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Aprendizagem
Aprendizagem
Descrição
Propósito
Objetivos
Módulo 1
Os princípios epistemológicos
Módulo 2
Aprender significa não apenas ampliar nossas possibilidades de sobrevivência no meio, mas também
compartilhar nossos conhecimentos e descobertas com outras pessoas, de dentro ou fora da nossa
comunidade e por diversas gerações. Diante de toda essa complexidade, o tema da aprendizagem
humana é um assunto importante e que movimenta muitos debates entre pensadores desde a
Antiguidade até os tempos atuais.
Iremos, a partir do presente conteúdo, entender as diferentes abordagens teóricas que tentam
compreender a natureza da aprendizagem humana.
1 - Os princípios epistemológicos
Ao final deste módulo, você será capaz de analisar os princípios epistemológicos mais
discutidos no estudo da aprendizagem.
Há também conhecimentos que adquirimos de maneira mais organizada e estruturada e que demandam
interações com outras pessoas, por exemplo com nossos familiares e professores. Tais conhecimentos são
importantes não apenas para o desenvolvimento individual de cada um de nós, mas também para o nosso
desenvolvimento social e cultural.
Evidentemente, a aprendizagem não é uma habilidade exclusiva dos seres humanos, podendo ser observada
em outros animais. Por exemplo, polvos podem aprender a se locomover em um labirinto, utilizando
características espaciais para reconhecer se passaram por determinado trecho anteriormente.
Elefantes são animais muito inteligentes, capazes de armazenar informações por muitos anos e de
aprenderem novos e complexos comportamentos, como pintar. Pintam tão bem quanto uma criança, mas
não são capazes de emitirem esse comportamento por vontade própria ou de produzirem algo realmente
inovador e criativo, independentemente da idade.
No entanto, o ser humano apresenta uma capacidade maior e mais complexa de discriminar sequências
ordenadas de estímulos e solucionar problemas abstratos. Os conhecimentos desenvolvidos pelos
indivíduos humanos permitem que a sua comunidade, e até mesmo outras, possam obter benefícios para si
e para gerações futuras.
A escrita, astronomia, arquitetura, culinária, agricultura são apenas alguns exemplos de ferramentas
complexas e responsáveis pela facilitação da adaptação do homem ao ambiente e que só se tornam viáveis
pela capacidade humana de aprendizagem. Pense como seria o mundo e a vida humana se fosse preciso
redescobrir ou reinventar a maioria das tecnologias que as pessoas utilizam cotidianamente, geração após
geração. É bem provável que a adaptação ao ambiente seria muito mais restrita e desafiadora. A
aprendizagem é um importante processo que permite o desenvolvimento ontogenético e filogenético do ser
humano.
Compreender a natureza da aprendizagem não é simples e tem instigado diversos pensadores ao longo de
toda a história na busca pela definição desse construto. Historicamente, há teorias que defendem que a
aprendizagem é fruto de influências externas, outras defendem que questões internas direcionam o
desenvolvimento do indivíduo.
Ainda segundo algumas teorias, é a interação entre o indivíduo e o meio social que possibilita a aquisição de
novos conhecimentos. Independentemente da escola, muitos autores concordam que a aprendizagem tem
um papel crucial na sobrevivência e na adaptação do organismo ao meio, proporcionando a aquisição
duradoura de comportamentos e cognições.
O objetivo deste estudo não é trazer uma única definição sobre aprendizagem, uma vez que essa seria uma
proposta um tanto limitante para um construto tão complexo e importante. Além de apresentar algumas das
teorias que explicam por diferentes vieses como ocorre a aprendizagem dos seres humanos, deseja-se que
o aluno leitor seja capaz de debater acerca das seguintes questões:
Inicialmente, é importante discutir duas escolas antagônicas que protagonizaram importantes discussões
sobre o desenvolvimento do conhecimento humano e ainda hoje influenciam pensadores: o empirismo e o
racionalismo ou inatismo. Essas duas vertentes o ajudarão a compreender grande parte das concepções
teóricas atuais acerca da aprendizagem. Vamos entendê-las melhor a seguir:
Empirismo expand_more
O empirismo, que no século XVII teve como principal teórico o filósofo John Locke (1632-1704), é
fundamentado na ideia de que o homem aprende a partir das experiências que vivencia desde o
nascimento até a morte por intermédio de seu sistema sensorial. Essa concepção pode ser melhor
compreendida pela alusão à “tábula rasa”, na qual o homem nasceria completamente vazio de
saberes e, a partir da interação com o meio, iria pouco a pouco “preenchendo-se” de experiências.
Portanto, o processo de aquisição do conhecimento se daria a posteriori, dependendo apenas das
experiências sensoriais. Como poderíamos conceber o mundo sem visão, tato, olfato, paladar e
audição?
Autores empiristas dos séculos XVI e XVII, como Jonh Locke, Francis Bacon (1561-1626), David
Hume (1711-1776) e Thomas Hobbes (1588-1679), preconizaram o que conhecemos como
empirismo moderno. Eles defendiam a ideia de que as percepções sensoriais que acumulamos
sobre o mundo formam os nossos conhecimentos e a aprendizagem se daria pelas experiências
com o meio. Deveria ser o papel da educação, portanto, conduzir as pessoas às experiências “mais
adequadas”, buscando um objetivo único e correto?
A tese empirista é de que o ser humano não tem uma fonte de conhecimento em si que não a
experiência dos sentidos (MARKIE, 2004).
Na contramão dessa escola, encontra-se o racionalismo ou inatismo, o qual afirma que a fonte de
todo o conhecimento humano é a razão e que as experiências sensoriais não são suficientes para
desenvolver a capacidade cognitiva de um indivíduo. Pelo contrário, para os racionalistas, o saber
construído pela experiência é falho e pode conduzir a pessoa a conclusões erradas. Tal corrente de
pensamento defende que o ser humano já nasce com as características necessárias para defini-lo e
que o conhecimento se dá por relações de dedução e indução. Isso significa dizer que temos
naturalmente a capacidade de, partindo de premissas amplas e verdadeiras, obtermos uma
conclusão particular (dedução) e de detectar no ambiente premissas específicas para chegar a
conclusões amplas (indução).
O racionalismo moderno contou com pensadores como René Descartes (1596-1650), Baruch
Espinoza (1632-1677) e Gottfried Leibniz (1646-1716). Esses autores defendiam que o conhecimento
se dava a priori, portanto, mesmo considerando que informações sensoriais cheguem o tempo todo
ao organismo, somente por meio do raciocínio formal e complexo poderemos conceber novos
conhecimentos acerca do mundo. No contexto da aprendizagem, seguindo essa visão, podemos nos
perguntar: O educador deve simplesmente permitir que o aluno busque alcançar as respostas às
suas perguntas, pela reflexão e pelo raciocínio lógico? Algumas proposições em uma área específica
conhecemos apenas pela nossa intuição; outras são cognoscíveis por serem deduzidas de
proposições intuídas (MARKIE, 2004).
Os estudos epistemológicos sobre a aprendizagem humana foram marcados por uma nova concepção
teórica chamada de interacionismo. Os dois autores mais proeminentes dessa concepção teórica foram
Jean Piaget (1896-1980) e Lev Vygotsky (1896-1934), os quais, embora nunca tenham se encontrado,
chegaram a conclusões muito compatíveis e que se afastam das escolas epistemológicas mais tradicionais
até então.
O interacionismo é a concepção teórica que defende que o conhecimento é fruto da interação entre o
indivíduo e o ambiente que o cerca. Desse modo, o homem não nasce com conhecimento inato, tampouco
irá desenvolvê-lo por meio das experiências sensoriais apreendidas no ambiente, e sim a partir da interação
entre os dois.
Nessa concepção, o ser humano não é entendido como detentor natural do conhecimento nem como uma
“tábula rasa” que será preenchida ao longo do contato com as experiências.
Para a teoria de Piaget, chamada de construtivismo, é possível afirmar que o ser humano nasce com certas
capacidades cognitivas, no entanto elas se desenvolvem por interação com o meio. À medida que uma
criança se depara com um problema novo, isso gera um desequilíbrio que somente será reajustado após a
solução deste. Para Piaget, a aprendizagem se daria por meio de assimilações e acomodações, ou seja, ao
se deparar com um novo estímulo, a mente deveria se reestruturar para assimilá-lo como um novo
conhecimento. Portanto, o construtivismo compreende a aprendizagem como uma relação ativa do
organismo com o ambiente, em que, diante de novos desafios, esquemas cognitivos são desenvolvidos para
assimilar novos conhecimentos.
O autor desenvolveu o conceito de zona de desenvolvimento proximal, compreendido como a distância entre
o nível potencial de desenvolvimento e o nível de desenvolvimento real. Esse conceito defende que em todo
indivíduo há um potencial de aprendizagem e que a interação com outros indivíduos facilitaria a aquisição
de conhecimento.
Visto a importância dos dois autores e a complexidade de suas teorias para o entendimento da
aprendizagem humana, veremos com mais profundidade cada uma delas no módulo 2.
Behaviorismo ou comportamentalismo
É importante salientar que o entendimento dos behavioristas sobre a aprendizagem humana era pautado no
associacionismo, isto é, descendia da concepção empirista de que a atividade mental. Portanto, para essa
abordagem, a aquisição do conhecimento é desenvolvida pela associação de informações oriundas das
experiências sensoriais do ambiente.
Watson aprofundou seus estudos sobre o comportamento a partir das descobertas realizadas pelo
fisiologista russo Ivan Pavlov (1849-1936). Inicialmente, Pavlov estudava o papel de certas enzimas no
processo de digestão de cachorros. Ele inseria tubos esterilizados nas glândulas salivares de cães, que
salivavam sempre quando lhes era apresentado algum alimento. Pavlov chamou isso de reflexo. No entanto,
após algum tempo, percebeu que as ampolas coletoras tinham seus níveis de saliva aumentados antes
mesmo da apresentação do alimento, bastando que os animais ouvissem os passos do pesquisador ou que
a luz do laboratório fosse acesa. Pavlov percebeu, então, que novos reflexos podem ser aprendidos caso
sejam associados a reflexos naturais.
Para Watson, debruçado nos estudos pavlovianos acerca dos comportamentos reflexos, todo animal,
incluindo os seres humanos, nasce com um repertório de comportamentos simples oriundos da história
evolutiva de sua espécie. Esses comportamentos simples são fundamentais para a sobrevivência e
adaptação desse organismo no ambiente. Assim, uma alteração no ambiente, a qual chamamos de
estímulo, elicia um comportamento no organismo, chamado de resposta. Além disso, a partir desses
reflexos inatos, todo animal seria passível de aprender novos comportamentos, inclusive respostas
emocionais.
Resumindo
Aumentar a salivação ao visualizar a logo de uma lanchonete, estocar alimentos em casa diante da ameaça
de uma catástrofe, recusar-se a entrar em um automóvel após sobreviver a um acidente grave envolvendo
carros, esses e muitos outros exemplos podem ser explicados pela teoria do comportamento respondente,
já que podem ser derivados de associações entre situações e reflexos. No entanto, apenas pelo viés do
condicionamento respondente é difícil de se explicar comportamentos mais complexos, como pintar uma
obra de arte, falar uma ou mais línguas ou mesmo pensar. Para sanar essa brecha, Skinner propôs a teoria
do reforço e o condicionamento operante.
Skinner protagonizou o behaviorismo radical, o qual defende que a mente, tal como
uma série de processos internos, não existe senão pela associação de
comportamentos. Em outras palavras, todos os eventos do organismo, internos ou
externos, podem ser entendidos como comportamento.
Diferentemente do comportamento respondente, em que um estímulo (S) elicia uma resposta (R), no
paradigma operante é certo afirmar que um comportamento emitido espontaneamente (resposta) gera uma
consequência no ambiente (estímulo), e essa consequência favorecerá ou não que aquele comportamento
se repita.
Exemplo
Imagine uma pessoa bem-humorada que está em um ambiente cheio de desconhecidos e começa a fazer
comentários engraçados. Se ninguém rir de seus comentários ou não derem a mínima atenção para o que a
pessoa esteja falando, qual a chance de esse comportamento se repetir? Ao passo que se todos rirem e
acolherem a pessoa, as chances de esse comportamento se manter são bem maiores.
Nível filogenético
Di it t t i d d hi tó i d l ã t ld é i P
Diz respeito aos comportamentos oriundos de uma história de seleção natural da espécie. Por
exemplo, o choro de um bebê com fome tende a se repetir, pois tem como consequência ser
alimentado.
Nível ontogenético
Está relacionado aos comportamentos desenvolvidos pela própria relação do organismo com
o ambiente ao longo de sua história de vida. Um exemplo seria sempre dormir envolto em um
cobertor, uma vez que isso lhe traz bem-estar e a tendência de esse comportamento se repetir
é grande.
Nível cultural
Diz respeito aos comportamentos característicos de determinado grupo social e que são
ensinados aos próximos descendentes. Por exemplo, falar baixo e manter o distanciamento
social são comportamentos muito comuns e valorizados entre os japoneses.
Os comportamentos operantes seriam explicados, portanto, pelas teorias do reforço e da punição. O reforço
é toda consequência que aumenta a probabilidade de um dado comportamento ocorrer. Os reforços
operantes podem ser de dois tipos: positivo e negativo.
Reforço positivo
Reforço negativo
Já a punição negativa é quando se retira um estímulo reforçador do ambiente para reduzir a frequência de
um comportamento.
Aqui, um exemplo prático seria quando os pais de um adolescente retiram sua mesada até que ele pare de
se envolver em brigas.
Exemplo
Um exemplo disso seria a linguagem entendida por Skinner como comportamento verbal: antes de saber
falar, a criança pequena apenas balbucia sons que não têm sentido claro logo de início. Porém, à medida
que os adultos ao redor reforçam positivamente pequenos acertos da criança, os sons mais corretos são
aprendidos por ela e aprimorados a cada repetição até que a palavra correta seja emitida. Um possível
caminho na aprendizagem da palavra “papai” pode ser representado por: (tatá) -> (cacá) -> (cai cai cai) ->
(papá) -> (papai).
Saiba mais
Enquanto o behaviorismo surgiu promovendo severas críticas ao mentalismo, aos estudos sobre processos
internos da consciência e até mesmo ao conceito psicanalítico de inconsciente, os autores cognitivistas
eram ferrenhos críticos dos behavioristas.
Isso significa dizer que a psicologia cognitiva se interessa em compreender como ocorre o processamento
da informação e interpretação da realidade.
Veja o processamento da informação desde a captação das informações sensoriais via estruturas
receptoras, passando pela interpretação dessas informações nervosas pelo encéfalo e a conclusão do
processo:
Nessa abordagem, a aprendizagem se dará pela aquisição do produto final da informação processada,
levando o organismo a adquirir novos comportamentos, conhecimentos e habilidades por um período
estável e longo. Somos bombardeados por diversas informações o tempo todo, mas para aprendermos algo
novo as estruturas do sistema nervoso central e periférico necessitam atuar em conjunto para interpretar os
dados de entrada e gerar um resultado.
Sempre que estímulos iguais ou parecidos se colocarem no ambiente, tais vias serão acionadas novamente.
As vias neurais mais estimuladas e reforçadas tendem a se manter estáveis, armazenando as informações
daquela resposta por um período longo. Esse é um resumo aproximado de como ocorre a aprendizagem a
nível neural analisada pelas ciências cognitivas.
Uma via neural, ou seja, um conjunto de neurônios interligados na transmissão de uma informação nervosa,
é recrutada ao executarmos um comportamento ou um pensamento, por exemplo. O processo de
aprendizagem de um novo conhecimento envolve o engajamento de várias vias neurais. Quanto mais essas
vias são estimuladas, mais aprendizagem será consistente e cristalizada como memória de longo prazo.
A teoria da aprendizagem significativa foi elaborada pelo psicólogo da educação estadunidense David P.
Ausubel (1918 – 2008). O estudioso era crítico ferrenho do sistema de ensino de sua época e dos métodos
empregados na educação de crianças e jovens. Dedicou sua carreira acadêmica para encontrar novas
estratégias educacionais que fossem mais qualificadas e eficientes e que deixassem de lado os abusos
físicos e psicológicos comuns nas escolas antigas. Com base nisso, não fica difícil compreender por que as
contribuições de Ausubel para o estudo da aprendizagem tiveram grande aplicação nas escolas.
Imagine uma turma de alunos de graduação em Psicologia. Em determinada aula, o professor começa a
explicar um assunto novo, trazendo comparações com conceitos da física quântica. Para os alunos que já
fizeram outras graduações e que porventura já tenham estudado física quântica, talvez faça sentido e
facilite a aquisição daquele novo conhecimento. Mas para os alunos que nunca leram ou estudaram sobre
isso, essa pode se tornar a pior aula do semestre, pois tal comparação torna muito difícil ou até mesmo
impossível compreender os conceitos mais importantes da matéria.
Logo, para que ocorra a aprendizagem significativa, deve haver pontos-chave que
facilitarão que o indivíduo conecte o que já sabe com os novos conhecimentos.
Segundo Moreira (2012), a estrutura cognitiva é um sistema conceitual do indivíduo formado por
subsunçores, os quais são unidades de conhecimentos prévios que o auxiliarão no processo de aquisição
de novos conhecimentos. Essa estrutura cognitiva é formada por dois processos importantes:
Diferenciação progressiva
Confere novos significados a determinado subsunçor.
Reconciliação integradora
Tem por objetivo conferir dinamismo à estrutura cognitiva, corrigindo inconsistências e integrando
significados
Saiba mais
Uma contribuição prática de Ausubel foi o emprego dos mapas mentais para facilitação do processo de
aprendizagem em sala de aula. Apresentar graficamente a integração das informações sobre um assunto
facilita o aprendizado.
Teoria Social Cognitiva
O psicólogo canadense Albert Bandura (1925 - atual) é um dos psicólogos mais influentes do último século.
Sua teoria trouxe grandes contribuições à psicologia social e à psicologia clínica. É possível encontrar
autores que avaliam a Teoria Social Cognitiva como uma conexão entre as teorias behaviorista e
cognitivista.
Bandura não descartou completamente a teoria behaviorista de aprendizagem por modelagem e pela via
respondente. Ele parte da ideia de que o ser humano é capaz de aprender uma gama formidável de
informações a nível emocional, comportamental e cognitivo, o que não poderia ser explicado apenas pela
experiência direta como defendiam os behavioristas, mas também pela observação da experiência vivida
por outras pessoas.
Os estudos iniciais sobre a aprendizagem social de Bandura foram conduzidos com crianças e adultos para
compreender a reprodução de comportamentos agressivos pela observação. Desse modo, crianças eram
divididas em três grupos e expostas a filmes diferentes: no primeiro filme, adultos eram reforçados após
agredirem bonecos; no segundo, os adultos eram punidos; e no terceiro, não havia consequências. Ao final
dos filmes, as crianças eram direcionadas a salas com brinquedos, e aquelas que foram expostas ao filme
em que os adultos agressores eram recompensados tendiam a emitir mais comportamentos agressivos
contra o boneco.
Ditados como “tal pai, tal filho” ou “filho de peixe, peixinho é” não foram criados por acaso. O aprendizado
por observação tem uma importância crucial para a nossa espécie. Imagina se tivéssemos de viver cada
uma das experiências de dor e sofrimento que vemos outras pessoas passando?
Ao observarmos um modelo, o comportamento que buscamos implementar ao nosso repertório pode ser
reforçado de duas maneiras: por reforço vicário ou por reforço direto.
Reforço vicário
Reforço direto
Autossistema
Corresponde à capacidade de uma pessoa se organizar e planejar suas ações para atingir
metas.
Existem quatro processos subjacentes à aprendizagem por observação (BANDURA, AZZI, & POLYDORO,
2009):
Atenção expand_more
Antes de iniciar o processo de modelação, é importante focar a atenção para o modelo a ser
observado. Há pessoas que tendem a atrair mais a atenção para si para servirem de modelo. Status
social, familiares diretos, repertório bem-sucedido de comportamentos são fatores que tendem a
atrair mais atenção.
Retenção expand_more
Todo conteúdo observado nos modelos deve ficar armazenado na memória. Para Bandura, é
importante levar em consideração as informações sensoriais, emocionais e cognitivas que obtemos
a partir da observação do modelo, pois é uma maneira de, por exemplo, refletir sobre o
comportamento antes de colocá-lo em prática.
Produção expand_more
Motivação expand_more
Tem por objetivo tornar a aprendizagem mais consistente.
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Teorias da aprendizagem
Neste vídeo, o especialista Lincoln Poubel discursa sobre as diferentes teorias e concepções de
aprendizagem e suas implicações.
O teórico proeminente nessa abordagem foi Arnold Gesell (1880-1961) que, inclusive, estabeleceu
normas que tinham por objetivo analisar se a criança estava seguindo seu desenvolvimento dentro
de um padrão adequado. Segundo essa abordagem, haveria uma explicação genética e hereditária
para características de comportamento, desenvolvimento de habilidades matemáticas e
desenvolvimento da linguagem.
Teoria psicanalítica expand_more
No próximo módulo, discutiremos mais a fundo sobre duas abordagens de grande importância para a
compreensão da aprendizagem e que receberam grande destaque no século passado: a teoria de Jean
Piaget e de Lev Vygotsky.
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
I - O cognitivismo rompe com a psicologia comportamental, por considerar que a abordagem científica
adequada será do processamento da informação e como esta é codificada, interpretada e utilizada.
III - A psicologia cognitiva é o estudo de como as pessoas percebem, aprendem, lembram-se de algo e
pensam sobre as informações.
Questão 2
(FEPESE - 2019 - Prefeitura de Xaxim - SC - Psicólogo) A aprendizagem é um processo que busca ser
explicado por diversas correntes. As teorias da aprendizagem que a definem pelas suas consequências
comportamentais e enfatizam as condições ambientais como forças propulsoras da aprendizagem são
denominadas de
A teorias do condicionamento.
B abordagens significativas.
C teorias cognitivistas.
D correntes humanistas.
E abordagens construtivistas.
A teoria do condicionamento diz respeito ao behaviorismo, o qual entende a aprendizagem como fruto
das consequências da interação entre o indivíduo e o ambiente. A aprendizagem significativa defende
que o indivíduo aprende quando uma informação nova se relaciona substancialmente a conhecimentos
previamente organizados na sua estrutura cognitiva. As correntes humanistas focam na autorrealização
do indivíduo, valorizando os aspectos cognitivos, afetivos e motores. As teorias cognitivistas entendem
a aprendizagem como o resultado do processo de codificação da informação captada pelos órgãos
sensoriais acerca do meio externo. As abordagens construtivistas compreendem a aprendizagem como
um processo ativo de aquisição do conhecimento, portanto considera o papel das capacidades
orgânicas e socioambientais no desenvolvimento.
Os dois autores contribuíram muito para a compreensão do desenvolvimento humano e como ocorre a
aprendizagem. Há, com certa frequência, uma comparação entre os dois teóricos no sentido de afirmar que
as teorias tratam do mesmo assunto ou que o modelo teórico de Vygotsky seria um ótimo complemento à
teoria de Piaget. Certamente, há algumas semelhanças e um hipotético debate entre esses dois grandes
pensadores teria contribuído para maiores avanços ou sanaria algumas dúvidas. Contudo, eles nunca se
conheceram pessoalmente. Ambas as teorias entendem que o sujeito exerce protagonismo no seu próprio
processo de aprendizagem. Elas concordam acerca do aspecto ativo do indivíduo, e não o entendem como
um ser passivo à espera de uma engrenagem genética a impulsionar seu desenvolvimento e aprendizagem.
Relembrando
Piaget e Vygotsky buscavam entender como ocorre o desenvolvimento da inteligência. Para Piaget, o foco
da análise deve ser como ocorre o processo de construção ativa do conhecimento pela criança. Ao passo
de que Vygotsky se interessava em saber como os fatores sociais e culturais poderiam influenciar no
desenvolvimento do conhecimento.
Teoria construtivista
Jean Piaget (1896-1980) nasceu na Suíça e sua área de formação originalmente era em Ciências Biológicas,
e não em Psicologia, como muitos imaginam. Ao longo de seus estudos, mudou o foco de interesse da
Biologia para o desenvolvimento intelectual das crianças. Devido às suas pesquisas e aos seus trabalhos
com crianças, Piaget é muitas vezes confundido como tendo sido um psicólogo infantil ou pedagogo. Na
verdade, seu trabalho não tinha como finalidade a predição de comportamentos ou pensar em maneiras de
otimizar o processo de aprendizagem infantil, e sim era pautado na descrição sistemática do
desenvolvimento intelectual da criança. Pode-se dizer que Piaget era um epistemólogo genético, ou seja,
investigador que busca compreender a gênese do pensamento humano.
Em seus trabalhos como biólogo, Piaget observava que seres vivos, independentemente de sua
complexidade, adaptam-se às mudanças do ambiente. A todo momento, lidamos com mudanças no
ambiente, às quais devemos nos adaptar. Piaget não separa mente e corpo e entende que a atividade
intelectual segue as mesmas premissas do desenvolvimento biológico. Portanto, tanto a atividade
intelectual quanto a biológica são parte de um processo total que possibilita ao organismo adaptar-se ao
ambiente e organizar suas experiências.
Adaptação e organização são processos complementares e importantes para o
desenvolvimento e a aquisição de conhecimento.
Esquema expand_more
Esquema foi o termo utilizado por Piaget para descrever uma estrutura cognitiva responsável por
conferir estabilidade às respostas. Esquemas, portanto, funcionam como estruturas armazenadoras
das nossas experiências na mente, permitindo que o processo de adaptação e o de organização
ocorram. Piaget tinha consciência de que os esquemas se tratavam de um conceito hipotético, logo
não havia como demonstrar a existência de estruturas físicas no sistema nervoso que exercessem
tal função. Os esquemas têm o papel de processar os estímulos que entram no organismo.
Quanto mais esquemas o indivíduo, possuir melhor será sua capacidade de organizar as
informações e de assimilá-las. Obviamente, o número de esquemas que possuímos quando crianças
é muito inferior ao que temos depois de adultos, e isso acontece porque aprendemos novos
conceitos a todo momento. O que permite adquirimos novos esquemas são os processos de
assimilação e acomodação.
Esquema: Carro
Informações sensoriais:
Tem 4 rodas.
É pesado.
"Carrega” pessoas na parte de dentro.
Solta fumaça.
Assimilação expand_more
Imagine uma criança que possui um esquema para reconhecer e nomear seu “carrinho”: quatro
rodas, portas laterais, vidros em todos os lados e um círculo interno que ajuda a virar as rodas
dianteiras (volante). Ao visualizar pela primeira vez em sua vida um caminhão de brinquedo, ela pode
chamá-lo de “carrinho”, porque suas informações foram compatíveis ao esquema preexistente. Ela
ampliou seu esquema, mas não agregou um novo conhecimento.
O aumento de um esquema não configura que uma nova aprendizagem foi concluída. Às vezes, o
indivíduo se depara com uma informação nova e tenta assimilá-la a estruturas esquemáticas já
existentes. Isso significa que tentamos interpretar ou avaliar uma nova situação com o que
dispomos de informações aprendidas anteriormente. Todavia, nem sempre isso é possível, uma vez
que, se não houver um esquema adequado, a informação não terá como ser encaixada. Se
explicarmos sobre função do segundo grau para uma criança que ainda está assimilando a tabuada
de cinco, provavelmente ela não conseguirá compreender por não ter estrutura cognitiva necessária
para receber esse conhecimento.
Acomodação expand_more
Para solucionar um problema o indivíduo pode criar um novo esquema ou adaptar um esquema já
existente para acomodar a nova informação. Acomodação é, portanto, a construção de uma nova
estrutura cognitiva ou adaptação de uma já existente para que o novo conhecimento seja assimilado.
Equilibração expand_more
Por fim, a equilibração diz respeito ao equilíbrio resultante dos processos de assimilação e
acomodação, agindo como mecanismo autorregulatório e tornando a interação entre organismo e
meio mais eficiente. Esse conceito é muito importante, pois trabalha com a ideia de que um estado
de desequilíbrio pode fomentar no indivíduo a motivação necessária para buscar o equilíbrio
novamente. Pense em uma criança que adora desenhar e pratica com afinco tal atividade. Querendo
aprender a desenhar um animal novo pela primeira vez, por exemplo um cavalo, ela talvez precise
criar novos esquemas motores e perceptuais. É possível que ela erre algumas vezes, pois o novo
esquema ainda não está completo, mas a persistência até a assimilação do conteúdo é o que
representa a equilibração.
Estágios do desenvolvimento
Como já falado anteriormente, a teoria de Piaget é minuciosa e estruturada. O autor estabeleceu, por
observação, estágios que caracterizariam o desenvolvimento biológico e a capacidade de aquisição de
novos conhecimentos em uma criança. Por conta de características biológicas, em cada estágio, os dados
cognitivos se organizam de uma maneira específica. Não é possível pular ou regressar estágios, toda
criança deve passar pelas mesmas fases.
Vale ressaltar que as idades estabelecidas para cada fase não seguem uma regra
concreta, podendo variar para mais ou para menos.
Segundo esse modelo, o desenvolvimento intelectual é contínuo e constante, sendo os estágios apenas
uma espécie de marcadores para designar o período dentro de um processo muito mais amplo. Outro ponto
importante é entender que a criança desenvolve características cognitivas, afetivas e de socialização de
maneira ativa paralelamente ao amadurecimento de suas estruturas biológicas.
Sabendo disso, vamos conhecer a seguir as fases do desenvolvimento cognitivo e afetivo segundo Piaget
(WADSWORTH et al., 1992).
Formado por 6 subestágios. Inicialmente, a criança é marcada por respostas sensoriais e motoras
reflexas (herança genética). Aos poucos, há organização de percepções, e a criança desenvolve os
primeiros comportamentos voluntários, a consciência dos objetos ao redor e a noção de causa e
efeito de seus comportamentos. Se inicialmente o pensamento da criança é restrito aos objetos do
ambiente, ao final do estágio, ela aprimora seu pensamento simbólico, recordando objetos e pessoas
que não estão no ambiente, além de planejar comportamentos e imaginar o que irá acontecer. Esse
seria o início dos processos mais complexos de pensamento.
Redução do pensamento egocêntrico, ou seja, ela passa a conseguir se colocar no lugar do outro,
surgindo a capacidade moral de cooperação e obediência. O pensamento lógico-matemático surge,
embora ainda dependa de dados da realidade, mas já é possível realizar operações reversíveis. Isso
significa que ela é capaz de perceber constância de volume e quantidade, mesmo que em recipientes
diferentes
Operatório formal (12 em diante) expand_more
Os estágios são marcados pelo desenvolvimento de esquemas novos e pela adaptação a esquemas já
existentes. Para o construtivismo, a aquisição de um novo conhecimento ou de uma experiência deve
envolver a assimilação e a acomodação das informações em estruturas cognitivas já existentes ou motivar
o sujeito a construir novos esquemas. E isso caberia a comportamentos, afetos ou pensamentos. A criança,
para Piaget, não nasce como uma tábula rasa, mas, sim, como um organismo que se desenvolve e está
disposto a se adaptar e se desenvolver no meio social e complexo em que vive.
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As fases do desenvolvimento cognitivo e afetivo para
Piaget
Neste vídeo, o especialista Lincoln Poubel resume as principais características e ilustra as diferentes fases
do desenvolvimento cognitivo e afetivo de Piaget.
Por muito tempo, trabalhou com análise do desenvolvimento infantil e em pesquisas sobre doenças
neurológicas com o intuito de compreender o funcionamento psicológico dos humanos. Deixou uma obra
vastíssima com muitas contribuições à Psicologia e às ciências da educação, mas, infelizmente, faleceu
ainda muito jovem, aos 37 anos de idade.
Em seus trabalhos em Psicologia, Vygotsky tinha um interesse especial por compreender os chamados
“processos mentais superiores”, os quais são típicos do ser humano e responsáveis pelo controle
consciente de comportamentos. Quando nos referimos a processos mentais de maior complexidade,
podemos fazer a seguinte reflexão: é possível ensinar um animal a abrir a porta do banheiro, mas não
podemos esperar que ele, voluntariamente, evite fazer isso para não incomodar uma pessoa que está
tomando banho. Um conceito essencial para a compreensão da obra de Vygotsky é o de mediação, termo
usado para explicar o processo de inserção de um elemento em uma relação entre dois outros fatores (a
interação para de ser direta e passa a ser mediada por determinado elemento).
Exemplo
Quando colocamos os dedos em uma tomada e os retiramos rapidamente por conta da dor sentida pelo
choque, estabelecemos uma relação entre “o choque da tomada” e a “dor”. Mas se quando nos
aproximamos de uma tomada afastamos a mão por recordarmos a dor do choque, então a relação foi
mediada pela lembrança. Isso chama atenção para um fator a mais nas relações, tornando-as mais
complexas para serem analisadas.
Para Vygotsky, a relação do ser humano com o mundo não é direta, mas, sim, mediada. Entre o indivíduo e o
meio, existem dois tipos de mediadores:
Instrumentos
Os instrumentos correspondem a objetos sociais e medeiam a relação entre o sujeito e o ambiente. Muitos
outros animais também utilizam instrumentos, mas só o ser humano os cria com fim específico,
armazenando-os para uso intencional no futuro e os transmitindo para outros membros do grupo e para
outras gerações. Um machado, um martelo ou uma caneta são exemplos de instrumentos.
Signos
Os signos exercem papel análogo ao dos instrumentos, no entanto agem mediando atividade psicológica.
Os signos são orientados para o interior do próprio sujeito e são essenciais para o desenvolvimento das
atividades psicológicas. Para exemplificar, são signos: os números, a linguagem, uma lista de compras, uma
planta arquitetônica ou mesmo o mapa para nos orientar até um destino.
Isso ocorre porque dispomos de meios não naturais para realizar mudanças nos processos psicológicos e
no ambiente: os signos. Nossa espécie utiliza-se dos signos para interagir com o meio, pensar e planejar
ações sem necessitar da presença do real. No entanto, o desenvolvimento e a utilização desses signos não
ocorrem de maneira automática, como um comportamento reflexo. Isso ocorre pela interação com o meio
social no qual o indivíduo está inserido.
Um bebê chora quando sente o desconforto que a sensação de fome gera em seu corpo. Isso é uma
resposta automática característica da espécie. Porém, é plausível esperar que uma criança mais velha
pense algo como “acho que vou comer uma maçã agora”. Isso demanda saber utilizar ferramentas
psicológicas internalizadas. Para Vygotsky, a capacidade de utilizarmos ferramentas cognitivas
internalizadas é aprendida apenas pela interação com outras pessoas, as quais irão transmitir esse
conhecimento cultural para o aprendiz.
Para se compreender a aprendizagem humana, segundo Vygotsky, é preciso entender dois níveis de
desenvolvimento:
Refere-se ao acúmulo de conhecimentos já assimilados. Alguns estímulos que chegam à criança são
compreendidos, e o problema apresentado é resolvido independente. Por exemplo, pedir para uma
criança que já tenha aprendido as quatro operações matemáticas para somar os valores dos itens de
uma compra.
O nível de desenvolvimento real condensa todo o conhecimento que uma pessoa possui e recruta
para solucionar um dado problema que se apresenta. Ela pode chegar à conclusão por conta própria,
independentemente do esforço ou tempo destinado à resposta.
Diz respeito à capacidade de desempenhar tarefas com a ajuda de terceiros. Há tarefas que uma
pessoa não tem maturidade cognitiva suficiente para resolvê-las. Para tal, considere a criança do
exemplo anterior e passe um problema multiplicação. É provável que um adulto deverá lhe explicar o
assunto.
A zona de desenvolvimento proximal seria a distância entre o nível de desenvolvimento real, determinado
pela capacidade independente de solução de problemas, e o nível de desenvolvimento potencial, quando a
solução da tarefa demanda a ajuda de outrem. Sendo assim, Vygotsky explorou a ideia de que a
aprendizagem é contínua e dinâmica, mas dependente da interação entre os indivíduos e que, sem essa
interação, o amadurecimento de novos conhecimentos será improvável.
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Questão 1
(KLC - 2016 - Prefeitura de Mamborê - PR - Psicólogo) O teórico responsável pela abrangente teoria de
desenvolvimento cognitivo infantil, a qual se inicia pela capacidade inata do indivíduo em se adaptar ao
ambiente, de forma a, gradativamente, adquirir maior competência para lidar com ele, por meio de uma
sucessão de estágios qualitativamente diferentes, é:
A Freud.
B Erik Erikson.
C Klein.
D Piaget.
E Vygotsky.
Para Piaget, o desenvolvimento tem um caráter ativo e que segue fases pertinentes à maturação
biológica do sujeito e à construção de novos conhecimentos. Já para Vygotsky, a aprendizagem se dá
na interação entre os indivíduos, onde um medeia a aquisição de novos conhecimentos de outro. No
entanto, para Vygotsky opróprio desenvolvimento das capacidades cognitivas estaria sujeito a esse
processo mediado. Para Freud, Erikson e Klein, autores psicanalíticos, a aprendizagem humana, embora
obedeça às fases, será influenciada diretamente pelo funcionamento das estruturas psíquicas de ego,
superego e id, não levando tanto em consideração as estruturas cognitivas por si só.
Questão 2
(FUNIVERSA - 2012 - IFB - Psicólogo) Lev Semenovitch Vygotsky é um dos grandes nomes da psicologia
histórico-cultural. Para o autor, o desenvolvimento humano segue um curso contínuo, mediado pelos
processos de aprendizagem e deles dependente. Nesse sentido, assinale a alternativa correta.
C
O homem é criado pelo homem, o que significa que o ser humano vai se tornando
homem à medida que se transforma em produto do ambiente em que está inserido.
Considerações finais
Vimos ao longo de nosso estudo diversas abordagens psicológicas que tiveram papel fundamental para se
compreender a natureza da aprendizagem por diferentes pontos de vista. Não há uma vertente mais correta
e todas se complementam para termos uma maior noção de como o ser humano experiencia a realidade,
como desenvolve seus comportamentos e emoções, como seus pensamentos e raciocínio podem
influenciar seu desenvolvimento e a importância do meio social e cultural em que vivemos.
Vimos, inicialmente, a importância de se pensar a aprendizagem humana. Em todos os períodos da história,
houve pensadores que se debruçaram para compreender a natureza da aprendizagem, na busca de se
entender a complexidade de desenvolvimento do conhecimento humano. Foram ainda apresentadas as
principais concepções teóricas da aprendizagem que influenciaram as reflexões da Psicologia ao longo do
século XX, os debates entre os racionalistas e empiristas, e como isso influenciou o desenvolvimento de
escolas como o behaviorismo, o cognitivismo, Psicanálise e o interacionismo.
Aprendizagem é um construto e, por isso, é importante ser operacionalizada. No entanto, diante de tantas
abordagens sobre o tema, fica claro que a aprendizagem humana é um fenômeno complexo e vasto para se
entender. Se queremos compreender como um ser humano aprende algo, é importante analisarmos seu
comportamento, suas emoções, cognições, sua cultura, seu momento histórico, seu ambiente familiar, sua
estrutura educacional e seus aspectos ontogenéticos.
headset
Podcast
Neste podcast, o especialista Lincoln Poubel irá comparar as teorias de aprendizagem de Piaget e Vygotsky,
apresentando suas diferenças e semelhanças, assim como as suas implicações práticas.
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Pesquise o vídeo de Yves de La Taille sobre a obra de Jean Piaget intitulado: Jean Piaget por Yves de La
Taille e aprofunde seu conhecimento sobre o tema de forma muito didática e acessível.
Busque também pelo vídeo da palestra Plasticidade Emocional, no qual a psicopedagoga Adriana Fóz
discorre sobre novos rumos da neurociência da educação e resiliência emocional.
Referências
BANDURA, A., AZZI, R. G., POLYDORO, S. A. Teoria social cognitiva: conceitos básicos. Porto Alegre: Artmed,
2009.
MOREIRA, M. A. O que é afinal aprendizagem significativa? Qurriculum, 2012. Consultado na internet em: 28
set. 2021.
NETTO, A. P.; COSTA, O. S. A importância da psicologia da aprendizagem e suas teorias para o campo do
ensino-aprendizagem. Revista Fragmentos de Cultura-Revista Interdisciplinar de Ciências Humanas, v. 27, n.
2, p. 216-224, 2017. Consultado na internet em: 28 set. 2021.
MARKIE, P. Rationalism vs. Empiricism. The Stanford Encyclopedia of Philosophy, 2004. Publicado em: 19
ag. 2004. Consultado na internet em: 17 de jul. de 2021.
WADSWORTH, B. J.; ROVAI, E.; MALUF, M. R. Inteligência e afetividade da criança na teoria de Piaget. São
Paulo: Pioneira, 1992.
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