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Direito Penal Militar.

Professor: Rômulo Santos

APOSTILA 1:

Aplicação da Lei Penal Militar (1a parte):

.Princípio da Legalidade;

. Aplicação da Lei Penal Militar no Tempo;

. Leis Temporárias e Excepcionais;

. Tempo do Crime;

. Lugar do Crime;

. Aplicação da Lei no Espaço;

. Extraterritorialidade; Layla oliveira Cordeiro cyrilo e CIA LTDA


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. Territorialidade; 058.717.567-27
. Aplicação quanto às Pessoas;

INTRODUÇÃO

. Direito Militar é o ramo autônomo do direito público que se dedica ao estudo das normas
jurídicas inerentes à Função Militar.

Obs.: Função Militar – art. 142, caput da CF/88 e Lei Complementar no. 97/99 – art. 16 ao art.
18.

. Direito Penal Militar é a parcela do Direito Militar que estabelece as ações ou omissões
delitivas de natureza militar (próprias ou impróprias), cominando-lhes determinadas
consequências jurídicas.

Objeto: O fenômeno criminal militar consistente na prática de um comportamento vedado


pela lei em razão da lesividade, ou potencial de lesividade, que esse comportamento acarreta
aos bens jurídicos genéricos (Princípios da Hierarquia e da Disciplina), e aos específicos
(pessoa, patrimônio, administração da justiça militar, etc.), mantenedores das Forças Armadas,
incumbidas de desempenhar a Função Militar do Estado, essencial a existência deste último;
bem como as respectivas consequências jurídicas desse comportamento reprovável
(Zaffaroni).
Função: A função do Direito Penal Militar é tutelar os bens jurídicos genéricos (Princípios da
hierarquia e da Disciplina), e os específicos, mantenedores das Forças Armadas e Auxiliares
encarregadas da função militar.

Missão: Proteger as relações entre os militares, entre estes e suas respectivas organizações
militares e estas e a sociedade, garantindo assim o fiel cumprimento dos deveres militares
impostos pela Constituição.

1. APLICAÇÃO DA LEI PENAL MILITAR:

1.1. Princípio da Legalidade:

Art. 1º Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal.

O Princípio da Legalidade contido neste artigo emana de comando constitucional previsto no


art. 5º XXXIX. Trata-se de real limitação ao poder estatal de interferir na esfera das liberdades
individuais.

A compreensão das palavras “crime”, “pena” e “lei” contidas no art. 1o do CPM.

CRIME – compreende também as contravenções penais. Crime e contravenção penal são


espécies do gênero infrações penais (sistema bipartite).

. Na esfera militar não existem contravenções penais, não se adotando o sistema bipartite.
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Assim, a lei de contravenções, dentre outras, não se aplica à esfera militar;
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. O CPM não compreende o ilícito disciplinar militar (art. 19).

PENA – Inclui as mais diversas restrições de caráter penal (penas privativas de liberdade,
restritivas de direito, penas de multa, morte, medida de segurança etc.).

. A pena de multa não está prevista atualmente para os crimes militares;

. A medida de segurança embora não seja pena, mas uma medida necessária à garantia social e
do próprio indivíduo que se torna perigoso, se sujeita também ao Princípio da Legalidade.

LEI – Como lei devem ser entendidas todas as normas de natureza penal, elaboradas na forma
que a constituição prevê para se legislar sobre a matéria penal no que tange à definição de
crime e a indicação da respectiva sanção, abrangendo não só as do CPM como as das demais
leis penais especiais.

.É sabido que quando a Constituição dispõe sobre “lei”, quer dizer lei em sentido formal, sendo
imprescindível neste momento trazer o seguinte ensinamento do mestre José Afonso da Silva:
“A palavra lei, para a realização plena do princípio da legalidade, se aplica em rigor técnico à lei
formal, isto é, o ato legislativo emanado dos órgãos de representação popular, elaborado de
conformidade com o processo legislativo previsto na Constituição (...).” E prossegue: Tem-se,
pois, reserva de lei, quando uma norma constitucional atribui determinada matéria
exclusivamente à lei formal, subtraindo-a, com isso, à disciplina de outras fontes àquelas
subordinadas”.
. Diferente do que acontece com o Direito Penal comum, por uma opção político-legislativa,
atualmente, o Direito Penal Militar não possui legislação extravagante/especial. Todo o injusto
penal militar e sua respectiva consequência jurídica são definidos no Código Penal Militar.

OBS: A Lei no. 13.491/17 alterou o art. 9º do CPM. Entre as alterações do art. 9º está a do
inciso II do caput: “II – os crimes previstos neste Código e os previstos na legislação penal,
quando praticados: (...).”

Legislação Penal = Código Penal [comum] e leis extravagantes.

. A medida provisória por previsão expressa contida no art. 62, § 1º, I, “b” da CRFB/88) não
pode definir crime e indicar a respectiva sanção.

. Outros atos legislativos (medida provisória, por exemplo) podem dispor sobre a matéria
penal, desde que não definam crimes, cominem penas ou aumentem o rigor punitivo. A
concessão de benefícios, como a do indulto, por exemplo, se dá através de simples decreto.

O Princípio da Legalidade compreende os seguintes princípios:

. RESERVA LEGAL – só a lei federal de competência privativa da União (art. 22, I da CRFB/88)
emanada do Poder Legislativo através do devido processo legislativo previsto
constitucionalmente pode definir crime e indicar a respectiva sanção.

. ANTERIORIDADE – O crime
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a pena (quantidade e espécie)
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legal, não permitindo ao Estadocyrilo0324@gmail.com
impor novas espécies de medidas penalizadoras a fatos
ocorridos antes de sua criação. 058.717.567-27

. IRRETROATIVIDADE - considerando-se serem as leis editadas para o futuro, as normas penais


não podem volver ao passado, salvo se para beneficiar o agente (CF/88, art. 5º, XL).

. TAXATIVIDADE - as leis que definem crimes devem ser precisas, delimitando a conduta
proibida e vedando a analogia para prejudicar (in malam partem), somente in bonan partem,
ou seja, para beneficiar.

1.2. Aplicação da Lei Penal Militar no Tempo:

1.2.1 . Lei Supressiva de Incriminação:

Art. 2º Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime,
cessando, em virtude dela, a própria vigência de sentença condenatória irrecorrível, salvo
quanto aos efeitos de natureza civil.

Com a Abolitio Criminis (lei nova descriminaliza conduta anteriormente incriminada) os efeitos
e a própria vigência da sentença condenatória irrecorrível cessam. Contudo, serão respeitados
os efeitos civis, se já transitada em julgado a sentença.

Se a abolitio, por outro lado, ocorre antes da sentença condenatória, produz algum efeito civil?

O art. 515, VI do CPC, dispõe que constitui título executivo judicial a sentença penal
condenatória transitada em julgado. Assim, a sentença penal transitada em julgado dotada de
liquidez, certeza e exigibilidade constitui título judicial apto a aparelhar ação executiva.
Contudo, com a Abolitio Criminis antes da sentença condenatória não há que se falar em título
executivo judicial, mas permanecem os efeitos civis (responsabilidade civil, por exemplo), que
serão apurados através do devido processo do conhecimento.

1.2.2. Retroatividade de Lei Mais Benigna:

§ 1º A lei posterior que, de qualquer outro modo, favorece o agente, aplica-se


retroativamente, ainda quando já tenha sobrevindo sentença condenatória irrecorrível.

Em matéria penal o Princípio da Irretroatividade encontra-se positivado no art. 5º XL da


CRFB/88:

“A lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu”.

Logo, tem-se como regra a irretroatividade, ou seja, os efeitos da lei nova não alcançam fatos
pretéritos em consonância com o Princípio Tempus Regit Actum.

Todavia, o mesmo dispositivo constitucional traz a exceção à citada regra, qual seja, a da
retroatividade da lei benéfica (novatio legis in mellius ou lex mitior). Os efeitos da lei nova
alcançam fatos pretéritos desde que sejam para beneficiar o réu, mesmo que já tenha ocorrido
o trânsito em julgado da sentença condenatória.

1.2.3. Apuração da Maior Benignidade:


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§ 2º Para se reconhecer qual a mais favorável, a lei posterior e a anterior devem ser
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consideradas separadamente, cada qual no conjunto de suas normas aplicáveis ao fato.

. Como critério de apuração tem-se o seguinte:

1) Se a lei nova modifica o regime anterior, agravando a situação do sujeito (novatio legis in
pejus) ela não pode retroagir, pois estaria prejudicando-o. Aplica-se nesse caso o Princípio da
Ultratividade da Lei Penal (lei derrogada continua sendo aplicada aos fatos ocorridos durante a
sua vigência).

2) Se a lei nova modifica o regime anterior, atenuando a situação do sujeito (novatio legis in
mellius) ela retroage, pois estaria beneficiando-o. Aplica-se nesse caso o Princípio da

Retroatividade da Lei Penal (lei posterior derrogadora será aplicada aos fatos ocorridos
durante a vigência da lei derrogada).

1.2.4. Medidas de Segurança:

Art. 3º As medidas de segurança regem-se pela lei vigente ao tempo da sentença,


prevalecendo, entretanto, se diversa, a lei vigente ao tempo da execução.

O art. 3º, embora preveja a aplicação da lei vigente ao tempo da sentença, deve ser
interpretado à luz do art. 5º, XL da CRFB/88, pois como exposto anteriormente a medida de
segurança embora não seja pena, mas sanção penal se sujeita também aos Princípios da
Anterioridade, Reserva Legal, Irretroatividade e da retroatividade da lex mitior . Por isso, a
doutrina penalista militar critica o dispositivo e entende que não foi recepcionado pela
CRFB/88. Seguem esta corrente: Claudio Amim Miguel e Ione de Souza Cruz, Jorge Alberto
Romeiro, Guilherme de Souza Nucci, CíceroRobson Coimbra Neves e Marcello Streifinger.

Assim, as medidas de segurança regem-se pela lei vigente à época do fato, prevalecendo,
entretanto, se diversa e benéfica, a lei vigente ao tempo da execução.

1.2.5. Leis Temporárias e Excepcionais:

Art. 4º A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou


cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua
vigência.

As leis excepcionais e temporárias são espécies do gênero leis intermitentes, feitas para durar
por um período determinado.

1) Lei excepcional - São aquelas editadas para durar enquanto um estado anormal ocorrer.
Exemplos: Guerra e calamidade pública.

2) Lei temporária – São editadas com período determinado de duração. São auto revogáveis.

1.2.6. Tempo do Crime:

Art. 5º Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja
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o do resultado.
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. Sobre o tempo do crime há três teorias:

1) Teoria da Ação o da Atividade – Considera praticado o crime no momento da ação ou

da omissão;

2) Teoria do Resultado – Considera praticado o crime no momento do resultado;

3) Teoria Mista ou da Ubiquidade - Considera praticado o crime tanto no momento da ação ou


da omissão quanto do resultado, indiferentemente.

. O CPM adota a teoria da atividade quanto ao tempo do crime, assim como o CP.

- Em relação ao crime permanente (cuja consumação se protrai no tempo enquanto perdurar a


ofensa ao bem jurídico) e ao crime continuado (quando o agente, mediante mais de uma
conduta, comete mais de um crime da mesma espécie, guardando liame no que diz respeito ao
tempo, ao lugar, à maneira de execução e a outras características que façam presumir a
continuidade delitiva.), nova lei que entre em vigor durante a sua consumação será aplicada ao
caso, ainda que mais grave. Súmula 711 do STF: “A lei penal mais grave aplica-se ao crime
continuado ou a crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou
da permanência.”

- O crime de deserção, conforme entendimento pacífico dos Tribunais Superiores, é de


natureza permanente. Assim, enquanto o desertor estiver ausente, o delito estará se
consumando. A grande maioria da doutrina também entende assim (Jorge Cesar de Assis, Célio
Lobão, Jorge Alberto Romeiro etc.) embora haja uma pequena divergência, no sentido de que
se trata de crime instantâneo de efeitos permanentes (Claudio Amim Miguel).

1.2.7. Lugar do Crime:

Art. 6º Considera-se praticado o fato, no lugar em que se desenvolveu a atividade criminosa,


no todo ou em parte, e ainda que sob forma de participação, bem como onde se produziu ou
deveria produzir-se o resultado. Nos crimes omissivos, o fato considera-se praticado no lugar
em que deveria realizar-se a ação omitida.

Quanto ao lugar do crime, o CPM difere do CP. Para o crime comissivo, o lugar do crime segue
a Teoria da Ubiquidade, que reconhece tanto o lugar da conduta quanto do resultado.
Entretanto, quanto ao crime omissivo, o CPM adota a Teoria da Atividade somente.

1.3.1. Territorialidade. Extraterritorialidade:

Art. 7º Aplica-se a lei penal militar, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito
internacional, ao crime cometido, no todo ou em parte no território nacional, ou fora dele,
ainda que, neste caso, o agente esteja sendo processado ou tenha sido julgado pela justiça
estrangeira.

. Diferente do tratamento adotado


Layla peloCordeiro
oliveira CP, o Direito Penale Militar
cyrilo CIA LTDAadota quanto a aplicação da
lei penal militar no espaço, cyrilo0324@gmail.com
os Princípios da Territorialidade Temperada e da
Extraterritorialidade Incondicionada. 058.717.567-27

1) Extraterritorialidade Incondicionada – independe de quem é o autor, a vítima, do local de


ocorrência e, ainda, de prévio julgamento no estrangeiro. A extraterritorialidade
incondicionada se explica em razão da própria natureza das Forças Armadas, há o constante
deslocamento de suas tropas.

2) Territorialidade temperada – Tem como fundamento a soberania do Estado e sustenta a


aplicação da lei penal militar no território do País que a editou, qualquer que seja o agente ou
a vítima (nacional ou estrangeiro), independente de outra repercussão penal em outro Estado.
Contudo, aplica-se tal princípio de forma temperada, pois a aplicação da lei penal militar
brasileira ocorrerá “sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional”.

1.3.2. Território Nacional por Extensão:

§ 1º Para os efeitos da lei penal militar consideram-se como extensão do território nacional
as aeronaves e os navios brasileiros, onde quer que se encontrem, sob comando militar ou
militarmente utilizados ou ocupados por ordem legal de autoridade competente, ainda que
de propriedade privada.

. O conceito jurídico de território desdobra-se na ficção do território por extensão ou


flutuante.
. A utilização e a ocupação militar das aeronaves e navios brasileiros de propriedade privada
por ordem legal da autoridade competente se dará através de ato administrativo denominado
Requisição Administrativa.

1.3.3. Ampliação a Aeronaves ou Navios Estrangeiros:

§ 2º É também aplicável a lei penal militar ao crime praticado a bordo de aeronaves ou


navios estrangeiros, desde que em lugar sujeito à administração militar, e o crime atente
contra as instituições militares.

Para a aplicação da lei penal militar neste caso, obrigatoriamente a presença dos dois
requisitos trazidos pela norma: lugar sujeito à administração militar + que o crime atente
contra as instituições militares.

1.3.4. Conceito de Navio:

§ 3º Para efeito da aplicação deste Código, considera-se navio toda embarcação sob
comando militar.

O CP comum menciona o termo “embarcação” cuja definição pela doutrina e pela


jurisprudência é polêmica, mas prevalece o entendimento de se tratar de navio de grande
porte descartando-se as embarcações de pequeno porte como lanchas, iates, etc. No CPM
define-se expressamente o que a lei penal entende por navio.
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1.3.5. Pena Cumprida no Estrangeiro:
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Art. 8º A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime,
quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas.

1.4. Aplicação quanto às Pessoas:

1.4.1. Pessoa Considerada Militar:

Art. 22. É considerada militar, para efeito da aplicação deste Código, qualquer pessoa que,
em tempo de paz ou de guerra, seja incorporada às forças armadas, para nelas servir em
posto, graduação, ou sujeição à disciplina militar.

1) Incorporação – é o ato de inclusão do convocado ou do voluntário em uma organização


militar da ativa ou em órgãos de formação da reserva.

2) Matrícula – é o ato de admissão do convocado ou voluntário em qualquer escola, centro,


curso de formação da ativa ou órgão de formação da reserva. O matriculado em que pese não
ser inicialmente incorporado, se reveste com o status de militar da ativa – praça especial -
(inteligência do art. 3º, § 1º, alínea "a", inciso IV, c/c os arts. 10 e 16, § 4º, todos do Estatuto
dos Militares), aplicando-se a ele o CPM. Posição adotada pelo STM e pelo STF.

3) Nomeação - forma excepcional de ingresso nas Forças Armadas, é o ato pelo qual o
Brasileiro possuidor de reconhecida competência técnico-profissional ou notória cultura
científica, mediante aquiescência, passa a ser incluído nos quadros e corpos da reserva e
convocado para o serviço militar na ativa em caráter transitório, quando houver conveniência
para o serviço de quaisquer das FAs.

. Atiradores do Tiro-de-Guerra: convocados, mas não incorporados em organizações militares


da ativa.

1 - Para a doutrina (Jorge Cesar de Assis) e para o STF (RHC 77.272-5-MG) – os atiradores do
Tiro de Guerra não são militares.

2 - Para o STM (Correição Parcial 2005.01.001905-1-DF) – São Militares!

1.4.2. Militares Estrangeiros:

Art. 11. Os militares estrangeiros, quando em comissão ou estágio nas forças armadas, ficam
sujeitos à lei penal militar brasileira, ressalvado o disposto em tratados ou convenções
internacionais.

1.4.3. Equiparação a militar da ativa;

Art. 12. O militar da reserva ou reformado, empregado na administração militar, equipara-se


ao militar em situação de atividade, para o efeito da aplicação da lei penal militar.

1.4.4. Militar da reserva ou reformado

Laylaou
Art. 13. O militar da reserva, oliveira Cordeiro
reformado, cyrilo
conserva e CIA LTDA
as responsabilidades e prerrogativas do
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posto ou graduação, para o efeito da aplicação da lei penal militar, quando pratica ou contra
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ele é praticado crime militar.

- Norma de aplicação na esfera processual, pois se trata de prerrogativas de posto e


graduação, como, por exemplo, a presidência do IPM (art. 7o e 15 do CPPM) ou na formação
do Conselho de Justiça.

- O reservista não remunerado, militar excluído do serviço ativo das Forças Armadas, sem
direito aos proventos na inatividade, mas possuindo ainda obrigações com o serviço militar.
Classificam-se em: Reservista de 1a Categoria e Reservista de 2a Categoria (arts. 155 à 162 do
Decreto no 57.654/1966). Não possui o status de militar nos termos do art. 3º da lei no
6.880/80. Logo, também não seria militar por equiparação, nem conservaria as
responsabilidades e prerrogativas do posto ou graduação para fins de aplicação da lei penal
militar (arts. 12 e 13 do CPM).

1.4.4. Equiparação a comandante:

Art. 23. Equipara-se ao comandante, para o efeito da aplicação da lei penal militar, toda
autoridade com função de direção.

- Remissão: arts. 34 e 36, ambos da Lei no. 6.880/80.

- A palavra “autoridade” contida neste artigo deve ser compreendida como “autoridade
militar”.

1.4.5. Conceito de superior:


Art. 24. O militar que, em virtude da função, exerce autoridade sobre outro de igual posto ou
graduação, considera-se superior, para efeito da aplicação da lei penal militar.

- Remissão: arts. 14, § 1º; 16, §§ 1º e 2º; 20 e 23, todos da Lei no. 6.880/80.

. 1.4.9. Referência a "Brasileiro" ou "Nacional":

Art. 26. Quando a lei penal militar se refere a "brasileiro" ou "nacional", compreende as
pessoas enumeradas como brasileiros na Constituição do Brasil.

- Nos termos do art. 12 da CRFB/88, o termo “brasileiro é gênero que compreende duas
espécies: os brasileiros natos e os naturalizados. O art. 26 dispõe sobre quem será considerado
nacional ou brasileiro. Esses termos são considerados sinônimos na lei penal militar,
englobando tanto brasileiros natos quanto naturalizados”.

Ano: 2011 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: STM Prova: CESPE - 2011 - STM - Analista Judiciário -
Execução de Mandados - Específicos
Texto associado
A lei penal militar excepcional ou temporária possui disciplinamento diverso do contido no
Código Penal (CP) comum, uma vez que preconiza, de forma expressa, a ultratividade da
norma e impõe a incidência da retroatividade da lei penal mais benigna.
Alternativas:

( ) Certo Layla oliveira Cordeiro cyrilo e CIA LTDA


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( )Errado 058.717.567-27

Ano: 2010 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: DPU Prova: CESPE - 2010 - DPU - Defensor Público
Federal
Diversamente do direito penal comum, o direito penal militar consagrou a teoria da
ubiquidade, ao considerar como tempo do crime tanto o momento da ação ou omissão do
agente quanto o momento em que se produziu o resultado.
Alternativas:

( ) Certo

( )Errado

Ano: 2010 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: MPE-ES Prova: CESPE - 2010 - MPE-ES - Promotor
de Justiça
Assinale a opção correta com base no direito penal militar.
Alternativas

A) Os crimes contra a administração militar são crimes militares próprios, ou seja, não
são perpetrados por civis.

B) No tocante ao lugar do crime, o CPM aplica a teoria da ubiquidade para os crimes


comissivos e omissivos, do mesmo modo que o CP.
C) O CPM admite retroatividade de lei mais benigna e dispõe que a norma penal
posterior que favorecer, de qualquer outro modo, o agente deve ser aplicada
retroativamente, ainda quando já tenha sobrevindo sentença condenatória
irrecorrível. O referido código determina também que, para se reconhecer qual
norma é mais benigna, a lei posterior e a anterior devem ser consideradas
separadamente, cada qual no conjunto de suas normas aplicáveis ao fato.

D) No sistema penal castrense, a ação penal é, em qualquer hipótese, pública e


incondicionada, por expressa disposição do CPM.

E) Nas infrações penais conexas, especificamente em relação aos crimes militares


próprios, a declaração de extinção da punibilidade de um dos delitos impede que
este agrave a pena resultante dos demais delitos da conexão.

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