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Dom Casmurro – Machado de Assis

No início da obra, o narrador Bentinho explica como escolheu o título para o seu livro. Assim,
ele conta que conheceu um poeta em uma viagem de trem. O jovem recitou alguns versos,
mas Bentinho, já velho, fechou os olhos algumas vezes. O poeta, então, achou que ele estava
cochilando e, ofendido, lhe chamou de Dom Casmurro.

Em seguida, o narrador inicia a narrativa de suas memórias, que começa quando ele tem 15
anos. Nessa época, Capitu, uma jovem de 14 anos, é sua vizinha. Os adolescentes têm uma
forte amizade, o que incomoda o agregado da família, o amante de superlativos José Dias.

Desconfiado da relação entre os jovens, ele sugere à D. Glória, mãe de Bentinho, que já é hora
de enviar o rapaz para o seminário. Isso porque, quando o menino nasceu, sua mãe fez uma
promessa de que ele seria padre. Dessa forma, se apresenta um obstáculo ao amor do jovem
casal, o que, enganosamente, faz parecer que o livro é um romance romântico.

Apesar de o casal tentar fugir da separação imposta pela promessa de D. Glória, Bentinho
acaba indo para o seminário de São José, onde conhece Ezequiel de Sousa Escobar. Logo os
dois rapazes iniciam uma forte amizade, e Bentinho fala de seu amor por Capitu. Escobar,
então, tem a ideia que permitirá que Bentinho abandone o seminário.

Para ocupar o lugar de Bentinho, D. Glória deve escolher um rapaz órfão e fazer dele padre.
Assim, ela não quebra a promessa feita e deixa o filho livre para, um dia, se casar. Desse modo,
o protagonista sai do seminário, estuda Direito e, com 22 anos, é um bacharel. Em seguida, ele
e Capitu se casam e podem ser felizes para sempre.

Poderiam, se Dom Casmurro fosse um livro romântico, mas como é uma obra realista, a vida
do jovem casal logo se mostra distante do ideal de felicidade. O primeiro problema a perturbar
a aparente alegria dos dois é a ausência de filhos. Bentinho quer ser pai; porém, Capitu não
consegue engravidar.

Eles são grandes amigos do casal Escobar e Sancha, que têm uma filha, cujo nome também é
Capitolina, em homenagem à esposa de Bentinho. Para diferenciar uma da outra, a menina é
chamada, carinhosamente, de Capituzinha. Quando, finalmente, Capitu fica grávida e nasce o
filho de Bentinho, eles retribuem a homenagem e batizam o menino com o nome de Ezequiel.

Agora parece que Bentinho e Capitu vão ser felizes para sempre, mas, então, Escobar morre
afogado. Durante o velório do amigo, o sofrimento de Capitu faz com que Bentinho, pela
primeira vez, desconfie que a esposa tinha um caso com seu amigo Escobar. A partir daí, a vida
do casal se torna um inferno, pois a desconfiança de Bentinho acaba com qualquer chance de
felicidade.

O ciumento Bentinho logo começa a perceber que seu filho Ezequiel se parece bastante com o
falecido Escobar. Então, adquire a certeza de que o menino não é seu filho, mas do defunto. E
seu desespero é tão grande que, em uma ocasião, ele está prestes a se matar com um café
envenenado, quando o filho entra em seu gabinete:

Se eu não olhasse para Ezequiel, é provável que não estivesse aqui escrevendo este livro,
porque o meu primeiro ímpeto foi correr ao café e bebê-lo. Cheguei a pegar na xícara, mas o
pequeno beijava-me a mão, como de costume, e a vista dele, como o gesto, deu-me outro
impulso que me custa dizer aqui; mas vá lá, diga-se tudo. Chamem-me embora assassino; não
serei eu que os desdiga ou contradiga; o meu segundo impulso foi criminoso. Inclinei-me e
perguntei a Ezequiel se já tomara café.

No entanto, o narrador acaba desistindo do suicídio e do assassinato. Por fim, decide falar
abertamente com a esposa. Diante das acusações, ela nega. Entretanto, não há mais como
salvar aquele casamento. Assim, Bentinho resolve mandar Capitu e Ezequiel para a Europa, de
forma a manter as aparências."

Veja mais sobre "Dom Casmurro" em: https://brasilescola.uol.com.br/literatura/dom-


casmurro.htm

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