando-o nos olhos enquanto o engolia.
— Você gosta de me ver chupar seu pau? — Perguntei, corando.
— Eu gosto quando você fala sujo — respondeu, agarrando meu
cabelo.
Eu ofeguei quando me beijou. — Do que mais você gosta?
Cole moveu minha cabeça para baixo em direção ao seu pênis e abri
minha boca enquanto ele pressionava sua ponta entre meus lábios.
— Gosto quando você toma meu pau. Quando você me deixa foder
seus lábios perfeitos.
Ele empurrou na minha boca, lentamente entrando e saindo. Eu o
deixei foder minha boca porque sabia que ele amava, sabia que o deixava
louco. Eu queria chupar cada centímetro de seu pênis e engolir cada gota de
seu esperma.
— Eu amo esta boceta e esta bunda — Cole continuou fodendo meu
rosto. — Eu amo quão apertada você é e como cora quando falo sujo. Eu
amo que você tome meu pau sem reclamar.
Comecei a manipular seu pau com a minha mão, puxando-o enquanto
fodia minha boca. Ele gemeu quando comecei a chupá-lo com força,
trabalhando seu comprimento, minha língua rolando. Tentei levar seu pau
na minha garganta, não consegui, mal conseguia encaixar nele.
Eu continuei o deixando empurrar enquanto o chupava. O senti agarrar
meus seios enquanto seu pau continuava a entrar e sair dos meus lábios.
— Porra, menina — Cole gemeu. — Você quer que eu goze nesta linda
boquinha?
— Sim — respondi, ofegante, quando puxava minha cabeça para trás.
— Quero que você engula cada gota.
Voltei a chupá-lo com força e ele gemeu. Eu podia dizer que estava
perto, todo o seu corpo ficou tenso.
— Porra, Alexa, chupe meu pau! — Gritou.
E então gozou. Sua porra salgada encheu minha boca, continuei
sugando enquanto sua porra jorrava. Engoli tudo, assim como me pediu, não
parei. Seu corpo inteiro ficou tenso e enrijeceu enquanto atirava seu
esperma quente em minha garganta.
Finalmente terminou e eu lambi cada centímetro de seu pau pesado.
— Merda! — Xingou. — Foi incrível. — Cole me puxou para ele e
beijou minha boca rudemente. — Você tem pensado nisso desde que
cheguei, não é? — Perguntou.
— Nem um pouco — menti.
— Lá está você, mentindo para mim de novo.
Eu ri enquanto me sentava e colocava meu vestido de volta. — Nós
devemos ir.
— Acho que sim.
Me levantei, minha boceta ainda encharcada, meu corpo ainda doendo
por ele. Sabia que se eu ficasse mais tempo naquele quarto, imploraria para
ele me foder. Sabia que se permitisse que ele ficasse duro novamente, iria
acontecer.
Ele relutantemente puxou seu calção de volta e se levantou. — Não
tenha ideias — falei, sorrindo.
— Sobre o quê?
— Ainda quero o divórcio.
Cole riu, me puxando para ele. — Veremos. — Ele me beijou
profundamente e minha cabeça era uma bagunça, girando por toda a sala.

Chegamos em casa tarde. Eu não tinha ideia do que fiz, deixando meu
meio-irmão, meu marido, me fazer gozar daquele jeito. Pior, eu não sabia
por que precisava chupar seu pau. Eu estava um pouco envergonhada,
apesar de empolgada. Não sabia o que significava ou para onde iríamos, só
não podia esperar mais.
Porque Cole me fez sentir bem, oh bem pra caralho, foi tão bom que
deveria ser errado. É claro que era errado, o que eu tentava muito ignorar.
— Quieto — falei — Nossos pais estão dormindo.
— Quem se importa? — Ele resmungou no meu ouvido. — Não é
como se soubessem o que estávamos fazendo antes.
— Você ficará em casa para sempre agora? — Perguntei, ignorando
seu comentário. Estávamos do lado de fora das portas dos nossos quartos no
escuro.
— Talvez. Não decidi.
— O que está te impedindo?
— Não tenho certeza.
Suas mãos envolveram meus quadris me puxando contra ele. — Não
aqui — falei, abrindo a porta do meu quarto.
Cole sorriu enquanto me seguia para dentro. Eu já o sentia me
despindo novamente. Não podia deixá-lo ficar lá, não com nossos pais em
casa, porém não conseguia me controlar. Eu o queria muito. Voltei-me para
ele olhando para seu corpo sarado e seu sorriso delicioso quando fechou a
porta trancando-a.
Eu sabia o que significava.
Atravessou o quarto e me agarrou. Eu também sabia aonde iria e o
queria demais. Estava praticamente queimando por ele, uma enorme
pulsação entre minhas pernas, rastejando em ondas agonizantemente lentas
ao longo da minha espinha. Nós nos beijamos.
Juntos, caímos na cama.
Algo me parou. Havia algo estranho nas minhas costas, desconfortável.
— O que é isto? — Perguntei a ele.
— O quê?
Eu me movi. — Tem algo debaixo de mim.
Verifiquei sob minhas costas pegando um envelope pardo. — O que é?
— Cole perguntou, beijando meu pescoço.
— Não sei — respondi suavemente. — Tem meu nome nele.
“Alexa” estava escrito com caneta na frente em uma letra que não
reconheci. Foi endereçado à nossa casa e havia selo de postagem, então a
equipe provavelmente o colocou em meu travesseiro.
— Abra depois — Cole pediu.
Algo me obrigou a ignorá-lo. Rasguei a ponta e alcancei o interior.
Senti algo brilhante e suave tirei o que percebi serem fotografias
grandes.
O que vi lá quase me provocou um ataque cardíaco. — Cole —
chamei.
Ele parou de me beijar sentando-se ao ouvir o pânico em minha voz.
— O que houve? — Perguntou sério.
— Veja!
Eu segurei as fotografias. Em preto e branco, granulado e escuro, mas
ainda visível, nós dois nos beijando no telhado do salão de festas.
— O que mais? — Perguntou, de repente, todo profissional.
Mostrei-lhe o resto. Havia uma série de fotos nossas nos beijando,
parando apenas quando fomos interrompidos por Madison, a assistente.
O rosto de Cole lentamente escureceu. Cheguei à última fotografia e
notei algo escrito nas costas.
— Diz: “Cinco mil dólares, cinco da tarde, cinco dias.
— Chantagem. — Cole praguejou, levantando-se. Ele estava furioso.
— Quem faria algo assim? — Perguntei.
— Vamos — falou olhando para mim. — Nós dois sabemos quem foi.
Eu balancei a cabeça. — Realmente, não sei.
— Aquele pedaço de merda de paparazzo que nocauteei. Deve ter
tirado as fotos sem nem perceber o que era.
Balancei a cabeça lentamente. — E agora ele está chantageando você.
— Explica por que não deu queixa.
Balancei minha cabeça em choque total. Olhei através das fotos
novamente enquanto Cole andava pela sala, a fúria fluindo dele em ondas.
Sua raiva era palpável o que me assustou.
— Ele sabe o que estas fotos fariam. Elas arruinariam nossos pais.
— Eu sei.
— E, Cole, nosso casamento. Se ele pesquisar…
— Eu também sei.
Olhei para ele, apavorada. — O que nós faremos?
Cole parou de andar e olhou para mim. Eu nunca vi alguém tão sério
em toda a minha vida.
— Eu cuidarei de tudo.
— Cole…
Ele já havia se virado e saído do meu quarto. Levantei-me e o segui
para o corredor descendo as escadas.
— Cole, espere — pedi.
Me ignorando, abriu a porta da frente e saiu para a rua. Subiu em sua
moto.
Cole me deu uma última olhada enquanto dava ligava a motocicleta
entrando no tráfego.
Assisti enquanto desaparecia.
Quase aconteceu algo entre nós dois. De alguma forma, alguma coisa
havia quase mudado por causa do que aconteceu no camarim. Eu me senti
quase cruzando um limite.
As fotos nos trouxeram de volta. As coisas mudaram um pouco, mas
eu sabia que era verdade.
Como pude ser tão estúpida?
Balancei a cabeça, com medo, enquanto entrava em casa.
Estava com medo por meus pais e com medo do que Cole me fez
sentir. Também estava com medo por ele e o que ele faria.
Disquei seu número, recebi o correio de voz.
CAPÍTULO DEZ
COLE

Foi surpreendentemente fácil encontrá-lo.


Como seu nome estava no boletim de ocorrência da polícia e eu estava
diretamente envolvido com o incidente, tudo o que tive que fazer foi
telefonar para um sargento entediado e descobrir seu nome.
Sergey Svitko morava sozinho em LA e publicava principalmente
fofocas para revistas femininas e outros periódicos. Ele também vendia
imagens e outras coisas semelhantes. Basicamente, era um paparazzo de
aluguel, com aspirações de se tornar um jornalista de verdade, o cara era
claramente desprezível demais para conseguir seu intento.
Ou, pelo menos, era o meu palpite. Pelo que o Google me contou,
Sergey nunca teve nenhum outro emprego ou muitos amigos. Ele viveu e
respirou o círculo de celebridades, às vezes se intrometendo com idiotas
iniciantes.
O que era provavelmente o que ele fazia em São Francisco na noite em
que eu esmurrei.
Demorei cinco horas na minha moto para chegar a Los Angeles.
Atravessei o sopé da Califórnia, o cheiro do mar nunca muito longe. Entrei
e saí do tráfego, evitando as ocasionais armadilhas de velocidade,
basicamente mantive meu nariz apontado diretamente para Sergey, o idiota
fodido.
Eu provavelmente deveria ficar um pouco nervoso por ter sido tão fácil
descobrir todas as informações a seu respeito. Francamente, era insano que
eu conseguisse pesquisar o nome do cara no Google, descobrir o endereço
de sua casa e muito mais, este era o mundo em que vivíamos. Mesmo os
lutadores tinham que ter uma mídia social. Não era suficiente ser um filho
da puta implacável; você precisava ser simpático também, por algum
motivo.
Me registrei em um motel decadente por um dia e entrei. O lugar
provavelmente estava cheio de prostitutas e seus clientes, para mim não
importava. Eu não planejava ficar muito tempo.
Meu telefone tocou a noite e a manhã toda. Era Alexa, tentando me
impedir de encontrar o filho da puta do Sergey. Não podia falar com ela,
ainda não, não até que encontrasse o cara e o matasse. Ou pelo menos
batesse nele até transformá-lo em uma polpa.
Desliguei meu telefone e fui dormir, fechando as pesadas cortinas. Eu
estava cansado de pilotar a noite toda, e precisava descansar um pouco para
enfrentar a agitação que me esperava no dia seguinte.
Passaram-se horas. Quando finalmente acordei, o sol já tinha se posto.
Rolei para fora da cama, tomei um banho rápido e me vesti. Saí para a noite
fria de Los Angeles e fui para as ruas.
Estive em LA uma vez antes, já fazia um tempo. Tinha o endereço do
cara e GPS do meu telefone para me guiar, mesmo assim me perdi algumas
vezes.
Eventualmente, porém, encontrei o seu pequeno ninho de rato. Ele
morava em um bairro de merda no último andar de um prédio de
apartamentos de três andares. O lugar era uma casa reformada, então tinha
todo o andar superior para si mesmo, o que era perfeito. Eu não precisava de
vizinhos intrometidos chamando a polícia.
Sentei-me encostado em uma parede com vista para sua casa e esperei.
Entrar e atacar era o meu método preferido, mas eu sabia que seria estúpido
e não levaria a nada. Então observei e esperei.
Passaram-se horas. Eventualmente comecei a me perguntar o que
diabos eu fazia em Los Angeles tentando encontrar um paparazzo idiota que
provavelmente estava naquele evento apenas porque pagou algum dinheiro
para vigiar o local. O cara provavelmente viajava por toda a Califórnia
tirando fotos das pessoas. Ele pode nem voltar para casa tão cedo.
Enquanto a noite passava lentamente, as coisas pareciam sombrias. Se
Sergey estava nos chantageando, faria sentido que estivesse em São
Francisco. Por que assumi que ele estava dirigindo o espetáculo de casa? E
por que deduzi que era ele o responsável por comandar o show? Quem o
contratou poderia facilmente estar com as fotos.
De qualquer forma, eu estava lá à espera. Não fazia sentido começar a
duvidar de mim mesmo considerando que eu já estava comprometido em
vigiar a casa do cara por, pelo menos, uma noite.
Finalmente, por volta das três da manhã, quando a esperança era
apenas uma minúscula partícula de merda no céu, um carro parou em seu
prédio. Eu me animei e assisti de perto quando um homem saiu. Ele parecia
ter o corpo de Sergey, era difícil dizer no escuro, especialmente
considerando que eu só tinha conseguido dar um rápido olhar nele antes de
deixá-lo desmaiado. O cara desapareceu dentro do prédio e senti um choque
de adrenalina me atingir quando uma luz se acendeu na janela do terceiro
andar.
Perfeito. Toda a minha paciência valeu a pena. Eu me desencostei da
parede e fui em direção ao prédio, o coração batendo forte no meu peito
enquanto ensaiava o meu plano na minha cabeça.
Na frente da porta, olhei para o interfone e acionei a campainha do
terceiro andar.
Esperei. Nada aconteceu.
Apertei de novo, dessa vez segurando por mais tempo.
Nada. Apertei mais uma vez e, finalmente, um homem respondeu.
— Quem diabos é você? — Respondeu, claramente irritado.
— Oi — falei rapidamente. — Sinto muito incomodá-lo. Sou seu novo
vizinho de baixo e me tranquei do lado de fora. Será que você poderia me
ajudar?
— Tudo bem. Só não me ligue de novo — grunhiu.
O barulho da porta se abrindo soou e me senti eufórico quando a
empurrei entrando no prédio. Não acreditava que tivesse funcionado, estava
disposto a apostar que Sergey teria aberto apenas para me fazer parar de
tocar. O cara não parecia muito inteligente ou paciente.
O edifício era feio e decadente. Quem quer que tenha feito a
construção para transformar a casa em três apartamentos não fez um bom
trabalho. As escadas pareciam frágeis enquanto eu subia para o terceiro
andar.
Fiquei na frente da porta dele e respirei fundo. Agora seria a verdadeira
merda. Agora eu descobriria a verdade.
Eu bati. — Polícia! — Gritei. — Abra a porra da porta!
Houve silêncio do outro lado. Então um foda-se. — Sergey respondeu.
Idiota! Bati novamente, com mais força.
— Cale-se! — Ele gritou.
— Última chance — Respondi.
— Vá se foder ou chamo os policiais de verdade.
Sorri para mim mesmo e dei um passo para trás. Eu levantei meu pé
apontando para a fechadura e chutei. A porta vergou, mas não quebrou.
— Uau! — Sergey gritou.
Chutei novamente. A porta se vergou mais e estava soltando as
dobradiças.
— Quem diabos! — Gritou.
Chutei uma última vez, jogando a porta para dentro.
Sergey estava em pé do lado de dentro, vestindo uma camiseta branca
apertada que mal cobria seu estômago e cueca samba-canção folgada. Ele
olhou para mim com medo.
— Sergey Svitko? — Perguntei.
— Puta merda — falou — Você é Cole Redson.
— Malditamente correto, sou eu. — Puxei o que restava da porta
quando o empurrei para sua cozinha.
— Que porra está acontecendo? — Perguntou.
— Sente-se! — Ordenei, apontando para uma cadeira. Ele obedeceu,
embora eu pudesse dizer que começava a encontrar alguma confiança.
Precisava impedir imediatamente. Eu fiquei na cara dele. — Você
resolveu chantagear pessoas? — Perguntei.
Sergey pareceu surpreso. — Do que você está falando? Vocês me
pagaram. Pensei que tivéssemos terminado com a porcaria.
Eu afastei minha cabeça. Pagamos? Fazia sentido, provavelmente foi
assim que as acusações desapareceram. Aparentemente Cindy e Frank não
estavam acima das mentiras, ou, pelo menos, simplesmente contavam partes
da verdade.
— Quem te pagou?
— Algum desgraçado importante. Nunca soube o nome dele. Disse que
ou eu pegava o dinheiro e voltava para Los Angeles ou ele quebraria minha
coluna.
— Ouça-me, Sergey — falei suavemente.
— Como você me encontrou?
— Encontrar você foi fácil. Escute-me agora. — Eu estava bem em seu
rosto, praticamente respirando em seu nariz.
Ele assentiu.
— Recebi o seu pacote. Sei que você tirou fotos que não deveria ter
tirado.
— Não sei do que você está falando.
— Você está mentindo para mim, não me importo. Diga-me para quem
as vendeu e irei embora.
— Seu idiota — respondeu, irritado agora. — Você invade meu
apartamento e me acusa de chantagem? Sou um jornalista respeitado!
— Você vende fotos de celebridades de biquíni e escreve fofocas para
revistas baratas. Você vende mentiras e espia as pessoas.
— Ainda é jornalismo!
— Não — respondi lentamente — Não é. Agora me diga para quem
vendeu as fotos.
— Não tirei nenhuma foto naquela noite — resmungou. — Não tive a
chance porque você me deu um soco.
— Farei pior do que apenas dar um soco em você agora — rosnei,
irritado. — Conte-me. Agora!
— Estou dizendo a verdade. Veja! — Ele apontou para a sala de estar.
— Todos os meus cartões de memória estão lá. Você pode ficar com os
daquela noite. Não tenho nada neles.
Eu olhei para ele por um segundo, depois assenti. — Lidere o caminho.
Ele se levantou e o segui para a sala de estar. Havia uma caixa com
cartões de memória datados. Ele localizou o da noite do banquete e me
entregou.
— Algumas fotos de babacas ricos e idiotas para um pequeno blog que
paga lixo, mais nada.
— Mostre-me!
Ele praguejou e caminhou até um desktop de computador. Ele colocou
o cartão e abriu a pasta. Lentamente percorreu o conteúdo.
— Está vendo?
Com certeza, não havia fotos do evento. Eu o empurrei para o lado e
cliquei com o botão direito do mouse em uma foto, verificando seus
metadados. Estava de acordo com a data no arquivo, foi tirada naquela
noite.
— Filho da puta! — Murmurei.
— Afinal, em que tipo de merda você está metido? — Sergey
perguntou, com os braços cruzados. — Deve ser bem ruim se invadiu meu
apartamento.
Retirei o cartão do computador. — Eu vou levar.
— Ah, claro — ele revirou os olhos.
— Talvez não esteja mentindo. Talvez não seja você. Se fosse
inteligente, esqueceria que estive aqui.
— E a minha porta?
Entrei na minha carteira e peguei cem dólares em dinheiro e joguei
para ele. — Para o seu problema.
— Idiota. Não vai cobrir.
— Não me faça voltar aqui, Sergey.
— Você não precisa. Não tenho nada a ver com sua merda. Se eu fosse
você, procuraria mais perto de casa.
— O que você quer dizer?
Ele riu. — Você pensa que é a primeira pessoa a me acusar de
chantagem? Acontece todo o tempo e, quase sempre, é alguém mais
próximo do que você esperava.
Eu estreitei meus olhos. — O que você está dizendo?
— Suspeite de todo mundo. Menos de mim. Agora saia do meu
apartamento.
— Se você ouvir qualquer coisa, me ligue.
— Apenas saia!
Sorri para ele por um segundo, encarando-o. Ele parecia nervoso,
aterrorizado, na verdade, não parecia estar mentindo.
O que era na verdade o pior cenário. Se Sergey não era o chantagista,
não fazia ideia de quem enviou as fotos.
Eu me virei e saí. A porta de Sergey estava bem danificada, ainda
assim, conseguiu se fechar atrás de mim, então pelo menos não ficaria
completamente exposto até o dia seguinte. Ele deveria se sentir agradecido
por ter se livrado tão facilmente.
Desci as escadas e voltei para fora. Quando subi na moto e fui até o
motel, minha mente estava uma bagunça de emoções conflitantes.
Acabei de invadir o apartamento de um homem e o ameacei. Verdade
seja dita, embora fosse um ser desprezível, ainda poderia tornar minha vida
muito difícil se quisesse. Eu não acreditava que acontecesse, considerando-
se que provavelmente foi bem pago pela minha mãe, mesmo assim não
tinha certeza.
Se ele decidisse erguer sua cabecinha feia, eu teria que pagar
novamente. Eu ganhei um pouco de dinheiro com a luta e receberia mais
algum em breve. Tudo somado, provavelmente ficaria bem.
Estava mais preocupado com o fato de Sergey ter sido um beco sem
saída.
Tinha que ter outros paparazzi naquele evento, só não vi nenhum. As
fotos parecem ter sido tiradas de perto, então alguém precisou usar uma
lente de câmera cara para tirar a foto de longe. Eu não notei mais ninguém
no telhado. Era coisa de qualidade, ou, pelo menos, alguém que gostava de
equipamentos profissionais.
Além disso, as últimas palavras de Sergey continuavam soando nos
meus ouvidos. Olhe mais perto de casa? Não tinha ideia do que realmente
significava. Ele achava que Alexa estava chantageando a si mesma ou algo
igualmente insano?
Ainda assim, precisava investigar. Talvez houvesse pessoal trabalhando
no telhado, ou talvez tivessem seguranças lá em cima. Eu teria que
perguntar por aí, tentar descobrir se alguém viu ou ouviu alguma coisa.
A maldita coisa seria uma dor muito maior na minha bunda do que eu
pensava.
Ao entrar no meu quarto, ignorando os viciados e as prostitutas,
tranquei a porta e fui para a cama. Alexa voltou à minha mente, nebulosa e
indistinta, eu sabia que estava muito mal. Começava a ver quão longe eu iria
pela garota, mesmo que fosse estupidez.
Adormeci, lembrando da sensação de seu corpo, seus seios perfeitos,
sua saborosa boceta e seus incríveis gemidos de prazer.
— Olá?
— Alexa, sou eu.
— Cole!
Encostei-me no muro do local que parei para descansar na metade do
caminho para casa. O sol brilhava forte no céu e eu estava descansando
minha bunda da cavalgada. Eu pensava, tentando descobrir quem enviou
aquelas fotos e o motivo, só não havia nenhuma pista para seguir.
— Encontrei nosso amigo.
— Oh meu Deus. Cole, isso é insano.
Sorri. — Talvez, mas eu não estivesse perdendo tempo.
— O que aconteceu? Você está bem?
— Estou bem. Parece que não foi ele.
Ela fez uma pausa. — Você tem certeza?
— Tenho.
— Merda!
— Pois é. Estou voltando para casa.
— Eu recebi outro bilhete.
Senti uma pedra afundar em meu estômago. — O que diz?
— Tem o endereço de um parque próximo e instruções para deixar o
dinheiro perto da estátua. Diz para não demorar. Temos duas semanas,
aparentemente.
Grunhi, acenando com a cabeça. Eu imaginei que haveria outra nota
nos indicando um lugar para trocar. — Pergunto-me por que nos dariam
mais tempo.
— Talvez tenham percebido que não temos dinheiro ainda?
— Não podemos pagar.
— Por que não? Se pagarmos acaba tudo.
— Não, não vai acontecer. Nós pagamos e não recebemos nada em
troca. Precisamos de provas de que as fotos foram destruídas, ou não
podemos pagar.
— Como conseguiremos?
— Eu não sei.
— Talvez devêssemos contar para nossos pais.
Eu dei uma risada curta. — Tem certeza que você quer contar, mana?
Imagine como seu pai reagirá.
— Sim. — Eu podia ouvir a tensão em sua voz e gostaria de poder
mudar as coisas.
— Não podemos nos arriscar a atrapalhar seus empregos. Você mesma
falou, lembra?
— Eu sei.
— Então nós descobriremos o que fazer.
— Ok. Ok. Apenas volte para casa.
— Estou a caminho.
— E não desapareça assim novamente.
— É bom ouvir a sua voz — falei suavemente. — Quase posso
imaginar o que você está vestindo.
— Pare com isso!
— Camisa decotada, sem sutiã. Mamilos duros pra caralho ao som da
minha voz. Camisa curta, calcinha branca, totalmente inútil agora, já que
está encharcada. Estou certo?
— Nem perto.
— Tenho certeza que estou certo sobre a calcinha.
— Longe de se aproximar.
— Você sabe, não posso tirar sua pequena boceta perfeita da minha
mente.
— Tenho certeza que poderia encontrar algo para distraí-lo.
— Talvez, porém, por que eu faria quando está molhada e ansiosa para
que eu volte para casa?
— Tome um banho frio. Melhor ainda, cuide do seu problema sozinho.
— Você gostaria, não é? Aposto que adoraria me ouvir masturbar meu
pau duro enquanto penso em você.
— Tchau, Cole.
Falou e desligou o telefone.
Sorri quando coloquei meu celular de volta na minha calça e olhei para
o céu. Encontrava-me em uma situação insana de merda, sem nenhuma
saída fácil.
Se bem que, nem sempre fui o maior fã do jeito fácil. Às vezes, o
caminho difícil era muito mais divertido.
CAPÍTULO ONZE
ALEXA

Eu queria que Cole voltasse para casa. Ou, pelo menos, queria que
voltasse e talvez as coisas ficassem bem de novo.
Aquela noite no vestiário continuava voltando a minha mente. Parecia
tão eletrizante, tão certo, sabia que queria mais dele. Eu precisava de mais
dele, na verdade. E, ao chegarmos em casa quando estava prestes a
finalmente sentir o que seria receber seu pau grosso, senti-lo dentro de mim,
encontrei as merdas das fotos.
Aquelas fotos horríveis. É verdade que estávamos apenas nos beijando
e que não é grande coisa. Muita gente tinha fotos beijando outras pessoas no
Facebook.
A maioria não estava beijando seu meio-irmão. E não tinha a imprensa
escrutinando os empregos de seus pais.
Mesmo sem sexo, Cole me levava à loucura. As lembranças do tempo
que passamos juntos no paraíso se misturavam à noite no vestiário.
Então, quando finalmente chegou em casa, quando o barulho de sua
motocicleta finalmente surgiu do lado de fora, eu deveria ter ficado
animada. Desejar que me jogasse na minha cama e lambesse cada
centímetro do meu corpo.
Ao contrário, senti medo.
Assisti quando desceu da moto, sua mochila pendurada nos ombros.
Ele subiu a varanda e desapareceu da vista entrando na casa.
— Alexa? — Chamou, lá embaixo.
Eu não sabia porque me sentia relutante. Até o momento em que sua
motocicleta parou na frente, tudo que queria era que voltasse. Cole pode ser
problemático, a última coisa que eu precisava, grosseiro, rude e um idiota,
porém, me sentia melhor com ele por perto.
No momento as coisas estavam muito complicadas.
Eu o ouvi subir os degraus e observei quando empurrou minha porta.
Ele ficou ali com aquele sorriso delicioso nos lábios, seus olhos fixos nos
meus.
— Aí está você.
— Bem-vindo de volta.
— É bom estar em casa. — Entrou no meu quarto e sentou-se na minha
cama.
Me encostei na janela. — Como estava nosso amigo?
— Tudo bem — respondeu Cole, acenando com a mão. — Ele não vai
falar com ninguém. Mas sugeriu que eu investigasse a equipe, para
descobrir se talvez algum deles poderia estar envolvido.
Eu balancei a cabeça. Fazia sentido. Se não fossem os paparazzi,
deveria ser alguém ainda mais próximo. — Tudo bem — respondi.
Ele me encarou. — O que você tem?
Meu coração falhou uma batida. Cole provavelmente podia sentir
minha hesitação e meu nervosismo.
— Nada. Será que não deveríamos contratar alguém para ajudar?
— Posso lidar com o problema — ele retrucou.
— Tenho certeza. E se você não puder?
— Então nós pagamos.
— Você falou…
Cole se levantou, frustrado. — Sei o que falei.
Ele fechou a distância entre nós, olhando para mim com intensidade.
— Não podemos deixar essa merda estragar tudo, Cole — argumentei
suavemente.
— Não vai. Nós resolveremos. — Eu sentia o calor saindo dele.
— Você sabe o que ajudaria? — Perguntei.
De repente, Cole me agarrou pela cintura e me puxou para ele. Eu
tropecei e aterrissei bem em seu peito, respirando o seu cheiro. Eu senti a
emoção familiar correr pelo meu estômago, minha boceta já molhada
enquanto meu coração martelava em ritmo acelerado.
— O que foi, mana?
Olhei em seus olhos, a barba ao longo de seu queixo dando-lhe um
olhar vigoroso, queria morder o seu lábio. Era o que eu estava me tornando,
uma garota que mal conseguia se controlar na presença de um menino
bonito? Era tão patético e, no entanto, tão verdadeiro.
— Um divórcio poderia ajudar.
Cole sorriu. — Pensei que tivéssemos terminado com essa merda.
— Não até que tenhamos nos divorciado.
— Eu te falei. Não estou preparado. — Tentei me afastar, ele segurou
firme, me dando aquele olhar profundo. — Não sou do tipo de perseguir —
rosnou.
— O que você quer dizer?
— Você sabe o que eu quero dizer. E o que eu quero.
Balancei a cabeça, minhas bochechas ficaram vermelhas. Eu gostaria
de poder desviar o olhar.
— Só estou preocupada com nossos pais.
Cole me soltou e voltou para a porta. Eu acompanhei sua saída com
uma respiração aguda, sentindo sua ausência estranhamente no meu peito.
— Qualquer coisa que você quiser. Sabe onde me encontrar quando
mudar de ideia. — Fez uma pausa, a mão na maçaneta da porta, o rosto
ostentando um sorriso arrogante. — E sei que você vai.
Observei quando girou a maçaneta saindo do meu quarto. Eu queria
socá-lo ou jogar alguma coisa nele, ou talvez me jogar nele e deixá-lo me
fazer gritar. Cada novo passo era uma experiência frustrante atrás da outra.

— Então Cole está de volta?


— Sim, ele definitivamente está de volta.
Deitei na minha cama olhando para o teto, o telefone na minha orelha
enquanto olhava minhas unhas. Era um mau hábito, mas eu estava distraída.
— Já conseguiu o divórcio? — Lacey perguntou.
— Ugh. Você sabe que eu não.
— Vamos garota. Nós duas sabemos que você seria solteira e livre se
realmente quisesse.
Suspirei. Ela tinha um ponto, mas era mais complicado. Nós tínhamos
que ser civilizados, uma parte da mesma família, não importa o quanto eu
quisesse forçá-lo.
Legalmente eu podia, só parecia errado. Cole ficaria chateado e nosso
relacionamento estaria arruinado.
Qualquer que fosse este relacionamento. Os últimos dois dias não
esclareceram nada.
Nós mal conversamos. Ou, pelo menos, eu praticamente fugi como um
animalzinho assustado, toda vez que o ouvia se aproximando. Por sua parte,
Cole passou todo o seu tempo se exercitando e treinando para suas lutas. Ele
não tentou derrubar a minha porta e me reivindicar como sua noiva, o que
eu meio que esperava que fizesse a cada noite.
Pareceu sentir minha hesitação. Na verdade, ele realmente não
precisava sentir nada, já que eu provavelmente deixava bem óbvio. Era
idiotice de minha parte, só não sabia mais o que fazer.
Toda vez que estava perto dele, ansiava que me empurrasse contra uma
parede e me fizesse sentir as coisas que eu sabia que ele podia.
Em vez disso, tivemos problemas mais urgentes.
— Talvez você esteja certa, embora realmente não mude nossa
situação.
— Não, creio que não. Então o que você fará?
— Eu não sei, Lace.
— Ouça-me — pediu seriamente. — Você tem um pedaço de homem
no quarto ao lado do seu, um homem que provavelmente fará você sentir
coisas que nunca imaginou. Aproveite.
— Não posso. Não é tão simples assim.
— Por que não? — Perguntou exasperada. — Você continua dando
desculpas.
— Estamos sendo chantageados, ok? — Soltei, aborrecida.
Seguiu-se um pesado silêncio.
— Você está brincando?
— Bem que eu gostaria.
— Que merda aconteceu?
Expliquei tudo a ela, começando pelo beijo, que ela já sabia, até a noite
no vestiário, terminando com as cartas e a visita de Cole ao paparazzo.
— Merda de vaca sagrada! — Lacey disse. — Você só pode estar
brincando comigo.
— Quem me dera! — Sorri para sua incrível eloquência.
— Cara, parece algum tipo ruim de drama de novela da tarde.
— Eu sei. Se fôssemos ambos médicos, seria o enredo perfeito para
uma história de emergência do E.R4.
— Muito pior. É como um romance terrível…
— Olha — a interrompi — é real e não tenho ideia do que fazer.
— Qual é a opinião de Cole?
— Ele quer sair e espancar as pessoas até que as coisas sejam
resolvidas.
Lacey riu. — Sim, parece certo.
— Só que não vai funcionar.
— Você pode pagar?
— Se o fizermos, não temos provas de que não irão a público de
qualquer maneira, ou que não continuarão pedindo cada vez mais dinheiro.
— Droga, garota. A coisa é séria.
— Então você entende por que não estou simplesmente aceitando a
besteira dele agora?
— Ouça, Alexa, me deixe ajudar.
— Como? Quer dizer, não é exatamente sua especialidade.
— Não, não é, mas tenho dinheiro guardado. Eu posso te ajudar com
dinheiro pelo menos.
— De jeito nenhum, Lacey. Obrigada mesmo assim.
— Vamos lá, é algo grande. Você não precisa passar por tudo sozinha.
— Ela fez uma pausa e senti gratidão em mim. — Qualquer coisa que você
precise.
Então eu tive uma ideia. Era estúpida, ou até mesmo um pouco
imprudente, mas era boa. Cole não precisava fazer tudo sozinho.
— Na verdade, Lacey, tem algo que você pode fazer.

— Não sei como você me convenceu — Cole resmungou.


Lacey riu dele. — Você? Sou quem vai entrar.
Nós três estávamos espremidos na entrada do salão de festas da noite
em que as fotos foram tiradas. Dentro havia algum evento acontecendo,
embora eu não pudesse dizer o que era.
— Eu poderia fazer sozinho — Cole resmungou novamente.
— Chega! — Ordenei a ele, virando-me para Lacey — Lace, você está
incrível. Tem certeza que está pronta?
— De jeito nenhum. — Ela encolheu os ombros. — Mas vou fazer de
qualquer maneira.
Observei quando Lacey se virou resolutamente e marchou pelas portas
da frente, misturando-se com a multidão e desaparecendo.
— Será que ela pode lidar com a situação?
— Provavelmente — respondi.
O plano era bem simples. Cole e eu éramos ambos conhecidos pelas
pessoas lá dentro, ou provavelmente éramos conhecidos. Se um deles
estivesse nos chantageando, definitivamente gostariam de manter uma
distância enorme.
Lacey era diferente. Ninguém a conhecia, ninguém sabia o que queria,
significando que estava livre para olhar em volta e talvez fazer algumas
perguntas.
O evento que acontecia era definitivamente algo sofisticado e chique,
felizmente Lacey se vestiu adequadamente para o papel. Ela parecia
totalmente deslumbrante em um vestido longo, o cabelo preso em um
penteado complicado, a maquiagem perfeita. Eu a tinha visto assim antes,
esta noite ela parecia particularmente incrível.
Me encostei na parede do lado, longe da entrada e Cole se juntou a
mim.
— Parece que agora nós esperamos.
— Alguma ideia de como passarmos o tempo?
Dei a ele uma olhada. — Nós poderíamos jogar eu vejo.
— Ok. Eu vejo uma garota malvada que precisa de punição.
— Eu vejo um babaca.
— Não é assim que se joga.
— Talvez, mas é verdade.
Cole sorriu para mim, balançando a cabeça. — Quando vai superar esta
coisa toda de negação?
— Não há negação aqui, Cole, apenas um idiota e sua meia-irmã.
Ele se aproximou, nossos braços praticamente se tocando. Olhei-o com
o canto do olho. Suas roupas se agarravam ao seu corpo musculoso, fazendo
meu coração disparar. Ele me pegou olhando e sorriu ainda mais.
— Aí está. Aquele olhar.
— Que olhar?
— Como se você estivesse prestes a se jogar em cima de mim. A boca
se abre ligeiramente. Deixa meu pau duro.
— Qualquer coisa deixa o seu… pênis duro — murmurei.
Cole riu alto, recebendo alguns olhares de pessoas que saíam de seus
carros. — Pênis? Você está brincando?
— Pare! As pessoas estão olhando.
— Não — Ele se virou para mim. —Você tem que dizer.
— Dizer o quê?
— Pau! Você tem que dizer pau.
— De jeito nenhum. Pare! As pessoas podem ouvi-lo.
— Pênis é a palavra menos sensual do mundo inteiro. Diga pau,
maninha, ou vou falar cada vez mais alto.
Olhei ao redor de nós, meu coração martelando no meu peito. Eu
estava vermelho brilhante e sabia, mas não podia fazer nada a respeito. —
Está bem, está bem. Pau.
Cole se aproximou ainda mais de mim. — Viu? Não foi tão difícil.
— Eu pensei que você estivesse sempre duro5 quando estou por perto?
Minha piada aliviou minha tensão. Ele sorriu. — Oh, certamente estou.
Sinta.
— Sinta você mesmo. — Afastei-me dele, cruzando meus braços.
Ele recostou-se na parede. Houve um breve silêncio entre nós. — Ela
ficará bem — Cole falou suavemente.
— Como sabe?
— Eu apenas sinto. Ela é provavelmente muito mais habilidosa do que
você imagina.
Sorri para mim mesma, balançando a cabeça. Eu não tinha ideia de
como ele conseguia fazer piadas sobre pau num segundo e praticamente ler
minha mente no seguinte, de alguma forma ele conseguia.
Ele sempre me fez sentir desequilibrada. Era quase uma sensação de
tontura. Ele podia ir de incrivelmente intenso a brincalhão em segundos, por
alguma razão eu não conseguia o suficiente. Ele me mantinha na
expectativa e sempre foi surpreendente.
As pessoas tendiam a pensar que lutadores, caras do tipo MMA eram
apenas idiotas com cabeças de músculos, Cole era completamente diferente
de qualquer coisa que eu teria imaginado. Claro, ele era um babaca
arrogante. Embora houvesse um mundo inteiro de coisas por baixo de seu
exterior, no entanto ele raramente me dava vislumbres.
— Você tem que parar — ele falou, cortando meus pensamentos.
— O quê?
— De fazer beicinho.
— Não estou fazendo beicinho.
Ele balançou a cabeça. — Você, definitivamente, está fazendo
beicinho.
— Só estou preocupada com Lacey. É tudo.
Cole se aproximou novamente, desta vez não recuei. — Na pior das
hipóteses, ela será expulsa. Ficará bem.
— Talvez, não devíamos tê-la envolvido.
— Você é sempre assim?
— Assim como?
— Preocupada.
— Nem sempre, Cole.
— Você tem certeza, Alexa? — Sua respiração estava quente no meu
pescoço, sabia que deveria afastá-lo. Estávamos de volta para as sombras ao
lado da porta, não diretamente na vista de ninguém. Sabia que ninguém nos
notaria.
— Você gosta de forçar a barra, não é? — Sussurrei em seu ouvido.
— Você sabe que sim. — Senti suas mãos vagarem pelo meu corpo e,
de repente, seus dedos desceram pela cintura do meu jeans.
Ofeguei, sem me mexer, totalmente imóvel. Meus olhos se
arregalaram. — Até onde pretende ir? — Perguntei a ele, um arrepio
percorrendo pela minha espinha.
Seus dedos gentilmente encontraram meu clitóris, movendo-se em
círculos lentos e suaves. — Molhadinha, como esperava — respondeu.
— Cole — Consegui dizer, saiu mais como um gemido sufocado.
Podia ver seu sorriso através da luz fraca. — Sei o que vai me
perguntar. Você quer perguntar: “Cole, você pretende me fazer gozar aqui?”
Continuou seus movimentos incríveis ao longo do meu clitóris, seus
dedos hábeis e seguros, alternando entre pressão e círculos, minhas pernas
enrijeceram quando minhas costas se arquearam. Eu estava com tanto medo
de que alguém nos pegasse, o medo apenas intensificou o momento,
tornando-o mais intenso.
Percebi vagamente que estava me tornando o tipo de garota que
deixava um cara, do qual não deveria estar nem perto, tocá-la em público,
não conseguia evitar. A emoção me percorreu, provocando picos violentos
de prazer. Eu adorava ser tal tipo de garota, especialmente se me fizesse
sentir tão bem.
— Eu irei — sussurrou no meu ouvido. — Farei você gozar aqui e
agora, só porque eu amo o pequeno choramingo que faz quando goza.
— Eu não choramingo — ofeguei, mas sabia que ele me tinha. Eu não
podia discutir. Minhas mãos o agarraram com força, apertando seus braços.
— Você faz, pelo menos comigo. Você geme como se não pudesse ter
o suficiente. Como se estivesse implorando por mais.
Meus lábios se separaram e um gemido baixo e suave escapou dos
meus lábios. Que porra eu estava fazendo? Minha mente inteira estava em
chamas por causa dele, por causa de cada palavra suja que dizia, todo
movimento incrível que fazia.
Eu sabia que iria gozar. Sabia que era porque Cole me tocava como um
instrumento. Meu corpo estava vibrando para ele e percebi que fazia uma
eternidade desde que o vi pela primeira vez.
— Alexa?
Nós paramos, ambos congelados em um momento de medo. E então
seus dedos sumiram, escorregando fora do meu jeans.
— Alexa? Cole? — Lacey estava de pé perto do estacionamento,
olhando em volta, ainda não tinha nos visto.
— Ei — Chamei, caminhando até ela. Tomei algumas respirações
profundas e vi Cole chupando o dedo, riso nos olhos dele.
Lacey se virou e acenou. — E aí garota!
— Você está bêbada?
— Um pouco. Estou bêbada. — Lacey se aproximou seus passos meio
pouco instáveis. Eu não tinha certeza de quanto tempo havia se passado
desde que entrou, mas deve ter feito algum trabalho sério para conseguir se
embebedar tão rápido.
Eu ri e balancei a cabeça. — Como está indo lá?
— Ah sim — Lacey respondeu, como se estivesse lembrando do
motivo pelo qual estávamos lá. — Eu tenho a informação.
Cole apareceu atrás de mim, com os braços cruzados. — E então?
— Bem — Lacey falou. — É algum tipo de evento beneficente
republicano ou algo assim? Muitas pessoas idosas. Todo mundo parece
realmente chique. De qualquer forma, sentei-me no bar e flertei um pouco.
Você sabia que Ronald Reagan era uma famosa estrela de cinema antes de
ser presidente?
Cole reprimiu uma risada.
— Você flertou com pessoas idosas? — Perguntei surpresa.
— Não! — Respondeu rapidamente, rindo. — Não, com o barman! Ele
é muito fofo. De qualquer forma, acabei dizendo a ele que queria contratar
alguém de sua equipe para tirar fotos para uma revista em que eu
trabalhava.
— Inteligente.
— Eu sei. E ele estava todo tipo, “oh, nós não fazemos isso aqui, blá,
blá.” Flertei um pouco mais e, eventualmente, ele admitiu que uma
garçonete tirava fotos de vez em quando, embora não com frequência.
— E? — Cole perguntou ansioso.
— Bem, aparentemente ela desistiu não muito tempo atrás. Aqui está o
nome dela. — Lacey me entregou um pequeno pedaço de papel que eu
empurrei no bolso.
Dei a Cole uma olhada e ele assentiu. — Obrigada Lacey. — Você é
incrível.
— Sim, realmente sou. Enfim vou voltar. Devo pegar o número do
cara?
Eu ri, balançando a cabeça. — Lace, nós estamos indo embora.
— Tudo bem. Chamarei um táxi.
Cole me deu um olhar divertido, eu apenas balancei a cabeça. — Você
é louca, sabia?
— Sim vadia, só que ele é tão fofo!
Lacey me abraçou então se virou voltando para a festa.
Acenei e ela também, desaparecendo.
Cole olhou para mim e apenas dei de ombros. — Pelo visto ela está se
divertindo no evento.
— Eu concordo.
Olhamos para o outro e depois começamos a rir enquanto
caminhávamos para o carro. Eu estava exultante e empolgada ao mesmo
tempo. Finalmente, algo estava acontecendo.
Nós tínhamos uma pista.
CAPÍTULO DOZE
COLE

Eu queria sair correndo, rastrear a garçonete e irromper em sua porta,


Alexa me dissuadiu. Aparentemente não se pode simplesmente intimidar
todos ao seu redor. Supostamente, o mundo não funciona assim. Pelo menos
o de Alexa.
O meu funcionava assim. Todo mundo tinha apenas que seguir.
Neste caso, nos sentaríamos para pensar durante a noite. Pelo menos, é
o que ela faria. Assim que chegamos em casa, com a sensação da boceta de
Alexa ainda fresca em meus dedos, eu a segui até o quarto.
Eu não conseguia tirar o som que ela emitia da minha cabeça. Era parte
gemido, parte choramingo, sexy como o inferno. Me deixava louco o jeito
que seu corpo respondia a cada toque meu.
Assim que chegamos em casa, foi como se o maldito feitiço tivesse
sido quebrado.
— De jeito nenhum — exclamou enquanto entrava em seu quarto.
— Não o quê?
— Esqueça o que aconteceu lá. Foi um erro.
Sorri para ela, balançando a cabeça. Ela era completamente
inacreditável.
— Depois de tudo, você continua dizendo que é um erro? Seu corpo
discorda de você.
— Digamos que meu corpo nem sempre está certo.
Meu sorriso ficou maior.
— Então você admite que fica molhada para mim constantemente?
Que não pode estar perto de mim sem querer que eu afunde meu pau entre
suas pernas?
— Não! — Respondeu rapidamente. — Não é o que eu estou dizendo.
— O que você está dizendo então? — Perguntei praticamente num
sussurro.
Sua boca estava aberta, eu podia dizer que estava frustrada.
— Eu estou dizendo que, uh, estou dizendo que você é um idiota.
— Inteligente.
Eu praticamente podia sentir o desejo dela.
— Vá fazer alguns abdominais ou algo assim — murmurou.
— Nós fomos interrompidos. Estava prestes a fazer você gozar nos
meus dedos. Agora você quer parar?
— Olha — Alexa fechou a porta. — Somos casados. Somos meios-
irmãos. Estamos sendo chantageados. Você realmente acredita que é uma
ideia brilhante nos envolvermos?
— Sem envolvimento. Apenas orgasmos.
Ela franziu a testa e balançou a cabeça. — Não importa. Mesma coisa.
Coloquei minha mão na porta. — Sei que você irá terminar o trabalho
que comecei.
— Boa noite, Cole.
Deixei-a fechar a porta. Fiquei lá encostado no batente, meu pau duro
pra caralho, lutando contra as minhas calças, implorando para eu abrir a
porta e mergulhá-lo profundamente em sua boceta.
Abaixei minha calça e comecei a me acariciar levemente. Imaginei-a
agarrando lentamente seu seio, tocando-o gentilmente enquanto passava um
dedo por dentro da calcinha e começava a se esfregar. Claro que me senti
bem, embora fosse apenas uma sombra do que eu a fazia sentir.
Alexa abriria a porta e me arrastaria para dentro, implorando. E, uma
vez que se ajoelhasse e pedisse por favor, eu a empurraria e lamberia sua
boceta por trás até que estivesse gritando.
Comecei a me masturbar, pensando em mergulhar meu pau
profundamente em sua boceta macia, fodendo-a áspero e duro por trás. Eu
sabia que ela adoraria, sabia que me imploraria para fodê-la, estocá-la forte
e profundamente. Eu bateria em sua bunda, deixando uma marca de mão, e
puxaria seu cabelo grosso e bonito até que fizesse aquele barulho gemido
ofegante que me enlouquecia.
Eu podia vê-la gozando intensamente, seu corpo inteiro tremendo
enquanto meu pau empurrava profundamente dentro dela, batendo e
mergulhando em seu lugar sensível. Queria que seus quadris empurrassem
contra o meu pau, gananciosos por cada centímetro grosso.
Meu cérebro estava zumbindo com pensamentos de fodê-la com força.
Juro que podia ouvi-la gemendo baixinho dentro do quarto.
E então ouvi meu nome, quase um sussurro, definitivamente um
gemido.
O que me levou ao limite. Ela estava lá esfregando seu clitóris e
gemendo meu nome, nós dois sabíamos. O orgasmo balançou meu corpo e
gozei, minha mão descendo pelo meu comprimento.
Encostei minha testa na madeira fria da porta.
Que porra havia de errado comigo, me masturbando no corredor como
um maldito pervertido?
Então ouvi de novo, meu nome, gemido em voz alta.
Sorri para mim mesmo quando seguia para o banheiro para me limpar.

Eu não vi muito de Alexa na manhã seguinte.


Estava com vontade de investigar a garçonete, porém havia prometido
não fazer nenhum movimento sem sua contribuição. Imaginei que poderia
esperar pelo menos um pouco mais antes de fazer qualquer coisa. A
garçonete não sabia que procurávamos por ela e, além disso, eu estava
perdendo muito tempo de treinamento.
Então fui para a academia. Três horas de trabalho intenso era
exatamente o que eu precisava. Ansiava pela doce exaustão de um treino
sólido, queria que meus músculos ficassem doloridos e cansados. O trabalho
duro poderia clarear minha mente, me deixar alerta para realmente fazer o
que precisava.
Estava terminando quando meu telefone começou a tocar.
Normalmente não respondia no meio de um treino, mas era Ronnie. Eu não
tinha notícias dele desde a minha luta.
— Ronnie — falei.
— E aí cara. Como estão as coisas?
— Estão boas. Apenas fazendo um treino.
— Droga, desculpe, o interrompi.
— Não se preocupe, irmão. O que aconteceu?
— Tenho uma pequena pergunta para você — respondeu, soando um
pouco tenso.
— Qual é o problema?
Me encostei na parede espelhada, respirando profundamente,
controlando meu coração. Eu poderia dizer que algo o estava incomodando,
só não tinha ideia do que seria. Ele sabia algo sobre a chantagem?
De jeito nenhum. Não era o estilo de Ronnie. Além do mais ele,
provavelmente, era meu amigo mais próximo, embora não tivesse muitos
deles.
— É sobre Trent.
Soltei um suspiro. — Aquele filho da puta.
— Sim, exatamente.
— O que foi? Apenas diga.
— Sim, bem, ele ouviu sobre sua luta na outra noite.
— Bom.
— Ele quer uma luta, cara.
Sorri, uma emoção correndo por mim. — Uau! Foda demais!
Ronnie soltou um resmungo evasivo. Eu não tinha ideia do problema
dele, não poderia estar mais feliz. Trent teve algum sucesso ultimamente, o
que significava que seria um grande desafio para mim. Ele não precisava
lutar comigo considerando-se que eu ainda estava tecnicamente abaixo do
seu nível, mas sabia que eu possuía as habilidades para enfrentá-lo.
— Eu acho que é uma má ideia, cara — Ronnie opinou.
— E por que diabos você pensa assim?
— Porra, pense, cara.
— O que há para pensar? Trent é um filho da puta de merda e eu quero
acabar com ele na frente de todos.
— Sim, é exatamente o problema. Você é muito emocional quando se
trata dele.
— Não sou emocional. Eu simplesmente não gosto do cara.
— Não costumava ser assim.
— Agora é.
Antigamente, costumava treinar com Trent regularmente. Nós éramos
amigos, talvez não melhores amigos, mas eu gostava do cara. Treinávamos
no mesmo ginásio e tínhamos o mesmo treinador, ficávamos juntos
praticamente o dia inteiro todos os dias.
Trent era um cabeça quente, ainda mais do que eu, algo quase
impossível. Ele enlouquecia, como um fodido psicopata, quando as coisas
não aconteciam do seu jeito. Na verdade, era como uma criancinha fazendo
birra.
Mas não foi o que me incomodou, não realmente. Verdade, ele era
chato e me irritava quando agia como uma cadela mimada às vezes. Só não
era suficiente para me fazer desprezar o cara.
O que aconteceu foi que, um dia, estávamos lutando. A merda usual, as
regras usuais. Nós não deveríamos tentar nos matar, já que se tratava
apenas de um treinamento para aprimorar nossas habilidades.
Dito isto, posso ter acertado um golpe que não deveria ter dado. Foi
definitivamente um pouco forte demais e o pegou bem no queixo. Foi um
erro, o tipo de erro que cometi cem vezes antes, o tipo de erro que ele
cometeu no dia anterior. Às vezes nós batíamos um no outro com muita
força, normalmente nós simplesmente riríamos e seguiríamos em frente.
Afinal nós não éramos fodidos. Não precisávamos de uma sessão de choro
toda vez que alguém acidentalmente se machucava.
Por alguma razão, naquele momento, Trent não conseguiu lidar com o
incidente. Ele ficou gritando e berrando, em vez de se recompor, ficou
violento. Quando tentei me afastar, me deu um soco na nuca, me
derrubando no chão. Ele me chutou no rosto duas vezes e acabou me
arrancando alguns dentes.
Os outros caras o afastaram e tiveram que me segurar quando eu
finalmente consegui me levantar, com a boca sangrando, a cabeça girando.
Trent foi expulso do ginásio por causa de sua atitude, mas não parou de
lutar. Desde aquele dia, porém, eu odiava o filho da puta e orava pelo dia
em que poderia retribuir sua atitude covarde.
— Você me culpa por estar interessado e ansioso? — Perguntei — Se
lembra do que aconteceu. Você estava lá.
— Sim, porra, eu estava. Foi brutal e fodido, cara.
— E agora eu quero fazer exatamente o mesmo com ele, só que na
porra do ringue.
Ronnie suspirou e senti minha raiva irradiando através de mim.
Respirei profundamente, assim como Skad me ensinou na selva, me
acalmando.
— O problema é que Trent não é o mesmo idiota impetuoso que você
odiava há um ano. Ele possui algumas habilidades decentes neste momento.
— Você acredita que eu perderia para ele?
Ronnie riu. — Foda-se não! Não depois do que vi na outra noite. Só é
cedo para você, cara, muito cedo. Você deveria construir seu currículo antes
de se envolver em uma luta com prêmios altos no horário nobre.
— O que, você é meu maldito empresário agora?
— Não, mas deveria ser. Você sabe que estou certo, cara.
Suspirei, querendo dar um soco no espelho. Sabia que Ronnie estava
apenas zelando por mim, mesmo assim ainda me irritou.
Eu não era o tipo de homem de desistir de uma luta. No MMA, a única
razão pela qual você não aceitaria uma luta era por não queria lutar até o
nível de alguém ou o prêmio era muito pequeno. Era um negócio, afinal de
contas.
No entanto, se o prêmio fosse decente para a luta de Trent, eu a
aceitaria.
— Obrigado por sua preocupação — mas vou aceitar o desafio.
— Ok, cara. Faça o que você quiser. Para mim é a decisão errada, mas
eu estou com você, não importa o que aconteça.
— Então, quando serei informado?
— Nenhuma pista. Eu só ouvi o boato, é tudo. Aposto que seu gerente
terá novidades em breve.
— Tudo bem então. Obrigado pelo aviso.
— Tudo bem com você?
— Tudo certo. Você?
— O mesmo. Vou deixar você voltar para o treino.
Nos despedimos e desligamos. Eu me encostei no espelho e senti meu
coração batendo forte no meu peito.
No último ano, como enfatizei, treinei e trabalhei com Skad na selva,
pensar em mim batendo em Trent ao vivo na televisão me fez continuar. Me
motivou, me deixou com fome, me fez aprender todas as novas técnicas e
habilidades que Skad poderia me ensinar.
Não esperava que acontecesse tão cedo. Ronnie estava certo, eu
deveria estar ocupado construindo meu currículo, voltando ao jogo. Posso
ser mais forte e mais habilidoso do que Trent, o que não significa que a
vitória esteja garantida. Na verdade, era uma possibilidade real que eu fosse
derrotado, perder para alguém como Trent tão cedo na minha carreira
poderia estragar tudo.
A ideia de bater nele, repetidamente, até seu fodido rosto virar uma
massa sangrenta, continuava batucando em minha cabeça quando terminei
meu treino.
Eu sabia o que faria. Se a oportunidade se apresentasse, não desistiria.
Eu não era esse tipo de cara.

Eu não estava fora do telefone por mais de vinte minutos quando Alexa
desceu as escadas. Havia terminado o último set do treino e bebia um pouco
de água, refrescando, quando desceu os degraus.
— Você está decente?
— É uma porra de ginásio em casa, não uma casa de banho —
respondi. Ela desceu os degraus e cruzou os braços.
— Nunca se sabe quando se trata de você.
— O quê? Você acha que estaria aqui treinando com o meu pau para
fora?
— Não — respondeu, sorrindo.
— Você gostaria, não é? Aposto que gostaria de me ver levantando
pesos completamente nu.
— Não, obrigada. Não posso imaginar nada pior, na verdade.
— O que posso fazer por você então?
Alexa se encostou em um aparelhe enquanto eu passava uma toalha na
minha testa. Percebi que estava olhando para os meus músculos e sorri,
optei por não dizer nada. Deixe-a olhar, sabia o que ela queria.
— Sobre a garçonete — começou.
— Finalmente pronta para me deixar fazer a minha coisa?
— Não, com certeza. Não depois que você enlouqueceu com o tal
repórter.
— Paparazzo. Se ele era um repórter eu sou o maldito papa.
— Tudo bem. Não quero que você assuste a garota.
— Por favor, princesa. Não assusto senhoras. Eu as seduzo.
Alexa começou a rir e eu sorri para ela, flexionando.
— Super atraente — Sorriu muito enquanto eu continuava a fazer
poses.
— Vamos, olhe para estas porras de armas — eu brinquei.
— Tenho certeza que ela estaria em cima se você apenas ficasse desse
jeito o tempo todo.
— Garota, não é tudo que eu tenho.
— Por favor, não mais. Você está me deixando louca — respondeu
sarcasticamente.
Sorri e parei, me aproximando dela e me encostando na parede. —
Qual é a sua ideia então?
— Da última vez conseguimos informações apenas sendo espertos e
perguntando por aí. Talvez devêssemos tentar uma abordagem semelhante.
— Ok, vá em frente.
— Bem, nós pegamos o nome da garota e eu fiz uma pequena
pesquisa. Marla Stone mora perto de nós. Já a procurei e obtive a maioria de
suas informações através do Facebook e Twitter.
— Maldita Internet — murmurei. — As pessoas colocam basicamente
qualquer coisa fodida lá.
— Bom para nós que o façam.
— Ok, então sabemos quem é a garota. E daí?
— Aí — Alexa pegou o celular e sorriu para mim — nós ligamos para
ela.
Antes que eu argumentasse, ela digitou e colocou o telefone no viva-
voz. Eu a olhei quando ele tocou, um sorriso surpreso brincando nos meus
lábios.
Alexa tinha bolas do caralho. Eu não sabia o que estava fazendo, mas
eu amava que estivesse tão disposta a ir em frente. Nenhuma besteira,
nenhuma discussão ou hesitação. Francamente, deixou meu pau um pouco
duro observá-la assumindo o controle.
Finalmente, no terceiro toque, uma jovem atendeu ao telefone. — Alô?
— Marla Stone? — Alexa perguntou. Ela disfarçou ligeiramente a voz,
falando um pouco mais baixo, fazendo-a parecer mais velha.
— Sim, mas não estou interessada.
— Marla — Alexa falou rapidamente — Aqui é Sheila Porter do Celeb
Web Daily. Você conhece o nosso site?
Houve uma pausa do outro lado. — Não. Nunca ouvi falar.
— Bem, Marla, já ouvimos falar de você. Ouvimos dizer que você
pode tirar algumas fotos de algumas pessoas famosas, de que é a garota
certa para esse tipo de coisa.
Ela ficou em silêncio por um segundo até pensei que realmente
funcionaria. Porém, depois de alguns batimentos cardíacos tensos, Marla
falou. —Eu não faço mais.
— Não? Nós pagamos muito bem.
— Não ligue de novo. Eu não faço tal tipo de coisa. Nunca fiz.
— Marla, você acabou de dizer...
Ela desligou.
Eu levantei minha sobrancelha para ela. — É isso aí?
— Porra! — Alexa xingou, abandonando sua voz falsa. — Pensei que
ela aceitaria.
— Foi uma boa tentativa. Por um segundo acreditei que morderia a
isca.
— Ela parecia muito nervosa, não é?
Balancei a cabeça. — Como se tivesse algo a esconder.
— Droga, droga, droga! — Alexa xingou. Eu ri de sua frustração.
— Ok, então você teve sua tentativa. Agora podemos tentar do meu
jeito?
— O que você tem em mente?
— Que devíamos fazer uma visitinha a Marla Stone.
Alexa olhou para mim por um segundo, sua sobrancelha arqueada, um
pequeno sorriso brincando em seus lábios. Ela parecia tão sexy. Eu queria
estender a mão e agarrá-la, puxá-la contra mim, morder aquele pequeno e
doce lábio, fodê-la ali mesmo no banco de musculação.
Ela apenas assentiu. — Ok. Faremos do seu jeito.
— Boa. Você vai gostar do meu jeito.
Alexa apenas revirou os olhos e voltou para o andar de cima.
A garota estava me deixando louco. Sabia o que queria e o quanto
queria, mas se esquivava toda vez que eu chegava perto demais daquela sua
deliciosa boceta.
Não importa. Seria minha em breve.
E, de qualquer maneira, estava me divertindo. Claro, estava tomando
muito do meu tempo e essa merda não era uma simples brincadeira. Teria
algumas consequências reais. Mesmo assim, tenho vivido por
consequências reais, para fazer coisas perigosas. Eu queria viver rápido,
nunca diminuindo a velocidade e queria trazer Alex para minha cavalgada.
Ou queria que ela me montasse. De qualquer maneira funcionaria
muito bem.
CAPÍTULO TREZE
ALEXA

Eu estava muito frustrada por meu curto telefonema não ter


funcionado, especialmente por causa do olhar presunçoso no rosto de Cole
quando entrei no carro.
Depois que Marla enxergou através de mim, Cole subiu para tomar um
banho e eu estava encarregada de encontrar seu endereço. Encontrar
exatamente onde alguém vivia deveria ser mais difícil, não demorei muito.
Que merda eu estava fazendo afinal? Eu não era o tipo de garota
caçava alguém. Nem era o tipo de garota que casava com um estranho, ou
se apaixonava por seu meio-irmão, ou era chantageada, aparentemente eu
podia fazer todas essas coisas. Talvez estivesse me afastando da pessoa
normal e chata que costumava ser.
Senti um arrepio com o pensamento. Talvez seja bom tomar minha
vida em minhas próprias mãos. Eu não podia simplesmente sentar e esperar
que alguém me salvasse; tive que tomar uma atitude e fazer algo sobre a
minha situação. Cole não iria cuidar de tudo sozinho, embora tivesse certeza
que o faria se eu permitisse.
Não, eu não precisava de Cole. Não precisava de ninguém. Ou talvez
precisasse, só não da maneira que costumava pensar.
— Sabe para onde iremos? — Perguntou.
Balancei a cabeça, segurando meu telefone para mostrar a ele as
instruções do GPS. — Vamos nessa então.
Cole riu e arrancou. Eu usei óculos escuros para amenizar o brilho do
sol se pondo lentamente.
— Qual é o plano? — Perguntei a ele.
— Plano?
— Sim, você sabe, o que faremos quando chegarmos lá.
Ele sorriu e encolheu os ombros. — Nenhum plano.
— Você está brincando comigo?
— Relaxe, esposa. Nós não precisamos de um plano.
— Pare de me chamar assim! E sim nós precisamos. Não podemos
simplesmente derrubar a porta e começar a gritar.
— Não pretendo quebrar a porta — murmurou.
— Vamos lá, precisamos de algum tipo de plano aqui.
— Ok. O que você tem em mente?
Suspirei. Cole realmente iria apenas deixar as coisas acontecerem?
Provavelmente sim. Parecia exatamente algo que faria.
— Bem, a primeira coisa é que ela vai nos reconhecer.
— Você trouxe máscaras?
— Não. Então, creio que nosso maior problema será fazê-la abrir a
porta.
— Se for um prédio de apartamentos, podemos simplesmente esperar
que alguém saia antes de entrarmos.
— Verdade. Bom ponto. E se não for?
— Direi a ela que tenho uma encomenda para entregar.
— Você não está fazendo uma piada de pênis agora, não é?
Cole me deu um pequeno sorriso de lado. — Sim. Piada de pênis.
Eu revirei meus olhos. — Ok, não interessa. E se não funcionar?
— Então nós ficaremos de tocaia até que saia. Ela terá que sair de seu
apartamento em algum momento.
— Pode demorar horas.
— Ou dias, princesa. Consegue lidar com tanta espera?
Eu lhe dei um olhar irritado. Se ele podia lidar, também poderia.
— Claro.
— Boa. Então temos um plano.
— E quando chegarmos lá?
— Perguntamos onde estão as fotos. E se ela não falar, nós a
obrigaremos.
— Você não vai torturar a garota.
— Que tipo de cara você pensa que eu sou?
— Louco.
— Talvez — respondeu, rindo — só não machuco mulheres, nem
mesmo aquelas que estão me chantageando.
— Bem. Como conseguirá que ela fale?
— Irei ameaçá-la, tentarei assustá-la. Se não funcionar, nos
ofereceremos para pagar.
— E se nada funcionar?
— Então descobriremos outra coisa. — Fez uma pausa, observando a
estrada. — Relaxe, Alex. Nós faremos funcionar.
— Tudo bem, se der errado, você não poderá me culpar.
Ele sorriu para mim. — O que poderia dar errado?
Balancei a cabeça para ele. — Gostaria que você não tivesse acabado
de fazer esta pergunta.

Quinze minutos depois, estacionamos a alguns quarteirões do endereço


e nos aproximamos. Acontece que ela morava em um prédio de
apartamentos bem grande.
— E agora? — Perguntei.
— Agora esperamos que alguém saia ou entre, então nós os seguimos.
Balancei a cabeça. — Tudo bem. — Encostei na parede e Cole se
encostou ao meu lado.
As coisas estavam tensas entre nós desde que voltamos do salão de
festas. Não acreditava em quão incrivelmente excitada eu estava, no quanto
o queria. Ainda assim, parte de mim sabia que seria uma péssima ideia
ceder, então eu acabei fechando a porta e o trancando do lado de fora.
No entanto, não conseguia me conter. Eu precisava gozar, tinha que
fazer algo a respeito de todos os sentimentos conflitantes que brigavam em
minha mente. Não podia acreditar que eu estava tão dolorida que eu
realmente gemi seu nome em voz alta. Depois fiquei tão envergonhada,
quase certa de que ele me ouviu. Pensei tê-lo ouvido do lado de fora da
minha porta. Não tinha certeza.
Ainda assim, era muito mais difícil do que eu pensava que seria
manter minhas mãos longe dele. Eu queria agarrar seus braços fortes e
puxá-lo para mim, o que apenas complicaria as coisas desnecessariamente.
— Tenho outra luta chegando — Cole grunhiu de repente.
— O quê?
— Eu tenho outra luta chegando em breve.
— Oh, que demais.
— É contra o Trent.
Esse nome tocou um alarme. — O cara que Ronnie falou?
— Sim. O primeiro e único.
— Seu Nêmesis ou qualquer outra coisa.
— Fodido Nêmesis — balançou a cabeça. — O cara é apenas um
idiota.
Eu observei algumas pessoas caminhando pela calçada, no entanto,
ninguém entrava ou saía do prédio.
— Por que você o odeia?
— Longa história.
— Aparentemente temo muito tempo.
— Está bem então. — Cole e lançou a história toda, começando com
seus primeiros dias treinando com Trent e terminando com a luta.
— Uau! — Exclamei quando acabou. — Ele quase te matou.
— Sim — respondeu. — Quase acabou com minha carreira, no
mínimo.
— Por quê?
— Porque o cara é um cabeça quente.
— Você também é um cabeça quente, sabia?
Cole sorriu para mim. — Eu sou apenas quente.
— Não foi o que eu falei.
Que babaca arrogante. Mesmo quando se abria, ele conseguia de
alguma forma transformar em uma brincadeira cínica
Ainda assim, Cole estava se abrindo para mim. Eu não sabia o motivo.
Talvez fosse apenas para ter algo para falar, ou quem sabe quisesse
realmente compartilhar seus sentimentos comigo. A história sobre Trent o
fez parecer vulnerável e humano pela primeira vez desde que nos
conhecemos. Antes Cole parecia indestrutível, agora, parecia durão como
prego, ainda assim, uma pessoa.
— Sim, bem, o MMA atrai um certo tipo de homens — respondeu.
— Claramente.
— Ainda somos profissionais, entende? O objetivo não é realmente
matar seu oponente. É vencer a luta. A maioria de nós sabe a diferença,
embora existam alguns que estão no jogo apenas para ferir todos que
aparecem.
— E Trent é assim?
— Quando fica com raiva, sim.
Eu assisti alguns carros passarem. O sol havia sumido no horizonte,
então tirei meus óculos escuros. Era uma noite agradável, mas eu queria me
aproximar de Cole de qualquer maneira para sentir seu calor. Ele não reagiu
quando meu braço tocou o dele, nossos flancos praticamente colados.
— E você? Você é assim quando fica com raiva?
Ele ficou em silêncio por um segundo. — Sim, eu sou — respondeu
finalmente. — Mas eu não me permito chegar a tal ponto.
— Como você consegue controlar?
— Não é fácil, mas existem maneiras. Técnicas, exercícios mentais e
respiratórias, o tipo que pode ajudá-lo a se concentrar durante situações
realmente estressantes.
— É o que você faz quando eu chego perto de você?
Cole levantou uma sobrancelha e abriu um enorme sorriso. — Bem,
bem, bem. Foi sua tentativa de brincadeira suja?
Sorri, incapaz de evitar. — Você está se esfregando em mim.
— Ainda não, mas eu adoraria.
Revirei meus olhos. — Aqui vamos nós. Por um segundo cheguei a
pensar que você fosse um ser humano normal e não um idiota total.
— Você começou, mana — Seu rosto e lábios estavam tão perto dos
meus, senti minha respiração entrecortada e irregular.
O total oposto do que me manteve calma, na verdade. Ele tinha tal
efeito sobre mim toda vez que se aproximava muito. E ainda assim me
permiti chegar tão perto o tempo todo porque eu amava a emoção no meu
peito, o martelar do meu coração, a expectativa pelo que aconteceria em
seguida.
— Eu posso ter começado, mas você está sempre a um passo de
distância.
Cole tinha um sorriso enorme e presunçoso no rosto. — E nunca se
esqueça disso.
Seus lábios estavam se aproximando dos meus. Eu sentia seu cheiro.
Todo ele preenchendo meus sentidos, invadindo minha mente. E então eu vi
algo com o canto do meu olho, algo brilhando, algo se movendo.
— Cole — sussurrei.
— Alexa, basta ceder ao que você precisa…
— Cole — chamei mais alto.
Ele parecia intrigado, o rosto a centímetros do meu. — O quê?
— Porta!
Cole se virou vendo um homem sair pela porta correndo, falando ao
telefone.
Moveu-se mais rápido do que pensava ser possível. Num segundo ele
estava perto de mim e no seguinte pulava para a porta.
O cara no telefone nem percebeu quando Cole a segurou logo antes de
ela se fechar. Então a abriu com um sorriso enorme para mim.
— Veja! Eu falei.
— Nós quase perdemos por causa de você — reclamei.
— Sua culpa, na verdade.
Eu o segui para dentro, suspirando alto.
— Eu te falei que seria fácil — disse enquanto caminhávamos em
direção ao elevador.
— A parte difícil começa agora, na verdade.
— Qual apartamento?
— 3-C.
— Consegui. — Ele apertou o botão e entramos no elevador. Subimos
até o terceiro andar. Passei a viagem agonizantemente lenta tentando não
olhar para ele, tentando esquecer que estive tão perto de beijá-lo novamente.
Tudo porque estava vulnerável, ou, pelo menos, tão vulnerável e humano
quanto Cole era capaz de ser.
A porta se abriu e ele caminhou pelo pequeno corredor, assobiando.
— Shh — sussurrei para ele. — Fique quieto.
— Por quê? Somos apenas entregadores. — Cole sorriu para mim.
— Espere…
Antes que eu pudesse detê-lo, ele bateu à porta do 3-C dizendo em voz
alta. — FedEx! Tenho um pacote!
Olhei-o com os olhos arregalados. Rapidamente, ele foi para o lado,
empurrando-me contra a parede. Ficamos lá em silêncio e ouvimos alguém
chegar até a porta.
— Pois não? — A garota gritou.
— Sim, é um grande pacote — resmungou Cole. — Você comprou
uma geladeira ou algo parecido?
— Não, eu não comprei.
— Vamos, senhora. Esta coisa é pesada como o inferno.
Houve uma ligeira pausa e, em seguida, o som das fechaduras se
abrindo.
Cole estava praticamente vibrando de alegria quando a porta se abriu.
Marla era um pouco mais baixa que eu, talvez um metro e sessenta,
praticamente uma anã comparada a Cole. O cabelo castanho-escuro era
curto e o nariz coberto de sardas. Parecia que não tomava banho há um dia
ou dois e usava moletom.
— Marla? — Cole perguntou.
Seus olhos se arregalaram quase saindo do rosto.
— Creio que você sabe quem somos — Cole sorriu. —Podemos
conversar?
Marla não disse uma palavra. Apenas tentou bater a porta na cara de
Cole.
Ele foi muito rápido. Estendeu a mão, parando-a. Cole a empurrou para
abri-la, Marla correu para dentro do seu apartamento.
— Cole, espere! — Pedi enquanto ele a seguia para dentro.
— Não seja lenta! — Gritou para mim.
Me movi atrás deles, entrando no pequeno apartamento. Era bem
decorado com algumas obras decentes de lojas de brechó nas paredes e bons
móveis de segunda mão, parecia mais uma casa de estudante do que onde
um adulto de verdade que trabalhava vivia.
A sala de estar estava vazia e Cole estava atravessando o local em
direção ao quarto.
— Marla, abra! — Gritou. — Não me faça arrombar a porta.
Nenhum som saiu do quarto.
— Cole! — Chamei nervosamente — Tenho certeza que acabamos de
invadir o apartamento da garota.
— Não. Ela abriu a porta.
— Não significa que podemos simplesmente invadir e destruir o que
quisermos.
— Claro que sim.
Sem outra palavra, chutou a porta logo acima da maçaneta. Ela apenas
vergou, não quebrou. Cole chutou de novo e a porta explodiu para dentro, a
moldura se fragmentando ligeiramente.
Nós entramos. Meu coração estava martelando no meu peito, estava
bem certa de que iríamos acabar na cadeia por um tempo muito longo,
mesmo assim foi muito emocionante e Cole era muito magnético para eu
querer parar.
O quarto era limpo, semelhante à sala de estar. Percebi que na mesa
havia um laptop, além de uma boa câmera e outra menor.
— Foda-se! — Cole xingou.
Ele atravessou a sala e notei que a janela estava escancarada. — Fugiu
pela escada de incêndio — ele gritou.
Abri minha boca para detê-lo, Cole já estava pulando e descendo. —
Marla! — Eu o ouvi gritar. — Pare!
Corri até a janela e o vi descendo. As escadas frágeis estavam
praticamente se soltando da parede, eu estava esperando a coisa toda
desabar. Marla estava na metade do caminho.
— Eu vou pela frente! — Eu gritei, me virei e corri pelo quarto dela.
Eu corri pelo corredor, com a cabeça cheia de excitação e mergulhei na
escada. Nem percebi quão rápido estava descendo os degraus. Eu desci
praticamente quatro de cada vez, voando pelos patamares e irrompendo no
corredor térreo.
Empurrei a porta de entrada e corri para frente do prédio. Ninguém
estava lá.
— Cole! — Gritei. — Onde está você?
Eu me movi para lateral do prédio onde ficava a escada de incêndio.
Corri, preocupada que os dois já tivessem fugido.
De repente, algo me atingiu.
Não tive tempo de dizer nada, porque caímos juntos em um
emaranhado de membros. O que quer que tenha me atingido, imediatamente
começou a lutar e a tentar ficar de pé.
— Segure-a! — Ouvi a voz de Cole e percebi que Marla estava
tentando se desvencilhar de mim.
Sem pensar, envolvi meus braços e pernas ao seu redor e a derrubei.
— Ah! Porra! — Ela gritou, tentando fugir. — Ajude-me!
— Pare Marla! — Ordenei, me esforçando para mantê-la parada.
Alguns segundos depois, senti mãos fortes agarrando-a e levantando-a
no ar.
— Deixe-me ir, seu idiota! — Marla gritou.
Levantei-me devagar, recuperando o fôlego. Embora sentisse dores em
centenas de lugares estava bem.
— Tudo bem com você? — Cole me perguntou, segurando Marla
enquanto ela lutava.
— Tudo.
Não havia ninguém por perto, o que foi muita sorte, pois eu tinha
certeza que parecia que estávamos sequestrando a pobre garota. Na verdade,
era o que estávamos fazendo, não era?
— Cole, vamos para o beco.
Ele assentiu levando Marla para a saída de incêndio e para longe da
calçada.
Paramos perto de algumas lixeiras.
— Posso te colocar no chão? — Cole perguntou a ela.
Ela suspirou e ficou mole. — Tudo bem.
Cole a soltou suavemente. Ela parecia querer fugir, então pensou
melhor.
— Tudo bem? — Cole perguntou.
— Não foi ideia minha! — Exclamou instantaneamente, com os olhos
arregalados.
Cole me deu uma olhada e eu balancei a cabeça. — O que não foi sua
ideia Marla? — Perguntei.
— As fotos.
Cole parecia convencido e senti meu coração pular uma batida. —
Você as tirou? — Perguntou.
— De vocês dois se beijando, sim — respondeu. — Não foi por causa
delas que vocês vieram?
— Exatamente — Cole respondeu. — Só não tínhamos certeza de que
você as havia tirado.
— Merda!
— Onde estão, Marla? — Perguntei.
— Eu não sei.
— Você sabe que essa merda pode arruinar a vida de toda a minha
família, certo? — Cole rosnou — Não gosto quando as pessoas fodem com
a minha família.
— Eu sei — respondeu — Sinto muito. Eu não sabia quem eles eram
quando aceitei o emprego.
— Do que você está falando? — Perguntei novamente. — Quem
contratou você?
Marla ergueu as mãos. — Olha, ela disse que era apenas um trabalho
normal. Eu tiro algumas fotos da elite poderosa de San Francisco nos
eventos, considerei como um trabalho normal.
— Então, por que você está com medo? — Cole perguntou. — Você
parece saber sobre a chantagem.
Marla assentiu. — Eu a ouvi no telefone depois que tirei a foto. Eu não
queria. Fui ao banheiro e ela fez a ligação. Creio que esqueceu que eu
estava ouvindo.
— O que ela disse?
— Só que eles enviariam a carta em breve e agora que tinham fotos,
poderiam finalmente destruir sua família, ou o que quer que fosse. Eu somei
dois mais dois e...
— Quem é ela, Marla? — Cole cortou.
Marla levantou a cabeça. — Você realmente não sabe?
— Diga-nos! — Ele rosnou.
— Não sei o nome — Marla respondeu rapidamente — e não sei com
quem está trabalhando, eu a vi pairando em volta da Sra. Redson. Loira,
cabelo preso, voz estridente.
Meu coração quase parou. Olhei para Cole. — Madison.
Ele parecia ter chegado à mesma conclusão.
— Sim. Sua assistente, eu acho — Marla respondeu.
— Você tem certeza? — Cole perguntou.
— Cara, é meu trabalho conhecer as pessoas. É o motivo de me
pagarem bem. — Marla parecia com medo, então continuou rapidamente.
— Porém, eu não faço chantagem. Você precisa acreditar em mim! Eu tenho
me escondido desde que descobri o que eles estavam fazendo.
Cole olhou para ela seriamente por um segundo e eu coloquei minha
mão em seu braço.
— Cole — falei suavemente — Marla está dizendo a verdade.
Ele assentiu devagar. — É melhor que esteja — rosnou. — Ou eu
voltarei.
Marla guinchou. — Eu não estou mentindo!
Cole se afastou, voltando para a calçada. Marla relaxou visivelmente,
obviamente com medo de Cole. Eu não a culpava, Cole poderia ser
aterrorizante, todo músculos e intensidade. Até eu estava com um pouco de
medo dele neste momento, apesar de saber que nunca me machucaria.
— Ouça, Marla — falei suavemente — você sabe mais alguma coisa
que possa nos ajudar?
— Não. Eu sinto muito. Eu nem sei com quem ela trabalha.
— Ok. — Suspirei. — Nós sentimos muito pelas portas e por perseguir
você.
— Então, você não vai chamar a polícia para mim?
Sufoquei o desejo de rir quando percebi que Marla pensava que
iríamos prendê-la. Ela estava com medo de ser envolvida em um caso de
chantagem e, provavelmente, pensou que iria para a cadeia.
— Não — respondi. — Apenas fique quieta por algum tempo, ok?
— Claro. Eu posso fazer isso.
— Obrigada Marla.
Assentiu com a cabeça como um esquilo assustado. Sorri para ela
gentilmente então me virei e fui embora.
Minha mente estava zumbindo. Encontrei Cole encostado o carro,
balançando a cabeça e sorrindo para mim.
— Não posso acreditar que funcionou.
Fiquei de boca aberta para ele. Aquele desgraçado arrogante! — Você
quer dizer que não tinha certeza — exclamei, incrédula.
— Claro que não — respondeu. — Nós invadimos o apartamento da
garota. Muita loucura.
— Não foi o que você fez ao paparazzo?
— Ele é diferente. É um profissional. Provavelmente é o que faz o
tempo todo. É de uma garota normal que estamos falando.
— Felizmente para nós, Marla acredita que está em apuros por causa
da chantagem. Então deve deixar por isso mesmo.
Cole resmungou e assentiu. Eu me encostei no carro ao lado dele.
— A assistente de sua mãe — murmurei suavemente.
— Não posso dizer que estou surpreso.
— Por quê?
— Ela é Cindy Redson. Contrata as pessoas mais intensas e
implacáveis que pode encontrar. — Cole olhou para mim e sorriu. — Você
sabe, as pessoas apenas “gostam” dela.
Eu ri quando voltamos para o carro. O pesadelo não acabou, pelo
menos já sabíamos quem era.
Havia muito mais trabalho a fazer e papéis de divórcio que eu ainda
precisava assinar, apesar de toda a insanidade que me distraiu.
Pela primeira vez, desde que recebemos a carta de chantagem, estava
confiante. Eu me sentia segura.
Porque Cole estava no comando.
CAPÍTULO CATORZE
COLE

Segui para a casa com Alexa, minha mente repleta de raiva.


Quanto mais eu pensava, mais incomodado ficava. No começo quase
parecia uma brincadeira, definitivamente era tudo menos engraçado. De
todas as pessoas que pensei que poderia ser, nunca esperei que fosse um dos
empregados da minha mãe. É verdade que ela costumava contratar pessoas
bastante intensas e implacáveis, jamais pensei que eles iriam atrás dos filhos
de seu chefe.
O que nos levava a um desgraçado particularmente fodido.
Infelizmente, nunca prestei atenção aos negócios da minha mãe, então não
sabia nada sobre sua assistente. Se tivesse que adivinhar, ela provavelmente
seria uma versão em miniatura de Cindy, exceto pelo fato de ser jovem e
ambiciosa.
Talvez pensasse que chantagear nós dois poderia de alguma forma
levar a um avanço na empresa. Ou talvez só quisesse o dinheiro e fosse
embora assim que recebesse.
Só não fazia sentido. Estava pedindo apenas poucos milhares de
dólares, nada mais. Poderia ter planejado pressionar por mais dinheiro,
porém, por que não pedir um valor maior desde o início?
Simplesmente não fazia o menor sentido. Sabia que faltava alguma
coisa que continuava fora do meu alcance. Eu estava tão perto e ainda tão
longe.
Estava irritado. Sabia que não estava com humor para mexer com
Alexa, assim, em vez de segui-la para o andar de cima, desci ao porão para
fazer outro treinamento.
Comecei minha rotina de exercícios assim que cheguei lá, sem perda
de tempo. A coisa toda de chantagem, junto com o fato de querer foder
minha esposa martelando mais do que qualquer outra coisa, todos
combinados para manter minha mente longe do meu treino. E eu precisava
da minha mente no treinamento agora mais do que nunca.
Se fosse lutar contra Trent e vencer, não poderia ter distrações. Seria a
luta mais perigosa da minha vida, um pequeno deslize arruinaria tudo para
mim. Por outro lado, não era como se pudesse virar as costas para Alexa,
mesmo que eu fosse esse tipo de babaca. Apesar de tudo ficava pensando
em ser casado com ela.
Não achava que seria importante, não no começo. Era só um jogo
idiota, afinal, uma maneira de foder com minha meia-irmã sexy. No entanto,
à medida que os dias passavam e ficávamos cada vez mais envolvidos,
percebi que gostava de estar casado com ela. Não de uma forma mansa,
patética e amorosa, o fato tornava nosso vínculo muito mais forte. Eu não
queria uma esposa ou um casamento de verdade, porém, o que quer que
estivesse acontecendo, tornava nosso vínculo um pouco mais interessante,
mais excitante.
Já havia suado um bocado no momento em que Alexa desceu os
degraus. Estava encostada na parece com os braços cruzados, olhando para
mim. Eventualmente parei meu treino, tomando um gole de água. Alexa
usava uma camiseta branca fina, eu poderia jurar que vi seus mamilos
aparecendo por baixo do tecido de algodão.
— Esposa — cumprimentei-a — o que posso fazer por você?
— Só verificando como você está.
— Estou bem.
Ela assentiu, desviando o olhar. — Dia louco.
— Você não está brincando.
— Nós invadimos o apartamento de uma garota. Quase a matamos
perseguindo-a por uma escada de incêndio.
Sorri. Às vezes Alexa era tão tímida, evitando olhar para mim. Só para
mexer com ela, decidi tirar minha camisa e jogá-la de lado. Seus olhos se
arregalaram levemente.
Lá vai você, irmã, pensei comigo mesmo. Dê uma boa olhada. — Na
verdade, fui eu que quase morri.
— Não importa. Eu falei para não segui-la.
— Lembro-me claramente de você me incentivando.
— Definitivamente não é verdade.
Balancei a cabeça, sorrindo enquanto me aproximava. — Tenho
certeza que você estava orgulhosa de mim, praticamente torcendo por mim.
— Coloque sua camisa — Alexa murmurou.
Parei a menos de trinta centímetros dela. — Por quê? Com o que você
se importa?
— Não me importo. E não torcia por você. Eu estava com medo de que
você fosse matar a pobre garota.
Balancei a cabeça. — Que tipo de psicopata pensa que eu sou?
— O tipo que chuta portas?
— Ok. Verdade. Já falei que não machuco garotas e não vou repetir
mais.
Me aproximei mais dela, sentindo meu pau lutando contra o meu short.
Sua respiração veio profunda, olhei enquanto seus seios levantavam junto
com seu peito. Havia definitivamente uma sugestão de mamilos, estava
certo ao pensar que não usava sutiã.
— Ok, tudo bem — concordou — Você não machuca garotas. Entendi.
— Olhe para nós — falei, parando a centímetros de distância. — Você
está querendo me provocar?
— O quê? — Perguntou confusa.
— Você vem aqui toda inocente, agindo como se quisesse conversar,
quando na verdade não usa sutiã e aposto que está sem calcinha.
— Estou usando calcinha — respondeu defensivamente.
— Mas não sutiã. Olhe para eles.
Sem pensar, estendi a mão e peguei um punhado de seu cabelo,
puxando sua cabeça para trás, meu corpo perto o suficiente para roçar o
dela.
— Cole — engasgou. — Nossos pais.
— Estão fora para o fim de semana. Você sabe. — Estendi a mão e
segurei um seio cheio, sentindo seu mamilo duro.
Alexa engasgou e soltou um gemido baixo.
— Eu sabia. Você não veio aqui para conversar. Veio para ser fodida.
— Não! — Respondeu.
Meus lábios roçaram gentilmente seu pescoço e senti uma eletricidade
percorrer meu corpo. Meu pau gritava para se libertar, cada fibra do meu ser
queria jogá-la no chão e foder seus miolos.
Ainda não.
— Ok, então — Sussurrei quando meus lábios subiram por seu
pescoço em direção a sua orelha. — Por que você está gemendo como se
tudo o que quisesse fosse o meu pau grosso entre as pernas?
— Não estou — respondeu novamente, eu ri.
— Você está. Tudo o que preciso fazer é tocá-la, você está
praticamente tremendo. — Minha mão, que estava em suas tetas, lentamente
desceu escorregando para dentro de seu pequeno short de algodão.
Eu quase ri alto.
— Sua putinha — sussurrei em seu ouvido. — Você realmente não está
usando calcinha.
Comecei a tocar seu clitóris rolando em círculos.
— Merda, Cole — Alexa engasgou. — Ok, não estou usando calcinha.
— Você quer. Diga que você quer que eu te foda bem aqui.
— Não. Não vou dizer.
— Não vai? Mas você quer. Posso dizer pelo jeito que está ofegante,
como a porra de sua boceta está escorregadia.
Comecei a beijar seu pescoço suavemente enquanto manipulava seu
clitóris
— É um erro — conseguiu dizer entre gemidos. — Estou confusa.
Excitada desde cedo.
— Você certamente está animada e é por minha causa. Quer que eu te
foda profundamente e com força aqui no chão. E, acredite em mim, Alex,
tenho pensado na porra de sua boceta o tempo todo.
Enquanto falava suavemente em seu ouvido, empurrava meus dedos
dentro e fora dele, amando a sensação escorregadia de seus sucos. Rolei ao
longo de seu clitóris e de volta para dentro dela, fazendo com que seus
músculos se tensionassem e se contorcessem.
— Eu quero sentir seus lábios envolvendo meu pau como no camarim.
Desta vez não vou gozar em sua linda boca.
Eu rolei meus dedos e ela gemeu meu nome, me deixando louco.
— Vou abrir bem suas pernas, te virar, segurar seus quadris e enfiar
meu pau grosso dentro de você. Direi o quanto você precisa do meu pau
enquanto te fodo devagar e com força.
Alexa agarrou meu bíceps quando comecei a acariciá-la com meus
dedos, estocando dentro e fora, movendo um pouco mais rápido, um pouco
mais forte. Sua respiração estava entrecortada e profunda, gemidos suaves
escapando de seus lábios, a tensão entre nós era como uma maldita bomba
relógio.
— E, enquanto você se move ao longo do meu eixo duro, subindo e
descendo sua boceta molhada no meu comprimento, vou puxar seu cabelo
até que você grite meu nome e implore para te deixar gozar.
Eu senti um arrepio percorrê-la enquanto me concentrava em seu
clitóris, rolando e correndo meus dedos ásperos em torno de seu ponto.
— Cole.
— É o que você quer? — Sussurrei.
— Porra! Cole estou tão perto — ela suspirou.
Então eu parei, puxando meus dedos de seu short.
Ela olhou para mim como se eu tivesse acabado de matar um filhote de
cachorro. — Não pare!
Coloquei um dedo na minha boca, provando-a e sorri. — Diga que
você quer que eu te foda.
Alexa empurrou meu peito. — De jeito nenhum.
Sorri, voltando para ela, esmagando meu corpo contra o seu. Ela
engasgou quando sentiu meu pau duro pressionar sua boceta.
— Diga! — Ordenei em seu ouvido.
— Foda-me! — Pediu.
Sem outra palavra, agarrei-a pelos quadris levantando-a no ar. Eu
praticamente a carreguei para o tapete macio que limpei algumas horas
antes, que ainda não tinha usado. A deitei e tirei seu short, mergulhando
meu rosto entre suas pernas.
Alexa gemeu alto e livremente enquanto eu comia sua boceta, minha
língua e dentes trabalhando nela com intensidade. Estendi a mão e agarrei
seus seios enquanto empurrava minha língua dentro de sua vagina, rolando
ao longo de seu clitóris e voltando.
Quando cheguei ao ponto em que ela não conseguia mais formar
palavras, me afastei. Ela veio até mim e jogou seu corpo em mim, me
prendendo no chão, moendo sua boceta contra o meu pau duro. E me beijou,
a língua furiosa na minha boca e eu a beijei também. Ela estendeu a mão e
enfiou a mão dentro do meu short, agarrando meu pau rolando a mão pelo
meu comprimento.
Alexa usou meu pré-gozo para se mover mais rápido. Rasguei sua
camisa e agarrei seus seios incríveis, beijando seu pescoço e provocando
seus mamilos então ela me empurrou.
— Deus, eu quis este corpo por tanto tempo — sussurrei em seu
ouvido.
— Eu quero que você me foda. — Preciso que você me foda.
— É o que eu gosto de ouvir.
— Preciso deste pau enorme dentro de mim.
Sorri para ela. — Finalmente, usando a palavra certa.
Ela fez beicinho, não a deixei dizer nada esmagando sua boca com
meus lábios. Ela continuou estimulando meu pau com a mão, enquanto
esfregávamos nossos corpos.
Eu desci meu short e puxei sua bunda em minha direção, deitando de
volta no tapete. Ela gritou quando comecei a chupar seu clitóris novamente,
então teve a ideia. Sua boca começou a chupar meu pau enquanto eu
chupava sua boceta, lambendo seu clitóris e empurrando minha língua
profundamente dentro dela.
Eu sentia cada parte do meu corpo pulsando enquanto Alexa chupava a
cabeça do meu pau, sua mão se movimentando, estava muito ocupada
gemendo para engolir tudo. Eu adorei senti-la gemer tentando me chupar
com força, bastante ocupado amando minha língua em seu clitóris para
fazer muito. Não havia nada melhor do que empurrá-la para onde ela queria
ir, levando-a mais longe.
Finalmente, quando não aguentava mais, empurrei seus quadris e me
afastei. Ela me olhou, ofegando, seus lábios carnudos abertos.
— Fique aí — ordenei quando fui até a minha bolsa de ginástica.
Procurei até encontrar o preservativo.
Andei nu até ela, meu pau duro como pedra. Ela ficou de joelhos
olhando para mim com expectativa, seu olhar me deixando louco.
Dizia tudo, mostrava o quanto Alexa me queria, o quanto precisava que
eu transasse com ela, tomasse seu corpo.
— Vire-se — ordenei enquanto eu rasgava o preservativo. Ela
obedeceu, virando-se, me mostrando suas costas.
Sorri e a empurrei de quatro. Rolei o preservativo em meu pau e
agarrei seus quadris, esfregando sua boceta com uma das mãos.
— Porra, Cole!
— Porque você foi uma putinha muito gostosa, te darei o que deseja.
— Foda-me! Não posso mais esperar.
Eu agarrei seus quadris e empurrei meu pau em sua entrada.
Lentamente, afundei profundamente dentro dela.
Incrível!
Apertado, quente e muito mais. Ela colocou o rosto na esteira e
engasgou quando comecei a estocar dentro e fora dela, meu pau grosso e
cheio, preenchendo-a.
— Oh meu Deus, Cole! — Ela ofegou. — Eu nem sequer pensei…
— Que poderia me levar? — Completei.
— Sim. Merda, sim — gemeu.
Desci meus dedos e acariciei suavemente seu clitóris enquanto a comia
por trás.
— Assim — ofegou. — Oh sim, foda-se! Continue.
— Sua boca fica muito suja quando tem um pau dentro de você —
resmunguei.
— Foda minha boceta, Cole — Alexa engasgou. Suas palavras me
deixaram completamente selvagem.
Agarrei seus quadris e comecei a empurrar, enfiando meu pau
profundamente em seu interior. Era incrível o quanto eu queria fodê-la,
fazê-la se mexer, fazê-la implorar por mais e mais. Queria fazê-la gozar
intensamente no meu pau duro, finalmente.
Sonhei com este momento por mais de um ano, sonhei em fodê-la por
trás, agarrando seus quadris perfeitos, batendo em seu traseiro, puxando seu
longo cabelo. E era mais do que eu poderia ter imaginado, muito melhor,
pensei enquanto a estocava.
Ela empurrava seus quadris, se movendo em meu ritmo. Eu estendi a
mão e puxei seu cabelo, fazendo-a ofegar, ela respondeu, empurrando ainda
mais rápido, rebolando os quadris.
Foi como um frenesi quando a peguei. Nossos corpos estavam cobertos
de suor quando me abaixei mordendo sua orelha, esfregando seu clitóris,
agarrando seus cabelos. Ela gritou meu nome várias vezes, cada vez mais
alto, ofegando e gemendo livremente.
Eu senti seu corpo enrijecer e, antes que ela pudesse alcançar seu
clímax, puxei meu pau e agarrei seus quadris, deitando-a de costas.
— Estou tão perto — gemeu quando levantei suas pernas colocando-as
em meus ombros e empurrei novamente dentro dela.
— Eu quero olhar para estes lábios bonitos quando você gozar — falei.
— Continue! — Ordenou enquanto a pegava profundo e duro.
Cheguei para a frente e segurei seus seios, estocando meu pau para
dentro e fora, profunda e longamente. Agarrei seus quadris quando ela
começou a se empurrar contra mim, suas mãos acima da cabeça agarradas à
base de uma máquina de treino.
— Continue — engasgou. — Foda-me! Continue me fodendo.
Eu esfreguei seu clitóris quando bati profundamente nela. Ela gemeu
alto, eu diria que estava perto. Continuei empurrando firme.
— Goze para mim — sussurrei em seu ouvido, agarrando seus quadris.
— Me dê seu gozo intenso e forte.
— Oh foda-se! — Ela gemeu. — Oh foda-se, Cole!
Eu assisti, empurrando com força, quando começou a gozar, seu corpo
inteiro tenso, seus seios subindo e descendo. Seus mamilos rosados duros
pra caralho, o jeito que ela gemeu meu nome, de novo e de novo, quando o
orgasmo a alcançou. Inacreditável.
Senti meu próprio orgasmo vir, meu pau jorrando minha porra quente
em seu interior enquanto ela balançava seus quadris, suas costas arqueadas.
Juntos, encharcados de suor, gozamos e gozamos com intensidade.
Minha cabeça estava zumbindo com seu cheiro quando o prazer explodiu
através de mim, sacudindo cada centímetro meu. Era como fogo e água do
mar se juntando, enviando intensos jatos de vapor através da minha carne.
Gozei, enchendo-a, fodendo-a, tomando seu corpo, fazendo-a minha.
E então, lentamente, chegou ao fim. Eu me afastei e deitei de costas,
respirando com força e devagar. Alexa colocou a cabeça no meu peito e riu.
— Uau! — Foi tudo o que falou.
— Sim — ofeguei de volta.
Por alguns momentos, minha mente ficou em branco. Não havia nada
além de Alexa e seu corpo junto ao meu.

Quando nos vestimos, ela suspirou e encostou-se na parede. — Nós


provavelmente deveríamos conversar.
— Não há necessidade.
— Sobre Madison.
Dei de ombros. — Parece óbvio. Ela é a culpada. Nós a
confrontaremos e tudo acaba.
— Pode não terminar.
Eu levantei uma sobrancelha. — Por que não?
— Ela ainda tem influência.
— Sim, nós também. Tenho certeza de que minha mãe tem um dossiê
sobre ela tão grosso quanto minhas coxas com muita sujeira.
— E como vai explicar por que precisa de algo assim? Se é que existe
realmente.
Sorri para ela. — Existe, confie em mim. Minha mãe pode ser a porra
de uma cobra.
Alexa assentiu com ceticismo. — Sim, bem, talvez, não estou
convencida.
— Eu lidarei com Cindy.
— Bem. Você pode lidar com ela. Só deixe Madison para mim.
— Você não se saiu bem com a última.
Alexa deu de ombros. — Marla era apenas um curinga, eu entendo
pessoas como Madison. Confie em mim.
Eu a olhei por um segundo. — Não tenho certeza se é porque tive o
melhor orgasmo da minha vida na sua boceta viciante ou se sou
simplesmente um idiota, tudo bem. Ela é toda sua.
Alexa me encarou boquiaberta e riu.
— Melhor da sua vida?
Sorri para ela. — Não aja como se eu não fizesse sua doce boceta
sentir coisas que você nem sabia que eram possíveis.
Ela sorriu e desviou o olhar. — Talvez.
Antes que pudesse responder, meu telefone começou a tocar. Eu andei
até a minha bolsa e peguei, olhando para o número.
Alexa já estava subindo as escadas. — Atenda. Até logo.
A vi desaparecer no andar de cima e depois, relutantemente, atendi a
ligação.
— O quê? — Falei.
— Cole Redson?
Eu parei. — Quem é?
— Cole, aqui é Mark Mayer. Represento Trent Cook.
— Mark. Você é o gerente.
— Exatamente. Então, com certeza você já ouviu falar. Trent quer uma
luta.
Eu podia sentir a emoção correr por mim novamente. — E estou
dentro.
— Bom — disse Mark. — Ótimo. Dois sábados a partir de agora?
Parei de novo, franzindo a testa. Era um prazo incrivelmente curto para
uma luta. Normalmente as pessoas demoravam pelo menos, um mês, mais
frequentemente dois.
— Por que a pressa? — Perguntei.
— Razões pessoais — Mark respondeu, ignorando-me. — Pode lidar
com este prazo?
Eu deveria dizer para ele ir se foder e desligar o telefone. Mas eu
queria Trent, queria destroça-lo, queria matar o fodido. Além do mais, eu
ainda estava extasiado por causa da boceta de Alexa, sua bunda, sua boca,
cada centímetro de seu corpo perfeito.
— Bem. Ligue para o meu pessoal. Torne oficial.
— Boa decisão. — Respondeu, parecendo presunçoso.
Desliguei o telefone e o joguei de volta na minha bolsa.
Soltei um grunhido. Eu ainda estava flutuando depois daquele orgasmo
intenso. Parecia que ela havia penetrado profundamente em minha espinha e
inundado meu sistema com endorfinas. Mais de um ano imaginando como
seria finalmente estar dentro dela, fodendo-a com força, fazendo-a suar e
implorar, finalmente chegando a um ponto crítico.
E foi maravilhoso. Incrível pra caralho. Eu estava bêbado de sua
boceta.
Voltei para o meu treino de onde parei mais cedo.
Eu não podia afrouxar, não agora. Alexa estava no andar de cima.
Poderia possuí-la quando quisesse e então um pouco mais.
Eu a faria ofegar por mais, em breve.
CAPÍTULO QUINZE
ALEXA

Meu corpo inteiro parecia vibrar com fogo e luz por horas depois que,
finalmente, transei pela primeira vez com Cole.
Vinha crescendo há muito tempo. E parte de mim pensou que nunca
poderia fazer jus à imagem mítica que eu tinha dele na minha cabeça.
Na realidade a coisa real era muito diferente, muito melhor do que eu
imaginava.
Minha mente flutuava com os acontecimentos dos últimos dias quando
acordei cedo na manhã seguinte, uma dor chata e incrível entre as minhas
pernas. Cole desapareceu depois que subi e não voltou para casa, não fiquei
muito incomodada. Parecia o tipo de cara que agia assim de vez em quando,
provavelmente precisava pensar tanto quanto eu.
As coisas estavam muito mais complicadas agora. Eu pensei que, ao
finalmente ceder aos meus desejos simplificaria tudo, estava tão errada.
Desci as escadas com a intenção de seduzir Cole e, embora tenha
funcionado, não teve o efeito desejado. Queria que ele saísse da minha
mente para que pudesse me concentrar em outras coisas, ao contrário seu
pau grosso estocando dentro e fora de mim só piorou as coisas.
Eu o queria muito. Mesmo no início da manhã, horas depois de tê-lo
tocado pela última vez, ainda sentia seus lábios nos meus e ouvia suas
palavras sujas em meu ouvido. Ele foi obsceno e quase insultante, o que só
me deixou muito mais excitada.
Suspirei de novo, me estiquei e saí da cama. Fui ao banheiro, escovei
os dentes e lavei o rosto. Eu parei do lado de fora do quarto de Cole no
caminho para baixo, não ouvi nenhum som.
Era domingo de manhã e meu pai estava sentado à mesa da cozinha
tomando café preto e lendo o jornal.
— Bom dia! — Cumprimentei-o enquanto me servia.
— Bom dia, querida — respondeu. — Como está?
— Bem. — Sentei-me em frente a ele e cruzei as pernas por baixo.
Como se sentiria se soubesse sobre mim e Cole? Ficaria desapontado,
zangado?
— Quais são seus planos para hoje?
Dei de ombros, não tendo certeza. — Talvez vá dar uma volta ou algo
assim. Talvez veja Lacey.
— É uma boa ideia. Belo dia para um passeio.
— Sim. — Tomei meu café.
— Eu estava querendo perguntar a você… — Meu pai parou e desviou
o olhar.
— O que papai? — Perguntei. Ele geralmente não era tão tímido.
— Bem, eu estava me perguntando como as coisas estão entre você,
Cindy e Cole.
— Tudo bem, eu acho — respondi, levantando uma sobrancelha. —
Não posso dizer que vejo Cindy com frequência.
— E quanto a Cole?
— Está tudo bem. Sempre se exercitando.
— Você foi uma grande defensora de sua permanência.
— Só não parecia certo para expulsá-lo — murmurei.
— Foi muito bondoso de sua parte.
— Ele é da família agora, certo?
Papai assentiu pensativamente olhando para mim por um segundo
antes de falar. — Eu quero que sejamos uma família, sabe?
Senti meu coração começar a bater intensamente no meu peito. Papai
normalmente não era tão sentimental ou direto sobre esse tipo de coisa.
Normalmente, simplesmente não falava sobre coisas assim. Será que de
alguma forma sabia alguma coisa sobre Cole e eu? Não sei se ficaria tão
calmo, se bem que, novamente, as coisas estavam bem estranhas
ultimamente.
— Eu entendo — respondi lentamente.
— Bom. Então eu gostaria que você fizesse algo por mim.
— Claro, pai. O que seria?
— Almoçar com Cindy.
Senti um peso enorme sair dos meus ombros.
— Eu sei que você não a vê muito — meu pai continuou — adoraria
que você a conhecesse melhor, só um pouquinho.
— Claro — sorri. — Quando?
— Amanhã?
— Ok.
— Ótimo. — Ele sorriu enormemente. — É um alívio.
Levantei-me, tomando meu café. — Você sabe que também quero que
funcione, certo, papai?
— Claro que eu sei.
— Informe sobre os detalhes mais tarde então.
— Ok.
Acenei e saí voltando para o meu quarto.
Por alguma razão, senti como se tivesse evitado uma bala mesmo que
estivesse claro que ele não sabia nada sobre Cole e eu. Melhor ainda,
almoçar com Cindy amanhã significava que teria a oportunidade de
bisbilhotar o escritório dela.
Também seria uma oportunidade para confrontar Madison.
Por um segundo, considerei ligar para Lacey e convidá-la para o
pequeno esquema. Lacey estava ocupada com seu novo namorado barman,
o mesmo daquele evento republicano quando ela investigou para nós.
Também poderia parecer um pouco estranho se eu a levasse para almoçar
com minha madrasta.
Parei do lado de fora do quarto de Cole e bati. Ouvi um resmungo vago
e então abri a porta.
— Bom dia, Co — parei de repente.
Olhei para ele quando se virou sorrindo para mim. — Tudo bem?
Ele estava de pé junto à janela com nada além de cueca boxer preta
apertada. Eu via cada parte de seus músculos, cada ponto protuberante e seu
pau estava delineado pelo tecido justo. Rapidamente desviei o olhar,
envergonhada, embora não soubesse por quê. Ele me fodeu no dia anterior
e, ainda assim, me senti estranha ao vê-lo.
— Uh, só queria falar... — murmurei.
— Fale.
— Você pode colocar algumas roupas?
— Não, obrigado. Por que você não se despe?
— Meu pai está lá embaixo.
— Feche a porta então.
— Venha ao meu quarto quando estiver vestido. — Rapidamente
fechei a porta, voltando para o meu próprio quarto.
Não sabia porque meu coração estava batendo tão forte ou me sentia
tão nervosa. As coisas deveriam ser muito mais simples, muito mais fáceis.
Eu deveria tê-lo tirado do meu sistema.
Claro que não funcionou assim.
Ele bateu alguns minutos depois. — Entre!
Cole entrou e fechou a porta. Vestia uma camiseta branca apertada, um
short de ginástica e se sentou na beirada da minha cama. Eu estava
encostada nos travesseiros, tomando café e olhando para o meu laptop.
Fechei a tampa quando ele me olhou.
— E aí, mana? — Sorriu.
— Pare de me chamar assim. Especialmente depois… — Parei, não
sabendo como dizer as palavras.
— Depois que fodi você? Depois que eu te dei o melhor orgasmo de
sua vida? Depois que eu lambi, chupei e fodi sua boceta até que você gemer
gritando meu nome?
Um vermelho escarlate profundo cobriu meu rosto. — Exatamente.
Ele riu, sacudindo a cabeça. — Não sei como ainda se sente tão
envergonhada.
— Olha, eu quero falar sobre Madison.
— Quem?
— Madison — respondi frustrada. — A assistente. Nossa chantagista.
— Oh, ela — sorriu — Desculpe. Fui atraído pela lembrança dos meus
lábios nestes mamilos gostosos.
— Pare! — Ordenei dando-lhe um tapa.
Cole se arrastou para a cama ao meu lado, sorrindo o tempo todo. —
Ou o quê?
— Ou jogarei você no chão.
— Eu adoraria ver você tentar.
— O assunto é sério, ok?
Ele fingiu uma cara séria. — Ok, é sério.
— Vou almoçar com sua mãe amanhã.
Sua expressão ficou sombria. — Caramba, é realmente sério.
Sorri e empurrei. Ele era como uma parede de tijolos. Uma parede de
tijolos quente, musculosa e fodona. — Pare, idiota!
— Ok tudo bem. Você vai almoçar com Cindy. E daí?
— Então, estarei em seu escritório e terei a chance de conversar com
sua assistente.
Ele assentiu, entendendo. — Está bem então. Eu confio em você.
Olhei-o por um segundo. — Sério?
— Absolutamente!
— Você não vai me dizer como cuidaria do problema, como o meu
jeito é o caminho errado, toda a porcaria?
Cole sorriu, balançando a cabeça. — Não.
Pisquei, um pouco surpresa. Eu esperava que ele tornasse as coisas um
pouco mais difíceis. — Hã. Está bem então.
Ele se virou para mim. — Era tudo?
— Cole. — Coloquei minhas mãos em seu peito.
— O quê? Só quero ir para a parte boa agora.
— Não. Meu pai está bem lá embaixo.
— Se você ficar quieta, não teremos problema — falou suavemente.
Mordi meu lábio quando olhou nos meus olhos. Sabia o que ele queria
e minha boceta gulosa queria também. Suas mãos de repente encontraram
meus seios, apertando-os, enquanto seus lábios roçavam meu pescoço.
— Aonde você foi na noite passada? — Suspirei.
— Academia. Tenho que treinar — respondeu enquanto beijava meu
queixo e orelha, sua mão direita vagando lentamente ao longo do meu
corpo.
— Treinar para quê?
— Grande luta em breve, com aquele cara Trent.
Mordi meu lábio, sufocando um gemido quando seus dedos entraram
em minha calcinha encontrando meu clitóris, gentilmente acariciando e
rolando. Eu agarrei seus braços fortes, segurando-o com força.
— Bom. Apenas seja amável e silenciosa — sussurrou. — Deixe-me
fazer meu trabalho.
Cole esmagou minha boca com a sua, me beijando com força. Deixei
escapar um gemido suave em seus lábios enquanto seus dedos se dedicavam
ao meu clitóris e empurravam dentro de mim. Arqueei minhas costas
enquanto onda após onda de prazer me assolou.
Então ouvi uma batida na porta. — Querida? — Meu pai chamou. —
Você está aí?
— Merda! — Xinguei.
Cole mordeu o lábio, tentando não rir enquanto saía de mim. —
Esconda-se! — Sussurrei.
Ele me deu um sorriso enorme enquanto caminhava até a porta. Eu
pensei que ele estava prestes a abri-lo, rapidamente se encostou na parede.
— Estou indo — respondi.
— Sim, você está — Cole sussurrou.
Eu abri a porta. — Oi pai.
— Oi docinho. Então, amanhã uma da tarde. Encontre-a em seu
escritório. Tente chegar um pouco mais cedo.
— Ok. Parece bom. — Perguntei-me se sentia o cheiro de sexo em
mim e sabia o que eu queria. Cole estava a centímetros de mim, fazendo
caretas o tempo todo.
— Avise se você precisar de alguma coisa. — Meu pai continuou, tudo
que eu queria era que fosse embora. Não olhe para a parede. Você verá
Cole, pensei.
— Tudo bem — respondi.
— Obrigado novamente, querida. Por favor, tente se dar bem com ela.
— Tentarei, pai.
— Ok. — Ele se virou e caminhou pelo corredor. Esperei até que
desaparecesse, depois fechei a porta.
— Foi por pouco — Cole falou, alongando-se.
— Babaca! — Respondi, voltando para a minha cama. — Você poderia
ter sido um pouco mais sutil.
— Por quê? — Sorriu. — Foi muito divertido.
— Não importa — murmurei. — Saia daqui! Não podemos arriscar de
novo.
— Tem certeza? — Perguntou suavemente, vindo em direção à cama.
Eu podia ver seu pau duro através de seu short de ginástica largo.
— Absoluta.
Ele me deu um longo olhar e riu novamente. — Quem perde é você,
princesa.
— Não importa — murmurei quando ele se virou e saiu do meu quarto.
Assim que Cole se foi, deixei escapar um suspiro profundo. Eu estava
tão frustrada, especialmente com a tensão acumulada. Lentamente coloquei
minha mão dentro da minha calcinha e pensei no dia anterior, nos músculos
de Cole e seu pau grosso.
Eu gozei, sonhando com meu marido, meu meio-irmão, meu maior
problema.

Eu não tinha ido à empresa de papai, desde que foi comprada pela
empresa de Cindy. Era um prédio enorme no centro da cidade, todo
revestido de vidro com muita luz natural e escritórios abertos.
Era tudo o que uma empresa de tecnologia moderna deveria ser e
muito mais. As pessoas andavam por lá com roupas casuais, mal parecendo
mais velhas do que eu, todos pareciam empolgados por estarem lá. Vi
rapazes e senhoras sentados em pufes em salas de conferência, comendo em
uma lanchonete enorme, até mesmo malhando na academia.
Enquanto eu vagava, ninguém me incomodou, parecia que me
encaixava ou que as pessoas sabiam que eu era a enteada de Cindy.
Cheguei uma hora mais cedo e simplesmente olhei ao redor. Era
inacreditável que alguém pudesse trabalhar em um lugar como aquele, eu
estava observando as pessoas que pareciam felizes. Era o que o trabalho
contemporâneo deveria ser, o oposto total do ambiente de escritório
monótono. Havia cores, luzes e leveza, as pessoas não pareciam tão
apáticas, tão cansadas da vida como em outros escritórios.
Enquanto eu estava em frente a uma enorme pintura de crianças
jogando beisebol, ouvi saltos batendo no piso de mármore, vindo em minha
direção. Tanto quanto eu poderia dizer, a maioria das mulheres usava
rasteirinhas e roupas casuais, por isso fiquei um pouco surpresa ao ouvir os
saltos. Olhei para cima e a vi.
Madison caminhava em minha direção. Eu sabia que ela me
encontraria eventualmente e me levaria para Cindy, mesmo assim tive que
respirar fundo e com calma para não gritar com a vadia.
Era exatamente como me lembrava dela: afetada, tensa e séria. Seu
cabelo foi puxado para trás em um coque apertado e usava roupas elegantes
e caras. Ela sorriu, sem nenhum calor ou alegria. Eu me perguntei como se
encaixava com todos os outros, percebi que provavelmente não se
encaixava.
— Alexa — cumprimentou-me, parando na minha frente. — Sou
Madison, a assistente de Cindy.
— Eu sei. Lembro-me de você da festa beneficente.
Ela olhou para mim por um segundo. — Sim, nós nos encontramos lá.
Está certa.
Apertamos as mãos, embora eu não quisesse nem um pouco tocá-la.
Senti vontade de jogá-la por uma janela, percebi que precisava me acalmar.
Não era a hora de fazer qualquer movimento, ainda não.
Eu tinha um plano. Ele se baseava em surpresa e intimidação, pensei
que poderia dar certo.
— Venha por aqui — pediu. — Eu a levarei para o escritório de Cindy.
Nós andamos pelo corredor, Madison me deu uma rápida explicação
sobre as instalações a medida que passávamos por elas. Era rápida e
eficiente, se não um pouco brusca, devia admitir que admirava um pouco
sua competência. Tantas mulheres tentavam agir como homens no local de
trabalho, Madison simplesmente parecia ser ela mesma. Não estava
preocupada em parecer arrogante ou algo parecido. Cindy provavelmente
era do mesmo jeito.
Entramos no elevador e ela apertou o botão do sexto andar. — O
escritório de Cindy fica, na verdade, assim que se sai do elevador —
informou enquanto subíamos.
— Perfeito — Virei para ela. Era hora de fazer o meu movimento. —
Porque tenho algo a dizer.
Ela levantou e sobrancelha e sorriu. — Oh? O que seria?
— Eu sei que é você, Madison. As fotos, a chantagem. — Parei,
deixando que assimilasse. — Eu sei que é você.
Sua expressão mudou lentamente. Passou de passiva e divertida para
surpreso em meio segundo. — Do que você está falando? — Gaguejou.
— Encontramos sua fonte, a garçonete, ela nos contou que é você.
— Eu não sei do que você está falando.
Eu olhei para o painel do elevador. Nós estávamos a meio andar de
distância.
— Encontre-me na garagem às três. Segundo nível, fileira B.
— O quê? — Perguntou com a guarda baixa. Eu poderia dizer que
estava abalada.
— Encontre-me lá ou seu trabalho aqui estará terminado.
O elevador chegou ao andar com um ruído e as portas se abriram.
Madison me encarou por um segundo então se recompôs rapidamente.
— Bem — falou — por aqui.
Eu a segui em um corredor curto. A mesa dela ficava do lado de fora
de uma grande porta de vidro. Dentro eu via Cindy sentada em sua mesa.
Ela me acenou, sorrindo, embora estivesse no telefone.
— Até mais, Madison — falei amavelmente.
Ela não respondeu, simplesmente sentou-se à sua mesa enquanto eu
entrava no escritório de Cindy.
Tive que dar o braço a torcer para a garota. Deixei cair uma bomba
sobre sua cabeça do nada e ela se recompôs rapidamente. Eu presumia que
apareceria no estacionamento, não era idiota. Porém, tinha que ter cuidado
com ela.
Não sabia que surpresas poderia ter reservado para mim.

O almoço foi bom. Fomos a um restaurante caro, Cindy falou


principalmente sobre seu trabalho. Fiz as perguntas necessária para ela
continuar, não me interessando muito em falar.
Eu estava bem distraída. Fiquei pensando em Madison e se cometi um
erro ao não confrontá-la no elevador. Poderia ter apertado o botão de parada
de emergência.
O almoço se arrastou, finalmente saímos um pouco depois das duas.
Cindy voltou para seu escritório e eu dei uma pequena caminhada pelo
centro da cidade, matando o tempo, deixando meus pensamentos vagarem.
Continuava voltando para o rosto de Cole e do jeito que me tocou mais
e mais. Nem mesmo com a perspectiva de uma reunião aterrorizante,
conseguia parar de pensar nele e em sua arrogância. Tudo a respeito dele era
frustrante, apesar de incrível, uma mistura inebriante de tesão, luxúria e
proibido. Nosso divórcio em potencial basicamente tinha saído da minha
mente, percebi com um sobressalto.
No ano passado, não fiz nada além de me preocupar com o divórcio.
Estava obcecada e pensando no quanto minha vida seria melhor se não
tivesse um marido ausente pesando em minha consciência. E, de repente ele
estava de volta e o divórcio lentamente se dissolveu em minha mente.
Foi o que Cole fez comigo. Me fez esquecer o que queria, substituindo
por outra coisa. Nas últimas semanas, desde que voltou para casa, o que eu
realmente queria era ele. Não um divórcio. Somente ele.
Por fim, encontrei-me vagando pelo estacionamento do lado de fora do
local de trabalho de Cindy. Verifiquei meu relógio: cinco minutos adiantada.
Rapidamente encontrei o local combinado e me encostei em um pilar,
esperando.
Madison chegou na hora certa. Ela saiu dos elevadores seguindo em
minha direção, com os saltos batendo no concreto. Seu semblante sério e
grave. Havia apenas alguns carros estacionados perto de nós, significando
que o local dava uma sensação misteriosa de vazio.
Exatamente o que eu queria.
— Oi Madison — cumprimentei docemente.
— O que você quer? — Ela retrucou.
Sorri e senti prazer em seu desconforto. — Eu queria conversar com
você sobre o nosso pequeno problema.
— Eu não sei do que você está falando.
Sorri e balancei a cabeça. — Sério, Madison, realmente? Negação? É
muito fraco.
Ela parecia confusa, franzindo a testa. — Eu, bem, eu apenas não sei o
que você quer de mim.
— Chantagem é coisa séria, Madison. É um crime. Você pode ir para a
cadeia.
Na verdade, não tinha certeza se era verdade ou não, não me importei.
A ameaça de prisão teve o efeito desejado, no entanto. Madison parecia
ainda mais agitada e confusa.
— O que você quer de mim?
— Quero que você pare. Quero que destrua as fotos que comprou da
Marla e deixe a mim e Cole em paz.
— Não sei do que você está falando — repetiu.
— Marla, a garçonete. Ela nos contou que foi você quem pagou pelas
fotos.
— Marla — ela sussurrou.
— Sim, Madison. Nós a encontramos e ela nos contou tudo. Nós temos
tudo gravado. Estou te dando um presente, dando-lhe a oportunidade de
compensar os estragos que já causou. Se destruir as fotos e desistir, não
iremos à polícia com o que sabemos.
Enquanto eu falava, o rosto de Madison foi drenado de todas as cores.
— Marla tem provas, e-mails seus. — Eu estava blefando, mas percebi
que provavelmente era verdade.
E valeu a pena, pois, assim que falei tinha e-mails, Madison explodiu
em lágrimas.
Fiquei boquiaberta enquanto ela ficava ali soluçando. Eu não tinha
ideia do que fazer. Madison era minha chantagista e eu queria machucá-la,
me senti péssima com a pobre garota soluçando como uma idiota em
público.
— Ok — falei sem jeito. — Por favor, pare de chorar.
— Sinto muito — se desculpou — Eu sinto muito. Não foi ideia
minha. — Madison soluçava e eu mal conseguia entender o que dizia.
— Ok, uau, você precisa se acalmar.
— Por favor, não me mande para a cadeia.
Foi quase engraçado. A garota me causou tanto estresse e dor, tanta
preocupação e, lá estava chorando como uma criança, choramingando sobre
a prisão. Tudo que eu precisei fazer foi ameaçá-la um pouco, blefar um
pouco e ela desmoronou.
O que foi realmente estranho. Se estivesse me chantageando, seria de
se esperar que tivesse se preparado para a possibilidade de ser descoberta. E
lá estava, soluçando com suas mãos no rosto.
— Tudo bem — peguei minha bolsa. — Aqui, pegue. —Entreguei-lhe
alguns lenços.
Ela os pegou e assoou o nariz. — Obrigada.
— Você não vai ser presa. Por favor acalme-se.
Ela respirou fundo, lágrimas escorrendo pelo rosto. — Eu não vou?
— Se você parar de chorar, não vai.
Madison assentiu, tentando visivelmente se recompor. Fiquei ali
olhando, totalmente perplexa, enquanto ela lentamente parou de soluçar.
— Você está bem? — Perguntei.
— Não foi minha culpa. Realmente não foi.
Suspirei. — Ok, Madison. Quem foi então?
— Meu namorado, Trent Hanger.
Reconheci o nome, mas levou um segundo para realmente assimilar.
Quando aconteceu, no entanto, me atingiu como uma tonelada de tijolos.
Trent era o nome do grande inimigo de Cole, o mesmo cara com quem
lutaria em breve.
Eu fiquei de boca aberta para ela. — Você disse Trent?
— Sim — Madison fungou.
— O Trent lutador de MMA?
Ela assentiu, enxugando os olhos.
Balancei a cabeça, completamente confusa. — Conte-me tudo. E
comece por como conhece Trent.
Lentamente ela começou a falar narrando a história mais improvável
que já ouvi em minha vida.
Madison começou a trabalhar para o Ultimate Fighter Championship,
ou UFC, a mais famosa liga de MMA dos Estados Unidos. Ela morava em
Las Vegas na época e trabalhava na empresa como membro do grupo de
relações-públicas.
Como pessoa de RP, trabalhava constantemente com os lutadores. Foi
assim que conheceu Trent. No início, ela informou, o odiava, lentamente se
apaixonou. Aparentemente ele era persistente e, embora eu não estivesse
interessada nos detalhes de seu namoro, ela decidiu contar muito de
qualquer maneira.
Finalmente, porém, ela e Trent ficaram juntos. Naquela época, não
tinha ideia de quem eu era ou quem Cole era, nem tinha planos de nos
incomodar. As coisas mudaram quando se candidatou a um estágio na
empresa de Cindy há alguns meses.
— Eu nunca pensei que conseguiria — Madison explicou. — Mas
consegui e Trent concordou em se mudar para a área da baía comigo.
Aparentemente Cindy gostou de mim, pois, depois de um mês de estágio,
ela demitiu seu antigo assistente pessoal e me contratou.
Ouvi enquanto falava sobre as coisas mais difíceis daquele trabalho e
como foi estressante quando as empresas se fundiram. Madison explicou
que não era tão ambiciosa, mas Cindy a estava ensinando.
A chantagem aconteceu por acaso. Madison contratou Marla para tirar
fotos do evento, principalmente da família de Cindy, para o caso de
qualquer revista de fofoca querer saber sobre o escandaloso casamento entre
os CEO’s das empresas. Informou que tinha o hábito de fazer isso para
ganhar algum dinheiro extra, outra das ideias de Trent. E que nunca esperou
se deparar com nossas fotos.
— Na verdade — continuou — nem fui eu que percebi. Quando Marla
me entregou as fotos, não pensei em nada a princípio. Trent as encontrou
enterrados em uma pilha de outras fotos desinteressantes.
— E foi aí que aconteceu? — Perguntei.
Ela assentiu. — Trent soube do que se tratava imediatamente.
Reconheceu Cole e sabia tudo sobre o drama, é claro. Ele realmente é um
bom ouvinte.
— Ok, Madison — falei, irritada. — Eu não me importo se Trent é um
bom ouvinte.
— Desculpe. Então ele pegou as fotos e falou que sabia o que fazer
com elas. Pensei que as venderia para alguma revista e não que os
chantagearia. De qualquer forma, ele me fez procurar Marla e conseguir
mais.
— Então você não sabia que estávamos sendo chantageados.
Madison balançou a cabeça. — Não! Não, juro.
Eu a olhei por um longo tempo. A história parecia incrivelmente
improvável, embora fizesse alguma espécie de sentido. Ela mentia, é claro,
pelo menos de acordo com a história de Marla. Era inacreditável que Trent e
Cole acabassem tão intimamente ligados. Algo muito próximo de um
milagre, mas aconteceu.
— Madison — falei — eu preciso que você pegue as fotos com ele.
Ela me olhou por um segundo e começou a chorar de novo. — Eu não
posso! — Gemeu.
— Ok, ok — dei um tapinha em suas costas. — Por que não?
— Trent me chutou!
Eu quase ri alto. A pobre e patética garota. Foi claramente usada por
Trent e, no segundo em que conseguiu o que precisava, ele seguiu em
frente.
Decepcionante. Eu estava tão perto, aparentemente ainda longe demais.
O verdadeiro chantagista, a peça final do quebra-cabeça, era o próprio
Trent.
Enquanto Madison lentamente parava de soluçar, eu sabia que minha
parte na trama toda havia chegado ao fim. Sabia que, assim que contasse a
Cole sobre Trent, ele perderia a cabeça e provavelmente tentaria matar o
cara.
Uma vez que o convencesse a não fazer algo muito idiota, sabia que
ele cuidaria de tudo. Mesmo parecendo tão insanamente impossível, tinha
certeza de que Cole sairia por cima.
Enquanto confortava Madison, sabia que estava quase terminado.
Finalmente, depois do que pareceram horas, Madison se recompôs.
Falou que sentia muito e nunca quis que nada tão sério acontecesse, não
importava. Eu me senti mal o suficiente pela garota patética e a perdoei
apesar de tudo.
Levei-a até o elevador e a observei entrar. — Sinto muito de novo.
— Esqueça. Eu cuidarei de Trent.
— Diga que eu falei que ele é um enorme pedaço de merda.
Eu balancei a cabeça. — Ok.
As portas do elevador se fecharam.
Virei e caminhei de volta para o centro. Meu coração estava
acelerado. Não queria contar para Cole, embora soubesse que precisava.
Embora estivesse com medo estava animada. Finalmente estava
chegando ao fim.
CAPÍTULO DEZESSEIS
COLE

À medida que a luta se aproximava, minha mente se tornava mais e


mais focada. Foi assim que sempre aconteceu. As coisas que giravam em
torno da minha vida e me causavam estresse, até mesmo as que gostava,
todas, foram deixadas de lado enquanto me preparava.
As lutas de MMA não duravam muito tempo. Motivo pelo qual, as
pessoas tendiam a pensar que não necessitavam de muito esforço. Claro,
normalmente você ficava no ringue por menos de meia hora, muitas vezes
apenas alguns minutos.
Embora os momentos passados no ringue fossem os mais brutais e
intensos imagináveis. Você estava constantemente lutando por sua vida,
tentando derrotar seu adversário. Aquela pessoa em sua frente era tão
treinada para lutar quanto você e queria te bater até que ficasse inconsciente
ou machucá-lo até que implorasse para parar.
Um frenesi sangrento e aterrorizante que eu adorava.
Motivo pelo qual precisava me preparar. As semanas que antecediam
uma luta eram passadas treinando meu corpo e minha mente. Eu meditava
sobre a luta, assistia às lutas do oponente, preparava minha estratégia.
Planejava, pensava tentando me manter no estado de espírito correto.
Já que prazo antes da luta com Trent era pequeno, tive que fazer todos
os meus preparativos intuitivos muito mais rápido. Eu odiava me apressar,
porém não havia escolha. Meu único consolo era saber que Trent estava
apressando seus preparativos também. Melhor ainda, ele não tinha nenhum
vídeo meu lutando, enquanto eu tinha todos as suas lutas desde que estive
no ringue com ele.
E ele ficou muito, muito mais forte.
Eu me lembrei de um cara relativamente fraco propenso a acessos de
raiva. Ele costumava adorava se levantar e dar socos. O cara em que Trent
se transformou era muito mais letal, muito mais controlado. Não perdeu a
paciência uma única vez, atingindo seus oponentes com ataques inteligentes
e bem cronometrados.
Tinha ficado muito melhor, eu também. Antes de partir para a
Tailândia, eu era conhecido como um lutador de judô, um cara de
submissão. Eu era bom em colocar meus oponentes no chão submetendo-os,
forçando-os a desistir antes que eu quebrasse seus ossos ou os sufocasse.
Na Tailândia, fiquei muito mais forte. A luta de Muay Thai era baseada
em socos e pontapés. Trent sabia o tipo de coisa que aprendi por lá, mas
nunca tinha realmente me visto praticando. Até onde ele sabia, eu ainda era
o mesmo cara do judô de quem se lembrava.
Tal fato mudou meu plano de luta. Além disso mais uma centena de
outros fatores entraram no meu planejamento fazendo minha mente girar.
Foi o motivo de não perceber quando Alexa entrou no porão. Eu estava
muito fundo em minha própria mente, visualizando a luta, repassando meus
movimentos, depois de terminar meus exercícios abdominais.
— Ei — chamou, arrancando-me do meu torpor.
Eu a olhei. Estava sentada na máquina de musculação, as pernas
cruzadas. Estava recostada apoiando-se em suas mãos, fazendo seus seios
sobressaírem. Não pude deixar de olhar seu corpo de cima a baixo.
Não a vi muito nos últimos dois dias. Tanto quanto eu sabia, era terça-
feira, não mantinha um registro.
— Você está ocupado? — Perguntou.
— Não. Já terminei. — Levantei-me e fui até a minha bolsa, pegando
minha toalha.
— Como está o treinamento?
Dei de ombros. — Tão bom quanto possível.
— O que você quer dizer?
— A luta foi marcada em cima da hora, mas estarei pronto.
— Quanto tempo você costuma demorar?
— Meses, pelo menos.
— Uau! — Alexa fez uma pausa e sentou-se ereta, desviando o olhar.
— Talvez este não seja um bom momento.
Deduzi que tinha algo a dizer que, obviamente, era um pouco
desconfortável para ela. Percebi que provavelmente a havia negligenciado e
ao nosso pequeno problema de chantagem.
— Agora é uma boa hora. — Limpei minha testa com a toalha e me
encostei na parede em frente a ela.
— É sobre Madison.
— A assistente.
Alexa assentiu. — Eu a confrontei.
Levantei uma sobrancelha, surpreso. Eu planejei lidar com a situação,
porém meus treinos e preparação ficaram intensos, tirando minha mente do
resto.
Ainda assim, não esperava que Alexa fosse falar com a garota. — O
que aconteceu?
— Você sabe, sua mãe queria almoçar comigo, então usei como uma
desculpa.
— Cindy queria?
— Você se esqueceu? Algo sobre querer ser uma família?
Sorri para ela. — Somos uma família muito próxima já.
Ela corou. — Sim, bem, Cindy não precisa saber.
— Então, como foi?
— O almoço foi bom, eu acho.
Sorri novamente. — Quero dizer com a assistente.
— Oh! — Alexa fez uma pausa, seu desconforto crescendo. Eu queria
que ela falasse logo, decidi deixá-la tomar seu tempo. Não queria assustá-la.
— Bem — falou devagar — Descobri algumas coisas bem
interessantes.
— Diga.
— Primeiro de tudo, ela não é realmente o nosso problema.
— O que você quer dizer?
— Quero dizer, Madison pagou pelas fotos e tudo mais, mas não é
quem está nos chantageando.
Soltei uma respiração irritada. A coisa toda tem sido uma longa lição
de fracasso. Nós tínhamos tanta certeza, pelo menos duas outras vezes, que
havíamos descoberto o culpado, agora chegamos a outro beco sem saída?
— Mas eu sei quem é — falou rapidamente, provavelmente sentindo a
minha raiva.
— Tem certeza? Ou só nos levará a mais dez pessoas?
— Não mesmo. É o namorado dela. Bem, ex-namorado agora,
presumo.
— Quem é ele, algum idiota que odeia a indústria de tecnologia?
— Você deveria se sentar — falou suavemente.
— Por quê? Não me importo com nenhum babaca de artes liberais.
Apenas me diga o nome e cuidarei dele.
— Seu nome — informou lentamente — é Trent.
Pisquei para ela. — Ok. É realmente uma estranha coincidência.
— Não é uma coincidência, Cole. Bem, é, só não como você está
pensando.
Fitei-a por um segundo, uma sensação estranha embrulhando meu
estômago. — Desembuche, Alex!
— Madison costumava trabalhar como relações-públicas para o UFC,
que é a empresa que administra as lutas de MMA.
Balancei a cabeça, confirmando. A sala parecia começar a girar.
— Madison conheceu Trent durante o trabalho. Seu Trent. Então ela
conseguiu o emprego como assistente de Cindy, basicamente por acidente e
teve sorte naquelas fotos.
— Você quer dizer que não pagou por elas?
— Não, ela realmente pagou, só não vinha atrás de nós. Madison só
procurava fotos para vender para blogs de tecnologia.
— Trent… — parei.
— Trent era o namorado dela. Ele viu as fotos e sabia a importância
delas. Trent é o chantagista, Cole.
Olhei para ela por um segundo, depois balancei a cabeça. — Não
acredito em você.
— Sinto muito, mas é realmente ele.
Senti a raiva me invadir, uma raiva que nunca havia experimentado
antes.
— Aquele filho da puta. Ele está fazendo isso para me distrair, para
facilitar a luta. Aquele desgraçado de merda. Por isso quis apressar o
combate.
— Acalme-se Cole! — Alexa se levantou.
— Aquele filho da puta! — Peguei a ponta do suporte de pesos e
joguei no chão. Os pesos tombaram no piso.
Alexa recuou, os olhos arregalados. — Cole!
Não consegui me controlar. Cada pedaço do meu autocontrole
cuidadosamente construído de repente desapareceu quando arranquei outro
rack de pesos e empurrei uma máquina, meus músculos flexionando. Raiva
fluindo através de mim livremente. Eu queria matar Trent, com minhas
próprias mãos. Queria partir seu crânio em pedaços e beber seu sangue.
Não era porque ele tivesse me machucado. Não me importo em ser
machucado. Os lutadores faziam merda o tempo todo para tentar entrar na
cabeça do oponente. Eu não me importo com tal merda. Trent era uma cobra
e faria o que fosse necessário para ganhar, incluindo alguns truques sujos.
Eu estava furioso por ele ter arrastado Alexa para a coisa toda. Ela e
sua família que foram gentis comigo desde que tudo começou. Alexa era
minha, minha maldita esposa, minha fodida mulher e Trent ousou mexer
com ela.
Ele foi longe demais. Ultrapassou os limites e eu faria com que
pagasse. Eu o encontraria e iria matá-lo. Foda-se a luta! Foda-se tudo mais!
Eu ia assassiná-lo.
— Cole — Alexa chamou em voz alta. — Por favor, acalme-se!
— Eu vou matá-lo — respondi — Agora mesmo!
Subi as escadas. Podia ouvi-la me seguindo, gritando meu nome, não
consegui entender uma palavra do que falava. A única coisa em minha
mente era encontrar Trent e rasgá-lo em pedaços. Eu terminaria com tudo,
com a chantagem, o estresse, acabaria com tudo.
Peguei as chaves da minha motocicleta, meu capacete e fui para fora.
Eu sabia onde poderia encontrá-lo, ou, pelo menos, alguém que pudesse me
ajudar. Eu ligaria para Ronnie e juntos destruiríamos o rosto de Trent com
tubos de aço.
— Cole, por favor, me escute — Alexa gritou.
Eu encontrei onde estacionei minha motocicleta e subi. Alexa agarrou
meus braços, olhando em meus olhos apavorada.
— Cole, você está me assustando.
Sua expressão me trouxe de volta para a realidade. Olhei para ela sério
e vi o medo real em seus olhos, o verdadeiro terror. E percebi que, apesar de
tudo o que havia acontecido, ela nem uma vez ficou assim.
— Por favor pare! — Alexa me implorou.
— Eu tenho que matá-lo — falei simplesmente.
— Assim não. Não jogue sua vida fora por causa daquele desgraçado.
Agarrei o guidão da minha moto e cerrei meus dentes. — Ele
machucou você.
— E você estará me machucando ainda mais se for atrás dele para
matá-lo.
Suas palavras me atingiram como um soco no peito, e meus olhos se
arregalaram. — Estou tentando consertar as coisas.
— Não — respondeu duramente — você está sendo imaturo. Você está
tendo a porra de um ataque de birra.
Mordi a língua e a olhei por um segundo. — O que você quer que eu
faça? — Finalmente perguntei.
— Entre e converse comigo. Não jogue tudo fora por causa do babaca.
Senti a raiva dentro de mim, algo mais também. A única coisa que
poderia me impedir, que me puxaria de volta da beira do abismo. A única
coisa forte o bastante para me salvar quando tudo que eu queria era ser
condenado.
Eu não podia dizer, ainda não. Mas estava lá e era ela.
Lentamente desci da moto. Alexa colocou o braço no meu segurando-o
e voltamos para dentro da casa juntos.
Nunca mais queria ver aquele olhar em seu rosto novamente, não por
minha causa, pelo menos. Eu não conseguia descrever a raiva que sentia,
também não conseguia descrever o quanto me doía saber que ela teve medo
de mim.
Subimos as escadas. Deixei que me levasse para seu quarto e
lentamente deitamos na cama. Passei meus braços em torno dela e a puxei
para mim com força, sentindo sua respiração contra o meu peito.
Não dissemos uma palavra. Não creio que precisássemos. Apenas
ficamos ali, respirando juntos, sentindo o corpo um do outro. Eu queria
descer entre suas pernas e sentir o calor de sua boceta, algo me segurou.
Não era como se eu fosse tímido ou alguma merda parecida. O momento
não parecia certo.
Então ficamos lá abraçados. Foi o mais íntimo que já me senti com
uma mulher.

Adormecemos. Acordei mais tarde com um sobressalto. Alexa


continuava enroscada em meus braços e respirando profundamente.
Cuidadosamente tentei me afastar, o que a fez se mexer.
— Ei — ela disse, grogue. — Que horas são?
Eu olhei no relógio dela. — Quase seis.
— Sério? Uau. Nós dormimos por um bom tempo.
Sorri enquanto me sentava lentamente, esfregando meus olhos. —
Bastante.
Ela se apoiou em um cotovelo, olhando-me através de seu cabelo. —
Você está bem?
— Sim. Eu estou bem.
Eu me levantei e me estiquei.
— Você não pretende sair correndo para matar alguém? — Ela
perguntou.
— Não agora, não.
Ela assentiu. — Fico feliz.
Eu a olhei sério. — Desculpe-me por meu rompante.
— Tudo bem — respondeu simplesmente.
— Não sei o que aconteceu.
— Não te culpo, realmente.
— Eu simplesmente perdi a cabeça.
— Cole, tudo bem. Sério.
— Escute-me. Você não tem que ter medo de mim.
Ela pareceu surpresa e assentiu devagar. — Eu sei.
— Bom.
Ficamos calados por um segundo. — E agora? — Perguntou.
— Eu tenho que fazer uma ligação.
Alexa falou alguma coisa, mas eu já estava fora da porta. Desci as
escadas e entrei no porão. Eu me encolhi quando vi a bagunça que fiz e
prometi que limparia assim que terminasse.
Encontrei meu celular na minha bolsa. Demorei um minuto para
encontrar o número do gerente de Trent. Apertei o botão e deixei tocar.
— Alô? — Ele respondeu.
— Aqui é Cole Redson. Quero falar com você e seu cliente.
Ele ficou em silêncio por um segundo. — Ok, Cole. O que se passa?
— Coloque o Trent na chamada. Então falarei.
— Ok — respondeu sem jeito. — Certo. Não posso prometer que ele
vai atender. Tem certeza de que não podemos resolver entre nós?
— Ligue para ele.
— Ok. — Eu ouvi alguns cliques e me encostei na parede, esperando.
O telefone começou a tocar novamente.
— Ainda está aí? — Perguntou-me.
— Sim.
Depois de quatro toques, eu estava pronto para desistir quando Trent
atendeu.
— Dave — disse ele. — O que você quer?
Senti outra onda de raiva, respirei fundo e me mantive sob controle.
Não ajudaria se eu perdesse a cabeça outra vez, não naquele momento. Eu
precisava me manter centrado.
— Trent, eu tenho Cole Redson na linha.
— Oi, Trent — grunhi.
Houve um silêncio de surpresa. — Bem, isso é inesperado. O que você
quer, Cole?
— Cole me ligou e pediu para chamá-lo. Eu realmente não sei o que
está acontecendo. O que podemos fazer por você, Cole? — Dave
acrescentou.
Eu podia ouvir a preocupação na voz do gerente, o que não me
surpreendeu.
— É sobre a chantagem — respondi.
Houve um silêncio dos outros dois caras. — Qual chantagem? — O
gerente perguntou finalmente.
— Trent, sabemos que é você. Pare com esta merda.
Por um segundo, Trent não respondeu. Dave começou a dizer algo, foi
interrompido quando Trent finalmente começou a rir.
Sua atitude me irritou. Eu tive que abaixar o telefone e fechar os olhos,
trabalhando duro para não ficar tenso novamente.
—…um engano — Trent estava dizendo quando eu trouxe o telefone
de volta ao meu ouvido.
— Talvez eu não devesse participar desta conversa — seu gerente
falou.
— Fique! — Ordenei. — Trent, precisamos terminar com essa merda
agora.
— Que porra você está pensando, Cole? É embaraçoso. Como assim,
chantagem?
— Eu tenho um acordo para você.
Trent ficou em silêncio por um segundo. — Estou ouvindo.
— Se eu ganhar a luta, você destrói todas as cópias das fotos que
possui e esquece sua merda de chantagem.
— Por quê? Supondo que eu saiba do que você está falando. — Trent
respondeu.
— Porque se você ganhar nossa luta, vou parar de lutar para sempre.
Houve mais silêncio na linha. — Parece interessante — respondeu.
— Você terá me destruído. Se você vencer estarei acabado. Você tem
as fotos e minha porra de carreira na palma de sua mão.
— Trent… — o gerente chamou.
— Como saberei que irá cumprir sua palavra? — Trent perguntou,
interrompendo-o.
— Dave é nossa testemunha. Ele elaborará os contratos, providenciará
a papelada necessária para tornar tudo legal. — Parei por um segundo. —
Mas eu dou a minha palavra como homem que seguirei até o fim.
Trent ficou quieto por um segundo.
— Eu não creio que seja legal, tipo, em tudo — Dave interrompeu.
— Cale-se, Dave! — Trent ordenou. — Você está falando sério, Cole?
— Com certeza.
— Ok — concordou finalmente. — Eu concordo.
— Pessoal — Dave alertou — realmente não creio que possa fazer
parte deste acordo.
— Dave, se você não elaborar, a porra de alguns contratos para tornar a
coisa real, eu juro que contarei à sua esposa sobre as strippers que você
fodeu no Canadá no ano passado.
Dave engasgou visivelmente e não pude deixar de rir.
— Dave? — Trent perguntou. — Seu casamento ou os contratos?
— Tudo bem — o gerente concordou.
— Movimento clássico, Trent — debochei — Chantagem parece ser
sua coisa.
— Vejo você no ringue, babaca. — Houve um clique.
— Ele desligou — Dave informou.
— Eu sei. Envie-me os papéis. Devolverei as cópias assinadas —
parei. — Você deveria considerar dispensá-lo como cliente.
Eu desliguei e cruzei os braços, encostando a cabeça na parede.
Eu coloquei tudo em risco nesta luta. Meus relacionamentos e minha
carreira ficaram na balança. Se eu ganhasse, a chantagem acabaria e poderia
ter Alexa como tanto queria.
Se perdesse, tudo estaria terminado. Eu não perderia. Não podia perder.
Ser derrotado não estava em minha maldita natureza.
Joguei meu celular na bolsa e comecei a limpar o porão, sentindo-me
mais leve e feliz do que há muito tempo.
CAPÍTULO DEZESSETE
ALEXA

Não acreditava no que Cole estava disposto a arriscar.


Eu o vi sair do meu quarto, sem saber o que faria, sabia que precisava
de espaço. Estava encostada na minha cabeceira, navegando pelo Facebook,
quando ele voltou.
— Está feito — informou, sentando-se a minha mesa.
— O quê?
— Tudo. A luta daqui a alguns dias consertará tudo.
Coloquei meu celular no chão, levantando uma sobrancelha. — O que
exatamente você fez, Cole?
Seu sorriso era enorme e arrogante. — Só conversei um pouco com
Trent e seu gerente de negócios.
— Não. Cole, o que você fez? — Senti o pânico crescendo dentro de
mim.
— Relaxe. Está tudo bem. Eu não ameacei assassiná-lo ou algo assim.
— Ok, é um começo. O que aconteceu?
— Bem — começou alongando-se preguiçosamente — fiz um acordo.
Se eu ganhar a luta, ele me dá as fotos.
Eu levantei uma sobrancelha. — E se ele vencer?
— Paro de lutar para sempre.
Olhei-o com minha boca aberta. — Você não pode arriscar tanto.
— Já fiz.
— Não! Volte atrás o acordo. Não me importo com o que você precise
fazer, só desista do acordo.
— Desculpe, esposa — levantou-se — o gerente dele está redigindo os
papéis. É um fato consumado.
Ele começou a andar em direção à porta e eu saí da cama. — Cole!
Ele me olhou enquanto eu caminhava em sua direção. — Você não
pode impedir.
Eu não disse uma palavra. Apenas joguei meus braços em volta do seu
pescoço, meu corpo contra o seu. Cole pareceu surpreso até que pressionei
meus lábios nos dele com força. Por um segundo, não fez nada, então
agarrou meus quadris e me puxou para ele, correspondendo ao beijo.
Foi a primeira vez que me joguei nele e adorei. O cheiro inebriante de
seu corpo invadiu minha mente, nossos lábios colados. Seus músculos eram
rijos, seu imenso corpo praticamente engolindo o meu.
Lentamente puxei minha boca para longe da dele, que não soltou meus
quadris.
— Finalmente cedendo a mim? — Perguntou suavemente.
— Bem que você gostaria — respondi. — Apenas tentando
recompensá-lo.
— Pelo quê?
— Por arriscar tanto. Eu sei o que lutar significa para você.
Eu praticamente podia sentir seu sorriso quando beijou meu pescoço.
— É o que a família faz.
— Nós não somos família — informei, praticamente por hábito.
— Não. Você é apenas minha esposa.
Mordi meu lábio enquanto suas mãos começaram a passear por meu
corpo. — Por enquanto, talvez.
Ele riu baixinho, um som doce e pungente, enquanto beijava minha
orelha. — Você tem sorte de me ter tão completamente.
— Não seja tão idiota — respondi.
Cole me puxou ainda mais contra ele. — Está sentindo?
Balancei a cabeça. Seu pênis estava completamente duro, lutando
contra suas pernas. Lentamente me abaixei pegando o contorno, passando a
mão ao longo de seu comprimento. Ele gemeu e riu levemente.
— É o que você faz comigo. Tudo em você me deixa duro. Seu cheiro,
seus seios, seu sorriso, sua voz. Eu quero te foder até você gritar meu nome,
quero vê-la gozar de novo e de novo.
— Tudo bem — respondi simplesmente.
Lentamente rolei minha palma ao longo de seu pau quando ele me
beijou apaixonadamente, sua boca explorando a minha. Eu o queria tanto,
de fato precisava dele, precisava como nunca precisei de ninguém antes.
Percebi algo quando suas mãos seguraram meus seios e, em seguida,
puxou minha camisa sobre a minha cabeça. Percebi que estava finalmente
cedendo a ele. Depois de tudo, a chantagem, a confusão, finalmente cedi ao
meu meio-irmão, meu marido.
Realmente, ele era apenas Cole. O velho Cole, o homem que me
deixava excitada sempre que estava por perto, o homem com um corpo
incrível, com seu sorriso convencido, sua arrogância e as piadas. Ele era
demais e eu queria tudo, cada pedacinho dele.
Cole soltou meu sutiã e puxei sua camisa. — Faça o mesmo —
ordenei.
Sorriu quando tirou a camisa, depois o short, mostrando sua cueca
boxer justa, seu pênis lutando contra o algodão.
— Sua vez.
Sorri enquanto puxava minha própria calça, revelando a calcinha rosa
claro. Cole agarrou minha bunda com uma das mãos e me puxou
rudemente.
— Exatamente o que eu queria ver. Sua outra mão entrou pela frente da
minha calcinha e começou a provocar meu clitóris. — Uma linda calcinha
rosa. Você não tem ideia do que faz comigo.
Ele apertou minha bunda enquanto continuava a massagear meu
clitóris, eu o beijei, incapaz de responder. Ondas de prazer passaram por
mim enquanto acariciava habilmente meu corpo. Toda vez que me tocava,
aprendia mais sobre o que eu gostava, ficando cada vez mais incrível.
Finalmente tirou a mão e me empurrou para a cama. Eu cambaleei,
rindo, enquanto ele me seguia, praticamente me dobrando sobre a cama.
— Cole! — Eu exclamei.
Uma de suas mãos estava na minha boceta, acariciando-me
suavemente, a outra no meu ombro. Ele se abaixou e senti seu pênis em
minha bunda.
— Não posso evitar. Adoro ver essa bocetinha apertada e sua bunda
redonda.
Mexi meus quadris, sorrindo, enquanto ele continuava em minha
boceta. De repente, Cole se afastou e me virei para vê-lo tirar sua cueca. Seu
pênis grosso estava duro e ereto, sabia o que queria naquele momento.
Caí de joelhos em sua frente. Ele sorriu quando agarrei a base de seu
pau lambendo-o em direção à ponta, provocando-o. Sem desviar meus olhos
dos dele, podia ver o quanto queria que o chupasse, o quanto queria que
minha boca o envolvesse.
Depois de outro segundo de provocação, suguei seu pau duro
profundamente em minha boca. Ele gemeu e passou as mãos por meus
cabelos.
— Foda-se, sim! — Deus, eu amo quando você chupa meu pau.
Comecei sugando forte, minha mão ao longo de sua base. Ele gemeu
forçando minha cabeça para baixo, empurrando seus quadris, fodendo
minha boca. Amei que assumisse o controle de tudo, deixando-o foder
minha boca. Eu queria fazê-lo sentir, queria que gozasse. Adoraria ver sua
porra espessa e branca cobrindo meus seios.
Continuei chupando e rolando minha língua ao longo de seu
comprimento. Ele gemeu quando minha saliva o cobriu e o coloquei inteiro
na minha boca, no fundo da minha garganta.
Finalmente me afastei e ele me colocou na cama, praticamente me
jogando de costas. Suas mãos arrancaram minha calcinha, jogando-a. Ele
abriu minhas pernas começando a lamber meu clitóris.
Agarrei os lençóis tentando não gemer muito alto. Sua boca se moveu
em círculos furiosos, seus lábios sugando, lambendo, rolando em minha
boceta e subindo ao longo do meu clitóris, causando arrepios por minhas
costas.
— Você tem um gosto delicioso.
— Cole! — Eu gemi. — Não fale assim!
— Não posso evitar. Quero comer esta boceta todos os dias.
Ele voltou, sorrindo para mim. Engoli em seco olhando-o enquanto
retirava um preservativo de suas calças.
Voltou para cima de mim, beijando meus seios, seus dedos estocando
dentro e fora de mim.
— Diga que você quer!
— Quero você.
— Diga que você quer meu pau grosso no fundo de sua boceta
apertada.
— Quero muito. Por favor. — Não acreditava que estava implorando,
foi para onde ele me levou. Cole me levou para o abismo e então recuou,
olhando nos meus olhos, prometendo ainda mais se eu simplesmente
cedesse a ele.
E eu queria ceder. Queria que tomasse o que queria, que me tivesse
como queria.
Abriu o preservativo rolando ao longo de seu eixo. E então estava em
cima de mim, minhas pernas cruzadas em suas costas enquanto empurrava
lentamente dentro de mim.
— Foda-se! — Engasguei quando me preencheu.
— Porra, Alex, sua boceta sempre tão apertada — Cole sussurrou em
meu ouvido quando começou a balançar para frente e para trás.
Puxei seu cabelo e ele gemeu, sorrindo enquanto me fodia. Eu abri
ainda mais minhas pernas, deixando seu pau grosso se aprofundar ainda
mais. Cole agarrou meus quadris e empurrou para dentro de mim, senti meu
corpo esquentar enquanto o suor escorria pelo seu peito.
Empurrei meus quadris para ele, enquanto ele me fodia duro e
profundo. Algo estava nos ultrapassando, fazendo-nos esquecer de tudo;
sabia que era ele e seu corpo. Era o que fazia comigo toda vez que nos
beijávamos, toda vez que me abria para ele.
E eu não queria desistir.
— Eu amo estas tetas, porra — exclamou, segurando-as. — E estocar
nesta boceta. O quanto você quer que eu te foda com força?
— Muito — murmurei.
— Eu sei. — Ele beijou meus seios, balançando para trás e enterrando
profundamente. — Sei que você precisa do meu pau para fazer você gozar.
Agarrei seus braços fortes enquanto continuava a empurrar para dentro
de mim, dentro e para fora, rolando através da minha boceta.
De repente, Cole puxou para fora, agarrou meus quadris e me virou. Eu
ofeguei e ri quando empurrou meu rosto para baixo na cama. Eu abri
minhas pernas quando agarrou meus quadris e afundou em meu interior.
Cole me fodeu com força, agarrando meus quadris, empurrando mais e
mais. Mantive meu rosto no edredom, mordendo o tecido para não gritar.
Precisava ficar quieta ou nossos pais poderiam nos ouvir. Ele não pareceu se
importar nem um pouco, enquanto o som de sua pele contra a minha bunda
ecoava de novo e de novo.
Cole estendeu a mão, esfregando meu clitóris quando bateu em mim,
moendo seu pau profundamente entre as minhas pernas. Eu empurrei minha
bunda quando agarrou meu cabelo, puxando-me para trás, instigando-o.
Suas mãos percorreram meu corpo, cobrindo meus seios, tocando meu
clitóris, esfregando meus mamilos.
Eu empurrava de volta para ele, para cima e para baixo em seu pênis,
montando-o.
— Amo transar com você por trás. Adoro esta bunda empurrando no
meu pau.
— Faça-me gozar — ofeguei, mal conseguindo me conter. — Estou tão
perto.
Cole me empurrou para frente novamente e começou a bater duro e
áspero. Eu sabia que não estava se segurando e adorei. Eu apertei seu pau
grosso enquanto empurrava mais e mais fundo. Gemi com abandono, me
perdendo nos movimentos de seus quadris, de seu corpo, do nosso suor.
Senti o orgasmo começando a se construir quando ele agarrou meus
quadris. — Goze para mim, esposa! — Ordenou. — Goze neste pau!
O som da minha bunda contra o seu corpo enquanto ele fodia mais
áspero, suas mãos fortes segurando meus quadris, tudo me deixou louca.
Senti o orgasmo começar em minha boceta e se espalhar em ondas
selvagens, fazendo meus músculos se contraírem, meu corpo inteiro em
espasmos.
— Cole! — Gemi, baixo e profundo quando gozei. — Foda-me, Cole!
— Merda, garota! — Ele praguejou em resposta. Senti seu pau batendo
em mim quando gozei, longa, lenta e profundamente, rolando por meu
corpo como um raio.
E, quando começou a diminuir, ele gemeu. — Porra!
O senti sair de minha boceta e ouvi o preservativo ser tirado.
Eu me virei quando ele se afastou. Assisti enquanto sua espessa porra
cobria meu peito, grossos filetes por todo os meus seios e mamilos. Eu sorri
quando gozou para mim.
E então de repente acabou.
Ficamos deitados na cama, ofegando juntos. A intensidade, ferocidade
e o poder do orgasmo me deixaram completamente exausta, cansada demais
até para limpar o esperma do meu peito. Ele ajudou usando sua camiseta.
— Puta merda! — Exclamei.
— Eu sei — respondeu. Quando terminou de me limpar, se deitando ao
meu lado.
Ficamos assim por um tempo, cobertos de suor, envoltos nos corpos
um do outro. Eu me senti bem, como se estivesse flutuando.

Felizmente, nossos pais não estavam em casa ou estavam totalmente


inconscientes. De qualquer maneira, entramos no chuveiro juntos, deixando
a água morna nos molhar. Ele segurou meus quadris contra os dele, me
beijando suavemente.
— Deveríamos conversar — falei.
— Não — Cole respondeu. — Prefiro transar com você de novo. —
Seus lábios demoraram na minha garganta.
— Mais tarde — sorri. — Temos que falar sobre a luta.
— Nós não temos.
— Não posso deixar você fazer este acordo, Cole.
— Tudo bem, Alex. Está feito.
— E se você perder?
Ele parou e me olhou muito sério. — Não vou perder.
— Como pode saber? E se algo acontecer?
— Eu não vou perder — Cole repetiu, olhando nos meus olhos.
E, embora soubesse que provavelmente era apenas seu jeito normal,
arrogante e confiante, acreditava nele. Por baixo de toda aquela arrogância,
havia um homem extremamente forte e competente. Ele era um lutador e
sempre seria. Tive que acreditar nele.
— Ainda assim, como sabemos que Trent respeitará o acordo?
— O gerente de negócios dele está fazendo um contrato. Eu assino, ele
assina e pronto.
Balancei a cabeça para mim mesma. — Parece arriscado, no entanto.
— Alex. — Olhei para ele. — Não há mais nada neste mundo além de
risco. Às vezes você tem apenas que pular e acreditar que irá pousar em
segurança.
Balancei a cabeça lentamente. — Ok. Confio em você.
— Eu sei. — Cole me beijou de novo, suavemente.
— O que não significa que você pode continuar me chamando de
“mana” ou “esposa”, você sabe — falei quando paramos.
— Não é verdade.
Eu desviei o olhar, sorrindo para mim mesma. — Experimente e veja o
que acontece.
— Ok, mana.
Joguei água nele que riu, soprando-a de volta para mim. — Não é
exatamente um grande impedimento, esposa.
— Ok, você pediu por isso.
O resto da noite foi gasto no chuveiro, fazendo nossos corpos gozarem
outra vez, enrolados um no outro.
E então, novamente, de volta ao quarto. Durante toda a noite, foi ele e
tudo o que estava fazendo.
Eu sabia o que queria e Cole sabia o que eu queria. O problema da luta
ainda pairava vagamente sobre nossas cabeças, porém, por alguma razão
não parecia tão ruim. A incerteza não estava me incomodando tanto quanto
antes.
Eu estava aprendendo a viver o momento com ele.
Estava aprendendo a ceder aos meus desejos, mesmo que fosse errado.
CAPÍTULO DEZOITO
COLE

Eu podia sentir o suor escorrendo pelas minhas costas quando o rugido


da multidão começou a se espalhar sobre mim.
Do outro lado do tapete fino do centro do ringue estava Trent, olhando-
me com um sorriso ameaçador. Sorri de volta e assenti, só para ver como
reagiria, vi quando ele se virou.
As pessoas diziam coisas para mim. Eu balancei a cabeça para eles,
então eles entenderam, na verdade, eu estava longe de lá. Estava na minha
própria cabeça, na minha própria zona de conforto, sentindo lentamente a
raiva calma se acumular em meu corpo.
Meus olhos vagaram pela multidão e eu a vi sentada na primeira fila:
Alexa, com o cabelo preso no alto na cabeça, olhando para mim. Sorri e ela
sorriu de volta. A multidão rugiu novamente e eu desviei o olhar, com medo
de que a visão dela minasse minha raiva.
Os últimos dias foram um borrão de treinamento. Ronnie se ofereceu
para treinar comigo e, juntos, treinamos mais do que jamais treinei antes. Eu
vivi e respirei a luta, aprendendo tudo o que podia sobre Trent, me senti tão
pronto quanto poderia estar.
Há dois dias, parei totalmente meu treinamento e preparação. Havia
feito tudo que podia, decidi que não queria exagerar. Continuei meus treinos
através de Alexa, transando com ela noite e dia e, basicamente, passando
tanto tempo com ela quanto conseguia.
Depois da luta, quem sabe o que aconteceria? Se eu perdesse, Trent
poderia publicar aquelas fotos e destruir nossa família. Eu nunca mais
lutaria de novo, algo que parecia ser apenas um problema distante, um
problema com o qual teria que lidar.
As duas únicas coisas com as quais eu me importava eram Alexa e
surrar Trent até ele sangrar.
O locutor do ringue disse alguma coisa e Ronnie me empurrou para o
centro. O árbitro estava dando a habitual palestra de merda sobre regras,
então fiquei lá ouvindo enquanto Trent tentava me encarar.
Não havia medo em mim. Nunca houve. Todas as vezes em que lutei,
nunca senti que algo ruim pudesse acontecer. Estava calmo, tão calmo
quanto jamais estive em minha vida. Finalmente, o juiz terminou a preleção
e voltei para o meu canto. Ronnie havia deixado o ringue estava de pé do
lado de fora da gaiola.
— Lembre-se — ele gritou — chute-o na cara.
Sorri e assenti. — Na fodida cara — gritei de volta.
Ronnie me deu um sinal de positivo e eu olhei para Trent do outro lado
do ringue.
Ele estava sacudindo os músculos. Eu não sentia nenhum nervosismo e
não precisava me aquecer mais. Havia passado as últimas duas horas
repassando lentamente meu roteiro de combate. Eu estava mais pronto do
que nunca. A única coisa que eu precisava era o som da campainha.
Minhas mãos estavam enluvadas e protegidas, podia sentir a brisa do
ar-condicionado do local. As luzes eram brilhantes tornando o ringue quente
pra caralho, não importava. Era no mesmo local em que ganhei minha
última luta, o que era bom. Senti-me confortável, embora a multidão fosse
duas vezes maior e três vezes mais barulhenta, também seria transmitida
pela TV. Nada disso me incomodou.
Eu fiquei lá, inspirando e expirando. Dentro e fora. Profundo e solto.
Então a campainha tocou.
Me movi para frente, minhas mãos levantadas, saltando ligeiramente
nas pontas dos pés. Trent veio até mim imediatamente, lançando golpes
furiosos.
Nós trocamos socos. Ele queria partir para um nocaute rápido, foi um
erro se sua parte. Eu me segurei, usando minhas mãos tanto quanto meus
pés, ele estava claramente preparado para meus chutes. Trent era um bom
lutador com os pés, talvez um dos melhores e, no passado eu sempre tive
que derrubá-lo para ganhar.
Só que eu não queria. Senti a raiva se contorcer dentro de mim
enquanto revidava, dando um soco furioso que aterrissou, seguido por outro
chute. Ele tropeçou e eu poderia ter pressionado, não o fiz.
Ao contrário, tirei meio segundo para preparar meu próximo ataque.
Eu poderia tê-lo levado para a direita e até talvez ganhasse a luta por
submissão, não pude.
Ele voltou para mim, lançando golpes pesados. Eu tanto levei quanto
dei, um soco após o outro, podia sentir que meu corpo estava machucado.
Estávamos circulando, então mergulhando para atacar como tubarões
famintos, recuando ensanguentados e feridos.
Foi um dos rounds mais brutais da minha vida. Quando o sinal tocou,
encerrando a ação, fui para o meu canto. Ambos estávamos sangrando de
cortes no rosto e cuspi uma bola de sangue vermelho brilhante,
provavelmente de um dente.
— O que você está fazendo? — Ronnie gritou acima do barulho. —
Essa merda foi brutal.
Eu balancei a cabeça, incapaz de falar.
— Tem que derrubá-lo, cara. Você pode vencê-lo no chão. Em seus
pés, vocês estão quites. Qualquer merda pode acontecer. Porém, lá embaixo,
cara, você pode acabar com ele.
Eu balancei a cabeça novamente, bebendo água.
— Foda-se, Cole! Porra, mate-o! — Ele recuou quando o próximo
assalto estava prestes a começar.
Fiquei de pé, sentindo a raiva, abraçando a multidão. Eu não podia
olhar para Alexa, pois sabia que, ao ver preocupação dela, mudaria de ideia.
Eu queria voltar lá e punir Trent com meus punhos até que ele soubesse
quem era o verdadeiro lutador.
Então foi exatamente o que eu fiz. Por mais um assalto, eu me mantive
firme e lutamos, trocando golpes como boxeadores. Foi o round mais lento
e doloroso da minha vida. Nossos ferimentos estavam se acumulando,
porém nenhum de nós estava disposto a ceder. Eu podia sentir a frustração
de Trent, porque provavelmente acreditava que seria capaz de vencer a luta
de pé.
Ele estava incrivelmente errado. Não tinha ideia do quanto éramos
iguais em pé, quão mais forte eu fiquei no último ano. Trent era um bom
lutador, só não era nada comparado ao que eu me tornei.
Coloquei alguns chutes fortes em seu corpo. Eu poderia dizer que ele
estava sofrendo pela maneira como se movia, sabia que ele estava frustrado
e queria atacar. Trent ficaria desleixado. Eu só precisava ter certeza de que
estava pronto para tirar proveito quando ele finalmente cambaleasse outra
vez.
O segundo assalto terminou como o primeiro, ambos ensanguentados e
feridos. A programação era de oito, porém, no ritmo que lutávamos, nunca
conseguiríamos. Um de nós desmoronaria de exaustão.
O próximo round aconteceu e depois outro. Nas duas vezes Ronnie
gritou para eu derrubá-lo, para lutar com ele no chão, para tentar conseguir a
submissão. Em ambas eu o ignorei, decidindo ficar de pé e lutar com Trent,
de igual para igual. Eu nunca recuei, nunca cedi, embora estivesse
sangrando e ferido em mil lugares diferentes, eu poderia dizer que estava
ganhando. Não no placar, talvez, Trent estava ficando desleixado, frustrado.
Eu tinha algo a provar. Precisava mostrar ao mundo que tipo de lutador
eu era. Não havia muitos homens que pudessem resistir a Trent do jeito que
eu resistia, lutando com ele em seu estilo preferido. Havia ainda menos que
poderiam derrubá-lo a qualquer momento.
O quinto assalto começou. Eu sentia que um dos meus dentes estava
solto e o olho esquerdo de Trent estava quase fechado pelo inchaço. Nós
parecíamos insanos, quase fiquei surpreso com o fato de o árbitro deixar o
round começar. Lá estávamos nós, cara a cara, tentando novamente.
Trent ficava descuidado e irritado. Eu via a raiva gravada em seu rosto,
raiva pura e desenfreada. Eu me senti calmo, embora a raiva fervilhasse
abaixo da superfície, me impulsionando para frente. Ainda assim, ele dava
golpes selvagens, tentando desesperadamente me derrubar.
Eu me descuidei. Eu não sabia o que estava pensando. Provavelmente
estava mais desidratado e exausto e com mais dor do que imaginava.
Enquanto lutávamos, um daqueles seus socos desesperados pousou
diretamente no meu queixo.
Ouvi o estalo dos meus dentes e o grito coletivo da multidão.
Cambaleei, chocado. Respirei fundo, mas minha mente estava
desorientada e flutuando. Eu dei outro passo para trás quando Trent veio até
mim. Mal tive tempo de levantar minhas mãos para me defender quando ele
começou a chover golpes em mim.
Eu estava caindo. Sabia que estava caindo. Meus olhos estavam
arregalados de terror quando perdi o equilíbrio, caindo para trás.
Alexa. Eu havia falhado com ela. Nunca mais lutaria novamente. O
pior de tudo, a estava decepcionando.
Então algo me pegou, me segurou. Pensei que poderia ser meu anjo da
guarda, empurrando meu corpo de volta para a posição de luta. Levei meio
segundo para descobrir que estava encostado na cerca de arame que
circundava o ringue.
Os punhos de Trent choveram sobre mim e eu podia ouvir vagamente
Ronnie gritando. Sabia que o juiz pararia a luta a qualquer segundo, se não
me recompusesse.
Recostando-me e usando a força para me dar algum impulso, lancei-me
em Trent com um movimento quase suicida. Ganhei outro soco que fez
minha cabeça cambalear deixando meus pensamentos confusos, mas meu
corpo atingiu Trent.
Nós caímos juntos no tapete.
A multidão se tornou um barulho baixo e lento acontecendo em algum
lugar distante. Eu podia sentir a pele escorregadia de Trent e ouvir os
grunhidos vindo de sua boca enquanto lutava para se afastar de mim.
Esqueci quem eu era e o que estava fazendo. O lugar todo parecia
assustador, sinistro, como um pesadelo. Algo parecia rastejar do teto, algo
feito de luzes. As pessoas diziam meu nome, ou algo parecido com o meu
nome, cantando repetidamente, distorcido e vagamente real, algo que
significava para mim, mas não era realmente o que eu era chamado. Meu
corpo estava leve e minha cabeça era pura escuridão, eles estavam lutavam
entre si.
Então voltei à realidade.
Antes que Trent pudesse se afastar, agarrei seu ombro. Tudo voltou
para mim naquele momento e, embora minha cabeça continuasse leve e
ainda estivesse mal, sabia que o tinha. Ele estava de costas, indefeso, agarrei
seu corpo puxando-o para mim.
Trent revidou, porém não tinha boa técnica. Francamente, ele estava
descuidado, ainda tentando dar socos enquanto nos abraçávamos no chão.
Seus golpes eram fracos, não tinham força porque ele não tinha poder de
pressão. Enquanto isso, eu estava ganhando a batalha pelo posicionamento o
que, no final das contas, me daria a vitória.
Depois de um momento de luta, tomando outro soco fraco no nariz que
não foi muito mais do que picada, o coloquei de costas. Sentei-me em seu
peito enquanto nossas mãos lutavam pelo domínio.
Durante toda a luta, eu mostrei a ele de novo e de novo que queria
bater nele. Eu queria dar um soco nele, fazê-lo sangrar, vencer dando-lhe
uma surra. Eu queria ir para o grande e vistoso golpe no rosto.
Foi exatamente o que ele deve ter pensado. Suas mãos e corpo estavam
protegendo seu rosto dos meus punhos, tão ocupados que deixou a guarda
aberta para um dos mais simples movimentos de submissão em todos os
combates.
Eu bati em seu ombro e desci minha mão entre seus braços, agarrando
seu tríceps. Dei um soco e ele imediatamente se defendeu, era o que eu
queria. Eu empurrei seu rosto para o lado e balancei minha perna ao redor
de sua cabeça, mantendo meus quadris baixos.
Depois girei meus quadris, rolando para o lado e levando o braço dele
junto comigo. Eu enganchei minhas pernas sobre seu rosto, empurrando-o
para o tapete, torci seu pulso e movi meus quadris, colocando uma
quantidade tremenda de pressão em sua articulação. Seu braço estava
espalhado em toda a extensão do meu corpo, e eu tinha controle total sobre
ele, a barra do braço travada e terminou.
A sala ficou em silêncio. O juiz estava no rosto de Trent, que se
recusava a desistir. Ele estava lutando, mudando seu peso, movendo seus
dedos, gritando de dor.
Eu não o deixaria levantar. Eu sentia os ossos de suas articulações em
agonia sabia que estavam prestes a quebrar.
— Bata! — O juiz gritou.
— Porra! — Trent respondeu em agonia.
Estava exausto. Eu estava cansado da luta, cansado de Trent, cansado
do estresse. Eu queria que tudo terminasse.
Movi meus quadris e torci violentamente seu pulso. Que se quebrou
com um som satisfatório.
Ele bateu no tapete e o juiz nos separou.

Foi tudo um borrão. Um segundo eu estava quebrando o pulso e o


cotovelo de Trent, no seguinte eu estava de pé no vestiário dos fundos,
bebendo uma garrafa de água. Os aplausos da multidão, as entrevistas, as
felicitações, tudo parecia ter acontecido com outra pessoa.
O vestiário estava cheio. Havia pessoas da mídia, a maioria das quais
estava conversando com Ronnie, também havia outros lutadores,
promotores e pessoas da indústria. Parecia mais uma festa do que um
vestiário.
Depois de um minuto, Ronnie se virou para mim. — Cara, eu não
posso acreditar que você quebrou o cotovelo dele.
— O pulso também — resmunguei.
Ele sorriu. — Bem lembrado. Não posso esquecer.
— Parece que meu dente está solto. — Eu mexi um dos meus molares.
Ele riu alto. — Você está brincando? Você já se olhou no espelho?
— Ainda não.
Ele enfiou a mão em um armário e trouxe um espelho de mão. Eu o
segurei e olhei para o meu rosto. Eu estava coberto de sangue e ferimentos,
parecia um pedaço de carne na qual alguém bateu seguidamente por uma
hora. Mal parecia comigo mesmo. Inferno, mal parecia humano.
— Porra! — Eu costumava ser tão bonito.
— Você voltará a ser.
Joguei o espelho para longe e me sentei em um banco. — Combate
difícil — falei.
— Você não está brincando. Você está bem?
— Eu não preciso de um médico, se é o que você quer saber.
— Não, cara. Você acabou de olhar… deprimido.
Dei de ombros. — Acho que eu queria machucá-lo mais.
Ronnie se sentou do meu lado, balançando a cabeça em descrença. —
Cara, você ficou de pé com um dos melhores lutadores do momento. Então
você quebra a porra do seu braço e reclama que não o machucou o
suficiente?
Como eu poderia explicar a ele? Eu sempre me senti assim depois de
uma briga. A incrível adrenalina da violência de repente desaparecida e eu
sentia falta, faria qualquer coisa para recuperá-la. Os lutadores estavam
constantemente à procura de algo que nunca conseguiriam, pois no ringue
eles estavam muito ocupados lutando por sua vida para desfrutar e nunca
poderiam ter a mesma experiência fora dele.
E, de repente, havia alguém parado na minha frente. — Uh, Cole? —
Ronnie disse. — Você tem uma visita.
Eu olhei para cima.
Tudo de repente parecia bem.
Alexa sorriu para mim. Eu fiquei de pé. — Ei.
Ela jogou os braços em volta de mim, abraçando-me com força. Doeu
em mil lugares diferentes e gemi de dor, mas a agarrei abraçando-a com
mais força.
Era a emoção que eu estava sentindo falta.
Todas as emoções que reprimi por tanto tempo retornaram. Toda a
raiva, ressentimento e medo, também o amor, o amor do caralho. Senti seu
corpo esmagado contra meu torso machucado e quebrado e soube que nunca
pararia de lutar, porque ela estaria comigo.
Ela se afastou um pouco. — Você parece uma merda.
— Obrigado. — Me afastei olhando-a com seriedade. — Ouça, Alex.
Tudo ficará bem. Estou pronto para te dar o divórcio.
Ela mordeu o lábio, franzindo a testa. — Você está falando sério?
— Totalmente. Chega de brincadeiras. Pegue os papéis vou assiná-los.
Ela me encarou por um segundo e depois se jogou em mim novamente,
esmagando sua boca na minha. Doeu como uma puta, ao mesmo tempo era
incrível.
Eu passei meus braços em volta dela e correspondi ao beijo.
A sala ficou em silêncio. Eu não me importei, a beijei de forma rude e
apaixonada, sabendo que tudo estava finalmente acabado e estávamos
tornando realidade.
— Uh, pessoal? — Ronnie falou.
Nós nos separamos, no entanto, a única coisa que eu podia ver era ela,
que sorriu levemente, olhando diretamente nos meus olhos.
— Então, é um sim? — Eu perguntei. — Sobre o divórcio. Só estou
tentando deixar claro.
Ela me bateu e riu. — O que você quiser, babaca.
— Você sabe que existem dez câmeras nesta sala e todos estão olhando
para nós, certo?
Ela lentamente ficou vermelha. — Eu sei.
— E nós não fizemos nenhuma coisa maluca para esconder?
— Eu sei.
Eu sorri abertamente. — Por que agora?
— Porque não quero me esconder. Não você, não mais.
Eu olhei para o salão. — Todo mundo dê o fora — ordenei em voz alta.
Houve um leve murmúrio. — Cara, eu não tenho certeza — Ronnie
começou a dizer.
— Pessoal — eu gritei. — Saiam todos! Agora!
Todo mundo saiu lentamente da sala. Alexa estava sorrindo como uma
louca e Ronnie balançando a cabeça.
— Você deveria ser mais simpático. Essas pessoas podem ajudar em
sua carreira — ele murmurou enquanto seguia os outros para fora.
Quando o local estava vazio, olhei para Alex. — Só eu e você.
— Sim. Só eu e você.
Eu a puxei para mim. A dor invadiu meu corpo, não me importei.
Alexa parecia incrível naquele vestido, como se tivesse nascido para
usá-lo.
— E agora? — Eu perguntei.
— Agora — sorriu diabolicamente — eu serei muito gentil.
Ela beijou meus lábios, tão gentilmente quanto poderia.
CAPÍTULO DEZENOVE
ALEXA
QUATORZE MESES DEPOIS

O vento estava enlouquecido quando voltava para o apartamento. Eu


estava um pouco sem fôlego e meus pés me matando, apesar de me sentir
incrível.
Para o primeiro dia no trabalho, eu me saí muito bem.
O vento soprou de novo, tive que me segurar num poste de energia.
Pessoas passaram, algumas delas me encarando e eu balancei minha cabeça.
Eles não a chamavam de Cidade dos Ventos sem motivo.
Quando caminhava pelo quarteirão, minha cabeça ainda estava se
recuperando do meu primeiro dia de trabalho. Claro, eu era apenas uma
estagiária editorial, mas receberia um salário decente e comecei a trabalhar
em um programa de notícias real. O WCNJ era apenas o afiliado local da
NBC em Chicago, mesmo assim era um trabalho incrível.
E nunca teria conseguido sozinha. Eu tive ajuda, muita ajuda, havia
alguém esperando em casa que merecia um pouco de agradecimento. Eu me
sentia excitada só de imaginar exatamente como lhe pagaria por ser tão
paciente comigo.
Finalmente, desisti da caminhada traiçoeira e chamei um táxi. Cinco
minutos depois, descia em um bairro muito menos movimentado. Paguei e
dei gorjeta ao taxista o observando ir embora, sorrindo para mim mesma.
Morávamos no segundo andar de uma casa reformada, basicamente um
segundo andar sem elevador. Não era glamorosa nem enorme,
absolutamente perfeita para nós dois.
Destranquei a porta e subi as escadas. Entrei olhando ao redor com um
grande sorriso no meu rosto.
— Ei Co — chamei, parando brevemente.
— Oi, docinho!
— Papai! — Corri e joguei meus braços em volta dele, abraçando-o
com força. — O que você está fazendo aqui?
Ele riu. — O que, não posso visitar minha filha?
— Claro que pode. Só pensei que você ainda estivesse em casa?
Ele se afastou e encolheu os ombros. — Bem, a aposentadoria me fez
bem, eu acho. Posso viajar sempre que quiser e ninguém pode reclamar.
Sorri, balançando a cabeça.
Tanta coisa aconteceu desde a luta há um ano. Tanta coisa havia
mudado e, no entanto, parecia que nada realmente aconteceu. Meu pai
esticou as costas e olhou em volta do apartamento.
— Lugar realmente agradável — comentou. — Não tão bom quanto
em casa, mas é bom. — Sorriu. — Cole disse que chegaria em breve. Ele
tem uma surpresa para você?
— Eu não sei nada sobre surpresas.
Papai riu e sentou-se na pequena mesa da cozinha. — Bem, me conte
tudo.
Eu me sentei na frente dele e comecei a falar.
Era difícil acreditar que meu pai estivesse aposentado. Eu ainda o
imaginava como o homem de negócios sério fazendo reuniões e tomando
decisões importantes. Agora, porém, ele só falava em jogar golfe e passar
tanto tempo com Cindy quanto possível.
Algo ainda difícil de acreditar, na verdade. Mesmo depois do escândalo
a respeito de Cole e eu, Cindy e papai ficaram juntos. Resistiram à
tempestade e, apesar de ele ter sido forçado a se aposentar para salvar a
companhia, pareciam melhores do que nunca.
Eu me senti horrível por causa deles. Eu odiava que minhas decisões
tivessem obrigado meu pai a se aposentar quando ele realmente não queria.
Eu sabia que beijar Cole naquela noite foi egoísta, estúpido e impulsivo, não
pensei nas consequências. Havia apenas Cole e o quanto eu o queria.
Nós fomos massacrados na mídia. A relação entre meios-irmãos já era
ruim o suficiente, rapidamente descobriram que éramos casados.
Desnecessário será dizer que foi uma grande confusão. Papai estava
magoado e Cindy nos tratou friamente. Aos poucos eles passaram a aceitar
nosso relacionamento e o gelo começou a derreter.
Não foi fácil para ninguém. A imprensa teve um maldito dia de glória
com a coisa toda. Minha manchete favorita era “Garotos da Tecnologia
Enfrentam Meses de Doce Fornicação”. E não era nem o pior. Eu fui
chamada de algumas coisas muito desagradáveis nos tabloides, tentei o meu
melhor para ignorá-los.
Cole queria sair e brigar com todos os repórteres que diziam uma
palavra ruim sobre mim. Ele não fez, claro, apesar de sua frustração ser
palpável.
Tudo acabou eventualmente. As semanas se transformaram em meses e
as pessoas praticamente se esqueceram de nós. Voltei para a faculdade e me
formei com notas decentes. Mantive meu nariz nos livros enquanto ansiava
pelo meu namorado lutador praticamente todas as noites. Passei tanto tempo
com Lacey quanto pude, ela era muito mais social do que eu.
Simultaneamente, a carreira de lutador de Cole começou a decolar quando
venceu alguns adversários bem conhecidos, tudo por causa de sua vitória
sobre Trent. De sua parte, Trent honrou o contrato, embora realmente não
precisasse naquele momento.
— Parece incrível, querida — papai falou quando terminei de contar
sobre o meu primeiro dia no canal de notícias.
— Eu sei. Nunca realmente me vi trabalhando para um programa de
notícias, agora aqui estou eu.
— É realmente ótimo. Honestamente. E Chicago é uma cidade incrível.
— Fria — reclamei.
Eu estava acostumada com o clima agradável da Califórnia. Eu não
sabia como era a neve até nos mudarmos para Chicago.
— Você se acostumará.
De repente, a porta sacudiu e se abriu. Eu assisti quando algo que
parecia uma planta gigante tropeçou pela porta, fechando-a com um chute.
— Cole? — Eu chamei rindo.
— Ajude-me aqui — ele gemeu.
Papai se levantou e ajudou. Cole sorriu largamente enquanto
colocavam as flores e a caixa de bolo no balcão da cozinha. Parecia que ele
havia comprado uma floricultura inteira.
— Você não precisava fazer isso.
— O quê? Não comemorar o grande dia da minha esposa?
Ele jogou os braços em volta de mim e me deu um pequeno beijo. Eu
queria muito mais, embora fosse o melhor que conseguiria com meu pai
pairando sobre nós.
Era estranho ainda estar casada. Às vezes falávamos sobre os papéis do
divórcio, nunca chegamos a assinar. Até tínhamos a intenção de fazer no
início, a vida rapidamente atrapalhou tudo. Era fácil esquecer quando
estávamos juntos o tempo todo, basicamente como se fôssemos casados de
qualquer maneira. Mesmo quando estávamos afastados enquanto eu estava
na faculdade, não importava em nada.
Nós estávamos apaixonados. Estava completamente apaixonada por
ele, apesar de tudo.
Talvez um dia tivéssemos um casamento de verdade, não algum falso
que nem sabíamos que era de verdade.
— Bem, o que você me deu?
Ele me mostrou as flores e o bolo. Eles escreveram meu nome errado.
— Como você conseguiu digitar “Alexa” incorretamente? — Papai
resmungou, ainda assim era incrível.
Cole não teve nenhum problema em se mudar para Chicago comigo.
Embora o centro de sua vida profissional tenha sido a Califórnia, conseguia
trabalhar em qualquer cidade importante por causa de sua crescente
popularidade. Ele possuía uma invencibilidade de quinze lutas, um recorde,
estávamos mais que financeiramente confortáveis.
Meu trabalho era mais um sonho. Nunca soube o que eu queria fazer
até que encontrei a postagem em um site de empregos e só sabia que
precisava conseguir. Cole me escreveu uma carta de recomendação
estranhamente sincera e me apoiou durante todo o processo.
Sem mencionar que mudou sua vida e me seguiu para uma cidade
inteiramente nova.
— Então celebremos — Cole, abriu uma garrafa de champanhe.
— Aqui está para Alexa — disse papai. — E para você, Cole. Que
vocês tenham tanta felicidade quanto merecem.
Sorri. — Obrigada, papai. — Nós brindamos e bebemos.
O dia terminou assim, nos sentamos e conversamos, colocando os
assuntos em dia. Eventualmente, papai se cansou e decidiu voltar para o
hotel. Nós prometemos que o veríamos amanhã e o assistimos subir no táxi.
Quando meu pai se foi, desabei no sofá, direto nos braços de Cole.
— Longo dia? — Ele perguntou.
— Sim, muito longo. Quando meu pai chegou?
— Cerca de uma hora antes de você chegar em casa.
— Como foi?
Cole deu de ombros, beijando meu pescoço. — Não foi ruim. Não
contei a ele que passamos a maior parte do tempo fodendo nos últimos dias.
— Cole. — Sorri. — Pare!
— Você sabe que é verdade — ele sussurrou no meu ouvido.
— E daí? — Virei e o fitei. Ele sorriu e eu suspirei, minha cabeça
zonza, leve e livre. Eu o beijei suavemente nos lábios.
— Eu te amo, idiota.
— Eu também te amo, esposa.
Sorri beijando-o com mais força, pressionando meu corpo contra o
dele.
Talvez muitos relacionamentos não tenham começado com um
casamento. Nem começaram com casamente entre meios-irmãos. No
entanto, eu não trocaria o que tínhamos por nada no mundo.
Porque, a cada dia que passava com Cole, me sentia melhor que o
anterior.
Quando me deixei perder em seu corpo, sabia que as coisas dariam
certo.
Ele era meu marido. Talvez fosse apenas uma coisa legal, embora
significasse cada vez mais. Por causa dele, eu tive a coragem de ir atrás do
meu emprego no canal de notícias, de me mudar para outro estado. Ele me
fez mais forte, mais disposta a viver o momento.
E Cole fez outras coisas por mim. Coisas que definitivamente eu não
contaria ao meu pai.
Cole o lutador, meu homem. Eu permaneceria com ele, de um jeito ou
de outro, hoje e sempre.

FIM
Notas
[←1]
Seniorite é um termo coloquial usado principalmente nos Estados Unidos e no Canadá
para descrever a menor motivação em relação aos estudos, exibidos por estudantes que
estão chegando ao final de suas carreiras no ensino médio, na faculdade e na pós-
graduação ou no final do ano letivo em geral.
[←2]
Cavalos = horses, puta = whores. As palavras parecem, então ela brinca com isso.
[←3]
MMA é para perdedores,
[←4]
E.R, seriado de televisão norte-americano (Plantão Médico).
[←5]
Duro e difícil em inglês podem ser expressados pela mesma palavra “HARD”, por isso
o jogo de palavras.
Table of Contents
CAPÍTULO UM
CAPÍTULO DOIS
CAPÍTULO TRÊS
CAPÍTULO QUATRO
CAPÍTULO CINCO
CAPÍTULO SEIS
CAPÍTULO SETE
CAPÍTULO OITO
CAPÍTULO NOVE
CAPÍTULO DEZ
CAPÍTULO ONZE
CAPÍTULO DOZE
CAPÍTULO TREZE
CAPÍTULO CATORZE
CAPÍTULO QUINZE
CAPÍTULO DEZESSEIS
CAPÍTULO DEZESSETE
CAPÍTULO DEZOITO
CAPÍTULO DEZENOVE

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