Você está na página 1de 54

Primeiros Socorros

Manual

Francisco Peixoto
Página 2 de 54

Índice
Primeiros Socorros ........................................................................................................................ 4

Noção de Primeiros Socorros................................................................................................... 5

SIEM – Sistema Integrado de Emergência Médica........................................................................ 7

Chamada INEM.............................................................................................................................. 9

Caixa de Primeiros Socorros ........................................................................................................ 10

Cadeia de Sobrevivência ............................................................................................................. 11

Avaliação da vítima ................................................................................................................. 12

Exame primário ................................................................................................................. 13

Exame secundário ............................................................................................................ 14

Recolha de informação .................................................................................................... 14

PLS – Posição Lateral de Segurança ............................................................................... 15

Obstrução da Via Aérea ...................................................................................................... 18

Desobstrução da Via Aérea ................................................................................................ 20

Pancadas Interescapulares ............................................................................................ 20

Manobra de Heimlich (compressões abdominais) ...................................................... 20

Suporte Básico de Vida................................................................................................................ 22

Procedimentos do SBV ....................................................................................................... 23

Prevenir - proteger............................................................................................................ 23

Avaliar a situação. ............................................................................................................ 23

RCP – Reanimação Cardio – Pulmunar ........................................................................... 24

Algoritmo do SBV ................................................................................................................. 26

Lesões Tecidos Moles .................................................................................................................. 27

Hemorragias ............................................................................................................................ 28

Queimaduras ............................................................................................................................... 32

Estado de choque ........................................................................................................................ 35

Francisco Peixoto
Página 3 de 54

Ortotraumatologia ...................................................................................................................... 38

Fracturas.................................................................................................................................. 38

TCE – Traumatismo Cranio-Encefálico .................................................................................... 41

TVM – Traumatismo Vertebro-Medular ................................................................................. 42

Limpeza de Ferimentos ............................................................................................................... 44

RECOMENDAÇÕES PARA PROCURAR PULSO .............................................................................. 44

Anexos ......................................................................................................................................... 46

Regra dos nove - Queimados............................................................................................. 46

Observação pupilar .............................................................................................................. 47

Lavagem das mãos .............................................................................................................. 48

Inquérito Chamada INEM .................................................................................................... 52

Lista Telefónica Útil .............................................................................................................. 53

Bibliografia .................................................................................................................................. 54

Francisco Peixoto
Página 4 de 54

Primeiros Socorros

Primeiros socorros são uma série de procedimentos simples com o intuito de manter
vidas em situações de emergência, feitos por pessoas comuns com esses
conhecimentos, até a chegada de atendimento médico especializado.

O melhor é obter treino em primeiros socorros antes de se precisar usar os


procedimentos em quaisquer situações de emergência.

Diversas situações podem precisar de primeiros socorros. As situações mais comuns


são para atender vítimas de acidentes automobilísticos, atropelamentos, incêndios,
tumultos, afogamentos, catástrofes naturais, acidentes industriais, tiroteios ou para
atender pessoas que passem mal: apoplexia (ataque cardíaco), ataques epilépticos,
convulsões, etc.

Tão importante quanto os próprios primeiros socorros é providenciar o atendimento


especializado. Ao informar as autoridades, deve-se ser direto e preciso sobre as
condições da(s) vítima(s) e o local da ocorrência.

Francisco Peixoto
Página 5 de 54

Noção de Primeiros Socorros


Tratamento de lesão ou doença súbita ligeira ou grave que se aplica a uma pessoa até
ser administrada a assistência médica profissional.

O Primeiro Socorro consiste na actuação de alguém que numa situação de


emergência aplica um conjunto de conhecimentos e técnicas que permitem
estabelecer as prioridades e desenvolver as acções adequadas à estabilização ou
melhoria da vítima.

A forma como as pessoas reagem numa situação de emergência antes da chegada do


socorro médico costuma determinar como será a recuperação das vítimas e em casos
extremos, pode significar a diferença entre a vida e a morte.

Objectivos dos primeiros socorros


Os objectivos principais dos primeiros socorros são:
- Preservar a saúde e a vida,
- Tratar a vítima
- Evitar que a situação se agrave,
- Participar o ocorrido
- Promover a recuperação.
- Acalmar a vítima e a família,
- Proporcionar o maior conforto possível.

A adopção de medidas de prevenção reduz o risco de acidentes, mas não os elimina.


É fundamental que se esteja devidamente preparado. O conhecimento de como actuar
em caso de emergência pode salvar uma vida. Quem tenha recebido formação e
treino em primeiros socorros, estará apto a socorrer.

Francisco Peixoto
Página 6 de 54

QUAL DEVE SER O TEU COMPORTAMENTO?

Apesar da gravidade ou não da situação, deves agir com calma, evitando o pânico.

• Deve transmitir confiança, calma, tranquilidade, segurança e alívio à vítima, se


esta se encontrar consciente, informando-a que o auxílio médico se encontra a
caminho;
• Agir rapidamente porém dentro dos teus limites;
• Usar os conhecimentos básicos de primeiros socorros;
• Caso a vítima se encontre inconsciente deve ligar 112 rapidamente.

Proibido ficar Nervoso


GESTÃO DE MEIOS:
O socorrista deve lançar mão dos meios materiais e humanos que tem à sua
disposição, equacionando-os da forma mais eficaz.

Por exemplo,
- No caso de haver mais de um socorrista, o socorro deve ser um trabalho de equipa.
- Se houver mais pessoas disponíveis, orientá-las para algumas tarefas (sinalização,
telefonemas, remover obstáculos, etc.).

No caso de não se dispor dos meios materiais adequados, deve improvisar-se, na


medida do possível sem nunca colocar ninguém em risco.

Francisco Peixoto
Página 7 de 54

SIEM – Sistema Integrado de Emergência Médica

O SIEM é representado pela estrela da vida com seis pontas as quais


simbolizam cada uma das fases deste sistema.
Figura ainda um bastão e uma serpente representativos das ciências
da saúde.

O Sistema Integrado de Emergência Médica SIEM trata-se de um conjunto de


entidades que cooperam com um objectivo: prestar assistência às vítimas de acidente
ou doença súbita. Essas entidades são a PSP, a GNR, os Bombeiros, a Cruz
Vermelha Portuguesa, o INEM e os Hospitais e Centros de Saúde.

O funcionamento deste sistema começa quando alguém liga 112, o Número Europeu
de Emergência. O atendimento das chamadas cabe à PSP e à GNR, nas centrais de
emergência. Sempre que o motivo da chamada tenha a ver com a área da saúde, a
mesma é encaminhada para os Centros de Orientação de Doentes Urgentes (CODU)
do INEM. Sempre que o CODU acciona um meio de emergência procura que o
mesmo seja o que está mais adequado à situação tendo em conta o local,
independentemente da entidade a que pertence (INEM, Bombeiros ou CVP).

Francisco Peixoto
Página 8 de 54

O SIEM é dividido em seis fases:

Detecção - Quando alguém se apercebe da existência de uma ou mais vítimas


Protecção - Acções a desenvolver para evitar que uma situação de
emergência se agrave
Alerta - Quando se contactam os meios de socorro
Pré-socorro - Conjunto de gestos que podem ser efectuados até à chegada do
socorro
Socorro - Cuidados de emergência iniciados no local, com o objectivo de
salvar a vida, diminuir a incapacidade e diminuir o sofrimento
Transporte - Transporte da vítima desde o local da ocorrência até à unidade
de saúde mais adequada à situação da vítima
Serviços de Saúde – Hospitais, Centros de Saúde, etc. …

O INEM (Instituto Nacional de Emergência Médica) detém o papel de organismo


regulador das actividades de emergência médica.

Francisco Peixoto
Página 9 de 54

Quem intervém no SIEM


O SIEM tem vários intervenientes, tais como:
• Público;
• Operadores de Central;
• Agentes de Autoridade;
• Bombeiros;
• Tripulantes Ambulância;
• Médicos;
• Enfermeiros;
• Técnicos dos hospitais;
• Técnicos de Telecomunicações;

Chamada INEM
Que informação devo dar à pessoa que atende a chamada de emergência?
Deve informar, de forma simples e clara:
O tipo de situação (doença, acidente, parto, etc.);
O número de telefone do qual está a ligar;
A localização exacta e, sempre que possível, pontos de referência;
A gravidade aparente da situação;
O número, o sexo e a idade aparente das pessoas a necessitar de socorro;
As queixas principais e as alterações que observa;
A existência de qualquer situação que exija outros meios para o local, por
exemplo, libertação de gases, perigo de incêndio, etc.

As chamadas são atendidas por pessoal qualificado que trabalha para o ajudar. Siga
sempre as instruções indicadas pelos serviços de emergência médica. Desligue o
telefone apenas quando o operador indicar.

Francisco Peixoto
Página 10 de 54

Caixa de Primeiros Socorros


É a caixa, ou armário, de primeiros socorros que deve estar organizada, presente e
acessível em todos locais.

O conteúdo mínimo básico que deve conter uma caixa de primeiros socorros depende
das necessidades, alguns exemplos:
• Compressas embaladas individualmente e de tamanhos variados;
• Luvas de exame (latex, nitrilo, vinil);
• Adesivo hipoalergénico;
• Pensos rápidos de vários tamanhos;
• Ligaduras elásticas de vários tamanhos;
• Ligaduras não elásticas de vários tamanhos;
• Solução dérmica de Iodopovidona (anti-séptico = bactericida+fungicida)
• Soro fisiológico;
• Álcool a 70º (anti-séptico);
• Pinças;
• Tesoura forte para roupa;
• Termómetro clínico;
• Gelo Químico;
• Pocket mask.

O material utilizado deve ser sempre reposto e verificado o seu estado e a sua
validade.

Notas:- Sempre que usar a caixa deve repor o material usado.

- É aconselhável ter uma caixa no carro.

- Se quiser usar instrumentos esterilizados e não tiver onde esterilizar depois


de o usar, pode optar pelos descartáveis.

- Ter sempre à vista o número de telefone do médico de família, da polícia, dos


bombeiros, do hospital a que pertence, alguma doença que necessite de
cuidados especiais, a medicação habitual, a sua identificação e a de um
familiar para ser contactado em caso de necessidade.

Francisco Peixoto
Página 11 de 54

Cadeia de Sobrevivência

Estes procedimentos sucedem-se de uma forma encadeada e constituem uma cadeia


de atitudes em que cada elo articula o procedimento anterior com o seguinte. Surge
assim o conceito de Cadeia de Sobrevivência composta por quatro elos ou acções
em que o funcionamento adequado de cada elo e a articulação eficaz entre os vários
elos é vital para que o resultado final seja uma vida salva.

Os quatro elos da cadeia de sobrevivência são:

1. Comunicar - Acesso precoce à Emergência Médica – 112


2. Suportar - Início precoce de SBV
3. Restabelecer - Desfibrilhação precoce
4. Estabilizar - Suporte Avançado de Vida (SAV) precoce

ACESSO PRECOCE

O rápido acesso ao Sistema Integrado de Emergência Médica assegura o início da


Cadeia de Sobrevivência. Cada minuto sem se chamar o socorro reduz a possibilidade
de sobrevivência da vítima. Para o funcionamento adequado deste elo é fundamental
que quem presencia uma determinada ocorrência seja capaz de reconhecer a
gravidade da situação e saiba activar o sistema, ligando adequadamente 112.

A incapacidade de adoptar estes procedimentos significa falta de formação. A


consciência de que estes procedimentos podem salvar vidas humanas deve ser
incorporada o mais cedo possível na vida de cada cidadão.

SBV PRECOCE

Para que uma vítima em perigo de vida tenha maior hipótese de sobrevivência é
fundamental que sejam iniciadas, de imediato e no local onde ocorreu a situação,
manobras de SBV. Isto só se consegue se quem presencia a situação tiver a
capacidade de iniciar o SBV.

O SBV permite ganhar tempo, mantendo alguma circulação e alguma ventilação até à
chegada de socorro mais diferenciado para instituir os procedimentos de
desfibrilhação e SAV.

DESFIBRILHAÇÃO PRECOCE

A maioria das PCR no adulto, ocorrem devido a uma perturbação do ritmo cardíaco a
que se chama Fibrilhação Ventricular (FV). Esta perturbação do ritmo cardíaco
caracteriza-se por uma actividade eléctrica caótica de todo o coração, em que não há
contracção do músculo cardíaco e, como tal, não é bombeado sangue para o
organismo. O único tratamento eficaz é a desfibrilhação que consiste na aplicação de
um choque eléctrico, externamente a nível do tórax da vítima, para que a passagem
da corrente eléctrica pelo coração pare a actividade caótica que este apresenta. A
desfibrilhação eficaz pode ser determinante na sobrevivência de uma vítima em PCR.

Francisco Peixoto
Página 12 de 54

Também este elo da cadeia deve ser o mais precoce possível. A probabilidade de
conseguir tratar a FV com sucesso depende do tempo. A desfibrilhação logo no 1º
minuto em que se instala a FV pode ter uma taxa de sucesso próxima dos 100%, mas
ao fim de 8-10 minutos a probabilidade de sucesso é quase nula.

SAV PRECOCE

Este elo da cadeia é uma “mais-valia”. Nem sempre a desfibrilhação é eficaz, por si só,
para recuperar a vítima. Outras vezes a desfibrilhação pode não ser sequer indicada.
O SAV permite conseguir uma ventilação mais eficaz (através da entubação
endotraqueal) e uma circulação também mais eficaz (através da administração de
fármacos). Idealmente, o SAV deverá ser iniciado ainda na fase pré-hospitalar e
continuado no hospital, permitindo a estabilização das vítimas recuperadas de PCR.

Integram também este elo os cuidados pós-reanimação, que têm o objectivo de


preservar a função, particularmente do cérebro e coração.

A Cadeia de Sobrevivência representa, simbolicamente, o conjunto de procedimentos


que permitem salvar vítimas de paragem cardio-respiratória. Para que o resultado final
possa ser, efectivamente, uma vida salva, cada um dos elos da cadeia é vital e todos
devem ter a mesma força. Todos os elos da cadeia são igualmente importantes: de
nada serve ter o melhor SAV se quem presencia não sabe ligar 112.

Avaliação da vítima

Antes de qualquer procedimento relacionado com o exame da vítima é essencial


garantir a sua segurança, bem como da equipa e da vítima.

Asseguradas as condições de segurança no local, o socorrista deve então iniciar a


avaliação do estado da vítima, de forma a poder socorrer por ordem de prioridade e de
gravidade as lesões que esta apresente, nunca esquecendo que não deve avançar no
exame se não tiver corrigido uma alteração anteriormente detectada.

O socorrista deve efectuar um rápido e minucioso exame primário para avaliar a


existência de alterações das funções vitais. Estas colocam em risco imediato a vida da
vítima.

Quando ocorre uma situação de doença ou acidente com crianças, elas podem ou não
ser capazes de nos transmitir tudo aquilo que as incomoda ou o que sentem na altura,
pelo que é fundamental a recolha de informação através dos pais, educadores ou
familiares, utilizando para tal a nomenclatura CHAMU. Mas, nunca se deve
menosprezar a informação da criança.

Francisco Peixoto
Página 13 de 54

Exame primário
O exame primário tem como finalidade detectar a existência de situações que possam
pôr em perigo imediato a vida da vítima, ou seja, situações de compromisso das
funções vitais (aquelas que colocam em risco imediato a vida da vítima) sendo então,
fundamental a sua correcção e a prestação dos cuidados de emergência adequados.
No exame primário da vítima o socorrista deve seguir a seguinte lista de prioridades:
Exame Primário

Segurança

Avaliação da segurança do socorrista, das pessoas envolventes, da vitima, do


local, etc…

Equipamento de Proteção Individual

Luvas de exame, mascara, touca, bata, etc…

Consciente/Inconsciente

Avaliação do estado de consciência abanando suavemente na zona dos


ombros e falando para a vitima

Avaliação (ABC)

A – Via Aerea

Desobstrução da via aérea com a extensão da cabeça

B - Ventilação

Avaliar se ventila até um max de 10 seg.


Ver, Ouvir e/ou Sentir (VOS)

fgfgdfghdfhdfhdfg
C - Circulação

Pesquisa de sinais de circulação e hemorragias graves

No caso de acidente ou de situação desconhecida, suspeite sempre que a vítima


possa ter lesões crânio-encefálicas e vertebro-medulares.

Para avaliar o estado de consciência utilizam-se diversas escalas dentro das quais se
encontram as escalas de coma de glasgow e a escala AVDS, sendo esta ultima mais
simples.
A nomenclatura AVDS é a seguinte:
A Alerta
V Reage á Voz
D Reage á Dor
S Sem resposta

Francisco Peixoto
Página 14 de 54

Exame secundário
Depois da realização do exame primário (detectando e iniciando o socorro nas
situações de perigo de vida imediato) inicia-se o exame secundário.

O objectivo geral da realização do exame secundário é detectar situações que não


constituindo perigo de vida imediato, possam agravar a situação da vítima se não
forem socorridas.

Recolha de informação
A recolha da informação é fundamental e pretende-se através dela:

1. Saber o que aconteceu à vítima - em algumas situações pode parecer óbvio


o que aconteceu, mas dialogando com a vítima poderá obter informações
que revelem outras causas;

2. Identificar a principal queixa da vítima - nem sempre o que dói mais é o


dado mais evidente;

3. Conhecer os antecedentes pessoais - o facto de ter doenças anteriores,


sofrer de alergias ou fazer determinado tipo de medicação, pode exigir
actuação diferente.

Algumas informações importantes são efectuadas através da nomenclatura CHAMU:

Estes dados poderão ser de enorme importância para o tratamento hospitalar, pelo
que deverá ser recolhida no próprio local e com o máximo de informação. Salvo se a
vitima se encontrar em risco de vida.

Francisco Peixoto
Página 15 de 54

Exemplo de Questões a colocar:


1. Nome e idade (se é menor, contactar os pais ou um adulto conhecido);
2. O que aconteceu? (identificar características do acontecimento: hora, tipo de
acidente, número de pessoas, etc. ...);
3. Isso já aconteceu antes?;
4. Algum outro problema ou doença actual?;
5. Está em tratamento médico?;
6. É alérgico a algum medicamento ou alimento?
7. Ingeriu algum tipo de droga ou alimento?

PLS – Posição Lateral de Segurança


A posição lateral de segurança, poderá ser considerada uma posição anatomicamente
perfeita. Em abono disso, podemos referir o comportamento do recém-nascido que,
imediatamente após o nascimento e uma vez colocado sobre uma determinada
superfície, automaticamente e de forma instintiva se posiciona na “PLS”.

A PLS é protectora, salvaguarda o bom funcionamento da função respiratória nas


situações que possam vir a desencadear o vómito ou a expulsão de secreções,
comprometendo deste modo, uma das mais nobres funções vitais.

Do exposto, claramente se depreende que, a importância da manutenção de uma


pessoa em PLS varia consoante a capacidade que essa pessoa manifesta para reagir
perante a ocorrência de uma eventual complicação ventilatória.

A PLS deverá ser utilizada em toda a pessoa inconsciente, porque permite uma
melhor ventilação, libertando as vias aéreas superiores.

Francisco Peixoto
Página 16 de 54

Como colocar uma vítima na Posição Lateral de Segurança?

1. Ajoelhe-se ao lado da vítima. Assegure-se que ambas as suas pernas estão


esticadas;

2. Certifique-se que a cabeça da vítima se encontra em extensão;

3. Coloque o membro superior da vítima (do seu lado) em ângulo recto (90º), em
relação ao corpo da mesma. Dobre o antebraço para cima com a palma da mão virada
para cima;

4. Coloque o outro braço da vítima atravessado sobre o tórax da mesma. Segure as


costas da mão da vítima contra a bochecha (do seu lado). Mantenha a mão da vítima
no lugar;

Francisco Peixoto
Página 17 de 54

5. Com a sua mão livre, agarre pelo joelho, a perna da vítima que fica oposta a si.
Eleve a perna da vítima, mas deixe o pé no chão;

6. Puxe a perna elevada na sua direcção. Entretanto, continue a pressionar as costas


da mão da vítima contra a bochecha. Vire a vítima na sua direcção para a colocar de
lado;

7. Posicione a perna que está por cima de tal forma que a anca e o joelho estejam em
ângulo recto;

8. Incline ligeiramente a cabeça para trás para manter as vias aéreas desobstruídas;

9. Ajuste a mão da vítima sob a bochecha, se necessário, para manter a cabeça


inclinada;

10. Verifique regularmente a ventilação da vítima.

Francisco Peixoto
Página 18 de 54

Obstrução da Via Aérea


A Obstrução da Via Aérea é o que vulgarmente chamamos de Asfixia, que não é mais
do que, qualquer situação em que o ar não chegue aos pulmões. Como consequência,
o sangue fica sem oxigénio.

Se não se actuar prontamente, as células do cérebro são privadas de sangue


oxigenado podendo provocar de 4 a 6 minutos a morte da vítima ou lesões cerebrais
irreversíveis.

Assim, a obstrução da via aérea poderá ser provocada pelos seguintes elementos:
• Objectos de pequenas dimensões
• Alimentos
• Choque anafilático (edema da glote)
• Queda do musculo da lingua
• Liquido / secreções nos pulmões (o qual se não sair espontaneamente com a
tosse, deverá ser aspirado).

Atenção: Se o indivíduo tossir não está a sufocar, mas a reagir.

Classificação da Obstrução da via aérea


A Obstrução da via aérea pode dividir-se em:

• Ligeira
Se a obstrução for parcial, permite a emissão de sons, deve-se recomendar a
calma e incentivar a vítima a tossir (há passagem de algum fluxo de ar).

• Grave
Se a obstrução for total, não permite a emissão de sons, devem-se iniciar de
imediato as tentativas de desobstrução (não há passagem de ar para os
pulmões).

Sinais e Sintomas
Conforme a gravidade da obstrução da via aérea, pode ir desde:
• Estado de agitação
• Lividez
• Dilatação das pupilas (olhos)
• Respiração Ruidosa
• Tosse
• Estado de inconsciência com paragem respiratória
• Cianose da face e extremidades (Tonalidade azulada)

Francisco Peixoto
Página 19 de 54

Forma de Actuar
Corpos estranhos nas vias respiratórias deve-se:
• Abrir a boca
• Tentar extrair o corpo estranho, se este estiver visível
o Incentivar a tossir
o Usar o dedo indicador em gancho ou uma pinça, para retirar o objecto
Mas, CUIDADO para não empurrar o objecto ou ser mordido

Francisco Peixoto
Página 20 de 54

Desobstrução da Via Aérea


- Actuação:

5 Pancadas interescapuláres 5 Manobras de Heimlich

Alternadamente até desobstrução

Pancadas Interescapulares

• Segure o peito com uma das mãos e, com a outra, dê até 5 palmadas entre as
omoplatas;
• Se não resultar, efectuar compressões abdominais (manobra de Heimlich), até
5 tentativas.

Manobra de Heimlich (compressões abdominais)

• Feche o punho e coloque-o, com o polegar voltado para dentro, no centro da


parte superior do abdómen;
• Com o punho fechado, exerça uma pressão no abdómen, fazendo um
movimento rápido para dentro e para cima;
• Cada compressão deve ser suficientemente forte para, por si só, deslocar a
obstrução;
• Se necessário, repita a operação, até 5 tentativas;
• Intercalar entre 5 pancadas e 5 manobras até à desobstrução;
• Em caso de inconsciência, aplicar SBV.

Francisco Peixoto
Página 21 de 54

Francisco Peixoto
Página 22 de 54

Suporte Básico de Vida

O Suporte Básico de Vida (SBV), consiste numa série de procedimentos que podem
ser concretizados até à chegada do socorro, com o intuito de preservar vidas em
situação de emergência.

O socorro prestado nos primeiros minutos, logo após o incidente, é o que melhor
garante uma redução, ou mesmo eliminação, de sequelas que a vítima possa vir a
sofrer. Assim, a formação da pessoa que presta esse primeiro socorro pode ser
decisiva para a vítima.

Por um lado, algumas pessoas acreditam ter noções básicas de SBV, que pensam ser
suficientes numa situação de emergência. Ora, o treino de SBV é fundamental não só
para evitar que sejam cometidos erros graves e irreversíveis mas, também, para uma
maior eficácia dos resultados.

Por outro, os especialistas são unânimes ao afirmar que “numa situação de


emergência em que exista risco de vida para um doente, se não forem aplicadas
medidas básicas de suporte de vida durante o tempo que medeia o pedido e a
chegada do meio de socorro, a recuperação do doente pode ficar definitivamente
inviabilizada ou dar origem a sequelas permanentes. Por esta razão, a formação do
público em SBV é uma medida fundamental para que o socorro seja o mais eficaz
possível”. Uma boa prática de SBV pode ser decisiva para a vida de um acidentado.
Em suma, trata-se de “ganhar tempo” para o doente, impedindo que a sua situação
clínica se agrave, até à chegada do socorro profissional.

Francisco Peixoto
Página 23 de 54

Procedimentos do SBV
O socorrista deve ter presente quais são os passos e observar a sua ordem de
sucessão antes de iniciar a sua actuação.

Prevenir - proteger
O socorrista antes de iniciar a reanimação deve avaliar rapidamente os riscos e
verificar se estão reunidas as condições de segurança que permitam iniciar a sua
actuação.
Ex: Tráfego, desmoronamento, fumos, gases tóxicos, envenenamento, intoxicações,
doenças, etc.

Avaliar a situação.
Depois de assegurar que estão garantidas as condições de segurança, devemos fazer
avaliação da vítima. E, para isso usamos a seguinte sequência:
1. Avaliar o estado de consciência;
2. Avaliar se ventila;
3. Detectar hemorragias externas graves;

Reanimação
Perante uma pessoa inerte e inconsciente, deve:
• Procurar descobrir e eliminar a causa da situação
• Verificar se ventila normalmente
Se a Vítima Respira:
• Desapertar a roupa
• Colocar a vítima em PLS
• Mantê-la confortavelmente aquecida

Francisco Peixoto
Página 24 de 54

Se a Vítima Não Respira:


• Iniciar Ventilação artificial (com máscara e/ou ventilador)
• Iniciar compressões torácicas

RCP – Reanimação Cardio – Pulmunar


Adulto:
Deve:
• Deita-lo de costas sobre uma superfície dura

• Apoiar a palma da mão no centro do tórax, pressionando-o

Atenção!!!
Ninguém é obrigado a executar respiração boca-a-boca.
Deverá executar ambas as manobras (sempre que possível):
• 2 Insuflações
• 30 Compressões torácicas
• 2 Insuflações
• 30 Compressões torácicas
• … e assim, sucessivamente.
Caso não seja possível efectuar as insuflações deve de fazer compressões
ininterruptamente.

Francisco Peixoto
Página 25 de 54

Comprima 30 vezes

Pressione o tórax 30 vezes, fazendo baixar o externo


cerca de 5 - 6 centímetros, sempre com os braços em
extensão perpendicularmente à vítima (sem dobrar os
cotovelos). Para manter o ritmo poderá contar "1 e 2 e 3 e
4, .... e 30" comprimindo cada vez que se diz o número e
aliviando a pressão cada vez que se diz a conjunção "e"
(a um ritmo de 100 a 120 por minuto).

Logo, que a vítima respire normalmente, coloque-a em PLS e deverá mantê-la


confortavelmente aquecida.

Em qualquer situação, mesmo que aparente recuperação total, a vítima deverá ser
enviada ao Hospital.

É uma situação Grave que necessita de transporte urgente para o Hospital.

Francisco Peixoto
Página 26 de 54

Algoritmo do SBV

O algoritmo de suporte básico de vida sistematiza o que deve ser feito.

No entanto, para que estes gestos possam ser executados correctamente é


necessário fazer um curso de Suporte Básico de Vida (SBV).

O esquema seguinte discrimina o essencial dos procedimentos a efectuar.

Francisco Peixoto
Página 27 de 54

Lesões Tecidos Moles


Lesões dos tecidos moles são aquelas que dizem respeito à pele e às camadas
musculares que ficam abaixo.

Lesões dos Tecidos Moles dividem-se:

▪ Lesões fechadas
▪ Lesões abertas

Lesões fechadas
Resultam de pancadas em que há lesões das camadas de tecido abaixo da pele.

• Equimoses (nódoas negras, quando os vasos atingidos são capilares)


• Hematomas (nódoas negras, quando há lesão de vasos maior calibre e
provoca um edema)

Lesões abertas

São as que apresentam alteração da continuidade da pele e mucosas do corpo


(feridas). Dividem-se em:

▪ Escoriação ▪ Penetrantes/perfurantes
▪ Incisa ▪ Amputação
▪ Laceração ▪ Esmagamento
▪ Avulsivas ▪ Evisceração

Francisco Peixoto
Página 28 de 54

CUIDADOS DE EMERGÊNCIA

Lesões fechadas

• Aplicação de frio;
• Imobilizar a zona;
• Avaliar e registar parâmetros vitais;
• Prevenir o choque.

Lesões abertas

• Controlar hemorragias;
• Limpar a zona lesada (se possível);
• Cobrir a zona com penso esterilizado;
• Objectos estranhos, não retirar, nem exercer pressão directa;
• Prevenir o choque;
• Objectos estranhos espetados: imobilizar.

Nas situações de amputação, manter a parte amputada seca e fria, dentro de um


saco de plástico esterilizado e fechado.

Nos casos de evisceração, lavar abundantemente as vísceras e a ferida com soro


fisiológico e tapar toda a zona com compressas grandes (pensos de abdómen),
mantendo-as humedecidas.

ATENÇÃO

Nunca tente colocar ou tornar a introduzir as vísceras para o interior da cavidade


abdominal.

Hemorragias
Por definição é a saída de sangue do seu espaço vascular. Os processos vitais
dependem de um fornecimento adequado e ininterrupto de sangue.
Um adulto possui cerca de 5 litros de sangue.
A perda de 1 litro de sangue em adultos geralmente é uma situação grave.
A hemorragia em certas partes do corpo, por exemplo nas carótidas, pode ser fatal em
apenas alguns minutos.

Francisco Peixoto
Página 29 de 54

A gravidade da hemorragia depende de vários factores:


• Do tipo de vaso que esta a sangrar (artéria, veia, capilar).
• Da rapidez com que flui o sangue.
• Do local onde tem origem a hemorragia.
• Do local para onde vai sangrando.
• Da idade, do peso.
• Do estado geral da vítima.
• Se hemorragia compromete a respiração.
As hemorragias dividem-se em:
• Internas
o Visiveis
o Não Visiveis
• Externas

Quanto ao tipo dividem-se em:


• Arterial
• Venosa
• Capilar

Francisco Peixoto
Página 30 de 54

Hemorragia Interna

O sangramento interno pode não causar sinais e sintomas por horas ou dias, contudo,
geralmente são semelhantes aos do choque.

As Hemorragias Internas podem ser Visíveis e Não visiveis. As visíveis têm saída de
sangue pelos orifícios naturais. As não visíveis são de difícil reconhecimento; sendo
indicadas por sinais e sintomas.

Deve-se suspeitar de hemorragia interna quando não se vê correr sangue, mas a


vítima apresenta um ou mais dos sintomas seguintes:
• Sede
• Sensação de frio (arrepios)
• Pulso progressivamente mais rápido e mais fraco
Em casos mais graves, pode surgir:
• Palidez
• Arrefecimento, sobretudo das extremidades
• Zumbidos
• Alteração do estado de consciência

Forma de actuar

O que deve fazer:


• Acalmar a vítima
• Determinar a causa e a fonte do sangramento.
• Expor o ferimento.
• Posicionar a vítima de forma a minimizar a perda de sangue.
• Manter as vias aéreas desobstruídas.
• Desapertar a roupa
• Manter a vítima confortavelmente aquecida
• Colocá-la em PLS
• Pedir socorro e transporte rápido para o hospital

Atenção!!!
É uma situação grave, a vítima deve ser transportada para o Hospital.

O que não deve fazer:


• Dar de beber ou de comer

Francisco Peixoto
Página 31 de 54

Hemorragia Externa
O sangramento externo causa sinais e sintomas visíveis.
Forma de actuar
O que deve fazer:

• Deve usar luvas descartáveis


• Deitar horizontalmente a vítima
• Aplicar sobre a ferida uma compressa esterilizada ou, na sua falta, um pano
lavado (que não largue pêlo), exercendo uma pressão firme com uma ou as
duas mãos, com um dedo ou ainda com uma ligadura limpa, conforme o local e
a extensão do ferimento
• Se o penso ficar saturado de sangue, deve colocar outro por cima, mas sem
retirar o primeiro
• Fazer durar a compressão até a hemorragia parar
• Se a hemorragia parar, aplicar um penso compressivo sobre a ferida

Métodos para controlar o sangramento:

– Aplicar pressão directa e elevação:


• 1- Colocar compressa (ou equivalente).
• 2- Com os dedos ou com a palma da mão
pressionar de modo firme, uniforme,
distribuído e constante.
• 3- Caso não haja suspeita de fractura, elevar
a zona afectada acima do nível do coração.
• 4- Poderá aplicar compressa fria
indirectamente sobre o ferimento.
• 5- Vigiar a compressa: quando esta estiver
repassada de sangue, não a remover mas
sobrepor outra e continuar a pressão.
• 6- Nunca aplicar pressão directa, quando
houver:
o - Objecto empalado.
o - Osso exposto.

Francisco Peixoto
Página 32 de 54

– Utilizando Pressão Indirecta:


Se a pressão directa e elevação não forem suficientes, o sangramento de uma artéria
pode ser controlado pressionando-se um ponto de pressão (Local onde a artéria fica
próxima a uma estrutura óssea e à superfície cutânea).
Nunca substitua a pressão directa pela indirecta: ambas devem ser usadas
simultaneamente.
Faça compressão somente o tempo necessário para controlar a hemorragia.

Queimaduras
Queimaduras são lesões da pele, que podem ser provocadas por chama, objectos
quentes, produtos químicos, corrente eléctrica, radiação, líquidos quentes, gelo e
gases a altas temperaturas.

Francisco Peixoto
Página 33 de 54

A gravidade de uma queimadura não se mede apenas pelo grau da lesão (superficial
ou profunda), mas também pela extensão da área atingida, localização e idade da
vítima. Nas queimaduras, é de temer o aparecimento do estado de choque, quer
provocado pela dor, pela infecção ou pela perda de plasma (hipovolémico).

Classificação
De acordo com a profundidade atingida, as queimaduras classificam-se em 3 graus:
• Queimaduras de 1º Grau
• Queimaduras de 2º Grau
• Queimaduras de 3º Grau

Queimadura do 1º grau
São as menos graves. Apenas a camada externa da pele (epiderme) é afectada. A
pele fica vermelha e quente e há a sensação de calor e dor.

Queimadura do 2º grau
Às características da queimadura de 1º grau junta-se a existência de bolhas com
líquido (flictenas). Esta queimadura já atinge a derme e é bastante dolorosa.

Francisco Peixoto
Página 34 de 54

Queimadura do 3º grau
Às características das queimaduras de 1º grau e 2º grau junta-se a destruição de
tecidos. Atinge tecidos mais profundos provocando uma lesão grave e a pele fica
carbonizada. A vítima pode entrar em estado de choque.

Forma de actuar
Se a roupa estiver arder, deve envolver a vítima numa toalha molhada ou, na sua falta,
fazê-la rolar pelo chão ou envolvê-la num cobertor (Cuidado: evitar tecidos sintéticos).

Se a queimadura for de 1º grau (queimadura simples):


• Deve arrefecer a região queimada com soro fisiológico ou, na sua falta, com
água fria corrente, até a dor acalmar

Se a queimadura for de 2º grau (queimadura com “bolhas”):


• Deve arrefecer a região queimada com soro fisiológico ou, na sua falta, com
água fria corrente, até a dor acalmar
• Lavar cuidadosamente com um anti-séptico (não aplicar álcool)
• Se as bolhas não estiverem rebentadas, não as deve rebentar. Mas, se as
bolhas estiverem rebentadas, não cortar a pele da bolha rebentada e tapar com
uma compressa esterilizada, e o tratamento final deve ser realizado no Hospital
• Transportar para o Hospital.

Francisco Peixoto
Página 35 de 54

Se a queimadura for de 3º grau:


• Deve arrefecer a região queimada com soro fisiológico ou, na sua falta, com
água fria corrente, até a dor acalmar
• Transportar imediatamente para o Hospital.

Atenção!!!
O que não deve fazer:
• Retirar qualquer pedaço de tecido que esteja agarrado à zona queimada;
• Rebentar as bolhas ou retirar a pele das bolhas que rebentaram;
• Aplicar sobre as zonas queimadas outros produtos além dos referidos.

Estado de choque
“Desequilíbrio violento na engrenagem da vida.” Definição do séc. XIX
Choque, é a perfusão inadequada dos tecidos corporais.
Não é uma doença em si, resulta de um trauma ou de uma doença.
Normalmente resulta de grandes hemorragias, danos cardíacos, lesão pulmonar ou na
espinal-medula, vasodilatação acentuada ou desidratação grave.
A circulação sanguínea só é eficaz quando o coração funciona bem, e o sistema
vascular está em bom estado e o volume de sangue é adequado.

Sinais e sintomas:
• Pele pálida e fria
• Extremidades frias
• Suores
• Sede
• Agitação
• Pulso rápido e filiforme
• Respiração superficial rápida e irregular
• Estado de inconsciência
• Pode levar a colapso, coma ou morte.

Francisco Peixoto
Página 36 de 54

Tipos de choque
- Hemorrágico: Quando a circulação sanguínea é deficiente devido a perda de
sangue.
- Neurogénico: Resulta de lesão medular/cefálica que provoca descontrole nervoso
com aumento do calibre dos vasos sanguíneos e consequente hipotensão.
- Cardiogénico: Quando o músculo cardíaco não bombeia com eficiência suficiente
ou os vasos estão obstruídos.
- Metabólico: Choque insulínico, coma diabético, vómitos e diarreias intensos, com
consequente perda de líquidos e alteração grave do equilíbrio bioquímico.
- Séptico: É uma infecção generalizada que se propaga por via sanguínea.
- Anafilático: Reacção alérgica intensa, a medicamentos, alimentos, etc…
Se o estado de choque não for tratado poderá conduzir à MORTE.

Além destes tipos de choque, existe o choque emocional ou psicogénico, quando


algo psicológico afecta a vítima.
Causas:
As causas podem ser variadas, tais como:
• Traumatismos
• Perfuração súbita de órgãos
• Emoção
• Frio
• Queimaduras
• Intervenções Cirúrgicas
• Etc…

Forma de actuar
Se a vítima está consciente (não sendo vitima de trauma), deve:
• Deitá-la em local fresco e arejado
• Desapertar as roupas
• Tentar manter a temperatura normal do corpo
• Levantar as pernas a 45º
• Ir conversando para a acalmar
Nunca:
• Deixe a vítima ingerir bebidas ou alimentos, prevenindo vómitos.
• Utilize uma botija para aquecer a vítima.

Francisco Peixoto
Página 37 de 54

Se a vítima está inconsciente (não sendo vitima de trauma), deve:


• Colocar a vítima em PLS
• Transportar para o Hospital

Francisco Peixoto
Página 38 de 54

Ortotraumatologia

O trauma acontece quando o corpo é forçado a receber subitamente, uma energia.

Fracturas
Uma fractura é uma solução de descontinuidade no tecido ósseo. Em caso de fractura
ou suspeita de fractura, o osso deve ser imobilizado. Qualquer movimento provoca
dores intensas e deve ser evitado.

Francisco Peixoto
Página 39 de 54

Classificação das fracturas

 Fracturas abertas/expostas, são fracturas em que os topos ósseos comunicam


directamente com o exterior

 Fracturas fechadas são fracturas em que não há descontinuidade da pele

 Fracturas complicadas, são fracturas fechadas em que existem feridas não


relacionadas com a fractura

Sinais e Sintomas
Deve-se pensar na possibilidade de fractura sempre que haja um ou mais dos
seguintes sinais ou sintomas:
• Dor intensa no local
• Inchaço
• Perda total ou parcial dos movimentos
• Encurtamento ou deformação do membro lesionado

Francisco Peixoto
Página 40 de 54

Forma de actuar
O que deve fazer:
• Expor a zona da lesão
• Desapertar ou cortar a roupa
• Verificar se existem ferimentos
• Tentar Imobilizar as articulações que se encontram antes e depois da fractura
utilizando talas apropriadas ou, na falta, improvisadas
• Transporte para o Hospital
Atenção!!!
As fracturas têm de ser tratadas no Hospital.
As talas devem ser sempre previamente almofadadas e bastante sólidas.
O que não deve fazer:
• Tentar fazer a redução da fractura, isto é, tentar encaixar as extremidades do
osso partido
• Provocar apertos ou compressões que dificultem a circulação do sangue
• Procurar, numa fractura exposta, meter para dentro as partes dos ossos que
estejam visíveis

Francisco Peixoto
Página 41 de 54

TCE – Traumatismo Cranio-Encefálico

Traumatismo Craniano
Deve-se suspeitar de traumatismo craniano se a vitima apresentar um ou mais dos
seguintes sinais:
• Ferida do couro cabeludo ou hematoma
• Perda de conhecimento
• Diminuição da lucidez
• Sonolência
• Vómitos
• Perturbações do equilíbrio
• Uma das pupilas mais dilatada
• Paralisia de qualquer parte do corpo
• Saída de sangue ou liquido séfalo-raquidiano pelo nariz ou ouvidos
• TVM

Forma de actuar
O que deve fazer:
• Acalmar a vítima
• Colocar a vítima sobre uma superfície dura (se possível um plano duro), sem
almofada
• Transporte urgente para o Hospital

Francisco Peixoto
Página 42 de 54

TVM – Traumatismo Vertebro-Medular

Francisco Peixoto
Página 43 de 54

Deve-se suspeitar de lesão da coluna vertebral se a vítima após traumatismo,


apresenta um ou mais dos seguintes sintomas:
• Impossibilidade de fazer movimentos
• Dor no local do traumatismo
• Sensação de formigueiro nas extremidades (mãos / pés)
• Insensibilidade de qualquer parte do corpo
• TCE

Forma de actuar
O que deve fazer:

• Acalmar a vítima
• Com a ajuda de outras pessoas, colocá-la num plano horizontal respeitando o
eixo do corpo
• Ligar 112 para um transporte urgente e seguro para o Hospital

Francisco Peixoto
Página 44 de 54

Limpeza de Ferimentos

Pensos

É uma protecção estéril para cobrir uma ferida. Têm como função:

❖ Ajudar a controlar a hemorragia;


❖ Proteger a ferida de mais traumatismos;
❖ Evitar a entrada de microorganismo na ferida;
DEVEM-SE FIXAR COM LIGADURAS OU ADESIVOS

RECOMENDAÇÕES PARA PROCURAR PULSO

Palpar a artéria com o dedo médio e anelar.


Não palpar com o polegar, pois este tem pulsação
propria.
Não aplique pressão excessiva.
Verifique o pulsação num minuto.

Francisco Peixoto
Página 45 de 54

Modo de pesquisar pulso carotídeo

Nos primeiros socorros este pulso é o mais fácil de encontrar por ser o mais
intensamente marcante.

A artéria carótida está localizada no pescoço em


ambos os lados da traquéia para localizar fazer o
seguinte:

Localize a “maçã de Adão”


Deslize os dedos em direcção ao lado da traquéia
Pressione levemente para sentir a pulsação
Contar a pulsação por minuto.

Modo de palpar pulso radial:

Este pulso é o mais acessível , mas por vezes é imperceptível.

Palpar a artéria radial, localizada no pulso, logo acima da base do polegar.


Coloque dois dedos fazendo uma leve pressão sobre a artéria.
Contar a pulsação em um minuto.

Francisco Peixoto
Página 46 de 54

Anexos
Regra dos nove - Queimados

Francisco Peixoto
Página 47 de 54

Observação pupilar

1. Normais – Isocoria (= igualdade das pupilas)

2. Dilatadas – Midriáse

3. Contraídas – Miose

4. Assimétricas – Anisocoria

Francisco Peixoto
Página 48 de 54

Lavagem das mãos

Exemplos de estabilização de recurso


Estabilização do Braço

Francisco Peixoto
Página 49 de 54

Imobilização da Mão e do Antebraço

Imobilização da Coxa

Se a fractura for no fémur (coxa) as talas devem ser colocadas do lado de fora, desde
a axila até à planta do pé e do lado de dentro desde a virilha até à planta do pé.

Imobilização da Perna e Tornozelo

Se a fractura for nos ossos da perna – tíbia e/ou perónio – as talas devem ser
colocadas desde a anca até à planta do pé.
Se a fractura for no tornozelo as talas devem ser colocadas desde a parte de cima do
joelho até à planta do pé.

Francisco Peixoto
Página 50 de 54

Francisco Peixoto
Página 51 de 54

Francisco Peixoto
Página 52 de 54

Inquérito Chamada INEM

Tem de estar preparado para responder às questões seguintes:

Perguntas Respostas

Nome e Contacto

Idade da vítima (Idade aparente)

Sexo da vítima

Local de ocorrência

(Nome da Rua e Nº de policia,


pontos de referência)

Acontecimento

• Doença

• Parto

• Acidente

Estado da(s) vítima(s)

• Estado de Consciência • Consciente

• Inconsciente

• Estado Respiratório • Respira

• Não Respira

• Estados Vários • Hemorragia

• Queimadura

• Fractura

• Outras ________________

Francisco Peixoto
Página 53 de 54

Lista Telefónica Útil

Entidade Nº Telefone

INEM 112

Saude 24 808 24 24 24

CIAV 800 250 250

PSP / GNR

Bombeiros Sapadores de ………

Bombeiros Voluntários de ………

Hospital ………….

Centro de Saúde de ………

Médico de família

Francisco Peixoto
Página 54 de 54

Bibliografia
CARNEIRO, A. H. - Manual de Reanimação, Conselho Português de Ressuscitação,
Lisboa, 1998.

ESCOLA NACIONAL DE BOMBEIROS, Curso de Socorrismo, 2ª Edição

CPR - Conselho Português de Ressuscitação, Manual de Suporte Básico de Vida,


Edição do Conselho Português de Ressuscitação.

CVP - Cruz Vermelha Portuguesa – Manual de Socorrismo, Escola de Socorrismo.

VERLAG DASHÖFER - Higiene, Segurança Saúde e Prevenção de Acidentes de


Trabalho, Edições Profissionais, Sociedade Unipessoal, Lda., Lisboa.

Bastos e Viegas – Medical Express.

INEM – Instituto Nacional de Emergência Médica, Intoxicações.

Barroso Eduardo – Guia Prático de A a Z, Biblioteca Activa.

Brent Q. Hafen. / Keith j. Karren / Kathryn Frandsen – Primeiros Socorros para


Estudantes, Editora Manole.

Craft Naomi – Corpo Humano, Texto Editora.

Head Paul – Guia Prático de Saúde, Edições ASA.

McNab Chris – Manual Prático de Saúde, Editorial Estampa.

INEM – Instituto Nacional de Emergência Médica, Manual da VMER.

Selecções do Reader’s Digest, Enciclopédia de Medicina.

Selecções do Reader’s Digest, Tratamentos Naturais de Saúde e Bem Estar.

Braunwald et al: Harrisson’s Principles of Internal Medicine. 15ª edição. McGraw-Hill.

Ferro JM, Verdelho A. Epidemiologia, factores de risco e prevenção primária do AVC.


Pathos Julho/Agosto 2000; 7-15.

Francisco Peixoto

Você também pode gostar