“A Síndrome de Weaver foi retratada em 1974 por David D. Weaver, expressando-se
a partir do crescimento excessivo anterior e após o nascimento, malformações nas estruturas esquelética, neural e craniofacial, com marcantes características relativas ao peso e estatura, atraso no desenvolvimento neuropsicomotor e rápida maturação esquelética (ABRAMIDES, 2008; MORETI-FERREIRA, 1988; OSTOS; JARA; AVILA, 2010).”
Prevalência: pesquisas indiciam uma maior prevalencia de casos de sindrome de
Weaver em indivíduos do sexo masculino, possuindo cerca de 50 casos de síndrome de Weaver relatados até o momento. Taxas precisas de prevalência e incidência não estão disponíveis.
Histórico e evolução: R. apresenta-se com 9 anos de idade e foi encaminhado
para uma avaliação neuropsicologia breve pela geneticista que o acompanha por apresentar o diagnostico de sindrome de Weaver. O acompanhamento multiprofissional com fonoaudiólogo, fisioterapeuta, cardiologista, neuropediatra e geneticista são de suma importância para o diagnostico e assistência prestada ao indivíduo.
Histórico familiar: R. trata-se do filho unico do casal, na anamnese estabelecida
nesse caso não apresenta históricos de casos da doença na família ou qualquer aspecto informado pela mãe que fundamente a origem da doença. A mãe relata que R. apresenta crises convulsivas e a mesma refere dificuldades em estabelecer limites na criança, devido ao receio de o filho evoluir para novas crises. Anormalidades nessa área também podem ser representadas por problemas comportamentais, epilepsia, convulsões, retardo neuropsicomotor e atraso na fala, tendo esses dois últimos fatores juntamente com a interferência ambiental grande influência sobre o desenvolvimento da linguagem no portador da SW. (ABRAMIDES, 2008; HERNANDEZ; LLAURADÓ, 2017).
Queixas atuais: sem queixas atuais estabelecidas, devendo o encaminhamento da
criança para uma avaliação neuropsicológica pela geneticista. A relação mais atuante do caso se faz referência aos aspectos maternos direcionados ao medo de possíveis novas crises advindas da criança e o seu medo de impor limites aos seus comportamentos com receio de desencadeamento do quadro.
Quantas sessões foram efetuadas: duas sessões de 90 minutos sem custos para família
Observações:
menino pouco engajado (moroso), mas quando estimulado respondia de forma
adequada. Não foram observados comportamentos impulsivos durante a aplicação dos instrumentos, exceto no teste de aritmética. Manteve conduta respeitosa e não se opós a realização de nenhuma atividade. Compotamento infantilizado (fala, conteúdo e postura). A velocidade em que o crescimento ocorre desencadeia uma coordenação motora ineficiente, prejuízos no equilíbrio e retardo motor (COHEN, 2003; ABRAMIDES et al., 2008; QUESADA et al., 2017).
Quais procedimentos foram utilizados no processo de diagnostico e quais
resultados parecem relevantes:
1. Avaliação de desempenho intelectual: a investigação do desempenho intelectual
global foi realizada por meio da Escala de Inteligência Wechsler para crianças - WISC - IV. A Escala Wechsler de Inteligência para Crianças – 4ª Edição (WISC- IV) – é um instrumento clínico de aplicação individual que tem como objetivo avaliar a capacidade intelectual e o processo de resolução de problemas em crianças entre 06 anos e 0 meses a 16 anos e 11 meses (CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA - CFP).
Síntese da avaliação:
Índices Escore Percentil Classificação
Índices de Compreensão verbal 103 58 Médio Índices de Organização perceptual 104 61 Média Índices de Memória Operacional 77 6 Limitrofe Índices de Velocidade de 108 77 Média processamento QI Total 72 3 Limitrofe
Índices de Compreensão verbal: o Índice de Compreensão Verbal avalia
raciocínio verbal e formação de conceitos.
Índice de organização perceptual: o Índice de Organização Perceptual avalia
formação de conceitos não verbais, percepção e organização visual, processamento simultâneo, coordenação visuomotora, aprendizagem e a habilidade de separar figura e fundo de um estímulo visual.
Índice de Memória Operacional: o Índice de Memória Operacional envolve a
habilidade de manter-se consciente de uma informação recebida, desenvolver uma atividade, saber manipulá-la e, a partir dela, produzir um resultado, envolvendo a atenção e a memória.
Índice de Velocidade de processamento: o índice de velocidade de processamento
(IVP) foi alcançado através da conversão dos pontos brutos dos subtestes Código A, Procurar Símbolos A e Cancelamento da escala WISC-IV em pontos ponderados, que foram somados e convertidos em percentis.
Os resultados aferidos nos subtestes da escala de WISC - IV, portanto, são
compatíveis com desempenho intelectual global em classificação de variação normal da inteligência (limitrofe) comparação a normas da faixa etária (QI total de 86). Outra região que pode ser afetada pela síndrome é a neurológica, originando a deficiência intelectual, que é leve na maioria dos casos, podendo ser moderada quando desempenha maior repercussão sobre a autonomia e grave em casos raros, determinando, assim, a possibilidade de um desenvolvimento cognitivo com QI que vai de mediano a insuficiente (COHEN, 2003; HERNANDEZ; LLAURADÓ, 2017).
Avaliação complementar: devido as oscilações de desempenho, optou-se a
execução da base em escala que prioriza o domínio da cognição não verbal e inteligência fluida - Matrizes Coloridas de Raven, apresentando um resultado médio superior (percentil de 70).
A investigação das habilidades adaptativas se deu por intermédio do Vineland II
respondido pela mãe, os indicadores sugerem certa imaturidade apenas no domínio da autonomia em atividades de vida diária (percentil 16), já nos domínios da comunicação, motricidade e socialização é estabelecido um desempenho compatível ao esperado na sua idade.
2. Avaliação cognitiva
Atenção: na bateria de avaliação de atenção, R. teve um resultado adequado para
sua idade tanto para atenção seletiva quanto para atenção sustentada. Não houve indicadores de impulsividade motora. O relatório não informa qual foi o teste utilizado para analise do parâmetro de atenção.
Memoria: para avaliação foram utilizadas provas de recordação serial de palavras
(memória auditivo-verbal) e reprodução da figura de Rey após 3 minutos (memória visual). Fragilidades: memória operacional - Tanto para conteúdo verbal e não verbal.
Habilidades visoconstrutivas: nos testes de habilidade visoconstrutivas (cópia de
figura complexa), R. apresentou dificuldades importantes no processo de reprodução grafomotora e na integração visual dos elementos. Todavia, teve um desempenho adequado em tarefas de habilidades visuoperceptivas, em termos de análise visual de detalhes, síntese visual e Gestalt.
3. Afetivo-emocional: não foram executados testes direcionados a avaliação de
aspectos afetivo-emocial.
Legendas: em verde estão os melhores aspectos cognitivos da criança, em azul os de
maior fragilidade.
Hipotese diagnostica: sem hipotise diagnotica estabelecida. Em suma, entendermos
que questões comportamentais atuais podem estar influenciando substancialmente a expressão das competências de R. Enfatizamos, portanto, orientações a família e acompanhamento psicoterapêutico.
Como avaliamos a qualidade do relatório apresentado: em suma, o relatório
apresentado traz consigo uma síntese concisa dos aspectos referente ao paciente abordados, explanando todos os testes trabalhados com o paciente e seus respectivos resultados, apoiados em uma curta informação sobre os preceitos da criança abordada e a conclusão concisa a respeito da avaliação, contudo existem alguns tópicos que ficaram ausentes na estruturação do relatório, como uma anamese mais aprofundada, uma melhor explanação dos testes utilizados ( não só um resumo simples e o resultados adquiridos).
Metas: tomando como referência as fragilidades identificadas na criança, fica claro
que R. possui uma maior dificuldade nos aspectos de memória operacional (verbal e não verbal) e na reprodução grafomotora, sendo essencial um maior direcionamento para esses dois tópicos. Sendo metas a serem alcançadas gradativamente uma melhor organização de informações, como a memorização de uma sequência de 3 palavras simples e logo após a sua emissão, analisando as estruturas que a formulam como auxílio para sua memorização. Outro ponto abordado é direcionado a reprodução grafomotora da criança, tendo foco na melhoria desses aspectos e a integração dos diversos elementos visuais.
Quais abordagem fonoaudiologicas podem ser trabalhadas nesse caso:
1. Atuação nos aspectos de leitura e escrita da criança - Atuando na melhoria de
reprodução dos grafemas abordados e sua compreensão concisa de seus aspcetos.
2. Melhoria da memoria operacional - auxiliando na melhoria principalmente na
memoria operacional fonológica.
Anormalidades nessa área também podem ser representadas por problemas
comportamentais, epilepsia, convulsões, retardo neuropsicomotor e atraso na fala, tendo esses dois últimos fatores juntamente com a interferência ambiental grande influência sobre o desenvolvimento da linguagem no portador da SW. (ABRAMIDES, 2008; HERNANDEZ; LLAURADÓ, 2017)
Na escola: buscar o auxilio referente ao convívio dessa criança no ambiente escolar,
estabelecendo uma relação que possibilite um desenvolvimento adequado desse indivíduo na escola, incluindo atividades que sejam relevantes para a realidade do estudante, estimulando sua motivação e formular um ambiente acolhedor para ela, pois é recorrente que uma criança portadora de algum tipo de síndrome, a qual limite de certa forma seu desempenho em relação às demais crianças, seja tida como diferente em relação aos demais.
Medico: profissionais como neurologista, fisioterapeuta, fonoaudiólogo,
endocrinologista, geneticista e psicólogo são essenciais nesse processo de cuidado, além da realização de atividades como a natação para a preservação do tônus muscular.
Encaminhamento: psicopedagogo, neurologista, fisioterapeuta, fonoaudiólogo e