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Queremos Uma Doutrina Líquida
Queremos Uma Doutrina Líquida
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as demais Igrejas da mesma fé e ordem e cooperar, voluntariamente, nas atividades do
Reino de Deus”. Ainda que voluntariamente é preciso vivenciar a filosofia da Convenção
Batista Brasileira, uma vez que “a cooperação é a essência do sistema batista [...]
trabalhar junto tem sido o segredo da obra realizada.” (PACTO E COMUNHÃO, 2010,
p.73).
Somos um povo forte e conhecido pela luta (con)junta, pela presença em todos os
setores da sociedade. Somos fortes pela legalidade e autenticidade do chamado
missionário, por isso temos a marca, o corpo doutrinário e a essência pressupostos na
bíblia e que possui rigidez bíblica contrapostos à liquidez da cosmovisão pós-secular.
Assim posto, é preciso lembrar que a manutenção de nossa fidelidade à bíblia refletirá
nossa missão na Igreja e na sociedade e que a liquefação do princípio cooperativo fará
emergir o sintoma do que Bauman chama também de “fim da era do engajamento mútuo”
ele observa:
A desintegração da rede social, a derrocada das agências efetivas de
ação coletiva e a suposição de que as pessoas podem ser juízes
incompetentes de sua própria situação Não importa mais quem dá a
ordem [...] o fenômeno versus essência. (BAUMAN, 2001, p. 18-26)
É preciso cuidar da igreja na manutenção da essência solidária, descontruindo a
ideia de que é possível viver e agir sem ter que prestar contas a ninguém. Se faz urgente
deixar de lado as dúvidas levantadas acerca da legitimidade de cooperar e talvez uma
das soluções seja participar, debater e tentar enrijecer para não liquefazer devez os
sentimentos e a ações mútuas.
Vários estudos sobre este tema já foram apresentados em livros, revistas e
debates e no contexto batista. O fato é que o processo participativo em vários setores da
sociedade, requer a ajuda mútua e a contribuição que cada líder pode dar no objetivo
comum do crescimento do Reino de Deus, a partir de ações conjuntas. Para Bauman,
fragmentação de forças pode ser diminuída se “a tarefa de um compartilhada por todos
for realizada por cada um”, num nível de compartilhamento; o contrario não ajuda, pois
“induz à competição mais ríspida, em vez de unificar uma condição humana inclinada a
gerar cooperação e solidariedade.”(BAUMAN, 2001, p. 106). Para isso, os batistas
brasileiros criaram o Plano Cooperativo – que vai além de contribuições financeiras – com
o objetivo de aperfeiçoar, aprofundar, ampliar a ação das igrejas visando à edificação dos
crentes e expansão do Reino de Deus no mundo, como está expresso no Art. 2º, incisos
III e IV do Estatuto da Convenção Batista Brasileira:
A Convenção reconhece como princípio doutrinário a autonomia das
Igreja filiadas, sendo as recomendações que lhes são feitas
decorrentes do compromisso de mútua cooperação por elas assumido.
A relação da Convenção com as Igrejas é de natureza cooperativa.
(CBB, ESTATUTO, Cap. II, Inc. 3º e 4º)
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS