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GOVERNO DA MINISTÉRIO DA SAÚDE

GUINÉ – BISSAU Gabinete do Ministro

DESPACHO Nº 37 /GMS/2016
O Governo através de um despacho do primeiro-ministro em 1990, emitiu uma
autorização que Possibilite a abertura de consultórios médicos individuais e coletivo,
gabinetes de odontologia e posto de enfermagem privada sujeitos ao controlo do
MINSA. Passados 26 anos, a prática privada de cuidados de saúde não se encontra
ate agora regulamentada e o MINSA tem enfrentado sérias dificuldades em coordena-
lá, razão pelo qual, faltam informações claras que indiquem o número de
estabelecimentos ou a localização desses serviços e, muito menos as categorias
profissionais que neles laboram.

Ciente da percepção que os responsáveis e gestores do serviço nacional de saúde tem


sobre o sector privada e o papel que pode desempenhar como um grande e importante
parceiro do MINSA, se for devidamente regulamentado e controlado. Esta expressão
de confiança tem-se refletido no investimento que os profissionais do sector público
têm feito nas clinica e nas farmácias privada.

Considerando que em 2007, foram identificados em Bissau um total de 28 estruturas


de prestação de cuidados do sector privado lucrativo, entre as quais 14 clinicas com
unidades de internamento e 14 simples consultórios médicos. Todavia, em nenhum
destes estabelecimentos existem informação sobre o âmbito das suas actividades
técnicas ou sobre o quadro dos seus recursos humanos.

Razão pelo qual o Governo determinado em pôr cobro a falta de regulamentação e


controlo das actividades das clinicas privadas e consultórios médicos, e ciente de que
no futuro o Governo reunido em conselho de ministros aprovara o diploma legal para
efeito de regulamentar o sector. Mas, entretanto, tendo em conta a urgência que se
coloca em controlar as actividades das clinicas privadas e consultórios médicos
impõe que sejam tomadas, ainda, a nível do MINSA, medidas tendente a regular tais
atividades.

Assim

Manda o Governo por Ministro da Saúde, no uso das prerrogativas que as leis lhe
conferem, o seguinte:

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CAPÍTULO I
Disposições gerais

Artigo-1.º
Objeto
1. O presente diploma aprova o regime jurídico aplicável ao licenciamento e a fiscalização
das clinicas e dos consultórios médicos privados e estabelece os requisitos que os mesmos
devem observar quanto a instalação, a organização e o funcionamento.
2. Os serviços médicos do setor pública e os do sector social regem-se pelas regras de
qualidade e segurança previstas neste diploma.

Artigo 2.º
Âmbito
O presente diploma se aplica as unidades ou estabelecimento de saúde privados que
prossigam atividades de prevenção, diagnóstico e tratamento das anomalias e doença,
independentemente da forma jurídica e da designação adoptadas, no âmbito das
competências legalmente atribuídas a cada um dos grupos profissionais envolvidos.

Artigo 3.º
Liberdade de escolha
As clinicas e os consultórios médicos devem respeitar o princípio da liberdade de escolha
por parte dos utilizadores, abstendo-se de praticar quaisquer actos que ponham em causa
este princípio.

Artigo 4.º
Qualidades e segurança
As normas de qualidade e segurança devem ser cumpridas em todas as situações previstas
no presente diploma de acordo com as regras definidas pelos códigos científicos e técnicos
internacionalmente reconhecidos nesta área, competindo a comissão técnica nacional
(CTN), propor ao ministro da saúde a sua adoção.

Artigo 5.º
Dever de cooperação
AS clinicas e os consultórios médicos devem colaborar com as autoridades de saúde nas
campanhas e programas de saúde pública.

Artigos 6.̊
Controlo de qualidade e manual de boas práticas
1. Os processos de garantia de qualidade são definidos no manual de boa práticas, aprovado
por despacho do ministro da saúde, ouvidas a Comissão Técnica Nacional, a Ordem dos
Médicos e Farmacêuticos e a Ordem dos Cirurgiões Dentistas.
2. O manual referido no número anterior deve ser elaborado de modo a permitir, a
acreditação das clinicas e dos consultórios médicos, integrando-se no sistema de qualidade
em saúde.

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Artigos 7.º
Manual de boas práticas
Do manual de boas práticas deve constar designadamente.
a) A listagem das nomenclaturas a utilizar pelos profissionais de saúde;
b) As obrigações do responsável pela clinica ou consultório e dos seus
colaboradores;
c) A indicação dos equipamentos específicos;
d) As indicações pormenorizadas sobre os procedimentos operativos,
designadamente quanto ao pessoal, ao movimento de doentes, a identificação dos
doentes, aos métodos a utilizarem, a validação dos resultados e sua transmissão, a
garantia de qualidade, à confidencialidade dos resultados e aos requisitos de
relatórios que sejam necessários;
e) A identificação do equipamento mínimo de reanimação;
f) A instrução sobre a manutenção dos equipamentos e periodicidade das
respetiva verificações;
g) As orientações sobre armazenamento e segurança;
h) As regras específicas quanto a organização, áreas e instalações;
i) As regras sobre o sistema de gestão e recolha de resíduos;

Artigo 8.º
Regras deontológicas
No desenrolamento da sua actividade devem as clinicas, os consultórios médicos e os seus
profissionais observarem o cumprimento das regras deontológicas em vigor nas respetivas
organizações profissionais, tendo em particular atenção o princípio da independência
profissional e técnica do director clinico.

CAPÍTULO II
Da licença de funcionamento

Artigo 9.º
Licença de funcionamento
O funcionamento das clinicas e dos consultórios médicos depende da obtenção de uma
licença, a conceder por despacho do ministro da saúde ou por órgão no qual ele delegue esta
competência.

Artigo 10.º
Comissão técnica nacional
1. É criada uma comissão técnica nacional, na dependência do ministro da saúde, que
emite parecer prévio sobre o licenciamento das clinicas e dos consultórios médicos referidos
no artigo1.º e sobre as matérias expressamente mencionadas no presente diploma legal e em
outras que lhe sejam conferidas por despacho ministerial.
2. Compete, nomeadamente, à CTN:
a) Emitir pareceres de carácter geral relacionados com a aplicação harmoniosa do
presente diploma legal em todo território nacional;
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b) Esclarecer as duvida que lhe sejam colocadas pela comissão de verificação
técnica ou pelas clinicas e consultório médicos;
c) Emitir parecer final sobre os processos de licenciamento instruídos pelas
Direções Regionais de Saúde (DRS) e confirmados pela comissão de
verificação técnica (CVT)
d) Elaborar relatório anual sobre funcionamento das clinicas, em especial no que
toca ao cumprimento das normas de qualidades e segurança;
e) Emitir parecer sobre os processos instruídos pelas DRS e confirmados pela
CVT que possam conduzir a suspensão ou revogação de licenças de
funcionamento.
3. As regras de funcionamento da CTN são definidas por despacho do Ministro da Saúde.
4. A CTN e constituída por três elementos, sendo um técnico de saúde em representação do
Ministro da Saúde, que preside, um medico especialista em representação da Ordem dos
Médicos e Farmacêuticos e um cirurgiões dentista em representação da ordem dos
Cirurgiões Dentistas.
5. Sempre que estejam em causa matérias com interesse pera outras entidades, a CTN
solicita o seu parecer prévio.

Artigo 11.º
Comissões de verificação técnica
1. É criada a comissão de verificação técnica (CVT) que funciona junto a inspeção Geral
de Atividades em Saúde (IGAS), a qual compete, genericamente, no âmbito dos poderes
de vistoria e inspeção:
a) Verificar a satisfação dos requisitos exigidos para a criação, organização e
funcionamento das clinicas e dos consultórios;
b) Avaliar a implementação dos programas de controlo de qualidade que
vierem a ser aprovadas por despacho ministerial, ouvidas a CTN, a Ordem
do Médicos e Farmacêuticos e a Ordem dos Cirurgiões Dentista;
c) Propor a instauração dos processos de contra-ordenações, com vista a
aplicação das coimas estabelecidas na lei;
d) Propor as medidas consideradas necessárias face as deficiências
detectadas;
e) Reconhecer o cumprimento pela clinicas e pelos consultórios médicos das
instruções constantes do manual de boa praticas aprovado por despacho
ministerial;
f) Instruir os processos conducentes a suspensão ou revogação da licença de
funcionamento
g) Verificar os equipamentos gerais
h) Apreciar as regras de armazenamento, segurança e certificação dos
produtos;
i) Verificações as condições de manutenção dos equipamentos e respetivas
verificações.

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2. A CVT e constituída por seis elementos, o Inspetor Geral de Atividades em Saúde, que
preside, dois subinspectores da IGS, um técnico de saúde em representação do Ministério da
Saúde, um medico especialista designado pela ordem dos médicos e farmacêuticos e um
cirurgião dentista indicado pela onde dos cirurgião dentista.
3. Os processos instruídos pelas CVT são enviados, à Direcção-Geral de Estabelecimento e
Cuidados de Saúde, que os submete ao parecer da CTN para efeitos do disposto do nº 2 do
artigo 10.º
4. AS regras de funcionamento das CVT são fixadas por despacho do ministro da saúde,
ouvida a CTN.
Artigos 12.º
Processo de licenciamento
1. O pedido de licenciamento de uma clinica ou consultório médico deve ser efectuado
mediante a apresentação de um requerimento dirigido ao ministro da saúde, através da
DRS onde se situa a mesma clinica.
2. Do requerimento devem contar:
a) A denominação social ou nome e demais elementos identificativo do
requerente;
b) A indicação da sede ou residência;
c) O número fiscal de contribuinte
d) A localização da clinica e sua designação;
e) A identificao da direcção clinica;
f) O tipo de serviço que se propõe prestar.
3. O requerimento é acompanhado pelos seguintes documentos;
a) Copia do cartão de identificação de pessoa colectiva ou do bilhete de
Identidade do requerente e, ainda, do restivo cartão de contribuinte;
b) Certidão actualizada do registo criminal;
c) Relação detalhada do pessoal e respetivo mapa, acompanhada de Certificados
de habilitações literárias e profissionais;
d) Programa funcional, memória descritiva e projecto das instalações em que a
clinicas ou consultório médico deve funcionar; assinado por técnico devidamente
habilitado;
e) Certificado que ateste que as instalações em que a clinica ou consultório
médicos deverá funcional cumprem as regras de segurança vigente;

f) Certificado emitido pela autoridade de saúde competente, que ateste as


condições higiossanitárias da clinicas ou consultório medico e de acessibilidade
das instalações;
g) Licença de alitização, emitida pela entidade municipal competente;
h) Projeto de regulamento interno da clinica.

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Artigo 13.º
Instrução do processo
1. Compete a respetiva DRS a instrução do processo de atribuição da licença de
funcionamentos que, a seguir serão encaminhados a CVT.
2. Para os efeito previstos no numero anterior, a DRS pode solicitar aos querentes todos os
esclarecimentos adicionais que em cada caso considere necessários a informação do
requerimento a que se refere o artigo anterior.

Artigo 14.º
Condições de licenciamento
São condições cumulativas de atribuição da licença de funcionamento:
a) A idoneidade do requerente, quê, no caso de se tratar de pessoa colectiva, deve
ser preenchida pelos administradores, directores ou gerentes que detenham a
direcção efectiva da clinica ou do consultório;
b) A idoneidade profissional do director clinico e de demais profissionais de
saúde da clinica ou do consultório medico;
c) A qualidade técnica dos tratamentos a prestar bem como dos equipamentos de
que ficarão dotados;
d) O cumprimento dos requisitos exigíveis em matéria de instalações,
equipamento, organização e funcionamento estabelecidos nos capítulos III e
IV deste diploma.

Artigo 15.º
Vistoria
1. A atribuição da licença de funcionamento é precedida de vistoria a efetuar pela CVT.
2. Efetuada a vistoria a que se refere o número anterior, deve CVT submeter o processo,
devidamente instruído e informado, a Direção – Geral de Estabelecimento de Cuidado de
Saúde.

Artigo 16.̊
Revogação da licença
1. Sempre que o funcionamento de uma clinica ou de consultor medico decorrer
em condições de manifesta degradação técnica dos cuidados e tratamentos
prestados, deve ser revogada a respetiva licença de funcionam por despacho do
Ministro da Saúde, mediante proposta do Diretor Geral de Estabelecimento de
Cuidados de Saúde, ouvida CTN.
2. As condições a que se refere o número anterior, deve ser comprovada em
processo instruído pelas CVT.
3. Notificado o despacho de revogação da licença de funcionamento, deve a
entidade cessar a sua actividade no prazo fixado, sob pena de se solicitar as
autoridades administrativas e policiais competente o encerramento compulsivo
mediante comunicação do despacho correspondente.

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Artigo 17.º
Suspensão da licença
1. Sempre que a clinica ou consultório medico não disponha dos meios matérias e humanos
exigíveis segundo os padrões actuais, mas seja possível supri-los, deve o Diretor Geral de
Estabelecimento de Cuidadas de Saúde propor ao Ministro da Saúde a suspensão da licença
de funcionamento, com inibição de funcionamento dos respetivos serviços, observando-se o
disposto no n.̊ 2 do artigo anterior.
2. O despacho que determinar a suspensão da licença fixa o prazo, não superior a 180 dia,
dentro do qual a clinicas deve realizar as obras, adquirir os equipamentos ou contratar o
pessoal necessário ao regular funcionamento dos seus serviços, sob pena de revogação da
licença.
3. Sempre que o funcionamento de uma clinica ou consultório medico constitua grave risco
para a saúde pública, a suspensão pode ser imediatamente imposta pelas autoridades de
saúde sem dependência do parecer da CVT, e deverão informar, de imediato, a CVT e a
Direção Geral de Estabelecimento de Cuidados de Saúde.

Artigo 18.º
Verificações periódicas
Para efeito do disposto nos artigos 16.º e 17.º anteriores, a CVT efetua verificações
periódicas as clinicas e aos consultório médicos, por sua iniciativa ou quando recebam
reclamações dos utente ou dos profissionais de saúde que, pela sua natureza, justifiquem a
sua realização.

Artigo 19.º
Publicidade da inibição de funcionamento e da revogação
As medidas de revogação ou de suspensão da licença de funcionalmente são divulgadas ao
público, pela respetiva DRS, através da afixação de edital na porta principal de acesso a
clinica ou ao consultório medico e da divulgação da decisão por outros meios que se
mostrem necessários a informação da população.

Artigo 20.°
Autorização de reabertura
1. Logo que cessem as razões que motivaram a suspensão da licença e mediante
requerimento do interessado, pode o Ministro da saúde determinar o termo da suspensão,
após vistoria a realizar à clinica ou au consultório médico pela CVT, ouvida a CTN.
2 A autorização de reabertura deve ser publicitada pelos mesmos meios utlizados na
divulgação da suspensão da licença.

CAPITULO III
Instalação equipamento
Artigo21.°
Meio físico
As clinicas e os consultórios médicos devem situar-se em meios físicos salubres, de fácil
acessibilidade e que desponham de infraestrutura viárias, de abastecimento de água, de
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sistema de recolha de águas resíduas e de resíduos, de energia elétrica e de
telecomunicações de acordo com a legislação em vigor.

Artigo 22.°
Instalações
1. As clinicas e os consultórios médicos devem dispor de instalações adequadas para
assegurar a qualidade técnica dos exames e tratamentos efetuados e estar instaladas em
locais exclusivamente destinados ao desenvolvimento das atividades abrangidas pelo
presente diploma.
2. Para efeitos do desposto no número anterior, as clinicas e os consultórios devem despor,
no mínimo, de uma aria clinicas composta por gabinete clinico e sala de esterilização e de
uma aria não clinica que compreenda um sector de receção e atendimento de utentes e sala
de espera com entalações sanitárias.

Artigo 23.°
Normas genéricas de instalação
As paredes, tetos, divisórias, portas e os revestimentos do pavimento das áreas destinadas a
tratamentos devem permitir a manutenção de um grau de assepsia e isolamento compatíveis
com a atividade a que se destinam.
Artigo24.°
Instalações técnicas e equipamentos especiais
1. AS clinicas e os consultórios médicos devem ser dotados de instalações e de
equipamentos adequados e com capacidade para assegurar a qualidade técnica dos
tratamentos efetuados, de acordo com as normas em vigor sobre qualidade, segurança e
higiene.
2. Devem as clinicas e os consultórios médicos respeitar as prescrições estabelecidas para
proteção contra os riscos de exposição a agentes biológicos.
3. Para efeitos do disposto no número anterior, as instalações técnicas abrangem, no
mínimo:
a) Instalações elétricas, de acordo com as regras e condições técnicas em vigor;
b) Climatização nomeadamente, ventilação, ar condicionado e extração, quando haja
libertação de produtos incómodos ou tóxicos;
c) Desinfeção e esterilização de matérias e equipamentos utilizados que delas
careçam;
d) Gestão de resíduos;
e) Rede de distribuição de água e avaliação da sua qualidade de acordo com a
legislação em vigor;
f) Segurança contra incêndios e intrusão;
g) Armazenamento de medicamento e produtos.
4. O projeto, conceção e funcionamento das instalações e dos equipamentos devem
obedecer as normas em vigor, bem como as recomendações especificas que a natureza das
varias técnicas justifique.

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Artigo 25.°
Equipamento geral
1. As clinicas e consultórios médicos devem possuir; no mínimo, o seguinte equipamento
geral:
a) Equipamento medica, de acordo com o manual de boas práticas;
b) Aparelho de raios X intra - oral;
c) Cuba de ultra - sons para limpeza e desinfeção instrumental;
d) Autoclave ou quimioclave.
2. A instalação e a utilização de aparelhos de raios X devem respeitar as normas técnicas em
vigor e ser licenciadas pela entidade competente.
Argo 26.°
Equipamento de emergência
As clinicas e os consultórios médicos devem possuir o equipamento de emergência que
consta do anexo ao presente diploma e que dele faz parte integrante.
Artigo 27.°
Desinfeção e esterilização de materiais e equipamentos
1. Todo o material não estilizável deve ser descartável e de uso único; nomeadamente as
lâminas e agulhas, e colocado em contentores próprios, não perfuráveis, com tampa
inviolável e com a inscrição no seu exterior de perigo biológico.
2. O material e equipamento estilizável deve ser sujeito a ciclos de limpeza e esterilização,
com utilização de produtos e processos que garantam a sua eficácia.

CAPITULO IV
Organização e funcionamento
Artigo28.°
Regulamento interno
As clinicas e os consultórios médicos devem dispor de um regulamento interno definido
pelo diretor clinico, do qual deve constar, pelo menos, o seguinte:
a) Identificação do diretor clinico e do seu substituto, bem como dos especialistas e
restantes colaborares;
b) Estrutura organizacional da clinica ou do consultório medico;
c) Deveres gerais dos profissionais;
d) Funções e competência, por grupos profissionais;
e) Normas de funcionamento;
f) Normas relativas aos utilizadores.
Artigo 29.°
Direção clinica
1. As clinicas e os consultórios médicos são tecnicamente dirigidos por um diretor clinico
com uma das seguintes qualificações:
a) Médico com especialidade inscrito na Ordem dos Médicos;
b) Cirurgião dentista inscrito na Ordem dos Cirurgiões Dentistas.
2. Cada diretor clinico só pode assumir a responsabilidade de uma clinica ou consultório
médico, implicando presença física que garanta a qualidade dos tratamentos adequados,
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devendo ser substituído nos seus impedimentos e ausências por um profissional qualificado
com formação adequada.
3. Em caso de morte ou incapacidade permanente do diretor clinico para o exercício da sua
profissão, deve a clinica ou o consultório proceder imediatamente a sua substituição e
informar a DRS do especialista designado.
4. Compete exclusivamente ao diretor clinico definir as técnicas que garantam a qualidade e
a escolha dos equipamentos.
5. Pode ser autorizado, por despacho do Ministro da saúde, no âmbito do processo de
licenciamento, que o diretor clinico exerça a direção clinica em duas clinicas ou
consultórios com fundamento no requerimento da entidade proponente e parecer da CTN,
que explicita as condições em que o exercício é autorizado.

Artigo 30.°
Pessoal
As clinicas e os consultórios médicos, para além do diretor clinico, devem dispor de pessoal
de atendimento ou de assistência aos utentes.

Artigo 31.°
Identificação
As clinicas e os consultórios médicos devem ser identificados em tabuleta no exterior e com
indicação do nome e habilitação profissional do diretor clinico.

Artigo 32.°
Informação aos utentes
1. O horário de funcionamento e a licença de autorização de funcionamento devem ser
afixados em local bem visível e acessível aos utentes.
2. A tabela de preços deve estar obrigatoriamente disponível para consulta pelos
utilizadores.
3. Deve ser afixada, em local bem visível, informação sobre a existência de livro de
reclamações.

Artigo 33º
Livro de reclamações
1. As clinicas e os consultórios médicos devem dispor de livro de reclamações de modelo
normalizado, insuscetível de ser desvirtuado, com termo de abertura datado e assinado pela
Direção Regional de Saúde da área.
2. As clinicas e os consultórios devem enviar mensalmente as Direções Regionais de Saúde
as reclamações efetuadas pelos utilizadores.
Artigo 34
Seguro profissional e de atividade
A responsabilidade civil profissional e a responsabilidade pela atividade das clinicas ou dos
consultórios médicos devem ser transferidas, total ou parcialmente, para empresas de
seguros.

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Artigo35º
Alterações relevantes de funcionamento
1. Estão sujeitas a comunicação previa a Direcção-Geral do Estabelecimentos de Cuidados
de saúde as alterações relevantes no funcionamento das clinicas ou dos consultórios,
designadamente transferência de titularidade, a cessão de exploração, a medrança da direção
clinica e as alterações do equipamento ou das estruturas físicas, mediante remodelação,
transformação ou ampliação.
2. Nas situações previstas no número anterior, a Direcção-Geral do Estabelecimento de
Cuidados de saúde tomara as medidas adequadas a garantia do cumprimento do presente
despacho.

Artigo 36º
Conservação e arquivo
As clinicas e os consultórios médicos devem conservar, por qualquer processo, pelo menos
durante cinco anos, sem prejuízo de outros prazos que venham a ser estabelecidos por
despacho do Ministro da saúde, ouvida a CTN, de acordo com as situações específicas
racionadas com a tipologia de informação adequada a diferentes situações clinicas, os
seguintes documentos:
a) Os resultados nominativos dos tratamentos efetuados;
b) Os resultados do programa de controlo de qualidade;
c) Os resultados das vistorias realizadas pela CVT;
d) Os contratos celebrados quanto a recolha dos resíduos;
e) Os contratos relativos a aquisição dos equipamentos.

CAPITULO V
Das contra – ordenações e sanções acessórias
Artigo 37º
Contra - ordenações
1. Constituem contra - ordenações puníveis com coima graduada de 750.000 XOF a
1. 500.000 XOF, no caso de pessoa singular, e de 1.500.000 XOF a até ao máximo de 5.000
000XOF, no caso de pessoa coletiva:
a) O funcionamento sem observância do disposto nos artigos 9º,16º e 17º;
b) A violação do disposto no artigo 29º;
c) O não cumprimenta dos programas de controlo de qualidade e do manual de
boas práticas;
d) A inobservância do disposto nos artigos 31º a 36º.
2. A negligência é punível.

Artigo 38º
Instrução, aplicação e destino das coimas
1. A aplicação das coimas previstas no artigo anterior compete ao Diretor - Geral de
Estabelecimentos e Cuidados de Saúde.
2. A instrução dos processos compete a CVT.
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3. O Produto das coimas reverte em 50% para o Estado, em 20% para a Direção – Geral de
Estabelecimento de Cuidados de Saúde, em 20% para a IGAS e em 10% para os membros
da CVT que instruíram o processo.

Artigo 39º
Sanção acessória
Em caso de revogação da licença de funcionamento todos os sócios ou titulares de órgãos
sociais da unidade clinica, seja pessoa singular ou coletiva, ficam inibidos de requerer nova
licença, deter qualquer participação ou por qualquer forma participar na gestão de clinicas
ou de consultórios médicos pelo período de dois anos, com exceção de quem denunciar
atempadamente a irregularidade.
CAPITULO VI
Disposições transitórias e finais
Artigo 40º
Disposição transitória
1. As clinicas e os consultórios médicos que se encontrem em funcionamento à data da
entrada em vigor do presente diploma devem, no prazo de 180 dias, sob pena do seu
encerramento, requerer a respetiva licença de funcionamento, organizando o correspondente
processo, de acordo com as regras constantes deste diploma.
2. As clinicas e consultórios médicos referidos no numero anterior não são exigíveis os
documentos referidos nas alíneas d), e), f), e g) do nº 3 do artigo 12.º.
3. A obrigatoriedade da observância do disposto no artigo 36.º, reporta-se a data da entrada
em vigor do presente diploma.

Artigo 41º
Entrada em vigor
O Presente Despacho entra imediatamente em vigor.

Com as comunicações legais.

CUMPRA-SE

O Gabinete do Ministro de Saúde em Bissau, ao 1 dia do mês de Agosto de 2016.

O Ministro.

Dr. Domingos Malu

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ANEXO
Equipamento de emergência em clinicas dentárias (a que se refere o artigo 26º)
Equipamento:
Estetoscópio
Esfigmomanómetro
Aparelho de oxigénio.
Ressuscitador (Ambu).
Abre-bocas helicoidal.
Tubos de Gnedel(Mayo).
Tubos oro traqueais (nº 5 a 8 ).
Pinça de tração de língua.
Aspirador de vácuo.
Descartáveis:
Garrote.
Seringas de 2 cc, 5 cc, 10 cc e 20 cc.
Agulhas nº 20 e 22.
Bisturi.
Tesoura.
Compressas esterilizadas.
Sistemas de soros.
Luvas cirúrgicas.
Gaze parafinada.
Sutaras.
Algodão em rama.
Cânulas de aspiração.
Kit de ventimask.
Fármacos:
Soro fisiológico.
Lactato de Ringer.
Dextrose a 20%.
Sucinato sódio de predvisolona.
Anti-hemorrágicos:
 Vitamina K.
 Ácido aminocaproico.
 Diazepam e ou midazolam.
 Adrenalina 0,5 cc 1/1000.
 Nitroglicerina.
 Soluto dérmico desinfetante.
 Salbutamol inalador.
 Furosemida injetável.
 Soluto de bicarbonato de sódio.
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