Endodontia
Tratamento conservador da polpa dentária
- um meio de “evitar” o tratamento radical
do canal
- relembrando que ao receber o paciente,
devem ser feitas a anamnese, os exames
clínico e radiográfico, elaboração do
diagnóstico, planejamento e, por fim, o
tratamento
- controvérsias a respeito do capeamento
pulpar
Técnicas de tratamento
conservador (proteção pulpar
direta)
- capeamento pulpar: indicado em casos de
exposição pulpar acidental, como por
exemplo na dentística, quando a polpa é
exposta durante a remoção do tecido
cariado; é colocado um medicamento
sobre a área, a fim de promover a sua
cicatrização
- curetagem pulpar: pode ser a escolha em
casos de polpa exposta por cárie; com uma
cureta afiada, é removida a parte mais
coronal da polpa que exposta à cárie e
fazer o capeamento; é a menos favorável,
pois não se sabe a extensão do tecido
acometido
- pulpotomia: preconizada em situações
como a anterior; é removida toda a polpa
coronária, restando apenas a polpa
radicular, sendo realizado o capeamento
sobre esta
a contaminação microbiana, raspas de
dentina e falhas no selamento marginal
por si só podem contribuir para a falha do
capeamento pulpar
Material ideal
- deve apresentar biocompatibilidade (não
irritante), resistência semelhante à
dentina, estimular a produção de dentina
sobre a polpa, ser estético e resistente à
mastigação
- vários materiais foram utilizados, já que
nenhum apresenta todas estas
características
Cimento à base de OZE: o eugenol
é irritante, podendo causar grande
inflamação sobre o tecido pulpar
Cimento de hidróxido de cálcio: é
um bom material, mas não é mais utilizado
em casos de capeamento; alguns atribuem
o seu uso à calcificação pulpar (na verdade,
isto geralmente é causado por raspas de
dentina projetados no CR)
Cimento à base de MTA: indicado
para casos de selamento de perfurações
radiculares, retrobturações, proteção
pulpar direta, pulpotomia, tampão apical
em rizogênese incompleta, obturação de
canais radiculares, tampão cervical em
clareamentos dentários internos, reparo de
fraturas radiculares
Tratamento da hipersensibilidade
térmica
- remoção da restauração e forramento >>
secagem da cavidade com ar >> isolamento
(relativo ou absoluto) >> aplicação de
otosporin por 5 minutos >> secagem com
bolinha de algodão >> curativo com OZE
por 15 dias >> se necessária uma segunda
sessão, aplicar EDTA por 3 minutos antes
do otosporin
(em grandes quantidades sobre a polpa, o
eugenol é tóxico, mas quando aplicado
deste modo, na dentina, ele apresenta
papel anti-inflamatório sobre a polpa)
Inconveniente dos fragmentos de
dentina
- podem impedir o intimo contato do
hidróxido de cálcio com o tecido pulpar

- podem incorporar-se à ponte de tecido

Aspectos clínicos para indicação
da pulpotomia
Coroa dentária
- indicada quando a coroa estiver quase
íntegra ou com paredes espessas e
resistentes e restauração sem pino
- contraindicada em casos de exagerada
destruição coronária, requerendo um pino
intracanal para a restauração
Sangramento
- indicada para casos em que o dente
apresente sangramento normal após o
corte do tecido pulpar, de cor vermelho
“vivo”
- contraindicada quando o sangramento for
praticamente ausente, quando o sangue
for muito escuto ou muito claro
(amarelado)
Remanescente pulpar
duro, tornando-a mais irregular e mais
permeável
- em profundidade, estimulam a
calcificação do tecido pulpar
*por isso, para a remoção da polpa.
preconiza-se o uso de curetas
(instrumentos manuais)
Técnica
- remoção da polpa coronária >> irrigação
>> exame visual do remanescente pulpar
>> aplicação da bolinha de algodão estéril
com otosporin + lâmina de guta-percha +
selamento da cavidade com cimento
provisório >> segunda sessão 48h a 7 dias
depois (pode ser feita sem anestesia) >>
remoção do curativo >> aplicação do
hidróxido de cálcio PA + CIV + restauração
- a avaliação clínica do tratamento pode ser
feita através de exames clínicos visuais,
teste de vitalidade ou exame radiográfico

- indicada quando o remanescente pulpar

for consistente e oferecer certa resistência
à ação de uma cureta

- contraindicada quando a polpa

remanescente se apresentar amolecida e
que se desgarra facilmente ou com aspecto
pastoso/liquefeito

após a pulpotomia, é formada

uma camada de “tecido duro”
sobre a polpa, que tem papel
protetor sobre ela
 questões

1. Descreva o mecanismo de ação do

hidróxido de cálcio após uma proteção
direta da polpa dental.
Em contato direto com o tecido pulpar, o
hidróxido de cálcio gera uma necrose
superficial de coagulação, reduzindo os
estímulos da inflamação. Ele, também,
estimula a formação de dentina
esclerosada e de uma ponte de tecido
duro, a qual apresenta papel protetor
sobre a polpa.

2. A que está relacionada a aplicação de

curativo à base de corticosteróide antes
da proteção da polpa dental com
hidróxido de cálcio na técnica da
pulpotomia?
Apesar de não diminuir a pressão interna
da polpa dentária, a aplicação de curativo à
base de corticosteroide faz com que esta
pressão não aumente, causando maior
conforto e menos dor ao paciente. Em
casos onde é feito um curativo à base de
óxido de zinco e eugenol, mesmo sabendo-
se que o eugenol apresenta características
irritantes sobre o tecido pulpar, quando
aplicado deste modo, a concentração que
chega à polpa apresenta papel anti-
inflamatório e dessensibilizante.

3. O que pode acontecer se raspas de

dentina forem introduzidas no interior da
polpa?
Quando introduzidas no interior da polpa,
as raspas de dentina podem impedir o
contato do hidróxido de cálcio com o
tecido pulpar, além de estimular a
calcificação pulpar em profundidade e, ao
se incorporarem à ponte de tecido duro,
podem torná-la mais irregular e
impermeável, diminuindo o seu papel
protetor.