Você está na página 1de 111

CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE

1988

1
2
DIVISÃO DO MATERIAL PARA LEITURA

A Constituição Federal deve ser lida ciclicamente ao longo de todo o curso.

LER DE FORMA CÍCLICA - CONSTITUIÇÃO FEDERAL


(divisão da leitura pelo artigo da Constituição Federal)

SEMANA 01 SEMANA 02 SEMANA 03 SEMANA 04

Art. 103-B ao
SEG Art. 1º ao 5º, LVIII Art. 40 ao 43 Art. 166 ao 173
110

TER Art. 5º, LIX ao 11 Art. 44 ao 52 Art. 111 ao 126 Art. 174 ao 191

QUA Art. 12 ao 19 Art. 53 ao 61 Art. 127 ao 135 Art. 192 a 200

QUI Art. 20 ao 23 Art. 62 ao 75 Art. 136 ao 144 Art. 201 ao 214

SEX Art. 24 ao 29 Art. 76 ao 91 Art. 145 ao 152 Art. 215 ao 224

SÁB Art. 30 ao 36 Art. 92 ao 99 Art. 153 ao 155 Art. 225 ao 232

Art. 233 ao 250


Art. 100 ao 103-
DOM Art. 37 ao 39 Art. 156 ao 165 ADCT
A
(DESTAQUES)

LEGENDA DE CORES:
 IMPORTANTE – Negrito
 EXCEÇÕES e VEDAÇÕES – Vermelho
 PRAZOS E QUÓRUNS – Verde

3
4
APGE LEGIS
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL

PREÂMBULO

Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia Nacional


Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício
dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o
desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade
fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na
ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos,
sob a proteção de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO
BRASIL.

PREÂMBULO

• está situado no âmbito da política e não possui relevância jurídica (teoria da irrelevância
jurídica).
↳ É a teoria majoritariamente aceita para a interpretação da natureza jurídica do preâmbulo
(STF, ADI 2076).

• o preâmbulo não é norma constitucional.


↳ Portanto, não serve de parâmetro para a declaração de inconstitucionalidade e não
estabelece limites para o Poder Constituinte Derivado, seja ele Reformador ou Decorrente.

• suas disposições NÃO são de reprodução obrigatória pelas Constituições Estaduais.

• o Preâmbulo NÃO dispõe de força normativa, não tendo caráter vinculante.

• o Preâmbulo não tem caráter dispositivo (não possui força normativa) ⇾ serve meramente
como elemento interpretativo da Constituição.

• o Preâmbulo tem como função sintetizar as intenções do legislador constituinte,


proclamando os princípios da nova Constituição, rompendo com a ordem jurídica anterior,
além disso, serve também como elemento de integração dos artigos que lhe seguem,
orientando sua interpretação.

O preâmbulo não se situa no âmbito do Direito, mas sim no domínio da política. Ele apenas
reflete a posição ideológica do constituinte.
Desse modo, o preâmbulo não possui relevância jurídica.

5
APGE LEGIS
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

Vale ressaltar, ainda, que o preâmbulo não constitui norma central da Constituição, não sendo
de reprodução obrigatória nas Constituições dos Estados-membros.
A invocação a Deus, presente no preâmbulo da CF/88, reflete um sentimento religioso. Isso
não faz, contudo, que o Brasil deixe de ser um Estado laico. O Brasil é um Estado laico, ou
seja, um Estado em que há liberdade de consciência e de crença, onde ninguém é privado de
direitos por motivo de crença religiosa ou convicção filosófica.
A invocação da proteção de Deus contida no preâmbulo da CF/88 não se trata de norma de
reprodução obrigatória na Constituição estadual, não tendo força normativa. Se a Constituição
estadual não tiver esta expressão, não há qualquer inconstitucionalidade nisso.
STF. Plenário ADI 2076, Rel. Min. Carlos Velloso, julgado em 15/08/2002.

CLASSIFICAÇÃO DA CF/88
MNEMÔNICO: PEDRA FAND

ORIGEM PROMULGADA

FORMA ESCRITA

ELABORAÇÃO DOGMÁTICA

ALTERABILIDADE RÍGIDA

EXTENSÃO ANALÍTICA

CONTEÚDO FORMAL

LOCAL DE DECRETAÇÃO AUTÔNOMA

ONTOLOGIA NOMINATIVA (pretende ser normativa)

FINALIDADE DIRIGENTE

TÍTULO I
DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS

Art. 1º. A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos
Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de
Direito e tem como FUNDAMENTOS:
I - a SOBERANIA;

6
APGE LEGIS
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

II - a CIDADANIA;
III - a DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA;
IV - os VALORES SOCIAIS DO TRABALHO E DA LIVRE INICIATIVA;
V - o PLURALISMO POLÍTICO.

FUNDAMENTOS DA RFB
(SOCIDIVAPLU)

• Soberania;
• Cidadania;
• Dignidade da pessoa humana;
• Valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
• Pluralismo político.

⇾ Princípios estruturantes (art. 1º, CF):


• republicano;
• federativo;
• do Estado Democrático de Direito.

• Súmula nº 647, STJ. São IMPRESCRITÍVEIS as ações indenizatórias por danos morais e
materiais decorrentes de atos de perseguição política com violação de direitos fundamentais
ocorridos durante o regime militar.

Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de
representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.
↳ Princípio representativo.
• O titular do poder sempre será o povo, enquanto o exercício pode ser feito na forma direta ou
indireta. ⇾ Democracia mista ou semidireta (ou representativa).
• O voto direto, secreto, universal e periódico é uma das cláusulas pétreas (art. 60, CF).
No entanto, a obrigatoriedade do voto NÃO está dentro das cláusulas pétreas.
↳ É possível transformar o voto e o alistamento facultativos, desde que a alteração seja feita via
EC.
⇾ Instrumentos de democracia direta ou de soberania popular: plebiscito, referendo e
iniciativa popular.

7
APGE LEGIS
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

CLASSIFICAÇÃO DA RFB

FORMA de ESTADO Federação

FORMA de GOVERNO República

REGIME de GOVERNO Democracia (mista ou semidireta)

SISTEMA de GOVERNO Presidencialismo (art. 84)

Art. 2º. São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o


Legislativo, o Executivo e o Judiciário.
• Separação não rígida. ⇾ Cláusula pétrea explícita (art. 60, §4º, III, CF).
↳ Um não é maior que o outro – cada um pode controlar (frear) a atuação do outro ⇾ Teoria dos
freios e contrapesos (check and balances ou checks and counterchecks).

• Súmula nº 649, STF. É inconstitucional a criação, por Constituição estadual, de órgão de


controle administrativo do Poder Judiciário do qual participem representantes de outros Poderes
ou entidades.

Art. 3º. Constituem OBJETIVOS FUNDAMENTAIS da República Federativa do


Brasil:
I - CONSTRUIR UMA SOCIEDADE LIVRE, JUSTA E SOLIDÁRIA;
II - GARANTIR O DESENVOLVIMENTO NACIONAL;
III - ERRADICAR A POBREZA E A MARGINALIZAÇÃO E REDUZIR AS
DESIGUALDADES SOCIAIS E REGIONAIS;
IV - PROMOVER O BEM DE TODOS, SEM PRECONCEITOS DE ORIGEM, RAÇA,
SEXO, COR, IDADE E QUAISQUER OUTRAS FORMAS DE DISCRIMINAÇÃO.

OBJETIVOS FUNDAMENTAIS DA RFB

• Construir uma sociedade livre, justa e solidária;


• Garantir o desenvolvimento nacional;
• Erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;

8
APGE LEGIS
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

• Promover o bem de todos, SEM preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer
outras formas de discriminação.

Art. 4º. A República Federativa do Brasil rege-se nas suas RELAÇÕES


INTERNACIONAIS pelos seguintes PRINCÍPIOS:
I - INDEPENDÊNCIA NACIONAL;
II - PREVALÊNCIA DOS DIREITOS HUMANOS;
III - AUTODETERMINAÇÃO DOS POVOS;
IV - NÃO-INTERVENÇÃO;
V - IGUALDADE ENTRE OS ESTADOS;
VI - DEFESA DA PAZ;
VII - SOLUÇÃO PACÍFICA DOS CONFLITOS;
VIII - REPÚDIO AO TERRORISMO E AO RACISMO;
IX - COOPERAÇÃO ENTRE OS POVOS PARA O PROGRESSO DA
HUMANIDADE;
X - CONCESSÃO DE ASILO POLÍTICO. ⇾ Ato discricionário.

PRINCÍPIOS QUE REGEM A RFB EM SUAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS

• Independência nacional;
• Prevalência dos direitos humanos;
• Autodeterminação dos povos;
• Não-intervenção;
• Igualdade entre os Estados;
• Defesa da paz;
• Solução pacífica dos conflitos;
• Repúdio ao terrorismo e ao racismo;
• Cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;
• Concessão de asilo político.

Asilo político Refúgio político

9
APGE LEGIS
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

É motivado pela perseguição por crimes É motivado pela perseguição de natureza


políticos. política, religiosa, racial, de nacionalidade
ou de grupo social.

Normalmente, é usado para perseguição Necessidade de proteção atinge número


individualizada. elevado de pessoas, tendo a perseguição
aspecto mais generalizado.

Decisão de caráter político, com a concessão Ato administrativo de caráter vinculado.


discricionária.

Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração


econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação
de uma comunidade latino-americana de nações.
⇾ Vale ressaltar os seguintes pontos:
• a busca pela integração deverá ser no âmbito de toda a América LATINA e não se restringir à
América do Sul;
• a integração almejada tem abrangência econômica, política, social e cultural;
• objetivo: formação de uma comunidade latino-americana de nações.

PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA RFB

• Soberania;
• Cidadania;
FUNDAMENTOS • Dignidade da pessoa humana;
(Art. 1º) • Valores sociais do trabalho e da livre
iniciativa;
• Pluralismo político.
(SOCIDIVAPLU)

• Construir uma sociedade livre, justa e


solidária;
• Garantir o desenvolvimento nacional;
OBJETIVOS
• Erradicar a pobreza e a marginalização e
(Art. 3º)
reduzir as desigualdades sociais e regionais;
• Promover o bem de todos, sem
preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade
e quaisquer outras formas de discriminação.

10
APGE LEGIS
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

PRINCÍPIOS DAS RELAÇÕES • Independência nacional;


INTERNACIONAIS
• Prevalência dos direitos humanos;
(Art. 4º)
• Autodeterminação dos povos;
• Não-intervenção;
• Igualdade entre os Estados;
• Defesa da paz;
• Solução pacífica dos conflitos;
• Repúdio ao terrorismo e ao racismo;
• Cooperação entre os povos para o
progresso da humanidade;
• Concessão de asilo político.

OBJETIVO NO PLANO INTERNACIONAL • Integração econômica, política, social e


cultural dos povos da América Latina, visando
(Art. 4º, parágrafo único)
à formação de uma comunidade latino-
americana de nações.

APLICABILIDADE DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS


(Para José Afonso da Silva)

• Autoaplicáveis;
EFICÁCIA PLENA • Não-restringíveis; e
• Aplicabilidade direta, imediata e integral.

• Autoaplicáveis;
EFICÁCIA CONTIDA/RESTRINGÍVEL • Restringíveis; e
• Aplicabilidade direta, imediata e
possivelmente não integral.
↳ Embora tenha condições de produzir seus
efeitos a partir de sua entrada em vigor,
admitem que seu conteúdo seja restringido
por norma infraconstitucional.

• Não autoaplicáveis;
EFICÁCIA LIMITADA • Aplicabilidade indireta, mediata e reduzida.
⇾ Tipos:
- Institutiva (Princípios institutivos ou
organizativos);

11
APGE LEGIS
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

- Programática (Normas programáticas);


• Efeitos negativo e vinculativo.

TÍTULO II
DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS

CAPÍTULO I
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS

Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, SEM distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade
do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos
seguintes:
• Isonomia formal: todos são iguais perante a lei.
• Isonomia/igualdade material: tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, na
medida de suas desigualdades.

I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta


Constituição;
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em
virtude de LEI;
↳ Princípio da legalidade.
• Súmula Vinculante nº 44/ Súmula nº 686, STF. Só POR LEI se pode sujeitar a exame
psicotécnico a habilitação de candidato a cargo público.
• Súmula nº 636, STF. Não cabe recurso extraordinário por contrariedade ao princípio
constitucional da legalidade, quando a sua verificação pressuponha rever a interpretação dada
a normas infraconstitucionais pela decisão recorrida.

III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou


degradante;
• Súmula Vinculante nº 11. Só é lícito o uso de algemas em casos de RESISTÊNCIA e de
FUNDADO RECEIO DE FUGA ou de PERIGO À INTEGRIDADE FÍSICA PRÓPRIA OU ALHEIA,
por parte do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de
responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão
ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado.

IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo VEDADO o anonimato;

12
APGE LEGIS
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da


indenização por dano material, moral ou à imagem;
↳ Resposta proporcional ao agravo + indenização.
↳ Norma de eficácia plena.

• Súmula nº 37, STJ. São cumuláveis as indenizações por dano material e dano moral oriundos
do mesmo fato.
• Súmula nº 227, STJ. A pessoa jurídica pode sofrer dano moral.
• Súmula nº 362, STJ. A correção monetária do valor da indenização do dano moral incide desde
a data do arbitramento.
• Súmula nº 387, STJ. É lícita a cumulação das indenizações de dano estético e dano moral.
↳ É lícita a cumulação das indenizações de dano estético e dano moral, ainda que derivados de
um mesmo fato, mas desde que um e outro possam ser reconhecidos autonomamente, sendo,
portanto, passíveis de identificação em separado (REsp 812.506/SP, julgado em 19/04/2012).
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Súmula 387-STJ. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:

<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/c12d1f7cc7c4b41a125b5752d1238
b03>.

Acesso em: 03/07/2023

• Súmula nº 388, STJ. A simples devolução indevida de cheque caracteriza dano moral.

VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre


exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto
e a suas liturgias;
É constitucional a lei de proteção animal que, a fim de resguardar a liberdade religiosa, permite
o sacrifício ritual de animais em cultos de religiões de matriz africana.
STF. Plenário. RE 494601/RS, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Edson Fachin,
julgado em 28/3/2019 (Info 935).

CAVALCANTE, Márcio André Lopes. É constitucional lei estadual que permite o sacrifício de animais em
cultos de religiões de matriz africana. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:

<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/985e9a46e10005356bbaf194249f6
856>.

Acesso em: 03/07/2023

VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas


entidades civis e militares de internação coletiva;
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de
convicção filosófica ou política, SALVO se as invocar para EXIMIR-SE de obrigação
legal a todos imposta E recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;
↳ Escusa de consciência.

IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de


comunicação, independentemente de censura ou licença;

13
APGE LEGIS
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

X - são INVIOLÁVEIS a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das


pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente
de sua violação;
• Súmula nº 370, STJ. Caracteriza dano moral a apresentação antecipada de cheque pré-datado.
• Súmula nº 403, STJ. Independe de prova do prejuízo a indenização pela publicação não
autorizada de imagem de pessoa com fins econômicos ou comerciais.
↳ Exceções:
- A Súmula nº 403 do STJ é inaplicável às hipóteses de divulgação de imagem vinculada a fato
histórico de repercussão social.
STJ, 3ª Turma, REsp 1.631.329-RJ, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, Rel. Acd. Min. Nancy
Andrighi, j. em 24/10/2017.
- A Súmula 403/STJ é inaplicável às hipóteses de representação da imagem de pessoa como
coadjuvante em obra biográfica audiovisual que tem por objeto a história profissional de terceiro.
STJ. 3ª Turma. REsp 1.454.016-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, Rel. Acd. Min. Ricardo Villas Bôas
Cueva, julgado em 12/12/2017 (Info 621).
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Súmula 403-STJ. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:

<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/3df07fdae1ab273a967aaa1d355b8
bb6>.

Acesso em: 03/07/2023

PRINCIPAIS JURISPRUDÊNCIAS ACERCA DE SIGILO BANCÁRIO

14
APGE LEGIS
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

Corregedor Nacional de Justiça pode requisitar dados bancários e fiscais sem prévia
autorização judicial.
É constitucional a requisição, sem prévia autorização judicial, de dados bancários e fiscais
considerados imprescindíveis pelo Corregedor Nacional de Justiça para apurar infração de
sujeito determinado, desde que em processo regularmente instaurado mediante decisão
fundamentada e baseada em indícios concretos da prática do ato.
A previsão regimental do art. 8º, V, tem por fundamento a probidade patrimonial dos agentes
públicos. A legitimidade para requisição pode ser por decisão singular do Corregedor por
conta da função constitucional por ele exercida, de fiscalização da integridade funcional do
Poder Judiciário.
Contudo, é preciso assegurar a existência de garantias ao contribuinte, de modo que não há
espaço para devassa ou varredura, buscas generalizadas e indiscriminadas na vida das
pessoas, com o propósito de encontrar alguma irregularidade.
STF. Plenário. ADI 4709/DF, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 27/5/2022 (Info 1056).
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Corregedor Nacional de Justiça pode requisitar dados bancários
e fiscais sem prévia autorização judicial. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:

<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/b8b2926bd27d4307569ad119b6
025f94>.

Acesso em: 03/07/2023

Dados obtidos com a quebra de sigilo bancário não podem ser divulgados abertamente
em site oficial.
Os dados obtidos por meio da quebra dos sigilos bancário, telefônico e fiscal devem ser
mantidos sob reserva.
Assim, a página do Senado Federal na internet não pode divulgar os dados obtidos por meio
da quebra de sigilo determinada por comissão parlamentar de inquérito (CPI).
STF. Plenário. MS 25940, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 26/4/2018 (Info 899).
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Dados obtidos com a quebra de sigilo bancário não podem ser
divulgados abertamente em site oficial. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:

<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/d94fd74dcde1aa553be72c10065
78b23>.

Acesso em: 03/07/2023

Requisição pelo MP de informações bancárias de ente da administração pública.


Não são nulas as provas obtidas por meio de requisição do Ministério Público de informações
bancárias de titularidade de Prefeitura para fins de apurar supostos crimes praticados por
agentes públicos contra a Administração Pública.
É lícita a requisição pelo Ministério Público de informações bancárias de contas de titularidade
da Prefeitura, com o fim de proteger o patrimônio público, não se podendo falar em quebra
ilegal de sigilo bancário.

15
APGE LEGIS
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

O sigilo de informações necessário à preservação da intimidade é relativizado quando há


interesse da sociedade em conhecer o destino dos recursos públicos.
Diante da existência de indícios da prática de ilícitos penais envolvendo verbas públicas, cabe
ao MP, no exercício de seus poderes investigatórios (art. 129, VIII, da CF/88), requisitar os
registros de operações financeiras relativos aos recursos movimentados a partir de conta-
corrente de titularidade da Prefeitura. Essa requisição compreende, por extensão, o acesso
aos registros das operações bancárias sucessivas, ainda que realizadas por particulares, e
objetiva garantir o acesso ao real destino desses recursos públicos.
STJ. 5ª Turma. HC 308493-CE, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 20/10/2015
(Info 572).
STF. 2ª Turma.RHC 133118/CE, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 26/9/2017 (Info 879).
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Requisição pelo MP de informações bancárias de ente da
administração pública. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:

<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/29daf9442f3c0b60642b14c081b
4a556>.

Acesso em: 03/07/2023

Publicação no jornal dos nomes dos clientes que tinham contas de poupança no banco, em
determinado período, representa quebra do sigilo bancário.
A divulgação de elementos cadastrais dos beneficiários de decisão proferida em ação civil
pública que determinou o pagamento dos expurgos inflacionários decorrentes de planos
econômicos configura quebra de sigilo bancário.
STJ. 3ª Turma. REsp 1285437-MS, Rel. Min. Moura Ribeiro, julgado em 23/5/2017 (Info 605).
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Publicação no jornal dos nomes dos clientes que tinham contas
de poupança no banco, em determinado período, representa quebra do sigilo bancário. Buscador
Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:

<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/98c56bce74669e2e4e7a9fc1caa8
c326>.

Acesso em: 03/07/2023

É possível que o Fisco requisite das instituições financeiras informações bancárias sobre
os contribuintes sem intervenção do Poder Judiciário.
As autoridades e os agentes fiscais tributários da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios podem requisitar diretamente das instituições financeiras informações sobre
as movimentações bancárias dos contribuintes. Esta possibilidade encontra-se prevista no art.
6º da LC 105/2001, que foi considerada constitucional pelo STF. Isso porque esta previsão
não se caracteriza como de sigilo bancário, ocorrendo apenas a “transferência de sigilo” dos
bancos ao Fisco.
Vale ressaltar que os Estados-Membros e os Municípios somente podem obter as informações
previstas no art. 6º da LC 105/2001, uma vez regulamentada a matéria de forma análoga ao
Decreto Federal nº 3.724/2001, observados os seguintes parâmetros:
a) pertinência temática entre a obtenção das informações bancárias e o tributo objeto de
cobrança no procedimento administrativo instaurado;

16
APGE LEGIS
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

b) prévia notificação do contribuinte quanto à instauração do processo e a todos os demais


atos, garantido o mais amplo acesso do contribuinte aos autos, permitindo-lhe tirar cópias,
não apenas de documentos, mas também de decisões;
c) sujeição do pedido de acesso a um superior hierárquico;
d) existência de sistemas eletrônicos de segurança que fossem certificados e com o registro
de acesso; e, finalmente,
e) estabelecimento de mecanismos efetivos de apuração e correção de desvios.
A Receita Federal, atualmente, já pode requisitar tais informações bancárias porque possui
esse regulamento. Trata-se justamente do Decreto 3.724/2001 acima mencionada, que
regulamenta o art. 6º da LC 105/2001.
O art. 5º da LC 105/2001, que permite obrigar as instituições financeiras a informarem
periodicamente à Receita Federal as operações financeiras realizadas acima de determinado
valor, também é considerado constitucional.
STF. Plenário. ADI 2390/DF, ADI 2386/DF, ADI 2397/DF e ADI 2859/DF, Rel. Min. Dias Toffoli,
julgados em 24/2/2016 (Info 815).
STF. Plenário. RE 601314/SP, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 24/2/2016 (repercussão
geral) (Info 815).
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. É possível que o Fisco requisite das instituições financeiras
informações bancárias sobre os contribuintes sem intervenção do Poder Judiciário. Buscador Dizer o
Direito, Manaus. Disponível em:

<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/17e62166fc8586dfa4d1bc0e174
2c08b>.

Acesso em: 03/07/2023

SIGILO BANCÁRIO
Os órgãos poderão requerer informações bancárias diretamente das instituições
financeiras?

POLÍCIA NÃO. É necessária autorização judicial.

NÃO. É necessária autorização judicial (STJ HC 160.646/SP, Dje


19/09/2011).
Exceção: É lícita a requisição pelo Ministério Público de informações
MP bancárias de contas de titularidade de órgãos e entidades públicas, com
o fim de proteger o patrimônio público, não se podendo falar em quebra
ilegal de sigilo bancário (STJ. 5ª Turma. HC 308.493-CE, j. em
20/10/2015).

NÃO. É necessária autorização judicial (STF MS 22934/DF, DJe de


TCU
9/5/2012).

17
APGE LEGIS
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

Exceção: O envio de informações ao TCU relativas a operações de crédito


originárias de recursos públicos não é coberto pelo sigilo bancário (STF.
MS 33340/DF, j. em 26/5/2015).

SIM, com base no art. 6º da LC 105/2001. O repasse das informações


Receita Federal dos bancos para o Fisco não pode ser definido como sendo "quebra de
sigilo bancário".

Fisco estadual, SIM, desde que regulamentem, no âmbito de suas esferas de


distrital, competência, o art. 6º da LC 105/2001, de forma análoga ao Decreto
municipal Federal 3.724/2001.

SIM (seja ela federal ou estadual/distrital) (art. 4º, § 1º da LC 105/2001).


CPI
Prevalece que CPI municipal não pode.

CAVALCANTE, Márcio André Lopes. É possível que o Fisco requisite das instituições financeiras
informações bancárias sobre os contribuintes sem intervenção do Poder Judiciário. Buscador Dizer o
Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/17e62166fc8586dfa4d1bc0e1742c0
8b>.

Acesso em: 03/07/2023

XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar SEM


consentimento do morador, SALVO em caso de FLAGRANTE DELITO ou DESASTRE,
ou PARA PRESTAR SOCORRO, ou, DURANTE O DIA, por DETERMINAÇÃO
JUDICIAL;

REGRA • a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar


SEM consentimento do morador.

• em caso de flagrante delito;


EXCEÇÕES • em caso de desastre;
• para prestar socorro;
• durante o dia, por determinação judicial.

XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas,


de dados e das comunicações telefônicas, SALVO, no último caso, por ORDEM
JUDICIAL, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação
criminal ou instrução processual penal;
XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as
qualificações profissionais que a lei estabelecer;
↳ Norma de eficácia contida.

É inconstitucional a suspensão realizada por conselho de fiscalização profissional do exercício


laboral de seus inscritos por inadimplência de anuidades, pois a medida consiste em sanção
política em matéria tributária.

18
APGE LEGIS
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

STF. Plenário. RE 647885, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 27/04/2020 (Repercussão Geral
– Tema 732) (Info 978).

CAVALCANTE, Márcio André Lopes. É inconstitucional a suspensão do exercício profissional em razão


do inadimplemento de anuidades devidas à entidade de classe. Buscador Dizer o Direito, Manaus.
Disponível em:

<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/b36ed8a07e3cd80ee37138524690e
ca1>.

Acesso em: 03/07/2023

XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte,


quando necessário ao exercício profissional;
XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo
qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus
bens;
↳ Norma de eficácia contida.

• A não observância desse direito enseja a ação de habeas corpus (conforme preceitua o inc.
LXVIII).

XVI - todos podem reunir-se pacificamente, SEM ARMAS, em locais abertos ao


público, INDEPENDENTEMENTE DE AUTORIZAÇÃO, desde que não frustrem outra
reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido
PRÉVIO AVISO à autoridade competente;
• O direito de reunião é norma de eficácia contida (pode sofrer restrição ou suspensão em
períodos de estado de defesa ou estado de sítio) e NÃO cabe mandado de injunção.
↳ MI somente é cabível quando uma norma de eficácia limitada não tiver sido regulamentada.
• O direito de reunião deverá ser protegido por MANDADO DE SEGURANÇA.

XVII - é plena a liberdade de associação para fins LÍCITOS, VEDADA a de


caráter paramilitar;
XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas
INDEPENDEM de autorização, sendo VEDADA a interferência estatal em seu
funcionamento;
XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas
atividades suspensas por DECISÃO JUDICIAL, exigindo-se, no primeiro caso
(dissolução), o trânsito em julgado;

DISSOLUÇÃO • decisão judicial + trânsito em julgado.

SUSPENSÃO • decisão judicial.

XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado;


XXI - as entidades associativas, QUANDO EXPRESSAMENTE AUTORIZADAS,
têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente;

19
APGE LEGIS
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

• Súmula nº 629, STF. A impetração de mandado de segurança COLETIVO por entidade de


classe em favor dos associados INDEPENDE da autorização destes.
↳ Não é necessária autorização dos associados porque se trata de substituição processual,
situação na qual a entidade defenderá, em nome próprio, interesse alheio (de seus associados).
↳ A Lei nº 12.016/2009, que é posterior à referida súmula, previu, expressamente, que, para a
impetração de mandado de segurança coletivo, a organização sindical, entidade de classe ou
associação legalmente constituída não precisa de autorização especial (art. 21).

CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Súmula 629-STF. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:

<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/af44c4c56f385c43f2529f9b1b018f6
a>.

Acesso em: 03/07/2023

XXII - é garantido o direito de propriedade;


↳ Eficácia contida (pode ser restringido).

XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;


XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para DESAPROPRIAÇÃO por
necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia
indenização EM DINHEIRO, ressalvados os casos previstos nesta Constituição;
• Desapropriação para fins de reforma agrária: indenização em títulos da dívida agrária (até 20
anos);
• Desapropriação de imóvel não edificado, subutilizado ou não utilizado: indenização em
títulos da dívida pública (até 10 anos).
• Desapropriação confiscatória: SEM indenização.
a) Exploração de mão de obra escrava;
b) Cultivo ilegal de plantas psicotrópicas.

Súmulas – STF

• Súmula nº 23. Verificados os pressupostos legais para o licenciamento da obra, não o


impede a declaração de utilidade pública para desapropriação do imóvel, mas o valor da obra
não se incluirá na indenização, quando a desapropriação for efetivada.
• Súmula nº 157. É necessária prévia autorização do Presidente da República para
desapropriação, pelos Estados, de empresa de energia elétrica.
↳ Prevalece que ainda é válida.
↳ Dec.-lei nº 3.365/41: "Art. 2º (...) § 3º. É VEDADA a desapropriação, pelos Estados, Distrito
Federal, Territórios e Municípios de ações, cotas e direitos representativos do capital de
instituições e empresas cujo funcionamento dependa de autorização do Governo Federal e se
subordine à sua fiscalização, SALVO mediante prévia autorização, por decreto do Presidente
da República."

20
APGE LEGIS
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Súmula 157-STF. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível
em:

<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/b85d65c39e12a5515c19fd72b6f
48199>.

Acesso em: 03/07/2023

• Súmula nº 164. No processo de desapropriação, são devidos juros compensatórios desde a


antecipada imissão de posse, ordenada pelo juiz, por motivo de urgência.
• Súmula nº 378. Na indenização por desapropriação incluem-se honorários do advogado do
expropriado.
• Súmula nº 416. Pela demora no pagamento do preço da desapropriação não cabe
indenização complementar além dos juros.
• Súmula nº 475. A Lei nº 4.686, de 21-6-65, tem aplicação imediata aos processos em curso,
inclusive em grau de recurso extraordinário.
↳ Válida, mas sem nenhuma relevância atualmente.
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Súmula 475-STF. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível
em:

<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/859b00aec8885efc83d1541b52a
1220d>.

Acesso em: 03/07/2023

• Súmula nº 561. Em desapropriação, é devida a correção monetária até a data do efetivo


pagamento da indenização, devendo proceder-se à atualização do cálculo, ainda que por mais
de uma vez.
• Súmula nº 617. A base de cálculo dos honorários de advogado em desapropriação é a
diferença entre a oferta e a indenização, corrigidas ambas monetariamente.
• Súmula nº 652. Não contraria a Constituição o art. 15, § 1º, do Dl. nº 3.365/41 (Lei da
Desapropriação por utilidade pública).
↳ Em regra, a posse do expropriante sobre o bem somente ocorre quando tiver concluído o
processo de desapropriação e paga a indenização. No entanto, o art. 15 do Decreto-Lei nº
3.365/41 prevê a possibilidade de imissão provisória na posse em caso de urgência. Para o
STF, a imissão provisória não viola o princípio da justa e prévia indenização (art. 5º, XXIV, da
CF/88).
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Súmula 652-STF. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível
em:

<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/e8d66338fab3727e34a9179ed88
04f64>.

Acesso em: 03/07/2023

Súmulas – STJ

• Súmula nº 56. Na desapropriação para instituir servidão administrativa são devidos os juros
compensatórios pela limitação de uso da propriedade.

21
APGE LEGIS
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

• Súmula nº 67. Na desapropriação, cabe a atualização monetária, ainda que por mais de uma
vez, independente do decurso de prazo superior a 1 (um) ano entre o cálculo e o efetivo
pagamento da indenização.
• Súmula nº 69. Na desapropriação direta, os juros compensatórios são devidos desde a
antecipada imissão na posse e, na desapropriação indireta, a partir da efetiva ocupação do
imóvel.
• Súmula nº 113. Os juros compensatórios, na desapropriação direta, incidem a partir da
imissão na posse, calculados sobre o valor da indenização, corrigido monetariamente.
• Súmula nº 114. Os juros compensatórios, na desapropriação indireta, incidem a partir da
ocupação, calculados sobre o valor da indenização, corrigido monetariamente.
• Súmula nº 131. Nas ações de desapropriação incluem-se no cálculo da verba advocatícia
as parcelas relativas aos juros compensatórios e moratórios, devidamente corrigidas.
• Súmula nº 141. Os honorários de advogado em desapropriação direta são calculados sobre
a diferença entre a indenização e a oferta, corrigidas monetariamente.
• Súmula nº 354. A invasão do imóvel é causa de suspensão do processo expropriatório para
fins de reforma agrária.

XXV - no caso de IMINENTE PERIGO PÚBLICO, a autoridade competente


poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização
ulterior, SE HOUVER DANO;
↳ É a chamada requisição administrativa.

• Súmula nº 637, STJ. O ente público detém legitimidade e interesse para intervir,
incidentalmente, na ação possessória entre particulares, podendo deduzir qualquer matéria
defensiva, inclusive, se for o caso, o domínio.

XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que


trabalhada pela família, NÃO será objeto de penhora para pagamento de débitos
DECORRENTES DE SUA ATIVIDADE PRODUTIVA, dispondo a lei sobre os meios de
financiar o seu desenvolvimento;
Art. 185, CF. São insuscetíveis de desapropriação para fins de reforma agrária:
I - a pequena e média propriedade rural, assim definida em lei, desde que seu proprietário não
possua outra;
II - a propriedade produtiva.
Parágrafo único. A lei garantirá tratamento especial à propriedade produtiva e fixará normas
para o cumprimento dos requisitos relativos a sua função social.

XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou


reprodução de suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar;

⚠ Vale ressaltar que o direito autoral se trata de um privilégio vitalício ⇾ poderá ser transmitido
aos herdeiros pelo que tempo que a lei fixar.
↳ Após o decurso do tempo fixado: cairá em domínio público.

22
APGE LEGIS
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

• Súmula nº 63, STJ. São devidos direitos autorais pela retransmissão radiofônica de músicas
em estabelecimentos comerciais.
• Súmula nº 228, STJ. É inadmissível o interdito proibitório para a proteção do direito autoral.
• Súmula nº 261, STJ. A cobrança de direitos autorais pela retransmissão radiofônica de
músicas, em estabelecimentos hoteleiros, deve ser feita conforme a taxa média de utilização do
equipamento, apurada em liquidação.

XXVIII - são assegurados, nos termos da lei:


a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodução da
imagem e voz humanas, inclusive nas atividades desportivas;
b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que criarem
ou de que participarem aos criadores, aos intérpretes e às respectivas representações
sindicais e associativas;
↳ Direito de imagem e sua fiscalização.

XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário


para sua utilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade das
marcas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse
social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País;
XXX - é garantido o direito de herança;
XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela
lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes
seja mais favorável a lei pessoal do de cujus;
XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor;
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu
interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo
da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja
IMPRESCINDÍVEL À SEGURANÇA DA SOCIEDADE E DO ESTADO;
• Súmula Vinculante nº 14. É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso
amplo aos elementos de prova que, JÁ DOCUMENTADOS em procedimento investigatório
realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do
direito de defesa.

XXXIV - são a TODOS assegurados, INDEPENDENTEMENTE do pagamento de


taxas:
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra
ilegalidade ou abuso de poder;
• Súmula Vinculante nº 21. É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios
de dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administrativo.
↳ Essa exigência viola o art. 5º, LV, da CF/88.

23
APGE LEGIS
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Súmula vinculante 21-STF. Buscador Dizer o Direito, Manaus.
Disponível em:

<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/4fc28b7093b135c21c7183ac07e92
8a6>.

Acesso em: 03/07/2023

• Súmula nº 373, STJ. É ILEGÍTIMA a exigência de depósito prévio para admissibilidade de


recurso administrativo.

b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e


esclarecimento de situações de interesse pessoal;
XXXV - a lei NÃO excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça
a direito;
↳ Princípio do acesso à justiça, da efetividade do processo e da inafastabilidade da atuação
jurisdicional.

⚠ O inc. XXXV dispõe sobre o princípio da inafastabilidade da jurisdição (conhecido também


como cláusula do acesso à justiça ou do direito de ação), o qual possibilita que se provoque a
prestação jurisdicional para garantia e efetivação de direitos, sem que necessariamente tenha
que se esgotar as esferas administrativas.

⚠ Contudo, este princípio comporta EXCEÇÕES, nas quais é exigido o prévio esgotamento da
via administrativa:
• controvérsias desportivas (art. 217, § 1º, CF);
↳ o Poder Judiciário só admitirá ações relativas à disciplina e às competições desportivas após
esgotarem-se as instâncias da justiça desportiva.
• reclamações contra o descumprimento de súmula vinculante pela Administração Pública
(art. 7º, § 1º, Lei nº 11.417/2006);
↳ contra omissão ou ato da Adm. Pública, o uso da reclamação só será admitido após
esgotamento das vias administrativas.
• habeas data;
↳ Súmula nº 02, STJ. NÃO cabe o habeas data (CF, art. 5, LXXII, letra "a") se não houve RECUSA
de informações por parte da autoridade administrativa.
↳ Se não houve recusa administrativa, não tem motivo para o autor propor a ação. Falta interesse
de agir (interesse processual).
• indeferimento de pedido em face do INSS ou omissão em atender o pedido administrativo
para obtenção de benefício previdenciário.
↳ prévio requerimento ≠ esgotamento das vias administrativas.

• Súmula Vinculante nº 28. É inconstitucional a exigência de depósito prévio como requisito


de admissibilidade de ação judicial na qual se pretenda discutir a exigibilidade de crédito
tributário.

24
APGE LEGIS
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

XXXVI - a lei NÃO prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a


coisa julgada;
↳ Limites à eficácia retroativa da lei.

• Súmula nº 654, STF. A garantia da irretroatividade da lei, prevista no art. 5º, XXXVI, da
Constituição da República, não é invocável pela entidade estatal que a tenha editado.

XXXVII - NÃO haverá juízo ou Tribunal de exceção;


XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei,
assegurados:
a) a plenitude de defesa;
b) o sigilo das votações;
c) a soberania dos veredictos; (≠ de imutabilidade dos veredictos).
d) a competência para o julgamento dos CRIMES DOLOSOS CONTRA A VIDA;
+ conexos.
⇾ Tribunal do Júri:
- Competências:
• Crimes dolosos contra a vida + conexos.
↳ Dolosos: homicídio; aborto; infanticídio; induzimento, auxílio ou instigação ao suicídio.
Obs.: o feminicídio é um homicídio qualificado, então também vai para o júri.

• Súmula Vinculante nº 45/ Súmula nº 721, STF. A competência constitucional do Tribunal


do Júri PREVALECE sobre o foro por prerrogativa de função, estabelecido exclusivamente
pela Constituição ESTADUAL.
• Súmula nº 603, STF. A competência para o processo e julgamento de LATROCÍNIO é do JUIZ
SINGULAR e não do Tribunal do Júri.
↳ É crime contra o patrimônio (forma qualificada do crime de roubo, com aumento de pena,
quando a violência empregada resultada em morte)!

XXXIX - NÃO há crime SEM lei anterior que o defina, nem pena SEM prévia
cominação legal;
XL - a lei penal NÃO retroagirá, SALVO para beneficiar o réu;
XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades
fundamentais;
XLII - a prática do RACISMO constitui crime INAFIANÇÁVEL E
IMPRESCRITÍVEL, sujeito à pena de RECLUSÃO, nos termos da lei;
XLIII - a lei considerará crimes INAFIANÇÁVEIS E INSUSCETÍVEIS DE GRAÇA
OU ANISTIA a prática da TORTURA, o TRÁFICO ILÍCITO DE ENTORPECENTES E
DROGAS AFINS, o TERRORISMO e os definidos como CRIMES HEDIONDOS, por eles
respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem;
25
APGE LEGIS
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

XLIV - constitui crime INAFIANÇÁVEL E IMPRESCRITÍVEL a ação de grupos


armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático;

Crimes INAFIANÇÁVEIS E Crimes INAFIANÇÁVEIS E INSUSCETÍVEIS


IMPRESCRITÍVEIS DE GRAÇA OU ANISTIA
(TTTH)

• Racismo; • Tortura;

• Ação de grupos armados, civis ou militares, • Tráfico ilícito de entorpecentes e drogas


contra a ordem constitucional e o Estado afins;
Democrático.
• Terrorismo;

• Crimes Hediondos.

XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação


de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei,
estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do
patrimônio transferido;
↳ Princípio da personalidade ou da intranscendência da pena.

XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as


seguintes:
a) privação ou restrição da liberdade;
b) perda de bens;
c) multa;
d) prestação social alternativa;
e) suspensão ou interdição de direitos;

• Privação ou restrição da liberdade;


• Perda de bens;
PENAS QUE PODEM SER ADOTADAS NO • Multa;
BRASIL
• Prestação social alternativa;
• Suspensão ou interdição de direitos.

XLVII - NÃO haverá penas:


a) de morte, SALVO em caso de GUERRA DECLARADA, nos termos do art. 84,
XIX;

26
APGE LEGIS
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

Art. 84, CF. Compete privativamente ao Presidente da República: [...]


XIX - declarar guerra, no caso de agressão estrangeira, autorizado pelo Congresso Nacional ou
referendado por ele, quando ocorrida no intervalo das sessões legislativas, e, nas mesmas
condições, decretar, total ou parcialmente, a mobilização nacional;

b) de caráter perpétuo;
• Súmula nº 527, STJ. O tempo de duração da medida de segurança NÃO deve ultrapassar o
limite máximo da pena abstratamente cominada ao delito praticado.

c) de trabalhos forçados;
d) de banimento;
e) cruéis;

• De morte.
↳ SALVO em caso de guerra declarada.
PENAS PROIBIDAS NO BRASIL • De caráter perpétuo;
• De trabalhos forçados;
• De banimento;
• Cruéis.

XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a


natureza do delito, a idade e o sexo do apenado;
XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral;
Em caso de inobservância de seu dever específico de proteção previsto no art. 5º, inciso XLIX, da
CF/88, o Estado é responsável pela morte de detento.
STF. Plenário. RE 841526/RS, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 30/3/2016 (repercussão geral) (Info
819).
⇾ O Estado pode ser responsabilizado pela morte do detento mesmo que ele se suicide?
SIM. Existem precedentes do STF e do STJ nesse sentido: STF. 2ª Turma. ARE 700927 AgR, Rel.
Min. Gilmar Mendes, julgado em 28/08/2012.
No entanto, aqui também, como se adota a teoria do risco administrativo, o Estado poderá provar
alguma causa excludente de responsabilidade. Assim, nem sempre que houver um suicídio,
haverá responsabilidade civil do Poder Público.
O Min. Luiz Fux exemplifica seu raciocínio com duas situações:
• Se o detento que praticou o suicídio já vinha apresentando indícios de que poderia agir assim,
então, neste caso, o Estado deverá ser condenado a indenizar seus familiares. Isso porque o
evento era previsível e o Poder Público deveria ter adotado medidas para evitar que acontecesse.
• Por outro lado, se o preso nunca havia demonstrado anteriormente que poderia praticar esta
conduta, de forma que o suicídio foi um ato completamente repentino e imprevisível, neste caso

27
APGE LEGIS
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

o Estado não será responsabilizado porque não houve qualquer omissão atribuível ao Poder
Público.
Vale ressaltar que é a Administração Pública que tem o ônus de provar a causa excludente de
responsabilidade.

CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Responsabilidade civil do Estado em caso de morte de detento.
Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:

<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/9dfcd5e558dfa04aaf37f137a1d9d3
e5>.

Acesso em: 03/07/2023

Considerando que é dever do Estado, imposto pelo sistema normativo, manter em seus
presídios os padrões mínimos de humanidade previstos no ordenamento jurídico, é de sua
responsabilidade, nos termos do art. 37, § 6º, da Constituição, a obrigação de ressarcir os
danos, inclusive morais, comprovadamente causados aos detentos em decorrência da falta
ou insuficiência das condições legais de encarceramento.
STF. Plenário. RE 580252/MS, rel. orig. Min. Teori Zavascki, red. p/ o ac. Min. Gilmar Mendes,
julgado em 16/2/2017 (repercussão geral) (Info 854).

CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Estado deve indenizar preso que se encontre em situação
degradante. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:

<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/a3f61f3a8034cbfb5ecf0d785e750fb
3>.

Acesso em: 03/07/2023

L - às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer


com seus filhos durante o período de amamentação;
LI - nenhum brasileiro será extraditado, SALVO o NATURALIZADO, em caso
de crime comum, praticado ANTES da naturalização, ou de comprovado
envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei;
LII - NÃO será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de
opinião;

EXTRADIÇÃO

Extraditando brasileiro NATO • em nenhuma hipótese poderá ser


extraditado.

• somente poderá ocorrer em 2 casos:


Extraditando brasileiro NATURALIZADO a) prática de crime comum ANTES da
ou português residente no Brasil naturalização;
equiparado a brasileiro naturalizado
b) envolvimento com tráfico ilícito de
entorpecentes e drogas afins ANTES OU
DEPOIS da naturalização.

28
APGE LEGIS
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

Extraditando ESTRANGEIRO • Poderá ser extraditado, SALVO por prática


de crime político ou de opinião.

Asilo político Refúgio político

É motivado pela perseguição por crimes É motivado pela perseguição de natureza


políticos. política, religiosa, racial, de nacionalidade ou
de grupo social.

Normalmente é usada para perseguição Necessidade de proteção atinge número


individualizada. elevado de pessoas, tendo a perseguição
aspecto mais generalizado.

Decisão de caráter político, com a concessão Ato administrativo de caráter vinculado.


discricionária.

LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade


competente;
↳ Princípio do juiz natural.

• Súmula nº 704, STF. Não viola as garantias do juiz natural, da ampla defesa e do devido
processo legal a atração por continência ou conexão do processo do corréu ao foro por
prerrogativa de função de um dos denunciados.

LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens SEM o devido


processo legal;
↳ Princípio do devido processo legal.

LV - aos litigantes, em processo JUDICIAL OU ADMINISTRATIVO, e aos


acusados em geral são assegurados o CONTRADITÓRIO e a AMPLA DEFESA, com
os meios e recursos a ela inerentes;
↳ Princípio do contraditório e da ampla defesa.

SÚMULAS VINCULANTES ACERCA DO TEMA

• Súmula Vinculante nº 05. A falta de defesa técnica por advogado no processo


administrativo disciplinar não ofende a Constituição.
↳ Refere-se ao típico processo administrativo disciplinar – aquele que tramita no âmbito da
Administração Pública.
↳ Este enunciado NÃO se aplica para o processo administrativo que apura infrações cometidas
no sistema penitenciário.
III - O Plenário do col. Pretório Excelso, em julgamento do RE n.398.269/RS, Rel. Exmo. Min.
Gilmar Mendes, DJe 26/2/2010, concluiu pela inaplicabilidade da Súmula Vinculante nº 5 aos
procedimentos administrativos disciplinares realizados em sede de execução penal,
ressaltando a imprescindibilidade da defesa técnica nesses procedimentos, sob pena de

29
APGE LEGIS
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

afronta aos princípios do contraditório e da ampla defesa, aos ditames da LEP e à legislação
processual penal.
(HC 517.663/MG, Rel. Ministro LEOPOLDO DE ARRUDA RAPOSO (DESEMBARGADOR
CONVOCADO DO TJ/PE), QUINTA TURMA, julgado em 01/10/2019, DJe 11/10/2019)

⚠ A oitiva do condenado pelo Juízo da Execução Penal, em audiência de justificação realizada


na presença do defensor e do Ministério Público, afasta a necessidade de prévio Procedimento
Administrativo Disciplinar (PAD), assim como supre eventual ausência ou insuficiência de
defesa técnica no PAD instaurado para apurar a prática de falta grave durante o cumprimento
da pena.
STF. Plenário. RE 972598, Rel. Roberto Barroso, julgado em 04/05/2020 (Repercussão Geral
– Tema 941) (Info 985 – clipping)
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Súmula vinculante 5-STF. Buscador Dizer o Direito, Manaus.
Disponível em:

<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/5fc7c9bd1fcb12799f02da8adfa4
954f>.

Acesso em: 03/07/2023

• Súmula Vinculante nº 14. É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso


amplo aos elementos de prova que, JÁ DOCUMENTADOS em procedimento investigatório
realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do
direito de defesa.
• Súmula Vinculante nº 21. É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento
prévios de dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administrativo.
• Súmula Vinculante nº 28. É inconstitucional a exigência de depósito prévio como requisito
de admissibilidade de ação judicial na qual se pretenda discutir a exigibilidade de crédito
tributário.

LVI - são INADMISSÍVEIS, no processo, as provas obtidas por meios ILÍCITOS;


LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença
penal condenatória;
↳ Princípio da presunção de inocência, estado de inocência ou não culpabilidade.

• Não é possível a execução da pena restritiva de direitos antes do trânsito em julgado da


condenação.
STJ. 3ª Seção. EREsp 1.619.087-SC, Rel. para acórdão Min. Jorge Mussi, julgado em 14/6/2017
(Info 609).
• O cumprimento da pena somente pode ter início com o esgotamento de todos os recursos.
É proibida a chamada execução provisória da pena.
STF. Plenário. ADC 43/DF, ADC 44/DF, ADC 54/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgados em
07/11/2019.
• O art. 147 da Lei de Execuções Penais determina que a pena restritiva de direitos será aplicada
somente após o trânsito em julgado da sentença penal condenatória. O entendimento até então
esposado pelo Plenário do Supremo Tribunal Federal sobre a possibilidade da execução

30
APGE LEGIS
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

antecipada da pena deu-se pela análise de medidas cautelares nas Ações Declaratórias de
Constitucionalidade 43 e 44, que ainda aguardam pronunciamento de mérito. Por sua vez, a
decisão proferida no ARE 964.246, julgado pela sistemática da repercussão geral, não tratou
especificamente de execução antecipada de pena restritiva de direito, vedada pelo art. 147 da
LEP, mas, tão somente, de pena privativa de liberdade, hipótese essa prevista no art. 283 do
Código de Processo Penal.
STF. 2ª Turma. RE 1195505, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 30/11/2020.

CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Não é possível a execução provisória de penas restritivas de direito.
Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:

<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/980b2e71a187f092466c13bf42cd6
413>.

Acesso em: 03/07/2023

Não é possível a execução provisória da pena mesmo em caso de condenações pelo Tribunal do
Júri.
STF. 2ª Turma. HC 163814 ED/MG, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 19/11/2019 (Info 960).
Obs.: existem decisões da 1ª Turma em sentido contrário, ou seja, afirmando que "não viola o
princípio da presunção de inocência ou da não culpabilidade a execução da condenação pelo
Tribunal do Júri, independentemente do julgamento da apelação ou de qualquer outro recurso"
(STF. 1ª Turma. HC 198392 AgR, Rel. Roberto Barroso, julgado em 27/04/2021).

CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Não é possível a execução provisória da pena mesmo em caso de
condenações pelo Tribunal do Júri. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:

<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/28ce9bc954876829eeb56ff46da8e1
ab>.

Acesso em: 03/07/2023

• Súmula nº 643, STJ. A execução da pena restritiva de direitos depende do trânsito em julgado
da condenação.

LVIII - o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal,


SALVO nas hipóteses previstas em lei;
LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for
intentada no prazo legal; ⇾ Ação penal privada subsidiária da pública.
LX - a LEI só poderá RESTRINGIR A PUBLICIDADE dos atos processuais
quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem;
↳ Princípio da publicidade dos atos processuais.

LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e
fundamentada de autoridade judiciária competente, SALVO nos casos de
transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei;
LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão
comunicados imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por
ele indicada;

31
APGE LEGIS
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer


calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado;
LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou
por seu interrogatório policial;
LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária;
LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a
liberdade provisória, com ou sem fiança;
LXVII - NÃO haverá prisão civil por dívida, SALVO a do responsável pelo
inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário
infiel;
• Súmula Vinculante nº 25. É ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a
modalidade de depósito.
• Súmula nº 419, STJ. Descabe a prisão civil do depositário judicial infiel.

LXVIII - conceder-se-á HABEAS CORPUS sempre que alguém sofrer ou se


achar ameaçado de sofrer VIOLÊNCIA OU COAÇÃO em sua LIBERDADE DE
LOCOMOÇÃO, por ilegalidade ou abuso de poder;

Súmulas – STF

• Súmula nº 208. O assistente do Ministério Público não pode recorrer, extraordinariamente,


de decisão concessiva de habeas corpus.
↳ Comentário do Dizer o Direito: “a maioria da doutrina defende que essa súmula foi superada.
Isso porque a Lei nº 12.403/2011 alterou o art. 311 do CPP permitindo que o assistente do
MP tenha legitimidade para requerer a decretação da prisão preventiva do réu. Logo, ele
também tem legitimidade para recorrer contra a decisão concessiva de habeas corpus. Nesse
sentido: Renato Brasileiro.
Apesar da posição da doutrina, como ainda não houve julgados do STF em sentido contrário,
a súmula continua sendo válida para fins de provas objetivas de concurso. Assim, se a redação
da súmula for cobrada em uma prova objetiva, esta alternativa deverá ser apontada como
correta”.
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Súmula 208-STF. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível
em:

<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/b59307fdacf7b2db12ec4bd5ca1c
aba8>.

Acesso em: 03/07/2023

• Súmula nº 299. O recurso ordinário e o extraordinário interpostos no mesmo processo de


mandado de segurança, ou de habeas corpus, serão julgados conjuntamente pelo Tribunal
Pleno.
• Súmula nº 319. O prazo do recurso ordinário para o Supremo Tribunal Federal, em habeas
corpus ou mandado de segurança, é de 5 dias.

32
APGE LEGIS
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

↳ ⚠ Superada em parte.
↳ Prazo do recurso ordinário para o STF em habeas corpus: 5 dias (corridos), com fulcro no art.
310 do RISTF. Nesse sentido: STF. 1ª Turma. RHC 121748 AgR, Rel. Min. Roberto Barroso,
julgado em 04/08/2015.
↳ Prazo do recurso ordinário para o STF em mandado de segurança: 15 dias (úteis), com
fundamento no art. 1.003, § 5º, do CPC/2015.
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Súmula 319-STF. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível
em:

<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/0fc170ecbb8ff1afb2c6de48ea534
3e7>.

Acesso em: 03/07/2023

• Súmula nº 344. Sentença de primeira instância concessiva de habeas corpus, em caso de


crime praticado em detrimento de bens, serviços ou interesses da União, está sujeita a
recurso ex officio.
• Súmula nº 395. NÃO se conhece de recurso de habeas corpus cujo objeto seja resolver
sobre o ônus das custas, por não estar mais em causa a liberdade de locomoção.
• Súmula nº 431. É NULO o julgamento de recurso criminal, na segunda instância, SEM prévia
intimação, ou publicação da pauta, SALVO em habeas corpus.
• Súmula nº 606. NÃO cabe habeas corpus originário para o Tribunal Pleno de decisão de
Turma, ou do Plenário, proferida em habeas corpus ou no respectivo recurso.
↳ Cabe habeas corpus contra decisão monocrática de Ministro do STF?
NÃO. Não cabe pedido de habeas corpus originário para o Tribunal Pleno contra ato de
Ministro ou outro órgão fracionário da Corte.
STF. Plenário. HC 170263/DF, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 22/06/2020.
↳ Não cabe ao Supremo Tribunal Federal conhecer de Habeas Corpus impetrado contra
decisão proferida por Ministro do STF. Incidência, por analogia, da Súmula 606/STF.
STF. Plenário. HC 208219 ED, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 23/11/2021.
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Súmula 606-STF. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível
em:

<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/ddcb155487b88aaa80aed15800
6bdbdf>.

Acesso em: 03/07/2023

• Súmula nº 691. NÃO compete ao Supremo Tribunal Federal conhecer de habeas


corpus impetrado contra decisão do Relator que, em habeas corpus requerido a Tribunal
Superior, indefere a liminar.

⚠ Válida, mas com ressalva.


↳ A Súmula 691 pode ser afastada em casos excepcionais, quando houver teratologia,
flagrante ilegalidade ou abuso de poder que possam ser constatados ictu oculi.

33
APGE LEGIS
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

STF. 2ª Turma. HC 143476/RJ, rel. orig. Min. Gilmar Mendes, red. p/ o ac. Min. Ricardo
Lewandowski, julgado em 6/6/2017 (Info 868).
↳ Embora a Súmula nº 691 do STF vede a utilização de habeas corpus impetrado ante decisão
de relator que, em writ impetrado perante o Tribunal de origem, indefere o pedido liminar,
admite-se, em casos excepcionais, configurada flagrante ilegalidade, a superação do
entendimento firmado no referido enunciado sumular.
STJ. 6ª Turma, HC 551.676/RN, Rel. Min. Antônio Saldanha, julgado em 19/05/2020.
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Súmula 691-STF. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível
em:

<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/c5658c711ba9170700fc7d3ee3f
63e40>.

Acesso em: 03/07/2023

• Súmula nº 692. NÃO se conhece de habeas corpus contra omissão de relator de extradição,
se fundado em fato ou direito estrangeiro cuja prova não constava dos autos, nem foi ele
provocado a respeito.
• Súmula nº 693. NÃO cabe habeas corpus contra decisão condenatória a pena de multa, ou
relativo a processo em curso por infração penal a que a pena pecuniária seja a única cominada.
• Súmula nº 694. NÃO cabe habeas corpus contra a imposição da pena de exclusão de militar
ou de perda de patente ou de função pública.
↳ O STF entende que nesses casos não há risco ou ameaça à liberdade de locomoção.
↳ Não caberá habeas corpus em relação a punições disciplinares militares (art. 142, § 2º, da
CF/88).
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Súmula 694-STF. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível
em:

<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/85ae750ad1dbdc5c2703bcfe97e
77152>.

Acesso em: 03/07/2023

• Súmula nº 695. NÃO cabe habeas corpus quando já extinta a pena privativa de liberdade.

LXIX - conceder-se-á MANDADO DE SEGURANÇA para proteger DIREITO


LÍQUIDO E CERTO, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o
responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de
pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público;
• A recusa do fornecimento de uma certidão pelo Estado deve ser combatida com mandado
de segurança.
↳ A recusa deve ser combatida com o mandado de segurança, e não com o habeas data. Isso
porque o que está sendo violado é o direito líquido e certo de o cidadão ter acesso à certidão (RE
n. 472.489, STF).

Súmulas – STF

34
APGE LEGIS
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

• Súmula nº 101. O mandado de segurança NÃO substitui a ação popular.


• Súmula nº 248. É competente, originariamente, o Supremo Tribunal Federal, para mandado
de segurança contra ato do Tribunal de Contas da União.
↳ Atualmente, essa competência encontra-se expressamente prevista no art. 102, I, “d”, da
CF/88.
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Súmula 248-STF. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível
em:

<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/e07bceab69529b0f0b43625953f
bf2a0>.

Acesso em: 03/07/2023

• Súmula nº 266. Não cabe mandado de segurança contra lei em tese.


↳ Alguns autores apontam que uma exceção a essa súmula seria a lei de efeitos concretos.
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Súmula 266-STF. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível
em:

<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/25766f01628f3d34b93a36a2301
dffc9>.

Acesso em: 03/07/2023

• Súmula nº 267. Não cabe mandado de segurança contra ato judicial passível de recurso ou
correição.
↳ O art. 5º, II, da Lei 12.016/2009 prevê regra semelhante, falando, contudo, em recurso com
efeito suspensivo.
↳ Exceção: o STJ admite MS contra ato judicial passível de recurso se houver, no caso concreto,
uma situação teratológica, abusiva, que possa gerar dano irreparável e desde que o recurso
previsto não tenha ou não possa obter efeito suspensivo. (STJ AgRg no MS 18.995/DF,
julgado em 16/09/2013).
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Súmula 267-STF. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível
em:

<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/5dc126b503e374b0e08231344a
7f493f>.

Acesso em: 03/07/2023

• Súmula nº 268. NÃO cabe mandado de segurança contra decisão judicial com trânsito em
julgado.
• Súmula nº 269. O mandado de segurança NÃO é substitutivo de ação de cobrança.
• Súmula nº 270. Não cabe mandado de segurança para impugnar enquadramento da L.
3.780, de 12.7.60, que envolva exame de prova ou de situação funcional complexa.
↳ Deve-se ressaltar que o raciocínio da súmula pode ser aplicado para outros casos de
enquadramento que não apenas o da Lei nela mencionada. Assim, não cabe mandado de
segurança para impugnar enquadramento que envolva exame de prova ou de situação
funcional complexa.

35
APGE LEGIS
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Súmula 270-STF. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível
em:

<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/6624b6d8217cf71640993409df5
8204f>.

Acesso em: 03/07/2023

• Súmula nº 271. Concessão de mandado de segurança NÃO produz efeitos patrimoniais em


relação a período pretérito, os quais devem ser reclamados administrativamente ou pela via
judicial própria.
• Súmula nº 272. Não se admite como ordinário recurso extraordinário de decisão denegatória
de mandado de segurança.
↳ Se algum Tribunal Superior (ex: STJ) denega um mandado de segurança, a impugnação
cabível é o recurso ordinário constitucional (art. 102, II, “a”, da CF/88). Não há dúvida quanto
a isso. Logo, se a parte interpõe recurso extraordinário contra essa decisão, incorre em erro
grosseiro, não se podendo aplicar o princípio da fungibilidade.
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Súmula 272-STF. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível
em:

<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/60ad83801910ec976590f69f638
e0d6d>.

Acesso em: 03/07/2023

• Súmula nº 299. O recurso ordinário e o extraordinário interpostos no mesmo processo de


mandado de segurança, ou de habeas corpus, serão julgados conjuntamente pelo Tribunal
Pleno.
• Súmula nº 304. Decisão denegatória de mandado de segurança, não fazendo coisa julgada
contra o impetrante, NÃO impede o uso da ação própria.
↳ Se for discutido o mérito da demanda pela via mandamental, opera-se a coisa julgada, NÃO
sendo possível o reexame do tema por meio de ação própria (STJ AgRg no REsp 1198803/DF,
julgado em 06/10/2011).
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Súmula 304-STF. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível
em:

<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/892c3b1c6dccd52936e27cbd0ff6
83d6>.

Acesso em: 03/07/2023

• Súmula nº 319. O prazo do recurso ordinário para o Supremo Tribunal Federal, em habeas
corpus ou mandado de segurança, é de 5 (cinco) dias.
↳ Superada, em parte.
↳ Prazo do recurso ordinário para o STF em habeas corpus: 5 dias (corridos), com fulcro no art.
310 do RISTF. Nesse sentido: STF. 1ª Turma. RHC 121748 AgR, Rel. Min. Roberto Barroso,
julgado em 04/08/2015.
↳ Prazo do recurso ordinário para o STF em mandado de segurança: 15 dias (úteis), com
fundamento no art. 1.003, § 5º, do CPC/2015.

36
APGE LEGIS
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Súmula 319-STF. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível
em:

<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/0fc170ecbb8ff1afb2c6de48ea534
3e7>.

Acesso em: 03/07/2023

• Súmula nº 330. O Supremo Tribunal Federal NÃO é competente para conhecer de mandado
de segurança contra atos dos Tribunais de Justiça dos Estados.
↳ MS contra ato do TJ é julgado pelo próprio TJ.
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Súmula 330-STF. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível
em:

<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/ad8e88c0f76fa4fc8e5474384142
a00a>.

Acesso em: 03/07/2023

• Súmula nº 392. O prazo para recorrer de acórdão concessivo de segurança conta-se da


publicação oficial de suas conclusões, e não da anterior ciência à autoridade para cumprimento
da decisão.
• Súmula nº 405. Denegado o mandado de segurança pela sentença, ou no julgamento do
agravo, dela interposto, fica SEM EFEITO a liminar concedida, retroagindo os efeitos da
decisão contrária.
↳ O entendimento constante da súmula continua válido e pode ser entendido como a regra
geral.
Assim, a regra geral é no sentido de que a revogação da liminar opera efeitos ex tunc
(retroativos).
Vale ressaltar, no entanto, que o STF afirma que, excepcionalmente, é possível reconhecer
que essa revogação tenha efeitos ex nunc. Veja:
Ementa: DIREITO ADMINISTRATIVO. AGRAVO INTERNO EM MANDADO DE SEGURANÇA.
TCU. APOSENTADORIA. EXCLUSÃO DE ÍNDICES DE PLANOS ECONÔMICOS. REPOSIÇÃO
AO ERÁRIO. VALORES RECEBIDOS ATÉ A REVOGAÇÃO DE MEDIDA LIMINAR ANTES
DEFERIDA.
1. Esta Corte vem reconhecendo que a revogação da liminar opera-se, excepcionalmente, com
efeitos ex nunc nos mandados de segurança denegados com base no entendimento
resultante do RE 596.663-RG, mas que tiveram a medida precária concedida anteriormente
com fundamento na jurisprudência vigente à época, favorável aos impetrantes. Proteção da
confiança legítima. Nesse sentido: MS 25.430 (Rel. Min. Eros Graus, redator para o acórdão
Min. Edson Fachin) e MS 30.556 AgR (Rel. Min. Rosa Weber).
2. Agravo a que se nega provimento.
(MS 34350 AgR, Relator(a): Min. ROBERTO BARROSO, Primeira Turma, julgado em
07/11/2017, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-261 DIVULG 16-11-2017 PUBLIC 17-11-2017)
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Súmula 405-STF. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível
em:

<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/dc20d1211f3e7a99d775b26052e
0163e>.

37
APGE LEGIS
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

Acesso em: 03/07/2023

• Súmula nº 429. A existência de recurso administrativo com efeito suspensivo não impede o
uso do mandado de segurança contra omissão da autoridade.
↳ Lei nº 12.016/2009, art. 5º. Não se concederá mandado de segurança quando se tratar:
I - de ato do qual caiba recurso administrativo com efeito suspensivo, independentemente de
caução.
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Súmula 429-STF. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível
em:

<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/c429429bf1f2af051f2021dc92a8
ebea>.

Acesso em: 03/07/2023

• Súmula nº 430. Pedido de reconsideração na via administrativa NÃO interrompe o prazo


para o mandado de segurança.
↳ O pedido de reconsideração (revisão) do ato administrativo e a interposição de recurso
administrativo destituído de efeito suspensivo não têm o condão de interromper o prazo de
120 dias para impetração do MS.
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Súmula 430-STF. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível
em:

<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/4b21cf96d4cf612f239a6c322b10
c8fe>.

Acesso em: 03/07/2023

• Súmula nº 433. É competente o Tribunal Regional do Trabalho para julgar mandado de


segurança contra ato de seu Presidente em execução de sentença trabalhista.
• Súmula nº 474. NÃO há direito líquido e certo, amparado pelo mandado de segurança,
quando se escuda em lei cujos efeitos foram anulados por outra, declarada constitucional pelo
Supremo Tribunal Federal.
• Súmula nº 510. Praticado o ato por autoridade, no exercício de competência delegada,
contra ela cabe o mandado de segurança ou a medida judicial.
↳ A Lei nº 9.784/99, que trata sobre o processo administrativo federal, possui disposição no
mesmo sentido, ao dizer que as decisões adotadas por delegação se consideram editadas
pelo delegado (art. 14, § 3º).
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Súmula 510-STF. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível
em:

<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/8fc687aa152e8199fe9e73304d4
07bca>.

Acesso em: 03/07/2023

• Súmula nº 512. NÃO cabe condenação em honorários de advogado na ação de mandado


de segurança.
• Súmula nº 623. NÃO gera por si só a competência originária do Supremo Tribunal Federal
para conhecer do mandado de segurança com base no art. 102, I, n, da Constituição, dirigir-

38
APGE LEGIS
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

se o pedido contra deliberação administrativa do Tribunal de origem, da qual haja participado


a maioria ou a totalidade de seus membros.
• Súmula nº 624. NÃO compete ao Supremo Tribunal Federal conhecer originariamente de
mandado de segurança contra atos de outros Tribunais.
↳ O STF não dispõe de competência originária para processar e julgar MS impetrado contra
ato de outros Tribunais judiciários, ainda que se trate do STJ. Compete ao próprio STJ julgar
os mandados de segurança impetrados contra seus atos ou omissões.
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Súmula 624-STF. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível
em:

<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/c9efe5f26cd17ba6216bbe2a7d2
6d490>.

Acesso em: 03/07/2023

• Súmula nº 625. Controvérsia sobre matéria de direito NÃO impede concessão de mandado
de segurança.
• Súmula nº 626. A suspensão da liminar em mandado de segurança, SALVO determinação
em contrário da decisão que a deferir, vigorará até o trânsito em julgado da decisão definitiva
de concessão da segurança ou, havendo recurso, até a sua manutenção pelo Supremo
Tribunal Federal, desde que o objeto da liminar deferida coincida, total ou parcialmente, com
o da impetração.
• Súmula nº 627. No mandado de segurança contra a nomeação de magistrado da
competência do Presidente da República, este é considerado autoridade coatora, ainda que o
fundamento da impetração seja nulidade ocorrida em fase anterior do procedimento.
• Súmula nº 631. Extingue-se o processo de mandado de segurança se o impetrante não
promove, no prazo assinado, a citação do litisconsorte passivo necessário.
↳ É o que diz o art. 24 da Lei nº 12.016/2009 c/c o art. 115, parágrafo único do CPC/2015.
• Súmula nº 632. É constitucional lei que fixa o prazo de decadência para a impetração de
mandado de segurança.
↳ O prazo decadencial do MS é de 120 dias (art. 23 da Lei nº 12.016/2009).
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Súmula 632-STF. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível
em:

<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/8e930496927757aac0dbd2438c
b3f4f6>.

Acesso em: 03/07/2023

• Súmula nº 701. No mandado de segurança impetrado pelo Ministério Público contra decisão
proferida em processo penal, é obrigatória a citação do réu como litisconsorte passivo.

Súmulas – STJ

• Súmula nº 41. O Superior Tribunal de Justiça NÃO tem competência para processar e julgar,
originariamente, mandado de segurança contra ato de outros Tribunais ou dos respectivos
órgãos.

39
APGE LEGIS
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

↳ MS contra ato do TJ é julgado pelo próprio TJ.


CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Súmula 41-STJ. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:

<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/bc4e356fee1972242c8f7eabf4dff
517>.

Acesso em: 03/07/2023

• Súmula nº 105. Na ação de mandado de segurança NÃO se admite condenação em


honorários advocatícios.
• Súmula nº 177. O Superior Tribunal de Justiça é incompetente para processar e julgar,
originariamente, mandado de segurança contra ato de órgão colegiado presidido por Ministro
de Estado.
• Súmula nº 202. A impetração de segurança por terceiro, contra ato judicial, NÃO se
condiciona a interposição de recurso.
↳ Válida, mas com ressalvas.
↳ Afasta-se a incidência da Súmula nº 202/STJ na hipótese em que a impetrante tenha tido
ciência do processo e já postulado no feito, inclusive requerendo a reconsideração da decisão
impugnada no writ.
É entendimento do STJ que o enunciado da Súmula n. 202 socorre tão somente aquele que
não teve condições de tomar ciência da decisão que lhe prejudicou, ficando impossibilitado de
se utilizar do recurso cabível.
STJ. 3ª Turma. RMS 42.593/RJ, Rel. Min. João Otávio de Noronha, julgado em 08/10/2013.
↳ Outra observação importante é que esse enunciado deve ser interpretado em conjunto com
a Súmula 267 do STF.
A Súmula 202 do STJ (“a impetração de segurança por terceiro, contra ato judicial, não se
condiciona a interposição de recurso”) deve ser conjugada com o teor do enunciado 267 da
Súmula do STF (“não cabe mandado de segurança contra ato judicial passível de recurso ou
correição”).
Assim, é permitido que o terceiro se utilize da via mandamental sempre que não tenha obtido
condições de tomar ciência do ato judicial que lhe prejudicou, a impossibilitar a utilização do
recurso cabível.
STJ. 3ª Turma. AgInt no RMS 50.779/SP, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em
18/02/2019.
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Súmula 202-STJ. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível
em:

<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/b6617980ce90f637e68c3ebe8b9
be745>.

Acesso em: 03/07/2023

• Súmula nº 213. O mandado de segurança constitui ação adequada para a declaração do


direito à compensação tributária.
• Súmula nº 333. Cabe mandado de segurança contra ato praticado em licitação promovida
por sociedade de economia mista ou empresa pública.

40
APGE LEGIS
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

↳ Lei nº 12.016/2009, art. 1º. [...] § 2º. NÃO cabe mandado de segurança contra os atos de
gestão comercial praticados pelos administradores de empresas públicas, de sociedade de
economia mista e de concessionárias de serviço público.
• A súmula refere-se a atos administrativos e não a atos de gestão, razão pela qual permanece
válida.
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Súmula 333-STJ. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível
em:

<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/42853a61b26fef79e2ae788d973
56799>.

Acesso em: 03/07/2023

• Súmula nº 376. Compete a turma recursal processar e julgar o mandado de segurança


contra ato de juizado especial.
• Súmula nº 460. É incabível o mandado de segurança para convalidar a compensação
tributária realizada pelo contribuinte.
• Súmula nº 604, STJ. O mandado de segurança NÃO se presta para atribuir efeito suspensivo
a recurso criminal interposto pelo Ministério Público.

LXX - o MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO pode ser impetrado por:


a) PARTIDO POLÍTICO com representação no Congresso Nacional;
b) ORGANIZAÇÃO SINDICAL, ENTIDADE DE CLASSE OU ASSOCIAÇÃO
legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos 1 (um) ano, em defesa
dos interesses de seus membros ou associados;

QUEM PODE IMPETRAR MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO

• PARTIDO POLÍTICO com representação no Congresso Nacional;

• ORGANIZAÇÃO SINDICAL, ENTIDADE DE CLASSE OU ASSOCIAÇÃO legalmente


constituída e em funcionamento há pelo menos 1 ano, EM DEFESA DOS INTERESSES DE
SEUS MEMBROS OU ASSOCIADOS;

• Súmula nº 629, STF. A impetração de mandado de segurança coletivo por entidade de classe
em favor dos associados INDEPENDE da autorização destes.
↳ Não é necessária autorização dos associados porque se trata de substituição processual,
situação na qual a entidade defenderá, em nome próprio, interesse alheio (de seus associados).
↳ A Lei nº 12.016/2009, que é posterior à súmula, previu, expressamente, que, para a impetração
de mandado de segurança coletivo, a organização sindical, entidade de classe ou associação
legalmente constituída não precisa de autorização especial (art. 21).
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Súmula 629-STF. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:

<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/af44c4c56f385c43f2529f9b1b018f6
a>.

Acesso em: 03/07/2023

41
APGE LEGIS
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

• Súmula nº 630, STF. A entidade de classe tem legitimação para o mandado de segurança
ainda quando a pretensão veiculada interesse apenas a uma parte da respectiva categoria.
↳ Essa regra foi prevista expressamente no art. 21 da nova Lei do Mandado de Segurança (Lei
nº 12.016/2009).
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Súmula 630-STF. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:

<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/0f21f0349462cacdc5796990d3776
0ae>.

Acesso em: 03/07/2023

LXXI - conceder-se-á MANDADO DE INJUNÇÃO sempre que a falta de norma


regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais
e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania;

MANDADO DE INJUNÇÃO

⇾ Será concedido sempre que a falta de norma regulamentadora torne INVIÁVEL:


• o exercício dos direitos e liberdades constitucionais;
• o exercício das prerrogativas inerentes à:
↳ nacionalidade;
↳ soberania;
↳ cidadania.

LXXII - conceder-se-á HABEAS DATA:


a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do
impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades
governamentais ou de caráter público;
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo
sigiloso, judicial ou administrativo;

HABEAS DATA

⇾ Será concedido:
• para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante,
constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter
público;
• para a retificação (correção) de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso,
judicial ou administrativo;

• Súmula nº 02, STJ. NÃO cabe o habeas data (CF, art. 5, LXXII, letra "a") se não houve RECUSA
de informações por parte da autoridade administrativa.

42
APGE LEGIS
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

↳ Se não houve recusa administrativa, não tem motivo para o autor propor a ação. Falta interesse
de agir (interesse processual).
↳ Lei nº 9.507/97 (regulamenta o habeas data):
Art. 8º. [...]
Parágrafo único. A petição inicial deverá ser instruída com prova:
I - da recusa ao acesso às informações ou do decurso de mais de 10 (dez) dias sem decisão;
II - da recusa em fazer-se a retificação ou do decurso de mais de 15 (quinze) dias, sem decisão;
ou
III - da recusa em fazer-se a anotação a que se refere o § 2º do art. 4º ou do decurso de mais de
15 (quinze) dias sem decisão.
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Súmula 2-STJ. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:

<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/28d437661d95291767e7402dfe96
9962>.

Acesso em: 03/07/2023

LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor AÇÃO POPULAR que
vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado
participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e
cultural, ficando o autor, SALVO comprovada MÁ-FÉ, isento de custas judiciais e do
ônus da sucumbência;

AÇÃO POPULAR

⇾ Qualquer cidadão é parte legítima para propor AÇÃO POPULAR que vise:
• anular ato lesivo:
↳ ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe;
↳ à moralidade administrativa;
↳ ao meio ambiente; e
↳ ao patrimônio histórico e cultural.

⚠ Ficando o autor, SALVO comprovada MÁ-FÉ, ISENTO de custas judiciais e do ônus da


sucumbência;

LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que


comprovarem insuficiência de recursos;
LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que
ficar preso além do tempo fixado na sentença; ⇾ Responsabilidade civil objetiva do
Estado.

LXXVI - são GRATUITOS para os RECONHECIDAMENTE POBRES, na forma da


lei:

43
APGE LEGIS
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

a) o registro civil de nascimento;


b) a certidão de óbito;
LXXVII - são GRATUITAS as ações de habeas corpus e habeas data, e, na forma
da lei, os atos necessários ao exercício da cidadania.

GRATUIDADES E IMUNIDADES PREVISTAS NO ART. 5º, CF

DIREITO DE PETIÇÃO E DE OBTER Isento do pagamento de taxas.


CERTIDÕES
(Inc. XXXIV)

AÇÃO POPULAR Isenta de custas judiciais e do ônus de


sucumbência
(Inc. LXXIII)
⚠ SALVO comprovada má-fé.

ASSISTÊNCIA JURÍDICA INTEGRAL PELO Gratuita para quem comprovar insuficiência


ESTADO de recursos.
(Inc. LXXIV)

REGISTRO CIVIL DE NASCIMENTO E Gratuitos aos reconhecidamente pobres.


CERTIDÃO DE ÓBITO
(Inc. LXXVI)

HABEAS CORPUS Gratuito.


(Inc. LXXVII)

HABEAS DATA Gratuito.


(Inc. LXXVII)

ATOS NECESSÁRIOS AO EXERCÍCIO DA Gratuitos, na forma da lei.


CIDADANIA
(Inc. LXXVII)

LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a


RAZOÁVEL DURAÇÃO DO PROCESSO e os meios que garantam a celeridade de
sua tramitação.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

↳ Princípio da celeridade ou da duração razoável do processo.

LXXIX - é assegurado, nos termos da lei, o direito à PROTEÇÃO DOS


DADOS PESSOAIS, inclusive nos meios digitais.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 115, de 2022)

44
APGE LEGIS
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

§ 1º. As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm


APLICAÇÃO IMEDIATA.
• Aplicação imediata ⇾ Não tem vacatio legis.

§ 2º. Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros


decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais
em que a República Federativa do Brasil seja parte.
§ 3º. Os tratados e convenções internacionais sobre DIREITOS HUMANOS que
forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em 2 (dois) turnos, por 3/5
(três quintos) dos votos dos respectivos membros, serão EQUIVALENTES às emendas
constitucionais.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

• Tem que versar sobre DIREITOS HUMANOS, ser aprovado em CADA CASA do Congresso
Nacional em 2 TURNOS por 3/5 dos votos ⇾ serão EQUIVALENTES às emendas
constitucionais.
• Se forem aprovados pelo rito ordinário, terão apenas status SUPRALEGAL.
• Poder Constituinte Supranacional.

⇾ Atos decorrentes do disposto neste parágrafo:


• Decreto nº 10.932/2022: Promulga a Convenção Interamericana contra o Racismo, a
Discriminação Racial e Formas Correlatas de Intolerância, firmado pela República Federativa
do Brasil, na Guatemala, em 5 de junho de 2013.
• Decreto nº 9.522/2018: Promulga o Tratado de Marraqueche para Facilitar o Acesso a Obras
Publicadas às Pessoas Cegas, com Deficiência Visual ou com Outras Dificuldades para Ter
Acesso ao Texto Impresso, firmado em Marraqueche, em 27 de junho de 2013.
• Decreto nº 6.949/2009: Promulga a Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas
com Deficiência e seu Protocolo Facultativo, assinados em Nova York, em 2007

TRATADOS INTERNACIONAIS

Serão equivalentes a Quando

EMENDA Tratar de Aprovados como


CONSTITUCIONAL
DIREITOS HUMANOS EMENDA
CONSTITUCIONAL
↳ Aprovação, em cada Casa
do CN, em 2 turnos, por 3/5
dos votos.

NORMA SUPRALEGAL Tratar de Aprovados como

45
APGE LEGIS
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

DIREITOS HUMANOS LEI ORDINÁRIA

LEI ORDINÁRIA Não tratar de direitos Aprovados como


humanos
LEI ORDINÁRIA

§ 4º. O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja


criação tenha manifestado adesão.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

CAPÍTULO II
DOS DIREITOS SOCIAIS

Art. 6º. São DIREITOS SOCIAIS a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho,


a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à
maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta
Constituição.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 90, de 2015).

↳ Rol não exaustivo.

DIREITOS SOCIAIS

• Educação;
• Saúde;
• Alimentação;
• Trabalho;
• Moradia;
• Transporte;
• Lazer;
• Segurança;
• Previdência social;
• Proteção à maternidade e à infância;
• Assistência aos desamparados.

⚠ Direitos de 2ª geração (prestações positivas a serem implementadas pelo Estado ⇾


isonomia substancial e social).

46
APGE LEGIS
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

Parágrafo único. Todo brasileiro em situação de vulnerabilidade social terá


direito a uma renda básica familiar, garantida pelo poder público em programa
permanente de transferência de renda, cujas normas e requisitos de acesso serão
determinados em lei, observada a legislação fiscal e orçamentária.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 114, de 2021)

Art. 7º. São DIREITOS DOS TRABALHADORES URBANOS E RURAIS, além de


outros que visem à melhoria de sua condição social:
I - relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa
causa, nos termos de lei complementar, que preverá indenização compensatória,
dentre outros direitos;
II - seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário;
III - fundo de garantia do tempo de serviço; (FGTS).
IV - salário-mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a
suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação,
educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com
reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo VEDADA sua
vinculação para qualquer fim;
• Súmula Vinculante nº 04. SALVO nos casos previsto na Constituição, o salário-mínimo NÃO
pode ser usado como indexador de base de cálculo de vantagem de servidor público ou de
empregado, nem ser substituído por decisão judicial.
• Súmula Vinculante nº 06. NÃO viola a Constituição o estabelecimento de remuneração inferior
ao salário-mínimo para as praças prestadoras de serviço militar inicial. ⇾ Soldado recruta.
• Súmula Vinculante nº 15. O cálculo de gratificações e outras vantagens do servidor público
não incide sobre o abono utilizado para se atingir o salário-mínimo.

V - piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho;


VI - irredutibilidade do salário, SALVO o disposto em convenção ou acordo
coletivo;
VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem
remuneração variável;
VIII - 13º (décimo terceiro) salário com base na remuneração integral ou no
valor da aposentadoria;
IX - remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;
↳ Adicional noturno.

X - proteção do salário na forma da lei, constituindo CRIME sua retenção


DOLOSA;

47
APGE LEGIS
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

XI - participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e,


excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme definido em lei;
XII - salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa
renda nos termos da lei;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

XIII - duração do trabalho normal não superior a 8 (oito) horas diárias e 44


(quarenta e quatro) horas semanais, facultada a compensação de horários e a
redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho;
XIV - jornada de 6 (seis) horas para o trabalho realizado em turnos
ininterruptos de revezamento, SALVO negociação coletiva;
• Súmula nº 675, STF. Os intervalos fixados para descanso e alimentação durante a jornada de
6 (seis) horas não descaracterizam o sistema de turnos ininterruptos de revezamento para o
efeito do art. 7º, XIV da Constituição.

XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;


XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em 50%
(cinquenta por cento) à do normal;
XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, 1/3 (um terço) a
mais do que o salário normal;
XVIII - licença à gestante, SEM prejuízo do emprego e do salário, com a duração
de 120 (cento e vinte) dias;
XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei;
XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos
específicos, nos termos da lei;
XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de 30
(trinta) dias, nos termos da lei;
XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde,
higiene e segurança;
XXIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou
perigosas, na forma da lei;
XXIV - aposentadoria;
XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 5
(cinco) anos de idade em creches e pré-escolas;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)

XXVI - reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho;


XXVII - proteção em face da automação, na forma da lei;

48
APGE LEGIS
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, SEM


excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa;
XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com
prazo prescricional de 5 (cinco) anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o
limite de 2 (dois) anos após a extinção do contrato de trabalho;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 28, de 2000)

a) (Revogada).
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 28, de 2000)

b) (Revogada).
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 28, de 2000)

XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério


de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;
• Súmula nº 683, STF. O limite de idade para a inscrição em concurso público só se legitima
em face do art. 7º, XXX, da Constituição, quando possa ser justificado pela natureza das
atribuições do cargo a ser preenchido.

XXXI - proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de


admissão do trabalhador portador de deficiência;
XXXII - proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou
entre os profissionais respectivos;
XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de 18
(dezoito) e de qualquer trabalho a menores de 16 (dezesseis) anos, SALVO na
condição de aprendiz, a partir de 14 (quatorze) anos;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício


permanente e o trabalhador avulso.
Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhadores domésticos os
direitos previstos nos incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII,
XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas as condições estabelecidas em lei e
observada a simplificação do cumprimento das obrigações tributárias, principais e
acessórias, decorrentes da relação de trabalho e suas peculiaridades, os previstos nos
incisos I, II, III, IX, XII, XXV e XXVIII, bem como a sua integração à previdência social.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 72, de 2013)

⇾ Direitos dos trabalhadores domésticos:


• Salário-mínimo;
• Irredutibilidade do salário;
• Garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração variável;
• 13º salário;

49
APGE LEGIS
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

• Proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa;


• Duração do trabalho normal não superior a 8 (oito) horas diárias e 44 (quarenta e quatro)
semanais;
• Repouso semanal remunerado;
• Remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em 50% à do normal;
• Férias anuais;
• Licença à gestante;
• Licença-paternidade;
• Aviso prévio proporcional ao tempo de serviço;
• Redução dos riscos inerentes ao trabalho;
• Aposentadoria;
• Reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho;
• Proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo
de sexo, idade, cor ou estado civil;
• Proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de 18 (dezoito) e de qualquer
trabalho a menores de 16 (dezesseis) anos, SALVO na condição de aprendiz, a partir de 14
(quatorze) anos.

Art. 8º. É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte:


I - a lei NÃO poderá exigir autorização do Estado para a fundação de sindicato,
ressalvado o registro no órgão competente, VEDADAS ao Poder Público a
interferência e a intervenção na organização sindical;
II - é VEDADA a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer
grau, representativa de categoria profissional ou econômica, na mesma base
territorial, que será definida pelos trabalhadores ou empregadores interessados, não
podendo ser inferior à área de um Município;
• Súmula nº 677, STF. Até que lei venha a dispor a respeito, incumbe ao Ministério do Trabalho
proceder ao registro das entidades sindicais e zelar pela observância do princípio da unicidade.

III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais


da categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas;
IV - a assembleia geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoria
profissional, será descontada em folha, para custeio do sistema confederativo da
representação sindical respectiva, independentemente da contribuição prevista em lei;
• Súmula Vinculante nº 40/ Súmula nº 666, STF. A contribuição confederativa de que trata o
art. 8º, IV da Constituição, só é exigível dos filiados ao sindicato respectivo.

50
APGE LEGIS
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

• ADI 5794/DF: a supressão do caráter compulsório da contribuição sindical não viola a


autonomia sindical, nem caracteriza retrocesso social e violação aos direitos básicos do
trabalhador.
São compatíveis com a Constituição Federal os dispositivos da Lei nº 13.467/2017 (Reforma
Trabalhista) que extinguiram a obrigatoriedade da contribuição sindical e condicionaram o seu
pagamento à prévia e expressa autorização dos filiados.
STF. Plenário ADI 5794/DF, Rel. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Luiz Fux, julgado em
29/6/2018 (Info 908).

CAVALCANTE, Márcio André Lopes. É constitucional a lei que extinguiu a contribuição sindical
obrigatória. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:

<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/eecccd8ff4107946c78d42265cd474
b5>.

Acesso em: 03/04/2023

V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato;


VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas de
trabalho;
VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas organizações
sindicais;
VIII - é VEDADA a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro da
candidatura a cargo de direção ou representação sindical e, SE ELEITO, ainda que
suplente, até 1 (um) ano após o final do mandato, SALVO se cometer falta GRAVE
nos termos da lei.
• Estabilidade sindical ⇾ Dirigentes sociais.
* A partir do registro da candidatura até 1 ano após o final do mandato.
↳ Aplica-se aos suplentes.
↳ Não é absoluta, poderá haver dispensa do dirigente sindical se ele cometer falta GRAVE.

Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam-se à organização de


sindicatos rurais e de colônias de pescadores, atendidas as condições que a lei
estabelecer.

Art. 9º. É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir


sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele
defender.
§ 1º. A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá sobre o
atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade.
§ 2º. Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas da lei.

51
APGE LEGIS
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

Art. 10. É assegurada a participação dos trabalhadores e empregadores nos


colegiados dos órgãos públicos em que seus interesses profissionais ou
previdenciários sejam objeto de discussão e deliberação.

Art. 11. Nas empresas de mais de 200 (duzentos) empregados, é assegurada


a eleição de um representante destes com a finalidade exclusiva de promover-lhes
o entendimento direto com os empregadores.

CAPÍTULO III
DA NACIONALIDADE

ESPÉCIES DE NACIONALIDADE

• É aquela que resulta de um fato natural (o nascimento).


• A pessoa se torna nacional NATO.
⇾ Critérios para atribuição da nacionalidade originária:

Nacionalidade ORIGINÁRIA a) Critério territorial (jus soli): se a pessoa nascer no


território do país, será considerada nacional deste.
(também chamada de
primária, atribuída ou b) Critério sanguíneo (jus sanguinis): a pessoa irá adquirir a
involuntária) nacionalidade de seus ascendentes, não importando que
tenha nascido no território de outro país.

⚠ No Brasil, adota-se, como regra, o critério do jus soli,


havendo, no entanto, situações nas quais o critério
sanguíneo é aceito.

• É aquela decorrente de um ato voluntário da pessoa, que


Nacionalidade SECUNDÁRIA decide adquirir, para si, uma nova nacionalidade. A isso se
(também chamada de dá o nome de NATURALIZAÇÃO.
derivada, adquirida ou ⚠ Atenção: esse ato voluntário pode ser expresso ou tácito.
voluntária)
• A pessoa se torna nacional NATURALIZADO.

Dizer o Direito. Disponível em:

<https://www.dizerodireito.com.br/2013/03/nacionalidade.html>

Acesso em: 10/04/2023.

52
APGE LEGIS
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

Art. 12. São brasileiros:


I - NATOS:
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais
estrangeiros, desde que estes NÃO estejam a serviço de seu país;
↳ Critério do jus soli. ⇾ No Brasil, a regra é o critério do solo (jus soli) – com mitigações previstas
no art. 12, I, b e c.

b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que


qualquer deles ESTEJA A SERVIÇO da República Federativa do Brasil;
↳ Critério: jus sanguinis + a serviço da RFB (funcional).

c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que


sejam REGISTRADOS em repartição brasileira competente ou venham a RESIDIR na
República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a
maioridade, pela nacionalidade brasileira;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 54, de 2007)

↳ Nacionalidade originária potestativa (depende de opção confirmativa, que só pode ser dada
após a maioridade – 18 anos).
↳ Critério: jus sanguinis + residência no Brasil + opção confirmativa.

1) jus sanguinis + registro em repartição brasileira.


2) jus sanguinis + residência + opção pela nacionalidade (ação judicial proposta na Justiça
Federal).
(Nacionalidade potestativa). ⇾ Efeitos ex tunc (será considerado brasileiro nato desde o
nascimento).
- Modelo adotado pelo Brasil: territorial temperado ou territorial com exceções.

• Nacionalidade originária potestativa: art. 12, I, “c”, parte final da CF – fica na dependência da
vontade do indivíduo nascido no exterior, mas filho de pais brasileiros (jus sanguinis), vir a residir
no país e postular, depois de atingida a maioridade, para ser brasileiro NATO.

II - NATURALIZADOS:
a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos
originários de países de língua portuguesa apenas residência por 1 (um) ano
ininterrupto e idoneidade moral;
↳ Naturalização ordinária (comum) ⇾ ato discricionário.

b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República


Federativa do Brasil há mais de 15 (quinze) anos ininterruptos e SEM condenação
PENAL, desde que requeiram a nacionalidade brasileira.

53
APGE LEGIS
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

(Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)

↳ Naturalização extraordinária: ato vinculado ⇾ Direito subjetivo ⇾ Efeito declaratório).

• Países originários de língua portuguesa:


Residência por 1 ano ininterrupto + idoneidade moral.
• Estrangeiros de qualquer nacionalidade:
Residência por 15 anos ininterruptos + não ter condenação PENAL + requerimento.

BRASILEIROS NATOS BRASILEIROS NATURALIZADOS

• os nascidos na República Federativa do • os que, na forma da lei, adquiram a


Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde nacionalidade brasileira, exigidas aos
que estes NÃO estejam a serviço de seu país; originários de países de língua portuguesa
apenas residência por 1 ano ininterrupto e
idoneidade moral;

• os nascidos no estrangeiro, de pai • os estrangeiros de qualquer


brasileiro ou mãe brasileira, desde que nacionalidade, residentes na República
qualquer deles ESTEJA a serviço da Federativa do Brasil há mais de 15 anos
República Federativa do Brasil; ininterruptos e SEM condenação PENAL,
desde que REQUEIRAM a nacionalidade
• os nascidos no estrangeiro de pai brasileira.
brasileiro ou de mãe brasileira, desde que
sejam REGISTRADOS em repartição
brasileira competente ou venham a RESIDIR
na República Federativa do Brasil e OPTEM,
em qualquer tempo, depois de atingida a
maioridade, pela nacionalidade brasileira;

§ 1º. Aos portugueses com residência permanente no País, se houver


reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao
brasileiro (naturalizado), SALVO os casos previstos nesta Constituição.
(Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)

§ 2º. A lei NÃO poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e


naturalizados, SALVO nos casos previstos nesta Constituição.

Como regra, a CF/88 determina que a lei não pode estabelecer discriminação entre
brasileiros natos e naturalizados.

⚠ O Texto Constitucional, no entanto, previu 5 distinções excepcionais e taxativas (só podem


existir essas).

54
APGE LEGIS
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

Assim, os brasileiros natos e os naturalizados são iguais perante a lei, SALVO nas seguintes
hipóteses:

• Somente o naturalizado pode ser extraditado (o nato nunca!).

a) Extradição • O naturalizado pode ser extraditado por crime cometido antes da


naturalização ou então mesmo depois da naturalização se o crime
cometido foi o tráfico ilícito de entorpecentes.

Há alguns cargos privativos de brasileiro nato. São eles:


I - Presidente e Vice-Presidente da República;
II - Presidente da Câmara dos Deputados;

b) Cargos III - Presidente do Senado Federal;


privativos IV - Ministro do Supremo Tribunal Federal;
V - de carreira diplomática;
VI - de oficial das Forças Armadas.
VII - de Ministro de Estado da Defesa.

c) Atividade nociva Somente o brasileiro naturalizado poderá perder a nacionalidade em


ao interesse virtude da prática de atividade nociva ao interesse nacional (art. 12, §
nacional 4º, I, da CF/88).

d) Conselho da Participam do Conselho da República, além de outros membros, seis


República cidadãos brasileiros natos, segundo o art. 89 da CF/88.

e) Empresa Para que o brasileiro naturalizado seja proprietário de empresa


jornalística e de jornalística e de radiodifusão no Brasil é necessário que tenha se
radiodifusão naturalizado há mais de 10 anos.

Dizer o Direito. Disponível em:

<https://www.dizerodireito.com.br/2013/03/nacionalidade.html>

Acesso em: 10/04/2023.

§ 3º. São PRIVATIVOS DE BRASILEIRO NATO os cargos:


I - de Presidente e Vice-Presidente da República;
II - de Presidente da Câmara dos Deputados;
III - de Presidente do Senado Federal;
IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
V - da carreira diplomática;
VI - de oficial das Forças Armadas;
VII - de Ministro de Estado da Defesa.

55
APGE LEGIS
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

(Incluído pela Emenda Constitucional nº 23, de 1999)

⇾ Cargos privativos de brasileiro NATO:


MP3.COM
Ministro do STF;
Presidente e Vice- Presidente da República;
Presidente da Câmara dos Deputados;
Presidente do Senado Federal;
Carreira diplomática;
Oficial das Forças Armadas;
Ministro do Estado da Defesa.

§ 4º. Será declarada a PERDA DA NACIONALIDADE do brasileiro que:


I - tiver CANCELADA sua naturalização, por SENTENÇA JUDICIAL, em virtude
de atividade nociva ao interesse nacional;
• Somente o brasileiro naturalizado pode perder sua nacionalidade em virtude de atividade
nociva ao interesse nacional.
• Cancelamento da naturalização ⇾ sentença judicial transitada em julgado + Perda dos direitos
políticos.
- Reaquisição: por meio de ação rescisória.

II - ADQUIRIR OUTRA NACIONALIDADE, SALVO nos casos:


(Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)

a) de reconhecimento de nacionalidade ORIGINÁRIA pela lei estrangeira;


(Incluído pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)

b) de IMPOSIÇÃO DE NATURALIZAÇÃO, pela norma estrangeira, ao brasileiro


residente em estado estrangeiro, como CONDIÇÃO PARA PERMANÊNCIA em seu
território ou para o EXERCÍCIO DE DIREITOS CIVIS;
(Incluído pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)

PERDA DA NACIONALIDADE

⇾ Será declarada a PERDA da nacionalidade do brasileiro que:

tiver CANCELADA sua naturalização, por SENTENÇA JUDICIAL, em virtude de ATIVIDADE


NOCIVA AO INTERESSE NACIONAL;
• A doutrina chama de “perda-punição”.

⚠ Somente o brasileiro NATURALIZADO pode perder sua nacionalidade em virtude de


atividade nociva ao interesse nacional.

56
APGE LEGIS
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

↳ Esta hipótese de perda somente atinge o brasileiro naturalizado.


Assim, o brasileiro nato NÃO pode perder a sua nacionalidade, mesmo que pratique atividade
nociva ao interesse nacional.
• Essa perda ocorre por meio de processo judicial, no qual é assegurado contraditório e ampla
defesa, com tramitação na Justiça Federal (art. 109, X, CF).
↳ A lei não descreve o que é considerado como “atividade nociva ao interesse nacional”.
↳ Após a tramitação do processo, a perda efetiva-se por meio de sentença que deve ter
transitado em julgado.
↳ Os efeitos da sentença serão ex nunc.
• Havendo a perda da nacionalidade por este motivo, a sua reaquisição somente poderá
ocorrer caso a sentença que a decretou seja rescindida por meio de ação rescisória.
Desse modo, NÃO é permitido que a pessoa que perdeu a nacionalidade por esta hipótese a
obtenha novamente por meio de novo procedimento de naturalização.

ADQUIRIR OUTRA NACIONALIDADE.


• A doutrina denomina de “perda-mudança”.
• Se um brasileiro, nato ou naturalizado, adquirir voluntariamente uma nacionalidade
estrangeira, perderá, então, a brasileira.
• Esta perda ocorre por meio de um processo administrativo, assegurado contraditório e
ampla defesa, que tramita no Ministério da Justiça.
• Após a tramitação do processo, a perda efetiva-se por meio de Decreto do Presidente da
República.
↳ Os efeitos do Decreto serão ex nunc.
• Esta hipótese de perda atinge tanto o brasileiro nato como o naturalizado.
• Havendo a perda da nacionalidade por este motivo, a sua reaquisição será possível por meio de
pedido dirigido ao Presidente da República, sendo o processo instruído no Ministério da Justiça.
Caso seja concedida a reaquisição, esta é feita por meio de Decreto.
↳ Alexandre de Moraes defende que o brasileiro nato que havia perdido e readquire sua
nacionalidade, passa a ser brasileiro naturalizado (e não mais nato).
↳ Por outro lado, José Afonso da Silva afirma que o readquirente recupera a condição que
perdera: se era brasileiro nato, voltará a ser brasileiro nato; se naturalizado, retomará essa
qualidade.

⇾ EXCEÇÕES:
A CF traz duas hipóteses em que a pessoa NÃO perderá a nacionalidade brasileira, mesmo
tendo adquirido outra nacionalidade.
Assim, será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que adquirir outra
nacionalidade, SALVO nos casos:
a) de reconhecimento de nacionalidade ORIGINÁRIA pela lei estrangeira;

57
APGE LEGIS
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

b) de IMPOSIÇÃO DE NATURALIZAÇÃO, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente


em estado estrangeiro, como CONDIÇÃO PARA PERMANÊNCIA em seu território ou para o
EXERCÍCIO DE DIREITOS CIVIS;
Aqui, o objetivo da exceção é preservar a nacionalidade brasileira daquele que, por motivos
de trabalho, acesso aos serviços públicos, moradia etc., praticamente se vê obrigado a adquirir
a nacionalidade estrangeira, mas que, na realidade, jamais teve a intenção ou vontade de
abdicar da nacionalidade brasileira.

Dizer o Direito. Disponível em:

<https://www.dizerodireito.com.br/2013/03/nacionalidade.html>

Acesso em: 10/04/2023.

Art. 13. A língua portuguesa é o idioma oficial da República Federativa do Brasil.


§ 1º. São símbolos da República Federativa do Brasil a bandeira, o hino, as
armas e o selo nacionais.

Bandeira;

Hino;

Símbolos da RFB

Armas;

Selo nacionais.

§ 2º. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão ter símbolos próprios.

CAPÍTULO IV
DOS DIREITOS POLÍTICOS

Art. 14. A SOBERANIA POPULAR será exercida pelo sufrágio universal e pelo
voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante:
I - plebiscito;
II - referendo;

58
APGE LEGIS
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

III - iniciativa popular.

SOBERANIA POPULAR

⇾ Será exercida:
• pelo SUFRÁGIO UNIVERSAL; e
• pelo VOTO DIRETO E SECRETO, com valor igual para todos.

⇾ Mediante:
• plebiscito;
• referendo;
• iniciativa popular.

• Plebiscito: consulta prévia. O plebiscito é convocado com anterioridade a ato legislativo ou


administrativo, cabendo ao povo, pelo voto, aprovar ou denegar o que lhe tenha sido submetido.
• Referendo: consulta a posteriori. Apenas para ratificar ou rejeitar. É convocado com
posterioridade.
• Decreto legislativo é o instrumento legal apto a convocar plebiscitos e referendos no Brasil.

⇾ Voto:
• direto;
• secreto;
• universal;
• periódico;
• obrigatório (única característica do voto que não é cláusula pétrea); e
• igual.

§ 1º. O ALISTAMENTO ELEITORAL e o VOTO são:


I - OBRIGATÓRIOS para os maiores de 18 (dezoito) anos;
II - FACULTATIVOS para:
a) os analfabetos;
b) os maiores de 70 (setenta) anos;
c) os maiores de 16 (dezesseis) e menores de 18 (dezoito) anos.

59
APGE LEGIS
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

ALISTAMENTO ELEITORAL E VOTO

OBRIGATÓRIOS FACULTATIVOS

• Para os maiores de 18 anos. ⇾ Para:


• os analfabetos;
• os MAIORES de 70 anos;
• os maiores de 16 e menores de 18 anos.

⚠ NÃO podem alistar-se como eleitores:


• estrangeiros;
• conscritos (durante o período de serviço militar obrigatório).

§ 2º. NÃO podem alistar-se como ELEITORES os estrangeiros e, durante o


período do serviço militar obrigatório, os conscritos.
↳ Inalistáveis.
↳ Aqui também se encaixa os apátridas (também conhecidos como heimatlos).

§ 3º. São CONDIÇÕES DE ELEGIBILIDADE, na forma da lei:


I - a nacionalidade brasileira;
II - o pleno exercício dos direitos políticos;
III - o alistamento eleitoral;
IV - o domicílio eleitoral na circunscrição;
↳ Pressupõe o alistamento eleitoral – até 6 meses antes da eleição que pretende concorrer
(art. 9º da Lei nº 9.504/97 – Lei das Eleições.).

Art. 9º, Lei nº 9.504/97. Para concorrer às eleições, o candidato deverá possuir domicílio
eleitoral na respectiva circunscrição pelo prazo de 6 (seis) meses e estar com a filiação
deferida pelo partido no mesmo prazo.
(Redação dada pela Lei nº 13.488, de 2017)

Parágrafo único. Havendo fusão ou incorporação de partidos após o prazo estipulado no caput,
será considerada, para efeito de filiação partidária, a data de filiação do candidato ao partido de
origem.

V - a filiação partidária;
↳ Até 6 meses antes da eleição que pretende concorrer (art. 9º da Lei nº 9.504/97).

VI - a idade mínima de:


(Data da posse).

a) 35 (trinta e cinco) anos para Presidente e Vice-Presidente da República e


Senador;

60
APGE LEGIS
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

b) 30 (trinta) anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito


Federal;
c) 21 (vinte e um) anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital,
Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz;
(No pedido de registro de candidatura).

d) 18 (dezoito) anos para Vereador.

CONDIÇÕES DE ELEGIBILIDADE

• Nacionalidade brasileira;

• Pleno exercício dos direitos políticos;

• Alistamento eleitoral;

• Domicílio eleitoral na circunscrição;

• Filiação partidária;

• Idade mínima de: 35 anos Presidente, Vice-Presidente da República


e Senador.

30 anos Governador e Vice-Governador de Estado


e do Distrito Federal.

21 anos Deputado Federal, Deputado Estadual ou


Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e Juiz de
Paz.

18 anos Vereador

Comprovação na DATA DA POSSE:

• Presidente da República;
35 anos • Vice-Presidente da República; e
• Senador.

30 anos • Governador de Estado ou do Distrito Federal; e


• Vice-Governador de Estado ou do Distrito Federal.

• Deputado Federal;
21 anos • Deputado Estadual ou Distrital;

61
APGE LEGIS
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

• Prefeito;
• Vice-Prefeito; e
• Juiz de Paz.

⇾ Cargos do Poder Executivo:


• Presidente e Vice-Presidente da República: 05 de janeiro do ano
seguinte à sua eleição (art. 82, CF):

⚠ Mudança na data com a EC nº 111/2021.


• Governador e Vice-Governador: 06 de janeiro do ano seguinte à
sua eleição (art. 28, CF).
DATA DA POSSE
⚠ Mudança na data com a EC nº 111/2021.
• Prefeito e Vice-Prefeito: 1º de janeiro do ano subsequente ao da
eleição (art. 29, III, CF).
⇾ Senador e Deputado Federal: 1º de fevereiro do ano seguinte à
sua eleição (art. 57, § 4º, CF)
↳ Sessão preparatória dá posse aos novos Parlamentares e realiza
eleição para a Mesa Diretora.
⇾ Deputado Estadual e Distrital: cada estado/DF estabelece o dia
da posse (princípio constitucional do poder constituinte derivado
decorrente – autonomia de cada entidade federativa).

Comprovação no momento do PEDIDO DE REGISTRO DE CANDIDATURA:

18 anos Vereador.

§ 4º. São INELEGÍVEIS os inalistáveis e os analfabetos.


↳ Inalistáveis = estrangeiros e conscritos.

Estrangeiros;

Inalistáveis

INELEGÍVEIS Conscritos.

Analfabetos

§ 5º. O Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito


Federal, os Prefeitos e quem os houver sucedido, ou substituído no curso dos
mandatos poderão ser reeleitos para UM ÚNICO período subsequente.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 16, de 1997)

62
APGE LEGIS
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

§ 6º. Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os


Governadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos devem RENUNCIAR aos
respectivos mandatos até 6 (seis) meses antes do pleito.
↳ Desincompatibilização – Chefes do Executivo.

⇾ Desincompatibilização (renúncia):
↳ Até 6 meses antes do pleito.
• Presidente da República, Governador ou Prefeito (Chefes do Executivo):
1) Permite que estes participem das eleições para outro cargo.
2) Afasta a inelegibilidade de seus parentes.

§ 7º. São INELEGÍVEIS, no território de jurisdição (circunscrição) do titular, o


cônjuge e os parentes consanguíneos ou afins, até o 2º (segundo) grau ou por adoção,
do Presidente da República, de Governador de Estado ou Território, do Distrito
Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos 6 (seis) meses
anteriores ao pleito, SALVO se já titular de mandato eletivo e candidato à
REELEIÇÃO.
↳ Inelegibilidade reflexa.

CIRCUNSCRIÇÃO

País • Presidente da República;


• Vice-Presidente.

• Governador;
• Vice-Governador;
Estado/DF • Deputado Estadual;
• Deputado Distrital;
• Senador da República.

• Prefeito;
Município • Vice-Prefeito;
• Vereador.

⇾ Condições para a configuração da inelegibilidade:


• O titular paradigma deve ser ocupante de cargo eletivo no Poder Executivo.
• Cônjuge e parentes até o 2º grau ou por adoção, consanguíneos ou afins desejam concorrer a
qualquer cargo eletivo no âmbito territorial em que o titular exerça o seu mandato.

63
APGE LEGIS
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

↳ Aplica-se a quem houver substituído o Chefe do Poder Executivo nos 6 meses anteriores ao
pleito (período de desincompatibilização).

⚠ ATENÇÃO! Caso o parente do ocupante de cargo eletivo do Poder Executivo já seja titular de
mandato eletivo e esteja se candidatando à REELEIÇÃO, ele é elegível (exceção à regra).

⚠ O parentesco com o Vice NÃO gera inelegibilidade, a menos que ele tenha substituído ou
sucedido o titular dentro dos 6 meses anteriores ao pleito.

• Súmula nº 06, TSE. São INELEGÍVEIS para o cargo de chefe do Executivo o cônjuge e os
parentes, indicados no § 7º do art. 14 da Constituição Federal, do titular do mandato, SALVO se
este, reelegível, tenha falecido, renunciado ou se afastado definitivamente do cargo até 6
(seis) meses antes do pleito.
• Súmula Vinculante nº 18. A dissolução da sociedade ou do vínculo conjugal, no curso do
mandato, NÃO AFASTA a inelegibilidade prevista no § 7º do art. 14 da Constituição Federal
(inelegibilidade reflexa).
↳ A inelegibilidade do art. 14, § 7º, da Constituição NÃO ALCANÇA o cônjuge supérstite
(sobrevivente, viúvo) quando o falecimento tiver ocorrido no primeiro mandato, com regular
sucessão do Vice-Prefeito, e tendo em conta a construção de novo núcleo familiar.
↳ A Súmula Vinculante nº 18 do STF NÃO SE APLICA aos casos de extinção do vínculo conjugal
pela MORTE de um dos cônjuges.
STF. Plenário. RE 758461/PB, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 22/5/2014 (repercussão
geral) (Info 747).

CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Súmula vinculante 18-STF. Buscador Dizer o Direito, Manaus.
Disponível em:

<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/4625d8e31dad7d1c4c83399a6eb62
f0c>.

Acesso em: 10/04/2023

§ 8º. O MILITAR ALISTÁVEL é elegível, atendidas as seguintes condições:


* Alistável: pode se alistar como eleitor. Exclui-se o conscrito.

I - se contar MENOS de 10 (dez) anos de serviço, deverá afastar-se da atividade;


II - se contar MAIS de 10 (dez) anos de serviço, será agregado pela autoridade
superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para a
inatividade.
• Se o militar tiver menos de 10 anos de efetivo exercício: nesse caso, ele deverá se afastar
definitivamente para que possa concorrer a cargos políticos-eletivos.
↳ Caso não seja eleito, não poderá retornar à carreira militar anteriormente ocupada.
• Se o militar tiver mais de 10 anos de efetivo exercício: nesse caso, há um afastamento
temporário (a CF fala em agregação pela autoridade superior).
↳ Caso não seja eleito, o militar poderá retornar ao cargo anteriormente ocupado.
↳ Caso seja eleito, será “aposentado” na carreira militar (a CF fala em inatividade).

64
APGE LEGIS
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

§ 9º. Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os


prazos de sua cessação, a fim de proteger a probidade administrativa, a moralidade
para exercício de mandato considerada a vida pregressa do candidato, e a
normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico ou
o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração direta ou
indireta.
(Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 4, de 1994)

↳ Moralidade eleitoral ⇾ LC nº 64/1990 (Lei das Inelegibilidades).

• Súmula nº 13, TSE. Não é autoaplicável o § 9º do art. 14 da Constituição, com a redação da


Emenda Constitucional de Revisão nº 4/1994.

§ 10. O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça Eleitoral no prazo
de 15 (quinze) dias contados da DIPLOMAÇÃO, instruída a ação com provas de
abuso do poder econômico, corrupção ou fraude.
↳ Ação de impugnação de mandato eletivo – AIME.
§ 11. A ação de impugnação de mandato tramitará em segredo de justiça,
respondendo o autor, na forma da lei, se temerária ou de manifesta má-fé.
§ 12. Serão realizadas concomitantemente às eleições municipais as consultas
populares sobre questões locais aprovadas pelas Câmaras Municipais e
encaminhadas à Justiça Eleitoral até 90 (noventa) dias antes da data das eleições,
observados os limites operacionais relativos ao número de quesitos.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 111, de 2021)

§ 13. As manifestações favoráveis e contrárias às questões submetidas às


consultas populares nos termos do § 12 ocorrerão durante as campanhas eleitorais,
SEM a utilização de propaganda gratuita no rádio e na televisão.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 111, de 2021)

Art. 15. É VEDADA a CASSAÇÃO de direitos políticos, cuja PERDA OU


SUSPENSÃO só se dará nos casos de:
I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado; (Perda).
II - incapacidade civil ABSOLUTA; (Suspensão).
III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus
EFEITOS; (Suspensão).
IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos
termos do art. 5º, VIII; (Perda/suspensão - divergência).
V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º. (Suspensão).

65
APGE LEGIS
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua
publicação, NÃO se aplicando à eleição que ocorra até 1 (um) ano da data de sua
vigência.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 4, de 1993)

↳ Princípio da anualidade, princípio da anterioridade eleitoral ou princípio da antinomia eleitoral.


↳ Cláusula pétrea (ADI 3685).

• Lei que alterar o processo eleitoral: entra em vigor na data de sua publicação.
↳ Contudo, não é aplicável à eleição que ocorra até 1 ano da data de sua vigência.

CAPÍTULO V
DOS PARTIDOS POLÍTICOS

Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos,


resguardados a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os
direitos fundamentais da pessoa humana e observados os seguintes PRECEITOS:
I - caráter nacional;
II - PROIBIÇÃO de recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo
estrangeiros ou de subordinação a estes;
III - prestação de contas à Justiça Eleitoral;
IV - funcionamento parlamentar de acordo com a lei.

⇾ É livre:
• criação;
• fusão;
• incorporação; e dos partidos políticos;
• extinção

⇾ Resguardados:
• soberania nacional;
• regime democrático;
• pluripartidarismo;
• direitos fundamentais da pessoa humana.

66
APGE LEGIS
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

⇾ Preceitos que devem ser observados:


• caráter nacional;
• proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo estrangeiros ou
de subordinação a estes;
• prestação de contas à Justiça Eleitoral;
• funcionamento parlamentar de acordo com a lei.

§ 1º. É assegurada aos partidos políticos AUTONOMIA para definir sua


estrutura interna e estabelecer regras sobre escolha, formação e duração de seus
órgãos permanentes e provisórios e sobre sua organização e funcionamento e para
adotar os critérios de escolha e o regime de suas coligações nas eleições
MAJORITÁRIAS, VEDADA A SUA CELEBRAÇÃO NAS ELEIÇÕES PROPORCIONAIS,
SEM obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional,
estadual, distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer normas de
disciplina e fidelidade partidária.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 97, de 2017)

↳ Princípio da autonomia partidária. (NÃO tem caráter absoluto).

PRINCÍPIO DA LIBERDADE E AUTONOMIA

Prerrogativa p/ adotar os
Prerrogativa p/ definir a
critérios de escolha e regime
estrutura interna e o
de suas coligações eleitorais
funcionamento.
(nas eleições majoritárias).

• Os estatutos dos partidos políticos devem obrigatoriamente dispor sobre:


1) Normas de disciplina (tem relação com o dever de os filiados dos partidos políticos
observarem as obrigações e os impedimentos).
2) Fidelidade partidária (dever de lealdade que o filiado eleito tem com o seu partido e seus
eleitores)

§ 2º. Os partidos políticos, após adquirirem personalidade jurídica, na forma da


lei civil, registrarão seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral.
1º: adquirir personalidade jurídica (registrar seus atos constitutivos no cartório).
2º: comprovar o caráter nacional.

67
APGE LEGIS
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

3º: registrar seu estatuto no TSE (vai poder participar do processo eleitoral; exclusividade de sua
sigla, nome e símbolo; ter acesso aos recursos do Fundo Partidário e acesso gratuito ao rádio e
à televisão).
Art. 7º, Lei nº 9.096/95. O partido político, após adquirir personalidade jurídica na forma da
lei civil, registra seu estatuto no Tribunal Superior Eleitoral.
§ 1º. Só é admitido o registro do estatuto de partido político que tenha caráter nacional,
considerando-se como tal aquele que comprove, no período de 2 (dois) anos, o apoiamento
de eleitores não filiados a partido político, correspondente a, pelo menos, 0,5% (cinco
décimos por cento) dos votos dados na última eleição geral para a Câmara dos Deputados,
não computados os votos em branco e os nulos, distribuídos por 1/3 (um terço), ou mais, dos
Estados, com um mínimo de 0,1% (um décimo por cento) do eleitorado que haja votado em
cada um deles.
(Redação dada pela Lei nº 13.165, de 2015)

§ 2º. Só o partido que tenha registrado seu estatuto no Tribunal Superior Eleitoral pode
participar do processo eleitoral, receber recursos do Fundo Partidário e ter acesso gratuito
ao rádio e à televisão, nos termos fixados nesta Lei.
§ 3º. Somente o registro do estatuto do partido no Tribunal Superior Eleitoral assegura a
exclusividade da sua denominação, sigla e símbolos, VEDADA a utilização, por outros
partidos, de variações que venham a induzir a erro ou confusão.

§ 3º. Somente terão direito a recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao


rádio e à televisão, na forma da lei, os partidos políticos que ALTERNATIVAMENTE:
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 97, de 2017)

↳ Cláusula de barreira ou de desempenho.


↳ Só passa a produzir todos os seus efeitos a partir das eleições de 2030.

I - obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 3% (três


por cento) dos votos válidos, distribuídos em pelo menos 1/3 (um terço) das
unidades da Federação, com um mínimo de 2% (dois por cento) dos votos válidos em
cada uma delas; OU
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 97, de 2017)

II - tiverem elegido pelo menos 15 (quinze) Deputados Federais distribuídos em


pelo menos 1/3 (um terço) das unidades da Federação.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 97, de 2017)

⇾ Terão direito a recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão os


partidos políticos que ALTERNATIVAMENTE:
1) Obtiverem, nas eleições para a CÂMARA DOS DEPUTADOS, no mínimo 3% dos votos
válidos, distribuídos em pelo menos 1/3 das unidades da Federação, com um mínimo de 2% dos
votos válidos em cada uma delas;
OU
2) Tiverem elegido pelo menos 15 Deputados Federais distribuídos em pelo menos 1/3 das
unidades da Federação.

68
APGE LEGIS
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

Obs.: o partido que não atingir a cláusula de desempenho não terá direito a recursos do fundo
partidário e nem acesso gratuito ao rádio e à televisão.

§ 4º. É VEDADA a utilização pelos partidos políticos de organização


paramilitar.
§ 5º. Ao eleito por partido que NÃO preencher os requisitos previstos no § 3º
deste artigo é assegurado o mandato e facultada a filiação, SEM perda do mandato,
a outro partido que os tenha atingido, NÃO sendo essa filiação considerada para fins
de distribuição dos recursos do fundo partidário e de acesso gratuito ao tempo de rádio
e de televisão.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 97, de 2017)

§ 6º. Os Deputados Federais, os Deputados Estaduais, os Deputados Distritais


e os Vereadores que se desligarem do partido pelo qual tenham sido eleitos
PERDERÃO O MANDATO, SALVO nos casos de ANUÊNCIA DO PARTIDO ou de
outras hipóteses de JUSTA CAUSA estabelecidas em lei, não computada, em
qualquer caso, a migração de partido para fins de distribuição de recursos do fundo
partidário ou de outros fundos públicos e de acesso gratuito ao rádio e à televisão.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 111, de 2021)

Art. 22-A, Lei nº 9.096/1995 (Lei dos Partidos Políticos). Perderá o mandato o detentor de
cargo eletivo que se desfiliar, SEM justa causa, do partido pelo qual foi eleito.
(Incluído pela Lei nº 13.165, de 2015)

Parágrafo único. Consideram-se JUSTA CAUSA para a desfiliação partidária somente as


seguintes hipóteses:
(Incluído pela Lei nº 13.165, de 2015)

I - mudança substancial ou desvio reiterado do programa partidário;


(Incluído pela Lei nº 13.165, de 2015)

II - grave discriminação política pessoal; e


(Incluído pela Lei nº 13.165, de 2015)

III - mudança de partido efetuada durante o período de 30 (trinta) dias que antecede o prazo
de filiação exigido em lei para concorrer à eleição, majoritária ou proporcional, ao término do
mandato vigente.
(Incluído pela Lei nº 13.165, de 2015)

§ 7º. Os partidos políticos devem aplicar no mínimo 5% (cinco por cento) dos
recursos do fundo partidário na criação e na manutenção de programas de promoção
e difusão da participação política das mulheres, de acordo com os interesses
intrapartidários.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 117, de 2022)

§ 8º. O montante do Fundo Especial de Financiamento de Campanha e da


parcela do fundo partidário destinada a campanhas eleitorais, bem como o tempo de
propaganda gratuita no rádio e na televisão a ser distribuído pelos partidos às

69
APGE LEGIS
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

respectivas candidatas, deverão ser de no mínimo 30% (trinta por cento), proporcional
ao número de candidatas, e a distribuição deverá ser realizada conforme critérios
definidos pelos respectivos órgãos de direção e pelas normas estatutárias,
considerados a autonomia e o interesse partidário.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 117, de 2022)

TÍTULO III
DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO

⇾ Elementos constitutivos do Estado:


• Território;
• Povo;
• Governo soberano.
⇾ Autonomia política: União, Estados, DF e Municípios.
• Capacidade de auto-organização;
Ex: Constituições Estaduais, Leis Orgânicas.
• Autolegislação: editar suas próprias leis.
• Autoadministração: natureza administrativa, tributária e orçamentária.
• Autogoverno: poder para escolher seus próprios representantes.

CAPÍTULO I
DA ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA

Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil


compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos,
nos termos desta Constituição.
↳ Autonomia FAP (Financeira, Administrativa e Política).
↳ Repartição de atribuições conferidas a cada um dos entes da Federação.

§ 1º. Brasília é a Capital Federal.


§ 2º. Os Territórios Federais integram a União, e sua criação, transformação em
Estado ou reintegração ao Estado de origem serão reguladas em lei complementar.
↳ Territórios federais não possuem autonomia política e nem integram a federação. São meras
descentralizações administrativas da União. São autarquias territoriais.

70
APGE LEGIS
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

§ 3º. Os ESTADOS podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-


se para se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais,
mediante APROVAÇÃO da população diretamente interessada, através de
PLEBISCITO, e do Congresso Nacional, por lei complementar.
§ 4º. A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de MUNICÍPIOS,
far-se-ão por lei ESTADUAL, dentro do período determinado por Lei Complementar
Federal, e DEPENDERÃO de CONSULTA PRÉVIA, mediante PLEBISCITO, às
populações dos Municípios envolvidos, após DIVULGAÇÃO DOS ESTUDOS DE
VIABILIDADE MUNICIPAL, apresentados e publicados na forma da lei.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 15, de 1996)

ESTADOS MUNICÍPIOS

⇾ Podem incorporar-se entre si, subdividir-se ⇾ A criação, a incorporação, a fusão e o


ou desmembrar-se para se anexarem a desmembramento de Municípios, far-se-ão:
outros ou formarem novos Estados ou
• por lei estadual, dentro do período
Territórios Federais:
determinado por Lei Complementar federal,
- Mediante: e:
• aprovação da população diretamente - Dependerão:
interessada, através de plebiscito;
• de consulta prévia, mediante plebiscito, às
• aprovação do Congresso Nacional, por lei populações dos Municípios envolvidos;
complementar.
• após divulgação dos estudos de
viabilidade municipal, apresentados e
publicados na forma da lei.

(Vedações federativas).

Art. 19. É VEDADO à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o
funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência
ou aliança, RESSALVADA, na forma da lei, a colaboração de interesse público;
II - recusar fé aos documentos públicos;
III - criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si.

CAPÍTULO II
DA UNIÃO

71
APGE LEGIS
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

Art. 20. São BENS DA UNIÃO:


(Rol não exaustivo).

I - os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser atribuídos;


II - as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras, das fortificações
e construções militares, das vias federais de comunicação e à preservação ambiental,
definidas em lei;
• As terras devolutas, via de regra, pertencem aos Estados.
• Quando forem indispensáveis à defesa das fronteiras, das fortificações e construções
militares, das vias federais de comunicação e à preservação ambiental serão bens da União.

III - os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio,


ou que banhem mais de um Estado, sirvam de limites com outros países, ou se
estendam a território estrangeiro ou dele provenham, bem como os terrenos
marginais e as praias fluviais;
IV - as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países; as
praias marítimas; as ilhas oceânicas e as costeiras, excluídas, destas, as que
contenham a sede de Municípios, EXCETO aquelas áreas afetadas ao serviço público
e a unidade ambiental federal, e as referidas no art. 26, II;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 46, de 2005)

⇾ Ilhas fluviais e lacustres:


• Zonas limítrofes com outros países ⇾ Bens da União.
• Outras ilhas fluviais e lacustres ⇾ Bens dos Estados.
⇾ Ilhas oceânicas e costeiras:
• Ilhas oceânicas: em regra, são bens da União. EXCETO aquelas que contenham a sede de
Município – nesse caso será bem do Município.

⚠ Se a ilha estiver afetada ao serviço público ou à unidade ambiental federal serão bens da
União.

V - os recursos naturais da plataforma continental e da zona econômica


exclusiva;
VI - o mar territorial;
VII - os terrenos de marinha e seus acrescidos;
• Bens da União: mar territorial; terrenos da Marinha; recursos naturais da plataforma
continental e da zona econômica exclusiva.

• Súmula nº 496, STJ. Os registros de propriedade particular de imóveis situados em terrenos


de marinha não são oponíveis à União.

VIII - os potenciais de energia hidráulica;


72
APGE LEGIS
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

IX - os recursos minerais, inclusive os do subsolo;


X - as cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos e pré-
históricos;
XI - as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios.
• Súmula nº 650, STF. Os incisos I e XI do art. 20 da CF não alcançam terras de aldeamentos
extintos, ainda que ocupadas por indígenas em passado remoto.
↳ Segundo critério construído pelo STF, somente são consideradas “terras tradicionalmente
ocupadas pelos índios” aquelas que eles habitavam na data da promulgação da CF/88 (marco
temporal) e, complementarmente, se houver a efetiva relação dos índios com a terra (marco da
tradicionalidade da ocupação). Assim, se, em 05/10/1988, a área em questão não era ocupada
por índios, isso significa que ela não se revestirá da natureza indígena de que trata o art. 231 da
CF/88.
↳ As terras ocupadas, em passado remoto, por aldeamentos indígenas não são bens da União
(STF AI-AgR 307401/SP).

CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Súmula 650-STF. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:

<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/298f587406c914fad5373bb689300
433>.

Acesso em: 12/04/2023

§ 1º. É assegurada, nos termos da lei, à União, aos Estados, ao Distrito Federal
e aos Municípios a participação no resultado da exploração de petróleo ou gás
natural, de recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica e de outros
recursos minerais no respectivo território, plataforma continental, mar territorial ou
zona econômica exclusiva, ou compensação financeira por essa exploração.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 102, de 2019).

§ 2º. A faixa de até 150 km (cento e cinquenta quilômetros) de largura, ao longo


das fronteiras terrestres, designada como FAIXA DE FRONTEIRA, é considerada
fundamental para defesa do território nacional, e sua ocupação e utilização serão
reguladas em lei.

Art. 21. Compete à UNIÃO:


I - manter relações com Estados estrangeiros e participar de organizações
internacionais;
II - declarar a guerra e celebrar a paz;
III - assegurar a defesa nacional;
IV - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras
transitem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente;
V - decretar o estado de sítio, o estado de defesa e a intervenção federal;

73
APGE LEGIS
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

↳ Mecanismos de estabilização constitucional.

VI - autorizar e fiscalizar a produção e o comércio de material bélico;


VII - emitir moeda;
VIII - administrar as reservas cambiais do País e fiscalizar as operações de
natureza financeira, especialmente as de crédito, câmbio e capitalização, bem como
as de seguros e de previdência privada;
IX - elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordenação do território
e de desenvolvimento econômico e social;
X - manter o serviço postal e o correio aéreo nacional;
XI - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão,
os serviços de telecomunicações, nos termos da lei, que disporá sobre a organização
dos serviços, a criação de um órgão regulador e outros aspectos institucionais;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 8, de 1995)

• Súmula nº 606, STJ. NÃO SE APLICA o princípio da insignificância a casos de transmissão


clandestina de sinal de internet via radiofrequência, que caracteriza o fato típico previsto no
art. 183 da Lei n. 9.472/1997.

XII - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão:


a) os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e imagens;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 8, de 1995)

b) os serviços e instalações de energia elétrica e o aproveitamento energético


dos cursos de água, em articulação com os Estados onde se situam os potenciais
hidroenergéticos;
c) a navegação aérea, aeroespacial e a infraestrutura aeroportuária;
d) os serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre portos brasileiros e
fronteiras nacionais, ou que transponham os limites de Estado ou Território;
e) os serviços de transporte rodoviário interestadual e internacional de
passageiros;
f) os portos marítimos, fluviais e lacustres;
XIII - organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Público do Distrito
Federal e dos Territórios (MPDFT) e a Defensoria Pública dos Territórios;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 69, de 2012)

⚠ Vale frisar que quem irá organizar e manter a Defensoria Pública do Distrito Federal é o
próprio DF! O restante é tudo organizado e mantido pela União.

XIV - organizar e manter a polícia civil, a polícia penal, a polícia militar e o corpo
de bombeiros militar do Distrito Federal, bem como prestar assistência financeira ao
Distrito Federal para a execução de serviços públicos, por meio de fundo próprio;

74
APGE LEGIS
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 104, de 2019)

• Súmula Vinculante nº 39. Compete privativamente à União legislar sobre vencimentos dos
membros das polícias civil e militar e do corpo de bombeiros militar do Distrito Federal.

XV - organizar e manter os serviços oficiais de estatística, geografia, geologia


e cartografia de âmbito nacional;
XVI - exercer a classificação, para efeito indicativo, de diversões públicas e de
programas de rádio e televisão;
XVII - conceder anistia;
XVIII - planejar e promover a defesa permanente contra as calamidades
públicas, especialmente as secas e as inundações;
XIX - instituir sistema nacional de gerenciamento de recursos hídricos e definir
critérios de outorga de direitos de seu uso;
XX - instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação,
saneamento básico e transportes urbanos;
XXI - estabelecer princípios e diretrizes para o sistema nacional de viação;
XXII - executar os serviços de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

XXIII - explorar os serviços e instalações nucleares de qualquer natureza e


exercer monopólio estatal sobre a pesquisa, a lavra, o enriquecimento e
reprocessamento, a industrialização e o comércio de minérios nucleares e seus
derivados, atendidos os seguintes princípios e condições:
a) toda atividade nuclear em território nacional SOMENTE será admitida para
fins PACÍFICOS e mediante APROVAÇÃO DO CONGRESSO NACIONAL;
b) sob regime de PERMISSÃO, são autorizadas a comercialização e a utilização
de radioisótopos para pesquisa e uso agrícolas e industriais;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 118, de 2022)

c) sob regime de PERMISSÃO, são autorizadas a produção, a comercialização e


a utilização de radioisótopos para pesquisa e uso médicos;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 118, de 2022)

d) a responsabilidade civil por danos nucleares INDEPENDE da existência de


culpa;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 49, de 2006)

XXIV - organizar, manter e executar a inspeção do trabalho;


XXV - estabelecer as áreas e as condições para o exercício da atividade de
garimpagem, em forma associativa;

75
APGE LEGIS
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

XXVI - organizar e fiscalizar a proteção e o tratamento de dados pessoais,


nos termos da lei.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 115, de 2022)

(Competência legislativa da União)

Art. 22. Compete PRIVATIVAMENTE à União legislar sobre:


I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo,
aeronáutico, espacial e do trabalho;

COMPETÊNCIA LEGISLATIVA PRIVATIVA DA UNIÃO

C CIVIL

A AGRÁRIO

P PENAL

A AERONÁUTICO

C COMERCIAL

E ELEITORAL

T TRABALHO

E ESPACIAL

P PROCESSUAL

M MARÍTIMO

• Súmula Vinculante nº 46. A definição dos crimes de responsabilidade e o estabelecimento


das respectivas normas de processo e julgamento são da competência legislativa privativa
da União.

II - desapropriação;
III - requisições civis e militares, em caso de iminente perigo e em tempo de
guerra;
IV - águas, energia, informática, telecomunicações e radiodifusão;
V - serviço postal;
VI - sistema monetário e de medidas, títulos e garantias dos metais;
VII - política de crédito, câmbio, seguros e transferência de valores;

76
APGE LEGIS
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

VIII - comércio exterior e interestadual;


IX - diretrizes da política nacional de transportes;
X - regime dos portos, navegação lacustre, fluvial, marítima, aérea e
aeroespacial;
XI - trânsito e transporte;
XII - jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia;
XIII - nacionalidade, cidadania e naturalização;
XIV - populações indígenas;
XV - emigração e imigração, entrada, extradição e expulsão de estrangeiros;
XVI - organização do sistema nacional de emprego e condições para o exercício
de profissões;
XVII - organização judiciária, do Ministério Público do Distrito Federal e dos
Territórios e da Defensoria Pública dos Territórios, bem como organização
administrativa destes;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 69, de 2012)

XVIII - sistema estatístico, sistema cartográfico e de geologia nacionais;


XIX - sistemas de poupança, captação e garantia da poupança popular;
XX - sistemas de consórcios e sorteios;
• Súmula Vinculante nº 02. É inconstitucional a lei ou ato normativo estadual ou distrital que
disponha sobre sistemas de consórcios e sorteios, inclusive bingos e loterias.
↳ Competência privativa da União.

XXI - normas gerais de organização, efetivos, material bélico, garantias,


convocação, mobilização, inatividades e pensões das polícias militares e dos corpos
de bombeiros militares;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

XXII - competência da polícia federal e das polícias rodoviária e ferroviária


federais;
XXIII - SEGURIDADE SOCIAL;
XXIV - diretrizes e bases da educação nacional;
XXV - registros públicos;
XXVI - atividades nucleares de qualquer natureza;
XXVII - normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades,
para as administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União,
Estados, Distrito Federal e Municípios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as
empresas públicas e sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, § 1º, III;

77
APGE LEGIS
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

Art. 37, CF. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: [...]
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações


serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições
a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas
as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de
qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações.
Art. 173, § 1º, CF. A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de
economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou
comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre: [...]
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

III - licitação e contratação de obras, serviços, compras e alienações, observados os princípios da


administração pública;
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

XXVIII - defesa territorial, defesa aeroespacial, defesa marítima, defesa civil e


mobilização nacional;
XXIX - propaganda comercial.
XXX - proteção e tratamento de dados pessoais.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 115, de 2022)

Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar


sobre questões ESPECÍFICAS das matérias relacionadas neste artigo.

Competências administrativas (competências comuns).

Art. 23. É competência COMUM da União, dos Estados, do Distrito Federal e


dos Municípios:
I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas e
conservar o patrimônio público;
II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas
portadoras de deficiência;
III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico
e cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos;
IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e de
outros bens de valor histórico, artístico ou cultural;

78
APGE LEGIS
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

V - proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação, à ciência, à


tecnologia, à pesquisa e à inovação;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015)

VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas


formas;
VII - preservar as florestas, a fauna e a flora;
VIII - fomentar a produção agropecuária e organizar o abastecimento
alimentar;
IX - promover programas de construção de moradias e a melhoria das
condições habitacionais e de saneamento básico;
X - combater as causas da pobreza e os fatores de marginalização, promovendo
a integração social dos setores desfavorecidos;
XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa e
exploração de recursos hídricos e minerais em seus territórios;
XII - estabelecer e implantar política de educação para a segurança do trânsito.
Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas para a cooperação entre
a União e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, tendo em vista o equilíbrio
do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)

Competências legislativas – Competências concorrentes (União, Estados e DF).

Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar


CONCORRENTEMENTE sobre:
⚠ Município não!

I - direito TRIBUTÁRIO, FINANCEIRO, PENITENCIÁRIO, ECONÔMICO e


URBANÍSTICO;
II - orçamento;
III - juntas comerciais;
IV - custas dos serviços forenses;
• Súmula nº 178, STJ. O INSS não goza de isenção do pagamento de custas e emolumentos,
nas ações acidentárias e de benefícios propostas na Justiça Estadual.

V - produção e consumo;
VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos
recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição;

79
APGE LEGIS
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

É constitucional lei municipal, regulamentada por decreto, que preveja a aplicação de multas
para os proprietários de veículos automotores que emitem fumaça acima de padrões
considerados aceitáveis.
O Município tem competência para legislar sobre meio ambiente e controle da poluição,
quando se tratar de interesse local.
STF. Plenário. RE 194704/MG, rel. orig. Min. Carlos Velloso, red. p/ o ac. Min. Edson Fachin,
julgado em 29/6/2017 (Info 870).
• O controle da poluição ambiental, especialmente aquele destinado a impedir a degradação dos
índices de qualidade do ar, consiste em matéria que se insere na esfera de competência
legislativa dos Municípios, observado o interesse local e desde que as medidas de regulação
normativa não transgridam nem conflitem com o âmbito de atuação que a Constituição atribuiu
à União e aos Estados-membros.

CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Normas municipais podem prever multas para os proprietários de
veículos que emitem fumaça acima dos padrões aceitáveis. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível
em:

<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/53fdae58e861476b182b0cd6beade
809>.

Acesso em: 12/04/2023

VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico;


VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e
direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico;
IX - educação, cultura, ensino, desporto, ciência, tecnologia, pesquisa,
desenvolvimento e inovação;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015)

Obs.: legislar sobre diretrizes e bases da educação nacional é competência privativa da União
(art. 22, XXIV).

X - criação, funcionamento e processo do juizado de pequenas causas;


XI - PROCEDIMENTOS em matéria processual;
XII - previdência social, proteção e defesa da saúde;
Obs.: legislar sobre seguridade social é competência privativa da União (art. 22, XXIII).

XIII - assistência jurídica e Defensoria pública;


XIV - proteção e integração social das pessoas portadoras de deficiência;
XV - proteção à infância e à juventude;
XVI - organização, garantias, direitos e deveres das polícias civis.
§ 1º. No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-
á a estabelecer normas gerais.
- União: normas gerais.

80
APGE LEGIS
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

- Estados/DF: normas específicas (competência suplementar).


⇾ Competência suplementar:
• Complementar: normas específicas (mas compatíveis com as normas da União).
• Supletiva: quando a União for omissa e não tiver editado lei federal de normas gerais. Estados
e DF exercem a competência plena (normas gerais e específicas).
↳ Superveniência de lei federal sobre normas gerais SUSPENDE a eficácia da lei estadual, no
que lhe for contrário.

§ 2º. A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a
competência suplementar dos Estados.
§ 3º. INEXISTINDO lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a
competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades.
§ 4º. A superveniência de lei federal sobre normas gerais SUSPENDE a eficácia
da lei estadual, no que lhe for contrário.

CAPÍTULO III
DOS ESTADOS FEDERADOS

Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que


adotarem, observados os princípios desta Constituição.
↳ Poder Constituinte Derivado Decorrente.
§ 1º. São reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam vedadas
por esta Constituição.
§ 2º. Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão, os
serviços locais de gás canalizado, na forma da lei, VEDADA a edição de medida
provisória para a sua regulamentação.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 5, de 1995)

§ 3º. Os Estados poderão, mediante lei complementar (estadual), instituir regiões


metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por
agrupamentos de municípios limítrofes, para integrar a organização, o planejamento
e a execução de funções públicas de interesse comum.

Art. 26. Incluem-se entre os BENS DOS ESTADOS:


I - as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em depósito,
ressalvadas, neste caso, na forma da lei, as decorrentes de obras da União;
81
APGE LEGIS
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

II - as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no seu domínio,


excluídas aquelas sob domínio da União, Municípios ou terceiros;
III - as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União;
IV - as terras devolutas não compreendidas entre as da União.

Art. 27. O número de Deputados à Assembleia Legislativa corresponderá ao


TRIPLO da representação do Estado na Câmara dos Deputados e, atingido o número
de 36 (trinta e seis), será acrescido de tantos quantos forem os Deputados Federais
acima de 12 (doze).
⇾ O artigo pode ser dividido em duas partes:
• 1ª parte: número de Deputados Federais até 12:
↳ Nesse caso, o número de Deputados Estaduais será:
Número de Deputados Federais x 3
Ex.: o nº de Deputados Federais do Acre é de 8 (portanto, menos de 12).
Quantos Deputados Estaduais pelo Acre serão eleitos?
8 x 3 = 24.
• 2ª parte: número de Deputados Federais acima de 12:
↳ Nesse caso, o número de Deputados Estaduais será:
(Número de Deputados Federais - 12) + 36
Ex.: o nº de Deputados Federais do Ceará é de 22 (portanto, acima de 12).
Quantos Deputados Estaduais pelo Ceará serão eleitos?
Nº de Deputados Estaduais = (Nº de Deputados Federais - 12) + 36
Nº de Deputados Estaduais = (22 - 12) + 36 = 10 + 36 = 46.

§ 1º. Será de 4 (quatro) anos o mandato dos Deputados Estaduais, aplicando-


se-lhes as regras desta Constituição sobre sistema eleitoral, inviolabilidade,
imunidades, remuneração, perda de mandato, licença, impedimentos e incorporação
às Forças Armadas.
Por força do § 1º do art. 27 da Constituição Federal, as imunidades materiais e formais conferidas
aos membros do Congresso Nacional (deputados federais e senadores) estendem-se aos
deputados estaduais.
Assim, são constitucionais dispositivos da Constituição do Estado que estendem aos Deputados
Estaduais as imunidades formais previstas no art. 53 da Constituição Federal para Deputados
Federais e Senadores.
STF. Plenário. ADI 5824/RJ e ADI 5.825/MT, Rel. Min. Edson Fachin, julgados em 16/12/2022
(Info 1081).

82
APGE LEGIS
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Deputados Estaduais gozam das mesmas imunidades formais
previstas para os parlamentares federais no art. 53 da CF/88. Buscador Dizer o Direito, Manaus.
Disponível em:

<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/189e3f782cbb3f4cc1ae9702adca88
4e>.

Acesso em: 03/05/2023

§ 2º. O subsídio dos Deputados Estaduais será fixado por lei de iniciativa da
Assembleia Legislativa, na razão de, no máximo, 75% (setenta e cinco por cento)
daquele estabelecido, em espécie, para os Deputados Federais, observado o que
dispõem os arts. 39, § 4º, 57, § 7º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

⇾ Subsídio dos Deputados Estaduais:


• Fixado por lei de iniciativa da Assembleia Legislativa.
• Razão de, no máximo, 75% do estabelecido, em espécie, para os Deputados Federais.

§ 3º. Compete às Assembleias Legislativas dispor sobre seu regimento interno,


polícia e serviços administrativos de sua secretaria, e prover os respectivos cargos.
§ 4º. A lei disporá sobre a iniciativa popular no processo legislativo estadual.

Art. 28. A eleição do Governador e do Vice-Governador de Estado, para


mandato de 4 (quatro) anos, realizar-se-á no primeiro domingo de outubro, em
primeiro turno, e no último domingo de outubro, em segundo turno, se houver, do
ano anterior ao do término do mandato de seus antecessores, e a POSSE ocorrerá
em 6 DE JANEIRO do ano subsequente, observado, quanto ao mais, o disposto no art.
77 desta Constituição.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 111, de 2021)

§ 1º. PERDERÁ o mandato o Governador que assumir outro cargo ou função na


administração pública direta ou indireta, ressalvada a posse em virtude de concurso
público e observado o disposto no art. 38, I, IV e V.
(Renumerado do parágrafo único, pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 2º. Os subsídios do Governador, do Vice-Governador e dos Secretários de


Estado serão fixados por lei de iniciativa da Assembleia Legislativa, observado o que
dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

CAPÍTULO IV

83
APGE LEGIS
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

DOS MUNICÍPIOS

Art. 29. O Município reger-se-á por LEI ORGÂNICA, votada em 2 turnos, com o
interstício mínimo de 10 (dez) dias, e aprovada por 2/3 (dois terços) dos membros
da Câmara Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta
Constituição, na Constituição do respectivo Estado e os seguintes preceitos:
⇾ Lei Orgânica dos Municípios:
• Votada em 2 turnos;
• Interstício mínimo de 10 dias entre os turnos;
• Aprovada por 2/3 dos membros da Câmara Municipal.
• Quem promulgará a Lei Orgânica será a Câmara Municipal.
• Deve atender os princípios estabelecidos na Constituição Federal e na Constituição do
respectivo Estado. Deve observar as regras do art. 29, CF.
• Limites ao poder de auto-organização previstos na CF/88.

I - eleição do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Vereadores, para mandato de 4


(quatro) anos, mediante pleito direto e simultâneo realizado em todo o País;
II - eleição do Prefeito e do Vice-Prefeito realizada no 1º domingo de outubro
do ano anterior ao término do mandato dos que devam suceder, aplicadas as regras
do art. 77, no caso de Municípios com mais de 200.000 (duzentos mil) eleitores;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 16, de1997)

• 2º turno para municípios com mais de 200 mil ELEITORES.

III - posse do Prefeito e do Vice-Prefeito no dia 1º de janeiro do ano


subsequente ao da eleição;
IV - para a composição das Câmaras Municipais, será observado o limite máximo
de:
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)

a) 9 (nove) Vereadores, nos Municípios de até 15.000 (quinze mil) HABITANTES;


(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)

b) 11 (onze) Vereadores, nos Municípios de mais de 15.000 (quinze mil)


habitantes e de até 30.000 (trinta mil) habitantes;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)

c) 13 (treze) Vereadores, nos Municípios com mais de 30.000 (trinta mil)


habitantes e de até 50.000 (cinquenta mil) habitantes;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)

d) 15 (quinze) Vereadores, nos Municípios de mais de 50.000 (cinquenta mil)


habitantes e de até 80.000 (oitenta mil) habitantes;

84
APGE LEGIS
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)

e) 17 (dezessete) Vereadores, nos Municípios de mais de 80.000 (oitenta mil)


habitantes e de até 120.000 (cento e vinte mil) habitantes;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)

f) 19 (dezenove) Vereadores, nos Municípios de mais de 120.000 (cento e vinte


mil) habitantes e de até 160.000 (cento sessenta mil) habitantes;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)

g) 21 (vinte e um) Vereadores, nos Municípios de mais de 160.000 (cento e


sessenta mil) habitantes e de até 300.000 (trezentos mil) habitantes;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)

h) 23 (vinte e três) Vereadores, nos Municípios de mais de 300.000 (trezentos


mil) habitantes e de até 450.000 (quatrocentos e cinquenta mil) habitantes;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)

i) 25 (vinte e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de 450.000


(quatrocentos e cinquenta mil) habitantes e de até 600.000 (seiscentos mil)
habitantes;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)

j) 27 (vinte e sete) Vereadores, nos Municípios de mais de 600.000 (seiscentos


mil) habitantes e de até 750.000 (setecentos cinquenta mil) habitantes;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)

k) 29 (vinte e nove) Vereadores, nos Municípios de mais de 750.000 (setecentos


e cinquenta mil) habitantes e de até 900.000 (novecentos mil) habitantes;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)

l) 31 (trinta e um) Vereadores, nos Municípios de mais de 900.000 (novecentos


mil) habitantes e de até 1.050.000 (um milhão e cinquenta mil) habitantes;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)

m) 33 (trinta e três) Vereadores, nos Municípios de mais de 1.050.000 (um milhão


e cinquenta mil) habitantes e de até 1.200.000 (um milhão e duzentos mil) habitantes;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)

n) 35 (trinta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de 1.200.000 (um


milhão e duzentos mil) habitantes e de até 1.350.000 (um milhão e trezentos e
cinquenta mil) habitantes;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)

o) 37 (trinta e sete) Vereadores, nos Municípios de 1.350.000 (um milhão e


trezentos e cinquenta mil) habitantes e de até 1.500.000 (um milhão e quinhentos mil)
habitantes;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)

85
APGE LEGIS
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

p) 39 (trinta e nove) Vereadores, nos Municípios de mais de 1.500.000 (um


milhão e quinhentos mil) habitantes e de até 1.800.000 (um milhão e oitocentos mil)
habitantes;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)

q) 41 (quarenta e um) Vereadores, nos Municípios de mais de 1.800.000 (um


milhão e oitocentos mil) habitantes e de até 2.400.000 (dois milhões e quatrocentos
mil) habitantes;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)

r) 43 (quarenta e três) Vereadores, nos Municípios de mais de 2.400.000 (dois


milhões e quatrocentos mil) habitantes e de até 3.000.000 (três milhões) de
habitantes;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)

s) 45 (quarenta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de 3.000.000 (três


milhões) de habitantes e de até 4.000.000 (quatro milhões) de habitantes;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)

t) 47 (quarenta e sete) Vereadores, nos Municípios de mais de 4.000.000 (quatro


milhões) de habitantes e de até 5.000.000 (cinco milhões) de habitantes;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)

u) 49 (quarenta e nove) Vereadores, nos Municípios de mais de 5.000.000 (cinco


milhões) de habitantes e de até 6.000.000 (seis milhões) de habitantes;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)

v) 51 (cinquenta e um) Vereadores, nos Municípios de mais de 6.000.000 (seis


milhões) de habitantes e de até 7.000.000 (sete milhões) de habitantes;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)

w) 53 (cinquenta e três) Vereadores, nos Municípios de mais de 7.000.000 (sete


milhões) de habitantes e de até 8.000.000 (oito milhões) de habitantes; e
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)

x) 55 (cinquenta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de 8.000.000 (oito


milhões) de habitantes;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)

COMPOSIÇÃO DAS CÂMARAS MUNICIPAIS

Nº de Vereadores Nº de habitantes

09 Até 15.000

11 + de 15.000 até 30.000

86
APGE LEGIS
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

13 + de 30.000 até 50.000

15 + de 50.000 até 80.000

17 + de 80.000 até 120.000

19 + de 120.000 até 160.000

21 + de 160.000 até 300.000

23 + de 300.000 até 450.000

25 + de 450.000 até 600.000

27 + de 600.000 até 750.000

29 + de 750.000 até 900.000

31 + de 900.000 até 1.050.000

33 + de 1.050.000 até 1.200.000

35 + de 1.200.000 até 1.350.000

37 + de 1.350.000 até 1.500.000

39 + de 1.500.000 até 1.800.000

41 + de 1.800.000 até 2.400.000

43 + de 2.400.000 até 3.000.000

45 + de 3.000.000 até 4.000.000

47 + de 4.000.000 até 5.000.000

49 + de 5.000.000 até 6.000.000

51 + de 6.000.000 até 7.000.000

53 + de 7.000.000 até 8.000.000

55 + de 8.000.000

V - subsídios do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Secretários Municipais fixados


por lei de iniciativa da Câmara Municipal, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39,
§ 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I;
(Redação dada pela Emenda constitucional nº 19, de 1998)

87
APGE LEGIS
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

• Subsídio do Governador: lei de iniciativa da Assembleia Legislativa.


• Subsídio do Prefeito: lei de iniciativa da Câmara Municipal.

VI - o subsídio dos Vereadores será fixado pelas respectivas Câmaras


Municipais em cada legislatura para a subsequente, observado o que dispõe esta
Constituição, observados os critérios estabelecidos na respectiva Lei Orgânica e os
seguintes limites máximos:
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)

a) em Municípios de até 10.000 (dez mil) HABITANTES, o subsídio máximo dos


Vereadores corresponderá a 20% (vinte por cento) do subsídio dos Deputados
Estaduais;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)

b) em Municípios de 10.001 (dez mil e um) a 50.000 (cinquenta mil) habitantes,


o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a 30% (trinta por cento) do subsídio
dos Deputados Estaduais;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)

c) em Municípios de 50.001 (cinquenta mil e um) a 100.000 (cem mil) habitantes,


o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a 40% (quarenta por cento) do
subsídio dos Deputados Estaduais;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)

d) em Municípios de 100.001 (cem mil e um) a 300.000 (trezentos mil)


habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a 50% (cinquenta por
cento) do subsídio dos Deputados Estaduais;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)

e) em Municípios de 300.001 (trezentos mil e um) a 500.000 (quinhentos mil)


habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a 60% (sessenta por
cento) do subsídio dos Deputados Estaduais;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)

f) em Municípios de mais de 500.000 (quinhentos mil) habitantes, o subsídio


máximo dos Vereadores corresponderá a 75% (setenta e cinco por cento) do subsídio
dos Deputados Estaduais;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)

Subsídio máximo dos Vereadores fixado pelas respectivas Câmaras Municipais em cada
legislatura para a subsequente

% sobre o subsídio dos Deputados estaduais Nº de habitantes

20% Até 10 mil.

88
APGE LEGIS
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

30% 10.001 a 50.000.

40% 50.001 a 100.000.

50% 100.001 a 300.000.

60% 300.001 a 500.000.

75% + de 500.000.

VII - o total da despesa com a remuneração dos Vereadores NÃO poderá


ultrapassar o montante de 5% (cinco por cento) da receita do Município;
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992)

VIII - INVIOLABILIDADE dos Vereadores por suas opiniões, palavras e votos no


exercício do mandato e na CIRCUNSCRIÇÃO DO MUNICÍPIO;
(Renumerado do inciso VI, pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992)

• Imunidades formais: Vereadores não possuem.


• Imunidade material: limitada à circunscrição do Município.
- Foro por prerrogativa de função: CF/88 não prevê, mas a Constituição Estadual pode prever.
↳ Os Vereadores não possuem imunidade formal. Eles possuem apenas a imunidade material
na circunscrição do município.

IX - proibições e incompatibilidades, no exercício da vereança, similares, no que


couber, ao disposto nesta Constituição para os membros do Congresso Nacional e
na Constituição do respectivo Estado para os membros da Assembleia Legislativa;
(Renumerado do inciso VII, pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992)

X - julgamento do Prefeito perante o Tribunal de Justiça;


(Renumerado do inciso VIII, pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992)

• Será julgado pelo TJ quando for crime de competência da Justiça Estadual. Se for crime federal,
irá para o TRF e se for crime eleitoral, para o TRE. ⇾ Sempre o Tribunal de 2ª instância.

• Súmula nº 702, STF. A competência do Tribunal de Justiça para julgar prefeitos restringe-se
aos crimes de competência da justiça comum estadual; nos demais casos, a competência
originária caberá ao respectivo Tribunal de segundo grau.

⇾ Crime doloso contra a vida:


• Se tiver praticado no exercício do mandato e estiver relacionado com as suas funções: TJ ou
TRF.
• Em outros casos: Tribunal do Júri.
↳ Segundo o STF, o foro por prerrogativa aplica-se apenas aos crimes cometidos DURANTE O
EXERCÍCIO DO CARGO e RELACIONADOS ÀS FUNÇÕES DESEMPENHADAS.

89
APGE LEGIS
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

(STF. Plenário. AP 937 QO/RJ, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 03/05/2018).
⇾ Crimes de responsabilidade:
• Próprios (infração político-administrativa): Câmara Municipal.
• Impróprios (infração penal, punido com pena privativa de liberdade): TJ.

CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Foro por prerrogativa de função e prefeito. Buscador Dizer o Direito,
Manaus. Disponível em:

<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/3937230de3c8041e4da6ac3246a88
8e8>.

Acesso em: 18/04/2023

XI - organização das funções legislativas e fiscalizadoras da Câmara Municipal;


(Renumerado do inciso IX, pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992)

XII - cooperação das associações representativas no planejamento municipal;


(Renumerado do inciso X, pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992)

XIII - iniciativa popular de projetos de lei de interesse específico do Município,


da cidade ou de bairros, através de manifestação de, pelo menos, 5% (cinco por
cento) do eleitorado;
(Renumerado do inciso XI, pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992)

XIV - perda do mandato do Prefeito, nos termos do art. 28, parágrafo único.
(Renumerado do inciso XII, pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992)

Art. 29-A. O total da despesa do Poder Legislativo Municipal, incluídos os


subsídios dos Vereadores e excluídos os gastos com inativos, NÃO poderá
ultrapassar os seguintes percentuais, relativos ao somatório da receita tributária e das
transferências previstas no § 5º do art. 153 e nos arts. 158 e 159, efetivamente
realizado no exercício anterior:
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)

I - 7% (sete por cento) para Municípios com população de até 100.000 (cem mil)
HABITANTES;
(Redação dada pela Emenda Constituição Constitucional nº 58, de 2009)

II - 6% (seis por cento) para Municípios com população entre 100.000 (cem mil)
e 300.000 (trezentos mil) habitantes;
(Redação dada pela Emenda Constituição Constitucional nº 58, de 2009)

III - 5% (cinco por cento) para Municípios com população entre 300.001
(trezentos mil e um) e 500.000 (quinhentos mil) habitantes;
(Redação dada pela Emenda Constituição Constitucional nº 58, de 2009)

90
APGE LEGIS
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

IV - 4,5% (quatro inteiros e cinco décimos por cento) para Municípios com
população entre 500.001 (quinhentos mil e um) e 3.000.000 (três milhões) de
habitantes;
(Redação dada pela Emenda Constituição Constitucional nº 58, de 2009)

V - 4% (quatro por cento) para Municípios com população entre 3.000.001 (três
milhões e um) e 8.000.000 (oito milhões) de habitantes;
(Redação dada pela Emenda Constituição Constitucional nº 58, de 2009)

VI - 3,5% (três inteiros e cinco décimos por cento) para Municípios com população
acima de 8.000.001 (oito milhões e um) habitantes.
(Redação dada pela Emenda Constituição Constitucional nº 58, de 2009)

TOTAL DE DESPESA DO PODER LEGISLATIVO MUNICIPAL

7% Até 100 mil habitantes.

6% Entre 100 mil e 300 mil habitantes.

5% Entre 300.001 e 500 mil habitantes.

4,5% Entre 500.001 e 3 milhões de habitantes.

4% Entre 3.000.001 e 8 milhões de habitantes.

3,5% Acima de 8.000.001 habitantes.

§ 1º. A Câmara Municipal NÃO GASTARÁ mais de 70% (setenta por cento) de
sua receita com folha de pagamento, incluído o gasto com o subsídio de seus
Vereadores.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)

↳ Sob pena de crime de responsabilidade do Presidente da Câmara Municipal.

§ 2º. Constitui CRIME DE RESPONSABILIDADE do Prefeito Municipal:


(Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)

I - efetuar repasse que supere os limites definidos neste artigo;


(Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)

II - não enviar o repasse até o dia 20 (vinte) de cada mês; ou


(Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)

III - enviá-lo a menor em relação à proporção fixada na Lei Orçamentária.


(Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)

§ 3º. Constitui crime de responsabilidade do Presidente da Câmara Municipal


o desrespeito ao § 1º deste artigo (gastar + de 70% de sua receita com folha de pagamento).
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)

91
APGE LEGIS
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

Competências dos Municípios – legislativas e administrativas.

Art. 30. Compete aos MUNICÍPIOS:


I - legislar sobre assuntos de INTERESSE LOCAL;
• Súmula Vinculante nº 38. É competente o Município para fixar o horário de funcionamento
de estabelecimento comercial.
• Súmula Vinculante nº 42. É inconstitucional a vinculação do reajuste de vencimentos de
servidores estaduais ou municipais a índices federais de correção monetária.
• Súmula Vinculante nº 49. Ofende o princípio da livre concorrência lei municipal que impede a
instalação de estabelecimentos comerciais do mesmo ramo em determinada área.
Obs.: essa súmula pode ser excepcionada por razões de segurança. Ex: distância mínima entre
postos de gasolina (conforme entendimento do STF – RE 204187 e RE 199101).
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Súmula vinculante 49-STF. Buscador Dizer o Direito, Manaus.
Disponível em:

<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/c563c2c394023a07d56ad6b3eb095
37a>.

Acesso em: 18/04/2023

• Fixação do horário de funcionamento de agências bancárias: afeta o sistema financeiro


nacional ⇾ Competência privativa da União (Súmula nº 19, STJ).
Obs.: os Municípios podem legislar sobre medidas que propiciem segurança, conforto e rapidez
aos usuários de serviços bancários (STF ARE 691591 AgR/RS, julgado em 18/12/2012).
Exs: tempo máximo de espera na fila (“Lei das Filas”), instalação de banheiros e bebedouros nas
agências, colocação de cadeiras de espera para idosos, disponibilização de cadeiras de rodas,
medidas para segurança dos clientes etc.
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Súmula 19-STJ. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:

<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/943aa0fcda4ee2901a7de9321663b
114>.

Acesso em: 18/04/2023

• Meia passagem para estudantes em transporte coletivos intermunicipais: competência dos


Estados.
↳ A Constituição Federal não trouxe uma regra expressa dizendo de quem seria a competência
para explorar os serviços de transporte intermunicipal. Diante disso, a competência será dos
Estados-membros, que possuem competência residual, na forma do art. 25, § 1º, da CF/88.
Logo, incumbe aos Estados-membros, como titulares da exploração do transporte rodoviário
intermunicipal, a definição da respectiva política tarifária, à luz dos elementos que possam
influenciá-la, como o prazo de validade do bilhete, nos termos do art. 175 da Constituição.
A União, ao dispor acerca do prazo de validade dos bilhetes de transporte coletivo rodoviário
intermunicipal, imiscuiu-se na competência constitucional residual do Estado-membro.

92
APGE LEGIS
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

STF. Plenário. ADI 4289/DF, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 8/4/2022 (Info 1050).
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Compete aos estados-membros a definição do prazo de validade
de bilhetes de transporte rodoviário intermunicipal de passageiros. Buscador Dizer o Direito, Manaus.
Disponível em:

<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/2747e3c644b9a085cd4d3a7718b1
6024>.

Acesso em: 18/04/2023

II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber;


↳ Competência suplementar.

III - instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem como aplicar suas
rendas, sem prejuízo da obrigatoriedade de prestar contas e publicar balancetes nos
prazos fixados em lei;
IV - criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação estadual;
V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão,
os serviços públicos de interesse local, incluído o de transporte coletivo, que tem
caráter essencial;
↳ Transporte coletivo intramunicipal (dentro do Município).

COMPETÊNCIA PARA EXPLORAR OS SERVIÇOS DE TRANSPORTE

Internacional União

Interestadual União

Intermunicipal Estado

Intramunicipal Município

CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Compete aos estados-membros a definição do prazo de validade
de bilhetes de transporte rodoviário intermunicipal de passageiros. Buscador Dizer o Direito, Manaus.
Disponível em:

<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/2747e3c644b9a085cd4d3a7718b1
6024>.

Acesso em: 18/04/2023

VI - manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado,


programas de educação infantil e de ensino fundamental;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)

VII - prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, serviços


de atendimento à saúde da população;
VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante
planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano;

93
APGE LEGIS
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

IX - promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observada a


legislação e a ação fiscalizadora federal e estadual.

Art. 31. A fiscalização do Município será exercida pelo Poder Legislativo


Municipal, mediante controle externo, e pelos sistemas de controle interno do Poder
Executivo Municipal, na forma da lei.
§ 1º. O controle externo da Câmara Municipal será exercido com o auxílio dos
Tribunais de Contas dos Estados ou do Município ou dos Conselhos ou Tribunais de
Contas dos Municípios, onde houver.
§ 2º. O parecer prévio, emitido pelo órgão competente sobre as contas que o
Prefeito deve anualmente prestar, só deixará de prevalecer por decisão de 2/3 (dois
terços) dos membros da Câmara Municipal.
• Nas esferas federal e estadual o parecer é opinativo e o Poder Legislativo é livre para
discordar.
• Na esfera municipal, no entanto, o parecer é vinculante, mas poderá ser derrubado por 2/3
dos membros da Câmara Municipal.

§ 3º. As contas dos Municípios ficarão, durante 60 (sessenta) dias, anualmente,


à disposição de qualquer contribuinte, para exame e apreciação, o qual poderá
questionar-lhes a legitimidade, nos termos da lei.
§ 4º. É VEDADA a criação de Tribunais, Conselhos ou órgãos de Contas
Municipais.

CAPÍTULO V
DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS

Seção I
Do Distrito Federal

Art. 32. O Distrito Federal, VEDADA sua divisão em Municípios, reger-se-á por
LEI ORGÂNICA, votada em 2 (dois) turnos com interstício mínimo de 10 (dez) dias, e
aprovada por 2/3 (dois terços) da Câmara Legislativa, que a promulgará, atendidos
os princípios estabelecidos nesta Constituição.
• Natureza jurídica: natureza híbrida (acumula competências de Estados e Municípios).
Tem autonomia parcialmente tutelada pela União. Ex: PM/DF, PC/DF, CBM/DF, Polícia Penal,
Poder Judiciário, MP/DFT.

94
APGE LEGIS
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

Obs.: a Defensoria Pública do DF é mantida pelo próprio DF e não pela União.


• Auto-organização: através de Lei Orgânica (LO/DF). Votada em 2 turnos, com interstício
mínimo de 10 dias e aprovada por 2/3 da Câmara Legislativa.
• Autolegislação: leis distritais (natureza estadual ou municipal).
• Alteração dos limites territoriais: não há previsão constitucional. O DF não pode ser dividido
em municípios.

§ 1º. Ao Distrito Federal são atribuídas as competências legislativas reservadas


aos Estados e Municípios.
• Súmula nº 642, STF. Não cabe ação direta de inconstitucionalidade de lei do Distrito Federal
derivada da sua competência legislativa municipal.
↳ O art. 102, I, “a”, da CF/88 somente admite ADI contra lei ou ato normativo federal ou estadual.
Não cabe contra lei ou ato normativo de competência municipal.
Logo, quando o DF edita uma lei no exercício de competência municipal, não cabe ADI para o
STF contra este ato normativo. Poderia ser proposta ADI no TJDFT alegando violação à Lei
Orgânica do DF.

CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Súmula 642-STF. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:

<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/201e5bacd665709851b77148e225
b332>.

Acesso em: 18/04/2023

§ 2º. A eleição do Governador e do Vice-Governador, observadas as regras do


art. 77, e dos Deputados Distritais coincidirá com a dos Governadores e Deputados
Estaduais, para mandato de igual duração (4 anos).
§ 3º. Aos Deputados Distritais e à Câmara Legislativa aplica-se o disposto no art.
27.
§ 4º. Lei federal disporá sobre a utilização, pelo Governo do Distrito Federal, da
polícia civil, da polícia penal, da polícia militar e do corpo de bombeiros militar.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 104, de 2019)

Seção II
Dos Territórios

Art. 33. A lei disporá sobre a organização administrativa e judiciária dos


Territórios.
§ 1º. Os Territórios poderão ser divididos em Municípios, aos quais se aplicará,
no que couber, o disposto no Capítulo IV deste Título.

95
APGE LEGIS
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

§ 2º. As contas do Governo do Território serão submetidas ao Congresso


Nacional, com parecer prévio do Tribunal de Contas da União.
§ 3º. Nos Territórios Federais com mais de 100 (cem) mil habitantes, além do
Governador nomeado na forma desta Constituição, haverá órgãos judiciários de
primeira e segunda instância, membros do Ministério Público e defensores públicos
federais; a lei disporá sobre as eleições para a Câmara Territorial e sua competência
deliberativa.

CAPÍTULO VI
DA INTERVENÇÃO

Art. 34. A União NÃO intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, EXCETO
para:
I - manter a integridade nacional;
II - repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra;
III - pôr termo a grave comprometimento da ordem pública;
IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da
Federação;
V - reorganizar as finanças da unidade da Federação que:
a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de 2 (dois) anos
consecutivos, SALVO motivo de força maior;
b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas nesta
Constituição, dentro dos prazos estabelecidos em lei;
VI - prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial;
VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais:
↳ Princípios constitucionais sensíveis.

a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático;


b) direitos da pessoa humana;
c) autonomia municipal;
d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta;
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais,
compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento
do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)

96
APGE LEGIS
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

Art. 35. O Estado NÃO intervirá em seus Municípios, nem a União nos
Municípios localizados em Território Federal, EXCETO quando:
I - deixar de ser paga, SEM motivo de força maior, por 2 (dois) anos
consecutivos, a dívida fundada;
II - não forem prestadas contas devidas, na forma da lei;
III - não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal na
manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)

IV - o Tribunal de Justiça der provimento a representação para assegurar a


observância de princípios indicados na Constituição Estadual, ou para prover a
execução de lei, de ordem ou de decisão judicial.

Art. 36. A DECRETAÇÃO DA INTERVENÇÃO DEPENDERÁ:


I - no caso do art. 34, IV, de solicitação do Poder Legislativo ou do Poder
Executivo coacto ou impedido, ou de requisição do Supremo Tribunal Federal, se a
coação for exercida contra o Poder Judiciário;
Art. 34, CF. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, EXCETO para:
IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da Federação;

II - no caso de desobediência a ordem ou decisão judiciária, de requisição do


Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do Tribunal Superior
Eleitoral;
III - de provimento, pelo Supremo Tribunal Federal, de representação do
Procurador-Geral da República, na hipótese do art. 34, VII (princípios constitucionais
sensíveis), e no caso de recusa à execução de lei federal.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Art. 34, CF. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, EXCETO para:
VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais:
a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático;
b) direitos da pessoa humana;
c) autonomia municipal;
d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta;

97
APGE LEGIS
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a


proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e
serviços públicos de saúde.

IV - (Revogado pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004).

A DECRETAÇÃO DA INTERVENÇÃO DEPENDERÁ

No caso de intervenção da União em Estado • De solicitação do Poder Legislativo ou do


ou DF para garantir o livre exercício de Poder Executivo coacto ou impedido; ou
qualquer dos Poderes nas unidades da
• De requisição do STF – se a coação for
Federação
exercida contra o Poder Judiciário.

No caso de desobediência a ordem ou • De requisição do STF, do STJ ou do TSE.


decisão judiciária

No caso de intervenção da União em Estado • De provimento, pelo STF, de


ou DF para assegurar a observância dos representação do Procurador-Geral da
seguintes princípios constitucionais: República.
- forma republicana, sistema representativo
e regime democrático;
- direitos da pessoa humana;
- autonomia municipal;
- prestação de constas da Adm. Pública,
direta e indireta;
- aplicação do mínimo exigido da receita
resultante de impostos estaduais,
compreendida a proveniente de
transferências, na manutenção e
desenvolvimento do ensino e nas ações e
serviços públicos de saúde.

No caso de recusa à execução de lei federal

§ 1º. O decreto de intervenção, que especificará a amplitude, o prazo e as


condições de execução e que, se couber, nomeará o interventor, será submetido à
apreciação do Congresso Nacional ou da Assembleia Legislativa do Estado, no prazo
de 24 (vinte e quatro) horas.
§ 2º. Se não estiver funcionando o Congresso Nacional ou a Assembleia
Legislativa, far-se-á convocação extraordinária, no mesmo prazo de 24 (vinte e
quatro) horas.

98
APGE LEGIS
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

§ 3º. Nos casos do art. 34, VI (prover a execução de lei federal, ordem ou decisão
judicial) e VII (assegurar a observância dos princípios constitucionais sensíveis), ou do art. 35,
IV (o Tribunal de Justiça der provimento a representação para assegurar a observância de
princípios indicados na Constituição Estadual, ou para prover a execução de lei, de ordem ou de
decisão judicial), DISPENSADA a apreciação pelo Congresso Nacional ou pela
Assembleia Legislativa, o decreto limitar-se-á a SUSPENDER a execução do ato
impugnado, se essa medida bastar ao restabelecimento da normalidade.
§ 4º. CESSADOS os motivos da intervenção, as autoridades afastadas de seus
cargos a estes voltarão, SALVO impedimento legal.

CAPÍTULO VII
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Seção I
Disposições Gerais

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da


União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao
seguinte:
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

L Legalidade

I Impessoalidade

M Moralidade

P Publicidade

E Eficiência

I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que


preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma
da lei;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia


em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a
complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as

99
APGE LEGIS
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e


exoneração;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

• Súmula Vinculante nº 43/ Súmula nº 685, STF. É inconstitucional toda modalidade de


provimento que propicie ao servidor investir-se, SEM prévia aprovação em concurso público
destinado ao seu provimento, em cargo que não integra a carreira na qual anteriormente
investido.
• Súmula Vinculante nº 44/ Súmula nº 686, STF. Só por lei se pode sujeitar a exame
psicotécnico a habilitação de candidato a cargo público.

III - o prazo de validade do concurso público será de até 2 (dois) anos,


prorrogável uma vez, por igual período;
IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele
aprovado em concurso público de provas ou de provas e títulos será convocado com
prioridade sobre novos concursados para assumir cargo ou emprego, na carreira;
V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores
ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por
servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei,
destinam-se apenas às atribuições de DIREÇÃO, CHEFIA E ASSESSORAMENTO;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

• Súmula Vinculante nº 13. A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta,


colateral ou por afinidade, até o 3º grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da
mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o
exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na
administração pública direta e indireta em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas,
VIOLA a Constituição Federal. (Nepotismo cruzado).

VI - é garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindical;


VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei
específica;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

↳ Norma de eficácia limitada ⇾ é cabível mandado de injunção.

O exercício do direito de greve, sob qualquer forma ou modalidade, é VEDADO aos policiais civis
e a todos os servidores públicos que atuem diretamente na área de segurança pública.
É obrigatória a participação do Poder Público em mediação instaurada pelos órgãos classistas
das carreiras de segurança pública, nos termos do art. 165 do CPC, para vocalização dos
interesses da categoria.
STF. Plenário. ARE 654432/GO, Rel. orig. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Alexandre de
Moraes, julgado em 5/4/2017 (repercussão geral) (Info 860).

CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Policiais são proibidos de fazer greve. Buscador Dizer o Direito,
Manaus. Disponível em:

100
APGE LEGIS
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/68d3743587f71fbaa5062152985aff
40>.

Acesso em: 26/04/2023

VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas
portadoras de deficiência e definirá os critérios de sua admissão;
• Súmula nº 377, STJ. O portador de visão monocular tem direito de concorrer, em concurso
público, às vagas reservadas aos deficientes.
• Súmula nº 552, STJ. O portador de surdez UNILATERAL não se qualifica como pessoa com
deficiência para o fim de disputar as vagas reservadas em concursos públicos.

IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para


atender a necessidade TEMPORÁRIA de EXCEPCIONAL INTERESSE PÚBLICO;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 106, de 2020).

X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o § 4º do


art. 39 somente poderão ser fixados ou alterados por lei específica, observada a
iniciativa privativa em cada caso, assegurada revisão geral anual, sempre na mesma
data e sem distinção de índices;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

Art. 39, § 4º, CF. O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os Ministros de Estado e
os Secretários Estaduais e Municipais serão remunerados exclusivamente por subsídio fixado
em parcela única, VEDADO o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba
de representação ou outra espécie remuneratória, obedecido, em qualquer caso, o disposto no
art. 37, X e XI.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

• Súmula Vinculante nº 37. Não cabe ao Poder Judiciário, que não tem função legislativa,
aumentar vencimentos de servidores públicos sob o fundamento de isonomia.

XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos


públicos da administração direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer
dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores
de mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos, pensões ou outra
espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, incluídas as vantagens
pessoais ou de qualquer outra natureza, NÃO poderão exceder o subsídio mensal, em
espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como limite, nos
Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito Federal, o subsídio
mensal do Governador no âmbito do Poder Executivo, o subsídio dos Deputados
Estaduais e Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o subsidio dos
Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a 90,25% (noventa inteiros e vinte
e cinco centésimos por cento) do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do
Supremo Tribunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite aos
membros do Ministério Público, aos Procuradores e aos Defensores Públicos;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, de 2003)

101
APGE LEGIS
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

↳ O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas e às sociedades de economia mista, e


suas subsidiárias, que receberem recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos
Municípios para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral (§9º).

XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário NÃO


poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo;
• Súmula Vinculante nº 42/ Súmula nº 681, STF. É inconstitucional a vinculação do reajuste
de vencimentos de servidores estaduais ou municipais a índices federais de correção
monetária.

XIII - é VEDADA a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies


remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do serviço público;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público NÃO serão


computados nem acumulados para fins de concessão de acréscimos ulteriores;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

↳ Evitar o “efeito-repique” / “adicionais em cascata”.

XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e empregos públicos


são IRREDUTÍVEIS, ressalvado o disposto nos incisos XI e XIV deste artigo e nos arts.
39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

XVI - é VEDADA a acumulação remunerada de cargos públicos, EXCETO,


quando houver compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto
no inciso XI:
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

a) a de 2 (dois) cargos de professor;


(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

b) a de 1 (um) cargo de professor com outro técnico ou científico;


(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

c) a de 2 (dois) cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com


profissões regulamentadas;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 34, de 2001)

XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange


autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, suas
subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo poder
público;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

102
APGE LEGIS
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

XVIII - a administração fazendária e seus servidores fiscais terão, dentro de suas


áreas de competência e jurisdição, precedência sobre os demais setores administrativos,
na forma da lei;
XIX - somente por LEI ESPECÍFICA poderá ser criada autarquia e autorizada a
instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação,
cabendo à LEI COMPLEMENTAR, neste último caso, definir as áreas de sua atuação;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

XX - DEPENDE DE AUTORIZAÇÃO LEGISLATIVA, em cada caso, a CRIAÇÃO


de subsidiárias das entidades mencionadas no inciso anterior, assim como a
participação de qualquer delas em empresa privada;
XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços,
compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que
assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que
estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta,
nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e
econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações;
XXII - as administrações tributárias da União, dos Estados, do Distrito Federal
e dos Municípios, atividades essenciais ao funcionamento do Estado, exercidas por
servidores de carreiras específicas, terão recursos prioritários para a realização de
suas atividades e atuarão de forma integrada, inclusive com o compartilhamento de
cadastros e de informações fiscais, na forma da lei ou convênio.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

§ 1º. A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos


órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social,
dela NÃO podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção
pessoal de autoridades ou servidores públicos.
§ 2º. A não observância do disposto nos incisos II e III implicará a NULIDADE
do ato e a punição da autoridade responsável, nos termos da lei.
↳ II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso
público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo
ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão
declarado em lei de livre nomeação e exoneração; (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 19, de 1998)
↳ III - o prazo de validade do concurso público será de até 2 (dois) anos, prorrogável uma vez,
por igual período;

§ 3º. A LEI disciplinará as formas de participação do usuário na administração


pública direta e indireta, regulando especialmente:
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

103
APGE LEGIS
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

I - as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos em geral,


asseguradas a manutenção de serviços de atendimento ao usuário e a avaliação
periódica, externa e interna, da qualidade dos serviços;
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a informações sobre


atos de governo, observado o disposto no art. 5º, X e XXXIII;
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

III - a disciplina da representação contra o exercício negligente ou abusivo de


cargo, emprego ou função na administração pública.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 4º. Os ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA importarão a suspensão


dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o
ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação
penal cabível.

ATOS DE IMPROBIDADE

• SUSPENSÃO dos direitos políticos;

• Perda da função pública;


Importarão
• Indisponibilidade dos bens; e

• Ressarcimento ao erário.

• Na forma e gradação previstas em lei.


• Sem prejuízo da ação penal cabível.

§ 5º. A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por


qualquer agente, servidor ou não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as
respectivas ações de ressarcimento.
§ 6º. As pessoas jurídicas de Direito Público e as de Direito Privado prestadoras
de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade,
causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos
casos de DOLO OU CULPA.
Em regra, o Estado não tem responsabilidade civil por atos praticados por presos foragidos;
exceção: quando demonstrado nexo causal direto.
Nos termos do artigo 37, § 6º, da Constituição Federal, não se caracteriza a responsabilidade
civil objetiva do Estado por danos decorrentes de crime praticado por pessoa foragida do sistema
prisional, quando não demonstrado o nexo causal direto entre o momento da fuga e a conduta
praticada.

104
APGE LEGIS
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

STF. Plenário. RE 608880, Rel. Min. Marco Aurélio, Relator p/ Acórdão Alexandre de Moraes,
julgado em 08/09/2020 (Repercussão Geral – Tema 362) (Info 993).

CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Em regra, o Estado não tem responsabilidade civil por atos
praticados por presos foragidos; exceção: quando demonstrado nexo causal direto. Buscador Dizer o
Direito, Manaus. Disponível em:

<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/0e16366727185813f59d4a946787
8901>.

Acesso em: 26/04/2023

Em regra, o Estado responde de forma objetiva pelos danos causados a profissional de imprensa
ferido, por policiais, durante cobertura jornalística de manifestação pública.
O Estado responde de forma objetiva pelos danos causados a profissional de imprensa ferido,
por policiais, durante cobertura jornalística de manifestação pública em que ocorra tumulto ou
conflito, desde que o jornalista NÃO haja descumprido ostensiva e clara advertência quanto ao
acesso a áreas definidas como de grave risco à sua integridade física, caso em que poderá ser
aplicada a excludente da responsabilidade por culpa exclusiva da vítima.
• Tese fixada pelo STF: “É objetiva a Responsabilidade Civil do Estado em relação a profissional
da imprensa ferido por agentes policiais durante cobertura jornalística, em manifestações em
que haja tumulto ou conflitos entre policiais e manifestantes. Cabe a excludente da
responsabilidade da culpa exclusiva da vítima, nas hipóteses em que o profissional de
imprensa descumprir ostensiva e clara advertência sobre acesso a áreas delimitadas, em que
haja grave risco à sua integridade física”.
STF. Plenário. RE 1209429/SP, Rel. Min. Marco Aurélio, redator do acórdão Min. Alexandre de
Moraes, julgado em 10/6/2021 (Repercussão Geral – Tema 1055) (Info 1021).

CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Em regra, o Estado responde de forma objetiva pelos danos
causados a profissional de imprensa ferido, por policiais, durante cobertura jornalística de manifestação
pública. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:

<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/076ccd93ad68be51f23707988e934
906>.

Acesso em: 26/04/2023

A vítima somente poderá ajuizar a ação de indenização contra o Estado; se este for condenado,
poderá acionar o servidor que causou o dano em caso de dolo ou culpa; o ofendido NÃO poderá
propor a demanda diretamente contra o agente público.
A teor do disposto no art. 37, § 6º, da Constituição Federal, a ação por danos causados por
agente público deve ser ajuizada contra o Estado ou a pessoa jurídica de direito privado
prestadora de serviço público, sendo parte ilegítima para a ação o autor do ato, assegurado o
direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
STF. Plenário. RE 1027633/SP, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 14/8/2019 (repercussão
geral) (Info 947).

CAVALCANTE, Márcio André Lopes. A vítima somente poderá ajuizar a ação de indenização contra o
Estado; se este for condenado, poderá acionar o servidor que causou o dano em caso de dolo ou culpa;
o ofendido não poderá propor a demanda diretamente contra o agente público. Buscador Dizer o Direito,
Manaus. Disponível em:

105
APGE LEGIS
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/eae31887c8969d1bde123982d3d4
3cd2>.

Acesso em: 26/04/2023

§ 7º. A lei disporá sobre os requisitos e as restrições ao ocupante de cargo ou


emprego da administração direta e indireta que possibilite o acesso a informações
privilegiadas.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 8º. A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades


da administração direta e indireta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser
firmado entre seus administradores e o poder público, que tenha por objeto a fixação
de metas de desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à LEI dispor sobre:
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

I - o prazo de duração do contrato;


(Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, obrigações e


responsabilidade dos dirigentes;
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

III - a remuneração do pessoal.


(Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 9º. O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas e às sociedades de


economia mista, e suas subsidiárias, que receberem recursos da União, dos Estados, do
Distrito Federal ou dos Municípios para pagamento de despesas de pessoal ou de
custeio em geral.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 10. É VEDADA a percepção simultânea de proventos de aposentadoria


decorrentes do art. 40 ou dos arts. 42 e 142 com a remuneração de cargo, emprego
ou função pública, ressalvados os cargos acumuláveis na forma desta Constituição,
os cargos eletivos e os cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e
exoneração.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

§ 11. NÃO serão computadas, para efeito dos limites remuneratórios de que
trata o inciso XI do caput deste artigo, as parcelas de caráter indenizatório previstas
em lei.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005)

§ 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste artigo, fica facultado aos
Estados e ao Distrito Federal fixar, em seu âmbito, mediante emenda às respectivas
Constituições e Lei Orgânica, como limite único, o subsídio mensal dos
Desembargadores do respectivo Tribunal de Justiça, limitado a 90,25% (noventa
inteiros e vinte e cinco centésimos por cento) do subsídio mensal dos Ministros do
106
APGE LEGIS
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

Supremo Tribunal Federal, NÃO se aplicando o disposto neste parágrafo aos subsídios
dos Deputados Estaduais e Distritais e dos Vereadores.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005)

§ 13. O servidor público titular de cargo efetivo poderá ser READAPTADO para
exercício de cargo cujas atribuições e responsabilidades sejam compatíveis com a
limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou mental, enquanto
permanecer nesta condição, desde que possua a habilitação e o nível de escolaridade
exigidos para o cargo de destino, mantida a remuneração do cargo de origem.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

⇾ Readaptação:
• Servidor com limitação física ou mental.
• Readaptação para cargo cujas atribuições e responsabilidades sejam compatíveis com a
limitação que tenha sofrido.
• Desde que possua a habilitação e o nível de escolaridade exigidos para o cargo de destino.
• Mantida a remuneração do cargo de origem.

§ 14. A aposentadoria concedida com a utilização de tempo de contribuição


decorrente de cargo, emprego ou função pública, inclusive do Regime Geral de
Previdência Social, acarretará o ROMPIMENTO do vínculo que gerou o referido
tempo de contribuição.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

§ 15. É VEDADA a complementação de aposentadorias de servidores públicos e


de pensões por morte a seus dependentes que não seja decorrente do disposto nos §§
14 a 16 do art. 40 ou que não seja prevista em lei que extinga regime próprio de
previdência social.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

§ 16. Os órgãos e entidades da administração pública, individual ou


conjuntamente, devem realizar avaliação das políticas públicas, inclusive com
divulgação do objeto a ser avaliado e dos resultados alcançados, na forma da lei.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 109, de 2021)

Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autárquica e fundacional,


no exercício de mandato eletivo, aplicam-se as seguintes disposições:
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, ficará


AFASTADO de seu cargo, emprego ou função;

107
APGE LEGIS
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

II - investido no mandato de Prefeito, será AFASTADO do cargo, emprego ou


função, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração;
III - investido no mandato de Vereador, havendo compatibilidade de horários,
perceberá as vantagens de seu cargo, emprego ou função, SEM prejuízo da
remuneração do cargo eletivo, e, não havendo compatibilidade, será aplicada a norma
do inciso anterior;
↳ Não havendo compatibilidade: será afastado do cargo, emprego ou função, sendo-lhe
facultado optar pela sua remuneração.

• Prefeito e Vereador podem optar pela remuneração; os demais não.

IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de mandato


eletivo, seu tempo de serviço será contado para todos os efeitos legais, EXCETO
para promoção por merecimento;
V - na hipótese de ser segurado de regime próprio de previdência social,
permanecerá filiado a esse regime, no ente federativo de origem.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

SERVIDOR PÚBLICO DA ADM. DIRETA, AUTÁRQUICA E FUNDACIONAL – NO


EXERCÍCIO DE MANDATO ELETIVO

MANDATO ELETIVO FEDERAL, • ficará AFASTADO de seu cargo, emprego


ESTADUAL OU DISTRITAL ou função;

MANDATO DE PREFEITO • será AFASTADO do cargo, emprego ou


função, sendo-lhe facultado optar pela sua
remuneração;

⇾ Havendo compatibilidade de horários:


• perceberá as vantagens de seu cargo,
emprego ou função, sem prejuízo da
MANDATO DE VEREADOR
remuneração do cargo eletivo;
⇾ Não havendo compatibilidade:
• será afastado do cargo, emprego ou função,
sendo-lhe facultado optar pela sua
remuneração.

⇾ Em qualquer caso que EXIJA O AFASTAMENTO para o exercício de mandato eletivo:


• seu tempo de serviço será contado para todos os efeitos legais.

⚠ EXCETO para promoção por merecimento;

⇾ Na hipótese de ser segurado de regime próprio de previdência social, permanecerá


filiado a esse regime, no ente federativo DE ORIGEM.

108
APGE LEGIS
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

Seção II
Dos Servidores Públicos

Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, no


âmbito de sua competência, regime jurídico único e planos de carreira para os
servidores da administração pública direta, das autarquias e das fundações públicas.
* Vide ADI nº 2.135.

• Súmula Vinculante nº 04. SALVO nos casos previstos na Constituição, o salário-mínimo não
pode ser usado como indexador de base de cálculo de vantagem de servidor público ou de
empregado, nem ser substituído por decisão judicial.
O art. 7º, IV, da CF/88 afirma que é vedada a vinculação do salário-mínimo para qualquer fim.
Há, no entanto, no próprio texto constitucional situações em que o salário-mínimo é utilizado
como parâmetro (ex: art. 201, § 2º).
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Súmula vinculante 4-STF. Buscador Dizer o Direito, Manaus.
Disponível em:

<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/494c08f7a144d3cc4cfa661ed12440
39>.

Acesso em: 28/04/2023

• Súmula nº 97, STJ. Compete a Justiça do Trabalho processar e julgar reclamação de servidor
público relativamente a vantagens trabalhistas anteriores a instituição do Regime Jurídico
Único.
Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar ações relativas às verbas trabalhistas
referentes ao período em que o servidor mantinha vínculo celetista com a Administração, antes
da transposição para o regime estatutário.
STF. Plenário. ARE 1001075 RG, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 08/12/2016
(Repercussão Geral - Tema 928).
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Súmula 97-STJ. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:

<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/e2eabaf96372e20a9e3d4b5f83723
a61>.

Acesso em: 28/04/2023

§ 1º. A fixação dos padrões de vencimento e dos demais componentes do


sistema remuneratório observará:
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

I - a natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade dos cargos


componentes de cada carreira;
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

109
APGE LEGIS
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

II - os requisitos para a investidura;


(Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

III - as peculiaridades dos cargos.


(Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 2º. A União, os Estados e o Distrito Federal manterão escolas de governo para


a formação e o aperfeiçoamento dos servidores públicos, constituindo-se a
participação nos cursos um dos requisitos para a promoção na carreira, facultada,
para isso, a celebração de convênios ou contratos entre os entes federados.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 3º. Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o disposto no art. 7º,
IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer
requisitos diferenciados de admissão quando a natureza do cargo o exigir.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

• Salário-mínimo;
• garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração variável;
• décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria;
• remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;
• salário-família;
• duração do trabalho normal não superior a 8 horas diárias e 44 semanais, facultada a
compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de
trabalho;
• repouso semanal remunerado;
• remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em 50% à do normal;
• gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, 1/3 (um terço) a mais do que o salário
normal;
• licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de 120 dias;
• licença-paternidade;
• proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da
lei;
• redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança;
e
• proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por
motivo de sexo, idade, cor ou estado civil.

• Súmula Vinculante nº 16. Os artigos 7º, IV, e 39, § 3º (redação da EC nº 19/98), da


Constituição, referem-se ao total da remuneração percebida pelo servidor público.

110
APGE LEGIS
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

• Súmula nº 683, STF. O limite de idade para a inscrição em concurso público só se legitima
em face do art. 7º, XXX, da Constituição, quando possa ser justificado pela natureza das
atribuições do cargo a ser preenchido.

§ 4º. O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os Ministros de


Estado e os Secretários Estaduais e Municipais serão remunerados exclusivamente
por subsídio fixado em parcela única, VEDADO o acréscimo de qualquer gratificação,
adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória,
obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 5º. Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios poderá
estabelecer a relação entre a maior e a menor remuneração dos servidores públicos,
obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, XI.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 6º. Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário publicarão anualmente os


valores do subsídio e da remuneração dos cargos e empregos públicos.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 7º. Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios disciplinará
a aplicação de recursos orçamentários provenientes da economia com despesas
correntes em cada órgão, autarquia e fundação, para aplicação no desenvolvimento
de programas de qualidade e produtividade, treinamento e desenvolvimento,
modernização, reaparelhamento e racionalização do serviço público, inclusive sob a
forma de adicional ou prêmio de produtividade.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 8º. A remuneração dos servidores públicos organizados em carreira poderá ser


fixada nos termos do § 4º.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 9º. É VEDADA a incorporação de vantagens de caráter temporário ou


vinculadas ao exercício de função de confiança ou de cargo em comissão à
remuneração do cargo efetivo.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

Art. 40. O regime próprio de previdência social dos servidores titulares de


cargos efetivos terá caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do
respectivo ente federativo, de servidores ativos, de aposentados e de pensionistas,
observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

111

Você também pode gostar