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REDAÇÃO

PROFESSORA MARIA TEREZA FARIA – 2ª série

Brasil tem “fuga” de empreendedores e gestores qualificados


https://epocanegocios.globo.com/Informacao/Visao/noticia/2015/04/brasil-tem-fuga-de
empreendedores-e-gestores-qualificados.html

Insatisfeitos com dificuldades para empreender e trabalhar aqui, saída de


brasileiros altamente qualificados tem se intensificado - em um movimento que
difere do ocorrido nos anos 80
Um novo fenômeno está ocorrendo no Brasil: a fuga de pessoas qualificadas com
elevado capital gerencial e empreendedor para outros países, em particular para os
EUA. Trata-se da saída do país de empreendedores e gestores com elevado nível de
conhecimentos e experiências no gerenciamento de empresas. Isso já ocorre há
tempos, mas no último ano vem se intensificando.
Esse movimento, em elevada escala, de fuga de empreendedores é novo. Não se
trata da fuga de mão de obra pouco qualificada, como ocorreu nos anos 80. Ou, ainda,
da fuga de “cérebros” que começou nos anos 70 e segue até hoje, na qual cientistas
brasileiros iam ao exterior se especializar e não retornavam ao país por não terem
aqui oportunidades de desenvolver adequadamente seu trabalho.
Ou, então, da fuga mais recente de capitais financeiros de pessoas de classe média
alta que estão preocupadas com a crise atual e possíveis mudanças políticas e estão
investindo suas reservas em outros países.
Um dos casos antigos mais famosos dessa saída é o de Jorge Paulo Lemann, o
homem mais rico do Brasil e um dos mais ricos do mundo, com fortuna estimada em
US$ 25 bilhões. É um dos proprietários da AmBev, maior cervejaria do mundo, das
Lojas Americanas, do Burger King e da Heinz. Filho de imigrantes suíços
empreendedores, saiu do Brasil no início dos anos 2000. Aparentemente, resolveu sair
do país por problemas pessoais, quando parecia não ter condições de garantir a
segurança da família, mais especificamente em 1999, quando o carro que levava seus
filhos mais novos foi alvejado por tiros e salvo pela blindagem e pela elevada
habilidade do motorista e dos seguranças.
A partir daí, pareceu decidir concentrar seus esforços como empresário e gestor fora
do Brasil. Morando na Suíça e avesso a publicidade pessoal, segue acumulando
fortunas, adquirindo e gerenciando empresas dos mais diferentes setores. Mas há
inúmeros outros casos menos paradigmáticos e mais anônimos que tive a
oportunidade de conhecer recentemente. O primeiro é um empresário médio da
construção civil originário do Nordeste. Na última década, teve a oportunidade de
expandir seus negócios para o Sul e mesmo para outros países.
Embora o setor governamental não fosse o seu maior negócio, ele se disse cansado
de precisar lidar com situações de ter de pagar propinas para “sobreviver”, de conviver
com fiscais corruptos e com políticos achacadores batendo em sua porta em vésperas
de eleições. Seu momento de ruptura teria vindo da oportunidade de realizar uma obra
no Sul da Flórida para uma empresa brasileira que já era seu cliente no Brasil. O
construtor teria então ficado surpreso com a facilidade de
condições de lá para realizar negócios.
Percebendo a facilidade de ser aceito como cidadão e empresário nos EUA e de ter
sua família em situação de maior segurança e conforto, decidiu instalar-se por lá e
gradualmente desfazer de seu investimento no Brasil.
Pandemia acelera fuga de cérebros do Brasil
https://jornalggn.com.br/noticia/pandemia-acelera-fuga-de-cerebros-do-brasil/
Com advento do home office, empresas estrangeiras contratam pesquisadores e
profissionais para trabalhar no país e receber em moeda estrangeira Jornal GGN – A
pandemia de covid-19 e a estagnação da economia brasileira aceleraram a fuga de
mão de obra altamente especializada do Brasil, deixando o país com poucas chances
de competir com o que é oferecido por Estados Unidos, Canadá e Europa.
E com a expansão do home office, o profissional sequer precisa sair do Brasil para
trabalhar no exterior – e recebe em moeda estrangeira, exatamente no momento em
que o real sofreu uma forte desvalorização. Por conta disso, não existe produtividade
que aumente quando um país qualifica a mão de obra, mas não consegue continuar
competitivo para mantê-la.
A preocupação esse cenário foi externada por Pierre Lucena, presidente do Porto
Digital, parque tecnológico do Recife com 1500 vagas abertas sem conseguir
preencher. “Se o trabalho remoto ficar permanente, isso vai pôr o mercado de
tecnologia em risco no Brasil. Não tem como competir com a Alemanha. Um
desenvolvedor de software em São Paulo ganha meio salário mínimo alemão”, diz
Lucena, em entrevista ao jornal O Globo.
Entre outros motivos citados para citar o país, estão a falta de recursos para a
manutenção de laboratórios e a política. “O pesquisador se pergunta: será que o que
vou pesquisar vai provocar grupos conservadores radicais que podem me perseguir
nas redes sociais? Se ele tem condições, sai do país”, diz Ana Maria Carneiro,
professora da Unicamp.

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