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Seleção de materiais para o quadro de uma bicicleta de transporte urbano

Chapter · February 2011

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4 authors, including:

Mauricio Dwek
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Seleção de materiais para o quadro de
uma bicicleta de transporte urbano
Autores:

Fernando de Almeida Cerqueira


e-mail: paadaa@gmail.com;
aluno de graduação do curso de engenharia metalúrgica do
Departamento de Engenharia Metalúrgica de Materiais (PMT) da
Escola Politécnica (POLI) da Universidade de São Paulo (USP).

Nelson Luiz dos Santos


e-mail: nelson.luiz.santos@gmail.com;
aluno de graduação do curso de engenharia metalúrgica do
departamento de engenharia metalúrgica de materiais (PMT) da
Escola Politécnica (POLI) da Universidade de São Paulo (USP).

João Ricardo Filipini da Silveira


e-mail: joaorfs@gmail.com;
aluno de graduação do curso de engenharia de materiais do
Departamento de Engenharia Metalúrgica de Materiais (PMT) da
Escola Politécnica (POLI) da Universidade de São Paulo (USP).

Maurício Dwek
e-mail: maudwek@gmail.com;
aluno de graduação do curso de engenharia de materiais do
Departamento de Engenharia Metalúrgica de Materiais (PMT) da
Escola Politécnica (POLI) da Universidade de São Paulo (USP).
Resumo:

O trabalho visou aplicação do método de Ashby para seleção


de materiais no caso do quadro de uma bicicleta a ser utilizada em
políticas públicas de transporte urbano.

Descreve-se, de forma resumida, os requisitos que deve


preencher o material escolhido, em termos de propriedades mecânicas
e outros. É feita uma discussão das diferentes geometrias possíveis,
muito embora se tenha optado pela clássica em diamante.

Mostra-se de forma geral o uso da ferramenta dos mapas de


Ashby, conforme traçados pelo programa CES EduPack®, na seleção
dos materiais que melhor se adaptam ao projeto.

Palavras-chave: seleção de materiais; design de produto; bicicleta.


1. Introdução:

Não é difícil, em retrospectiva histórica, notar a mudança


ocorrida entre as idades da pedra, do bronze e do ferro, tanto em
termos da variedade das ferramentas confeccionadas quanto em
termos de sua aplicabilidade e complexidade.

O material de um componente delimita, por assim dizer, as


propriedades que poderá apresentar. Por exemplo, os soldados assírios
certamente estavam conscientes de que a dureza e resistência de um
elmo de madeira são extremamente inferiores àquelas que se obtém
com o bronze. Já os motociclistas de hoje em dia estão muito
agradecidos da leveza e conforto oferecidos pelos compósitos
poliméricos de seus capacetes.

A adequação de um produto aos seus usuários passa,


logicamente, pelo material que o confecciona. Vem daí a grande
importância de um método de seleção de materiais integrado a
estratégias de teste no desenvolvimento de novos produtos [1].

Por outro lado, nem todos os processos e matérias-primas hoje


empregados estavam disponíveis para os antigos. Ainda na Idade
Média as espadas se quebravam freqüentemente e precisavam ser
reforjadas muitas vezes. Era preciso escolher o que melhor se
enquadrava às suas exigências, mas que pudesse fabricado por um
ferreiro.

Hoje em dia, são os custos de produção que limitam nossas


escolhas. Nos aniversários, a frágil e barata faca de plástico é vitoriosa
porque pode ser produzida em grande quantidade, em várias formas,
sem muito custo.

Por fim, apesar da grande mudança de foco que


experimentamos em relação aos antigos, há certas propriedades que
não podemos abandonar. No caso do capacete, por maior que seja a
preocupação estética ou com o conforto, é preciso que ele proteja o
motociclista; bem como o elmo, ele deve ser resistente, se não é inútil.

Para o designer, a preocupação com a forma muitas vezes


torna-se o centro das atenções. Quando é preciso atingir certo
requisito indispensável e mesmo assim oferecer um apelo estético, a
forma passa a ser uma das propriedades do material. O material mais
eficiente permite que se “brinque com a forma” sem perder a
propriedade.

No esforço de congregar estas diferentes questões, isto é,


atingir os objetivos do usuário respeitando as restrições de
propriedades necessárias, métodos e materiais disponíveis, o professor
Ashby [6] desenvolveu um método de seleção de materiais, que,
recebendo como informação de partida as características do projeto,
permite determinar os materiais e métodos adequados.

Tudo que diz respeito a propriedades físicas e químicas, bem


como custo é determinado quantitativamente; elege-se materiais
capazes de cumprir a tarefa por um preço aceitável.

As etapas finais correspondem à eliminação ou seleção de um


material conforme as informações relativas ao projeto, sem o uso das
propriedades dos materiais, mas levando em conta algumas condições
de mercado (existência de fornecedores qualificados e confiáveis,
logística de transportes, disponibilidade, histórico de variação de
preços e histórico de falha).

2. Descrição do projeto

O problema do trânsito é uma preocupação cada vez maior nos


grandes centros urbanos do mundo, tanto para a população quanto
para o poder público. A resolução deste problema é uma questão
emergencial em situações nas quais se associam medidas econômicas
que facilitam a compra de automóveis, a cidades de grande porte com
densidade demográfica elevada, cuja malha rodoviária urbana está
saturada e o sistema de transporte coletivo é insuficiente. Tal é o caso
da cidade de São Paulo, por exemplo.

Uma alternativa prática é a instalação de sistemas de uso livre


de bicicletas, solução adotada por algumas cidades européias como
Londres, Paris, Estocolmo, Copenhague e Barcelona. Associada à
construção de ciclovias, esta medida é das mais atraentes, pois, além
de reduzir o uso de automóveis para percorrer pequenas distâncias nas
cidades, ainda diminui a poluição sonora e atmosférica, dois outros
grandes problemas paulistanos.
Com isto em mente, o presente projeto propõe aplicar o
método de Ashby para seleção de materiais na busca pelo material do
quadro de uma bicicleta para uso neste tipo de serviço. Para iniciar a
pesquisa, deve-se traduzir a situação-problema em termos de função,
restrições, objetivos e variáveis livres para o projeto do quadro.
A Tabela 1 resume estas informações permitindo o início da
busca pelo material mais apropriado.

Função
 Bicicleta de transporte urbano.

Restrições
 Tenacidade à fratura maior que 10,9
MPa.m-0,5;
 Resistência à fadiga (107 ciclos) maior que
52,3 MPa;
 Deve ser resistente ao impacto;
 Deve ser rígido à flexão e à torsão;
 Resistente à corrosão.

Objetivos
 Minimizar custo;
 Minimizar emissão de CO2.

Variáveis livres
 Material;
 Geometria do quadro.

Tabela 1: Condições de contorno do projeto

As restrições servem para introduzir intervalos de valores para


certas variáveis, referentes a máximos e mínimos de propriedades de
materiais que devem ser respeitados. Para o presente estudo,
considerou-se como restritivo que o quadro apresente um valor
mínimo de tenacidade à fratura e de resistência à fadiga, de maneira a
garantir a sua durabilidade frente a solicitações mecânicas. O material
deve igualmente ser resistente à corrosão, de forma a aumentar a sua
durabilidade química.

No caso, admite-se que limitam mecanicamente o quadro sua


rigidez à flexão e à torção. Ele deve igualmente ser resistente ao
impacto. Para estabelecer os valores foram tomados como base os
valores de tenacidade, resistência à fadiga e limite de escoamento do
carvalho, madeira utilizada nas primeiras bicicletas.

Os objetivos do presente estudo de seleção de materiais devem


ser definidos de maneira a apresentar qualidades que favoreçam a
implementação de um sistema público de uso livre de bicicletas. Isto
implica que, num primeiro momento, a bicicleta tenha seu custo de
produção minimizado, de forma a estimular a adoção do programa
pelo poder público. Foi considerado apenas o custo do material-base
do quadro.

Além disso, considerando o aumento atual das inquietações


quanto à sustentabilidade ambiental, é preciso levar em conta um fator
que traduza esta preocupação, de modo que o Estado possa beneficiar
de um “marketing verde” que permita aumentar a introdução desta
medida perante o público. Para tanto, optou-se por minimizar a
emissão de CO2 na fabricação do quadro.

Por fim, para atingir os objetivos, deve-se definir as variáveis


livres do projeto. No presente estudo, trata-se de selecionar o material
para o quadro. A geometria do mesmo também tem notória influência
nos parâmetros do projeto de tal forma que é impossível dissociar a
seleção de materiais de aspectos de desenho de projeto. No entanto,
algumas considerações simplificadoras serão feitas posteriormente. A
tabela abaixo resume a descrição do estudo a ser realizado neste
trabalho.
3. Considerações geométricas

A determinação da geometria do quadro constitui uma etapa


essencial no projeto da bicicleta. Quando olhamos para projetos de
bicicletas recentes, notamos que, muitas vezes, é na geometria do
quadro que consiste o grande fator de inovação. Temos muitas
bicicletas dobráveis, cujo objetivo é conferir portabilidade, por
exemplo.

Ilustração 1 - Bicicleta dobrável [2]

Em geral, os protótipos são realizados em fundição, por não


necessitarem um “batch size” (tamanho de lote) muito grande, isto é,
por se tratar de uma peça única, um protótipo. Nesta etapa, ainda não
há a necessidade calcular as solicitações aplicadas, pois o protótipo
não precisa ser funcional. O objetivo da indústria é explorar novos
“designs” para surpreender o cliente.

Numa etapa seguinte, temos o aprimoramento desta estrutura


inicial para suportar as tensões aplicadas, com uma pequena mudança
no desenho. Os materiais preferidos são ligas de alumínio reforçadas
com fibra de carbono por minimizarem a massa, devido à sua grande
resistência.
Um exemplo desta via de desenvolvimento é a nova bicicleta
dobrável da Cannondale que teve seu protótipo apresentado no
Eurobike [3] baseado no modelo “jack-knife” (canivete) e depois
passou por uma fase de desenvolvimento até tomar sua forma final:

Ilustração 2 - Protótipo Cannondale [4]

No caso em consideração, no entanto, os objetivos não estão


ligados ao “marketing” mas sim ao custo e à durabilidade. A maioria
dessas bicicletas ditas inovadoras extrapola no custo, ou não oferece
grande resistência por se tratarem de protótipos. Assim, nota-se a
dificuldade de aplicar um design de quadro inovador.

Por outro lado, sabe-se que a geometria do quadro depende do


material a ser considerado. Se por exemplo, o material almejado se
trata de um polímero, que possui baixa rigidez, pode-se conceber uma
geometria que minimize este efeito. Temos o exemplo do arquiteto
australiano Andrew Maynard, que objetivou o uso de compensado de
madeira para baratear a bicicleta:
Ilustração 3 - Protótipo de bicicleta de compensado de madeira do
arquiteto Andrew Maynard

No entanto, não há informação quanto à resistência mecânica


da bicicleta por ele projetada. Talvez, devido ao baixíssimo custo, ela
tenha sido concebida como um produto de baixa durabilidade.

Como as tensões se distribuem no quadro conforme a sua


geometria, tem-se que as propriedades do material dependem da
mesma, e vice-versa. Uma extensiva análise pelo método dos
elementos finitos, com diferentes geometrias de quadro candidatas,
poderia levar a atribuição de pares forma-material que seriam então
conflitados em relação aos objetivos almejados. Foi considerado que
esta abordagem insere uma complexidade desnecessária que dificulta
demasiadamente o avanço do projeto.

Porém, se a inovação é primordial, esta etapa é indispensável.


Na busca por inovação nos projetos citados, é fixado o material e
altera-se a geometria. No presente projeto, contudo, num esforço de
simplificação, procurando manter o foco na resposta mecânica,
escolheu-se o quadro de geometria diamante tradicional, como na
Ilustração 4. Trata-se de uma mudança de abordagem: ao invés de
objetivar o “design” inovador, foi focado o custo e a durabilidade.
(a) (b)

(c) (d)
Ilustração 4 - Análise de elementos finitos para o quadro tradicional
de uma bicicleta, submetida às seguintes solicitações, na região de
acoplamento dos pedais: (a) força horizontal, (b) força vertical, (c)
torque vertical, (d) torque horizontal [5]

A geometria do quadro poderia ser modificada ulteriormente,


pois no estudo realizado determina-se o material que melhor se adapta
às condições de contorno propostas. Uma vez fixado o material, pode-
se adaptar a forma, talvez até com várias iterações, buscando o melhor
resultado final. A notar que a abordagem conjugada (forma-material) é
muito rara, constituindo um campo a ser explorado.
4. Aplicação do método de Ashby[6]

Uma vez determinada a geometria do quadro, que constituía


parte das variáveis livres, passa-se à próxima etapa, que é a
determinação do material a ser utilizado.

No gráfico abaixo, o custo por kilograma está colocado no eixo


das abcissas, enquanto a emissão de CO2 por kilograma no das
ordenadas. É o que chamamos de mapa de Ashby.

Ilustração 5 - Mapa de Ashby do custo específico em U$D em função


da emissão específica de CO2

O mada de Ashby nos dá uma visão geral das qualidades dos


materiais, mostrando, por exemplo, como o material mais barato e
menos poluente, muito embora inviável é o concreto. Vemos também
que as ligas de titânio são caras e poluentes.
O mesmo é válido para as ligas de magnésio e para a fibra de
carbono, que são dois materiais muito utilizados na confecção de
bicicletas de corrida. Para um ciclista profissional, que almeja a
velocidade acima de tudo, estes materiais são ideais por serem muito
leves. No entanto, estas bicicletas são muito caras e inapropriadas para
o usuário comum.

No mapa abaixo, temos o exemplo dos índices que permitem a


confecção da bicicleta mais leve (com material menos denso e
espessura da parede do tubo do quadro mais fina) que resiste ao
impacto, desconsiderando o custo. O material mais próximo da origem
é o de melhor desempenho, ou seja, a fibra de carbono.

Ilustração 6 - Mapa de Ashby para melhor desempenho,


desconsiderando o custo
Ilustração 7 - Mapa de Ashby para minimização do custo,
apresentando 1625 candidatos

O mapa acima mostra os materiais candidatos considerando


apenas o custo. Nota-se que o aço é barato e resistente, levando à
confecção de um quadro com parede do tubo fina, e economizando
material. Por estes motivos, é o mais recomendado.
Ilustração 8 - Mapa de Ashby para minimização da emissão de CO2,
apresentando 1623 candidatos

O mapa acima mostra os materiais candidatos considerando


apenas a emissão de CO2. Nota-se que o aço possui um método de
fabricação bem estabelecido, sendo produzido em grandes quantidades
sem desperdício de energia. Como ele é resistente, é preciso pouco
aço para confeccionar o quadro (paredes de tubo finas), levando à
economia de material. Por estes motivos, acaba sendo o menos
poluente.

Os mapas retratados foram analisados cuidadosamente, com


maior riqueza de detalhes, de modo a escolher entre os diversos aços
existentes, qual aquele que apresentava a propriedades ideais para o
caso.
Ilustração 9 - Mapa de Ashby do custo em função das emissões de CO2 para os aços finalistas
Com base nestes dados, observa-se que o aço AISI 1137 é o mais
barato, provavelmente por sua composição e pelo fato de ser temperado
em água. Por razões óbvias, a têmpera realizada a 205°C também diminui
o custo. O aço AISI 50B60 é aquele que possui menor valor de emissões
de CO2.

Comparando estes dois materiais, nota-se que a diferença de custo


entre eles é de 4 centavos de dólar por kg de aço. A diferença das emissões
de CO2 é de 600g de CO2 por kg de aço. No caso de uma produção
hipotética de 100.000 bicicletas de 15kg, a economia seria de 60.000
dólares caso fosse utilizado o aço AISI 1137, o que não é muito
significativo para o projeto. Contudo, a economia seria de 900 toneladas
de CO2 com o emprego do aço 50B60, o que é consideravelmente
relevante já que se está buscando um material que tenha apelo no quesito
ambiental, tanto para o poder público que beneficiará de um argumento de
“marketing verde”, quanto para a população que estará estimulada por este
mesmo fato a contribuir para o impacto ambiental positivo desta medida,
evitando utilizar automóveis.
6. Conclusões

No caso de um projeto de bicicletas para uso livre, a aplicação do


método de Ashby à seleção do material para o quadro das bicicletas
resultou na escolha do aço AISI 50B60 temperado em óleo a 315°C.

Com efeito, foi observado desde as primeiras etapas de seleção que


os aços carbono e de baixa liga apresentavam um melhor desempenho nos
critérios estabelecidos por se tratar de materiais baratos e relativamente
ecológicos. Materiais naturais, tais como o bambu, foram eliminados por
não atenderem às restrições mecânicas impostas.

Não foram consideradas a espessura do quadro e sua massa total.


No entanto, como ressaltado nas considerações geométricas, uma análise
de elementos finitos pode servir para refinar este estudo, e com isso
minimizar a massa total da bicicleta, gerando também uma maior
economia.

A realização desta análise permitiu observar o alcance do software


CES Edupack 2007 ® como ferramenta para a seleção de materiais. Foram
observados os seus limites quanto à avaliação cruzada entre seleção de
materiais e processos de conformação. No entanto, dado que o trabalho se
resumiu a uma otimização de aços devido às restrições e objetivos
impostos inicialmente, o software se mostrou bastante eficaz.

Adaptado a diferentes contextos de matriz energética, fornecimento


de materiais, parques industriais, entre outros fatores, o presente estudo
pode servir de base para a substituição de aços já utilizados na fabricação
de bicicletas, com o objetivo de reduzir o seu impacto ambiental.
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7. Referências

1 – Norlin-Weissenrieder A., Board S., “The Importance of


advanced material selection and testing strategies”, St. Jude Medical,
Minnesota, 2007

2 – Bicicleta dobrável, “The One”:


http://www.trendhunter.com/trends/the-one-finally-a-goodlooking-
folding-cycle/

3 – Apresentação de Protótipos:
http://www.bikemagic.com/news/article.asp?UAN=5756&v=1

4 – Acompanhamento do projeto da Cannondale:


http://www.cannondalecommunity.com/default.asp?item=272389

5 – Site do arquiteto australiano Maynard, A.:


http://www.andrewmaynard.com.au/Site/projects.html

6 – Ashby, M. F., “Materials Selection in Mechanical Design”,


Oxford(NY), Pergamon Press, 1992

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