Você está na página 1de 34

Divisão de Engenharia

Licenciatura em Engenharia Eléctrica

4o ANO

Turma EE-42

Unidade de Competência: Práticas e Planeamento de Redes

Trabalho 1

Dimensionamento de Transformador de Corrente (TC) e Transformador de Potencial


(TP), Segundo Norma NBR

Discente:
Pais Lino Bartolomeu Docentes:
Eng.o Humberto Sede
Eng.a Verónica Wamusse

Songo,Julho de 2022
Divisão de Engenharia

Licenciatura em Engenharia Eléctrica

4o ANO

Turma EE-42

Dimensionamento de Transformador de Corrente (TC) e Transformador de Potencial


(TP), Segundo Norma NBR

Trabalho de carácter avaliativo


elaborado por estudante de 4o ano, da
turma de engenharia Eléctrica na
Unidade de Competência de Práticas e
Planeamento de redes, do Instituto
Superior Politécnico de Songo.

Songo,Julho de 2022
Índice

1. INTRODUÇÃO ..........................................................................................................................................1
2. TRANSFORMADOR DE CORRENTE (TC) .........................................................................................2
2.1 Circuito Equivalente do Transformador de Corrente. .......................................................................2
2.2. Símbolo e Marca de Polaridade do TC. ........................................................................................2
2.3. Relação de Transformação do TC ........................................................................................................3
2.4. Transformador de Corrente de Alta Reactância e de Baixa Reactância .................................3
2.4.1. Transformador de Corrente de Alta Reactância ..................................................................3
2.4.2. Transformador de Corrente Baixa Reactância.....................................................................4
2.5. Factor de Sobrecorrente do TC ......................................................................................................4
2.6. Classe de Exactidão pela ABNT ....................................................................................................5
2.7. Diferença ente TC de Medição e Protecção ................................................................................6
2.8. Factor Térmico de um TC ...............................................................................................................7
Exemplo Geral: Dimensionamento de um TC..............................................................................................8
3. TRANSFORMADOR DE POTENCIAL – TP ....................................................................................... 13
3.1. TP indutivo (NBR 6855/2009) ............................................................................................................ 13
3.2. TP Capacitivo (NBR 6855/2009) ................................................................................................. 13
3.3. Polaridade dos TP’s ...................................................................................................................... 14
3.4. Dados para Especificação de TP Indutivo (mínimo) ......................................................................... 15
3.5. Tensão Nominal e Relação Nominal .......................................................................................... 16
3.6. Grupo de Ligação .......................................................................................................................... 17
3.7. Tensão Máxima, Frequência e Classe de Isolamento............................................................. 18
3.9. Classe de Exactidão...................................................................................................................... 19
3.10. Potência Térmica Nominal - ........................................................................................ 19
Exemplo: Dimensionamento do TP. ....................................................................................................... 20
4. Conclusão ............................................................................................................................................... 23
5. Bibliografia .................................................................................................................................................. 24
Anexos 1: Cargas ligadas no Secundário do TC...................................................................................... 25
Anexos 2: Tabelas de Transformador de Potencial ................................................................................. 27
Lista de Figuras
FIGURA 1. Circuito Equivalente do TC. ............................................................................... 2
FIGURA 2: Símbolo e Marca de Polaridade do TC .............................................................. 3
FIGURA 3: TC com três Enrolamentos. ............................................................................... 7
FIGURA 4 : diagrama unifilar da troço .................................................................................. 8
FIGURA 5: Conexão dos equipamentos no Secundário do TC .......................................... 11
FIGURA 6: Especificar a Classe de exactidão do TC pela ABNT. ..................................... 12
FIGURA 7: Figura: Transformador de Potencial Indutivo. .................................................. 13
FIGURA 8: Transformador de Potencial Capacitivo. .......................................................... 14
FIGURA 9: Polaridade dos TP’s ......................................................................................... 15
FIGURA 10: Grupo 1: TP projectado para ligação entre fases ........................................... 17
FIGURA 11: Grupo 2: TP projectado para ligação fase e terra em sistemas eficazmente
aterrados. ........................................................................................................................... 17
FIGURA 12: Grupo 3: TP projectado para ligação fase e terra em sistema em que não se
garante a eficácia do aterramento. ..................................................................................... 18
Lista de Abreviações
ANSI – American National Standards Institute

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas

NBR – Norma Brasileira

TC - Transformador de corrente

TP – Transformador de Potencial
1

1. INTRODUÇÃO
A protecção de Sistemas Eléctricos de Potência é feita através dos relés que são
interligados com os aparelhos de manobra. Como os níveis de tensões e de correntes
em Sistemas Eléctricos de Potência são grandes, os relés são alimentados por
transformadores de tensão ou transformador de potencial (TP) e transformadores de
corrente (TC).

Os Transformadores de potencial e de Corrente são transformadores destinados a


alimentar os equipamentos de medição, controlo e protecção.

O presente trabalho aborda sobre o dimensionamento do transformador de Potencial


(TP) pela Norma NBR6855/2015 da ABNT, assim como o dimensionamento do
transformador de Corrente (TC) pela Norma NBR6856.

1.1. Objectivos
1.1.1. Objectivo Geral
 Abordar sobre o dimensionamento de um transformador de corrente e
transformador de potencial (tensão)
1.1.2. Objectivos específicos
 Apresentar as características e grandezas a ter em conta no funcionamento
dos dois equipamentos aqui dimensionados;
 Apresentar os critérios usados no dimensionamento de um TC e de um TP.
 Especificar cada TC e TP Segundo a norma NBR6855/2015 e
NBR6855/2015, respectivamente, ambas normas são regidas pela ABNT.
2

2. TRANSFORMADOR DE CORRENTE (TC)


É um transformador destinado a reproduzir proporcionalmente em seu Circuito
secundário a corrente de seu circuito primário com sua posição fasorial mantida,
conhecida e adequada para uso em instrumentos de medição, controlo e protecção.

2.1 Circuito Equivalente do Transformador de Corrente.

FIGURA 1. Circuito Equivalente do TC.

Fonte: FERGUTZ, Marcos - Julho/2021 - TRANSFORMADORES PARA INSTRUMENTAÇÃO.

2.2. Símbolo e Marca de Polaridade do TC.


Para simplificar e evitar desenhar o núcleo magnético e os enrolamentos primários e os
secundários do TC adopta-se convencionalmente o símbolo da Figura 2.

O modo como as bobinas primárias e secundárias estão enroladas no núcleo


magnetico, são simbolicamente expresssas pelas marcas de polaridade como
indicadas na Figura 2: O fabricante para identificar os enrolamentos dos TC’s de
mesma polaridade, pode utilizar: Buchas de cor diferentes.

REGRA: A corrente primária ̇ entra pela marca de polaridade e a corrente

secundária ̇ sai pela marca de polaridade; ̇ e ̇ estão em FASE.


3

FIGURA 2: Símbolo e Marca de Polaridade do TC

Fonte: FERGUTZ, Marcos - Julho/2021 - TRANSFORMADORES PARA INSTRUMENTAÇÃO.

2.3. Relação de Transformação do TC


Define-se a relação de transformação do TC, como sendo o termo designado pela
expressão:

Como os equipamentos ligados no secundário do TC são padronizados para 5 A, as


relações de transformação do TC são convencionalmente denotadas por ⁄ .

Assim, pela NBR 6855 da ABNT, as correntes primárias do TC são de:

5 - 10 - 15 - 20 - 25 - 30 - 40 - 50 - 60 - 75 - 100 - 125 - 150 - 200 - 250 - 300 - 400 - 500 -


600 - 800 - 1000 1200 - 1500 - 2000 - 3000 - 4000 - 5000 - 6000 – 8000.

Os valores Sublinhados são os usados segundo a norma ANSI

2.4. Transformador de Corrente de Alta Reactância e de Baixa Reactância

2.4.1. Transformador de Corrente de Alta Reactância


São transformadores que têm bobina primária enrolada sobre o seu núcleo. Estes TC’s
têm uma reactância de dispersão com valor razoável em relação a impedância total do seu
circuito secundário sob carga nominal. Para melhorar a sensibilidade e qualidade do TC, a
sua bobina primária é enrolada, isto aumenta a sua força magnetomotriz. Pela norma, o
TC de alta reactância de dispersão é conhecido como:
4

 Tipo A pela ABNT, norma NBR 6856. A letra A vem da palavra ALTA do TC de alta
reactância de dispersão.

2.4.2. Transformador de Corrente Baixa Reactância


Devido a alta corrente do primário, a secção do cabo (fio) é grande, ficando impraticável
construtivamente fazer espiras no núcleo magnético do TC. Desse modo, o primário é
apenas uma barra que transpassa o núcleo do TC. Este TC é também conhecido como
tipo Bucha. Utiliza o mesmo principio de funcionamento usado no TC de medição tipo
alicate. O secundário é enrolado com muitas espiras para produzir o máximo de
acoplamento possível, diminuindo consideravelmente a reactância de dispersão. Pela
norma sua designação é feita por:

 Tipo B ABNT- norma NBR 6856, a letra B é abreviatura de baixa.

2.5. Factor de Sobrecorrente do TC


O factor de sobrecorrente (FS) do TC é definido pela relação da máxima corrente de curto-
circuito que pode passar pelo primário do TC e a sua corrente primária normal, para que a
precisão de sua classe seja mantida. As precisões do Transformador de corrente para
protecção são . O valor mais comum é .

Os valores do factor de sobrecorrente (FS), padronizados são:

 Pela ABNT A tendência é só se usar

Por exemplo, um TC com relação de transformação de e , só pode ser usado

em um sistema eléctrico, se acorrente de curto-circuito no local da instalação do TC não


ultrapassar o valor de:
5

Isto significa que a corrente de curto-circuito menor que o erro que o TC envia ao
seu secundário é menor ou igual a .

Construtivamente, o FS produz uma limitação no TC quanto ao seu erro produzido, pela não
linearidade da sua curva de magnetização do núcleo. Esta limitação é dada pela expressão:

A sua limitação é a garantia do TC de não o seu erro de sua classe de exactidão. Os erros do TC
são expressos por classe de exactidão definida de várias formas de acordo com a norma
empregada.

2.6. Classe de Exactidão pela ABNT


A ABNT define classe de exactidão do TC, como sendo a máxima potência aparente (VA)
consumida pela carga conectada no secundário, para uma corrente nominal no secundário
de 5 A.

Por exemplo, a nomenclatura do TC – Classe A10F20C50, é explicitada como segue:

{ }{ }{ }{ }{ }

{ }

.
6

2.7. Diferença ente TC de Medição e Protecção


De um geral se classificam os TCs em dois tipos:

 TC para serviço de medição;


 TC para serviço de protecção;

Os TC’s para serviço de medição devem manter o seu erro de sua classe de exactidão
para correntes de carga na faixa indicada pela expressão:

Suas classes mais usuais são de 0,3; 0,6 e 1,2%. Isto é, os TC’s de medição devem
manter sua precisão para correntes de carga normal.

Já os TC’s de protecção devem ser precisos até o seu erro aceitável para corrente
de curto – circuito de 20*IN. Portanto o núcleo magnético do TC de protecção deve ter
secção transversal grande, para não saturar no instante do curto – circuito.

Os núcleos magnéticos dos TC’s de medição são de secção menor que os de protecção,
para propositadamente saturarem durante durante os curto – circuitos. Isto é benigno,
porque a saturação limita o valor da sobretensão aplicada nos equipamentos de medição.
Portanto, a saturação é uma protecção, evitando a perfuração por sobretensão da isolação
dos TC’s de medição.

Então, para o TC poder contemplar estas duas características, o braço de núcleo


magnético da bobina secundária de medição deve ser fino, e o braço bobina secundaria
de protecção deve ser grosso. Para atender este propósito pode – se:

 Usar dois TC’s, um para medição e outro para a protecção, ou;


 Usar um TC com 3 enrolamentos, com braço de medição fino e o braço do
enrolamento de protecção grosso, exactamente como está na Figura 3.
7

FIGURA 3: TC com três Enrolamentos.

Fonte: KINDERMANN, Geraldo - 2005 – PROTECÇÃO DE SISTEMAS ELÉCTRICOS DE POTÊNCIA.

2.8. Factor Térmico de um TC


Factor Térmico de um TC é definido como sendo a relação entre a máxima corrente
primária admissível em regime permanente e sua corrente nominal.

(Em regime permanente)

Os valores mais usuais Factor Térmico de um TC são: 1,0; 1,2; 1,3; 1,5; 2,0.

Um transformador de corrente pode operar carregado plenamente e permanentemente até


o limite térmico sem prejuízo no seu desempenho, vida útil e nível de isolação.

O factor térmico de um TC é importante, porque já contempla o crescimento de carga do


alimentador e das possíveis folgas nas eventuais situações de emergências no sistema
eléctrico.
8

Exemplo Geral: Dimensionamento de um TC


Dado o diagrama unifilar da Figura:

FIGURA 4 : diagrama unifilar da troço

Fonte: KINDERMANN, Geraldo - 2005 – PROTECÇÃO DE SISTEMAS ELÉCTRICOS DE POTÊNCIA.

O TC deve alimentar simultaneamente, 1 Amperímetro A11-11, um medidor de energia


Watt-hora V-65, um medidor de energia Watt-hora 1B-10 e um relé de sobrecorrente IAC
51 B101A, ligado no seu Tap de 8 A. Considerar o erro do TC e factor de
Sobrecorrente de 20.

a) Dimensionar o TC, quanto a sua relação de transformação.

Solução: O cálculo da relação de transformação é feito utilizando dois critérios ou


verificando duas condições.

a.1 – Critério da relação da Carga do alimentador ( da fonte de tensão).

Neste caso o alimentador pode suprir no máximo os três transformadores em plena carga.
9

Pela Norma NBR 6858 da ABNT, as correntes primárias (em Ampére) do TC são de:

5 - 10 - 15 - 20 - 25 - 30 - 40 - 50 - 60 - 75 - 100 - 125 - 150 - 200 - 250 - 300 - 400 - 500 -


600 - 800 - 1000 1200 - 1500 - 2000 - 3000 - 4000 - 5000 - 6000 – 8000.

Os valores Sublinhados são os usados segundo a norma ANSI.

Então, dependendo da norma, para o problema, pode-se usar a relação de transformação


dos TC’s referidos a seguir:

 Pela ABNT,

 Pela ANSI,

Essa escolha não é definitiva, porque foi somente levado em consideração o


carregamento em regime permanente do alimentador, de seguida vai se verificar a
condição de Saturação.

Observação: Em caso do fabricante do TC fornecer o Factor de Sobrecarga ou Factor


Térmico do TC é relevante verificar a condição de sobrecarga em regime permanente:
.

Onde: é o factor de sobrecarga e depende da Empresa.

a.2. Critério do Curto-Circuito. (Também conhecida como condição de Saturação).

A máxima corrente de curto-circuito no local do TC deve estar dentro da limitação da


classe de exactidão do TC, de acordo com o seu Factor de Sobrecorrente (FS), isto é,
deve ser usada a expressada a seguir:
10

Portanto devido ao nível de curto-circuito no local da instalação do TC, deve-se escolher a

relação de transformação, ou seja, no de pela ABNT e pela ANSI.

b) Qual é Impedância do relé IAC 51 B101A

Consultando a Tabela 2 do Anexo 1 tem-se:

Utilizando-se a expressão

Na protecção por relés, é prático utilizar o termo Tap como Corrente de Tap ou Corrente
de ajuste do Relé. Deste modo a expressão anterior fica como sendo,

( )

( )
11

c) Qual é a carga total conectada no secundário do TC ?

A Figura 4 abaixo mostra como os instrumentos de medição e protecção estão conectados


no secundário do TC.

FIGURA 5: Conexão dos equipamentos no Secundário do TC

Fonte: KINDERMANN, Geraldo - 2005 – PROTECÇÃO DE SISTEMAS ELÉCTRICOS DE POTÊNCIA.

Usando a Tabela 1 do Anexo 1 (Cargas tipicas dos aparelhos de medida) e o valor obtido
na alínea b), gera-se a Tabela de carga no secundário do TC, apresentada abaixo:

Tabela: Carga no Secundário do TC.

Tipo Z( Potência Aparente (VA) para


A11-11 0,090 2,3
V-65 0,007 0,17
IB-10 0,042 1,10
IAC 51 B101A 0,095 2,375
Total da Carga 0,234 5,945

Observação: Na tabela acima, a potência aparente do relé IAC 51 B101A foi obtida para
uma corrente secundária , Isto é:

*
12

d) Especificar a Classe de exactidão do TC pela ABNT.

Esta especificação é feita com base na potência aparente do carregamento (carga no


secundário do TC). Ver a figura a seguir,

FIGURA 6: Especificar a Classe de exactidão do TC pela ABNT.

Fonte: KINDERMANN, Geraldo - 2005 – PROTECÇÃO DE SISTEMAS ELÉCTRICOS DE POTÊNCIA

Pelas combinações da expressão a seguir,

{ }{ }{ }{ }{ }

{ }

a classe de exactidão do TC pela ABNT é: .


13

3. TRANSFORMADOR DE POTENCIAL – TP

Os transformadores de potencial são equipamentos que adequam o nível de tensão


(rebaixamento) de forma a permitir que os instrumentos de medição e protecção
funcionem adequadamente sem que lhes seja necessário possuir tensão de acordo com o
valor nominal da rede à qual serão ligados.

3.1. TP indutivo (NBR 6855/2009)


Na sua forma mais simples, o transformador de potencial indutivo possui um enrolamento
primário e um enrolamento secundário, de tal forma que a sua relação de transformação
permite obter no secundário um valor padrão de tensão. Por norma os valores padrões
são: 115 𝑢 v ou .

FIGURA 7: Figura: Transformador de Potencial Indutivo.


Fonte: Google.com

Relação de transformação:

3.2. TP Capacitivo (NBR 6855/2009)


Equipamentos utilizados para tensões iguais ou superiores a 138 k. V. São constituídos de
dois conjuntos de capacitores, de tal forma que o conjunto C2 apresente tensões entre 5 e
15 kV, os quais são aplicados a um TP indutivo, dito intermediário, o qual, em seu
secundário, irá apresentar a tensão (115 V) adequada para os instrumentos.
14

FIGURA 8: Transformador de Potencial Capacitivo.

Fonte: FERGUTZ, Marcos - Julho/2021 - TRANSFORMADORES PARA INSTRUMENTAÇÃO.

3.3. Polaridade dos TP’s


A princípio, por norma, os TPs são construídos com polaridade subtractiva, podendo, à
pedido do cliente, ser construído com polaridade aditiva.

A questão de polaridade é importante quando o TP alimentar instrumentos tais como


wattímetros, fasímetros, varímetros, onde a polaridade é fundamental para o correcto
funcionamento do equipamento.
15

FIGURA 9: Polaridade dos TP’s

Fonte: FERGUTZ, Marcos - Julho/2021 - TRANSFORMADORES PARA INSTRUMENTAÇÃO.

3.4. Dados para Especificação de TP Indutivo (mínimo)


Tomando como base o item 7.5 da NBR 6855/15 os requisitos mínimos a serem
considerados em uma especificação de TP’s, são:

 Tensão nominal primária e secundária;


 Relação nominal do TP;
 Grupo de ligação, Tipo de aterramento e factores de sobretensão nominal;
 Tensão máxima, frequência e classe de isolação;
 Carga Nominal;
 Classe de exactidão;
 Potência térmica nominal;
 Uso: interior ou exterior;
 Tensão Nominal e Relação Nominal;
 Altitude.
16

3.5. Tensão Nominal e Relação Nominal


Notação adoptada pela NBR6855:

• Dois pontos (:) são usados para representar relações nominais como por exemplo
120:1 (13800 V para 115 V);

• Hífen (-) é usado para separar relações nominais de enrolamentos diferentes, como por
exemplo 13.800V-115 V;

• Sinal X é usado para separar tensões primárias nominais e relações nominais de


enrolamentos destinados a serem ligados em série ou paralelo, como por exemplo
6900x13800-115.

• A barra (/) é usada para separar tensões primárias nominais e relações nominais obtidas
por meio de derivações, seja no enrolamento primário ou no secundário, por exemplo:

⁄ ⁄ .
√ √

Exemplo 1: TP com um enrolamento primário e um enrolamento secundário:

Exemplo 2: TP com enrolamento primário e dois enrolamentos secundários com


derivações:

⁄ 𝑢 ⁄ ⁄

⁄ ⁄
√ √ √

Exemplo 3: TP com enrolamento primário para religação série ou paralelo e dois


enrolamentos secundários, sendo um com derivação:


√ √ √
17

3.6. Grupo de Ligação


Existem 3 grupos de ligação, o que afecta a forma construtiva dos TP’s:

 Grupo 1: Grupo 1: TP projectado para ligação entre fases

FIGURA 10: Grupo 1: TP projectado para ligação entre fases

Fonte: Fonte: FERGUTZ, Marcos - Julho/2021 - TRANSFORMADORES PARA INSTRUMENTAÇÃO.

 Grupo 2: TP projectado para ligação fase e terra em sistemas eficazmente aterrados

FIGURA 11: Grupo 2: TP projectado para ligação fase e terra em sistemas eficazmente aterrados.

Fonte: FERGUTZ, Marcos - Julho/2021 - TRANSFORMADORES PARA INSTRUMENTAÇÃO.


18

 Grupo 3: TP projectado para ligação fase e terra em sistema em que não se


garante a eficácia do aterramento.

FIGURA 12: Grupo 3: TP projectado para ligação fase e terra em sistema em que não se garante a eficácia do aterramento.

Fonte: FERGUTZ, Marcos - Julho/2021 - TRANSFORMADORES PARA INSTRUMENTAÇÃO.

3.7. Tensão Máxima, Frequência e Classe de Isolamento


 Tensão Máxima

Em termos de Tensão Máxima, a NBR6855, define, através da Tabela 8, um Factor de


Sobretensão a ser especificado para o TP.

 Frequência

Para a frequência, deve-se definir 50 Hz ou 60 Hz, ou outro valor específico.

 Classe de Isolamento

Para a Classe de Isolamento, a Tabela 10 (NBR6855) trás os valores padronizados para a


tensão máxima até 242kV. Para valores maiores que 362kV, consultar Tabela 11 da
norma. Toma-se, como valor de , o valor imediatamente superior ao valor nominal do
circuito em que o TP será ligado. Exemplo: para tensão de 13,8kV .
19

3.8. Carga Nominal

Para fins de determinar a classe de exactidão dos TPs, os mesmos são ensaiados com
valores normalizados de carga no secundário. As tabelas 6 e 7, da norma, especificam as
características das cargas padrões, observando-se um Factor de Potência diferente de 1.
Para FP=1, consultar as Tabelas 4 e 5, da norma.

3.9. Classe de Exactidão


Os TP’s podem ter duas aplicações: para medição ou para protecção.

Para medição as classe de exactidão (%) são:

Para protecção as classe de exactidão (%) são: 3,0 - 6,0.

Em termos de especificação do TP, há um padrão, indicando-se a Precisão, seguida da


letra “P”, e do valor da potência da maior Carga Nominal a ser ligada no secundário,
conforme exemplos:

0,3P25; 1,2P400; 0,6P75; 3,0P200.

3.10. Potência Térmica Nominal -


A NBR6855 estabelece que a Potência Térmica Nominal é o maior valor de potência
aparente que um TP pode fornecer sem compromisso com os limites de erro, sob tensão e
frequência nominais, sem exceder os limites de temperatura especificados.

A Fórmula para determinar a é:

Onde:

→ 𝑏 𝑠ão í 𝑢 ( 𝑏 𝑙 8 𝑁𝐵 6855)

.
20

Para o caso de carga simultânea, com dois ou mais secundário, a deve ser
distribuída aos diversos secundários proporcionalmente à maior carga nominal de cada
um deles.

Por fim, uma especificação de TP, deve ser considerado ainda:

Uso: especificar se o TP será instalado INTERNO ou EXTERNO;

Altitude: a princípio, a norma considera que as especificações são válidas para


instalações em altitudes até 1000m. Para altitudes superiores, há que se consultar a
NBR6855 para observar os factores de correcções a serem aplicados;

Outros factores: para condições de temperatura, pressão, humidade, poluição especiais,


há que se consultar a NBR6855 para ver as prescrições especiais a serem aplicadas.

Importante: se o TP for utilizado na medição de energia para fins de facturamento, então,


o TP deve ser exclusivo para alimentar o medidor de energia, não sendo recomendado a
ligação de quaisquer outro dispositivo/instrumentos (voltímetros, relés...).

Exemplo: Dimensionamento do TP.


Para especificar um TP para medição de energia eléctrica para facturamento de um
consumidor atendido em 69 kV, com medição de kWh, com demanda, e Kvarh com dois
elementos (ligação entre fases), teremos:

Classe de Exactidão: Utilizando a tabela da classe de exactidão obteremos a classe 0,3

Carga Nominal: Esta directamente relacionada com a carga a ser ligada no secundário do
TP. Estes dados são obtidos junto ao fabricante (próxima tabela).
21

Sendo S a potência aparente, teremos:

Logo S = 20,21 VA

Consultando o Anexo 2, a tabela 6 de cargas nominais no TP, considerando 120 V (ou 115
V) no secundário do TP, veremos que o TP deve ter carga nominal de 25 VA que
corresponde à carga padronizada para ensaios de exactidão imediatamente superior ao
calculado.

Para os grupos de ligação 1 e 2, a potência térmica nominal não deve ser inferior a 1,33
vezes a carga mais alta em VA, referentes à exactidão. Para o grupo de ligação 3, a
potência térmica nominal não deve ser inferior a 3,6 vezes a carga mais alta em VA,
referente à exactidão do T.P.

Para o TP do grupo 1 com enrolamento 0,3P25 terá a potência térmica


nominal P=1,33x25, P=33,25 VA que é a potência térmica mínima especificada ou pela
fórmula
22

A especificação do TP será:

Tensão nominal primária e secundária 69kV /115V;

Relação Nominal: 600:1

Frequência: 60 Hz

Carga Nominal: 25 VA

Exactidão: 0,3P25

Potência térmica nominal: 36 VA

Grupo de ligação: 1 (ligação entre fases)

Tensão máxima de operação: 72,5

Níveis de Isolamento: 140/350 kV

Uso: interior (subestação abrigada).

Altitude: 1.000m
23

4. Conclusão

Com a realização do trabalho foi possível constatar que:

Para os transformadores de Corrente, no Sistema de potência, o dimensionamento


do TC é feito pela maior relação de transformação obtida pelo critério de carga e de curto-
circuito. Geralmente, nas proximidades das centrais de geração, o critério de curto-circuito
sobrepuja o da carga. Sendo a rede de distribuição de energia eléctrica o final do sistema
eléctrico, o dimensionamento do TC é caracterizado pela ponderação dos dois critérios.

Para os Transformadores de potencial, os transformadores de potencial do tipo


indutivo são utilizados geralmente para tensões iguais ou superiores a 138 kV, enquanto
os capacitivos são utlizados para tensões iguais ou inferiores a 138 kV. No
dimensionamento de um TP é importante ter atenção na tensão em que se liga o
enrolamento primário do TP, a relação de transformação do TP tendo em conta a carga
que liga no seu secundário e o nível de isolamento do TP.
24

5. Bibliografia
FERGUTZ, Marcos - Julho/2021 - TRANSFORMADORES PARA INSTRUMENTAÇÃO.

KINDERMANN, Geraldo - 2005 – PROTECÇÃO DE SISTEMAS ELÉCTRICOS DE


POTÊNCIA.
25

Anexos 1: Cargas ligadas no Secundário do TC.


TABELA 1: Cargas tipicas dos aparelhos de medida DA G.E (General Eléctric) para 5
A no secundário do TC.
26

Anexo 1: Cargas ligadas no Secundário do TC.

TABELA 2: Cargas dos Relés


27

Anexos 2: Tabelas de Transformador de Potencial


Tabela 2: Tensões Primárias e secundárias nominais.

NOTA 1: AS relações de transformação dos TP’s com tensões primárias nominais superiores a 69
kV para ligação entre fases devem ser especificados pelo usuário.
NOTA 2: As relações nominais dos TP’s para ligação entre fases estão referidas á tensão
secundária de 115 V, entretanto, as tensões de ⁄ e √ também são padronizadas para
esses equipamentos.
Nota 3: Os TP’s serão projectados para atender as relações nominais em conformidade com sua
classe de exactidão, salvo quando sejam especificadas pelo usuário às tensões primárias e
secundárias nominais.
Nota 4: Os valores de tensões secundárias nominais apresentados na tabela podem ser
aproximados.
28

Tabela 6: Carga Nominal – Características a 60 Hz e 120 V

Tabela 7 Carga Nominal – Características a 60 Hz e 69,3 V

NOTA 1: As características a 60 Hz e 120 V são válidas para tensões secundárias entre


100 V e 130 V e as características a 60 Hz e 69,3 V são válidas para tensões secundárias
entre 58 V e 75 V. Em tais condições, as potências aparentes são diferentes das
especificadas.

NOTA 2: As cargas com factor de potência unitário são indicadas para casos em que o
enrolamento será conectado a instrumentos electrónicos. As cargas com factor de
potência diferente da unidade são indicadas para os casos em que o enrolamento será
conectado a instrumentos de procedimento electromecânico ou electromagnético.
29

Tabela 8: Factores de Sobretensão Nominal

Tabela 10: Níveis de isolamento nominal para equipamentos com

Você também pode gostar