Você está na página 1de 34

Exame de História dos Media – 09 de junho de 2023

→ A História da Comunicação
o A História da Comunicação engloba todo o processo desde a
formação do mundo, uma vez que desde sempre existiu
comunicação.
▪ Como é de conhecimento geral, a comunicação é
dependente da linguagem. A existência de seres pensantes
conduz a que haja obrigatoriamente uma linguagem.
▪ Para além da linguagem, também é indissociável do conceito
de comunicação, o pensamento: O pensamento traduz-se
através da palavra. É ainda importante referir que a
linguagem e o pensamento permitem ao homem refletir
sobre si próprio e sobre o mundo que o rodeia.
o Desta forma, podemos chegar ao seguinte esquema:

Necessidade de Comunicação – Surgimento da Linguagem – Códigos Comuns

o Esta sequência de acontecimentos levou à existência de formas


comunicativas, nomeadamente de cariz oral, gestual e escrito.
→ A Evolução da Imprensa
o Com a evolução da imprensa, dá-se o alargamento do número e do
tipo de impressões, de forma que, o que estava anteriormente
reservado a uma elite passa a estar acessível às grandes massas,
propagando-se no tempo e no espaço. Exemplo disto é o jornal.
▪ Antes de ser comercializado, o jornal era dado de forma
gratuita, uma vez que existia a vontade e a necessidade de
comunicar e levar as novidades às massas populacionais. O
jornal era quase como um serviço público.
→ Os Jornais
o Considera-se que os primeiros jornais tenham sido as “acta
diurna”, que consistiam numa espécie de jornal oficial, que servia
para relatar os trabalhos do Senado durante o período do Império
Romano.
▪ Dentro destas “actas”, eram contidas conquistas militares,
políticas e até conquistas relacionadas com a ciência.
▪ Estas espalharam-se por todo o império, criando a ideia de
que absolutamente todos precisavam de saber o
funcionamento do todo.
o Posteriormente, surgem as pequenas folhas manuscritas – de folha
única, de notícia única – normalmente bastante atrasada em
relação ao momento em que ocorreu o acontecimento noticiado.
▪ Quem é que pensa, no contexto da sociedade, em tirar
partido da imprensa?
• Primeiramente, o clero. Como já tinha sido estudado
anteriormente, o clero mostrava-se como sendo
aquele que maior partido pretendia tirar do
desenvolvimento da imprensa, uma vez que queriam
ter poder sobre a informação que alcançava o povo.
• A Coroa e a nobreza também contribuíam para o
desenvolvimento da imprensa, no entanto foi a
burguesia quem mais tirou proveito da imprensa, no
sentido em que era a classe social que sentia maior
necessidade de comunicar entre si.
o Sobre a burguesia, os homens de negócios
como os banqueiros e os mercadores davam
bastante uso a esta forma comunicativa, de
forma que lhes fosse possível comunicarem os
preços das mercadorias.
o O jornal desenvolve-se a partir do século XVII, por dois grandes
motivos: Primeiramente, pela invenção de Gutenberg e,
simultaneamente, pelo desenvolvimento dos transportes.
▪ Os jornais vão ser inicialmente órgãos do governo e tinham
a função de informar, mas também de divertir e distrair o
leitor.
▪ É importante mencionar que os primeiros jornais surgiram
em países como a Alemanha, a França, a Bélgica e a
Inglaterra.
▪ Os jornais diários surgem apenas no século XIX e, até então,
os jornais consistiam em publicações periódicas, no sentido
em que surgiam com uma determinada frequência, por
exemplo podiam ser de cariz semanal ou mensal, uma vez
que a sua publicação dependia exatamente dos
acontecimentos que iam ocorrendo. – “Se existissem
notícias, era feita a folha. Caso contrário, não era feita.”
o No contexto português, o Diário de Notícias trouxe a Portugal algo
que não existia antes. Este levou as novidades aos locais mais
afastados da região centro e mais especificamente da Grande
Capital. É ainda importante referir que este foi o primeiro jornal
nacional.
▪ Os primeiros impressos eram destinados para as regiões
mais longínquas e os últimos para as grandes cidades, como
é o caso da grande Lisboa.
o Como é de conhecimento geral, os jornais estavam sob a alçada
governamental, fazendo com que estes fossem objeto de censura,
sobretudo os de notícias de âmbito local, com o intuito de evitar
tumultos e revoltas.
▪ Foi a Inglaterra quem deu os primeiros passos pela
liberdade de imprensa, no início do século XVIII.
▪ Na França, a censura vai prolongar-se até 1789, tendo o seu
fim com a Revolução Francesa.
o A liberdade de imprensa era encarada com temor, uma vez que até
então a imprensa era utilizada como um serviço de propaganda
governamental.
→ O Século XIX
o O século XIX é considerado o século de ouro para a imprensa, uma
vez que se deu a revolução industrial e permitiu o desenvolver
desta área em específico.
▪ O trabalho mecanizado vai substituir o trabalho manual e,
no final deste século, surgem as primeiras agências
noticiosas.
o Vão surgir ainda duas grandes invenções que marcam
profundamente a evolução material da imprensa. Nomeadamente,
a rotativa, que vai substituir o prelo e o linótipo.
▪ O Linótipo consiste numa máquina inventada por Ottmar
Mergnthaler em 1886, na Alemanha, que funde em bloco
cada alinha de caracteres tipográfico.
→ O Desenvolvimento da Imprensa
o Aumento da População;
o Aumento do Acesso ao Ensino;
o A Industrialização;
▪ Na passagem para o século XX, assiste-se a um aumento
considerável no número de tiragens, mas a uma diminuição
no número de publicações.
▪ É o aparecimento dos audiovisuais que vem quebrar o
monopólio até aqui criado e praticado pela imprensa.
→ As Telecomunicações do Século XX
o Primeiramente, tele é um advérbio grego, que significa «ao longe».
Este conceito vai contribuir para o iniciar de uma revolução
comunicativa.
▪ Nos finais do século XIX desenvolve-se o telégrafo e as
vantagens são compreensíveis devido à rapidez de
transmissão. – Samuel Morse vai ser o criador do telégrafo,
assim como do código morse, também conhecido como
alfabeto morse, composto por traços e pontos.
• O primeiro telegrama é enviado de Washington para
Baltimore, no ano de 1844.
o Nesta série de acontecimentos, surgem os primeiros telefones,
chamados de acústicos e posteriormente são substituídos pelos
elétricos. Tanto os telefones quanto os telégrafos necessitamos de
um fio condutor, no entanto com a evolução chegamos à TSF, ou
seja, a Telefonia Sem Fios.
▪ A TSF permite transmitir o pensamento humano à distância,
sem qualquer instalação intermédia. – Iniciam-se assim
processos de transmissão, onde existe um emissor,
responsável por enviar através de antenas, corrente de alta
frequência, que geram ondas eletromagnéticas hertzianas,
que se propagam até ao recetor.
▪ Com a escrita e com a voz a longa distância, surge a ambição
de conjugar a imagem à voz.
→ A Televisão
o A televisão vai consistir numa invenção conjunta e não de apenas
um investigador e criador.
▪ Esta surgiu perante um desafio interessante: captar a
imagem, transmiti-la e reproduzi-la nitidamente no local de
receção.
o Em 1923, a BBC vai ceder os seus estudos relativamente a este
desafio e em 1935 dá-se a primeira pequena emissão televisiva.
▪ O primeiro noticiário surge apenas em 1943.
→ Os Liberais
o Estes tentavam acompanhar a evolução da imprensa com a
reforma educativa, por considerarem que este meio era promissor
para o desenvolvimento da consciencialização cívica dos cidadãos.
▪ Embora existisse esta vontade, a liberdade de imprensa
nunca chegou a ser implementada na sua totalidade, devido
a variados fatores:
• A censura prévia nunca chegou a ser
verdadeiramente extinta e houve sempre quem
respondesse aos abusos face à liberdade de
imprensa.
o Neste âmbito, havia uma vasta regulação por
parte do Tribunal Essencial de Proteção da
Liberdade de Imprensa. Este durou um ano e
pronunciava-se contra os abusos de liberdade
de imprensa.
→ O Setembrismo
o O Setembrismo consistiu num regime político que vigorou desde
1836 até ao golpe de Estado dirigido por Costa Cabral, no ano de
1842.
o Os setembristas eram considerados como sendo a ala mais à
esquerda do movimento liberal, uma vez que eram defensores da
soberania popular.
▪ Estes lutavam ativamente pela substituição da Carta
Constitucional de 1826, outorgada pelo soberano, por uma
constituição aprovada por um congresso democraticamente
eleito pelo povo.
• O Setembrismo surge, desta forma, como um partido
de oposição ao Cartismo.
→ O Cabralismo
o O Cabralismo vai consistir num período histórico-político ainda
mais repressivo do que o anterior setembrismo.
▪ Algumas das medidas consistiam, por exemplo, na criação
de impedimentos económicos aos jornais; multas elevadas;
julgamentos por abuso da liberdade de imprensa; assalto a
tipografias (com destruição do material existente e
espancamento dos trabalhadores), entre outros.
• O Governo de Costa Cabral vai suspender todos os
jornais, com a exceção dos jornais de cariz oficial,
científico e literário. Com isto, desenrola-se uma
revolta, que leva ao desenvolvimento da atividade de
propaganda. (Um exemplo de um jornal que foi
vítima desta opressão é “O Espectro” – um dos mais
importantes jornais clandestinos da época).

→ A Lei das Rolhas


o A Lei das Rolhas é apresentada pelos Cabralistas no ano de 1850.
o Esta vai ser aprovada e promulgada por Dona Maria a 3 de agosto
de 1850.
▪ Mas em que consistia esta Lei?
• A Lei das Rolhas foi apresentada como sendo a
solução para a situação da imprensa na política da
época. Esta foi uma lei extremamente criticada, assim
como protestada, uma vez que tinha por objetivo
maior silenciar os meios de comunicação jornalística.
• Esta possuiu uma duração curta, uma vez que o
regime de Costa Cabral foi deposto pela
Regeneração.
o Curiosidade: A Lei das Rolhas possuía esta
denominação, porque o efeito que pretendia
possuir sobre a opinião pública e sobre os
media era exatamente o mesmo do objeto –
tapar (silenciar) e não deixar que (a
informação) chegasse ao exterior.
→ A Regeneração
o A Regeneração consiste num período histórico que decorre com o
golpe militar de 1 de maio de 1851.
▪ Com este golpe, é instaurado um novo regime político – a
monarquia constitucional.
• O governo vai ser, então, presidido pelo Marechal
Saldanha, mas a figura de relevo deste regime vai ser
Fontes Pereira de Melo. Figura esta que mais tarde
origina um movimento denominado “Fontismo”.
→ O Desenvolvimento económico e a modernização do país
o A Imprensa durante o período da Regeneração e do Fontismo
▪ Dá-se uma adoção de processos mecânicos consideráveis;
▪ Aumentam as tiragens e baixam os preços, tornando os
jornais em meios informativos mais acessíveis e populares;
• Interessa a todas as classes sociais e é, agora,
acessível a mais “bolsas”;
• É nesta altura que vai surgir o Diário de Notícias (DN),
mais especificamente no ano de 1865, tendo por
autoria Eduardo Coelho;
o O Diário de Notícias e a sua importância
enquanto primeiro jornal nacional:
▪ Apresenta factos, assim como a
verdade dos acontecimentos.
▪ Dá início à imprensa noticiosa e ao
declínio da imprensa baseada na
opinião.
▪ Alargamento da rede de
correspondentes na província.
▪ Sistema de enviados especiais aos
estrangeiros.
▪ Desenvolvimento das agências
noticiosas nacionais.
▪ Desenvolvimento do género
jornalístico de reportagem.
▪ Procura por uma informação isenta e
objetiva, sem ligações políticas e
partidárias.
▪ Os jornais passam a ser dirigidos às
massas e não somente a uma camada
social intelectualmente mais
desenvolvida – a elite.
→ A Influência do jornal sobre o público
o As notícias passam a apresentar um carácter objetivo, deixando de
ter por objetivo influenciar o leitor na tomada de uma decisão.
o Não é o público que procura o jornal, mas sim o jornal que procura
o público.
o Os jornais deixam de apoiar fações políticas.
o A imprensa passa a ser sustentada por grupos financeiros, de
forma que o jornal passe a ser encarado como uma mercadoria,
existindo sempre uma predominância da intenção de venda.
▪ Relativamente ao processo de venda de jornais, a venda
passa a ser efetuada de forma direta, ou seja, inicia-se a
venda de cariz ambulante.
• Curiosidade: É o Diário de Notícias, o responsável
pelo iniciar deste tipo de vendas na rua, uma vez que
era um processo mais eficaz.
o A imprensa estende-se a um maior número da população, devido
à baixa dos preços. É ainda importante referir que a venda a baixo
preços era apenas possível devido à angariação de publicidade.
▪ A partir do século XIX, os anúncios passam a ser a principal
fonte de receita dos jornais. Contudo, juntamente com a
maior receita provém a maior luta financeira, uma vez que
surge o “imposto sobre os anúncios”.
→ Os Progressos Tecnológicos
o O DN vai ser o primeiro jornal a ser impresso numa rotativa.
o O público lê cada vez mais jornais, por isso as tiragens são cada
vez maiores.
o Com o processo de industrialização, é simultaneamente
modificado o papel dos jornalistas, uma vez que, anteriormente, o
papel jornalístico enquanto carreira profissional recaía muito
sobre a defesa dos interesses, assim como das opiniões pessoais,
algo que vai sofrer uma grande mudança, já que passa a ser
valorizada a objetividade, a seriedade e a imparcialidade noticiosa.
→ O Século XIX – A Censura durante o Absolutismo (Miguelismo)
o O processo de censura era exercido pela “Mesa do Desembargo do
Paço”.
o Houve uma diminuição acentuada do número de periódicos.
o Tornou-se comum a perseguição face aos jornalistas, assim como
a vigilância relativamente aos jornais.

→ A Revolução Liberal de 1820


o Após a revolução liberal, inúmeras instituições foram derrubadas
e modificadas. No entanto, a censura prévia manteve-se tanto
quanto a livros, quanto a publicações periódicas.
▪ Contudo, o governo de cariz liberal vai lançar, nesta época,
uma portaria com o objetivo de regular a censura, assim
como facilitar a liberdade de imprensa.
o Neste âmbito, surge a Constituição Liberal de 1826, que
pressupunha a liberdade de imprensa (embora a censura nunca
tenha sido abolida na sua totalidade).
▪ No dia em que esta constituição foi assinada, o próprio
governo decidiu criar uma comissão de censores, com o
intuito de vigiar as publicações periódicas. Assim,
desenvolve-se um quotidiano regido pela tese «Temos
liberdade, mas…».
→ O percurso desde a Revolução Liberal até à Liberdade de Imprensa
o A Primeira Lei relativa à Liberdade de Imprensa
▪ A 12 de julho de 1821 foi promulgada a primeira lei
portuguesa que garantia a liberdade de imprensa e, neste
âmbito, vai ser ainda desenvolvido um tribunal próprio que
procurava proteger a liberdade de imprensa.
• A Lei da Imprensa de 1821
o Esta lei foi assinada e promulgada por Dom
João VI.
o Abolia a censura prévia.
o Considerava a liberdade como um apoio ao
sistema constitucional.
o A própria constituição (aprovada pelas cortes
de 1822) passa a estabelecer a livre expressão
do pensamento, nomeadamente nos artigos 7
e 18.
▪ Com o estabelecimento da liberdade de
imprensa, nasce a imprensa de opinião,
assim como o próprio jornalismo
opinativo.

→ O Lado menos positivo do liberalismo português


o A indústria tipográfica mantinha-se, ainda, extremamente
rudimentar.
▪ Existiam apenas tipografias nas cidades de Lisboa, Porto e
Coimbra – Tanto a Imprensa Real quanto a Imprensa
Universitária, localizavam-se em Coimbra.
o Os liberais tentavam acompanhar a evolução da imprensa com as
reformas realizadas no âmbito da educação, por considerarem que
este meio desenvolvia a consciencialização cívica e social.
o A liberdade de imprensa nunca chegou a ser verdadeiramente
implementada na sua totalidade:
▪ A censura prévia nunca chegou a ser abolida na sua
totalidade. – Esta consistia numa censura efetuada antes da
publicação do próprio periódico.
▪ Para além da censura prévia, existia, ainda, a censura a
posteriori, ou seja, a censura realizada após a publicação
dos periódicos.
o Embora a censura fosse uma realidade, existiam sempre
pessoas que respondiam aos abusos face à liberdade de
imprensa. Neste sentido, é importante mencionar que
existia um tribunal especializado na proteção da liberdade
de imprensa (O Tribunal Especial de Proteção da Liberdade
de Imprensa). Este tribunal durou aproximadamente 1 ano e
pronunciava-se contra os abusos neste âmbito da censura.
▪ Assim, era necessário ter cuidado com aquilo que era
escrito, assim como publicado, uma vez que podia ser
considerado um abuso à liberdade de imprensa.
→ A Primeira República – 5 de outubro de 1910
o Devido ao cada vez mais claro declínio do sistema monárquico,
começam a circular ideais republicanos.
▪ Neste âmbito, a 1 de fevereiro de 1908, o rei Dom Carlos e
o príncipe herdeiro Luís Filipe são assassinados por
anarquistas.
▪ Com isto, João Franco sobe ao poder, mas não tarda até se
demitir. Em simultâneo, são libertados vários presos
políticos, entre eles os republicanos.
• O período da primeira república foi um momento de
grande instabilidade, devido à existência de variados
governos provisórios. Neste sentido, a primeira
república não vem resolver os problemas nem de
cariz social nem económicos.
→ O Republicanismo
o Primeiramente, é importante referir que o republicanismo,
enquanto movimento de cariz político, económico e social, apoia-
se sobre a imprensa, enquanto arma para combater o regime
vigente.
▪ Dentro deste conceito republicano, vai surgir um género
jornalístico, nomeadamente o Jornalismo Republicano. Este
consistia num jornalismo de cariz ideológico, militante,
sensacionalista e focado nas massas sociais.
o Esta mesma época de transição, ou seja, o período marcado pelos
finais da monarquia e pela implantação da república, vai ser
marcada pela presença da “Portaria Muda” (este conceito baseava-
se na ideia de Censura Prévia).
▪ Uma das medidas mais gravosas desta portaria muda foram
os delitos de imprensa tratados pela política correcional, ou
seja, consistiam em sanções.
→ A Implantação da República
o Com a Implantação da República, dá-se uma vasta abertura no que
diz respeito à liberdade de imprensa e de pensamento.
▪ Neste sentido, são criadas as “Leis da Defesa da República”
– estas instauraram uma censura temporária, causada pelo
surgimento da Primeira Grande Guerra em 1917.
• A censura relacionada ao período bélico era
apreendida como uma arma política do governo de
Sidónio Pais – O Sidonismo – este vai desde
dezembro de 1917 até dezembro de 1918.
• É ainda importante relembrar que este conceito de
censura prévia foi sempre difundido como sendo
algo temporário, uma vez que consistia numa
estratégia política.
▪ A Censura presente no Sidonismo consistia em medidas
como:
• A restrição da liberdade de imprensa.
• Os jornais passaram a ser suspensos, não podendo
voltar a ser divulgados.
• Só eram permitidos jornais considerados “amigos do
governo”.
• É posto em prática o empastelamento dos jornais.
o Importante: O conceito de empastelamento
consiste no processo de invasão de gráficas e
dos jornais; na destruição de tipos, rotativas
e, ainda, equipamentos editoriais.
→ A Censura de Guerra
o A censura de guerra consistia num processo censório exercido por
comissões especializadas nomeadas pelo governo.
o Os censores eram acusados de cortar sem critérios e, ainda, cortar
notícias que se relacionassem com a guerra que decorria.
▪ A segurança interna do Estado (durante o período de guerra)
estava acima de tudo.
▪ Assim sendo, vai ser instaurada a Comissão de Defesa da
Imprensa e, no ano de 1917, esta estabelece uma moção,
apelando à correta aplicação da censura e à diminuição de
matéria censurável.
→ A Contextualização do Jornalismo na Primeira República
o Tanto o fim da estratificação social, quanto o início do conceito de
classe operária levam variadas mudanças a ocorrer no seio social.
Estando, entre muitas outras:
▪ O aumento da imprensa operária;
▪ Os tipógrafos mal pagos;
▪ A consciência da censura passa a ser uma realidade para os
leitores (os jornais surgiam com espaços em branco devido
à censura prévia);
▪ Multiplicação das publicações periódicas;
▪ Jornais apresentam grandes dificuldades financeiras;
▪ Desaparecimento de jornais de cariz monárquico e católico;
• Isto porque, na teoria, com a instauração da Primeira
República, instaura-se um Estado Laico;
o Ao contrário do que ocorre no Estado Novo (onde a censura com o
lápis azul surge de forma “subtil” e indetetável ao olhar do leitor),
na Primeira República as notícias que eram censuradas eram
deixadas em branco, ou seja, os próprios leitores sabiam da
existência da censura.
→ O Estado Novo
o No ano de 1926, instaura-se uma ditadura militar em Portugal;
o Todos os jornais passam a ter nas suas páginas, a designação
“Visado pela Comissão de Censura”;
▪ A censura do Estado Novo extrapola os jornais e alarga-se
aos espetáculos públicos;
▪ A Constituição de 1933 deixa claro o futuro da imprensa
portuguesa;
→ A Constituição de 1933
o Dá-se o abandono de todas as práticas políticas liberais;
o Surge uma desvalorização da opinião pública;
o Cabe, agora, ao Estado, defender a opinião pública, de todos os
fatores que desorientam a verdade, a justiça, a administração e o
bem comum;
o A Constituição consagra a liberdade de expressão, reunião e
associação, mas logo de seguida assume a censura como
instrumento de governação;
o Através da “desculpa” de estarem a proteger a liberdade, boicota-
se a opinião pública;
→ A Censura e o Secretariado de Propaganda Nacional
o A censura assume a função de criar uma nova mentalidade social,
para regenerar o país;
o Surge um regime regido pelo seguintes valores – Deus, Pátria,
Família;
o Estamos, assim, perante um regime marcado pela autoridade,
disciplina, hierarquia e ordem;
→ O SPN – Secretariado de Propaganda Nacional
o Este foi criado no ano de 1933;
o Tinha por intenção maior a “formação da consciência pública”;
o Cabia-lhe utilizar a rádio, a imprensa, o cinema e o teatro para
promover o regime e incutir os seus valores;
o Consistia numa “política de espírito”, como assim o definia o seu
primeiro diretor António Ferro;
→ Outros Meios de Formação de Consciência
o Ministério da educação;
o Mocidade portuguesa;
o Legião Portuguesa (servia para combater o anarquismo e o
comunismo);
o A igreja católica como poderosa aliada do Estado Novo;
o PVDE – Polícia de Vigilância e Defesa do Estado;
o PIDE – Polícia Internacional de Defesa do Estado;
→ Direção Geral dos Serviços de Censura
o Censura prévia (ocorria maioritariamente sobre os jornais) e a
censura à posteriori (que ocorria maioritariamente sobre os
espetáculos públicos);
o Censura paralela – quando os cidadãos passam a denunciar outros
cidadãos;
▪ Alarga-se o âmbito temático da censura;
▪ Deixam de existir limites censórios – os censores cometem
excessos e contradições;
▪ Os jornais procuram tentar “contornar” a censura;
▪ Os jornais passam, ainda, a publicar mais notícias
estrangeiras do que notícias nacionais;
→ O início da rádio
o Através das rádios amadoras (como em todo o mundo) – as
emissões eram pequenas, pouco regulares e de pequena
abrangência;
o Em 1906, dá-se a primeira transmissão de rádio (voz e música) a
nível mundial. Mais especificamente, na noite de Natal pelo
canadiano Reginald Fressenden;
o As primeiras emissões regulares de entretenimento começaram
em 1920, na Argentina e nos Estados Unidos;
o Em Portugal, os primeiros ensaios da TSF ocorreram em 1902, por
José Celestino Soares, aluno do Politécnico de Lisboa. Em 1923,
fundou a Rádio Academia de Portugal;
→ Problemas à Implementação da Rádio em Portugal
o Inexistência dos equipamentos de rádio adequados;
o Lentidão do público na aceitação da ideia;
o Problemas técnicos a nível da emissão e da receção;
o Instalações precárias, improvisadas e provisórias;
o Entraves legais relativos à licença concedida pelos Correios e
Telégrafos (CT) e a necessidade de atribuição de um código a cada
estação, como é o caso do CT1AA;
→ A História da Rádio
o A 1 de março de 1925, dá-se a primeira emissão de rádio em
Portugal, através do CT1AA – emissão concretizada com sucesso;
o Também neste ano, os CT (Correios e Telégrafos) ordenaram o
encerramento das emissoras, por considerar-se estarem a emitir
notícias falsas para o estrangeiro;
▪ Importante mencionar que as emissões não alcançavam
sequer a fronteira;
o Alargou o seu âmbito de difusão e emissão e chegou mesmo a
atingir o estrangeiro;
o A CT1AA (Estação Rádio de Lisboa) adquire mais radioamadores e
caminha para a sua profissionalização;
o Em 1930, é publicado o primeiro diploma que regula a TSF. Nesta
altura, as emissões continuavam muito curtas em tempo e
decorriam sobretudo de noite;
o O Estado Novo proibia a existência de publicidade – entrave ao
desenvolvimento técnico da rádio, que leva ao encerramento de
vários postos emissores;
o Surgem as primeiras grandes emissoras nacionais, como é o caso
da RCP (Rádio Clube Português, criado a 22 de novembro de 1931,
por Botelho Moniz);
▪ O que trouxe de novo à Rádio Portuguesa?
• Instalações modernas;
• Primeiros carros de exteriores;
• Fez a primeira transmissão de um jogo de futebol
(Portugal – Hungria, em 1933);
o Em 1935, o Estado toma consciência do poder da TSF e cria a sua
própria estação de rádio: A Emissora Nacional, encerrando o posto
de emissões da CT1AA;
o Em 1937, a Igreja Católica, ao aperceber-se do fenómeno
radiofónico, cria a Rádio Renascença;
→ A Rádio nos anos 50
o Foram considerados os anos de ouro da rádio em Portugal – a rádio
tinha um papel mais importante do que tem hoje em dia a
televisão;
o A rádio encontra a expectativa do público e desenvolve uma maior
maturidade e credibilidade;
o Dá-se a introdução dos folhetins (fait divers e romances), assim
como dos teatros radiofónicos;
→ O que traz a Portugal, a maturidade radiofónica?
o Evolução tecnológica;
o Sistemas de produção;
o Programas mais bem trabalhados e profissionais dedicados;
o Estudo da rádio – Começam a surgir as primeiras vozes críticas da
rádio, a analisá-la e a estudá-la como um fenómeno;
→ As Características da Rádio dos anos 50
o Programas de cultura popular e brejeiros;
o Manifestações culturais clássicas;
o Eventos sociais colocados acima das notícias em termos de
prioridades;
o Aborda temas considerados tabu, como é o caso das manifestações
revolucionárias;
o Tecnicamente evoluída;
→ A Evolução Técnica
o Esta foi alcançada através do Plano de Radiofusão Nacional (1940),
que foi responsável por:
▪ Aumentar o número de emissores;
▪ Proporcionar a evolução no sentido da miniaturização;
▪ Iniciar a instalação de frequência modeladas (FM), que leva
a uma melhoria na qualidade de transmissão da mensagem;
o A rádio evoluiu para a televisão durante os anos 50 e é, até aos
dias de hoje, considerada a mãe da televisão, uma vez que a
própria televisão passa a ser alimentada pelos profissionais da
rádio;
o Em 1946, surge a primeira televisão dentro da EN, sendo que a
primeira locutora de televisão foi Maria Armanda Falcão, até então
locutora de rádio, com o programa “Sorriso RTP” feito na Feira
Popular;
→ Rádio dos Anos 50 e 60 – Característica Globais:
o Rádio de Entretenimento – A EN era considerada a “animadora
nacional” por uns, e a “maçadora nacional” por outros;
o Tradicional – programação tradicional, sobretudo o cariz
humorístico, desportivo e os discos pedidos;
o Propagandística – programação utilizada pelo governo do Estado
Novo para melhor difundir as suas ideias;
o Censurada – havia sobretudo censura de cariz “à posteriori”,
exercida através dos informadores de programação e por uma
estrutura rígida de inspeção;
o Rotineira – grelhas programáticas não mudavam;
o Diurna – era uma rádio que apenas emitia durante o dia, embora
devido à sua tradicionalidade fosse uma rádio “sonolenta”;
o Falta de Recursos Técnicos e Humanos;
→ As Rádios Piratas
o Estas mudaram o cenário da rádio, as suas técnicas e, até mesmo,
o próprio jornalismo;
▪ As rádios piratas moviam-se até ao próprio terreno para
reportar a informação, enquanto as rádios oficiais e
legalizadas limitavam-se ao jornalismo de secretária;
o Várias rádios universitárias começaram como rádios pirata;
o O fenómeno das rádios piratas começou na Europa e nos Estados
Unidos nos anos 60, mas chega apenas a Portugal nos anos 70 e,
sobretudo, após o 25 de abril;
o “O espírito das rádios piratas era um espírito de comunidade e
envolvência”;
o Após o 25 de abril, os jornalistas e locutores que vieram das
antigas colónias trouxeram uma forma de fazer rádio mais aberta
e de certa forma mais descontraída e livre;
▪ Isto porque, o sistema de censura face às colónias era muito
mais leve, uma vez que era realizado à distância;
▪ As transmissões efetuadas nas colónias não eram
transmitidas no âmbito nacional, ou seja, existia uma
relação com falta de mutualidade, no sentido em que eram
enviadas as transmissões da metrópole para a colónia, mas
o inverso não ocorria;
→ Rádios dos Anos 50 e 60 – Exemplos Minoritários (como o RCP)
o Esta era também chamada de “Rádio Nova”, uma vez que se
mostrava inovadora (já que rompia com o tradicionalismo) e
rebelde (pois quebrava normas, fugia à censura e tinha um novo
estilo de linguagem e conteúdos);
o Esta era uma rádio “de transpiração”, ou seja, não consiste em algo
improvisado, mas sim trabalhado previamente;
o Para além disto, era ainda uma rádio “de rua”, uma vez que vai à
procura de informação e que não se limita ao estúdio ou “à cabine”;
o Era uma rádio marcado por ser dinâmica, apelativa, chamativa e
ritmada;
o Adota, ainda, uma nova estética (a emissão como uma obra de
arte), uma nova postura (descontraída e informal), uma nova
linguagem (mais agradável de ouvir), novos conteúdos, novos
ouvintes e ouvintes cada vez mais jovens;
o Era, por fim, uma rádio moderada, uma vez que não defendia as
ideologias do governo, mas não se opunha às mesmas diretamente;
→ A Emergência da Rádio e o Entretenimento
o A centralidade da rádio alterou as relações sociais e familiares
(centralidade esta, mais tarde substituída pela televisão);
o A rádio depressa se transformou no primeiro verdadeiro meio de
comunicação de massas (a programação erudita depressa tendeu
para o entretenimento com vista à captação das massas);
o O Nascimento de um Novo Entretenimento:
▪ O início da rádio é marcado pelos radioamadores;
▪ O verdadeiro boom da rádio acontece no final da primeira
Guerra Mundial;
▪ Alteração do paradigma da comunicação – 1 emissor para
um pluralidade de recetores;
• A Rádio revela-se, desde sempre, como uma forma de
entretenimento;
• A caixa de música depressa se transformou num
negócio (vendendo o seu espaço/tempo de antena);
o Necessidade de conquistar um maior número
de ouvintes – tanto mais quanto fosse
possível;
o O que leva à transformação da programação
(programas de comédia e radionovelas);
▪ A rádio é encarada como um marco no desenvolvimento de
conteúdos de entretenimento;
▪ Entretenimento com finalidades de cariz social, política e
cultural;
o O Entretenimento no interior do lar

Arenas, teatros,
Sem a rádio
estádios
Entretenimento
Individualmente,
Com a rádio em casa de cada
um

• Anos 30/40 – Consumo do entretenimento (em casa) aumenta de forma


significativa;
• Anos 50 (pós segunda guerra mundial) – entretenimento com papel ainda
mais importante no quotidiano das pessoas;
o Importante – a rádio dá início ao processo de estandardização dos
produtos culturais – típico das sociedades de massas;

Processo da O mesmo produto para


homogeneização muita gente

Início da "indústria
O que se mantém até
Estandardização cultural"
aos dias de hoje?
(Adomo e Horkheimer)

Quebra da fronteira
A ráido preparou terreno
entre a esfera pública e a
para a televisão
esfera privada

• O Impacto Social da Rádio:


o Alterou a organização social;
o Criou novas interações sociais;
o Abriu as comunidades locais ao exterior;
o Criou um sentimento de identidade nacional comum;
• O Impacto da TSF
o Rádio temática de informação;
o Desenvolvimento de novos conceitos;
o Programas de antena aberta;
o Existência de “janelas” fora dos noticiários;
o Uso extensivo do direto e a adaptabilidade da emissão;

→ A História da Televisão
o Existem duas datas fulcrais para a televisão portuguesa:
▪ 1954 e 1956
• Os primeiros passos:
o Um ano depois das emissões regulares de
rádio em 1921 nos Estados Unidos
(Pittsburgh), descobre-se em Berlim “uma
forma de enviar fotografias pela rádio” (Lopes,
1982).
o Em 1926, no Reino Unido fez-se a primeira
transmissão experimental de televisão.
o Foi possível com o disco de varredura
mecânica, inventada em 1884, pelo polaco
Paul Nipkow;
o 1932 – A BBC faz o primeiro programa de
televisão regular do mundo.
o Mais tarde, Vklaimir Zworvkin inventa o
sistema de varredura eletrónica, que passa a
ser utilizado pelas redes de televisão.
o Em Portugal
▪ Só na segunda metade do século XX começam os estudos
para se instalar a televisão.
▪ Primeiro projeto para criar a primeira estação de TV surgiu
nos anos 30. No entanto, a RTP foi constituída em 1955 -
uma sociedade anónima destinada a instalar e a explorar,
no território português, o serviço de televisão.
▪ Em setembro de 1956 – primeira emissão experimental.
Emissões regulares no ano seguinte, 1957.
▪ RTP chega à Madeira em 1972 e aos Açores em 1975.
▪ Existem dados que mostram que um grupo de
radioamadores portugueses conseguiu transmitir imagens
animadas (construindo um disco de Nipkow).
→ A RTP durante o período experimental:
o Programação baseada em filmes, música e revistas filmadas
(Sobral, 2012 apud Santos, 2007);
o Forte intervenção estatal, que se mantém até aos dias de hoje;
o Orientação comercial da programação – começou com a introdução
da publicidade nesta fase;
→ Emissões Regulares da RTP
o Começam a 7 de março de 1957;
o Televisão assume pretensões de instrução e distração;
o Televisão com poucas capacidades inventivas – voltada para a
informação e a ficção;
o Programação marcada pelo teleteatro;
o Tornou-se na principal voz dos regimes salazarista e marcelista;

→ Marcos Históricos da TV Nacional


o A RTP 2 surge em 1968
▪ Em 1969 surge o programa Zip Zip, que se torna num ícone
da televisão nacional, apresentado por Raúl Solnado, Fialho
Gouveia e Carlos Cruz;
▪ É um símbolo de uma pequena revolução comunicacional,
por causa do formato , mas também em conteúdo;
▪ Nacionalização da RTP após o 25 de abril de 1974, passando
a sua programação a focar-se no entretenimento;
▪ 1977 (aos 20 anos da RTP) – transmite a primeira novela
brasileira – Gabriela;
Anotações das Aulas do Professor João Miranda:
→ A Profissão Jornalística e o Discurso Jornalístico – Campo
Especializado e Autónomo de Produção Discursiva
o Definição de Normas
o Formação
o Associativismo
▪ Essencial para monitorizar a aplicação das próprias normas
da agenda mediática portuguesa
→ O Monopólio Legal da Atividade
▪ A capacidade de garantir e controlar quem pode aceder à
profissão.
▪ No âmbito jornalístico é alvo do monopólio de forma
divergente das demais profissões do quotidiano moderno.
→ Comparação entre o jornalismo anglo-americana e o jornalismo
francês (até século XX)
o Culturais
▪ Conceção de Jornalista (Realidade Francesa)
• Origem da atividade jornalística no âmbito literário
• Jornalismo visto como uma ocupação complementar
• Jornalismo encarado como uma etapa anterior ou
complementar de uma carreira literária
• Jornalismo encarado como uma passo intermédio no
alcançar de uma carreira política
▪ A Realidade Anglo-Americana
• Jornalistas cedo adquirem direito a assento no
Parlamento e no Congresso
• Figura de repórter (repórter de tribunal, recebendo à
linha)
o Por exemplo, repórteres de diferentes
localidades iam a julgamento de tribunal e
muitas vezes recebendo à linha
• Repórteres estrangeiros
• Emergência do correspondente especial e do
correspondente de guerra (segunda metade do
século XIX)
o Jornalistas especializados que são enviados
especificamente para contextos bélicos
• Surgimento dos entrevistadores
→ Importante – Henry Morton Stanley foi o primeiro repórter a tornar-se um
nome relevante por direito próprio.
→ É nesta altura que surgem as primeiras agências noticiosas
o 1835 – Havas na França
o 1836 – Primeira entrevista num jornal
o 1839 – Primeira entrevista a um presidente dos Estados Unidos
o 1846 – Associated Press nos Estados Unidos da América
o 1849 – Wolffs Telegraphisches Bureau na Alemanha
o 1851 – Reuters no Reino Unido
→ 1870 – Jornais franceses começam a empregar repórteres permanentes
o Os repórteres eram vistos como o tipo de jornalismo inglês, ou
seja, era um estilo jornalístico mal visto.
▪ A situação dos repórteres no Reino Unido era marcada pela
crítica, pelos abusos, pela precariedade e pelas fracas
condições laborais.
▪ O Associativos no Reino Unido
• “Contradição do profissional Proletário” – Kaul, 1986
o Pessoas que desenvolvem o jornalismo eram
vistos geralmente como intelectuais (a ideia
burguesa do trabalhador), mas na realidade a
situação profissional dos jornalistas acabava
por ser extremamente precária e
contraditória.
▪ A Situação Francesa
• Sindicato Nacional dos Jornalistas – 1918
• Questão da ordem profissional
• Lei Brachard (1935)
o É a lei que na prática cria e define legalmente
quem é jornalista – é apenas jornalista quem
tem carteira jornalística.
• Estatuto de jornalista
• Carteira de jornalista
▪ Primeiros passos para um ensino especializados em
jornalismo
• 1860 – instauração de um curso em impressão no
Washington College
• 1873 – Kansas State College
▪ Debate da formação dos jornalistas
• Formação profissional e superior
• Humanidades e ciências sociais
• Técnica, prática e teoria
o Primeiros códigos deontológicos jornalísticos dos EUA
▪ Código dos jornalistas do Kansas - 1910
▪ Código dos jornalistas do Missouri - 1921
▪ Código dos jornalistas de Oregon - 1922
▪ Código dos jornalistas da ANSE - 1922
▪ Sigma Delta Chi – 1926

o Associativismo dos jornalistas portugueses no virar do século XX


▪ 1934 – Sindicato Nacional de Jornalistas
• Estatutos adequados aos moldes do sindicalismo
corporativo
• Gestão do acesso à atividade profissional
• Apatia institucional
• A questão da Ordem Profissional dos Jornalistas
▪ História da Carteira Profissional
• Antecedentes
o 1934 – dois tipos de títulos profissionais
o 1941 – carteira profissional dos jornalistas –
obrigatória
• Formação
o 1979 – curso de comunicação social (UNL)
o 1993 – curso de jornalismo (UC)
→ A Explosão do USS Maine – Relevância Jornalística
o O navio USS Maine afunda no porto de Havana, após uma explosão
o Os jornais culpam Espanha, mas o país nega ter afundado o navio
→ O Corolário do papel da imprensa na Guerra EUA – Espanha
o Acentuar das críticas ao modelo de jornalismo praticado pelos
dois jornais
o Novembro de 1898 – Numa reunião da equipa editorial, Pulitzer
anuncia a moderação do tom adotado pelo jornal
o Final dos anos 1890 – Alfred Ochs assume o controlo do The New
York Times: “All the News That’s Fit to Print.”
→ Desaparecimento do Jornalismo Amarelo
o Absorção de várias características específicas do Jornalismo
Amarelo nas práticas dominantes do jornalismo
o Novos objetivos e ambições de Hearst, nomeadamente na política
▪ Muitas daquelas características acabaram por ser
absorvidas pelos outros jornais, o que resultou numa
erosão desse mesmo paradigma
→ O Legado de Hearst
o Expansão do portefólio de jornais no início do século XX (Boston,
Chicago, Atlanta, Los Angeles…)
o Novas ambições políticas – no âmbito local e nacional
o Hearst Corporation, Inc.
▪ Investimento no jornalismo amarelo, mas também numa
série de outras secções como canais desportivos e outros
géneros de imprensa escrita
→ O Legado de Pulitzer
o Pulitzer, Inc. – adquirida em 2005 pela Lee Enterprises
o Escola de Jornalismo da Universidade de Columbia
o Prémios Pulitzer
o Impacto de Pulitzer no Jornalismo

Até que ponto é que estas práticas presentes no jornalismo amarelo


estão, ou não, no jornalismo contemporâneo?
→ Affaire Dreyfus – 1894 até 1906
o Segunda metade de 1894 – a descoberta do bordereau; Alfred
Dreyfus é acusado de entregar documentos secretos à Alemanha
o Embora o julgamento decorra à porta fechada, a imprensa confere
grande atenção ao caso
o 1896 – Provas de que o crime terá sido cometido por Walsin
Esterhazy
o Janeiro de 1898 – Emile Zola publica o “J’Accuse”
o Segunda metade de 1898 – novo julgamento de Dreyfus, que o
considera novamente culpado; o presidente Émile Loubet assina o
perdão de Dreyfus
o 1906 – Dreyfus é exonerado
o Porque é que foi relevante?
▪ Caso relevante ainda hoje na história mundial, devido a
tratar-se de um caso nítido de xenofobia e antissemitismo.
→ Contexto francês
o Crises Políticas na Terceira República da França
o Anexação da Alsácia pela Alemanha
o Consolidação de sentimentos nacionalistas
o Vagas de antissemitismo
→ O Germinal – recomendação de leitura (Emile Zola)
→ J’Accuse!
o Publicado a 13 de janeiro de 1898 no jornal L’Aurore
o Carta aberta ao presidente da República Francesa acusando o
poder militar de encobrimento da verdade no caso Dreyfus
o Processado por difamação e condenação à prisão, e exila-se no
Reino Unido
→ “Guerra dos Mundos” – 1938
o Da autoria de H.G. Wells
▪ Publicado em 1897 e 1898
• Serializado na Pearson’s Magazine e na
Cosmopolitan
• Também publicado no New York Evening Journal e
no Boston Post (“Fighters from Mars”)
• A ação desenrola-se em Londres
• Invasão da terra por marcianos
o Pioneirismo na ficção científica: lasers, robôs, invasão alienígena…
o Crítica política → Critica ao colonialismo e ao imperialismo
o Advertência relativa à tecnologização e ao progresso científico
→ Mercury Theatre On The Air
o Programa radiofónico de uma hora na CBS
o Dramatização de adaptações de histórias, contos, peças, entre
outros trabalhos
o Início a 11 de julho de 1938
o Teve uma duração de pouco mais de cinco meses
→ Contexto
o Centralidade da rádio
o Emergência de novos Estados autoritários
o Guerra Civil Espanhola
o Período prévio à II Guerra Mundial
o Véspera do Halloween de 1938
o Edição prévia do texto de adaptação e mudança de atores
o Dramatização como boletim noticioso
o Após a introdução e o prólogo começa o programa
o No final do programa, imprensa e polícia acorre à rádio
o Assunto ocupa primeiras páginas dos jornais
▪ Pedidos de regulação
▪ Confusão na interpretação dos acontecimentos
▪ A real extensão do pânico generalizado
o Adaptações desta experiência
▪ 1944 → Chile
▪ 1949 → Equador
▪ 1971 → Brasil
• Em Portugal:
▪ 1958 → Rádio Renascença
▪ 1998 → Rádio Braga
▪ 1998 → Antena 3
Anotações dos PowerPoint referentes à Segunda Metade do Semestre
(Professor João Miranda)
o O Advento da Internet e a História do Jornalismo Digital
▪ Crescimento da Internet entre os anos 80 e 90
• Desaparecimento de restrições ao uso comercial da
internet
• NFSNET e o papel das universidades na expansão da
internet
• Emergência de prestadores comerciais de serviços de
internet
• Crescimento do número de utilizadores
o Tim Berners-Lee
▪ Investigador do CERN – Organização Europeia de
Investigação Nuclear
▪ Em 1990, criou a primeira página web disponível na Internet
Aberta
▪ Atualmente, é diretor do World Wide Web Consortium
o Os Primeiros Browsers Comerciais
▪ Em 1994 – Netscape
▪ Em 1995 – Internet Explorer
o Os Primeiros Tempos do Blogue
▪ Pioneirismo dos online journals
▪ Justin Hall cria o Links.net em 1994
▪ Em 1997 – O termo weblog é cunhado
▪ Em 1999 – Live Journal e Blogger são duas palavras que
surgem
▪ Proliferação de blogues políticos no início dos anos 2000
▪ Em 2003 – Wordpress
▪ Domínio do microblogging a partir de meados da década de
2000
o Os Primeiros Tempos das Redes Sociais
▪ Criação do Bulletin Board Systems
▪ Antecedentes de sistemas de chat:
• 1997 – SixDegrees
• 2002 - Friendster
• 2002 – Linkedin
• 2003 – MySpace
• 2004/2006 – Facebook
o O Caminho para a portabilidade e ubiquidade da internet
▪ Em 1993 – Lançamento do Apple Newton
▪ Em 1996 – Lançamento do Nokia 9000
▪ Em 2002 – Lançamento do BlackBerry 5810
▪ Em 2007 – Lançamento do primeiro iPhone
▪ Em 2012 – Lançamento do primeiro iPad
o Portugal – 1991
▪ Papel das universidades na entrada da internet em Portugal
▪ Seminário “Portugal na Internet” (29/03/1994)
▪ Acesso público começa a proliferar a partir de 1995
▪ Início dos anos 90 – Criação do domínio .PT
o As Fases Iniciais do Ciberjornalismo
▪ 1985 – 1992: Primeiras experiências eletrónicas em
suportes como o teletexto, fax, videotexto, entre outros;
▪ 1992 – 1994: Primeiras incursões da imprensa em redes
comerciais pagas
▪ 1995 – 2002: Generalizações dos diários online gratuitos
▪ 2002 – atualidade: Vaga de conteúdos pagos
→ Jornalismo em tempo de guerra: dos primeiros correspondentes de
guerra às práticas de “jornalismo incorporado” + Embustes nos Media:
Casos emblemáticos e o seu impacto no Jornalismo
o Breve História da Reportagem de Guerra
▪ Heródoto e a narração das Guerras Greco-Persas (499 a.C)
▪ Tucídides enquanto observador-participante da Gueraa de
Peloponeso (431 a.C – 404 a.C)
▪ Jornais britânicos tinham correspondentes a acompanhar
os conflitos que resultavam da Revolução Francesa e das
Guerras Napoleónicas (1789 – 1815)
▪ Entre o final do Século XVIII e o início do século XIX há uma
alteração nas práticas de cobertura dos conflitos,
privilegiando um acompanhamento distanciado
▪ Durante a Guerra entre o México e os Estados Unidos (1846
– 1848), os jornais norte-americanos destacaram
correspondentes permanentes para a cobertura, no terreno,
das ações militares – um aspeto que não poderá ser
desligado da emergência e consolidação da comercialização
da imprensa
o A Guerra da Crimeia (1853 – 1856)
▪ Durante a Guerra da Crimeia, vários jornais enviaram
jornalistas e artistas para cobrirem o conflito no terreno
▪ Desenvolvimento tecnológico das formas de comunicação
▪ Censura da imprensa no Reino Unido
▪ Contributo para a emergência do “correspondente especial”

o William Howard Russell


▪ Jornalista do The Times
▪ Impacto da cobertura do conflito
▪ Cobertura de outros conflitos
o Guerra Civil Americana (1861 – 1865)
▪ A introdução da fotografia é um ponto de viragem na
cobertura visual da guerra
o Guerra Russo-Japonesa (1904 – 1905)
▪ Prenúncio das estratégias de propaganda e de controlo da
informação do século XX
▪ Embargo e regulação no acesso à informação por parte dos
correspondentes, sistemas fechados de partilha de
informação oficial, etc.
o Primeira Guerra Mundial
▪ Consolidação da figura do repórter de guerra
▪ Peso da censura na I Guerra Mundial e as pressões dos
jornais
▪ Papel da propaganda
▪ A afirmação das mulheres na cobertura jornalística da
guerra
o Sofía Casanova
▪ El Liberal
▪ Censura
▪ Relatos da Revolução de Fevereiro
o Mary Boyle O’Reilly
▪ Harper’s Magazine
▪ Trabalho sob disfarce
▪ Detenção
o Alice Schalek
▪ Fotógrafa
▪ Trabalho nas montanhas
o Guerra Civil Espanhola e Segunda Guerra Mundial
▪ Relevância da rádio na transmissão dos acontecimentos
▪ Difusão do cinema enquanto meio
▪ Repórteres de agências de notícias
▪ Colaboradores e correspondentes de grandes meios de
comunicação
▪ Correspondentes ou escritores independentes
o Edward R. Murrow
▪ CBS na Europa
▪ Reportagem durante o Blitz de Londres
▪ “Murrow Boys”
o Margaret Bourke-White
▪ Pioneira na cobertura jornalística da guerra
▪ Passagem da fotografia comercial para o fotojornalismo
▪ Fortune e Time
▪ Cobertura de outros conflitos, como a Guerra da Coreia ou
a Partição da Índia-Paquistão
o Marguerite Higgins
▪ New York Herald
▪ Reino Unido, França e Alemanha
▪ Relatos de libertação do Campo de Dachau
o Martha Gelhorn
▪ A Stricken Field (1940)
▪ Relatos sobre a ascensão de Hitler e sobre o início da guerra
▪ Presenciou a libertação do Campo de Dachau
o Guerra Colonial
▪ Censura Militar
▪ Propaganda (papel dos “foto-cines”)
▪ Práticas de “jornalismo incorporado”
▪ Repórteres como testemunhas participantes
o Guerra do Vietname
▪ No lado norte-americano, uma relação de conflito entre os
media e as instituições do poder político
▪ Contradição entre a cobertura dos jornalistas e a visão mais
positiva que os militares procuravam projetar
▪ Maior autonomia dos jornalistas na cobertura da guerra e
situações de jornalistas com soldados na linha da frente
▪ Centralidade da atuação dos meios de comunicação em
outros acontecimentos políticos contemporâneos
o Guerra das Malvinas
▪ A localização distante do território tornava difícil uma
cobertura em direto, acentuando o peso da cobertura dos
media e das declarações oficiais
▪ Um conjunto de repórteres acompanhava as operações no
terreno, enquanto outros jornalistas se encontravam
restritos a conferências de imprensa oficiais
▪ Dependência das forças militares para acesso às zonas de
batalha, mas também para alimentação, abrigo, proteção ou
até transmissão de reportagens
o Relação entre os militares norte-americanos e os media
▪ Invasão de Granada
• Restrições no acesso ao local
• Dificuldades no acesso à informação
▪ Invasão do Panamá
• Consolidação do sistema de pool de repórteres de
media nacionais
▪ Guerra do Golfo
• Sistema de pool rotativo
• Enquanto um grupo de repórteres acompanhava as
tropas, outros jornalistas ficavam a cobrir
conferências de imprensa oficiais (nomeadamente,
em hotéis na Arábia Saudita)
▪ “Jornalismo Incorporado”
• Também conhecido como “embedded journalism”
• Termo que se foi consolidando a partir da estratégia
desenhada pelo Pentágono, em 2002, para a relação
com os media
• Repórteres são incorporados em unidas militares
específicas, com a condição de aderirem a um código
de conduta que estipula o que pode ou não ser
incluído nas histórias
• Abertura de mais de 900 posições de jornalismo
incorporado
• Vagas para repórteres de outros países
• Entre 550 e 700 repórteres terão integrado iniciativas
de jornalismo incorporado durante a Guerra do
Iraque
▪ Críticas e Receios
• Segurança dos repórteres
• Maior facilidade no acesso à frente de batalha
• Maior facilidade no acessos aos militares
• “Síndrome de Estocolmo”
o Limitação da autonomia e independência
o Socialização com a cultura militar
o Adoção de pontos de vista das forças militares
• Visão circunscrita do conflito
o Maior restrição de movimento
o Dificuldade no acesso às populações
o Dificuldade em capturar a totalidade da ação
o Visão Unilateral
→ Liberdade de Imprensa e o papel dos Media: Os casos Pentagon Papers,
Watergate e Wikileaks
o “Pentagon Papers”
▪ Nome pelo qual ficou conhecido um relatório confidencial
encomendado pelo Departamento de Defesa dos Estados
Unidos
▪ Em 1971, o The New York Times e o Washington Post
publicaram partes do relatório, o que conduziu a uma ação
federal no sentido de travar a publicação das informações
▪ Em 1967, o secretário da Defesa dos EUA, Robert
McNamora, criou um grupo de trabalho com o objetivo de
produzir uma análise histórica da Guerra do Vietname
▪ Em 1969 – Conclusão do relatório final, composto por 47
volumes e mais de 3000 páginas
▪ O documento compromete as posições públicas de vários
presidentes dos EUA sobre o envolvimento do país na
Guerra do Vietname
▪ Inclusão de vários relatos de interferência dos EUA na
política vietnamita
▪ Comprometimento do esforço de guerra
o Daniel Elsberg
▪ Elsberg teve acesso ao relatório e fez cópias não autorizadas
do documento, uma vez que se opunha à Guerra do
Vietname
▪ Em 1971, revelou os documentos a Neil Sheehan, do The
New York Times
o O caso Snowden
▪ Analista que trabalhou para a CIA e a NASA – preocupado
com excessivas violações de privacidade na recolha de
dados de segurança
• Entre meados de 2013, viajou para Hong King e
entregou milhares de ficheiros referentes a
programas de vigilância aos jornalistas Glenn
Greenwald, Laura Poitras e Ewn MacAskill
▪ Consistiu na revelação das informações através de
diferentes meios, nomeadamente o The Guardian e o
Washington Post
▪ É acusado de espionagem e é exilado na Rússia desde 2013
o White House Plumbers
▪ Nome pelo qual ficou conhecida a unidade de investigação
especial da Casa Branca, criada com o objetivo de investigar
e travar fugas de informação
▪ Relação com o caso Ellsberg
▪ Outras operações de recolha de inteligência dinamizadas a
partir da Casa Branca
o Watergate
▪ Refere-se ao escândalo político ocorrido em junho de 1972,
durante a campanha de reeleição de Nixon, quando cinco
pessoas invadiram a sede do Comité Nacional Democrata
• A cobertura jornalística do caso terá contribuído
para a demissão de Nixon em 1974
o Wikileaks
▪ Fundado em 2006, num projeto encabeçado por Julian
Assange
▪ Intenção de se tornar um canal de divulgação seguro para
denunciantes (whistleblowers) com o objetivo de revelar
informações entendidas como de interesse público
▪ Composta por uma equipa heterogénea e de diferentes
países
o Julian Assange
▪ Nasceu em 1971, em Townsville, na Austrália
▪ Possui um historial de ativismo e é hacker com um código
de ética
▪ É acusado, em 2010, de dois casos de violência sexual, o que
leva a polícia sueca a emitir um mandado de detenção
internacional
▪ Dois anos depois, Assange refugia-se na Embaixada do
Equador, em Londres, para evitar a extradição para a Suécia
▪ É detido pela polícia britânica em 2019
→ O Poder dos Media – Heart vs. Pulitzer; O jornalismo amarelo; o caso
Dreyfus e a Guerra dos Mundos
o Joseph Pulitzer (1847 – 1911)
▪ 1868 – Westliche Post
▪ 1871 – Maioria do capital do jornal, que vende
posteriormente
▪ 1874 – St. Louis Staats-Zeitung
▪ 1878 – St. Louis Dispatch/ St. Louis Post
▪ 1883 – New York World
o Uma nova abordagem
▪ Defesa das causas do cidadão comum
▪ Cobertura de assuntos como greves ou planos de
desenvolvimento de urbanístico
▪ Um estilo distinto – histórias de interesse humano,
escândalos ou intrigas
▪ Denúncias de problemas da cidade e promoção de
iniciativas públicas
▪ Controlo dos diferentes domínios do jornal
▪ Cobertura desportiva
▪ Páginas de moda feminina
▪ Ilustrações
o “Stunt Journalism”
▪ Imersão do jornalista nas histórias
▪ Jornalismo encapotado e recurso a identidades falsas
▪ Formas empenhadas de produção noticiosa
o “Jornalismo de Ação”
▪ Forma participativa e engajada de produção noticiosa
▪ Colmatar as falhas ou a inação das autoridades e
instituições governamentais:
• Resolução de crimes;
• Promoção de iniciativas de caridade;
• Providências cautelares no sentido de bloquear
eventuais abusos das instituições de poder;
▪ O New York Journal chegou a apresentar-se como “a etapa
final da evolução do jornal moderno”
o “Yellow Kid” de Richard F. Outcault
▪ 1894 – Truth
▪ 1895 – New York World
▪ 1896 – New York Journal
o Ervin Wardman – New York Press
▪ “Yellow Kid Journalism”
▪ Yellow Journalism”
• “O Jornalismo Amarelo está agora taão maduro que
os pequenos insetos que o cobrem rapidamente
também ficam amarelos”
• Apelo ao boicote aos dois jornais
o Características do Jornalismo Amarelo
▪ Variedade de tópicos apresentados na primeira página,
incluindo notícias sobre política, crime, guerra, diplomacia
internacional, desporto ou alta sociedade
▪ Autopromoção e chamada de atenção para as iniciativas do
jornal
▪ Uso frequente de manchetes de várias colunas, incluindo as
que se estendiam ao longo da largura da primeira página
▪ Aposta em manchetes com características tipográficas mais
vivas
▪ Grande recurso a ilustrações, esboços, mapas e, mais tarde,
fotografias
▪ Esquemas de paginação ousados e experimentais –
antecipando a consolidação do modelo tabloide
▪ Grande recurso a fontes anónimas
▪ Grande investimento de recursos financeiros na recolha de
notícias
o Explosão do USS Maine
▪ O navio afundou no porto de Havana,
após uma explosão
▪ Os jornais culpam a Espanha, mas o
país nega ter afundado o navio
• Mais tarde verificou-se que um
barril de carvão tinha explodido
dentro do navio
o Corolário do papel da imprensa na Guerra
EUA – Espanha
▪ Acentuar das críticas ao modelo de
jornalismo praticado pelos dois jornais
▪ Novembro de 1898 – Numa reunião da
equipa editorial, Pulitzer anuncia a
moderação do tom adotado pelo jornal
▪ Final dos anos 1890 – Alfred Ochs
assume o controlo do The New York
Times: “All The News That’s Fit To
Print”
o Desaparecimento do Jornalismo Amarelo
▪ Absorção de várias características específicas do Jornalismo
Amarelo nas práticas dominantes do jornalismo
▪ Novos objetivos e ambições de Hearst, nomeadamente na
política
o Legado de Hearst
▪ Expansão do portfólio de jornais no início do século XX
(Boston, Chicago, Atlanta, Los Angeles, etc.)
▪ Novas ambições políticas – no âmbito local e nacional
▪ Hearst Corporation, Inc
o Legado de Pulitzer
▪ Pulitzer, Inc. – adquirida em 2005 pela Lee Enterprises
▪ Escola de Jornalismo da Universidade de Columbia
▪ Prémios Pulitzer
▪ Impacto de Pulitzer no jornalismo
o Affaire Dreyfus (1894 – 1906)
▪ O Contexto Francês
• Crises políticas na Terceira República da França
• Anexação da Alsácia pela Alemanha
• Consolidação de sentimentos nacionalistas
• Vagas de antissemitismo
▪ Segunda metade de 1894 – A descoberta do bordereau;
Alfred Dreyfus é acusado de entregar documentos secretos
à Alemanha
▪ Embora o julgamento decorra à porta fechada, a imprensa
confere grande atenção ao caso
▪ 1896 – Provas de que o crime terá sido cometido por Walsin
Esterhazy
▪ Janeiro de 1898 – Emile Zola publica J’Accuse
o “J’Accuse!”
▪ Publicado a 13 de janeiro de 1898 no jornal L’Aurore
▪ Carta aberta ao presidente da República Francesa acusando
o poder militar de encobrimento da verdade no caso
Dreyfus
▪ Processado por difamação e condenado à prisão, acabando
por se exilar no Reino Unido
o Caso Dreyfus
▪ Janeiro de 1898 – Emile Zola publica “J’Accuse”
▪ Segunda metade de 1898 – Novo julgamento de Dreyfus,
que o considera novamente culpado; O Presidente Émile
Loubet assina o perdão de Dreyfus
▪ 1906 – Dreyfus é exonerado
o “Guerra dos Mundos” – 1938
▪ Da autoria de H.G. Wells
▪ Publicado em 1897 e 1898
▪ Serializado na Pearson’s Magazine e na Cosmopolitan
▪ Também publicado no New York Evening Journal e no
Boston Post (“Fighters from Mars”)
o Mercury Theatre on the Air
▪ Programa radiofónico de uma hora na CBS
▪ Dramatização de adaptações de histórias, contos, peças,
entre outros trabalhos
▪ Início a 11 de julho de 1938
▪ Teve uma duração de pouco mais de cinco meses
o Contexto
▪ Centralidade da rádio
▪ Emergência de novos Estados autoritários
▪ Guerra Civil Espanhola
▪ Período prévio à II Guerra Mundial
o “Guerra dos Mundos”
▪ Véspera do Halloween de 1938
▪ Edição prévia do texto de adaptação e mudança de atores
▪ Dramatização como boletim noticioso
▪ Após a introdução e o prólogo começa o programa
▪ No final do programa, a imprensa e a polícia acorre à rádio
▪ Assunto ocupa primeiras páginas e locais de destaque dos
jornais do dia seguinte
▪ Relatos de histeria e de pânico generalizado nos Estados
Unidos da América
▪ Pedidos de regulação
▪ Confusão de interpretação dos acontecimentos
▪ A real extensão do pânico generalizado

Você também pode gostar