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2 Improbidade
2 Improbidade
ADMINISTRATIVA
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IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA
DESCRIÇÃO DOS ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA E
SANÇÕES APLICÁVEIS
Agora começaremos a estudar sem sombra de dúvida uma das partes da lei mais cobradas em
concursos públicos, chamo sua atenção para o fato de que estes dispositivos caem muitas vezes
em sua literalidade então você já sabe! É crucial a leitura contínua dos respectivos dispositivos.
A Lei 8.429/1992 classifica os atos de improbidade administrativa em 3 grupos: SÃO ELES:
ͫ E nriquecimento ilícito (art. 9.º);
ͫ P rejuízo ao erário (art.10);
ͫ A tentam contra os princípios da Administração Pública (art.11).
ATENÇÃO: com as alterações trazidas pela lei 14.230/21, TODOS os atos de improbidade exigem o DOLO como ele-
mento subjetivo para sua caracterização. Ou seja, a única espécie de ato de improbidade que admitia a modalidade
culposa (art. 10) deixou de existir.
das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem observância das formalidades legais
e regulamentares aplicáveis à espécie;
ͫ IV - permitir ou facilitar a alienação, permuta ou locação de bem integrante do patrimônio
de qualquer das entidades referidas no art. 1º desta lei, ou ainda a prestação de serviço
por parte delas, por preço inferior ao de mercado;
ͫ V - permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço por preço
superior ao de mercado;
ͫ VI - realizar operação financeira sem observância das normas legais e regulamentares
ou aceitar garantia insuficiente ou inidônea;
ͫ VII - conceder benefício administrativo ou fiscal sem a observância das formalidades
legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;
ͫ VIII - frustrar a licitude de processo licitatório ou de processo seletivo para celebração de
parcerias com entidades sem fins lucrativos, ou dispensá-los indevidamente, acarretando
perda patrimonial efetiva;
ͫ IX - ordenar ou permitir a realização de despesas não autorizadas em lei ou regulamento;
ͫ X - agir ilicitamente na arrecadação de tributo ou de renda, bem como no que diz respeito
à conservação do patrimônio público;
ͫ XI - liberar verba pública sem a estrita observância das normas pertinentes ou influir de
qualquer forma para a sua aplicação irregular;
ͫ XII - permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enriqueça ilicitamente;
ͫ XIII - permitir que se utilize, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipa-
mentos ou material de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer
das entidades mencionadas no art. 1° desta lei, bem como o trabalho de servidor público,
empregados ou terceiros contratados por essas entidades.
ͫ XIV – celebrar contrato ou outro instrumento que tenha por objeto a prestação de serviços
públicos por meio da gestão associada sem observar as formalidades previstas na lei;
ͫ XV – celebrar contrato de rateio de consórcio público sem suficiente e prévia dotação
orçamentária, ou sem observar as formalidades previstas na lei.
ͫ XVI - facilitar ou concorrer, por qualquer forma, para a incorporação, ao patrimônio par-
ticular de pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores públicos transferidos
pela administração pública a entidades privadas mediante celebração de parcerias, sem
a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie.
ͫ XVII - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize bens, rendas,
verbas ou valores públicos transferidos pela administração pública a entidade privada
mediante celebração de parcerias, sem a observância das formalidades legais ou regu-
lamentares aplicáveis à espécie;
ͫ XVIII - celebrar parcerias da administração pública com entidades privadas sem a
observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;
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PENALIDADES
A lei 8.429/92 traz em seu artigo 12 as sanções que serão aplicadas a quem cometer atos de
improbidade que foram estudados acima, perceba uma coisa tais penalidades não serão sanções
criminais, mas serão sanções por ilícitos civis e administrativas. O professor Alexandre Mazza afirma
se tratar de uma esfera política.
Art. 12 Parágrafo único. Na fixação das penas previstas nesta lei O JUIZ levará e Indepen-
dentemente do ressarcimento integral do dano patrimonial, se efetivo, e das sanções penais
comuns e de responsabilidade, civis e administrativas previstas na legislação específica,
está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes cominações, que podem
ser aplicadas isolada ou cumulativamente, de acordo com a gravidade do fato: m conta a
extensão do dano causado, assim como o proveito patrimonial obtido pelo agente.
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Jurisprudência do stj
A alegação da parte recorrente acerca da violação aos referidos dispositivos não tem o condão de infirmar a fun-
damentação sustentada no acórdão recorrido acerca da aplicabilidade do art. 20 da Lei n. º 8.429/92 e da natureza
cível da ação de improbidade. Portanto, não pode ser conhecido o recurso que deixa de impugnar de forma clara
e articulada os fundamentos da decisão atacada. Incidência da Súmula 284 do Supremo Tribunal Federal, por ana-
logia. 4. Ademais, improbidade administrativa não é crime. A Lei de Improbidade Administrativa é uma lei
de natureza cível, onde as condutas e as sanções não têm natureza penal, não estando sujeitas às normas
de Direito Penal. 5. Agravo regimental não provido (STJ, 2.ª Turma, AgRg no AREsp205536/RS
exceção
A única observação que quero fazer a você é que o SUPREMO DO TRIBUNAL FEDERAL entende
que no caso específico de ser um dos seus membros a cometer o ato de improbidade será o próprio
supremo a julgá-lo.
Questão de ordem. Ação civil pública. Ato de improbidade administrativa. Ministro do Supremo Tribunal Federal.
Impossibilidade. Competência da Corte para processar e julgar seus membros apenas nas infrações penais comuns.
1. Compete ao Supremo Tribunal Federal julgar ação de improbidade contra seus membros. 2. Arquivamento
da ação quanto ao MinistrodaSupremaCorte e remessadosautosaoJuízode1.ºgraude jurisdiçãonotocanteaos demais
(STF,TribunalPleno,Pet3211/DF,13.03.2008).
Quadro esquematizado
Independentemente das sanções penais, civis e administrativas previstas na legislação específica,
está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes cominações, que podem ser apli-
cadas isolada ou cumulativamente, de acordo com a gravidade do fato:
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Proibição de
Suspensão dos
Tipo de conduta Multa contratar com a
direitos políticos
ADM
EnriquEcimEnto No valor acresci- Não superior a
Dolosa Até 14 anos
ilícito do ao patrimônio 14 anos
Equivalente ao Não superior a
PrEjuízo ao Erário Dolosa Até 12 anos
valor do dano 12 anos
Atos que aten-
tem contra os Até 24 VEZ-
Não superior a 4
princípios da Dolosa ES o valor da
anos
administração remuneração
pública
A sanção de perda da função pública, nas hipóteses dos incisos I e II do caput deste artigo,
atinge apenas o vínculo de mesma qualidade e natureza que o agente público ou político detinha
com o poder público na época do cometimento da infração, podendo o magistrado, na hipótese
do inciso I do caput deste artigo, e em caráter excepcional, estendê-la aos demais vínculos, consi-
deradas as circunstâncias do caso e a gravidade da infração
A multa pode ser aumentada até o dobro, se o juiz considerar que, em virtude da situação
econômica do réu, o valor calculado na forma dos incisos I, II e III do caput deste artigo é ineficaz
para reprovação e prevenção do ato de improbidade.
Atenção! Na responsabilização da pessoa jurídica, deverão ser considerados os efeitos econômicos e sociais das
sanções, de modo a viabilizar a manutenção de suas atividades.
Em caráter excepcional e por motivos relevantes devidamente justificados, a sanção de proibi-
ção de contratação com o poder público pode extrapolar o ente público lesado pelo ato de impro-
bidade, observados os impactos econômicos e sociais das sanções, de forma a preservar a função
social da pessoa jurídica, conforme disposto no § 3º deste artigo.
No caso de atos de menor ofensa aos bens jurídicos tutelados por esta Lei, a sanção limitar-
-se-á à aplicação de multa, sem prejuízo do ressarcimento do dano e da perda dos valores obtidos,
quando for o caso, nos termos do caput deste artigo.
Se ocorrer lesão ao patrimônio público, a reparação do dano a que se refere esta Lei deverá
deduzir o ressarcimento ocorrido nas instâncias criminal, civil e administrativa que tiver por objeto
os mesmos fatos.
As sanções aplicadas a pessoas jurídicas com base nesta Lei e na Lei nº 12.846, de 1º de agosto
de 2013, deverão observar o princípio constitucional do non bis in idem.
A sanção de proibição de contratação com o poder público deverá constar do Cadastro Nacional
de Empresas Inidôneas e Suspensas (CEIS) de que trata a Lei nº 12.846, de 1º de agosto de 2013,
observadas as limitações territoriais contidas em decisão judicial, conforme disposto no § 4º deste
artigo.
As sanções previstas neste artigo somente poderão ser executadas após o trânsito em julgado
da sentença condenatória.
Para efeitos de contagem do prazo da sanção de suspensão dos direitos políticos, computar-
-se-á retroativamente o intervalo de tempo entre a decisão colegiada e o trânsito em julgado da
sentença condenatória.
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