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O Que o Novo Presidente Não Poderá Fazer Pela Igreja
O Que o Novo Presidente Não Poderá Fazer Pela Igreja
No próximo dia 28/10/2018 teremos o 2º turno das eleições e desta vez para
escolher o novo presidente do executivo brasileiro que governará a partir de primwieo
de janeiro de 2019.
Como é de se esperar, os ânimos estão exaltados seja por parte dos candidatos
e muito mais pela população que, a muito tempo, não se envolvia na vida política de
seu país como está se vivenciando nos dias de hoje. As farpas, insultos, provocações,
Fake News (notícias falsas) misturadas com verdadeiras alimentam ainda mais esse
cenário, que tudo indica, no dia seguinte a eleição, esperamos que, os tais ânimos já
estejam apaziguado e cada um cuidando de sua vida, pagar as contas, tentar recuperar
as amizades perdidas, enfim, por em ordem aquilo que ficou desordenado.
A Igreja não está alheia a isso, posto que convive no meio social e além disso
faz parte integrante do mesmo.
Entretanto, o cerne das discussões é a polarização do duvidoso sistema de
governo que navega entre o grupo que credita ao outro à extrema direita (extremo
capitalismo) e a outro a extrema esquerda (socialismo/comunismo). Poucos acreditam
que não haverá nenhum destes modelos e que a democracia triunfará.
Há sistemas de governos mundo afora que divergem, por exemplo, quanto a
liberdade religiosa.
Segundo a organização Portas Abertas2, mais de 215 milhões de cristãos no
mundo sofrem severa perseguição no mundo, sendo os direitos mais cerceados:
1. Desprovidos de liberdade religiosa;
2. Proibição de conversão ao cristianismo sobretudo por conta de ameaças do
próprio governo e grupos extremistas;
3. Os cristãos confessos são obrigados a abandonarem seus lares, patrimônio,
empregos pelo terror da violência impetrada contra os tais;
4. Agressões físicas e mortes pela simples confissão de fé;
5. Muitos são presos, interrogados e torturados por se recusarem a negar a
sua fé em Jesus.
Ainda segundo a aludida organização, as perseguições são assim classificadas:
1
Davi Secundo de Souza é Pastor, Jornalista, Advogado, Presidente da AD Cajuru Curitiba e Presidente da
CONEMAD-PR
2
Disponível em <https://www.portasabertas.org.br/artigo/igreja-perseguida>. Acesso em 16/10/2018.
O CRISTÃO E A POLÍTICA: O QUE O NOVO PRESIDENTE NÃO PODERÁ FAZER PELA IGREJA
3
Disponível em <https://www.portasabertas.org.br/artigo/perfil-de-paises>. Acesso em 16/10/2018.
2. “Ser sal da terra e luz do mundo” (Mt 5.13, 14): Os 111 versículos que
compõe os capítulos 5 a 7 do Evangelista Mateus é mais que um “sermão”. Trata-se de
um compêndio que deve nortear toda a vida cristã. Encontramos nestes textos sagrados
a baliza, o prumo e a régua (cânon) que deve reger nossas vidas. De comportamento
perante os homens a modo como Deus nos aceita como filhos e participantes do Seu
Reino lá encontramos. No entanto, é mister enfatizar que tudo depende do SAL e da
LUZ que somos neste mundo. Se o SAL não tiver sabor, imprestável é. Se a LUZ não
brilhar, torna-se em densas trevas. Não basta ser cristão (ser como Cristo) no meio de
cristãos, é dever ser cristão aonde quer que estejamos.
4. Manter-se pura e santa (Hb 12.14; 1Pe 1.14-16; 1Ts 4.7-8; Ef 5.25-27;
2Co 11.2; Rm 12.2): A condição sine qua non para sermos salvos é a santificação. Ser
santo é separar-se com um propósito especial de servir ao Senhor Jesus abstendo-se
das tentações mundanas. É mister asseverar que neste corpo humano somos sujeitos
ao pecado, no entanto, como disse o Apóstolo Amado “vive pecando…” (1Jo 5.18; 1.8,
9). Nossa justificação vem do Senhor e não de obras meritórias. Tudo o que fizermos
de bom nada valerá para nossa salvação que é dada gratuitamente (Ef 2.8). O cristão
deve fazer “boas obras” (Mt 5.16) não para ser salvo, mas, porque é um salvo (Rm 10.9,
13; 5.1, 9-10; 1Co 1.18).
4
Disponível em <https://frasescristas.wordpress.com/2012/05/10/frases-de-dwight-l-moody/>. Acesso em
16/10/2018.
Após o derramamento do Espírito Santo (At 2), os discípulos logo saem para fora (gr.
εκκλησια = ekklesia. Verdadeiro sentido) e encontram a multidão que atônita faziam
julgamentos diversos do tal acontecimento. Logo o Apóstolo Pedro tomando a palavra
apresenta o Evangelho e o resultado é a conversão de mais de três mil almas (At 2.41).
Após a eleição dos primeiros diáconos, vemos dois destaques dignos de nota, a saber,
Estevão e Felipe (At 6.5). Estevão não somente dava conta dos afazeres burocráticos,
cuidar das viúvas, órfãos e necessitados, enfim, “servir às mesas” (At 6.2) era intrépido
evangelista enfrentando as adversidades mortais de sua época. De fato foi assassinado
por amor a Cristo, porém, cumpriu sua missão. E Felipe? Sem omitir seu ministério
diaconal, percebeu que Samaria era uma cidade carente da verdade “desceu” (é
necessário descer para pregar o evangelho) e levou multidões a Cristo (At 8.5ss). Em
seguida, não antes de levar uma cidade inteira ao Senhorio de Cristo, entregou a Igreja
para os Pastores de Jerusalém e viveu o milagre de pregar no deserto para um único
homem (At 8.26-27). Pregou o evangelho, fez o batismo e em seguido foi levado pelo
Espírito para outro lugar. Como estão os nossos cristãos atuais? Estão cuidando da
parte burocrática, sem omitir a parte espiritual? Estão dispostos a morrer por amor a
Cristo? Que resultados poderão dizer que estão apresentando ao Senhor?
O termo utilizado por Nosso Senhor Jesus (gr. ετοιμοι = apercebido, pronto)
derivava de um costume oriental utilizado pelos reis. Quando estes pretendiam visitar
um determinado local, enviava primeiramente homens para que preparasse as
estradas, nivelando-as e tornando transitáveis5. Assim Jesus estava alertando àqueles
que O esperam que “preparai o caminho do Senhor; endireitai as suas veredas” (Mc
1.3; Is 40.3; Jo 1.23; Lc 3.4).
Desse modo cristalino é ordenado a todos os que são cristãos para que
aguardem o Seu Senhor. Doutra sorte, o tempo aqui nesta terra será de todo perdido.
5
STRONG, James. Dicionário Bíblico Strong: léxico hebraico, aramaico e grego. Barueri/SP: SBB, 2002.
já vimos anteriormente nos casos de Atos dos Apóstolos. Este propósito é denominado
de missões.
Missões é tarefa primordial da Igreja. Não há escusa capaz de livrá-la disso. A
maior dificuldade para a consecução deste propósito, o próprio Senhor Jesus já
afirmou em Mateus 9.38: “Rogai, pois, ao Senhor da seara, que mande ceifeiros
para a sua seara”. Eis o segredo: oração e ceifeiros. Alguns afirmam que não tem
condições financeiras para tal. Ora não existe Igreja tão pobre que não possa fazer
missões, existe sim, Igreja pobre por não fazer missões. Onde estão os intercessores?
Onde estão os ceifeiros? Nenhum governo resolverá isto: é problema da Igreja!
11. Crer nas promessas e ser fonte bênçãos (Gn 12.1-3; 18.18-19; Gl 3.16-
29): Quando o Senhor chamou Abrão e enviou para um destino certo mesmo que não
o sabia, deu-lhes promessas, no entanto, afirmou que o mesmo seria fonte de bênçãos
para as famílias (nações) da terra.
Quando aceitamos o Senhorio de Cristo tornamos parte destas promessas e,
assim, Deus espera que creiamos em suas ricas, inesgotáveis e preciosas promessas,
assim como sermos abençoadores aonde quer que estejamos possa fluir através de
nossas vidas ricas bênçãos aos que nos cercam. Todos, em Cristo, possuem esta
promessa em qualquer parte do globo terrestre, aonde a planta dos pés pisares, serás
bênçãos.
13. Não se amoldar ao mundo (Rm 12.2): a advertência do irmão Paulo deve
ser levada com extremo rigor na intimidade de nossa adoração, viver e proceder. É
mister ressaltar que bons costumes não levam a sã doutrina, porém, a sã doutrina nos
levará cabalmente a exercitarmos bons costumes. A Igreja de Cristo tem o poder do
Espírito Santo para vencer. Não necessita absolutamente de inovações mundanas em
seu seio. Vestir-se de uma roupa mundana para atrair as pessoas a Cristo não
funcionará. O máximo levará pessoas a serem religiosos, a mudarem de instituição e
não, necessariamente, serem inseridas no Corpo de Cristo. Ademais, para além disso,
é aceitar a situação como normal. O autêntico Cristão procura levar a Palavra ao
mundo. Esta tem o poder da transformação. Quem pode dar direção a este mundo se
rumo. E a Igreja é a porta-voz destas boas novas. O contrário disso é aceitar como
normal o que o mundo dita. Exemplo triste disso é constatar que muitos templos na
Europa estão fechados e à venda simplesmente porque a Igreja definhou e aceitou as
exigências de não propagar o Evangelho da Graça pelas “ruas e valados”. O Corpo vivo
está em plena mutação: ou cresce, ou definha. A escolha é nossa.
15. Ser um verdadeiro adorador (Jo 4.24): nos dias de hoje, muitos
confundem adoração com “cantorias”. Não é isto que a Bíblia revela e até mesmo num
conceito dicionarista, jamais existe esta confusão. Adorar, no sentido religioso,
significa antes de tudo “render culto a uma divindade”. Lá na Antiga Aliança a
expressão era mais acentuada: cair de joelhos ante o divino (2Cr 6.13; 1Rs 18.42; Mc
1.40; 10.17). A Nova aliança trata, igualmente, com ênfase (At 7.60; Fp 2.10-11). A
expressão máxima da adoração não depende de fatores externos, mas, depende
integralmente de pessoas que são comprometidas com o Cristo ressurreto e O aceita
como único Salvador. A Ele toda honra, glória, louvor, adoração pelos séculos dos
séculos.
16. “Perseverar na comunhão” (At 2.42; 1Co 1.9; 1Jo 1.3, 6): nenhuma
instituição deste mundo tenebroso nos fará ter comunhão com o Senhor Jesus.
Comunhão é algo particular e íntimo, formalizado através de nossas atitudes e não de
palavras. A exigência Bíblica é para termos comunhão com o Deus o Pai através de Seu
Filho Jesus. Jesus mesmo afirmou: “ninguém vai ao Pai, senão por mim” (Jo 14.6).
Então temos dois tipos de comunhão: uma vertical e outra horizontal. Enquanto a
primeira depende apenas do querer pessoal em aproveitar a porta aberta pelo Senhor
Jesus, a segunda (horizontal), dependerá da pessoa querer. Isto implica em muitas
adversidades e desentendimentos, além, de más interpretações da Bíblia.
Uma das maiores preocupações e dispendiosa de tempo pastorais atuais é a
ausência de comunhão.
A Igreja Primeira nos dá um exemplo de comunhão. Sempre estavam juntos,
tinham tudo em comum, partiam o pão, se preocupavam com a necessidade um dos
outros, contribuíam com extrema generosidade, oravam, jejuam, refletiam, conferiam
as informações (como os Bereanos), se doavam tanto que muitos chegavam a entrar a
vida eterna muito jovem. Eram perdoadores, compassivos, misericordiosos,
entranhados de humildade, promotores da eternal paz e procuravam exalar o “bom
6
O’REILLY, A. J. Os mártires do Coliseu: o sofrimento dos cristãos no grande anfiteatro romano. Trad. Marta
Doreto Andrade. 3 ed. Rio de Janeiro, CPAD: 2005.
7
FOXE, John. O livro dos mártires. Trad. Almiro Pisetta. São Paulo: Editora Mundo Cristão, 2013.
8
GONZÁLES, Justo L. E até os confins da terra: uma história ilustrada do Cristianismo. Trad. Key Yuasa. 1 ed. 11
reimp. São Paulo: Edidora Vida Nova, 1995.
cheiro de Cristo” por meio de palavras edificantes “temperadas com sal”. Sabiam de
onde vinham, qual era sua missão e para onde iriam após concluída a missão, não
importando a idade. Será que temos, ao menos, o reflexo dessa Igreja nos dias atuais?
Reflitamos sobre isso Igreja do Senhor.
Concluindo esta rápida e singela reflexão, espero que o nobre leitor não espere
do novo presidente o que somente você pode fazer.
O Soberano Criador deixou bem claro a função de cada uma das instituições.
Veja que a tripartição dos poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) já está na Bíblia
desde tempos imemoriais: Sacerdote/Escribas, Profeta e Rei. Aliás, mais uma prova da
Trindade na Bíblia. Nenhum ditador quer seja de direita, de esquerda, de centro,
comunista, liberal ou teocrático tem a benção de Deus.
Sejamos sábios e procuramos entender os tempos, porque se os dias são maus,
não vamos ajudar o inimigo a piorá-los.
Que Deus em Cristo Jesus nos abençoe com sua eterna paz!