Contestação

Você também pode gostar

Você está na página 1de 8

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 5ª VARA MISTA

DE CABEDELO

Ação de Alimentos

Proc. nº. 0800523-57.2022.8.15.0731

Autor: GIUSEPPE MARCIO MARTINS SILVA

Réu: HELLAYNE GOUVEIA DE ARAUJO TEOTONIO

HELLAYNE GOUVEIA DE ARAUJO TEOTONIO, brasileira, divorciada,


advogada, portadora do RG de n. 2202303 SSP/PB, portadora do CPF de n.
025.299.364-04, residente e domiciliada na Rua Anselmo Gomes de Silva, 19, apto 902,
Parque Verde, Cabedelo – PB, CEP 58.102-802, endereço eletrônico
layneteotonio@hotmail.com, telefone: (83) 99806.4950, genitora e representante
processual do filho menor das partes, ora alimentado, GIUSEPPE MARTINS DE ARAUO
TEOTONIO SILVA, brasileiro, nascido em 07/08/2015, portador do CPF de n.
133.851.894-11, residente no domicílio materno supra mencionado, ora intermediado
por sua procuradora ao final firmado (instrumento procuratório acostado), esse com
endereço eletrônico e profissional inserto na referida procuração, o qual, em
obediência à diretriz fixada no art. 106, inc. I c/c art. 287, ambos do CPC, indica-o para
as intimações que se fizerem necessárias, vem, com o devido respeito à presença de
Vossa Excelência, com suporte no art. 336 e segs. c/c art. 693, parágrafo único, da
Legislação Adjetiva Civil e art. 5º, § 1º da Lei n. 5.478/58, ofertar

CONTESTAÇÃO

tudo consoante as linhas abaixo explicitadas.


INTROITO

(a) Benefícios da justiça gratuita (CPC, art. 98, caput)

A Ré não tem condições de arcar com as despesas do processo, uma


vez que são insuficientes seus recursos financeiros para pagar todas as despesas
processuais.

Destarte, o Demandado ora formula pleito de gratuidade da justiça, o


que faz por declaração de seu patrono, sob a égide do art. 99, § 4º c/c 105, in fine,
ambos do CPC, quando tal prerrogativa se encontra inserta no instrumento
procuratório acostado.

1 – SÍNTESE DO PROCESSADO

Em síntese, colhe-se que o âmago da pretensão reserva os seguintes


argumentos:

(I). Seja deferido o pedido de Justiça Gratuita na forma da Lei 1.060/50 e do art. 98 do
CPC, por ser o promovente pobre na forma da Lei, não podendo arcar com as custas
processuais sem que haja prejuízo ao seu sustento e de sua família;

(II). Seja concedida deferida a tutela de urgência no presente caso, inaudita altera
parte, com o deferimento imediato da seguinte medida: redução da obrigação de
alimentos, para adequação do quantum e da forma como é adimplida, em
consonância com a real capacidade financeira atual do promovente, para: 15% (quinze
por cento) do seus rendimentos atuais, consistente no: a) pagamento in natura da
mensalidade do plano de saúde GEAP24, de titularidade do promovente; b) a
transferência do equivalente ao percentual de 64% (sessenta e quatro por cento) do
salário mínimo vigente para conta bancária da promovida. Subsidiariamente, apenas
se não for deferido o pedido anterior, que seja mantido o valor da pensão de alimentos
no mesmo patamar adimplido no ano de 2021, no valor de R$ 1.424,27 (um mil
quatrocentos e vinte e quatro reais e vinte e sete centavos), da seguinte forma: a)
pagamento in natura da mensalidade do plano de saúde GEAP, de titularidade do
promovente, e b) a transferência do equivalente ao percentual de 88% (oitenta e oito
por cento) do salário mínimo vigente para conta bancária da promovida.

(III). No mérito, que sejam revisados os valores pagos a título de alimentos redução da
obrigação de alimentos, para adequação do quantum e da forma como é adimplida,
em consonância com a real capacidade financeira atual do promovente, para: 15%
(quinze por cento)28 do seus rendimentos atuais, consistente no: a) pagamento in
natura da mensalidade do plano de saúde GEAP, de titularidade do promovente; b) a
transferência do equivalente ao percentual de 64% (sessenta e quatro por cento) do
salário mínimo vigente para conta bancária da promovida.

(IV). Subsidiariamente, apenas se não for deferido o pedido anterior, que seja mantido
o valor da pensão de alimentos no mesmo patamar adimplido no ano de 2021, no
valor de R$ 1.424,27 (um mil quatrocentos e vinte e quatro reais e vinte e sete
centavos), da seguinte forma: a) pagamento in natura da mensalidade do plano de
saúde GEAP, de titularidade do promovente, e b) a transferência do equivalente ao
percentual de 88% (oitenta e oito por cento) do salário mínimo vigente para conta
bancária da promovida.

(V). Seja citada a promovida e intimada para comparecer à audiência de conciliação.

(VI). Seja realizada audiência de conciliação ou mediação, nos termos do art. 319, VII,
do CPC.

(VII). Seja condenada a parte requerida ao pagamento das custas e honorários


advocatícios.

(VIII). Seja intimado o Representante do Ministério Público.

(IX). Protesta provar o alegado por meio da prova testemunhal, prova documental,
depoimento pessoal das partes, sob pena de confissão, e prova pericial, caso
necessário.

2 – REBATE DOS FATOS NARRADOS NA INICIAL

(CPC, art. 341)


Os ora litigantes foram casados sob o regime de comunhão parcial de
bens, tendo a união principiada em 00 de maio de 0000, consoante demonstra a
certidão de casamento acostada com a exordial. (fl. 17) Do enlace nasceu uma filha,
Joana das Quantas. (fl. 19). Essa atualmente tem sete (7) anos de idade.

Os mesmos, na data de março de 0000, ajuizaram Ação de Divórcio


Consensual, onde, nessa, fixou-se as previsões alimentares no montante de dois (2)
salários mínimos, dentre outras avenças. (fls. 21/23) A sentença homologatória fora
publicada em 00 de junho de 0000, com o trânsito em julgado no dia 00 de julho de
0000. (fl. 24)

Na época da estipulação dos Alimentos, em face do divórcio em liça,


o Promovido tinha o cargo de Diretor Adjunto no Banco xxxxxx, o que se depreende
dos documentos aqui carreados. (docs. 01/03)

Em 04 de abril do ano pretérito próximo, o Promovido teve seu


contrato de trabalho rescindido (sem justa causa), então vigorante com Banco xxxxxx
S/A, o que se depreende do termo de rescisão acostado. (doc. 12) Passou, então, a
figurar como mais um no rol de desempregados. Pagava as suas ex-cônjuges, por
desconto em folha de pagamento, na ocasião de sua demissão, as importâncias de R$
0.000,00 (.x.x.x ) e R$ 000,00 (.x.x.x ) (Ilda). (docs. 13/17)

Apesar dessa drástica adversidade do destino, o Promovido, ainda assim, maiormente


demonstrando a honradez que sempre lhe foi peculiar, continuou pagando
rigorosamente suas obrigações alimentares, aliás como o sempre fez.

Somente no dia 01 de setembro de 0000 foi que o Réu conseguiu, naquela


oportunidade como sócio de empresa de consultoria (Senior .x.x.x Ltda), angariar uma
nova fonte de renda. (doc. 18) Todavia, bem aquém do salário que antes recebia, ou
seja, R$ 00.000,00 (.x.x.x). (docs. 19/21) Veja que o Requerido percebia, em seu último
extrato de pagamento de salário, deduzidos vários encargos, inclusive alimentares, a
quantia de R$ 00.000,00 ( x.x.x. ). Acrescente-se, ainda, que o Promovido teria que
deduzir várias obrigações tributárias e trabalhistas desse minúsculo contrato. Melhor
dizendo, único contrato e fonte de renda.
Atualmente a Promovente recebe do Réu, a título de pensão alimentícia, a quantia de
R$ 0.00,00 (.x.x.x), correspondente a um (1) salário mínimo. Adicionado a outros
encargos, resulta em R$ 00.000,00 ( .x.x.x. ). Vejamos, a propósito, de bom alvitre, um
breve demonstrativo desse quantum:

RESUMO DA PENSÃO:

• Colégios...............R$ .x.x.x
• Alimentos..............R$ .x.x.x
• Ass. Médica..........R$.x.x.x.x
• Prest. Apto............R$.x.x.x

_________

Total: R$ .x.x.x.x.x

II – HOUVE ACENTUADA ALTERAÇÃO ECONÔMICA DOS EX- CÔNJUGES.

A situação fática exposta no tópico anterior revela que o Promovido


tivera sua situação financeira drasticamente reduzida. O infortúnio presenciado
tornou sua capacidade financeira ínfima.

Em contraste àquela ocasião da sentença, na qual o Promovido tinha


seus rendimentos determinados, e de sobremaneira altos, sua mísera remuneração
sobrevêm, agora, de forma incerta. Não há qualquer previsão fixa. Advêm de
consultorias avulsas, indeterminadas.

Isso tudo ocasionou uma verdadeira avalanche na sua vida, em especial à sua
estabilidade financeira. Longe de evidenciar exagero, o modo de vida do Promovido
tornou-se uma lamúria; em estagnação e desorientação econômica. Sua conduta,
outrora, mostra-se, agora, atípica aos padrões mínimos de uma inclinação salutar.

As contas bancárias do Requerido foram encerradas (Banco X S/A e Banco Y S/A), por
conta desse malsinado desiderato, fruto da utilização de cheques sem provisão de
fundos, empregados, em grande parte, na angústia de ver as pensões alimentícias
íntegras. (docs. 23/27) Acrescente-se, ademais, que há débitos de monta com as
mencionadas instituições financeiras, inclusive com recente proposta de regularização
junto ao Banco X S/A. (doc. 28)

Até mesmo o pagamento do colégio das crianças foi quitado com extremas
dificuldades, tanto que estão sendo pagas, a contragosto, com dias de atraso e
consequentes penalidades pecuniárias. (docs. 29/31)

Alheia a tudo isso -- aliás, em situação financeira confortável --, a Promovente tratou
de consolidar seu perseguido empreendimento, criando sua própria empresa, sua
fonte de renda, a saber a Empresa X – ME. (doc. 32)

De resto, não há hesitações quanto ao revés financeiro atribuído ao Promovido. Não


existem, identicamente, dúvidas de que a Requerente, moça jovem e capaz, formada
em Administração de Empresas, tenha uma estrutura financeira capaz de mantê-la,
sem auxílio financeiro do Postulado.

II – DOUTRINA APROPRIADA AO CASO SUB EXAMINE

IV – NOTAS JURISPRUDENCIAIS CORRESPONDENTES

Lançamos, por conveniência, decisões de Tribunais que assentam linha de raciocínio


condizente às lições retro apresentadas.

VI – EM ARREMATE

POSTO ISSO, o Réu expressa o desejo que Vossa Excelência se digne


de tomar as seguintes providências:

6.1. Requerimentos

a) Seja concedido o pedido da gratuidade da justiça;

6.2. Pedidos
a) Seja julgado improcedente o pedido de tutela de urgência no presente caso,
inaudita altera parte, com o indeferimento redução da obrigação de alimentos, para
adequação do quantum e da forma como é adimplida, em consonância com a real
capacidade financeira atual do promovente, para: 15% (quinze por cento) do seus
rendimentos atuais, consistente no: a) pagamento in natura da mensalidade do plano
de saúde GEAP, de titularidade do promovente; b) a transferência do equivalente ao
percentual de 64% (sessenta e quatro por cento) do salário mínimo vigente para conta
bancária da promovida. Também improcedente o pedido anterior, que seja mantido o
valor da pensão de alimentos no mesmo patamar adimplido no ano de 2021, no valor
de R$ 1.424,27 (um mil quatrocentos e vinte e quatro reais e vinte e sete centavos), da
seguinte forma: a) pagamento in natura da mensalidade do plano de saúde GEAP, de
titularidade do promovente, e b) a transferência do equivalente ao percentual de 88%
(oitenta e oito por cento) do salário mínimo vigente para conta bancária da
promovida.

b) No mérito, que seja julgado improcedente o pedido de revisão dos valores pagos a
título de alimentos, para: 15% (quinze por cento), consistente no: a) pagamento in
natura da mensalidade do plano de saúde GEAP, de titularidade do promovente; b) a
transferência do equivalente ao percentual de 64% (sessenta e quatro por cento) do
salário mínimo vigente para conta bancária da promovida.

c) Improcedente o pedido anterior, que seja mantido o valor da pensão de alimentos


no mesmo patamar adimplido no ano de 2021, no valor de R$ 1.424,27 (um mil
quatrocentos e vinte e quatro reais e vinte e sete centavos), da seguinte forma: a)
pagamento in natura da mensalidade do plano de saúde GEAP, de titularidade do
promovente, e b) a transferência do equivalente ao percentual de 88% (oitenta e oito
por cento) do salário mínimo vigente para conta bancária da promovida.

d) Seja realizada audiência de conciliação ou mediação, nos termos do art. 319, VII, do
CPC.

e) Seja concedida o pedido de Justiça Gratuita.

f) Seja intimado o Representante do Ministério Público.


g) Protesta provar o alegado por meio da prova testemunhal, prova documental,
depoimento pessoal das partes, sob pena de confissão, e prova pericial, caso
necessário.

Nestes termos, pede deferimento.

João Pessoa, 20 de Junho de 2022.

EVELYNE BARROS RAMALHO


OAB/PB n.º 24.291
evelyne.adv@gmail.com
(documento assinado digitalmente na forma da Lei n°11.419/06)

ROL DE TESTEMUNHAS

Você também pode gostar