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ESTUDO DIRIGIDO SOBRE VISCEROCRÂNIO Quando você estiver correndo o dedo (em si mesmo, por dentro da boca) sobre as

eminências alveolares dos molares, continue mais para trás até alcançar uma superfície
romba da maxila, a tuberosidade da maxila, que apresenta uns dois pequenos forames,
nomeados forames alveolares, nos quais passam nervos e vasos alveolares superiores
Inicie tateando o ádito da órbita e detenha-se na margem infra-orbital, que é a que mais
posteriores, com destino aos dentes molares e seus tecidos de suporte.
interessa. Passe um dedo ao longo dela e perceba como é aguda. Seu tato vai acusar uma
saliência, que é a sutura zigomático-maxilar. Note que o forame infra-orbital está situado a
Mais atrás, a maxila se relaciona com o processo pterigóide do osso esfenóide. Entre ambos,
alguns milímetros abaixo dessa sutura. Em si próprio não conseguirá palpar esse forame
há uma abertura, a fissura pterigomaxilar, porta de entrada da fossa pterigopalatina, onde
porque ele é coberto pelo músculo levantador do lábio superior, o qual se origina logo abaixo
penetra a artéria maxilar (Fig. 2-11). Dois acidentes anatômicos devem ser observados
da margem infra-orbital. Mas conseguirá identificar em si toda a margem e até mesmo a
nessa área: no alto, uma passagem para a órbita, a fissura orbital inferior, (Fig. 2-3) por
sutura. Desloque o dedo medialmente e encontrará o osso nasal. Aproveite para explorar e
onde passam nervo e vasos infra-orbitais e em baixo, uma ponta em forma de gancho,
reconhecer áreas adjacentes a ele. Deslocando o dedo lateralmente irá encontrar o corpo do
continuação da lâmina medial do processo pterigóide, que se denomina hâmulo pterigóideo.
osso zigomático e, a partir dele, verifique nas figuras 2-3, 2-8 e 2-11 seus três processos,
(Fig. 2-16).
principalmente o processo temporal, que corresponde à metade do arco zigomático. Corra o
dedo pela borda inferior do zigomático, no crânio e em si. Perceberá irregularidades,
Nele se enlaça o músculo tensor do véu palatino, em seu curso da fossa escafóide ao
resultado de aposição óssea não uniforme que ocorre devido à tração do músculo
palato. O músculo levantador do véu palatino vai direto de sua origem na parte petrosa do
masseter, o qual tem origem nesse local. Localize melhor esse músculo em você, ativando-o
osso temporal ao palato, sem se desviar em torno de nenhum osso.
com movimentos sucessivos de oclusão forçada. Deslize os dedos sobre o músculo e perceba
que ele chega ao ramo da mandíbula, onde se insere. Continue descendo a até o ângulo da
Para continuar o estudo do maxilar, se você tiver um crânio à mão vire-o de cabeça para
mandíbula e sinta umas proeminências ósseas irregularmente distribuídas, cujo conjunto é
baixo. Se não tiver continue palpando sua própria boca e vendo as figuras 2-15 e 2-16.
chamado tuberosidade massetérica. Assim, você entendeu que o osso provê os locais de
Examine o palato ósseo, de modo visual e digital. Perceba que do processo alveolar, de
inserção muscular: um deles é fixo e a partir dele, o músculo se contrai; o outro é móvel
incisivo a premolar, em direção ao palato, seus dedos resvalam suavemente por uma
porque a contração muscular provoca o movimento do osso, neste caso a mandíbula.
superfície recurvada, sem ângulos e sem solução de continuidade. Ao fazer o mesmo na
região molar, note que a curva desaparece para dar lugar a um ângulo bem pronunciado.
Voltando para o corpo do zigomático, vá deslizando os dedos até alcançar o primeiro molar
Neste local, procure o grande forame palatino maior, pelo qual transitam vasos e nervo do
superior. No crânio, você estaria apalpando uma eminência linear, que é a crista zigomático-
mesmo nome.
alveolar, importante reparo ósseo nas anestesias dos dentes molares superiores. Em você,
faça tentativas extra e intrabucais para localizar a mesma eminência óssea. Medialmente a
Continue a tocar essa área no crânio (se tiver um), mais para a frente, e sentirá umas
ela será encontrada, abaixo do forame infra-orbital, uma depressão larga e rasa, a fossa
elevações pontiagudas, que são as espinhas palatinas, entre as quais pode-se divisar os
canina, que corresponde à parede anterior do seio maxilar. No crânio é fácil de ser localizada.
sulcos palatinos. Continuando, seu dedo é guiado para o plano mediano, onde você verá,
Nas pessoas é mais difícil, porque essa fossa contém o músculo levantador do ângulo da
bem à frente, a terminação do canal incisivo, que é o forame incisivo. Repare que ele tem
boca o qual se origina e se insere no ponto de união dos lábios.
uma forma de caçapa ou de funil, chamada fossa incisiva. O nervo que aí passa é o
nasopalatino. No toque, por dentro da sua boca, não é será possível distinguir os forames
Descendo um pouco, encontrará uma série de elevações que corresponde às raízes dos
sob o mucoperiósteo do palato. Na seqüência, se você acompanhar com o dedo o plano
dentes. São as eminências alveolares, das quais a mais longa e saliente é a eminência canina,
mediano, ao longo da sutura palatina mediana, poderá notar (algumas pessoas têm outras
relacionada com a transmissão de forças da mastigação à base do crânio. Elas se dispõem
não) uma elevação de tamanho variável, o toro palatino. Seu dedo deve ter chegado bem
enfileiradas desde o incisivo central até o terceiro molar, constituindo a lâmina vestibular
atrás, na borda livre do palato ósseo, local onde sobressai a espinha nasal posterior. Nessa
(externa) de cada alvéolo do processo alveolar.
borda, que pertence à lâmina horizontal do osso palatino, prende-se a aponeurose
palatina e nela os músculos palatinos já citados e também o palatoglosso, o
Acima das eminências dos incisivos e abaixo da abertura piriforme, pode ser encontrada uma
palatofaríngeo e o músculo da úvula. Separando os ossos palatinos (lâminas horizontais)
pequena depressão, a fóvea incisiva, local de inserção de algumas poucas fibras do músculo
das maxilas (processos palatinos), evidencia-se a sutura palatina transversa.
orbicular da boca. Acima das eminências dos molares (na base do processo alveolar)
encontra-se um dos locais de origem do músculo bucinador.
O processo alveolar, que circunda o palato, tem um alvéolo para cada dente e a separação
entre eles é feita pelo septo interalveolar. Dessa forma, o alvéolo tem uma parede voltada
para cada dente vizinho e as duas outras paredes que são chamadas lâmina alveolar externa de inserção em direção à área de origem e, dessa forma, protrai a mandíbula.
(vestibular) e lâmina alveolar interna (lingual). Os alvéolos de dentes multirradiculares são
divididos por septos inter-radiculares. Se o crânio que você está manuseando é Em pessoa Em seguida, corra o dedo pela borda posterior do ramo da mandíbula, em si próprio. Se
parcialmente desdentada ou desdentada total, apalpe o processo alveolar é cicatrizado e sentir um choque, é porque você pressionou o nervo auriculotemporal. Faça uma
reabsorvido, que passa a ter agora uma forma de crista, cujo termo de designação é rebordo verificação no crânio seco: a borda posterior é mais romba e mais espessa que a anterior. Na
alveolar residual. sua mandíbula, a glândula parótida dificultará a verificação desse detalhe.

Falta agora inspecionar a mandíbula (leia sobre ela nas páginas 24, 25, 31, 34, 35 e 36e Você está chegando ao ângulo da mandíbula. Lembra-se da tuberosidade massetérica que
examine as figuras 2-3, 2-5, 2-8, 2-10, 2-13, 2-14 e 2-20). Seu processo alveolar repete toda palpou no início do estudo? Pois bem, introduza o dedo por dentro (medialmente) do ângulo
a anatomia do processo alveolar maxilar. Na sua base, vestibularmente e ao nível dos da mandíbula e distinga elevação semelhante. É a tuberosidade pterigóidea, formada em
molares, originam-se fibras inferiores do músculo bucinador, que é o músculo da resposta à tração do músculo pterigóideo medial nesse local de sua inserção. A propósito,
bochecha. Como a mandíbula do adulto é um osso único, ela não tem uma sutura mediana, esse músculo, que é um elevador da mandíbula, tem origem na fossa pterigóidea (entre as
como a sutura intermaxilar. Na linha mediana anterior, o que se vê é uma bela elevação lâminas do processo pterigóide; não confunda com a fóvea pterigóidea).
nomeada protuberância mentoniana, ladeada em baixo por dois tubérculos mentonianos e
em cima por duas fossas mentonianas, de onde se originam os músculos mentonianos. Mais acima, no centro da face medial do ramo da mandíbula, observe no crânio ou nas
Abaixo do tubérculo mentoniano, já na base da mandíbula, distingue-se a fossa digástrica, figuras do livro, principalmente a Fig. 2-20, o forame da mandíbula, tendo à frente a língula
local em que se insere o músculo digástrico, cuja origem fica no neurocrânio (incisura da mandíbula, local de inserção do ligamento esfenomandibular. Nesse forame entram nervo
mastóidea). e vasos alveolares inferiores, os quais descrevem um trajeto intra-ósseo não por entre os
espaços medulares e trabéculas da substância esponjosa, mas por um canal feito de
Imaginando agora uma linha que vai do tubérculo mentoniano até a base do alvéolo do substância compacta denominado canal da mandíbula. Antes de entrar no osso, a artéria e o
primeiro molar, você estará estabelecendo o local de origem do músculo abaixador do nervo soltam um ramo milo-hióideo que, de início, transitam junto ao osso em uma
ângulo da boca. Continuando nessa linha, você vai encontrar, no prumo do segundo depressão que se chama sulco milo-hióideo. Acima dele, próximo ao terceiro molar, sinta com
premolar, o forame mentoniano. Isto significa que o conteúdo do forame (nervo e vasos os dedos a extremidade posterior de uma elevação linear (e afilada) que, à medida que
mentonianos) é recoberto nesse ponto pelo músculo acima mencionado. avança para a frente e para baixo, vai se tornando menos saliente. É a linha milo-hióidea, na
qual toma origem o músculo milo-hióideo, principal músculo do soalho da boca. Depois de
A partir do forame, vá deslizando o dedo para trás e para cima até tatear toda a extensão da sentir pelo tato essa linha, note abaixo dela, na região molar, uma depressão de nome fóvea
linha oblíqua. Continuando a tatear, você alcança a borda anterior do ramo da mandíbula, a submandibular, causada pela justaposição da glândula submandibular. Anteriormente e acima
qual termina no processo coronóide, de aspecto triangular. Se você abrir a boca, palpará com da linha, há outra depressão glandular, menos marcada, que leva o nome de fóvea
mais facilidade esse processo. Em suas bordas e em sua face medial insere-se o músculo sublingual.
temporal, cuja origem está na fossa temporal. A inserção do músculo na face medial faz
surgir uma superestrutura que do ápice do processo desce pelo ramo da mandíbula, Com isso, você deu a volta toda na mandíbula; termine agora no mesmo nível do plano
esmaecendo aos poucos. Seu nome é crista temporal. Às vezes ela é tão longa que chega até mediano quando começou. Só que do lado de trás. Aí estão localizadas as espinhas
o trígono retromolar. mentonianas. Os dois músculos que nelas se prendem impedem sua palpação no ser vivo. Aí
se originam o genioglosso, maior músculo da língua, e o gênio-hióideo, que une a
Tente palpar a borda posterior do processo coronóide e a incisura da mandíbula, que segue mandíbula ao osso hióide.
(no crânio é fácil) até atingir o processo condilar, o qual se divide em cabeça e colo da
mandíbula. Na cabeça (côndilo) da mandíbula você palpará facilmente o pólo lateral, Dois forames podem ser vistos nessa área. Dizemos “podem ser”, porque freqüentemente
principalmente se fizer movimentos de abrir e fechar a boca. estão ausentes. São forames inconstantes e, portanto, não importantes. O de cima, maior, é
sempre percorrido por um ramo da artéria sublingual e o de baixo, menor, é às vezes
Veja o restante no crânio: o pólo medial, as cristas que partem de ambos os pólos, as duas percorrido por um ramo do nervo milo-hióideo. O primeiro denomina-se forame lingual ou
vertentes no alto do côndilo e uma depressão na porção anterior do colo que é a fóvea retromentoniano superior e o segundo, retromentoniano inferior.
pterigóidea, para a inserção do músculo pterigóideo lateral, depois de ter se originado na
lâmina lateral do processo pterigóide. Essa origem é fixa; é a base para a movimentação
muscular. Aí o músculo se ancora e, ao se contrair, encurtando suas fibras, traciona a área

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