Você está na página 1de 18

2008

CADERNOS
COMPROMISSO COM
A EXCELÊNCIA

L A R
E M P
E XESTRATÉGIAS
S I V O
C L U O S
E PL ANOS
EX I L I A D
R A F
PA
SÉRIE CADERNOS COMPROMISSO COM A EXCELÊNCIA

RESPONSABILIDADE COLABORAÇÃO
Antônio Tadeu Pagliuso – Superintendente Geral C. Adriano Silva
Marcelo Marinho Aidar – Superintendente de Christiane Rodrigues Correia
Premiação e Aplicações do MEG Carla Marina S. Soriano

REDAÇÃO PROJETO E PRODUÇÃO GRÁFICA


COORDENAÇÃO GERAL Inah de Paula Comunicações
Caio Márcio Becker Soares

REVISOR TÉCNICO © DIREITOS RESERVADOS


Ronaldo Darwich Camillo
Proibida a reprodução total ou parcial desta
EQUIPE publicação sem o prévio consentimento, por
Critério 1 - Ivana Mara Rodrigues da Silva. escrito, da FNQ.
Critério 2 - Marcel Menezes Fortes.
Critério 3 - Gênia Porto.
Critério 4 - José Neci Corrêa Oliveira Junior e

R
Nicole Orfali. Publicado por

L A
Critério 5 - Ivana Mara Rodrigues da Silva.

P
Critério 6 - Roberta Aquino.
Critério 7 - João Gilberto Andrade.

M
Critério 8 - Juliano Reimundo Zimmermann.

E
EX USIVO
C L O S
EX I A D
MISSÃO VISÃO

F I L
Disseminar os fundamentos da excelência em Ser um dos principais centros mundiais de
gestão para o aumento de competitividade das estudo, debate e irradiação de conhecimento

A
organizações e do Brasil. sobre excelência em gestão.

PA R Fundação Nacional da Qualidade

Cadernos Compromisso com a Excelência: Estratégias e Planos / Fundação Nacional da Qualidade. –


São Paulo: Fundação Nacional da Qualidade, 2008. – (Série Cadernos Compromisso com a Excelência)

Inclui bibliografia
ISBN 978-85-60362-58-5

1. Compromisso com a Excelência. 2. Fundação Nacional da Qualidade. 3. Gestão da Qualidade Total.


4. Excelência empresarial.

CDD 658.562

2 | Cadernos Compromisso com a Excelência • FNQ | Estratégias e Planos


APRESENTAÇÃO

Este Caderno compõe a série Cadernos Compromisso com a Excelência, que tem por finalidade divulgar o Modelo de
Excelência da Gestão® (MEG) da FNQ - Fundação Nacional da Qualidade nos seus níveis de maturidade da gestão.
Destina-se a esclarecer as dúvidas de seus usuários sobre o Modelo e a satisfazer aqueles que desejam aprofundar
seus conhecimentos sobre seu conteúdo. É uma valiosa ferramenta para quem pretende aperfeiçoar-se como mem-
bro da Banca Examinadora dos Prêmios Regionais, aprimorar a gestão de sua organização ou preparar uma candida-
tura aos Prêmios Regionais ou Setoriais.

L A R
O Modelo de Excelência da Gestão® (MEG) está apresentado na publicação “Compromisso com a Excelência”, edita-

P
do, anualmente, pela FNQ. Para uma leitura mais eficaz dos cadernos desta série, recomenda-se que seja efetuada

M
em conjunto com os fundamentos da excelência e os critérios “Compromisso com a Excelência”.

E
EX USIVO
Os Cadernos Compromisso com a Excelência são publicados na forma de “apostila”, de modo a tornar a leitura mais
agradável e a facilitar seu manuseio. A série está organizada em nove volumes:

C L O S
EX A D
• Introdução ao Modelo de Gestão da • Sociedade

I
Excelência da Gestão® (MEG)

L
• Informações e Conhecimento

F I
• Liderança
• Pessoas

A
• Estratégias e Planos

R
• Processos

PA
• Clientes
• Resultados

Escritos em linguagem acessível, os Cadernos Compromisso com a Excelência descrevem como os requisitos do
Compromisso com a Excelência podem ser implementados a partir de soluções práticas, sem caráter prescritivo.
Como ilustração, são apresentados exemplos de empresas finalistas ou vencedoras dos Prêmios Regionais, re-
velando o quanto podem ser proativas, refinadas ou inovadoras as abordagens adotadas.

Espera-se que o leitor seja estimulado a consultar os Cadernos Compromisso com a Excelência sempre que necessário e que
se beneficie com os exemplos apresentados. A série está disponível também em meio eletrônico – www.fnq.org.br.

Equipe de Redação

Estratégias e Planos | Cadernos Compromisso com a Excelência • FNQ | 3


ESTRATÉGIAS
E PL ANOS

SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO ....................................................................................................................3

R
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................5

L A
DEFINIÇÃO E APRESENTAÇÃO DAS ESTRATÉGIAS ...............................................6

P
DEFINIÇÃO E APRESENTAÇÃO DE INDICADORES, METAS, PLANOS E

E M
RECURSOS E UTILIZAÇÃO DE INFORMAÇÕES COMPARATIVAS ..................10

EX USIVO
ALOCAÇÃO DOS RECURSOS ...........................................................................................14
COMUNICAÇÃO DAS ESTRATÉGIAS, METAS E PLANOS DE AÇÃO ..................15

L S
BIBLIOGRAFIA .....................................................................................................................17

EX C I A D O
F I L
R A
PA

4 | Cadernos Compromisso com a Excelência • FNQ | Estratégias e Planos


INTRODUÇÃO
As estratégias representam caminhos escolhidos para
concentrar esforços e tornar real a visão da organiza-
ção, incluindo a definição e a obtenção de fins de-
terminados. São estabelecidas por meio de processos
decisórios que partem de idéias, recursos e pessoas,
combinados para compor planos de modo abrangen-
te e sensível às contingências externas. A Estratégia
segundo o autor Michael Porter “é o modo pelo qual
uma Organização procura alcançar sua visão e missão
(uma série de metas/objetivos; um método que en-
volve pessoas, recursos e processos)”. As metas são os
níveis de desempenho pretendidos por determinado
período de tempo.

As estratégias traduzem compromissos de longo prazo


com as partes interessadas — clientes, força de traba-

R
lho, acionistas e proprietários, fornecedores e a socie-

A
dade — a partir da capacidade operacional e competi-

L
“A melhor forma de prever o futuro é criá-lo”
tividade da organização. As atividades e a agenda para

P
Peter Drucker
lidar com a estratégia são geralmente executadas pela

M
liderança da organização e, dependendo do porte da

E
No Modelo de Excelência da Gestão® o critério Estra-

EX USIVO
mesma, envolvem outros níveis da sua estrutura. É co-
tégias e Planos é representado na forma de uma seta
mum, ainda, a organização municiar-se de informações
integradora dos demais critérios, a qual aponta para o
e pareceres de consultorias e especialistas para propor-
critério Resultados. A Liderança com foco nos Clien-
cionar uma visão de fora da organização e facilitar o pro-

L S
tes e na Sociedade é a responsável pela formulação das
cesso de definição dos rumos para o futuro. Os planos

C O
Estratégias e Planos, que são implementados pelas
são elaborados para cada área da organização que têm

EX D
Pessoas e pelos Processos para produzir os Resultados,
atribuição de executar as estratégias. São detalhadas as

A
sendo integrados pelas Informações e Conhecimento.

I
ações ao longo do tempo, os alvos a serem atingidos e

I L
os indicadores assegurando a comunicação.

F
No Modelo de Excelência da Gestão® o Critério Estra-
tégias e Planos está primordialmente relacionado com

A
o Fundamento Visão de Futuro, que preconiza a com-

R
“Os fatores estratégicos da nossa empresa são

PA
preensão dos fatores que afetam a organização, seu
os vínculos que ela estabelece com as partes
ecossistema e o ambiente externo no curto e no longo
interessadas”
prazo, visando a sua perenização. Este Fundamento é
Jorge A. Mendes Pereira
colocado em prática considerando que:
Cetrel
• A organização com visão de futuro pensa, planeja e
Os ciclos de gestão estratégica desenvolvidos pela or- aprende estrategicamente, obtendo resultados sus-
ganização representam grandes ganhos. Eles podem tentáveis e de alto desempenho em suas atividades
nortear pessoas e organizações que se encontram num no presente e no futuro;
ciclo vicioso, onde se aplica muita energia e tempo
• O planejamento deve estar voltado para o sucesso
adivinhando o futuro. Pouca coisa é feita a respeito
no longo prazo e para os resultados no presente,
das ameaças e oportunidades, havendo muito tempo
sem comprometer o futuro em função de ganhos
empregado em “apagar incêndios” das falhas que não
no curto prazo;
foram resolvidas a tempo. A maioria dos líderes fica
tentando resolver problemas recorrentes, sem tempo • A organização antecipa-se com agilidade e proativi-
para o que é importante para melhorar os resultados dade aos fatos, além de adaptar-se às novas tendên-
da organização. As Estratégias e Planos, com liderança cias do ambiente externo, às novas necessidades e
e perseverança, tenderão a levar estas pessoas e orga- expectativas das partes interessadas, aos desenvol-
nizações ao ciclo virtuoso, com tempo para viver, para vimentos tecnológicos, aos requisitos legais, às mu-
inovar, trabalhar de forma preventiva e proativa, orien- danças estratégicas dos concorrentes e às necessida-
tada para o futuro. des da sociedade.

Estratégias e Planos | Cadernos Compromisso com a Excelência • FNQ | 5


O fundamento Liderança e Constância de Pro-
pósitos se destaca em razão da condução do DEFINIÇÃO E
processo por parte da liderança.

As práticas de gestão utilizadas para a for-


APRESENTAÇÃO
mulação e a implementação das estratégias
devem apresentar características de adequa-
DAS ESTRATÉGIAS
ção ao porte e perfil da organização. A ma-
neira dos líderes considerarem as estratégias
e planos deve considerar a proatividade, a A definição das estratégias tem como finalidade estabelecer as ações
disseminação e a continuidade. A cada ciclo necessárias para realizar a missão da organização e alcançar a sua
deve haver um esforço de refinamento e in- visão de futuro, aproveitando as forças impulsoras e contornando as
tegração, considerando o alinhamento com forças restritivas, provenientes dos processos internos da organiza-
os objetivos, entre as áreas, com outras práti- ção e as externas, originárias do macroambiente, mercado e setor de
cas de gestão da organização e com as partes atuação e de suas tendências.
interessadas. Estas características quando
presentes demonstram o estágio de maturi- As idéias, informações e atividades de formulação das estratégias
dade da gestão da organização. Para melhor partem do reconhecimento da visão da organização. A Visão projeta
entendimento do Modelo de Excelência da onde a organização deseja estar e deve refletir um sonho desafiador
Gestão® recomenda-se a leitura do Caderno de e exeqüível. Por exemplo, a Visão do Grupo Gerdau – “Ser uma
empresa siderúrgica internacional de classe mundial”; A Missão é a

R
Introdução ao Modelo de Excelência da Gestão®.
Razão de Ser da Organização, papel desempenhado pela Organiza-

L A
Uma integração das atividades necessárias ção no seu negócio.

P
para lidar com estratégias e planos a cada

M
ciclo pode ser adotada com base em práti- O processo de formulação das estratégias respeita uma seqüência con-

E
trolada de eventos. A liderança define como as diversas áreas da orga-

EX USIVO
cas seqüenciadas (seqüência controlada de
eventos), com definição de etapas básicas nização são envolvidas nas atividades de definição das estratégias.
para o êxito dessas atividades, com meto-
dologia que pode ser aplicada a quaisquer A análise do macroambiente investiga as questões do universo so-

L S
organizações, considerando as fases: cial, econômico, político/legal e tecnológico, e sua influência no

C O
setor de atuação analisado, com o objetivo de identificar Ameaças

EX D
• ANTES: Decidir implantar Estratégias e e Oportunidades do seu mercado de atuação. São questões que as

A
organizações, individualmente, pouco conseguem influenciar, mas

I
Planos e preparar para implantar Estraté-

L
que influenciam diretamente o seu setor de atuação. Alguns concei-

I
gias e Planos;
tos importantes para análise dos ambientes externos são:

F
• DURANTE: Formular e implementar

A
Estratégias e Planos;

R
Oportunidades - Características oferecidas pelo ambiente externo

PA
• DEPOIS: Perenizar as Estratégias e Pla-
nos na Organização. que a Organização pode aproveitar de modo a contribuir para o
alcance da Visão. Em analogia com futebol “Defesa fraca do ad-
De acordo também com Michael Porter a es- versário”. Exemplos: A venda de uma Organização concorrente por
tratégia é definida “por um posicionamento um bom preço; Alianças Estratégicas; Crescimento do Mercado via
único da organização; opções e escolhas a partir melhoria das condições da Sociedade, etc.
dos cenários e propostas de valor e iniciativas
de atingimento”. A formulação das estratégias
norteia as decisões, definindo o que é a organi- Ameaças - Situações determinadas pelo ambiente externo que pre-
zação, onde quer chegar, e como conduzirá os cisam ser rechaçadas de modo a não prejudicar o alcance da Visão.
programas, os projetos, as responsabilidades e Em analogia com futebol “Ataque forte do adversário”. Exemplos:
os prazos, etc., pois o poder de competitivida- Novos entrantes no mercado em condições competitivas; Inovação
de de uma empresa depende principalmente tecnológica pelos concorrentes, etc.
de sua capacidade de perceber a si mesma e ao
mercado em que atua.
As pessoas que deverão participar (pessoas chaves da Organização e
No critério 2, o Compromisso com a Exce- quando apropriado, das demais partes interessadas) devem ser con-
lência destaca a utilização de informações vidadas tendo em mente que planejamento participativo tende a ser
comparativas para a definição de metas. mais completo. A organização define e providencia local a realizar
eventos (de preferência onde as pessoas possam se dedicar inte-
gralmente). A organização solicita que as pessoas se preparem para
opinar com propriedade, pois as informações íntegras e atualizadas
constituem a principal matéria-prima para o processo de formulação
das estratégias. São exemplos de material para consulta os diagnós-

6 | Cadernos Compromisso com a Excelência • FNQ | Estratégias e Planos


ticos com base nos critérios Compromisso com a Exce- aos concorrentes e adiciona valor ímpar a seus bens
lência; Programas e Projetos em andamento; Projetos e serviços por um longo período de tempo. Alguns
nacionais, estaduais, municipais que possam impactar exemplos clássicos de empresas e a síntese de suas
a organização ou serem impactados pela mesma; Pla- respectivas competências essenciais:
nejamentos Estratégicos e análises críticas anteriores.
Embraer: avanço em mercados nunca ocupados
O conhecimento das condições e dos resultados recentes,
pelas grandes companhias de aviação (o mercado de
vindos do ambiente interno, são importantes também
jatos regionais); Casas Bahia: pela idéia genial de
para a organização encaminhar a definição e apresentação
um varejo para atender consumidores das classes C
das principais estratégias. A análise do ambiente interno
e D com uma proposta de valor imbatível, incluin-
refere-se aos fatores internos da empresa, desde sua es-
do crédito e fácil acesso a seus produtos; Honda:
trutura de trabalho até os aspectos financeiros. Diferen-
motores e sistemas de potência; Canon: ótica e pro-
temente dos componentes do macroambiente e do am-
cessamento de imagem; Cirque du Soleil: o melhor
biente operacional, que existem fora da organização, os
do circo e do teatro; nova forma de entretenimento
componentes do ambiente interno são os mais facilmen-
ao vivo; Sony: capacidade de miniaturizar.
te perceptíveis e controláveis, por se encontrarem dentro
da organização. Neste momento, é feita uma análise das
condições internas da organização para permitir uma ava- A identificação dessas competências é a base para o de-
liação das principais forças e fraquezas. As forças facilitam senvolvimento dos ativos intangíveis que mais agregam
o alcance dos objetivos organizacionais, as quais devem valor ao negócio e mais geram diferenciais competitivos.

R
ser reforçadas, enquanto as fraquezas dificultam ou im-

A
pedem o seu alcance, as quais devem ser superadas. A análise dos recursos propicia a identificação dos bens

L
que podem ser vistos e quantificados para determinar

P
pontos fortes e fracos. Eles variam conforme o perfil

M
Forças - Características internas que permitirão
da organização, mas pode-se resumi-los em pelo me-

E
tornar os sonhos realidade facilitando, assim, o al-

EX USIVO
nos três categorias de análise:
cance da Visão. Em analogia com futebol “O ataque
forte da Organização”. Exemplos: Quadro técnico • Recursos financeiros – caixa, créditos, orçamentos
experiente; Colaboradores motivados; Infra-estrutura autorizados e outros realizáveis;

S
adequada, etc.

L
• Recursos organizacionais – sistema de gestão, es-

C O
trutura organizacional, humanos, sistemas de infor-

EX D
mação e comunicação etc.; e

A
Fraquezas - Características internas que difi-

L I
cultarão tornar os sonhos realidade prejudicando, • Recursos físicos – infra-estrutura, capacidade pro-

I
assim, o alcance da Visão. Em analogia com futebol dutiva, produtividade de equipamentos, meios de

F
“Defesa fraca da Organização”. Exemplos: Gestão de distribuição etc.

A
processos inadequada; Falta de política de gestão de

R
Pessoas (cargos e salários, capacitação, qualificação, A Figura 1 ilustra a composição dos Ambientes Exter-

PA
etc.); Falta de política de divulgação dos produtos e no e Interno de uma organização:
serviços, etc.
Macroambiente
Não existe uma abordagem única para a realização do Ambiente Operacional
Econômico Social
diagnóstico do ambiente interno. Em geral, envolve o (setor de atuação)
estudo de pelo menos dois fatores: Análise das compe-
Concorrentes
tências da organização, baseada nas informações pro-
venientes da análise do desempenho (resultados ver- Ambiente
Fornecedores Clientes
sus metas versus informações comparativas e relatórios Interno
de avaliação); e Análise de recursos.

A análise das competências da organização propicia a Mercado alvo


identificação das principais forças e fraquezas da orga- Político/Legal Tecnológico
nização a partir da determinação de suas competên-
cias essenciais em relação à de seus competidores. As Figura 1 - Níveis de análise ambiental
competências essenciais compreendem os recursos e Fonte: FNQ, 2007
as capacidades que servem como fonte de vantagem
competitiva a uma empresa em relação a seus concor- A partir das Forças, Fraquezas, Oportunidades e Ameaças
rentes. Geram ativos intangíveis responsáveis pelos resultantes das análises ambientais, a missão e a visão de
principais diferenciais em relação a eles e refletem a futuro da organização são revisadas ou confirmadas. Em
“personalidade” da empresa. Na condição de capaci- seguida, são identificadas e avaliadas as possíveis estraté-
dade de adotar medidas de ação, são atividades que a gias a serem adotadas para tratar estes aspectos, conside-
empresa executa especialmente bem em comparação rando também as estratégias em curso.

Estratégias e Planos | Cadernos Compromisso com a Excelência • FNQ | 7


A equipe de planejamento pode validar as estratégias a serem adotadas, levando em
conta o grau de consistência, consonância, vantagem e viabilidade de cada estratégia pro-
posta. As estratégias não devem apresentar objetivos e políticas mutuamente inconsistentes.
Devem ser consistentes entre si, com a visão de futuro e com os valores e princípios organi-
zacionais. As estratégias devem representar resposta adaptativa ao ambiente externo e suas
forças restritivas e impulsoras, e às mudanças críticas que ocorrem no mesmo. As estratégias
devem propiciar a criação ou manutenção de uma vantagem competitiva na área de ativida-
de selecionada. A área de atividade refere-se ao ramo de negócio que a organização escolhe
para atuar. As estratégias não devem sobrecarregar os recursos disponíveis nem criar proble-
mas insuperáveis. A definição do grau de viabilidade pode ser resultado de macroavaliações
e exercícios de projeção financeira.

As estratégias selecionadas recebem, nas organizações, diferentes denominações — “objetivos


estratégicos”, “macroobjetivos”, “diretrizes estratégicas”, “estratégias”, dentre outras — mas,
em todos os casos, têm a finalidade de indicar as linhas de atuação para realizar a visão de
futuro.

A Figura 2 mostra a experiência da CEMIG Distribuição.

L A R
E M P
EX USIVO
C L O S
EX I L I A D
R A F
PA Figura 2 - Identificação dos aspectos fundamentais para o sucesso das estratégias na CEMIG —
Distribuição.
Fonte: Relatório da Gestão, CEMIG Distribuição, vencedora do Prêmio Mineiro da Qualidade 2005

A Formulação das estratégias é usualmente realizada em eventos programados em alguns


meses do ano incluindo num primeiro dia uma palestra de abertura sobre a importância das
Estratégias e Planos para a Organização apresentada pela Liderança da Organização. Após
isso procede-se uma palestra de nivelamento de conceitos sobre Planejamento Estratégico
realizada pelo facilitador. Seguem-se trabalhos em equipes (formadas aleatoriamente) com
coordenação do facilitador para Identificação/Revisão da Visão, Missão, Valores. Essas re-
definições são consolidadas em plenárias sob coordenação do facilitador. Os trabalhos sub-
seqüentes incluem a divisão dos presentes em equipes para a análise do macroambiente,
do mercado de atuação e do ambiente interno da organização, com identificação das Forças
e Oportunidades — aspectos positivos/Êxito —, e Fraquezas e Ameaças — Dificuldades/
Problemas. Nesse momento pode ser aplicada a técnica da planilha e matriz FOFA — vide
Quadro 1. A Planilha FOFA — Forças, Oportunidades, Fraquezas e Ameaças —, ou SWOT
“Strengths, Weaknesses, Opportunities & Threats” é aplicada para analisar as relações entre
as Forças/Fraquezas/Oportunidades e Ameaças, que inter-relacionadas permitem extrair as
principais idéias de iniciativas estratégicas.

8 | Cadernos Compromisso com a Excelência • FNQ | Estratégias e Planos


Quadro 1: Planilha FOFA genérica.
OPORTUNIDADES AMEAÇAS
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 å
Planilha FOFA (Padrão)
LEGENDAS:
0 - Sem Relação
1 - Média Relação
2 - Alta Relação
1
2
3
4
Forças

5
6
7
8
9

R
10

A
SOMA 1

P L
1

M
2

E
EX USIVO
3
4
Fraquezas

L S
6

C O
7

EX D
8

I A
9

I L
10

F
SOMA 2

R A
SOMA 1 - SOMA 2

PA
Num segundo dia os trabalhos em equipes prosse- A Direção Executiva da Irmandade Santa Casa da
guem com coordenação do facilitador para a definição Misericórdia de Porto Alegre (PNQ 2002 e PQRS
dos Objetivos Estratégicos — objetivos, indicadores e 2003 – Troféu Diamante) realiza reuniões com mé-
metas anuais e plurianuais. São também definidos os dicos, fornecedores e convênios, além de pesquisas
projetos estratégicos — distribuídos nas Perspectivas com as partes interessadas, especialmente os clientes
Financeira, Cidadãos/Clientes/Mercado, Processos e usuários, no âmbito do processo de formulação das
Pessoas. A lógica se resume em elaborar programas/ estratégias. A Mesa Administrativa (instância contro-
projetos para rechaçar as ameaças; aproveitar as opor- ladora) é envolvida no processo de aprovação.
tunidades; eliminar as fraquezas e consolidar/aumen-
tar as forças. Ao final deve se ter a consolidação em
plenária dos Objetivos Estratégicos — objetivos, indi- Uma vez formuladas as estratégias no processo de
cadores e metas anuais e plurianuais. planejamento, passa-se à fase de sua implementação,
sempre considerando a integração, o significado e o
A participação sistemática das áreas internas no pro- alinhamento das estratégias e planos.
cesso de formulação das estratégias visa aumentar a
precisão das informações levantadas e tratadas, por
meio da ampliação da equipe envolvida no planeja-
mento. Isso promove a ampla participação das pessoas
no estabelecimento dos rumos e objetivos comuns,
engajando liderados e aumentando a eficácia do siste-
ma de liderança.

Estratégias e Planos | Cadernos Compromisso com a Excelência • FNQ | 9


DEFINIÇÃO E APRESENTAÇÃO
DE INDICADORES, METAS,
PL ANOS E RECURSOS E
UTILIZAÇÃO DE INFORMAÇÕES
COMPARATIVAS
A definição de indicadores para a avaliação da implementação das estratégias, o estabe-
lecimento de metas de curto e longo prazo a elas vinculadas, bem como a montagem dos
planos de ação para sustentar o alcance das metas são realizados, em geral, de forma simul-
tânea e interdependente durante o ciclo de planejamento, tem o objetivo de viabilizar o
monitoramento do êxito das ações estratégicas por meio de resultados quantitativos.

Uma pesquisa realizada em 2004 pela Fundação Instituto de Administração (FIA), com 274

R
executivos das principais empresas brasileiras apontou que 82,3% dos entrevistados consi-

A
deravam que seu maior desafio era alinhar as pessoas, seu desempenho e suas competências

L
humanas às estratégias do negócio e aos objetivos organizacionais. Essas informações indi-

P
cam, a partir de medições de resultados tomadas ao longo do tempo, o nível de desempenho

M
(êxito, performance, sucesso) que a organização tem em realizar o que foi planejado.

E
EX USIVO
A definição de indicadores de desempenho para a avaliação da implementação das estratégias
propicia elementos para o gerenciamento do seu progresso com base em fatos. De acordo com
o exemplo da figura 3, as medições de progresso por meio de indicadores individualizados

L S
ou específicos, Índice de repetição do serviço e Prazo médio de atendimento, para cada estratégia,

C O
Eliminar retrabalho e Reduzir tempo de atendimento, respectivamente, facilitam a tomada de deci-

EX D
são, enquanto o uso de indicadores integradores, Custo por serviço correto para medir o êxito de

I A
agrupamentos ou blocos de estratégias e Melhorar a qualidade dos serviços promove uma visão

I L
sintética para a Direção.

A F Exemplo de indicadores Custos por

R
serviço correto
Estratégias relativas a processos

PA
Melhorar qualidade dos serviços

Eliminar Reduzir tempo de


retrabalho atendimento

Índice de repetição Prazo médio de


de serviço atendimento

Figura 3 – Exemplo de indicadores de estratégias específicos e integradores


Fonte: FNQ, 2007.

A natureza das medições a serem adotadas depende da natureza das estratégias. As estraté-
gias que exprimem o atendimento de necessidades de partes interessadas e os resultados
por elas esperados por si só já determinam a natureza dos indicadores a serem adotados. É o
caso, por exemplo, de resultados financeiros monitorados pelos controladores e de parâme-
tros regulamentares a serem respeitados.

Para outras estratégias formuladas não diretamente vinculadas a anseios de partes interessadas,
dois mecanismos que se complementam podem apoiar-se na definição e escolha de indicadores.

10 | Cadernos Compromisso com a Excelência • FNQ | Estratégias e Planos


O primeiro é o da análise crítica dos propósitos das es- tados alcançados por outras organizações do mercado
tratégias e o da identificação de medições objetivas de ou setor de atuação, picos já alcançados anteriormente,
desempenho, por meio de brainstorming (“tempestade de desafios incrementais e outros.
idéias”) onde as diversas pessoas opinam e são ouvidas,
considerando os seguintes aspectos: Portanto, as metas estabelecem os padrões quantita-
tivos esperados para avaliar o êxito da implementação
• relevância – medição decorrente de meta de parti- das estratégias formuladas ao longo do tempo e são
da estabelecida por parte interessada ou vinculação usadas para a comparação sistemática com os resulta-
com nova estratégia formulada; dos obtidos, mantendo nesses o foco da gestão.
• acessibilidade – facilidade de realização da medi-
As Organizações devem definir os critérios para o esta-
ção no sistema de informação;
belecimento de metas para que o processo seja basea-
• objetividade – capacidade de demonstrar objetiva- do em fatos e gere credibilidade e comprometimento.
mente resultado de eficiência, eficácia, satisfação
ou insatisfação; e Os principais mecanismos para o estabelecimento de
metas estratégicas abordam:
• comparabilidade – possibilidade de se comparar
externamente os resultados para avaliar níveis al-
1) Atendimento às necessidades das partes interessadas
cançados e/ou apoiar o estabelecimento de metas.
2) Uso de informações comparativas

R
A ferramenta Espinha-de-Peixe, Diagrama de Causa e 3) Desafios incrementais

A
Efeito ou Diagrama de Ishikawa, um simples meca-
4) Condições do ambiente externo

L
nismo de análise de correlação de grandezas, pode ser

P
utilizada para encontrar os indicadores Direcionadores 5) Balanceamento e compatibilização com investi-

M
que influenciam indicadores Resultantes. A partir do mentos

E
EX USIVO
exemplo da figura 4, os indicadores Índice de faltas em
O estabelecimento de metas de curto prazo viabiliza o
treinamentos, Índice de atrasos e Tempo médio ocupado
acompanhamento proativo da evolução de estratégias
em registro de informações, poderão ser acompanhados
durante e no final do exercício de orçamento por meio
por afetarem fortemente o Índice de produtividade da

S
do sistema de análise do desempenho. O estabeleci-

L
mão-de-obra (MO).

C O
mento de metas de longo prazo possibilita o planeja-

EX D
mento de recursos em investimentos de longo prazo e

A
Indicadores Direcionadores e Resultantes a conseqüente projeção de resultados financeiros.

I
Análise de causa e efeito (Espinha de Peixe)

I L
Planos de ação representam técnicas de planejamen-

F
Manutenção Motivação Treinamento
to e acompanhamento de tudo aquilo que precisa ser

A
feito — ações — para que as estratégias sejam bem-

R
sucedidas. Os planos de ação são baseados em ques-

PA
Excesso tões auxiliares que definem as etapas necessárias para
de faltas
o planejamento e acompanhamento das ações para a
Produtividade implementação das estratégias. Usualmente as letras
da MO
no nome das ferramentas são as iniciais de cada uma
Excesso
de Atrasos destas etapas (4Q 1 POC; 5W 2H):

Excesso de • Que fazer (What). As ações necessárias para a im-


controles
plementação de cada estratégia.

Pessoas Burocracia Tecnologia • Quem vai fazer (Who). O responsável pelas ações.
• Quando vai fazer (When). O prazo concedido para
a implementação das ações.
Figura 4 – Exemplo indicadores Direcionadores e Resultantes
Fonte: FNQ, 2007. • Quanto vai custar (How much). O custo ou os re-
cursos necessários.
O estabelecimento de metas para as estratégias ilus-
• Porque vai fazer (Why). Explicação para o enten-
tram para a força de trabalho os objetivos da organi-
dimento do porque e como fazer.
zação e o foco em resultados de curto e longo prazo,
gerando a mobilização das pessoas e instrumentos para • Onde vai fazer (Where). O local onde a ação será
a tomada de decisão e o exercício da liderança. Tam- implementada.
bém, visa definir níveis de desempenho esperados
• Como vai fazer (How). O método a ser empregado
para os indicadores estratégicos com base em fatos,
para a implementação da ação.
como projeções de histórico, previsões mercadológi-
cas, requisitos de partes interessadas, níveis de resul-

Estratégias e Planos | Cadernos Compromisso com a Excelência • FNQ | 11


A definição dos planos de ação tem a finalidade de concretizar as estratégias definidas e o
alcance dos resultados.

É conveniente que os planos de ação sejam apresentados na forma de tabelas, a exemplo do


apresentado nos Quadros 2 a 4:

Quadro 2 - Modelo de plano de ação


Que Quem Quando Quanto Onde Como
Por que
Ações Responsável Prazo Custo Local Método

Normalmente cada estratégia formulada demanda um plano de ação individual para sua
implementação.

Planos de ação de curto e longo prazo estão relacionados com os períodos ou tempos ne-
cessários para a execução das ações necessárias para a implementação das estratégias. Cada
organização define, individualmente, os períodos ou tempos que caracterizam o longo e o
curto prazo. Por exemplo, para determinada organização, planos de curto prazo compreen-
dem o ano corrente, enquanto que os de longo prazo cobrem os três anos seguintes. Não
existe uma regra ou padrão para definir curto e longo prazo.

A R
Partindo da estratégia formulada, a mesma deverá ser desdobrada no seu respectivo plano

P L
de ação, ou seja, deverão ser estabelecidos:

E M
• As ações necessárias nos diversos setores pertinentes da organização para a efetiva im-

EX USIVO
plementação da estratégia. A definição destas ações nos diversos setores da organização
configura um desdobramento da estratégia na organização.
• O responsável ou responsáveis pela execução da ação.

L S
• O prazo que o responsável tem para a execução da ação.

EX C D O
• O custo para a execução da ação, o qual vai orientar os recursos necessários para esta

I A
execução.

I L
• A definição do local onde a ação deverá ser implementada ou executada.

F
• O método, a ser seguido pelo responsável executante, para a correta implementação da

R A
ação.

PA
• Uma explicação da necessidade da implementação da ação e do método a ser adotado.
Esta explicação (o porquê) é importante para que o responsável executante da ação com-
preenda e se comprometa com o trabalho a ser realizado na implementação da ação e,
conseqüentemente, da estratégia.
No âmbito da Alta Direção, é recomendável que cada estratégia tenha um responsável (o
padrinho da estratégia) para sua implementação e acompanhamento.

12 | Cadernos Compromisso com a Excelência • FNQ | Estratégias e Planos


Quadro 3 – Sugestão de Plano de Ação
NOME DA ORGANIZAÇÃO
Plano de Ação - ANO X a ANO Y
Logotipo da Organização Revisões em vermelho Revisto em xx/yy/2007
Controle de Situação: Legenda (1) Concluida - (2) Dentro do Prazo ou em Andamento -
(3) Atrasada. Digite 1, 2 ou 3 no campo Situação.
ITEM O QUE QUEM ONDE COMO QUANDO SIT. REGISTROS
1- Perspectiva Financeira (Indicadores e metas: x% ... )
1.1
1.2
1.3
1.4
1.5
2- Perspectiva dos Clientes/Cidadãos/Sociedade (Indicadores e metas: y % ... )
2.1
2.2
2.3
2.4
2.5
3 - Perspectiva de Aprendizado e Crescimento (Indicadores e metas: z % ... )
3.1
3.2

R
3.3

A
3.4

L
3.5

P
4 - Perspectiva dos Processos Internos (Indicadores e metas: w % ... )

M
4.1

E
4.2

EX USIVO
4.3
4.4
4.5

L S
Para cada estratégia formulada deverá ser desenvolvido um plano de ação, por exemplo, nos

C O
moldes apresentados no Quadro 4, desdobrando a estratégia por toda a organização.

EX A D
Estratégia: Estabelecer parceria com organização japonesa.

I
Padrinho: Diretor Presidente.

F I L
Quadro 4 - Exemplo de plano de ação para desdobramento de estratégia
Ações Responsável Prazo Custo Local Método/Como Por que

R A
Identificar organi- Diretor Comercial 20/01/07 a R$45.000,00 No mercado local Pesquisa nas embai- Para definir um parceiro
zações japonesas 28/02/07 e do Japão xadas, associações japonês para a organi-

PA
para parceria. comerciais e câmaras de zação.
comércio Brasil e Japão.
Estabelecer con- Diretor Presidente 01/03/07 a R$5.000,00 Instalações do Reuniões com a Alta Para identificar o inte-
tato com organi- Diretor Comercial 30/03/07 futuro parceiro Direção da organização resse da organização e
zação identificada identificada. discutir as bases para a
e discutir as bases parceria.
para o contrato de
parceria.
Elaborar o contra- Gerente Jurídico 01/04/07 a Não aplicável Depto. Jurídico Já estabelecido no Depto Para estabelecer o con-
to para parceria. 10/05/07 Jurídico. Contrato trato de parceria.
padrão de parceria.
Apresentar contra- Diretor Presidente 11/05/07 Não aplicável Presidência Análise do contrato Revisar e aprovar o
to para aprovação Gerente Jurídico pelo Diretor Presidente contrato no âmbito da
da Presidência. com apoio do Gerente organização.
Jurídico.
Apresentar e Diretor Presidente 20/05/07 R$10.000,00 Presidência Apresentação do Para revisar, formalizar
aprovar o contrato Diretor Comercial da organização contrato pelo Diretor e aprovar o contrato
na organização Gerente Jurídico parceira Presidente, análise com junto à organização
parceira. a organização parceira e parceira.
aprovação pelas partes.
Registrar o contra- Gerente Jurídico 25/07/07 R$5.000,00 Junta Comercial Processo de registro pa- Para registrar o contrato
to de parceria na drão da Junta Comercial. de parceria.
Junta Comercial
Preparar plano Diretor Comercial 30/07/07 Não aplicável Área Comercial Metodologia para elabo- Para implementar o
de ação para a Diretor Técnico ração de planos de ação. contrato de parceria na
implementação organização.
do contrato de
parceria.

Estratégias e Planos | Cadernos Compromisso com a Excelência • FNQ | 13


O exemplo apresentado mostra o envolvi-
mento de diretores e gerentes no desdobra- ALOCAÇÃO DOS
mento da estratégia. Os responsáveis pelas
ações podem estar em qualquer nível dentro
da estrutura organizacional, não necessária
RECURSOS
ou obrigatoriamente na Direção, como mos-
trado neste exemplo. Um dos aspectos-chave para o sucesso de qualquer estratégia é a
adequada definição e disponibilização dos recursos para a imple-
A Figura 5 ilustra a experiência do Labora- mentação dos planos de ação compostos pelos projetos que as sus-
tório de Patologia Clínica Nabuco Lopes, tentam.
sediado em Maceió/AL, vencedor do Prê-
mio Qualidade Alagoana 2004/05 e Prêmio Estudos demonstram que 60% das empresas não vinculam seus orça-
Nacional de Gestão de Saúde 2006, que uti- mentos à estratégia organizacional. Desta forma, não é de se estranhar
liza a seguinte metodologia: que tantos planos estratégicos sofram com a falta de recursos para
sua implementação. Para evitar isso, as organizações Classe Mundial
• Realiza planejamento estratégico com alinham seu processo de planejamento orçamentário ao processo de
base no Balanced Scorecard; planejamento estratégico a fim de assegurar que as necessidades fi-
nanceiras e os retornos previstos nos projetos que compõem seus pla-
• Efetua análise do ambiente interno e ex- nos de ação sejam tratados e priorizados. Sem a boa integração dessas
terno; práticas, as estratégias formuladas e os planos definidos não passam
de uma carta de intenções.

R
• Define os objetivos estratégicos de cur-

A
to, médio e longo prazo; A alocação de recursos para assegurar a implementação dos planos de

P L
• Desdobra em planos de ação; ação tem a finalidade de quantificar e reservar os recursos para consecu-
ção dos planos de ação, em tempo de planejamento, para garantir que os

M
• Dissemina as estratégias, planos e metas

E
investimentos necessários estejam refletidos na projeção de resultados e

EX USIVO
da organização aos colaboradores; que os planos sejam implementados no tempo certo.
• Avalia a implantação e resultados das As estimativas, discussões e negociações sobre os recursos (financei-
ações (com indicadores); ros, humanos e materiais) necessários à execução dos projetos para

L S
• Efetua correções de rumo, em função implementar as ações estabelecidas durante todas as etapas de des-

C O
das interferências. dobramento das metas e ações, nos diversos níveis organizacionais,

EX D
bem como os retornos esperados, são traduzidas em investimentos

I A
e retornos financeiros. Depois, são incluídas nas projeções consoli-

L
dadas de resultados financeiros dos exercícios futuros — plano or-

F I
çamentário, plano operacional, plano de negócio, demonstrativo de
resultados, orçamento e outras denominações — das frações de exer-

R A
cício — mês, trimestre ou semestre —, conciliando suas necessida-

PA
des estratégicas com a gestão do fluxo de caixa organizacional. A Fi-
gura 6 mostra a experiência da CEMIG Distribuição — PMQ 2005:

Figura 5 – Experiência do Laboratório de


Patologia Clínica Nabuco Lopes

Figura 6 - A elaboração do orçamento da CEMIG - Distribuição se insere no


processo de planejamento e desdobramento da estratégia por meio do BSC.
Fonte: Relatório da Gestão, CEMIG Distribuição, vencedora do Prêmio Mineiro
da Qualidade 2005.

14 | Cadernos Compromisso com a Excelência • FNQ | Estratégias e Planos


COMUNICAÇÃO DAS
ESTRATÉGIAS, METAS E
PL ANOS DE AÇÃO
A comunicação interna das estratégias, metas e seus indicadores e planos de ação, é vital
para o engajamento das pessoas na causa comum, aumentando a eficácia da liderança, e tem
o objetivo de evidenciar a contribuição da equipe para o êxito das estratégias, potenciali-
zando seu engajamento na causa comum. A comunicação para outras partes interessadas, na
medida em que as estratégias as influenciem, é necessária para o alinhamento de interesses
e prevenção de problemas de relacionamento comercial e institucional, e tem a finalidade
de provocar o realinhamento de interesses mútuos, no caso de estratégias que possam trazer
vantagens ou conseqüências importantes para a parte interessada e eventuais desdobramen-
tos para a própria organização.
Uma boa estratégia de comunicação não deve ser apenas vertical, mas também horizontal
— assim como deve considerar os canais formais — quadros de avisos, artigos na imprensa

R
interna, boletins informativos, memorandos executivos, apresentações da Direção e outros

A
— e os canais informais, que são construídos com as pessoas ou grupos respeitados por fun-

L
cionários nos quais eles confiam.

M P
Para a comunicação das estratégias formuladas à força de trabalho e às demais partes interes-

E
sadas pertinentes, podem ser utilizados os seguintes mecanismos:

EX USIVO
• Comunicação pelos gerentes nas reuniões setoriais ou de áreas;
• Divulgação em quadros de aviso;

L S
• Divulgação na Intranet;

EX C D O
• Circular a ata da reunião do processo de formulação das estratégias pelos setores ou áreas

A
credenciados para esta informação;

I L I
• Divulgação seletiva nos eventos de interação da Direção com as partes interessadas;

F
• Cartilhas, etc.

R A
A Figura 7 ilustra a experiência da CEMIG Distribuição:

PA

Figura 7 – Comunicação das estratégias e Planos na CEMIG - Distribuição.


Fonte: Relatório da Gestão, CEMIG Distribuição, vencedora do Prêmio Mineiro da Qualidade 2005.

Estratégias e Planos | Cadernos Compromisso com a Excelência • FNQ | 15


Cada estratégia tem um padrinho ou responsável pela se elabora o plano de ação para a implementação ou
sua implementação na organização. Normalmente este desdobramento da estratégia na organização, outras
padrinho é a pessoa responsável pela implementação da pessoas, não necessariamente o padrinho, ficam res-
estratégia, ou das ações previstas no plano de ação para a ponsáveis pela execução das ações estabelecidas para
implementação ou desdobramento da estratégia. É claro a efetiva implementação da estratégia. Cabe ao pa-
que as atividades de acompanhamento dos planos de ação drinho acompanhar o trabalho destas pessoas na exe-
para a implementação das estratégias pode ser delegada cução das ações previstas no plano de ação e sob sua
a outras pessoas dentro da organização. O importante é responsabilidade, assegurando sua correta execução
que esteja claramente definida qual é a função ou cargo nos prazos previstos.
dentro da organização, e, conseqüentemente, a pessoa
(que é o ocupante da função ou cargo) para o acompa- A Figura 8 mostra o monitoramento dos resultados
nhamento da implementação dos planos de ação. no Laboratório de Patologia Clínica Nabuco Lopes,
sediado em Maceió/AL, vencedor do Prêmio Quali-
É importante observar que o padrinho da estraté- dade Alagoana 2004/05 e Prêmio Nacional de Gestão
gia é responsável pela sua implementação. Quando de Saúde 2006.

8. RESULTADOS - DIVISÃO EM PERSPECTIVAS DO NEGÓCIO

R
Missão, visão, políticas e

A
Estratégico

L
objetivos estratégicos

E M P
EX USIVO
Desdobramento dos
Gerencial objetivos estratégicos
das metas dos setores

C L O S
EX A D
Procedimentos

L I
Operacional operacionais e

I
planos de ação

R A F
PA
Clientes Produção Fornecedores Pessoas Finanças Cidadania

Figura 8 – Experiência de monitoramento dos resultados no Laboratório de Patologia Clínica Nabuco Lopes, sediado em
Maceió/AL, vencedor do Prêmio Qualidade Alagoana 2004/05 e Prêmio Nacional de Gestão de Saúde 2006.

16 | Cadernos Compromisso com a Excelência • FNQ | Estratégias e Planos


BIBLIOGRAFIA
1. KIM, W. Chan; MAUBORGHE, Renée. A Estra-
tégia do Oceano Azul: como criar novos merca-
dos e tornar a concorrência irrelevante. Rio de
Janeiro: Ed. Campus.2005.

2. COLLETTI, Joe. A Field Guide to Focused


Planning: Hoshin kanri? American style. EastGranby,
CT, USA: The Woodledge Group, 1995.

3. COLLINS, James Charles. Empresas feitas para


vencer. Rio de Janeiro: Campus, 2001.

4. DRUCKER, Peter. Administração em tempos de


grandes mudanças: teoria do negócio. 4.ª edição. São
Paulo: Pioneira, 1997.

R
5. KAPLAN, Robert; NORTON, David. A estratégia em

A
ação: balanced scorecard. Rio de Janeiro: Campus, 1997.

P L
6. KAPLAN, Robert; NORTON, David. Mapas es-

M
tratégicos: Balanced scorecard: convertendo ativos

E
EX USIVO
intangíveis em resultados tangíveis. Rio de Janeiro:
Campus, 2004.

7. NIVEN, Paul R . Balanced Scorecard: passo a

L S
passo. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2002.

EX C D O
8. PORTER, M. E. Estratégia competitiva: técnicas

I A
para análise de indústrias e da concorrência. Rio de Ja-

I L
neiro: Campus, 1986.

A F
9. PORTER, M. E. What is Strategy. Harvard Busi-

R
ness Review Nov-Dec 1996.

PA
10. STEVENSON, William. Estatística Aplicada à
Administração. São Paulo: Harbra, 2001.

11. VAN DER HEIJDEN, Kees. Scenarios: The Art


of Estrategic Coversation. Chichester, England: John
Wiley & Sons, 1996.

12. INSTITUTO QUALIDADE MINAS – IQM.


Guia de Interpretação e Implementação dos Cri-
térios de Avaliação “Rumo à Excelência”, CRI-
TÉRIO 2 – ESTRATÉGIAS E PLANOS, 500 pon-
tos, Emissão: 11/03/2006

13. FUNDAÇÃO PARA O PRÊMIO NACIONAL DA


QUALIDADE. Cadernos de Excelência. São Paulo:
Fundação para o Prêmio Nacional da Qualidade, 2007.

14. Viana, Fernando – A Espiral Criativa. www.fb-


criativo.org.br. Aracaju-Sergipe: Sercore, 2003.

15. Fortes, Marcel Menezes. Metodologia prática


de Planejamento Estratégico. Sergipe; Movimento
Competitivo Sergipe; 2007.

Estratégias e Planos | Cadernos Compromisso com a Excelência • FNQ | 17


Realização

Av. das Nações Unidas, 11.857, 6º andar, Conj. 62


Brooklin Novo, 04578-000, São Paulo, SP, Brasil
Tel.: 55 11 5509-7700 Fax: 55 11 5509-7730
www.fnq.org.br

Patrocínio

L A R
E M P
EX USIVO
C L O S
EX I L I A D
F
FNQ 182/08 - Rev.0 - mai.08
R A
PA

Apoio Institucional

Você também pode gostar