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Apostila Direito Penal Militar
Apostila Direito Penal Militar
APOSTILA 1:
.Princípio da Legalidade;
. Tempo do Crime;
. Lugar do Crime;
INTRODUÇÃO
. Direito Militar é o ramo autônomo do direito público que se dedica ao estudo das normas
jurídicas inerentes à Função Militar.
Obs.: Função Militar – art. 142, caput da CF/88 e Lei Complementar no. 97/99 – art. 16 ao art.
18.
. Direito Penal Militar é a parcela do Direito Militar que estabelece as ações ou omissões
delitivas de natureza militar (próprias ou impróprias), cominando-lhes determinadas
consequências jurídicas.
Missão: Proteger as relações entre os militares, entre estes e suas respectivas organizações
militares e estas e a sociedade, garantindo assim o fiel cumprimento dos deveres militares
impostos pela Constituição.
Art. 1º Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal.
. Na esfera militar não existem contravenções penais, não se adotando o sistema bipartite.
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Assim, a lei de contravenções, dentre outras, não se aplica à esfera militar;
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. O CPM não compreende o ilícito disciplinar militar (art. 19).
PENA – Inclui as mais diversas restrições de caráter penal (penas privativas de liberdade,
restritivas de direito, penas de multa, morte, medida de segurança etc.).
. A medida de segurança embora não seja pena, mas uma medida necessária à garantia social e
do próprio indivíduo que se torna perigoso, se sujeita também ao Princípio da Legalidade.
LEI – Como lei devem ser entendidas todas as normas de natureza penal, elaboradas na forma
que a constituição prevê para se legislar sobre a matéria penal no que tange à definição de
crime e a indicação da respectiva sanção, abrangendo não só as do CPM como as das demais
leis penais especiais.
.É sabido que quando a Constituição dispõe sobre “lei”, quer dizer lei em sentido formal, sendo
imprescindível neste momento trazer o seguinte ensinamento do mestre José Afonso da Silva:
“A palavra lei, para a realização plena do princípio da legalidade, se aplica em rigor técnico à lei
formal, isto é, o ato legislativo emanado dos órgãos de representação popular, elaborado de
conformidade com o processo legislativo previsto na Constituição (...).” E prossegue: Tem-se,
pois, reserva de lei, quando uma norma constitucional atribui determinada matéria
exclusivamente à lei formal, subtraindo-a, com isso, à disciplina de outras fontes àquelas
subordinadas”.
. Diferente do que acontece com o Direito Penal comum, por uma opção político-legislativa,
atualmente, o Direito Penal Militar não possui legislação extravagante/especial. Todo o injusto
penal militar e sua respectiva consequência jurídica são definidos no Código Penal Militar.
OBS: A Lei no. 13.491/17 alterou o art. 9º do CPM. Entre as alterações do art. 9º está a do
inciso II do caput: “II – os crimes previstos neste Código e os previstos na legislação penal,
quando praticados: (...).”
. A medida provisória por previsão expressa contida no art. 62, § 1º, I, “b” da CRFB/88) não
pode definir crime e indicar a respectiva sanção.
. Outros atos legislativos (medida provisória, por exemplo) podem dispor sobre a matéria
penal, desde que não definam crimes, cominem penas ou aumentem o rigor punitivo. A
concessão de benefícios, como a do indulto, por exemplo, se dá através de simples decreto.
. RESERVA LEGAL – só a lei federal de competência privativa da União (art. 22, I da CRFB/88)
emanada do Poder Legislativo através do devido processo legislativo previsto
constitucionalmente pode definir crime e indicar a respectiva sanção.
. ANTERIORIDADE – O crime
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a pena (quantidade e espécie)
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legal, não permitindo ao Estadocyrilo0324@gmail.com
impor novas espécies de medidas penalizadoras a fatos
ocorridos antes de sua criação. 058.717.567-27
. TAXATIVIDADE - as leis que definem crimes devem ser precisas, delimitando a conduta
proibida e vedando a analogia para prejudicar (in malam partem), somente in bonan partem,
ou seja, para beneficiar.
Art. 2º Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime,
cessando, em virtude dela, a própria vigência de sentença condenatória irrecorrível, salvo
quanto aos efeitos de natureza civil.
Com a Abolitio Criminis (lei nova descriminaliza conduta anteriormente incriminada) os efeitos
e a própria vigência da sentença condenatória irrecorrível cessam. Contudo, serão respeitados
os efeitos civis, se já transitada em julgado a sentença.
Se a abolitio, por outro lado, ocorre antes da sentença condenatória, produz algum efeito civil?
O art. 515, VI do CPC, dispõe que constitui título executivo judicial a sentença penal
condenatória transitada em julgado. Assim, a sentença penal transitada em julgado dotada de
liquidez, certeza e exigibilidade constitui título judicial apto a aparelhar ação executiva.
Contudo, com a Abolitio Criminis antes da sentença condenatória não há que se falar em título
executivo judicial, mas permanecem os efeitos civis (responsabilidade civil, por exemplo), que
serão apurados através do devido processo do conhecimento.
Logo, tem-se como regra a irretroatividade, ou seja, os efeitos da lei nova não alcançam fatos
pretéritos em consonância com o Princípio Tempus Regit Actum.
Todavia, o mesmo dispositivo constitucional traz a exceção à citada regra, qual seja, a da
retroatividade da lei benéfica (novatio legis in mellius ou lex mitior). Os efeitos da lei nova
alcançam fatos pretéritos desde que sejam para beneficiar o réu, mesmo que já tenha ocorrido
o trânsito em julgado da sentença condenatória.
1) Se a lei nova modifica o regime anterior, agravando a situação do sujeito (novatio legis in
pejus) ela não pode retroagir, pois estaria prejudicando-o. Aplica-se nesse caso o Princípio da
Ultratividade da Lei Penal (lei derrogada continua sendo aplicada aos fatos ocorridos durante a
sua vigência).
2) Se a lei nova modifica o regime anterior, atenuando a situação do sujeito (novatio legis in
mellius) ela retroage, pois estaria beneficiando-o. Aplica-se nesse caso o Princípio da
Retroatividade da Lei Penal (lei posterior derrogadora será aplicada aos fatos ocorridos
durante a vigência da lei derrogada).
O art. 3º, embora preveja a aplicação da lei vigente ao tempo da sentença, deve ser
interpretado à luz do art. 5º, XL da CRFB/88, pois como exposto anteriormente a medida de
segurança embora não seja pena, mas sanção penal se sujeita também aos Princípios da
Anterioridade, Reserva Legal, Irretroatividade e da retroatividade da lex mitior . Por isso, a
doutrina penalista militar critica o dispositivo e entende que não foi recepcionado pela
CRFB/88. Seguem esta corrente: Claudio Amim Miguel e Ione de Souza Cruz, Jorge Alberto
Romeiro, Guilherme de Souza Nucci, CíceroRobson Coimbra Neves e Marcello Streifinger.
Assim, as medidas de segurança regem-se pela lei vigente à época do fato, prevalecendo,
entretanto, se diversa e benéfica, a lei vigente ao tempo da execução.
As leis excepcionais e temporárias são espécies do gênero leis intermitentes, feitas para durar
por um período determinado.
1) Lei excepcional - São aquelas editadas para durar enquanto um estado anormal ocorrer.
Exemplos: Guerra e calamidade pública.
2) Lei temporária – São editadas com período determinado de duração. São auto revogáveis.
Art. 5º Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja
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o do resultado.
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. Sobre o tempo do crime há três teorias:
da omissão;
. O CPM adota a teoria da atividade quanto ao tempo do crime, assim como o CP.
Quanto ao lugar do crime, o CPM difere do CP. Para o crime comissivo, o lugar do crime segue
a Teoria da Ubiquidade, que reconhece tanto o lugar da conduta quanto do resultado.
Entretanto, quanto ao crime omissivo, o CPM adota a Teoria da Atividade somente.
Art. 7º Aplica-se a lei penal militar, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito
internacional, ao crime cometido, no todo ou em parte no território nacional, ou fora dele,
ainda que, neste caso, o agente esteja sendo processado ou tenha sido julgado pela justiça
estrangeira.
§ 1º Para os efeitos da lei penal militar consideram-se como extensão do território nacional
as aeronaves e os navios brasileiros, onde quer que se encontrem, sob comando militar ou
militarmente utilizados ou ocupados por ordem legal de autoridade competente, ainda que
de propriedade privada.
Para a aplicação da lei penal militar neste caso, obrigatoriamente a presença dos dois
requisitos trazidos pela norma: lugar sujeito à administração militar + que o crime atente
contra as instituições militares.
§ 3º Para efeito da aplicação deste Código, considera-se navio toda embarcação sob
comando militar.
Art. 22. É considerada militar, para efeito da aplicação deste Código, qualquer pessoa que,
em tempo de paz ou de guerra, seja incorporada às forças armadas, para nelas servir em
posto, graduação, ou sujeição à disciplina militar.
3) Nomeação - forma excepcional de ingresso nas Forças Armadas, é o ato pelo qual o
Brasileiro possuidor de reconhecida competência técnico-profissional ou notória cultura
científica, mediante aquiescência, passa a ser incluído nos quadros e corpos da reserva e
convocado para o serviço militar na ativa em caráter transitório, quando houver conveniência
para o serviço de quaisquer das FAs.
1 - Para a doutrina (Jorge Cesar de Assis) e para o STF (RHC 77.272-5-MG) – os atiradores do
Tiro de Guerra não são militares.
Art. 11. Os militares estrangeiros, quando em comissão ou estágio nas forças armadas, ficam
sujeitos à lei penal militar brasileira, ressalvado o disposto em tratados ou convenções
internacionais.
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Art. 13. O militar da reserva, oliveira Cordeiro
reformado, cyrilo
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as responsabilidades e prerrogativas do
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posto ou graduação, para o efeito da aplicação da lei penal militar, quando pratica ou contra
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ele é praticado crime militar.
- O reservista não remunerado, militar excluído do serviço ativo das Forças Armadas, sem
direito aos proventos na inatividade, mas possuindo ainda obrigações com o serviço militar.
Classificam-se em: Reservista de 1a Categoria e Reservista de 2a Categoria (arts. 155 à 162 do
Decreto no 57.654/1966). Não possui o status de militar nos termos do art. 3º da lei no
6.880/80. Logo, também não seria militar por equiparação, nem conservaria as
responsabilidades e prerrogativas do posto ou graduação para fins de aplicação da lei penal
militar (arts. 12 e 13 do CPM).
Art. 23. Equipara-se ao comandante, para o efeito da aplicação da lei penal militar, toda
autoridade com função de direção.
- A palavra “autoridade” contida neste artigo deve ser compreendida como “autoridade
militar”.
- Remissão: arts. 14, § 1º; 16, §§ 1º e 2º; 20 e 23, todos da Lei no. 6.880/80.
Art. 26. Quando a lei penal militar se refere a "brasileiro" ou "nacional", compreende as
pessoas enumeradas como brasileiros na Constituição do Brasil.
- Nos termos do art. 12 da CRFB/88, o termo “brasileiro é gênero que compreende duas
espécies: os brasileiros natos e os naturalizados. O art. 26 dispõe sobre quem será considerado
nacional ou brasileiro. Esses termos são considerados sinônimos na lei penal militar,
englobando tanto brasileiros natos quanto naturalizados”.
Ano: 2011 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: STM Prova: CESPE - 2011 - STM - Analista Judiciário -
Execução de Mandados - Específicos
Texto associado
A lei penal militar excepcional ou temporária possui disciplinamento diverso do contido no
Código Penal (CP) comum, uma vez que preconiza, de forma expressa, a ultratividade da
norma e impõe a incidência da retroatividade da lei penal mais benigna.
Alternativas:
Ano: 2010 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: DPU Prova: CESPE - 2010 - DPU - Defensor Público
Federal
Diversamente do direito penal comum, o direito penal militar consagrou a teoria da
ubiquidade, ao considerar como tempo do crime tanto o momento da ação ou omissão do
agente quanto o momento em que se produziu o resultado.
Alternativas:
( ) Certo
( )Errado
Ano: 2010 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: MPE-ES Prova: CESPE - 2010 - MPE-ES - Promotor
de Justiça
Assinale a opção correta com base no direito penal militar.
Alternativas
A) Os crimes contra a administração militar são crimes militares próprios, ou seja, não
são perpetrados por civis.