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SISTEMA ESQUELETICO O sistema esquelético pade ser dividido em duas partes funcionais (Figura I 11) + Oeesqueleto axial ¢ formado pelos ossos da cabera (crénio), pescogo (hitotde e vértebras cervicais) € tronco (costelas, esterno, vértebras e sacro) + Oesqueleto apendicular é formado pelos ossos dos membros, inclusive aqueles que formam os cingulos dos membros superiores e dos membros inferiores Cartilagem e ossos O esqueleto é constituido por cartilagens ¢ ossos. A cartilagem é uma forma resiliente, semisrigida de tecido conjuntiva que compée partes do esqueleto, onde é necessirio mais flenbilidade — por exemplo, no local onde as cartilagens costats unem as costelas ao estemo. Além disso, as faces articulares dos ossos que participam de uma articulaggo sinovial sfo revestidas por cartilagens articulares que tém superficies de deslizamento lisas e com baixo atrito para permitir o livre movimento (Figura 116A). Os vasos sanguineos no penetram na cartilagem (7, e, ela é avascular): consequentemente, suas células obtém oxigénio e nutrientes por difuséo. A proporgda de osso e cartilagem no esqueleto muda a medida que o corpo cresce; quanto mais jovem é uma pessoa, mais cartlagem ela tem. Os ossos de um recém-nascido sio macios ¢ flexiveis porque so compostos principalmente de cartilagem, Cosso, um tecido vivo, é uma forma rigida ¢ altamente especializada de tecido conjuntivo que compée a maior parte do esqueleto. Os ossos do esqueleto adulto proporcionam: + Sustentagéo para 0 corpo e suas cavidades vitais, é 0 principal tecida de sustentagdo do corpo + Protegio para estruturas vitais (p. ex, 0 coragio) + Base mecénica do movimento (alavanca) + Ammazenamento de sais (p. ex. calcio) + Suprimento continuo de novas células sanguineas (produzidas pela medula dssea presente na cavidade medular de muitos 03508). ‘Um revestimento de tecido conjuntivo fibroso circunda cada elemento do esqueleto como uma bainha, exceto nos locais de cartilagem articular; aquele que circunda os ossos é 0 periésteo (Figura | 15) € 0 que circunda a cartilagem é o pericéndrio. O peridsteo e o pericéndrio nutrem as faces extemas do tecido esquelético. So capazes de depositar mais cartilagem ou osso (sobretudo durante a consolidac4o de fraturas) e formam a interface para fizagdo de tenddes e ligamentos Os dois tipos de oss0 so 0 oss0 compacto € 0 osso esponjoso (trabecular). Séo distinguidos pela quantidade relativa de material sdlido ¢ pelo mimero e tamanho dos espacos que contém (Figwa 1.12). Todos os ossos tém uma camada fina superficial de osso compacto ao redor de uma massa central de osso esponjoso, exceto nas partes em que 0 osso esponjoso é substituido por uma cavidade mediilar Na cavidade medular dos ossos de adultos ¢ entre as espiculas (trabéculas) do osso esponjoso ha medula dssea amnaveia (gordurosa) ou vermelha (que produz células do sangue ¢ plaquetas) ou ainda uma associagdo de ambas. A arquitetura e a proporgao de osso compacto ¢ esponjoso variam de acordo com a fingo. O osso compacto proporciona resisténcia para sustentaggo de peso. Nos ossos longos, que so rigidos ¢ locais de fxago dos misculos ¢ ligamentos, a quantidade de osso compacto é maior proximo da parte média da didifise, onde os assos tendem a se curvar. Além disso, os ossos longos tém elevagies (p. ex, hiberes, cristas tubérculos) que servem como contrafortes (suportes) onde se fam os grandes miisculos. Os ossos vivos tém alguma elastictdade (flesibilidade) grande rigtde: CLASSIFICAGAO DOS OSSOS Os ossos sio classificados de acordo com o formato + Osossos iongos so tubulares (p. ex, 0 timero no brago) + Osossos curtes s4o cuboides e encontrados apenas no tarso (tomozelo) eno carpo (punho) Seite fama — ‘superior LES0aDula casaten ——— Sax team ——— scapula ‘Cohina vorebat Omodo quad Esmee aah 1 Esqueet apendcul Scanagem costa SS Carilager aula Te Fibula A. Viet anterior Figura I.11 Sistema esquelético. + Osossos planos geralmente tém fungées protetoras (p. ex, ossos planos do crénio protegem o encéfalo) + Osossos trreguiaves tém varios formatos além de longos, curtos ou planos (p. ex, ossos da face) + Os.0ss0s sesainotdes (p. ex, patela) se desenvolvem em alguns tendées e so encontrados nos lugares onde os tendées cruzam as extremidades dos ossos longos nos membros, eles protegem os tenddes contra o desgaste excessivo ¢ muitas ‘vezes modificam 0 angulo dos tendées em sua passagem até as insergées Acidentes e formacGes 6sseos Os acidentes ésseos surgem em qualquer lugar onde haja insergdo de tendées, ligamentos e fascias ou onde haja artérias que penetrem nos ossos ou situem-se adjacentes a eles. Outras formagdes dsseas ocorrem relacionadas com a passagem de um tendo (muitas vezes para direcionar o tendo ou melhorar sua ago de alavanca) ou para controlar o tipo de movimento em uma articulagdo. Alguns dos varios acidentes e estruturas dos ossos so (Figura I 13) + Capitulo: cabega articular pequena e redonda (p. ex, capitulo do mero) + COndtio: area articular arredondada, que geralmente ocorre em pares (p. ex, céndilos lateral e medial do fémur) Figura 1.12 Cortes transversais do timero. A didfise de um osso vivo ¢ uma estrutura de osso compacto que circunda uma cavidade meduia. Fave ein ma ‘cain doco tea Fovea cota oo a spot bosses tara Bando “coi spe da asp Braces ane ‘ateza ins Satna THE oni ares: “Tibsraior dime — Fecea neepnalda oxseua oti oconcs pcos — Beenie isi tan “rosa nator Line samo mézcio ati er ‘tia ‘nat posterior Figura 1.13 Acidentes e formacées ésseas. Os acidentes 6sseos aparecem nos locais de fixago dos tenddes, ligamentos fascia, Outras formagdes estdo relacionadas coms articulardes, a passagem dos tendées e a propiciago de maior alavanca. + Crista: crista do osso (p. ex, crista iliaca) + Eptcdndiio: proeminéncia superior ou adjacente a um céndilo (p. ex, epicéndilo lateral do timero) + Fovea’ area plana lisa, geralmente coberta por cartilagem, onde um osso articula-se com outro (p. ex, fovea costal superior no corpo de uma vertebra para articulago com uma costela) + Foraine: passagem através de um osso (p. ex, forame obturado) + Fossa: area oca ou deprimida (p. ex, fossa infraespinal da escapula) + Sulco: depresséo ou escavagdo alongada (p. ex, sulco do nervo radial do timero) + Cabega: extremidade articular grande e redonda (p. ex, cabega do timero) + Linha: elevagdo linear (p. ex, linha para o miisculo séleo na tibia) + Maiéoio- processo arredondado (p. ex, maléoto lateral da fibula) + Inctsura’ entalhe na margem de um osso (p. ex, incisura isquidtica maior) + Prouberdncta: projeqio do asso (p. ex, protuberéncia occipital extema) + Espinha: processo semethante a um espinho (p. ex, espinha da escapula) + Proceso espinhoso: parte que se projeta semelhante a um espinho (p. ex, processo espinhoso de uma vertebra) + Trocanter: elevagio arredondada gande (p. ex, trocanter maior do fémnur) + Tréclea: processo articular semelhante a uma roda ou processo que atua como roldana (p. ex, troclea do timero) + Tubérculo: proeminéncia pequena ¢ elevada (p. ex, tubérculo maior do timero Figura 1 13) + Tuberostdade ou tiber: grande elevagdo arredondada (p. ex, hiber isquidtico, tuberosidade iliaca). DESENVOLVIMENTO OSSEO A maioria dos ossos leva muitos anos para crescer e amadurecer O timero, por exemplo, comega a ossificar no fim do periodo embrionério (8 semanas); entretanto, a ossificagio sé se completa aos 20 anos. Todos os ossos derivam do mesénguima (tecido conjuntive embrionério) por dois processos diferentes: ossificago intramembranosa (diretamente do mesénquima) ¢ ossificapdo endocondral (a partir da cartilagem derivada do mesénquima). A histologa (estrutura microscépica) de um osso ¢ igual nos dois processos (Ross ef al, 2011), + Na ossificagao intramembranosa (formago de osso membranoso), ha formagéo de modelos mesenquimais dos ossos durante 0 periodo embriondrio, e a ossificago direta do mesénguima comega no periodo fetal + Na ossificagdo endocondral (formarao de osso cartilaginoso), ha formagéo de modelos cartilaginosos dos ossos a partir do mesénquima durante o periodo fetal, e depois a maior parte da cartilagem é substituida por osso. ‘Uma breve descrigdo da ossificagdo endocondral ajuda a explicar como crescem os assos longos (Figura 14). As células mesenquimais se condensam e diferenciam em condroblastos, células que se multiplicam no tecido cartilagnoso em crescimento ¢ formam um modelo cartilaginoso do osso. Na regio intermediéria do modelo, a cartilage calcifica (é impregnada com sais de calcio) e ha crescimento de captlares periosteats (capilares da bainha fibrasa que circunda o modelo) para 0 interior da cartilagem calcficada do modelo dsseo, que itrigam seu interior Esses vasos sanguineos, junto com céinlas osteogénicas (formadoras de 050) associadas, formam um broto periosteal (Figura 1 14A). Os capilares iniciam o centro de ossificagao primério, assim denominado porque o tecido dsseo formado substitui a maior parte da cartilagem no corpo principal do modelo dsseo. O corpo de um osso ossificado a partir do centro de ossificaggo primario é a didfise, que cresce enquanto 0 osso se desenvolve. ‘A maioria dos centros de ossificagio secundérios surge em outras partes do osso em desenvolvimento apés 0 nascimento; as partes de um osso ossificadas a partir desses centros sdo as epifises. Os condrécitos situadas no meio da epifise sofrem hipertrofia, ea matric dssea (substéncia extracelular) entre eles se calcifica. As artértas eptfistats crescem para 0 interior das cavidades em desenvolvimento com células osteagénicas associadas. A parte alargada da diafise mais préxima da epifise € a metéfise. Para que o crescimento continue, o osso formado a partir do centro primario na diafise ndo se funde aquele formado a partir dos centros secundarios nas epifises até 0 osso atingr seu tamanho adulto. Assim, durante o crescimento de um osso longo, Idminas epifisiais interpdem-se entre a diafise ¢ as epifises (Figura I 14B). Essas laminas de crescimento acabam sendo substituidas por osso nos dois lados, diafisirio e epifisério. Quando isso acontece, o crescimento Osseo cessa € a diafise funde-se com as epifises. A bainha formada durante esse processo de fusio (sinostose) é bastante densa ¢ pode ser reconhecida no osso seccionado ou em radiografias como uma linha epifisial (Figura | 15). A fusdo epifisial dos ossos ocorre progressivamente entre a puberdade ea maturidade. A ossificardo dos ossos curtos ¢ semelhante aquela do centro de ossificagdo primario dos ossos longos, ¢ apenas um osso curto, 0 calcéneo, desenvolve um centro de ossificagdo secundario Soto Canto 1 Srotoweao wee, Ie Goo fee om {ates ~ z ea > Rl > Date caine ED PX | sora SP / tes ig nent runca — cms 39 (Shiva Seotode ‘estan Sendiee ‘ os DD cies Liming cored tee 8 Figura I.14 Desenvolvimento e crescimento de um osso longo. A. A figura mostra a formago de centros de ossificapao primérios e secundérios. B. O crescimento em comprimento ocorre nos dois lados das laminas epifisiais (setas de duas pontas). 0 osso formado a partir do centro primério na didfise sé se funde ao osso formado @ partir dos centros secundérios nas epif quando alcanga o tamanho adutto. Quando o crescimento cessa, a lamina epifisial é substituida por uma sinostose (fusdo éssea), observada como uma linha epifisial nas radiografias e no osso seccionado. VASCULATURA E INERVACAO DOS OSSOS Os ossos tém um suprimento abundante de vasos sanguineos. As mais visiveis sio as artérias mutricias (uma ou mais por sso) que surgem como ramos independentes de artérias adjacentes fora do peridsteo ¢ seguem obliquamente através do osso compacta da diafise de um osso longo através dos forames nutricios. A artéria nutricia divide-se na cavidade medular em ramos longitudinais que prosseguem em dirego as extremidades, irrigando a metiula dssea, 0 0ss0 esponjoso ¢ as partes mais profundas do osso compacto (Figura 1 15). No entanto, muitos pequenos ramos das artérias periosteais sio responsaveis pela nutrigo da maior parte do osso compacta. Consequentemente, um oss0 cujo peridsteo é removido morre. Cartagem aris sta esi gprs Aafia (ret paas) pars A poncoea sso carat aos toe ey amo lnatual de Figura 1.15 Vasculatura e inervaco de um osso longo. sangue chegn aos ostedcttos (células dsseas) no osso compacto por meio de sistemas haversianos ou dsteons (sistemas de canais microscépicos) que abrigam pequenos vasos sanguineos. As extremidades dos ossos sfo irigadas por artérias, metafisais ¢ epifisiais que se originam principalmente das artérias que suprem as articulagSes. Nos membros, essas artérias costumam fazer parte de um plexo artertal pertarticular que circunda a articulagio e assegura o flux sanguineo distal a ela, seja qual for a posigio assumida As velas acompanham as artérias através dos forames nutricios. Muitas gandes veias também saem através de forames situados prézimo das extremidades articulares dos ossos. Os ossos que contém medula dssea vermelha tém muitas veias calibrosas. Os vasos linféticos também séo abundantes no peridsteo Os nervos acompanham os vasos sanguineos que imrigam os ossos. O peridsteo tem rica inervacdo sensitiva — nervos periosteais — que conduz fibras de dor O peridsteo é muito sensivel a ruptura ou tenséo, 0 que explica a dor aguda nas faturas dsseas. O osso propriamente dito tem relativamente poucas terminagdes sensitivas. Dentro dos ossos, os nervos ‘vasomotores causam constrigdo ou dilatagdo dos vasos sanguineos, controlando o fuxo sanguineo através da medula Ossea Ossos, Ossos acessérios (supranumerérios) Os oss0s acessérios (supranumerarios) se formam quando existem centros de ossificacdo suplementares. Muitos ossos se desenvolvem a partir de varios centros de ossificac3o e as partes separadas normalmente se fundem. As _ vezes um desses centros no se funde ao osso prindpal, levando ao surgimento de um osso extra. A avaliacdo cuidadosa mostra que o aparente osso ext'a ¢ uma parte que falta 20 sso principal. Areas drcunsciitas de osso so observadas com frequénda ao longo das suturas do cranio onde os ossos planos se tacam, sobretudo relacionadas com o 0550 parietal (ver Capitulo 7). Esses ossos pequenos, irregulares e vermiformes so ossos suturais (ossos wormiancs). E importante saber que os assos acessérias so comuns no pé, para evitar confund--las com fragmentos dsseos em radiografias e outtas técnicas de imagem, Ossos heterotépicos As vezes surgem ossos nos teddos moles, onde» § normalmente ndo existem (p. ex., em dcattizes), E comum nos “By ocuss 0 surcimento de ossos heterotipicos nas coxas (oss0s de jéquel), provavelmente porque a sobrecarga ~P* muscular crénica causa pequenas éreas de hemorragia que se calcificam e, por fim, soffem ossificacio. Trauma e alteragdes ésseas ge» O8 Ossos so Grgaos vivos que causam dor quando lesados, sangram quando fraturados, remodelam-se em resposta \ aos estresses softidos e modificam-se com a idade. Como outros drgaos, os ossos tém vasos sanguineos, vasos linfaticos e nervos, e podem adoeces. Os ossos nao usados, como ocorre na paralisia de um membro, sofrem atrofia (diminuic3o do tamanho). O osso pode ser absorvido, 0 que ocorre na mandibula quando sdo extraidos dentes. Os ossos hipertrofiam (aumentam) quando sustentam maior peso durante um longo periodo. 0 trauma pode fraturar o osso. A consolidacao adequada da fratura requer a reuniao das extremidades fraturadas, aproximando-as de sua posic3o normal. Isso é denominado reducdo de uma fratura. Durante a consolidacdo dssea, os fibroblastos (cdulas de tecido conjuntivo) adjacentes proliferam e secretam colageno, com formacdo de um calo dsseo para manter os ossos unidos (Figura BI.4). Ha remoddagem dssea na area de fratura e 0 calo se calcifica. Finalmente, 0 calo é reabsorvido e substituido por osso. Depois de alguns meses, restam poucos sinais da fratura, principalmente em jovens. As fraturas s30 mais comuns em criancas do que em adultos em virtude da associacdo de sua agitacdo descuidada ao fato de terem ossos mais finos, em fase de crescimento. Felizmente, muitas vezes sao fraturas em galho verde (rupturas incompletas causadas por curvatura dos ossos). Nos ossos em crescimento, a consolidacdo das fraturas é mais rapida do que nos ossos de adultos. Norte Calo es00 reer ormaco Cato saseo ¢ romoseiace ‘Consoedadd &S Figura BL.4 Osteoporose Durante 0 proceso de envdhecimento, h3 diminuic3o dos componentes arganicos @ inorgénicos do osso, frequentemente resultando em osteoporose, uma reducdo da densidade dssea, ou atrofia do teddo dsseo (Figura B15), Assim, 05 oss0s tornam-se fidgds, padem a dastiddade e sofrem fraturas com fadlidade. Os métodos de imagem so usados para avaliar a massa dssea normal e diminuida (ver seco sobre Técnicas de Imagem, ao fim desta Introducio). Densdaae ‘san amine ‘2s80 csteoportico Figura B15 Pungaio do esterno (© exame da medula dssea fornace informactes Utes para avaliacdo de doencas hematolégicas. Como esta localizado @ logo abaixo da pde (isto & @ subauténeo) e é facilmente acessivel, o esterno é um local usado com frequénda para coleta de medula dssea. Durante a punco do esterno, uma agulha de grande calibre é inserida através do fino oso. cortical até chegar 20 osso esponjoso. Uma amostra de medula dssea varmaha é aspirada com uma seringa para exame laboratorial. © transplante de medula dssea é usado ds vezes no tratamento da leucemia. Crescimento ésseo e avaliacao da idade ossea y=, © conhedmento da localizag3o, dos periodos de surgimento, da veoddade de crescimento e dos periodos de fusto & (petiodos de sinostose) dos centros de ossificacdo é importante nos campos da medicina dinica, medicina legal € ant opologia. Um pardmetro geral de crescimento durante a lacténda, infanda e adolescénda ¢ indicado pda idade 6ssea, detarminada em radografias (imagens nagativas nas imagens por raios X), E possivel determinar a idade de uma pessoa jovem madiante estudo dos centros de ossificacdo nos assos. Os principals critérios so: (1) 0 surcimento de material caldficado na diafise e/ou nas enifises © (2) 0 desaparecimento da linha radiotransparente (escura) que representa a lamina epifisial (a auséncia dessa linha indica que houve fuséo das epitises; a fusdo de cada epifise ocorre em épocas especificas). Nas meninas, a fusdo das epifises com a diéfise ocorre 1 a 2 anos mais cedo do que nos meninos. A determinaco da idade 6ssea pode ser uiil para prever a altura na vida adulta em adolescentes com amadurecimento precoce ou tardio. A avaliaczo dda idade dssea também ajuda a determinar a idade aproximada de restos dsseos humanos em situacdes madico-legais. Efeitos da doenca e da alimentaco sobre o crescimento ésseo para a idade cronoldgica da pessoa; outras doencas resultam em fusdo tarda. O esqualeto em crescimento é sensivel a doencas rdativamente brandas e transitirias @ a periodos de desnutticio. A proliferacgo de cartlagam nas metéfises diminu em periodos de inanicio e doenca, mas a degeneracdo das cdulas cartilaginosas nas colunas continua, produzindo uma linha densa de caldficacio provisdria, Mais tarde, essas linhas transformam-se em osso com tabéculas espessas, ou linhas de parada do crescimento, @ ‘Algumas doencas causam fuso precoce das epifises (periado de ossificac3o) em comparacio com 0 que - é normal Deslocamento e separacdo das epifises ‘Sem 0 conhecimento do crescimento dsseo e da aparénda dos ossos em radiografias e outras imagens diagndsticas em varias idades, uma lamina epifisial deslocada poderia ser confundida com uma fratura, e a separacdo de uma epifise poderia ser interpretada como um fragmento deslocado de um osso fraturado. O conhecimento da idade do Paciente e da localizacao das epifises evita esses eros anatémicos. As margens da diafise e epifise sdo suavemente curvas na regio da lamina epifisial. As fraturas dsseas sempre deixam uma borda afiada, frequentemente irregular, de osso. Uma lesdo_ que causa fratura em um adulto geralmente causa o deslocamento da epifise na cianca. Necrose avascular necrose avascular. Apds toda fratura hd necrose de paquenas areas do osso adjacente. Em algumas fraturas, acorre necrose avascular de um grande fragmento de osso. Varios distirbios dinicos das epifises em ciiancas sdo causados por necrase avascular de etiologia desconherida. Esses disturbios so chamados de osteocondrases, @ ‘A perda do suprimento arterial de uma epifise ou de outras partes de um osso resulta na morte do tacido dsseo — Pontos-chave CARTILAGEME OSSOS O sistema esqudtico ¢ dividido em esqueletos axial (ossos da cabera, pescoco e tronco) e apendicuiar (ossas dos membros). © esqudleto propriamente dito & formado por varios tipos de tecido: « cartlagam, um tecido conjuntivo semirriaido; # 0550, uma forma rigida de tecido conjuntivo que oferece suporte, protac3o, movimento, armazenamento (de alguns detrdlitos) sintase de células do sangue; ¢ paridsteo, que draunda os ossos, e pericéndrio, que drcunda a cartlagem, propiciam nutric3o a esses tecidos e so os locais de formacdo de nova cartlagam € asso. Dois tos de osso, esponjoso e compacto, séo distinguidos pda quantidade de material sdlido e palo tamanho e nUmero de espacos que contém. Os assos so lassificados em longos, curtos, planos, irragulares ou sesamoides. Ao descrever a estrutura de ossos individuais, so usados termos pacronizados que descrevem estruturas @ addentes dssaos especificos. A maioria dos ossos leva muitos anos para crescer, Os ossos crescem através de processos de: ¢ ossificacgo intamembranosa, na qual so formados moddos de osso mesenquimal durante os periodos embrionario © pré-nata, € ¢ ossificacio endocondral, na qual so formados moddos de cattilagem durante o paiodo fetal, com a subsequente substitulcdo da maior parte da cartilagem por osso apés 0 nascimento. Articulagées As articulagées so unides ou jungées entre dois ou mais ossos ou partes rigias do esqueleto, As articulagéies exibem varias formas ¢ fungées. Algimas articulagées no tém movimento, como as Kiminas epifisiais entre a epifise e a diafise de um osso Jongo em crescimento; outras permitem apenas pequeno movimento, como os dentes em seus alvéolos, ¢ outras tém mobilidade livre, como a articulagdo do ombro, CLASSIFICAGAO DAS ARTICULACOES Trés classes de articulagdes sao descritas de acordo com a forma ou o tipo de material pelo qual os ossos sao unidos 1. Nas articulagées sinoviais, os ossos sdo unidos por uma cépsula articular (formada por uma camada fibrosa extema revestida por uma membrana sinovial serosa) que transpée e reveste a cavidade articular A cavidade articular de uma articulagio sinovial, como o joelho, ¢ um espago potencial que contém um pequeno volume de liquido sinovial ubnificante, secretado pela membrana sinovial. No interior da cépsula, a cartilagem articular cobre as faces articulares dos ossos; todas as outras faces intemas so revestidas por membrana sinovial. Na Figura I.16A os ossos que normalmente se apresentam apostos foram afastados para demonstragio, e a cpsula articular foi insuflada Por conseguinte, a cavidade articular, que normalmente é potencial, esta exagerada. O peridsteo que reveste os ossos na parte extema a articulaggo funde-se com a camada fibrosa da capsula articular 2. Nas articulagées fibrosas, 05 oss0s sio unidos por tecido fibroso. Na maioria dos casos, o gau de movimento em uma articulagéo fibrosa depende do comprimento das fibras que unem os ossos. As svituras do crdnto so exemplos de articulagées fibrosas (Figura 1 168). Esses ossos esto bem préximos, encaizando-se ao longo de uma linha ondulada ou superpostos. A sindesmose, um tipo de articulago fibrosa, une os ossos com uma lamina de tecido fibroso, que pode ser ‘um ligamento ou uma membrana fibrosa. Consequentemente, esse tipo de articulagio tem mobilidade parcial. A membrana interdssea no antebrago é uma lamina de tecido fibroso que une o radio ¢ a ulna em uma sindesmose. A sindesmose dentoalveolar (gonfose) é uma articulagéo fibrosa na qual um processo semelhante a um pino encaia-se em uma cavidade entre a raiz do dente ¢ 0 processo alveolar da maxila A mobilidade dessa articulagéo (um dente mole) indica dishirbio dos tecidos de sustentaggo do dente No entanto, movimentos locais microscOpicos nos informam (gagas a propriocepgio) sobre a forga da mordida ou do cerrar de dentes, e sobre a existéncia de uma particula presa entre os dentes Posen - Feu Lpamorto — entrana 2 sinovial — cavtate ~ Steuer ‘Gertento fr Ly wo cae ane) ‘caveacoartuar Capea Catagen enero 2 | wereraia — mar (Som Campo apse = ‘nino fa Tie A. Aiulngo sinovial Modelo exquetico Artclago do Jono Suture Dipoe canada ‘anal Go 0880 Scie SS a a Sy Satagen Diente ‘oss compacta) ross py Cabega oie _ Lina =e ont cool Fad cope Femur vere Mombrara. Irareases Primans ‘Secunans . miculagées cartiagineas suture Sinaesmoso 2. Articulagdes Nbrosas Figura 1.16 Trés classes de articulagées. A figura mostra exemplos de cada classe. A. Dois modelos mostram as caracteristicas basicas de uma articuagao sinovial. 3. Nas articulagées cartilagineas, as estruturas so unidas por cartilagem hialina ou fibrocartilagem Nas sincondroses ou. articulagées cartilagineas primérias, os ossos séo unidos por cartilagem hialina, 0 que permite leve curvatura no inicio da vida. As articulagies cartilagineas primérias geralmente so unides temporérias, como as existentes durante o desenvolvimento de um osso longo (Figuras I 14 € 1 16C), nas quais a epifise ¢ a didfise fo unidas por uma lamina epifisial. As sincondroses permitem 0 crescimento do osso no comprimento. Quando ¢ atingido crescimento completo, a ‘ldmina epifisial converte-se em osso € as epifises fimdem-se com a diafise. As sinfises ou articulagées cartilagineas secundérias sio articulagdes fortes, ligeiramente moveis, unidas por fibrocartilagem Os discos infervertebrais fibrocartilagineos (Figura I.16C) existentes entre as vértebras so formados por tecido conjuntivo que une as vértebras. Essas articulagdes proporcionam & coluna vertebral resisténcia e absorgéo de choque, além de consideravel flexibilidade. As articulagSes stnoviats, 0 tipo mais comum de articulagio, penmitem livre movimento entre os ossos que unem; so articulagdes de locomogdo, tipicas de quase todas as articulagdes dos membros. As articulagées sinoviais geralmente so reforgadas por ligamentos acessérios separados (extrinsecos) ou séo um espessamento de parte da capsula articular (tntrinsecos). Algnmas articulagées sinoviais tém caracteristicas diferentes, como discos articulares fibrocartilagineos ou meniscos, encontrados quando as faces articulares dos ossos so desiguais (Figura I.16A). Os seis principais tipos de articulagdes sinoviais sio classificadas de acordo com o formato das faces articulares e/ou o tipo de movimento que permitem (Figura I 17) 1. Asarticulagées planas permite movimentos de deslizamento no plano das faces articulares. As superficies opostas dos ossos séo planas ou quase planas, com movimento limitado por suas cépsulas articulares firmes. As articulagdes planas so imuitas € quase sempre pequenas. Um exemplo ¢ a articulagdo acromtoclavicular situada entre 0 acrémio da escépula ea dlavicula 2. Os ginglimos pemmitem apenas flexio e extensdo, movimentos que ocorrem em um plano (sagital) ao redor de um tinico etm transversal; assim, os gingimos so articularSes untaxtats. A capsula dessas articulagdes é fina e frou nas partes anterior e posterior onde ha movimento, entretanto, os ossos so unidos lateralmente por ligamentos colaterais fortes. A articulagéo do cotovelo é um exemplo de gingiimo 3. As articulagdes selares permitem abdugéo adugSo, além de flexio ¢ extensio, movimentos que ocorrem ao redor de dois ets perpeniculares, sendo assim, sfo articulardes biaxtais que permitem movimento em dois planos, sagital € frontal. Também é possivel fazer esses movimentos em uma sequéncia circular (circundugdo). As faces articulares opostas tém o formato semelhante a uma sela (isto é, so reciprocamente céncavas € converas). A articulagdo carpometacarpal 1a base do polegar (I? dedo) é uma articulagdo selar (Figura 1.17) imine Sitesi rntanr mosrcri: Bee am) > erin da Uo cosearvero, esc se tama tape | ease “T | scence Aatcsingio atonal eth ‘ a {unas um 7 aah fous essere Simoni unocerdede | -_ intone, fa) er cate sing et 4 \y Stare ‘do quad _ ee rneze rena panteotne ing domi Sara ketrtna rtestago Somat Merete a eee hay, ATA Scene ay Scat ag Soumano om (Y aS etpectes \ ‘Agintcuayios olpesiows Ginn) tae cae ‘tarsi, atop eho, san q rand, vetcarperatngie Figura 1.17 Os seis tipos de articulacées sinoviais. As articuiages sinoviais so classificadas de acordo com o formato das superficies articulares e/ou o tipo de movimento que permite. 4. As articulagées elipsdideas permitem flexio e extenséo, além de abdugo ¢ adugdo; sendo assim, também so biaziais. No entanto, 0 movimento em um plano (sagital) geralmente é maior (mais livre) do que no outro. Também é possivel realizar circundugo, mais restrita do que nas articulagdes selares. As articulagdes metacarpofaldngicas sio elipsdideas 5. Asarticulagées esferbideas permitem movimento em varios eixos e planos: flexio e extensdo, abdugio ¢ adugdo, rotaggo medial ¢ lateral, e circundugo; sendo assim, sfo articulardes multicatats. Nessas atticulagées altamente méveis, a superficie esferdidea de um osso move-se na cavidade de outro, A articulagdo do quadrti é uma articulago esferdidea na qual a cabega do férmu que é esférica, gira na cavidade formada pelo acetdbuilo do quadnl 6, AS articulagées trocéideas permitem rotagao em tomo de um eixo central, séo, portanto, uniasiais. Nessas articulagées, ‘um processo arredlondado de osso gia dentro de uma bainha ou anel. Um exemplo é a articulayao atlentoatal media 1a qual o atlas (vértebra C D) gira ao redor de um processo digttiforme, o dente do axis (vertebra C I), durante a rotagdo da cabega VASCULATURA E INERVACAO DAS ARTICULAGOES As articulagdes sGo irrigadas por artérias articulares onignadas nos vasos ao redor da articulaggo. Com frequéncia, ha amastomose (comunicagdo) das artérias para formar redes (anastomoses artertais pertarticulares) e assegurar a ittigago sanguinea da articulagdo e através dela nas varias posigées assumidas. As veins articulares séo veias comunicantes que acompanham as artérias e, como as artérias, estéo localizadas na capsula articular, principalmente na membrana sinovial As aaticulagSes tém rica imervaréo propiciada por nervos articulares com terminacdes nervosas sensitivas na capsula articular. Nas partes distais dos membros (miios ¢ pés), os nervos articulares so ramos dos nervos cuténeos que suprem a pele sobrejacente No entanto, a maioria dos nervos articulares consiste em ramos de nervos que suprem os miisculos que cruzam €, portanto, movem a articulagio. A lei de Hilton afirma que os nervos que suprem uma articulaggo também suprem os mmisculos que movem a articulapdo ea pele que cobre suas insersdes distais, Os nervos articulares transmitem impulsos sensitivos da articulaggo que contribuem para a propriocepsio, responsivel pela percepgo do movimento ¢ da posigo das partes do corpo. A membrana sinovial ¢ relativamente insensivel. Ha muitas fibras de dor na camada fibrosa da capsula articular e nos ligamentos acessérios, o que causa dor intensa em caso de leséo articular As terminagies nervosas sensitivas respondem a rotagdo ¢ ao estiramento que ocorre durante a pritica de atividades esportivas ARTICULACOES Articulagées do cranio do recém-nascido formam largas areas de tecido fibroso denominadas fonticulos. O fonticuo anterior é 0 mais proeminente, chamado de "moldra’ pdos leigos. Muitas vezes os fontiados em um recém-nascido so palpados como aiistas devido 4 superposi¢go dos ossos cranianos pda moldagem da calvaria em sua passagem pdo canal de parto. Normalmente, 0 fonticulo anterior é plano. & saliéncia do fonticulo pode indicar aumento da pressio intraqaniana; entretanto, a saliénda durante 0 choro & normal. As pulsacdes do fonticulo refletem o pulso das artirias cerebrais. Pade-se observar depresso do fonticulo quando o bebé esta desidratado (Swartz, 2001). d Nao ha contato completo entre os ossos da calvéria de um recém-nascido (Figura BI.6). Nesses locals, as suturas Doenga articular degenerativa As articulactes sinoviais so bem projetadas para resistir ao desgaste, mas 0 uso excessivo 20 longo de vatios anos pode causar alteracées degenerativas. Certo grau de destruicdo é inevitavel durante atividades como a corrida, que desgasta as cartlagens articulares @ as vezes causa erosdo das faces articulares dos ossos subjacentes. O envelhecimento normal da cartlagem articular comeca no inido da vida adulta e avanca devagat, acometendo as extremidades articulares dos ossos, sobretudo do quacril, joaho, coluna vertebral e mos (Salts, 1998). Essas alteracées degenerativas irreversiveis nas articulacies diminuem a efetividade da cartilagem na absorco de choques € a lubrificagdo da superfide, Consequentemente, a articdacdo torna-se cada vez mais vuineravel 20 attito repetido que ocorre durante os movimentos, Essas alter actes no causam sintomas significativos em algumas pessoas, mas causam dor intensa em outras. Fens artenor EE satura rota ‘Suture intemasal ‘Suture rtermaiar Sine da mandible (sutra intrmandBular) Figura B1.6 ‘A doenca articular degenerativa ou osteoartrite costuma ser acompanhada por rigidez, desconforto e dor. A osteoartrite & ‘comum em pessoas idosas e geralmente afeta articulacdes que sustentam o paso do corpo (p, ex., 0s quactis @ os jodhos). A maioria das substandas presentes na corrente sanguinea, sejam normais ou patoldgicas, entra com facilidade na cavidade articular, Da mesma forma, a infec¢do traumatica de uma articulacdo pode ser seguida por artrite (inflamacio articular) & septicemia, Artroscopia ‘A cavidade de uma articulacSo sinovial pode ser examinada por meio da inttoduco de uma cénula e um artroscépio @ (um pequeno telescopio) em seu interior. Esse procedimento Gruirgico — artroscopia — permite que os cruraiGes crtopédicos examinem anormalidades articulares, como a ruptura de meniscos (discos articulares parciais do jodho). Durante a artroscopia também podem ser realizadas algumas intervencdes drurgicas (9. ex,, mediante introducio de Instumentos através de indsGes perfurantes). Como a abertura na cépsula articdar necessérla para a introducdo do artvoscépio & pequena, a dicatrizacio apds esse procedimento é mais répida do que apds a drurgia articular tradicional. Pontos-chave

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